Óbidos – 1º Manifesto do TEAR 2014

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ÓBIDOS – 1º MANIFESTO DO TEAR – Territórios Artísticos com a Matemática

Outubro de 2014

Amílcar Martins

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ÓBIDOS 1º MANIFESTO do TEAR

Territórios Artísticos com a Matemática por Amílcar Martins

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ArteNauta Oppidum Ad Astra. Criação de Teresa Alexandrino.


ÓBIDOS – 1º MANIFESTO DO TEAR – Territórios Artísticos com a Matemática

Outubro de 2014

Amílcar Martins

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– Vivam ArteNautas Brasileiros e Portugueses, amantes da constelação Oppidum Ad Astra! Antes do mais quero dizer-vos – daqui da terrinha –, sobre os meus reiterados parabéns pelo grande sucesso do 7º Encontro LusoBrasileiro de História da Matemática, de 15 a 19 de outubro 2014, havido e realizado nos territórios de Oppidum Ad Astra. Bem pude apreciar o ar feliz das gentes, libertando-se em suas manifestações expressivas de que a viagem a Oppidum Ad Astra teria valido muito a pena bem fazeja. É assim deste modo simples, todavia emancipada no saber de uma experiência de bem saber acolher e envolver, que Oppidum Ad Astra vai reforçando o seu caminho, e a sua imagem, como território de cultura, de turismo, de arte, de educação e de criatividade. E já agora, também, assumidamente desejando-se transformado em florido e fecundo Óbidos – Território com Matemática! Vibrante e tentadora é a promessa desta mensagem. Através dela iremos, assim, continuar a (re)ligar-nos, a colocar-nos a jeito – de 2

Painel de porcelana de Óbidos, 1841. Autor desconhecido.

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resto há muito que ali habitamos em permanência, nesse lugar castelar e mágico –, atraindo sempre as almas viajantes e penadas do nosso mundo, detonando para elas o bemol da bem aventurança da criatividade e da liberdade, da alegria e da renovação futurante junta ao passado, ora tornado assim tão mais presente de outras falas. Também nós fomos envolvidos, fazendo jus ao sorriso das gentes, à veneração curvada do elixir da ginjinha perfumada perante as pedras sedutoras da muralha, a falarem-nos de inscrições no tempo. Pois então, são as falas e as leituras ao desafio de ser e estar das gentes que somos nós! O nascente grupo luso-brasileiro do TEAR – Territórios Artísticos com a Matemática, que recentemente criámos na sua génese coparticipada de uma noite estrelada e inspiradora de A-dos-Negros [com Amílcar Martins, Amílcar Oliveira, Ana Calçada, Carlos Aldemir Farias, Cláudia Flores, Iran Abreu Mendes, Rafael Montoito e Teresa Oliveira], brotará em breve o arejamento feliz da sua graça, em cores e geometrias alinhadamente (des)focadas na busca da sua constelação Oppidum Ad Astra. – Deram-se já dela conta no esplendor de um céu oferendado a todas(os)? No céu castelar de Oppidum Ad Astra, todo ele retocado pela transcendência transatlântica advinda da energia híbrida tecida pelo adn luso-brasileiro aberto ao mundo, transformam-se os sinais. São os sinais de um outro andamento que se assoma à partitura da viagem. Os sinais de que viajaremos até outras vozes sentidas em polifónicos gestos que cantam Pessoa e Amado, Bethânia e Regina, Camões e Andrade, e muitos outros poetas e cantores que hão-de vir. Haverá neles o embelezamento da lógica e da racionalidade poética dos diseurs matemáticos e dos músicos, dos bailarinos e dos pintores, dos escultores e dos teatreiros e, até, dos média-arte digitais, tão contemporâneos em seus integrados antropo-bio-digitalis contares.


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Amílcar Martins

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Todos eles assomam à chamada, sabendo tão bem usar as palavras e os conceitos (des)acertados, apoiando-os em especulações algorítmicas de recorte finíssimo e de orquestrada e tertuliante elegância suprema. Na cartografia grande desta procura sublimada de registos amazónicos, tão à mercê de Oppidum Ad Astra, eis-nos tão desnudos de nossos saberes sentidos, reunidos e juntos, em busca de convergências transdisciplinares a explorar, a inventar, a criar, a partilhar. Mapearemos então outras direções que desejamos tecidas por afirmadas garatujas e manchas de seres criativos, cintilantes e generosos em nossos imaginários transbordantes de ArteNautas, provavelmente prenhos de nossas diversidades ancestrais e refletoras. Através de nossos imaginários ouvê-se já uma maiêutica coralista de polifónicas narrativas. Há sombreados que se iluminam de bem querer reler e reconstruir o mundo – tão impregnado e apetente de desejos –, a tecer amorosamente entre os territórios artísticos. Talvez penetrados pelas especulantes lógicas e poéticas das artes dos saberes matemáticos, em construção e devir... – Faça-se luz! AÇÃO!

Se não respirarmos um no outro não pode haver jardim! Provérbio Persa 3

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ArteNautas Persas. Criação de Teresa Alexandrino.


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