MÁSCARAS DO ORIENTE

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CONVITE A UMA VIAGEM DE ARTENAUTAS Amílcar Martins, Curador A Exposição MÁSCARAS DO ORIENTE da coleção do Museu do Brincar, convida-nos a partir em viagens de liberdade e de busca de encontros com o nosso mundo de diversidades. Convida-nos à fruição de formas de luz e de sombras, produzidas pelos fascinantes imaginários de povos do oriente, de seus artistas e artesãos. Convida-nos à experiência da empatia que nos liga às emoções do fazer-deconta proporcionado pela máscara, pelo seu potencial de encantamento, de alegria, de magia, de expansão, de significação. Convida-nos a vivenciar a subtil e vigorosa esperança que nos transforma e humaniza através dos territórios da viagem e da arte. – “O mundo todo abarco e nada aperto” (Luís de Camões) Eis-nos numa viagem com o desejo de conhecer identidades de estéticas plurais. É de muitos “Eus” que se faz o “Nós”. “Eus” e “Nós” que nos falam do tempo, do lugar, de suas gentes e culturas, de suas criações, de suas histórias e viagens. Esta exposição de tantas histórias procurou colocar-se a jeito para ser sentida, fruída, apreciada. Cada máscara espelha imaginários. Desafia leituras. Indicia-as. Sugere relações dialógicas de busca de sentidos, de compreensão sobre as possibilidades de expansão de horizontes, de saberes, de conhecimento inter e transdisciplinar. Cada uma das máscaras, talvez nos olhe das paredes do átrio do Palácio Ceia, como mediadora de pontes interculturais geradoras de cartografias criadoras. Oxalá que possam tornar-se num contributo para serem sentidas como vidas simbólicas inspiradoras e futurantes para todas(os) que as venham visitar e conhecer.


A minha gratidão para todas(os) que tornaram possível esta exposição, em especial aos queridos amigos do Museu do Brincar, aos colegas do Lab INVITRO/CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação (Polo da UAb), e aos Serviços Técnicos da UAb. Um agradecimento muito especial a Maria Reis Lima que partilha connosco, hoje, a arte corpórea e contemplativa nipónica do seu Butoh. Amílcar Martins é ArteNauta Arte + Nauta (Viagem) = Arte-Viajante [ArteViajante; Arte-Contador; Arte-Brincador; Arte-Animador; Arte-Educador; ArteCurador; Arte-Pesquisador]. Ph.D. e M.Ed. em Ciências de Educação, Didática das Artes, pela Universidade de Montreal, Québec, Canadá. Licenciado em Teatro com o curso de Atores e Encenadores pela Escola Superior de Teatro do Conservatório Nacional de Lisboa. É professor auxiliar no Departamento de Educação e Ensino a Distância; ex-coordenador do Mestrado em Arte e Educação (MAE) da Universidade Aberta; é colaborador do CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação (Polo da UAb). Lecionou, participou e/ou organizou cursos, conferências, seminários, oficinas, tertúlias, master classes, animações, exposições, espetáculos, performances, estágios, residências artísticas, investigações in loco em Angola, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América, Federação Russa, Filipinas, França, Japão, Macau-China, Portugal e República Popular da China. Email: amilcar.martins@uab.pt

Maria Reis Lima é Mestre em Dança pela Universidade de

Paris IV-Sorbonne. Estudou diversas técnicas de Dança Moderna, Afro-Brasileira e Butoh na Europa, E.U.A. e Japão, onde realizou um estudo aprofundado de dança Butoh com o mestre Kazuo Ohno e estudou teatro Nô nas escolas Kanze e Kita. Praticou Kinomichi, “A Via da Energia”, com o mestre Masamichi Noro, no Centro Internacional de Paris. Tem exercido a sua actividade no país e no estrangeiro como intérprete, coreógrafa, docente e investigadora. É membro da JapanNET. Email: reislimamaria@yahoo.fr

O Butoh foi criado no Japão por Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata no final dos anos 50. Para lá da sua especificidade japonesa, o Butoh tem um conteúdo universal que, mais do que uma técnica formal ou estilo académico, tende a articular a linguagem do corpo como um todo, originando expressões diferentes segundo cada indivíduo e cada cultura. Assim, aliando a lentidão a um rigor físico, o Butoh é informal, pessoal e livre. O Butoh convida à descoberta dos movimentos interiores, do imaginário que se exprime pelo corpo integral liberto dos condicionantes técnicos ou sociais. Metamorfose é uma das suas palavras-chave.

“Penso que o Butoh não teria existência própria, se o separássemos do acto de viver” Kazuo Ohno


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