CARTAS (IM)PROVÁVEIS
Ano letivo 2010‐2011 | Agrupamento de Escolas de Arrifana
FICHA TÉCNICA
Título: Cartas (im)prováveis Autor: Alunos do Agrupamento de Escolas de Arrifana, Santa Maria da Feira Coordenação: Biblioteca Escolar Ilustrações: recolhidas no ClipArt; fotos de Ana Paula Oliveira Ano letivo: 2010-2011
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ÍNDICE Introdução Olá amigos Querido humano Querido amigo humano Amigos seres humanos Olá, amigos Olá, amigos Caro Homem Olá, Gonçalo Querido Gonçalo Olá, Gonçalo Querido Gonçalo Querido Gonçalo Querido Gonçalo Olá, Gonçalo Olá, peixe azul Olá, pombo Colombo Querido pombo Colombo Querido pombo Colombo Querido pombo Colombo Querido Duarte Minha querida Amália Minha querida Amália Querida Amália Querido filho Querida amiga Querida amiga
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INTRODUÇÃO O projeto “Viajar” foi apresentado ao Conselho Pedagógico pela BE, no início do ano letivo, com o objetivo de se trabalhar a leitura, a escrita e as artes de forma articulada, em todo o Agrupamento. Um dos trabalhos realizados neste âmbito é este e-livro, resultado das leituras dos alunos, individuais ou orientadas em sala de aula, que lhes permitiu viajar pelo mundo da fantasia e encontrarem-se com personagens (im)prováveis. A BE e a Direção do Agrupamento agradecem aos alunos que se empenharam com criatividade na redação dos textos e aos professores que os orientaram e motivaram: Anabela Ferreira, Ana Cristina Magalhães, Angelina Castanheira, Cristina Ferreira, Helena Violas, Lúcia Durães, Rogério Paiva.
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CARTAS (IM)PROVÁVEIS
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Textos redigidos segundo o novo acordo ortográfico.
Arrifana, 16 de fevereiro de 2011 Olá, amigos de todos os cantos do Planeta: Chamo-me Florguarda, sou uma palmeira, tenho nove anos e vivi numa grande e magnífica floresta tropical. Antes de vos pedir um grande favor, vou ter que vos contar uma história. A minha família viveu nesta floresta durante muitos séculos e, às vezes, a minha avó costumava contar-me histórias de como era a vida das árvores, há muito tempo atrás. Certo dia, estávamos os dois muito entretidos a conversar, quando ouvimos um barulho muito forte que fazia abanar todas as nossas folhas. Os pássaros que se alojavam nos nossos ramos voavam em direções que nem eles próprios conheciam, pois estavam muito assustados. Eram homens que estavam a cortar árvores, explicou-me a avó. Eu nunca tinha visto tal coisa! Eles tinham umas serras enormes que derrubavam todas as árvores que apareciam no seu caminho. Foi assim durante dias. Eu consegui escapar por ser pequenina, mas quando olhei à minha volta estava sozinha no meio de um vazio enorme. A floresta onde eu nasci tinha desaparecido juntamente com os meus pais, irmãos, avós e amigos. Fiquei destroçada… Naquele momento, vieram-me à memória todos os bons momentos que ali tinha passado. As brincadeiras com o avô, as histórias da avó, os jogos com os amigos… E, pela primeira vez, soube o que era a tristeza. Senti um enorme desgosto e um medo terrível de enfrentar o Mundo sozinha. Já nem os pássaros me faziam companhia! Foram-se embora para outros lugares onde tudo é verdejante e alegre, porque nesta floresta apenas estou eu, no meio de um enorme terreno castanho onde impera a tristeza. Eu nem queria pensar no que iria acontecer. Sentia-me tão só! Mas, não quis pensar de modo negativo.
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Olhei à minha volta e vi um pequeno ponto castanho que cada vez ia ficando maior; reparei que era um homem e comecei a tremer de medo. O homem explicou-me que estava do lado das árvores, que sabia da nossa importância e que estava ali para me proteger. Eu contei o que me tinha acontecido e também lhe disse que não achava correto cortarem-nos porque temos, tal como os humanos, direito de viver e de desfrutar a vida. Ainda para mais, nós somos fundamentais pois damos o oxigénio que proporciona a vida a todos os seres vivos. E não só: abrigo, alimento, matéria prima… Conversámos durante algum tempo e verificámos como as pessoas se esqueceram de valorizar a Natureza e tudo aquilo que ela lhes dá. Entretanto ele teve de partir, mas ficámos bons amigos e ele prometeu que me viria visitar sempre que pudesse. Agora, amigos, vou explicar-vos porque vos estou a escrever esta carta. Como já devem ter percebido, preciso muito da vossa ajuda para recuperar a linda e magnífica floresta que em tempos foi a minha casa. Peço-vos que se juntem e comecem a elaborar planos para a salvarem, porque sozinho não consigo. Quero lembrar-vos que ao fazerem isso também estarão a prevenir que algo semelhante aconteça noutras florestas por todo o Mundo e, também, estarão a proteger a vossa sobrevivência! As florestas são o habitat de muitas espécies animais e vegetais e, com a sua destruição, animais morrerão e plantas também. E depois quem vos dará o oxigénio de que vocês precisam? Ou os frutos para vocês comerem? Ou a matéria para os vossos móveis, papel, colas e resinas? E a beleza que vos fascina e acalma? Lembrem-se sempre disso antes de fazerem alguma coisa que nos prejudique. Conto com vocês para tornarem o Mundo melhor, um lugar onde toda a gente valorize a Natureza. Até à vista, Florguarda
Joel Pereira Ribeiro, EB1 Carvalhosa, 4ºano
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Arrifana, 21-02-2011 Querido humano:
Sou uma cerejeira que dou belas cerejas. Na primavera, as cerejas são muito fresquinhas e vermelhinhas, deliciam miúdos e graúdos. Dou muita madeira para as pessoas construírem casas, móveis, barcos e lenha para se aquecerem. As pessoas não deveriam arrancar árvores porque estragam a natureza e desrespeitam quem tanto lhes dá. Dou abrigo aos passarinhos e oxigénio aos seres vivos. Também dou sombra no verão para as pessoas fazerem piqueniques. Eu gosto quando os passarinhos fazem os ninhos nos meus ramos e quando as pessoas se sentam perto de mim para conversar ou ler um livro. Adoro o sítio onde estou plantada, porque posso ver um lindo lago rodeado de outras árvores. Também gosto quando as pessoas vêm comer as minhas cerejas e me regam. Não gosto do outono porque fico sem folhas por causa do vento, mas tudo isso faz parte da natureza. Os homens, às vezes, é que se portam mal e fazem muitas asneiras com a natureza. As pessoas não têm cuidado e atiram o lixo para o chão e poluem-na. As árvores são importantes para a vida na terra e para o seu equilíbrio. As árvores quando estão reunidas são o reino de maior porte vegetal. Eu gosto de ser como sou e quero viver mas, se os humanos nos arrancarem, não vamos conseguir sobreviver. Sou como sou, não me façam mal! Sou a cerejeira cheia de beleza, faço parte da natureza. Sou tua amiga querida e convido-te para vires provar o meu sabor. Eu tenho uma melhor amiga que se chama Bebiana, ela é a única que não corta árvores, nem polui a floresta. Vou contar-te uma história muito bonita:
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Era uma vez uma menina que todos os dias poluía a natureza. Todos os seus amigos lhe diziam para não poluir, mas ela não os ouvia. Um dia, eu mostrei-lhe a vida das árvores e ela percebeu que se poluísse a natureza estava a matar-se a ela própria. Então, deixou de poluir e hoje em dia ela é a minha melhor amiga e nós todos os dias brincamos, saltamos e corremos. Ela prometeu-me que jamais voltaria a poluir a natureza e nunca se esqueceria das nossas brincadeiras divertidas e engraçadas e que nunca, mas nunca, me iria magoar. Eu adoro a minha amiga! Até breve. Cerejeira
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Mariana Filipa Duarte, EB1 Carvalhosa, 4ºano
Arrifana, 22-02-2011 Querido amigo humano: Cuida de mim e eu cuido de ti! Dou-te oxigénio, não me mates… dou-te vida… dou-te amor… ajuda a floresta, carinho receberás e feliz ficarás. Limpa a floresta, ela é a tua vida, o teu respirar; a floresta tens de
preservar. Sou uma amiga bela e dou-te ar para poderes respirar, não me podes cortar, quando cortas árvores estás a matar-te a ti. Tu, Humano, tens abatido muitas árvores! Por sorte não me mataste a mim. É por isso que te estou a escrever esta carta, espero que percebas. Podes não acreditar que é uma árvore que te está a escrever, mas nós, árvores, fazemos tudo o que os humanos fazem e somos seres vivos, tal como vocês. Pedimos que ajudem a floresta, o ambiente, porque sem nós vocês não respiram; nós, as árvores, respiramos dióxido de carbono, mas os humanos respiram oxigénio, é esse oxigénio que vos damos e também por isso não nos podem matar. Agora vou falar um pouco de mim: sou limpinha e asseada, tenho ramos castanhos, folhas verdinhas que ficam amarelinhas quando vem o outono. Eu não gosto de sujidade, não gosto de sofrer, quero viver e aprender. Ficas a saber que não quero morrer!!! Sou uma palmeira cheia de cocos e de amigas que não são palmeiras, mas dão frutos. Eu gosto muito delas e não as ponho de lado nem as magoo, como alguns de vocês nos fazem. Se não gostam que vos façam mal, não façam mal aos outros e não estou apenas a falar de nós, também não devem matar os animais. Eu tenho de viver e tu tens de me proteger! Também te dou alimento como os cocos no meu caso, mas as outras árvores dão maçãs, peras, laranjas… A minha melhor amiga é humana, chama-se Diana; não polui a floresta e protege as árvores, não as corta… Um dia destes podíamos marcar uma visita ao jardim. Aí, terás umas pequenas aulas e vais ficar a perceber melhor a nossa vida. O professor arbusto vai-nos falar da vida das árvores e dizer que não se deve atirar
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cigarros para os matos, nem sujar a floresta… não custa nada ajudar as vossas amigas. Não nos podem cortar porque nos nossos ramos os pássaros fazem os ninhos e quando vocês nos matam também estão a destruir a casa dos pássaros. Nós, árvores, somos muito poderosas mas não resistimos aos maus tratos provocados pelos humanos que nos matam. Não te esqueças de nós!!! Beijinhos da tua amiga árvore
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Bebiana Almeida, EB1 Carvalhosa, 4ºano
Arrifana, 20-02-2011
Amigos seres humanos:
Eu sou uma árvore e estou aqui para vos dizer que tendes de proteger as florestas porque lá há árvores iguais a mim e outras diferentes de mim. Nós damos tanto e vocês nada valorizam. Dou-vos o oxigénio para sobreviverem, frutos para comerem, abrigo, matéria para tanto fazerem, lenha para se aquecerem, beleza para verem e viverem neste Mundo mágico. Podeis em mim brincar mas fazeis-me chorar com a vossa poluição, cegueira e ingratidão. Tendes de parar, tendes de me respeitar. Quero sentir alegria e fantasia; não a tristeza nem choros. Eu tenho um irmão mais novo, é um arbusto. Eu tenho doze anos de idade e o meu irmão tem seis anos. Embora enraizados na terra, costumamos passear no parque. Também nós viajamos na imaginação, abrimos os nossos ramos ao vento e ele levanos nas suas asas. Quando lá chegamos sentimo-nos alegres ou tristes: se está tudo limpo, sentimos orgulho e alegria; se está tudo sujo, sentimos uma profunda tristeza e desarmonia. No meu tronco escrevi: “Proibido poluir o meu ser”. Até escrevi uma música para no vosso ouvido ficar. Escrevi-a com as penas coloridas do meu amigo e residente pássaro com tinta feita de lágrimas e esperança: 1, 2, 3 Toca a ajudar O planeta a salvar 4, 5, 6 Venham lá daí Não sejam malandros A Natureza sorri 7, 8, 9 Vejam lá Se isto vos custa Trá…lá…lá…lá…lá… 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, 0 Cantem
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Saltem comigo Mundo como este não há nenhum. A canção é gira não é? O meu irmão ajudou-me a escrevê-la, ele é muito criativo. Juntem-se a nós, vamos todos celebrar a beleza que é o nosso Mundo; vamos reconhecer e agradecer a sua importância. Pensa, amigo, que tu sem nós não consegues existir, estás na lista da extinção que tu próprio crias, é estranho e até absurdo, mas assim é. Queres que assim seja? Eu posso existir sem ti, nada me dás, és um filho da Natureza, não te esqueças, e os filhos sentem e demonstram pela sua mãe e irmãos respeito e sobretudo Amor! Ouves esta mensagem em muitos momentos e em muitos espaços, escreves isto nos testes, dizes em voz alta, criticas quando alguém atira lixo para o chão ou não recicla materiais, entre outras atitudes, mas não praticas o que deves!.. Porquê? O que se passa contigo? Como te consegues desresponsabilizar e cegar a ti próprio? Olha, amigo, eu não percebo e desisti de te perceber! Esta é a minha mensagem para ti, a de te lembrar que atingiste o limite da saturação. A partir de agora, tudo leva um novo rumo: o da preservação e continuidade, ou o da extinção da biodiversidade! Eu, certamente, cá continuarei, renovar-me-ei com a mãe Natureza, a minha adorada mãe. Não te esqueças, irmão humano, que mesmo que não queiras ver, a responsabilidade é tua! Adeus e um grande beijo do teu amigo Cedro
Bruno Miguel Santos, EB1 Carvalhosa, 4ºano
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Olá, amigos!
Arrifana, 25-02-11
Eu sou uma árvore e chamo-me Vitória. Vivo numa floresta e tenho muitos amigos: esquilos, borboletas, passarinhos… Aqui, somos muito felizes! Eu sou uma árvore muito grande e nos meus ramos nascem bonitas flores. Certo dia, vieram pessoas más viver para cá. Trouxeram com elas máquinas enormes que começaram a cortar-nos a todas. Então, a floresta em vez de ficar saudável e bonita ficou horrorosa: as nossas folhas caíram ao chão, tombámos sobre a terra, os meus ramos choraram e morreram de tanta tristeza! Questionámo-nos: como foi possível tal maldade? Porquê? O que é que nós vos fizemos para sermos assim tratadas? Foi por causa do oxigénio que vos demos? Ou da matéria-prima para os vossos móveis, casas, abrigos? Ou será pela beleza das nossas flores? Não gostais do sabor dos nossos frutos? Nem das fragrâncias que exalamos? Ficámos com medo do mal que nos estava a acontecer! Então, fizemos uma reunião de emergência. Resolvemos chamar todos os animais da floresta, todas as flores e todas as árvores. Após muita discussão, reflexão e tentativa de perceber o porquê dessa vossa atitude, traçámos um plano. O plano é este: Quando alguém chegar cá com má intenção, chamaremos os elementos da Natureza: Sol, Água, Fogo, Ar e eles unir-se-ão para nos defenderem, assustando todos os que aqui estiverem com maldade e egoísmo, através de trovoadas, ventos, dilúvios. Nós estamos protegidas porque o nosso coração é bondade. As árvores são a alegria com um coração que é um poema à paixão. Ou melhor, ao amor por todos os seres vivos. As árvores são amigas. As árvores são fonte de vida! As árvores são paz e amor. E eu sou parte de uma linda floresta! Adeus, amigos, pensem nisto. Da tua, Vitória Vitória Toscano, EB1 Carvalhosa, 4ºano
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Arrifana, 17 de fevereiro de 2011
Olá, amigos:
Nos meus sonhos, sou uma árvore e habito na Serra da Estrela, num sítio alto onde as pessoas me podem apreciar. As crianças trepam-me até ao cimo, os passarinhos constroem ninhos nos meus compridos troncos, os coelhos andam à minha volta e fazem tocas debaixo das minhas raízes. Os adultos e as crianças regalam-se debaixo da minha sombra. Se eu fosse, realmente, uma árvore, teria nascido na estação mais bonita, na primavera, quando nascem as flores. Eu queria ser uma árvore alta e bonita e nessa estação teria muitas folhas e flores. As pessoas regar-me-iam todos os dias, e os meus ramos cresceriam muito. No verão teria muitos frutos bons e maduros. No outono, as minhas folhas cairiam e eu ficaria despida. Eu veria tudo lá de cima e gostaria muito de ver o mundo limpo e lindo. É importante proteger a floresta para o nosso planeta não ficar poluído e cheio de lixo. As zonas sem florestas são desertas. Se não fossem as árvores a produzir todos os dias o oxigénio não haveria vida na Terra. O oxigénio que respiramos é necessário para vivermos e são as árvores que o produzem. Devemos proteger todos os dias a floresta porque sem ela não vivemos. Quando é inverno precisamos da lenha e é à floresta que a vamos buscar. Se eu fosse uma árvore daria muitas folhas, flores e frutos; as folhas dariam sombras, as flores perfumariam a terra e os frutos seriam doces e macios como a relva. As minhas raízes seriam fortes para eu ficar bem presa e alimentar-me bem. As borboletas voariam por cima de mim. Eu gostaria que as pessoas se sentassem perto de mim a conversar ou a ler um livro. Gostaria, também, que os meninos subissem pelo meu tronco e brincassem nos meus ramos. Poderiam construir casinhas de madeira para brincarem e lancharem.
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Gostaria de estar rodeada por outras árvores e que os animais brincassem, passeassem e dormissem nos meus ramos. Se eu fosse uma árvore não gostaria que os lenhadores cortassem os meus ramos ou o meu tronco para fazerem camas, mesas ou armários. Até à próxima.
Tânia, a menina que queria ser árvore
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Tânia Raquel Santos Silva, EB1 Carvalhosa, 4ºano
Califórnia, 20 de fevereiro de 2011 Caro Homem: Antes de mais, deixa-me apresentar-me. Tenho mais de dois mil anos, e cerca de 100 metros, 1487 metros cúbicos e 11 metros de diâmetro na minha base. Chamo-me sequoiadendron giganteum, mas tratam-me por Sequóia-Gigante, porque sou das maiores árvores do Mundo. Eu vivo no Sequoia National Park que fica na Serra Nevada, Califórnia. Tratam-me muito bem aqui! Todos os dias tenho muitas pessoas que me visitam e me tiram fotografias. Eu até gosto! Também costumam vir cá muitos biólogos e pessoas ligadas à Natureza para me estudarem. Ouço-as perguntarem-se como é possível um ser vivo viver tanto tempo… Eu também não sei, mas tenho uma pequena ideia que vou partilhar contigo. Mas, antes de mais… Sabias que a árvore mais velha do mundo tem mais de nove mil anos? E que existiu um eucalipto com mais de 150 metros? E que houve uma árvore no Japão que resistiu ao bombardeamento atómico de Hiroshima? A Natureza é mesmo fantástica! Bem, já deves ter reparado que sou muito faladora!… Na verdade, também adoro cantar e os meus amigos pássaros dizem que até canto muito bem! Mas, deves estar a interrogar-te do porquê de eu te estar a escrever. É simples. Eu estou, ou melhor, nós, elementos da Natureza, decidimos escrever-te porque estamos a ficar fartos das tuas irresponsabilidades, caro Humano. Já reparaste no que andas a fazer?.. Os humanos sabem que não podem deitar lixo para o chão, que não devem fazer fogueiras nas matas, que deveriam usar menos o carro e andar mais a pé ou de bicicleta, entre outras boas acções para o Planeta, mas esquecem-se de as praticar! Certamente que já ouviste falar de desflorestação, do efeito de estufa, de extinção de espécies, de catástrofes climatéricas… são muitos os resultados das tuas ações irresponsáveis…
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Há dias, o meu amigo Daminus disse-me que tinha havido um derramamento de petróleo no Oceano e que muitos amigos e seus familiares tinham morrido, e isso deixou-me triste! Eu até compreendo que os humanos achem que não têm culpa e que não querem nada de mau, mas o problema é que esta não é a solução para o que se está a passar. Não te esqueças da nossa importância, que é por nossa causa que tu sobrevives, somos nós quem te fornecemos o oxigénio que respiras, que te damos alimento, madeira, matéria-prima para a tua comodidade e sobrevivência… Sabias que é necessário abater árvores para produzir resmas de papel? E quantas resmas são gastas todos os dias no mundo? Muitas, mesmo muitas… São milhões de árvores abatidas por ano, e a Natureza não consegue repor o stock, não terá tempo de “produzir” tantas árvores em tão pouco tempo. O Homem tem “andado” mais depressa do que o próprio planeta e, a continuar assim, extingue-se tal como está a fazer a tudo! Tende juízo, humanos! Eu já cá ando há muito tempo, por isso sei o que digo! Cuidai do vosso Planeta! Ficaria mais dos mil anos a falar contigo, mas outras obrigações me esperam. A Mãe Natureza, e tu, precisam de mim! Despeço-me com dois mil sopros de amor, paz e harmonia e desejo que possamos todos viver em equilíbrio! Com carinho, Sequóia-Gigante
P.S. Antes de me ir embora, queria contar-te que escrevi uma música para ti, para que te lembres sempre de mim! Escrevi-a com penas do meu amigo e residente pássaro e com tinta feita de lágrimas e esperança. No meu tronco escrevi: “Proibido poluir o meu Ser!”
Tânia Santos, EB1 da Carvalhosa, 4ºano
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Romariz, 16 de março de 2011 Olá, Gonçalo:
Quando li, pela primeira vez, o livro A Nascente de Tinta fiquei fascinada! Todas aquelas aventuras, a coragem que tiveste para enfrentar todos os obstáculos!... Foi incrível! Além disso, acho-te muito engraçado! Sei que gostas muito da chuva e de a ouvir cair! Eu também gosto de ouvir a chuva cair quando estou deitada na minha cama, quentinha, com os lençóis a cobrirem-me. Mas, voltando a ti, o que é que tu gostas mais de fazer (para além de ouvir a chuva cair)? Sabes, gostava de perceber se tudo isto foi um sonho ou realidade. Na tua casa apareceu mesmo o saco com as pérolas? Quer dizer, foi realidade, certo? Ou houve também uma parte de sonho? Eu não sei, mas tenho curiosidade em saber... Escrevo-te esta carta precisamente para te fazer estas perguntas e para tentar saber um pouco mais sobre ti e sobre a tua aventura em busca da Nascente de Tinta. Agora, falando um pouco do teu “criador”, Pedro Seromenho. Ele é um escritor bastante imaginativo! Li este livro, onde tu és a personagem principal e ele fez-me sonhar, ficar nas nuvens, num sítio onde ninguém me pode acordar. Também gostei bastante das ilustrações que ele fez. É um grande artista! Tem mesmo jeito para isto! Fico a aguardar, ansiosamente, a tua resposta! Um grande xi-coração desta tua fã, Laura P.S.: Ah! É verdade! Quase me ia esquecendo!!! Hoje, eu e quatro colegas da minha turma ganhámos o concurso de leitura sobre o livro A Nascente de Tinta! Espero que fiques contente!
Laura Borges, 6ºA
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Escapães, 20 de março de 2011 Querido Gonçalo:
Sou a Mariana Rocha. Tenho doze anos e sou de Escapães. Ando no 6ºano da escola de Arrifana. Adorei a tua aventura vivida em A Nascente de Tinta! É muito engraçada e cheia de magia e fantasia. Para quem tem cinco anos, acho que tens muita imaginação! E há poucos meninos que adoram a chuva como tu… Eu prefiro o sol! Também gostaria de ter uma estrela-do-mar. Acho que são muito bonitas! Adorava conhecer a tua amiga, a Formiga Torrão. Parece-me que ela é muito divertida! Gostei de todas as tuas viagens: ao Reino das Letras, ao Reino das Mãos Falantes, à Colina dos Desejos e ao Deserto das Ideias… Foram passeios cheios de aventuras! Ainda tens que me dizer onde é que o teu avô foi buscar o búzio mágico. Também quero entrar nesse mundo de magia! A tua história fez-me sonhar! Parece que tens uns avós espetaculares! E sei que tu gostas muito deles, como eu gosto muito dos meus! Ah! Não me podia esquecer que o livro A Nascente de Tinta foi escolhido para o concurso de leitura em que eu participei e a minha turma ganhou! Sei muitas coisas sobre a tua primeira aventura! Do que eu mais gostei foi o que se passou no Reino das Colheres… Também não me posso esquecer da pessoa que te “ criou “, o escritor Pedro Seromenho Rocha. Foi uma grande ideia dele! Apercebi-me de uma coisa: parece que o Pedro gosta muito da palavra “ápice“, utiliza-a muitas vezes. E ouvi dizer que ele é muito simpático e divertido! Depois de A Nascente de Tinta e de O Reino do Silêncio (que ainda não li, mas vou ler), espero que ele escreva a tua terceira aventura! Bem, acho que vou ficar por aqui. Mas, já sabes: continua com essas aventuras! Fico à espera da tua resposta! Beijinhos e abraços da tua nova amiga, Mariana Mariana Rocha, 6ºA
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Romariz, 14 de março de 2011 Olá Gonçalo: Somos alunas do 6ºA, da escola EB 2/3 de Arrifana. Acabámos de ler o livro “A Nascente de Tinta”. Foi a partir dele que te conhecemos. Foi muito engraçado. Foi mesmo super divertido. São livros como este que nos fazem sonhar e gostar cada vez mais de ler. Nós gostámos imenso da tua personagem, porque as tuas aventuras são muito divertidas. Tu, como personagem principal, estiveste fantástico. As tuas aventuras foram muito emocionantes: o encontro com a formiga Torrão, as letras, o reino das colheres… Emocionámo-nos em cada uma das tuas aventuras, cada uma delas foi um novo desafio para ti e tu soubeste enfrentar tudo com muita determinação e coragem, apesar dos teus cinco anos. A nossa parte preferida foi a aventura com a formiga Torrão, quando teve que fugir da serpente. Também gostamos do momento em que tu encontraste a montanha de baunilha, que era branca e fria como a neve. O grande criador deste livro é o nosso amigo Pedro Seromenho, que tem muita imaginação e que vamos ter o prazer de conhecer na próxima semana. As expectativas são altas! Adorámos este livro e, por isso, aconselhámos todos a lerem-no. ”A Nascente de Tinta” fez renascer, em nós, o gosto pelas aventuras, pelo fantástico e pelo suspense. Valeu bem a pena! Um beijo das tuas amigas Márcia e Eugénia
Márcia Rebelo, 6ºA Eugénia Costa, 6ºA
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Arrifana, 13 de fevereiro de 2011 Querido Gonçalo:
Estive a ler o livro A Nascente de Tinta, é o livro onde tu és a personagem principal. És um menino aventureiro, gostas de andar à chuva, não tens medo de nada, és um menino cheio de coragem. Tu não tens medo de alguns peixes que eu acho muito perigosos e, se calhar, para ti não são perigosos, são teus amigos: o tubarão branco, a orca, o peixe-leão e o peixe-lanterna. São assustadores mas, aí, são teus amigos e não te matam! Gosto dessa tua coragem porque não
há muitos meninos como tu. Gosto da tua curiosidade em relação à Nascente de Tinta, por ela ter secado. Eu gostaria que um dia nos encontrássemos em qualquer lugar. Adeus, até breve!!!
Ilídia
PS: Podemo-nos encontrar quando menos esperarmos, na rua ou até no shopping, não se sabe!...
Ilídia Neto, 6ºB
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Arrifana, 14 de março de 2011 Querido Gonçalo: Eu gostei imenso do teu livro, fascinaste-me. De facto, eu amei o livro e penso não ser a única.
Mas
fiquei
um
pouco
surpreendida pois, com apenas cinco anos, já te envolveste numa aventura tão radical como esta! Se fosse eu, teria muito medo por ser muito pequena. Acho que és um menino muito querido e engraçado e gostei imenso da parte em que decidiste não ser indiferente aos problemas das pessoas pois, como deves saber, nem todas as pessoas dão valor a isso, mas eu dou! Eu até podia ficar com medo mas se pudesse passar por essa aventura tão fascinante pela qual tu passaste fá-lo-ia porque fez-me ver que até os mais pequenos conseguem perceber que não devemos virar as costas a quem mais necessita. Um abraço da tua amiga, Isabel
Isabel Assunção, 6ºC
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Arrifana, 14 de março de 2011 Querido Gonçalo: Eu sou a Bruna Patrícia e estou a escreverte pois adorei a tua aventura no livro A Nascente de Tinta e também para te dizer que o livro em que tu entras vai ser objeto de um concurso de leitura. Achei bem tu teres entrado no livro, pois o Pedro Seromenho, o teu criador, teve muito bom gosto em te escolher para personagem principal dos livros dele. Mas, para ser sincera, ainda só li A Nascente de Tinta mas tenho a certeza de que o livro O reino do Silêncio também é muito divertido e interessante. Quero fazer-te umas perguntas, pode ser? Então aqui vai! Em que dia fazes anos? Onde moras e com quem moras? Para mim não é nada de importante mas... tu sabes que são umas curiosidades minhas, pois não há essa informação no livro. Assim, poderei visitar-te e dar-te um presente, mas quero dar-to pessoalmente. Para mim, é uma honra estar a escrever-te esta carta. Na minha opinião tu és um exemplo, para mim e para as outras pessoas, por teres vivido tais aventuras e, no final, ainda te lembraste dos teus avós. Quero fazer-te mais umas perguntinhas, se for possível clarol Será que tudo não terá passado de um sonho e as pérolas não teriam sido um presente que te deram? Tu deste as pérolas aos teus avós? As pérolas eram verdadeiras ou eram de brincar? Não te esqueças de responder às minhas perguntas. Um beijo da tua amiga, Bruna Patrícia
Bruna Patrícia, 6ºA
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Arrifana, 2 de março de 2011 Olá, Gonçalo: Sou o Frederico, tenho doze anos e sou de Arrifana. Eu li o livro A Nascente de Tinta, nas aulas, e também li em casa, e, como é óbvio, adoro o livro como a maioria das pessoas. Eu adoro a tua personagem tal como adoro a forma de escrever do teu
autor. As três partes do livro de que eu mais gostei são: • Aquela parte em que queimaste a ponta do nariz na cratera do vulcão; • Também gostei muito quando tu espirraste e as colheres pensaram que tu as estavas a atacar e, para se defenderem, atiraram-te azeitonas; • E, por último, quando tu estavas com muito sono, a andar no cavalo, e o sono te pegou pelas jardineiras e te levou. Eu adorava saber se tu realmente foste, ou não, ao meio do mar e se isto tudo não passou de um sonho. Mas, como tu acordaste com as pérolas ao teu lado, no teu quarto, não sei, mas gostava de saber, mas fica o mistério, e assim o livro até fica mais giro. Tu és uma das minhas personagens favoritas, tal como o teu autor é um dos meus autores favoritos, pois eu adoro a forma como ele escreve. Eu adorei este livro e adoro a tua personagem que é divertida e distraída. Um abraço do teu amigo,
Frederico
Frederico Silva, 6ºA
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Arrifana, 12 de fevereiro de 2011 Olá, Peixe Azul: Gostava de te conhecer, que me ensinasses a voar por cima dos oceanos, mares, rios, florestas com vários tons de verde, desertos amarelo torrado, ilhas desertas, praias paradisíacas; por cima da paz e da guerra, da solidão e da multidão; por cima de montanhas, montes e serras gigantes, por cima de nuvens brancas que são suaves e leves, de nuvens escuras que são pesadas e representam a tristeza. Alguém já te perguntou se podia voar contigo? Já mais alguém te viu? Eu queria ver-te, queria levar-te para a minha escola para conheceres os meus professores e professoras, para te apresentar aos meus colegas, para aprenderes algumas coisas comigo. Gostava que vivesses comigo para podermos conversar ou falar sempre sobre o que nos apetecesse, para brincarmos a qualquer coisa, a qualquer momento e em qualquer lugar. Espero que leias esta carta que te envio com muita dedicação. Adeus! Esmeralda
Esmeralda Dias, 5ºC
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Arrifana, 5 de março de 2011 Olá, pombo Colombo: Quando foste despedido certamente ficaste muito infeliz, não? Não te preocupes, agora tens mais tempo para contares as tuas histórias. Gostaria que viesses visitar-me pois eu também tenho muitas histórias para te contar! Queria ter asas e poder voar contigo. As tuas aventuras fazem-me sonhar. Quando fizer anos, a minha prenda preferida seria poder ver-te e estar contigo. Mas, também queria ver a Pombalina, a Colombina, o Pombástico… Trá-los todos contigo e vamos fazer uma festa! Estas quadras são para ti: 26
Tu voas, tu vês o mundo! És fantástico, um vagabundo Que vive aventuras num segundo. Contigo mergulho num sonho profundo. Eu só tenho a minha janela E apenas vejo o sol a brilhar, Os miúdos a brincar, Os pássaros a cantar. Resta-me despedir, sabendo que tenho o teu livro para ler. Beijinhos, Débora Débora Alves, 5ºC
Arrifana, 15 de maio de 2011 Querido Pombo Colombo: Eu já li o livro onde tu contas
que
foste
a
Paris,
à
América e a outros lugares do mundo o que me cativou porque é de aventuras que eu gosto. Gostaria
que
viesses
à
minha janela com os teus amigos e me contasses ao vivo as tuas aventuras, como fizeste na praça Marquês de 27
Pombal. Pelo que vi, és aventureiro e, como pombo-correio real, muitas histórias tens para contar. Continua assim e eu vou continuar a ler as tuas aventuras. Aguardo a tua vinda,
Marcelo
Marcelo Santos, 5ºC
Arrifana, 14 de fevereiro de 2011 Querido pombo Colombo: Eu li o teu livro e sei que agora tu trabalhas na era das novas
tecnologias,
que
o
primeiro-ministro te despediu e que já não vais poder ser pombocorreio. Mas, meu querido pombo Colombo, nunca desistas do que gostas de fazer. Um dia, o rei há-de despedir o primeiro-ministro por te ter despedido. O reino vai ficar sem dinheiro para pagar as contas e não vai haver tecnologia para ninguém. Haverás de viver, outra vez, o sonho que sempre tiveste depois de seres despedido. Lembra-te que “quem espera sempre alcança”. Ou seja, como esperas pacientemente, tu vais alcançar tudo o que desejas. Despeço-me com muito carinho,
Ana Catarina
Ana Catarina A. Costa, 5ºD
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Arrifana, 25 de março de 2011
Querido Pombo Colombo:
Tenho muito orgulho de ter lido um dos teus livros. Adorei-os e quero ler mais aventuras tuas! Já agora, aproveita a companhia da Pombalina. A ti dedico este poema:
Pombo Colombo, asa veloz, És um grande amigo, Contigo posso imaginar. Por favor, visita-nos, a todos nós. Eu não resisto, tenho de te dizer: És o melhor pombo Muito viajado, sortudo! E contigo irei aprender. Posso voar contigo? Posso ser teu amigo? Obrigada por tudo, És um grande pombo Vamos dar a volta ao mundo Até chegar a Maluka.
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João
P.S: Manda beijinhos meus aos teus amigos.
João Xavier Santos, 5ºC
Porto, 7 de abril de 1845 Querido Duarte: Espero que esteja tudo bem contigo. As saudades que sinto por ti sufocam-me, roubamme o ar que respiro. Escrevo-te esta carta, para expressar a dimensão dos meus sentimentos por ti. Quando os meus olhos te avistaram pela primeira vez, o meu coração palpitou, seguro que, naquele momento, o amor existia. Mesmo sendo longa a distância que nos separa, o meu coração insiste em aumentar o amor por ti. Meu adorado Duarte, os dias parecem anos, as horas parecem meses, cada minuto parece uma eternidade na ansiedade de chegar o momento do nosso lindo casamento. O amor que sinto por ti consegue ser o dobro dos grãos de areia de todas as praias do mundo, o dobro das gotas de água existentes nos oceanos. Sem ti, Duarte, a minha vida não faria sentido. Após o nosso casamento, estarei contigo toda a minha vida e prometo amar-te eternamente, mesmo que a morte ou qualquer outro obstáculo nos possa separar. Quero que saibas que és o brilho do meu dia, a luz da minha noite e o sentido da minha existência. E não te esqueças: ser-te-ei fiel até ao dia da minha morte. Não há nada na vida que me tire esse desejo de te querer para mim e espero-te de braços abertos. Sem mais, aguardo a tua resposta, meu querido Duarte. Amar-te-ei eternamente! Para sempre da tua adorada e amada, Amália
Ana Raquel Silva Santos, 8º C
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Lisboa, 14 de fevereiro de 1882 Minha querida Amália: Desde a última vez que olhei os teus olhos, desde o último dia em que te segurei nos meus braços, nada passa pela minha mente senão tu. Sinto tão profunda saudade dos teus olhos, os quais fazem parecer que as estrelas não brilham, e dos teus cabelos que caem gentilmente nos teus ombros qual pena a flutuar ao sabor da brisa. Tu és a única mulher para mim e não há mais ninguém no mundo. Tu és a minha única deusa, paixão, dor ardente. O meu amor por ti ultrapassa todas as fronteiras, desafios e barreiras. O meu mundo sem ti não faz sentido. És o oxigénio que eu respiro, a força que faz o meu coração bater. E prometo que, um dia, te irei buscar e passaremos o resto das nossas vidas, um ao lado do outro, a viajar pelos sítios mais belos do universo e o nosso amor vencerá, permanecerá, ultrapassará até a morte e, com o meu último suspiro, eu irei dizer o teu nome… Amália. Amo-te mais do que qualquer coisa neste mundo. Saudades do teu príncipe encantado, Duarte
Diana Oliveira, 8ºA
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Lisboa, 17 de abril de 1845 Minha querida Amália: É
já
amanhã
que
nos
vamos
encontrar. Que gosto que eu tenho de tornar
a
vê-la!
Estarei
a
aguardar
ansiosamente a chegada do vapor que vem do Porto. Sem si, não consigo viver. Sinto-me só nesta grande cidade. Aguardo com ansiedade a sua chegada e, após a bênção do seu querido pai, a realização do nosso casamento. Prometo-lhe que hei-de ser o modelo dos maridos: leal, sincero, verdadeiro, para todo o sempre. Espero com ânsia o dia em que a tenha, de novo, nos meus braços. Beijo-lhe as mãos delicadas. Aquele que a ama apaixonadamente, Duarte
Rafael Lopes, 8ºD
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Lisboa, 12 de março de 1847 Querida Amália: Escrevo-lhe esta carta naquele que está a ser o pior dia da minha vida, para lhe demonstrar a grandiosidade das minhas saudades. Tudo o que eu queria neste momento era estar consigo, aqui, em minha casa, como um casal que prometeu o amor eterno, mas não é isto que eu tenho. Por causa do meu maldito vício de mentir, o nosso casamento é, agora, apenas um desejo que não se realizará e tudo isto por culpa minha. Estou deveras arrependido por ter feito a maior asneira da minha vida. O meu comportamento foi imprudente e indelicado, mas ao mesmo tempo inocente e inconsciente. Desde que voltou para o Porto, nunca mais saiu do meu pensamento. Desde aí, a minha mente ficou submersa numa profunda tristeza. Desde aí, a minha casa mudou. Ficou mais vazia, profundamente adormecida e monótona. Sinto um vazio à minha volta e tudo o que tenho, agora, são apenas boas memórias. Tente convencer, uma última vez, Brás Ferreira, seu pai, a dar a sua bênção para o nosso casamento, pois sem isso eu nunca mais serei alguém. Beijos do seu amado Duarte
Álvaro Gil Moreira Ramalho, 8ºA
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Vig, 14 de maio de 1875 Querido filho: Espero que esta carta te encontre de boa saúde. Hans, o teu pai diz que não te quer ver mais, apesar de eu saber que não é verdade. Sabes bem o quanto vocês são parecidos, teimosos e orgulhosos mas, no fundo, amam-se muito! Eu sei que ele deseja muito tornar a ter-te aqui ao nosso lado em todos os momentos, como nos velhos tempos. Ele ama-te assim como eu te amo e ambos temos muito orgulho em ti por teres tido a coragem de sair da tua casa para tentar seguir os teus sonhos. Como está a tua vida? O que tens feito? Onde estás? São tantas as coisas que tenho para te perguntar e contar que seriam precisos anos para isso. Tenho tantas saudades tuas, meu filho! O meu coração aperta todos os dias quando acordo e quando me deito por não saber onde estás, se estás bem e se és feliz… Volta para junto de nós, Hans! Por aqui algumas coisas mudaram. Nasceram novos primos teus, mas também morrerem alguns tios… Eu e o teu pai estamos mais velhos e cada vez mais necessitados da tua ajuda e do teu apoio. Despeço-me, agora, com um grande beijo repleto de saudade e carinho. A tua mãe, Maria
P.S.: Por favor, filho, volta!
Ricardo Freitas, 8ºA
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Arrifana, 7 de maio de 2019 Querida amiga: Na tarde de um de maio de 2019 viajei no Expresso do Tempo. No início da louca viagem, entraram no comboio três
assaltantes
mascarados
que
obrigaram
o
maquinista a fazer um desvio. Andámos tão depressa que parámos, de emergência, em 1908, o ano em que assassinaram o rei D. Carlos. Com três armas apontadas à cabeça, Marco, o maquinista, conduziu o Expresso do Tempo até ao século XVI, por ser um século onde riquezas não faltavam, a única coisa que interessava aos bandidos. Os assaltantes foram enganados pois uma professora de História preparou uma armadilha para os aprisionar naquele século, onde ficaram, depois de partirmos. A viagem prosseguiu e eu comecei a sentir as dores do parto e pedi ao maquinista que me levasse a uma maternidade. Contudo, naquela época, não existiam essas instituições. Como eu já não aguentava mais as dores, a minha menina nasceu mesmo ali, com a ajuda de um dentista. Às dezasseis horas do dia um de maio de 2019, dei à luz a minha Matilde. Foi um dia inesquecível! Um grande abraço da tua amiga, Soraia
Soraia Duarte, 7ºD
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Lisboa, 15 de maio de 2019 Querida amiga: Olá! Como estás? Espero que estejas bem e muito feliz. Escrevo-te esta carta para partilhar contigo um dos acontecimentos mais felizes da minha vida, o nascimento da Maria. Apesar de tudo ter corrido bem, nem imaginas como tudo aconteceu! Por carta não te posso contar todos os pormenores, mas o que te vou contar basta para compreenderes como foi
extraordinário. Já quase no final da gravidez, viajei no Expresso do Tempo. Tudo corria bem até ao momento em que três assaltantes entraram no comboio e obrigaram o maquinista a fazer paragens imprevistas, pois queriam assaltar os portugueses do passado, uma vez que os do presente são uns pelintras. Fiquei tão assustada e nervosa que comecei a sentir muitas dores. Viajámos, então, até ao século XVI, a época áurea dos portugueses. Graças ao plano armadilhado por uma professora de História, os ladrões não conseguiram assaltar o passado e ficaram presos nesse século. Com toda aquela confusão, as minhas dores tornavam-se cada vez mais fortes. De seguida, o Expresso do Tempo viajou até ao século XII. Foi nessa altura que entrei em trabalho de parto e a Maria nasceu no comboio, em plena viagem, e assistida por um dentista. Inacreditável, não é? A minha filhota nasceu em 1198! Tem mais oitocentos anos do que eu! Quando vieres a Lisboa, avisa-me. Já não estamos juntas há muito tempo e tenho saudades tuas. Não gostavas de viajar no Expresso do Tempo? Viajar naquele comboio é uma experiência fantástica! Sem ladrões, claro! Despeço-me, enviando-te um beijinho. Ju Texto coletivo do 7ºA com a coordenação da profª Angelina Castanheira
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