PRESIDENTES DA PRIMEIRA REPÚBLICA
AUTOBIOGRAFIAS
Manuel de Arriaga E
u, Manuel José de Arriaga Brum da Silveira, nasci na Horta, no dia 8 de Julho de 1840. Fui o primeiro Presidente da República Portuguesa e também escritor, poeta e um grande orador. Estudei direito na Universidade de Coimbra de 1860 a 1865. Fui membro do Partido Republicano e eleito quatro vezes deputado pelo círculo da Madeira, de 1882 a 1892, de cuja administração fazia parte, juntamente com Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Francisco Homem Cristo. Fui considerado um orador notável; muitos dos meus discursos deram um impulso não negligenciável à causa republicana. Não partilhava, porém, o anticlericalismo próprio dos primeiros republicanos portugueses. A 17 de Outubro de 1905, fui nomeado Reitor da Universidade de Coimbra. Em 1910, mantive o mesmo cargo conjuntamente com o Vice-Reitor, Sidónio Pais. Fui deputado constituinte em 1911 e eleito Presidente da República, o primeiro chefe do Estado do novo regime. Tentei reunificar o partido que se desmembrou em diferentes facções. Após o "golpe das espadas", em 1915, convidei o general Pimenta de Castro a formar o governo, uma decisão que deu origem ao descontentamento e a uma revolta com centenas de mortos que conseguiu derrubar o general, formando uma Junta Militar que repõe a ordem. Fui, então, substituído pelo professor Teófilo Braga. Faleci em Lisboa, dois anos depois, a 5 de Março de 1917. Fui sepultado no túmulo da minha família no cemitério dos Prazeres e transferido para o Panteão Nacional de Santa Engrácia.
Mariana Martins, 9ºB Silvana Ribeiro, 9ºB Vera Costa, 9ºB
Teófilo Braga O meu nome completo é Joaquim Teófilo Fernandes Braga, mas sou mais conhecido apenas por Teófilo Braga. Nasci em 1843 e fui umas das personalidades políticas da 1ª República Portuguesa. Formei-me em Direito, de onde passei para o domínio da História da Literatura. Resumindo, durante a minha vida fui político e escritor. No ramo da escrita, fui poeta e jornalista. As minhas obras literárias constituíam uma abordagem pioneira da nossa Literatura, dos nossos usos e costumes, das nossas tradições orais. Mas os meus interesses não se limitaram à literatura, uma vez que também abrangeram a filosofia. Neste domínio, fui um dos introdutores e principal divulgador do positivismo em Portugal, que é uma filosofia orientadora por excelência do republicanismo. Relativamente à política, defendi as ideias republicanas e comecei em 1878, ano em que concorri a deputado pelos republicanos federalistas. Após a tão esperada implantação da República, no dia 5 de Outubro de 1910, fui nomeado como chefe do Governo Provisório. Pode-se dizer que fui o fundador do Partido Republicano Português e também fui um dos principais intervenientes nas comemorações do tricentenário de Camões em 1880, uma importante expressão do nacionalismo republicano no plano cultural. Após a renúncia de Manuel de Arriaga, fui novamente presidente do Partido Republicano Português, desta vez por via constitucional, numa fase aguda do regime. Mandato este que cumpri até ao dia 5 de Outubro de 1915, antes de ser substituído pelo Bernardino Machado. Faleci em 1924, após uma vida de luta pela liberdade de todos os portugueses.
Tiago Sá, 9ºC
Bernardino Machado Eu, Bernardino Luís Machado Guimarães nasci no Rio de Janeiro, Brasil, a 28 de Março de 1851 e faleci em Portugal na cidade do Porto, a 29 de Abril de 1944.
Sou filho do 1º Barão de Joane (localidade onde a minha família fixou residência). Com nove anos vim para Portugal, onde fiz os meus estudos. Licenciei-me em Ciências, na Universidade de Coimbra, em 1875; doutorei-me mais tarde e, no ano de 1879, ocupei a cátedra de Matemática. Foi devido a esse cargo que, em 1890, fui eleito Par do Reino pelo corpo docente da universidade. Desde 1882, estive no Partido Regenerador e, em 1893, fui chamado para o governo, onde ocupei a pasta das Obras Públicas, Comércio e Indústria. Fui elemento da Maçonaria (do qual fui Grão-Mestre), mas fiquei descontente com o imobilismo da monarquia, o que me levou a aderir ao Partido Republicano, em 1903.
Após a Implantação da República, regressei ao governo onde fui Ministro dos Negócios Estrangeiros (entre 1910 e 1911), depois fui para o Brasil como Embaixador de Portugal (1912 a 1914). Fui o terceiro Presidente da República, eleito no dia 6 de Agosto de 1915. Em 1917, vim a ser deposto pela revolução sidonista. No ano de 1925, voltei a assumir a presidência e a história repetiu-se em 1926, quando me vi afastado por um novo golpe: o 28 de Maio. Fui professor e político e deixei a minha ideia sobre o ensino, criticando o sistema então instituído em Portugal.
Curiosidades: - Meu pai era António Luís Machado Guimarães e minha mãe era Praxedes de Sousa de Guimarães, a sua segunda mulher. - No meu baptizado deram-me o nome do meu avô materno, Bernardino de Sousa Guimarães, que foi capitalista nas terras brasileiras.
- Quando atingi a maioridade, em 1872, resolvi optar pela nacionalidade portuguesa. - Casei na cidade do Porto com Elisa Dantas Gonçalves Pereira, que também nasceu no Brasil, o seu pai era Miguel Dantas Gonçalves Pereira. - A minha família foi numerosa, pois tive 18 filhos do casamento e 2 fora dele. - Considero que tive uma acção muito positiva na reformulação do ensino profissional e inovei os sectores da agricultura, comércio e indústria, chegando a escrever “ A agricultura” em 1899.
Magali Conceição, 9ºB Mariana Moreira, 9ºB
Sidónio Pais Nasci em Caminha, a 1 de Maio de 1872 e fui assassinado em Lisboa, a 14 de Dezembro de 1918. O meu nome completo foi Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais e era filho de Sidónio Alberto Marrocos Pais e de Rita Cardoso da Silva Pais, os dois nascidos em Caminha, distrito de Viana do Castelo. Casei com Maria dos Prazeres Martins Bessa com quem tive cinco filhos Fui um militar e político e exerci vários cargos: fui deputado, Ministro do Fomento, Ministro das Finanças, Embaixador de Portugal em Berlim e Presidente da República Portuguesa. Enquanto Presidente da República, acusam-me de ter exercido o cargo de forma ditatorial, por ter suspendido e alterado por decreto normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911, razão pela qual fiquei conhecido como o “Presidente-Rei”. Para além de Oficial de Artilharia, fui também professor na Universidade de Coimbra. Protagonizei a primeira grande perversão ditatorial do republicanismo português, transformando-me numa das figuras mais fracturantes da política portuguesa do século XX.
João Moreira, 9ºD
João de Canto e Castro Eu, João de Canto e Castro da Silva Antunes, nasci em Lisboa em 1862. Os meus pais são José Ricardo da Costa Silva Antunes e Maria da Conceição de Canto e Castro Mascarenhas Valdez. O ano de 1891 foi o dia mais feliz da minha vida porque casei com Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres d’ Alvim com quem tive três belos filhos. Em tempos, fui militar da Marinha como aspirante na Real Escolta Naval. Em 1892, fui administrador colonial, mais tarde nomeado governador de Lourenço Marques e também Moçâmedes. Em 1912 decidi abandonar a Marinha e entrar no ramo de negócios de comissões e consignações, mas sem êxito. Um ano depois, recebi um convite para uma missão onde tinha de me deslocar a Macau e assumir o comando do cruzador Adamastor, até que no ano de 1915, em Julho, fui promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra e nomeado Comandante da Escola Prática de Artilharia Naval. Em Dezembro de 1917, após ocupar o cargo de director dos Serviços de Estado Maior Naval, fui designado para elaborar um plano de melhoramento da defesa do litoral português de ataques dos submarinos alemães. Em 1908, fui eleito deputado, e dediquei-me á reorganização das Forças Navais. Uns anos depois tomei posse como Secretário de Estado da Marinha, a 9 de Setembro de 1918. Assumi as funções de Presidente da República a 16 de Dezembro de 1918, após o assassinato de Sidónio Pais, na expectativa de acalmar a vida política de Portugal. No entanto, este país, Portugal, continuou a viver momentos dramáticos como a guerra civil durante a “ Monarquia do Norte”. Terminei o meu mandato presidencial em 5 de Outubro de 1919. Reformei-me em 30 de Setembro de 1932 e deixei este mundo no ano de 1934. Gonçalo Silva, 9ºA
António José de Almeida Eu, António José de Almeida, nasci no Vale da Pinha, Penacova, no dia 17 de Julho de 1886. Era ainda aluno de Medicina em Coimbra, quando publiquei no jornal académico Ultimatum um artigo que ficou famoso, intitulado “Bragança, o último” que foi considerado insultuoso para o rei D. Carlos. Defendido por Manuel de Arriaga, acabei condenado a três meses de prisão. Depois de terminar o curso, em 1895, fui para Angola e posteriormente estabeleci-me em São Tomé e Príncipe, onde exerci medicina até 1903. Regressando a Lisboa nesse ano, fui para França onde estagiei em várias clínicas, regressando no ano seguinte. Montei consultório, primeiro na Rua do Ouro, depois no Largo de Camões, entrando então na política activa. Fui candidato do Partido Republicano em 1905 e 1906, sendo eleito deputado nas segundas eleições realizadas neste ano, em Agosto. Em 1906, em plena Câmara dos Deputados, equilibrando-me em cima duma das carteiras, pedi aos soldados, chamados a expulsar os deputados republicanos do Parlamento, a proclamação imediata da República. No ano seguinte, aderi à Maçonaria. Os meus discursos inflamados, fizeram de mim um orador muito popular nos comícios republicanos. Fui preso por ocasião da tentativa revolucionária de Janeiro de 1908, dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, continuei a minha acção demolidora pela palavra e pela pena, sobretudo enquanto director do jornal Alma Nacional. Fui um político republicano português, fui o sexto Presidente da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923. Fui um dos mais populares dirigentes do Partido Republicano e desde muito novo manifestei ideias republicanas. Casei-me com Maria Joana Perdigão Queiroga de Almeida (Redondo, 9 de Março de 1885 - 27 de Junho de 1965), com quem tive uma filha (Maria Teresa). Maria Teresa teve três filhos: António José D'Almeida de Abreu, Maria Manuela D'Almeida de Abreu e Maria Teresa D'Almeida de Abreu.
Após ter sido substituído no cargo por Manuel Teixeira Gomes, em 5 de Outubro de 1923, continuei a colaborar no jornal República. Atacado de gota, passei os últimos anos numa cadeira de rodas, vindo a falecer em 31 de Outubro de 1929, não chegando a tomar posse do cargo de GrãoMestre da Maçonaria, para que tinha sido eleito. A minha obra reparte-se pelos manifestos, artigos, cartas, entrevistas e sobretudo pelos discursos. Improvisadores de génio, as minhas peças de oratória ficaram célebres, destacando-se os discursos proferidos nos funerais de Rafael Bordalo Pinheiro e de José Falcão, no Parlamento e durante a minha visita ao Brasil, que podem ser consultados na obra intitulada 40 Anos da Vida Literária e Política, Lisboa, J. Rodrigues e Companhia, 1934. Os meus amigos e admiradores levantaram-me uma estátua em Lisboa, de autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro coligiram os meus principais artigos e discursos em três volumes, intitulados Quarenta anos de vida literária e política, obra publicada em 1934.
Miguel Santos, 9ºA Miguel Costa, 9ºA
Manuel Teixeira Gomes Nasci em Vila Nova de Portimão, a 27 de Maio de 1862 e sou filho de José Líbano Gomes e Maria da Glória Teixeira Gomes. Nasci num meio burguês e rico, numa casa espaçosa e cheia de conforto, sol e flores. Fui educado pelos meus pais até entrar no colégio de São Luís Gonzaga, em Portimão. Quando tinha 10 anos, os meus pais mandaramme para um seminário de Coimbra. Depois, passei para a Universidade, onde frequentei Medicina mas, perdi-me na boémia de Lusa Atenas. Já com forte tendência para as artes, como por exemplo a literatura, pintura e escultura segui a literatura, mas não deixei de admirar as outras artes e, graças a isso, tornei-me amigo de grandes mestres, como Columbano. É neste período que comecei a colaborar com revistas e jornais, entre eles "O Primeiro de Janeiro" e "A Luta". O meu pai era produtor de figos secos e é nessa qualidade que viajei por países do Mediterrâneo e quase toda a Europa. O meu gosto pela arte e cultura literária fizeram-me travar conhecimentos com nomes importantes da cultura europeia. Aos 39 anos, apaixonei-me por uma bela jovem algarvia, chamada Belmira das Neves, de quem tive duas filhas, a Ana Rosa Teixeira Gomes e a Maria Manuela Teixeira Gomes. Como eu marquei mais a literatura do que a política, em 1899 publiquei o "Inventário de Junho", em 1904 o "Agosto Azul" e em 1909 o "Gente Singular". A minha vida política ao serviço da República começou em 1911 e prolongou-se até 1918, no espinhoso cargo de Ministro dos Estrangeiros em Londres. Como Presidente da República, ocupei o cargo entre 5 de Outubro de 1923 a 11 de Dezembro de 1925. Fui considerado uma excepção no panorama dos presidentes da 1ª República, porque todas as noites jogava às cartas com o meu secretário. Parti em 1941 e só em Maio de 1950 os meus restos mortais voltaram à pátria. As minhas filhas, Ana Rosa Teixeira Gomes e Maria Manuela Teixeira Gomes estiveram na cerimónia de "regresso".
Daniel Oliveira, 9ºB Tomás Pinho, 9ºB
BIBLIOGRAFIA
AMADO, José Carlos – História de Portugal, II vol. 3ªed, Lisboa: Verbo, 1983 Diciopédia 2009 - Porto: Porto Editora http://pt.wikipedia.org/wiki/Te%C3%B3filo_Braga http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Jos%C3%A9_de_Almeida http://www.leme.pt/biografias/portugal/presidentes/almeida.html http://www.vidaslusofonas.pt/antonio_jose_de_almeida.htm http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/ajalmeida.html
Escola EB 2,3 de Arrifana Ano lectivo 2009/2010