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10 | a cabra | 11 de Novembro de 2008 | Terça-feira

DESPORTO

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BASQUETEBOL

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Académica vs Galitos FC 15H • PAVILHÃO MULTIDESPORTOS

Para voltar à Divisão de Honra Ana Coelho Com a esperança de regressar ao escalão principal, a Secção de Rugby da Associação Académica de Coimbra (AAC) tem apostado numa equipa jovem e renovada. Depois de ter descido de escalão e voltado ao Campeonato Nacional da I Divisão, a Académica encontrase neste momento no primeiro lugar da tabela, ainda que tenha mais encontros disputados que os adversários. O balanço dos últimos quatro jogos, “é positivo, com a vitória sobre os três adversários directos”, defende o treinador da AAC, Sérgio Franco. Na sua opinião, Rugby Clube Lousã, CR Arcos Valdevez e o Vitória Futebol Clube são os candidatos aos primeiros lugares. Este ano a equipa da Académica perdeu 19 dos 39 jogadores que integravam o grupo na época anterior. Por essa razão foram integrados vários jogadores do escalão inferior. A AAC está num processo de renovação. “É um trabalho que leva tempo porque é uma equipa praticamente nova”, acrescenta Sérgio Franco. Para além da perda de atletas, por razões académicas e profissionais, o

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Sporting C. Caldas vs Académica 17H30 • PAVILHÃO RAUL JARDIM GRAÇA

Académica vs AD Sanjoanense 18H • PAVILHÃO UNIVERSITÁRIO 3

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HÓQUEI EM PATINS FC Oliveira do Hospital vs Académica 21H • PAVILHÃO DESPORTIVO MUNICIPAL

Estatuto para proteger estudantes atletas ANA COELHO

ALÉM DE DIREITOS, o estatuto exige que o atleta treine seriamente e se dedique à prática desportiva

O regulamento vem valorizar a prática desportiva dos que representam a UC e a AAC Ana Coelho Catarina Domingos

clube enfrenta outros problemas. Para o presidente da Secção de Rugby da AAC, Jaime Carvalho, “o problema é que todos são atletas amadores e não se pode exigir que treinem como os profissionais”. Para Sérgio Franco, a equipa também tem trunfos. “Há falta de peso no bloco de avançados, o que poderá ser um ponto a nosso favor, porque são mais rápidos”, revela. O campeonato fez uma paragem por causa da Taça de Portugal. A AAC está isenta da primeira eliminatória da prova, mas volta a jogar no sábado, dia 15, com a Associação Prazer de Jogar Rugby. No entender de Jaime Carvalho, a paragem pode ser “prejudicial para a equipa, já que se treina com menos frequência”. A Associação Prazer de Jogar Rugby é a equipa que lidera o Grupo Norte/Centro da Segunda Divisão, num escalão abaixo da AAC. Assim, para o treinador Sérgio Franco “apesar de o adversário jogar bem, a Académica é favorita", conclui.

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No último Senado Universitário foi aprovado, por unanimidade, o Estatuto Estudante Atleta, uma reivindicação estudantil. O documento contempla a possibilidade de adiar o prazo de entrega de trabalhos, de escolher primeiro os horários em detrimento de outros estudantes, de poder ir a outras turmas práticas mesmo depois da escolha de turnos durante o ano, de requerer exame a quatro cadeiras semestrais na época especial e de pedir relevação de faltas. Para o coordenador-geral do desporto da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), Miguel Portugal, a aprovação “é uma maneira de recompensar os estudantes que praticam desporto”. No mesmo sentido, a vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC) e mentora do projecto, Cristina Robalo Cordeiro, reforça que o Estatuto do Estudante Atleta “ revela o lugar que deve ser dado ao desporto na Universidade de Coimbra para os estudantes que

querem praticá-lo de forma séria e regular”. Apesar de entrar em vigor no dia seguinte à aprovação no Senado, ficou a ressalva que o regulamento necessita de algumas alterações para tornar o texto mais consentâneo com a linguagem jurídica. “Há um aspecto ou outro que é preciso acautelar em termos de expressão e de linguagem”, explica a vice-reitora. Ao contrário das outras instituições do ensino superior, o novo texto inclui não só a participação nas provas da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), como também salvaguarda os estudantes universitários que competem dentro das secções. Nas outras universidades do país apenas só é considerado o primeiro aspecto. “Pegou-se em ideias, na especificidade da AAC e fez-se o regulamento mais completo do país”, avalia Miguel Portugal. Mas o Regulamento do Estudante Atleta não tem só regalias. Também abarca deveres, “para que as coisas corram bem e sejam feitas com seriedade”, como afirma Cristina Robalo Cordeiro. “No fundo o estudante tem de mostrar que treina, tem que perder tempo com o desporto que pratica e ter aproveitamento escolar”, resume o coordenador do desporto. O mecanismo de controlo está a

cargo do Observatório do Desporto da UC, que vai ser constituído por um membro da reitoria, um membro da Faculdade de Desporto, um membro dos Serviços de Acção Social e um membro do Conselho Desportivo da AAC. A vice-reitora conta que “o órgão vai não vigiar, mas acompanhar os actos e as actividades dos estudantes”. A cessação de direitos acontece quando o estudante atleta faltar a duas ou mais competições. No entanto, este aspecto vai ser refor-

O estatuto ainda vai sofrer algumas alterações para o adequar à linguagem jurídica mulado, uma vez que nem todos os atletas têm o mesmo número de momentos competitivos. “Não achamos correcto que um atleta que tenha 30 ou 40 momentos competitivos durante o ano seja eliminado à segunda competição”, defende Miguel Portugal. Cristina Robalo Cordeiro recusa a ideia que “a UC é das últimas” a adoptar um regulamento como este e classifica a ideia como “inovadora”. Por outro lado, a mentora do projecto acredita que “com o re-

conhecimento e a valorização do estudante atleta podem atrair-se mais jovens para o desporto”.

O que pensam os atletas Apesar de alguns atletas não estarem a par da aprovação do Estatuto Atleta Estudante, todos salientam a importância para continuar a prática desportiva. Com 25 anos, Rui Pita actua na equipa principal da Secção de Futebol da AAC, da qual também é presidente. “Perdemos muito tempo e isso prejudica-nos claramente nos estudos e se de alguma forma formos recompensados, tudo bem”, sublinha. Para Fernando Sousa, extremo da equipa sénior de basquetebol da AAC e estudante de Gestão na Faculdade de Economia da UC, o novo documento é “uma forma de incentivar os estudantes a praticarem o desporto”. “Muitos atletas ao ingressarem no ensino superior desistem dos desportos que praticam, devido às incompatibilidades e ao acumular de trabalho”, argumenta o atleta. Como “trabalhador, atleta e estudante”, Fernando Sousa diz que a gestão das actividades é “uma questão de organização”. O novo estatuto já era uma batalha com décadas e veio para fixar “a prática desportiva na UC e reconhecer o esforço e dedicação dos atletas”, como se lê no preâmbulo.


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