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EDITORIAL

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Carlos Amoedo: pág. 50

Esta revista é uma publi­ca­ção da 4 Capas Editora e Fortuna – Gestora em Comunicação de Luxo, dis­tri­buí­da via correio exclu­si­va­men­te aos moradores da Vila Nova Conceição. VENDA PROIBIDA

CONSELHO EDITORIAL Denilson Milan, Doron Menache Sadka, Georges Schnyder e Mariella Lazaretti

Diretor Executivo – Georges Schnyder georges@4capas.com.br Diretora Editorial – Mariella Lazaretti mariella@4capas.com.br Direção de Arte – Nina Franco ninafranco@4capas.com.br Colaboraram nesta edi­ção: Alexandra Forbes, Ana Paula Kuntz, Carlos Amoedo, Karin Dauch, Luisa Cella, Marina Monaco, Pedro Nogueira e Rosane Aubin (texto); Ricardo D’Angelo, Sérgio Coimbra e Serapião (fotos); Eduardo Galdieri e Fábio Santos (arte); Drica Cruz (stylist), Silvio Rogério da Silva (tratamento de imagem) e Ruth Figueiredo (revisão)

Drica Cruz: pág. 38

Danilo Verpa: pág. 98

Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax. (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br

Para anunciar Tel. (11) 3521-7329 Diretor Executivo – Denilson Milan denilson@fortunacom.com.br Diretor Comercial – Doron Sadka doron@fortunacom.com.br

Ana Paula Kuntz: pág. 18

Produção Gráfica – Doron Central de compras gráficas, tel. (11) 3813-9799 doroncentral@uol.com.br

Hedonismo e consciência Quando decidimos moldar uma edição que tivesse o tema Luxo Sustentável como espinha dorsal, houve quem se arrepiasse. Embora o tema seja atual e de absoluta relevância, discuti-lo sempre remete à obrigação ou ao sentimento de culpa dos envolvidos. Longe da Just For provocar tal reação. A filosofia da revista é sensibilizar nossa exclusivíssima plateia com base na inteligência, na beleza, na cultura, na diversão e no ineditismo. Portanto, partimos para a empreitada sem saber se conseguiríamos cumprir nossas pretensões hedonistas sem esbarrar na ideia preconcebida de que o luxo é inimigo da sustentabilidade do planeta. O resultado desse esforço de reportagem da jornalista Alexandra Forbes foi surpreendente. Descobriu-se, na verdade, que a indústria do luxo pode ser a maior ativista em prol do futuro da Terra. Grandes nomes aderiram à causa obtendo uma publicidade tão espetacular quanto as ações do Greenpeace. Quando um Karl Lagerfeld decide incomodar uma plateia de jetsets colocando um iceberg em tamanho natural para derreter aos olhos de todos, e com isso vender casacos de pele artificial, impossível não virar notícia. Nesta edição você também se encantará com o perfil feito por Ana Paula Kuntz, do artista Nido Campolongo, que transforma restos e lixo em peças fenomenais, e verá a perfeita harmonia de suas obras no belo ensaio fotográfico assinado por Serapião e pela stylist Drica Cruz. Convidamos você a entender um pouco mais do novo mercado fonográfico mundial com o principal executivo da Warner, Lyor Cohen, em uma entrevista exclusiva concedida a nossa correspondente Karin Dauch. Ao jornalista Carlos Amoedo coube refazer a trajetória de Giorgio até tornar-se grife Armani e, para as duas jovens feras, Luisa Cella e Marina Monaco, recaiu a bem cumprida tarefa de transformar as seções de Trends, Tecno e Calendário em deleite imperdível. Por fim, fechamos gloriosamente a edição com uma foto de Danilo Verpa, fotógrafo que, aos 27 anos, é um talento em ascensão. Tudo isso sob as linhas elegantes e a dedicação de nossa diretora de arte Nina Franco. Pra você – e só pra você – um grande momento de leitura e diversão. Mariella Lazaretti

A revis­ta não se res­pon­sa­bi­li­za pelos con­cei­tos emi­ti­dos nos arti­gos assi­na­dos. As pes­soas não lis­ta­das no expe­dien­te não estão auto­ri­za­das a falar em nome da revis­ta ou a reti­rar qual­quer tipo de mate­rial sem pré­via auto­ri­za­ção emi­ti­ da por carta timbrada pela reda­ção.

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Marina Monaco: pág. 24

Just in case Caso você queira alterar seu nome, endereço, dar sugestões e se manifestar ou deixar de receber esta publicação, entre em contato com justfor@4capas.com.br.

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SUMÁRIO

38. moda

ensaio ecofashion O que combina com looks glamourosos é a arte ecologicamente correta

50. brands

10. TRENDS

O IMPERADOR A trajetória de Giorgio Armani, que largou a medicina para dominar as passarelas

58. ESPECIAL

BRINQUEDOS DE ADULTO A Mercedes elétrica, o iate verde da Hermès, uma BMW de duas rodas e a caneta com o seu DNA

LUXO CONSCIENTE Como grifes, hotéis e montadoras de carros estão conciliando estilo e sustentabilidade

18. PERFIL

66. just who

ATELIÊ SUSTENTÁVEL O artista plástico Nido Campolongo transforma materiais recicláveis em móveis e obras de arte

24. ÍCONE

DESERTO DE NéON O novo hotel Mandarin, em Las Vegas, tem a cozinha liderada por um chef três estrelas Michelin

26. BITE

O NÚMERO 1 Fomos a Copenhague conhecer o Noma, o melhor restaurante do mundo

34. Drink

RÓTULOS REVERENCIADOS Uma seleção de vinhos brancos e tintos raros e caros

MAGNATA DO POP Conheça a história de Lyor Cohen, o presidente da Warner Music

72. tecno

MOVIMENTO CLIMÁTICO O ventilador sem pás e a lareira que não produz fumaça

74. calendário

PELO MUNDO Música, gastronomia, cultura e os melhores passeios em São Paulo, Londres, Paris e Nova York

82. CADERNO VNC

MERCADO IMOBILIÁRIO Cresce a demanda por imóveis prontos em bairros nobres

98. Click

do alto Um olhar do jovem fotojornalista Danilo Verpa, sobre o Vale do Anhangabaú

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Eco Hermès ao mar

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francesa Hermès e a fabricante de barcos Wally se uniram para lançar outra concepção de iate. Batizado de WHY, ele tem a ambição, aparentemente atingida, de redefinir o modo de viver no mar aliando luxo e sustentabilidade energética. De casco triangular, o superiate mede 58 metros por 38 metros e acomoda 16 hóspedes, mais 24 tripulantes. Dos 3.900 metros quadrados, quase 900 são ocupados por painéis fotovoltáicos que auxiliam em 30% o rendimento do motor movido a diesel. O calor produzido pelo motor é ainda transformado em energia elétrica. Sustentabilidade à parte, todo o interior do iate é revestido de couro de búfalo impermeável, exclusivo da Hermès. Preço estimado: 100 milhões de euros. Informações: www.why-yachts.com

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LANÇAMENTO - IBIRAPUERA

Fotomontagem dos fotógrafos Daniel Klajmic e Renato Elkis

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BMW SUJA DE TERRA

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ançada no final de 2009, a Mountainbike Enduro BMW carrega o código genético legendário da engenharia, design e segurança que os carros da marca alemã possuem. A suspensão de alumínio - onde repousa o famoso logo da marca – dá uma superleveza à bicicleta que pesa apenas 14 quilos, dando-lhe agilidade em terrenos montanhosos. A Mountainbike Enduro possui um novo sistema de compressão de molas de até 140 milímetros, que prolonga o avanço da suspensão, deixando o banco na posição vertical em descidas íngremes, de modo que a bicicleta se ajuste ao condutor, e não o contrário. Preço: 18.668 reais. Tel. (11) 3883-7100. INFORMAÇÕES: WWW.EUROBIKE.COM.BR

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trends tentações

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Alemã rica, poderosa e elétrica

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ara colocar seus carros superesportivos no mundo dos veículos elétricos, a marca alemã MercedesBenz lançou a versão ecológica do modelo SLS AMG, a E-Cell. Enganam-se aqueles que associam carros elétricos a automóveis lentos, o possante alemão é movido a quatro motores elétricos (um para cada roda) que recebem energia de um conjunto de 324 células de íon-lítio. Seus motores elétricos produzem em conjunto 526 cavalos de potência e um torque de 649 lb/ft, que levam a fera alemã a 100 quilômetros por hora em 4 segundos. O trabalho de parar toda essa força fica para os discos de freios de cerâmica, que são 40% mais leves que os convencionais. Além de garantir mais agilidade e melhor desempenho nas curvas, eles aumentam o conforto e a aderência dos pneus. A troca da gasoIina por eletricidade proporcionou mudanças em seu interior, especialmente no painel de instrumentos. Computadores com telas touch screen para cada ocupante completam o cenário futurista do carro e apresentam informações sobre velocidade, carga restante e utilizada das baterias e controles de climatização, áudio e navegação. O protótipo SLS AMG E-Cell será comercializado apenas em 2013, por um preço estimado de 250 mil libras, cerca de R$ 1 milhão. informações: www.mercedes.com

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PERFIL

NIDO CAMPOLONGO

arte D O DESCARTE À

INTERNACIONALMENTE CONHECIDO, O ARTISTA PLÁSTICO PAULISTANO UTILIZA MATERIAIS RECICLÁVEIS PARA SURPREENDER QUANTO À ESTÉTICA, NÃO APENAS PARA EVOCAR A SUSTENTABILIDADE POR ANA PAULA KUNTZ FOTOS RICARDO D’ANGELO

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Palavra de ordem no século XIX, sustentabilidade era um conceito pouco divulgado na década de 70. Enquanto a consciência ecológica engatinhava, um jovem brasileiro descobria, de forma empírica e intuitiva, que os restos de papel gerados na tipografia de seu pai podiam ser reaproveitados na criação de objetos úteis e até belos. Na época, com 17 anos, o autodidata Nido Campolongo remava contra a onda brilhante e psicodélica das artes norte-americanas e se encantava pela influência oriental, que seguia a linha mais rústica e orgânica, para criar sacolinhas de papelão e capas duras de papel reciclado para cadernos, por exemplo. Hoje, com 55 anos, o artista plástico paulistano é internacionalmente conhecido e colhe os frutos de ter se antecipado à tendência da reciclagem, que agora une povos e nações sob a bandeira da preservação ambiental. A originalidade de suas criações já rendeu exposições na Espanha, Holanda, Alemanha, Itália, França e Portugal, e também em Nova York, e levou para o seu ateliê gente que aprecia arte e não se importa em pagar caro por peças como lustres de garrafas PET, cadeiras e mesas de papelão, pufes de sacolas plásticas, mesas e luminárias de carretéis de linha. Antes de chegar a esse estágio, porém, Nido Campolongo passou por diversas fases de transição. Ainda adolescente, entrou para a faculdade de engenharia, que não concluiu por ter descoberto novas paixões: a gravura e o desenho. O salto para arte tridimensional aconteceu em 1996, quando passou a dar novas formas e funções para as sobras da papelada, que de pedacinho em pedacinho formaram um tecido inusitado, exposto

no Centro Cultural São Paulo em uma mostra que celebrava a peça teatral japonesa Hagoromo (que significa manto de plumas). O material logo ganhou novo uso na decoração, como xale para sofá e cortina. “A fase do desenho foi muito importante para me dar confiança em relação à capacidade de criação, mas pouco depois me rendi à arte da escultura. Daí para o design de mobiliário e, em seguida, para a arquitetura foi uma evolução natural”, diz. O trabalho que deu a ele grande projeção como designer foi a Casa do Leitor, uma obra toda feita de papelão para o projeto Brincadeiras de Papel, realizado em 2001 no Sesc Belenzinho, também em São Paulo. Havia a mão do artista em tudo, desde o forro do teto iluminado até as poltronas da sala, a cama do quarto e a estante da biblioteca. Feita de aros, essa peça fez tanto sucesso que deu a ele a oportunidade de desenvolver um projeto de decoração de interiores para uma loja em Paris, nos arredores do Arco do Triunfo. Chamado Pur’Suco, o negócio reúne objetos de decoração, acessórios de moda, móveis, utensílios domésticos e peças de arte de diversos designers brasileiros. Cerca de uma tonelada de papelão foi levada de São Paulo para a capital francesa para que Nido Campolongo pudesse reproduzir os módulos tubulares que havia exposto no Sesc. Incansável, ele agora se dedica à pesquisa científica de novos materiais para construção. É quase como reinventar o tijolo. Com base na mistura do barro usado para fabricar o bloco tradicional com um lodo residual da indústria de papel, Nido quer viabilizar um novo tipo de argamassa para a edificação de casas populares.

“Quero criar coisas belas. e se puder ajudar o meio ambiente é ainda melhor. usar material reciclado a p e n a s pa r a a j u da r ON G n ã o l e v a a nada. cansei desse pa p o d o lu xo q u e vem do lixo”

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Em seu ateliê, a mostra Design no Cenário Sustentável reúne objetos como a mesa feita com carretéis de plástico e gravuras da sua fase artística inicial

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“É uma inovação revolucionária, desenvolvida em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que irá baratear o preço dos imóveis e ainda colaborar para resolver um problema ambiental da indústria de papel, já que os dejetos poderão ser reaproveitados em vez de despejados no meio ambiente”, afirma. A Oca construída por Nido para o evento Viva a Mata, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, no Parque do Ibirapuera, em maio, mostrou que o material cumpre bem a função estrutural. “A questão é que, para poder ficar exposto ao tempo, ele precisaria ser impermeabilizado. Talvez seja possível fazer isso com o plástico.” Produtor gráfico, desenhista, escultor, designer, arquiteto e pesquisador, Nido Campolongo é também palestrante. Depois de ter ministrado nas principais faculdades de arte e design de São Paulo, ele volta à França para, ao lado do filósofo Edgar Morin – considerado um dos principais pensadores contemporâneos e teóricos da complexidade – dar uma palestra na Escola Nacional Superior de Arquitetura Paris-Val de Seine. Em terras tupiniquins, sua mais nova empreitada é a exposição Design no Cenário Sustentável, em que agrupa as mais recentes criações de mobiliário, iluminação e cenografia em seu próprio ateliê, no bairro paulistano de Santa Cecília. Os visitantes que se animarem podem encomendar e comprar suas peças preferidas, mas devem estar preparados para investir um bom dinheiro. O simpático banquinho, com base de papelão, é um de

seus produtos mais cobiçados e custa 4 mil reais. As luminárias chegam a custar 12 mil reais. Mas se matéria-prima vem de sobras – que por um triz poderiam ter virado lixo –, o que justifica preços tão altos? A produção exclusiva e artesanal – para uma demanda de dois ou três produtos por mês, não muito mais que isso – é um dos fatores que encarecem as peças. O outro, segundo Nido, é o caráter sustentável, que atualmente tem certo poder de supervalorização. “Não há dúvida de que ser ecologicamente correto agrega valor aos produtos. Sei que para alguns clientes essa qualidade é o que mais impulsiona a compra. Contudo, para mim, a beleza estética é o mais importante. Quero criar coisas belas, práticas, interessantes, e se ainda puder ajudar o meio ambiente é muito, muito melhor. Aprendi que usar material reciclado apenas para ajudar ONG não leva a nada. Até cansei desse papo do lixo que vira luxo, do luxo que vem do lixo.” De fato, quem conhece sabe que as criações de Nido Campolongo transcendem esse senso comum e merecem citações mais originais. Algo como da sobra à obra, do descarte à arte, e assim por diante.

As garrafas PET compõem uma divisória de ambientes escultural; a Oca, exposta no Viva a Mata, tem a estrutura e os móveis internos feitos de materiais reciclados; o banco com base de papelão, que custa 4 mil reais, é uma das peças mais encomendadas

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Um oásis no des e r t o d e N é o n

Mandarin Las Vegas oferece alta gastronomia em edifício ecologicamente correto Por MA RINA MONACO

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cidade de Las Vegas, com sua overdose de neons, é o paraíso da diversão sem consequências e dos exageros de todo tipo. Um dos novos hotéis da cidade, o Mandarin, do grupo de mesmo nome, segue essa primeira máxima, mas recusa a segunda à base de muita classe e responsabilidade ecológica. Para começar, o restaurante é comandado pelo francês Pierre Gagnaire, um chef três estrelas Michelin que assume pela primeira vez uma cozinha no continente americano. Outro diferencial do empreendimento é sua preocupação com a sustentabilidade. Trata-se do primeiro hotel do grupo a ganhar o Leed Gold, da instituição não governamental U.S Green Building Council, o que atesta que pode ser considerado um edifício verde. A fachada do hotel, de vidro espelhado, e o telhado de cor clara ajudam a desviar a luz e o calor intenso do deserto de Nevada, o que reduz a temperatura dentro do prédio. Os quartos dos hóspedes possuem janelas do teto ao chão, proporcionando maior entrada de luz natural e uma vista privilegiada da cidade. O programa tecnológico de uso de água poupa cerca de 4,1 milhões de galões anualmente, representando uma redução de aproximadamente 34% em comparação a outros hotéis que não possuem esse sistema. As 392 suítes com motivos orientais, decoradas pelo designer de interiores Adam D. Tihany, são munidas de um sistema que acende

as luzes, abre as janelas e regula a temperatura a um simples toque de botão.

French twist O restaurante de Pierre Gagnaire, chamado Twist, fica no 23o andar e apresenta um menu inovador, que mistura a simplicidade da cozinha clássica francesa com um toque (twist, em inglês) modernoso da cozinha molecular. É o segundo espaço comandado pelo francês na rede Mandarin e o nono de seu currículo. “O Twist é único nessa cidade. Pequeno e aninhado no conforto do hotel, parece flutuar sobre o CityCenter. Meu desejo foi trazer um pouco de doçura, inovação e prazer aos meus novos clientes, porém respeitando sempre os códigos da cozinha americana”, diz o chef. Outra atração que promete agradar aos hóspedes é o spa, que tem mais de 2,5 mil metros quadrados e oferece tratamentos holísticos, todos os tipos de massagens chinesas e óleos aromáticos exclusivos.

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A delicadeza improvável de um

F omo s ch e c a r o s d e t a l h e s q u e f a z e m do N om a o r e s t a u r a n t e n ú m e r o 1 do mundo P o r M ari ella Lazaret t i , DE COPENHAGUE

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de orientação do garçom antes de cada prato, do qual você entenderá apenas metade. 3) Comer com as mãos boa parte do tempo – no elBulli, em um cardápio de 37 pratos, usamos talheres lá pelo 27. 4) Prepare-se para ficar sentado: as refeições têm entre quatro e seis horas de duração. Nossa viagem começou na Suécia, quando zarpamos em um cruzeiro cujo ponto final era Copenhague, na Dinamarca. Conseguir um lugar em todos os três dentro das previsões de voos e estadas de que dispúnhamos foi um quebra-cabeça infernal. Em Copenhague, nosso jantar foi marcado para as 6 da tarde. Como veríamos depois, seria o único horário em que o chef René Redzepi se daria o luxo de sair da cozinha. O sol brilhava alto quando

Toda vez

A cavaquinha, que nos foi servida em uma pedra quente: comer com as mãos é legal

que me perguntam o que eu gostaria de ser se não fosse jornalista, respondo: a Michelle Pfeiffer. É uma maneira de dizer que não trocaria minha profissão por nenhuma outra. Já o contrário, tenho minhas dúvidas: até uma vencedora do Oscar desejaria estar em meus sapatos para cumprir a doce tarefa jornalística de conhecer o melhor restaurante do mundo. Lá onde a fila de espera se estende até o ano de 2011, se você tiver sorte. Noma, em Copenhague, na Dinamarca, é o recém-empossado número 1 do mundo, segundo o levantamento da revista inglesa The Restaurant, feito todos os anos com base nas indicações de críticos, jornalistas e gourmets. Parte de minha missão era entender o que faz com que um restaurante seja guindado ao primeiro lugar numa lista dos 100 mais, e o que teria de menos o segundo para não ser o primeiro, e assim sucessivamente. A outra parte era me divertir mesmo. Quando fiz a reportagem, meses atrás, conheci também o elBulli, do chef Ferran Adrià, e o The Fat Duck, de Heston Blumenthal, segundo e terceiro lugares na mesma lista. Os três são seguidores da cozinha tecnoemocional. Para quem não está familiarizado, a cozinha tecnoemocional, que durante algum tempo foi chamada de molecular, tem sua concepção prática atribuída ao espanhol Ferran Adrià, que até este ano de 2010 reinou absoluto em primeiro lugar. Por trás do elBulli, Ferran desbravou um novo caminho para que chefs como Heston e René pudessem se expressar, provando que a forma e o gosto podem ser maleáveis fontes de surpresa e alegria, e que há, sim, muitos sabores inéditos a ser explorados. Então, partindo do princípio de que os três, em maior ou menor grau, seguem essa escola, deparamos com quatro pontos comuns nas mesas que vimos de perto: 1) Simplicidade – não imagine que por estarem no topo do universo gastronômico os restaurantes tenham um luxo ostensivo. A simplicidade é chique. 2) Aguarde o manual de instruções – sempre haverá um discurso

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René Redzepi, o chef e p r o p r i et á r i o, é um militante da r aw fo o d, a comida servida o mais natural possível e com ingredientes do ecossistema que o rodeia

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refizemos a pé, indo e voltando sem sucesso, os últimos quarteirões da Strandgade em busca do número 93. Enfim, descobrimos que a rua era cortada por um canal. Do outro lado dele, onde mastros brancos de pequenas embarcações refletiam rasgos de luz, estava o número 93. Em um galpão à beira do canal se lia a placa Noma; um lugar especialmente encantador. Fomos recebidos na porta por um garçom sorridente que nos guiou para uma das enormes janelas com visão privilegiada do píer. Dentro, o espaço era acolhedor, simples e sofisticado, como prega o design nórdico moderno. O Noma funciona em um velho galpão legalmente tombado e reformado com extremo bom gosto. O assoalho de madeira corrida, as paredes nuas e descascadas que deixam ver as velhas pedras da construção, as cadeiras de braços alongados com couro e pele de animais aqui e ali, a grossa tora de carvalho envelhecido do balcão – tudo anuncia o propósito do Noma: a interpretação contemporânea das raízes culturais mais profundas dos países gelados do Mar Báltico. Há uma espécie de orgulho viking pairando na atmosfera do lugar que flana como uma advertência aos incautos: “Não estamos aqui a passeio”. René Redzepi, o chef e proprietário, que antes de abrir seu restaurante passou pelo restaurante French Laundry, de Thomas Keller, e pelo elBulli, é um militante da raw food, a comida servida o mais natural possível e com ingredientes do ecossistema que o rodeia. Em seu restaurante, ele resgata métodos ancestrais da culinária nórdica – a salga, a defumação, a cocção sobre pedra – para apresentar uma nova gastronomia dos sabores que circundam o Ártico, o que inclui o uso luxuoso de água puríssima das geleiras da Groenlândia. Peixes selvagens de águas geladas como salmão e halibut, moluscos e caranguejos gigantes, cogumelos voluptuosos, frutas vermelhas, carneiro e musk ox (uma espécie de búfalo das neves) são alguns dos ingredientes que ele oferece sob a bandeira da sustentabilidade. René vai além na missão de fazer constar do mapa gastronômico o que aos olhos do mundo se resumia a arenque e aquavit: pesquisa novos usos para cereais conhecidos e para os nunca usados antes, aventura-se no cozimento com sucos de frutas e com essências feitas lá mesmo por sua pequena e orgulhosa equipe. O chef veio falar conosco quando as boas-vindas com champanhe já haviam sido dadas. Tanto quanto é possível identificar o entusiasmo em um contido e tímido dinamarquês, seus olhos brilhavam, graças a um punhado de cogumelos carnudos e escuros que ele acabara de receber. “Nunca os vi antes, parecem extraordinários e mal posso esperar para descobrir o que podemos fazer com eles”, disse. Pouco depois, desapareceu na cozinha, onde podia ser visto tenso e concentrado como um maestro tocando Mozart. Cada prato que recebíamos foi compondo, quadro a quadro, a originalidade redentora da cozinha de René,

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que justificadamente, tornou-se um herói nacional e condecorado Embaixador da Nova Cozinha Nórdica. Um vaso chega à mesa. Há uma planta nele. Olhamos aquilo sem saber exatamente o que fazer. O garçom se inclina e num tom monocórdio nos orienta a puxar o talo e comer: é um rabanete cuja terra na qual vem lambuzado é um composto de grãos moídos. O sabor é bom, crocante e refrescante ao mesmo tempo. Em seguida, depositam um saquinho preto amarrado e dois pires com pastas brancas, um deles coroado por pedacinhos de cristal amarelado. O garçom explica adjetivando cada detalhe, e entendo fragmentos... doses de leite... puro, de cabras montanhesas... confecção caseira, enfim, fui ao ponto e perguntei: “E como se come isso?”. Ele respondeu: “Do jeito de sempre” – era pão com manteiga, e os “cristais” em um dos pratos eram pedacinhos de toucinho novo. Morremos de rir, o garçom inclusive. A brigada é pequena, simpática e comedida, sem grandes manifestações emocionais. Os pratos principais deixaram lembranças de um frescor e respeito ao ingrediente original acima dos outros dois restaurantes da lista. Três pratos que sintetizam a filosofia Noma: uma cavaquinha fresquíssima, quente e macia, servida em uma pedra quente para ser pincelada em uma farofa de caldo de peixe com flor de sal defumado e no molho delicadíssimo de ervas. Segundo, uma experiência sensorial impressionante: um canudo fino de gelatina verde com gosto de maresia. Deve ser comido com bocados de uma espécie de “gelo” branco e salgado – é como receber uma lufada de vento no alto de um fiorde ou comer um pedaço do país, com sua neve e seu ar marinho. E, finalmente, a sobremesa de frutas pretas cobertas com uma reprodução de musgo doce e azedo. Saboreá-la de olhos fechados (ou fechar os olhos de prazer era inevitável) nos conduzia por um bosque silvestre no outono. Ao final, quando tomava o café, era como se estivesse me refazendo de uma experiência estimulante, aquele momento de reflexão relaxante que nos faz sorrir depois de uma volta numa roda gigante. As surpresas que nos arrebatam são difíceis de ser mensuradas em coroas dinamarquesas ou dólares. O jantar é barato se comparado a um restaurante comum. Pode-se dizer em nome dos três restaurantes que as surpresas ficam circunscritas ao ato de comer, não ao ato de pagar. A não ser que se regue tudo a vinhos caros, vigora ali o socialismo chique do menu degustação a preço fixo. No Noma, os sete pratos custam cerca de 170 dólares. Se o comensal desejar as sete taças de vinho para harmonizá-los, o que recomendo vivamente, desembolsam-se 150 dólares. Nem um tostão insondável a mais, até porque na Dinamarca o serviço está incluso na conta.

A s a lg a , a d e f u m aç ã o, o s g r ã o s to sta d o s, a enigmtática cesta de pães: o encanto de métodos ancestrais e modernidade

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Quem adora fazer receitas que são obras de arte faz questão de ter uma cozinha que é um perfeito atelier. KitchenAid para quem a culinária é arte.

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DRINK

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12 SONHAR vinhos que fazem

Um passeio por alguns dos melhores brancos e tintos do mundo P o r RICARDO CASTILHO fotos SÉRGIO COIMBRA

R

aros, com aromas e sabores capazes de satisfazer a mais exigente das almas, frutos de uma cumplicidade silenciosa entre a natureza e os vinhateiros e, em geral, com preços altíssimos, certos vinhos merecem ser brindados com a reverência que se dedica a uma obra de arte. Muitos deles só são produzidos em anos de colheita privilegiada e em regiões mágicas, como as de Bordeaux e Borgonha, na França, do Douro, em Portugal, e em Ribera del Duero, na Espanha.

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OS MELHORES DO MUNDO BARCA VELHA

CHÂTEAU LAFITE ROTHSCHILD

Elaborado pela Casa Ferreirinha na Quinta da Leda, uma das propriedades mais emblemáticas do Douro, é para muitos especialistas o melhor vinho português. Sua composição muda pouco a cada safra, mas sempre estão presentes as castas Tinta Roriz, Tourigas Nacional e Francesa e pequena dose de Tinta Amarela. Só é produzido em anos de safras consideradas excepcionais. Com o envelhecimento ganha ainda mais complexidade, chegando ao auge por volta dos 20 anos de idade. É importado pela Zahil.

Outro dos tintos que fazem parte do seleto grupo dos Premier Grand Cru Classe e, portanto, merece todos os elogios. Seus vinhedos estão situados nas colinas mais altas de Pauillac, nas margens do Rio Gironde. São 60 alqueires plantados com intervalo de 1 metro entre cada parreira, das uvas Merlot, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. O resultado a cada safra é de um vinho complexo e extremamente elegante. Importado por várias distribuidoras.

CHÂTEAU LATOUR

Premier Cru Classe brindado pela classificação feita por Napoleão III em 1855. Em Pauillac, seus vinhedos ficam na sagrada região do Médoc, norte de Bordeaux. O Latour demora um pouco mais para envelhecer do que os outros Châteaux, atingindo o apogeu de aromas cerca de 15 anos depois de engarrafado. Da uva Cabernet Sauvignon, ele recebe a elegância e os aromas de frutas vermelhas; a Merlot lhe confere o aveludado e a maciez; e o pouco de Petit Verdot lhe confere os taninos necessários para fazer dessa mistura uma das mais célebres. A colheita é feita em setembro e, em dezembro, o vinho já está descansando em barris de carvalhos novos, onde vai ficar por cerca de dois anos e meio. Trazido por várias importadoras. CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD

Um dos mitos entre os tintos, com cada uma de suas garrafas exibindo cor rubi intenso e aromas fantásticos de cassis e de outras frutas vermelhas. Nasceu em 1924, por obra de Philippe de Rothschild, em um pequeno vinhedo na cidade de Pauillac, no coração de Bordeaux. A Cabernet Sauvignon é a responsável pela fama e categoria do Mouton. A qualidade e a elegância da marca foram responsáveis pela única mudança feita na classificação francesa de 1855, que dividiu e nomeou os vinhedos por faixa de qualidade. Essa alteração, feita em 1973, elevou o Mouton à categoria de Premier Cru Classe, que abriga os melhores tintos. Seus rótulos são sempre desenhados por artistas, feito já executado por nomes como Salvador Dalí, Joan Miró e Andy Warhol. Trazido por várias importadoras. ROMANÉE-CONTI

É um vinho para reflexão e alegria da alma, costuma dizer seus apreciadores. Tinto mais famoso da Borgonha, onde é produzido na comuna de Vosne-Romanée, em um vinhedo de apenas 1,8 hectare, o que resulta em não mais do que 7 mil garrafas por safra. A uva Pinot Noir lhe confere cor rubi intenso e marcantes aromas de violeta e frutas vermelhas. A colheita de suas uvas é toda manual com os cachos selecionados individualmente e todas com perfeito grau de maturação. Depois de fermentado, o líquido vai repousar por dois anos em barricas novas de carvalho francês. Importado pela Expand.

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CHÂTEAU HAUT BRION BRANCO

Um dos mais elegantes e complexos vinhos brancos. Como Bordeaux e o Château Haut Brion são conhecidos por seus tintos, os brancos lá produzidos acabam um pouco esquecidos, o que é injusto. Em sua elaboração, a uva Sauvignon Blanc garante boa acidez, ficando a cargo da Sémillon o caráter e o corpo do vinho. Em geral, é bastante frutado, lembrando frutas como maçã verde, pêssego e abacaxi. Importado por várias distribuidoras. MONTRACHET (DOMAINE DE LA ROMANÉE-CONTI)

Se alguém ainda tem preconceito com relação ao vinho branco, precisa, urgentemente, conhecer o Montrachet, o melhor vinho branco do mundo. Produzido em Côte d’Or, no coração da região francesa da Borgonha, possui cor amarelo-ouro e seu aroma intenso lembra pão tostado. Feito com a uva Chardonnay, seu nome deriva da montanha Mont Rachat, em cujas encostas estão seus vinhedos. O Montrachet é feito por um número muito pequeno de produtores. O melhor deles é o produzido na propriedade do Domaine de La Romanée-Conti. Importado pela Expand. PETRUS É considerado por muita gente o rei dos vinhos tintos. O Petrus está abrigado na região francesa do Pomerol, e é o único grande que não faz parte da classificação oficial de 1855. O Petrus é completo, com aromas intensos, excelente corpo e muito equilíbrio. O solo de Pomerol é o único da região coberto com uma camada de argila sobre a terra rica em óxido de ferro. Os segredos de sua produção continuam na colheita das uvas, realizada apenas entre 11 e 17 horas, quando não há mais vestígio do orvalho noturno. Elaborado com a cepa Merlot, passa por um período de fermentação de 25 dias em cubas de cimento, sendo envelhecido em barris novos de carvalho entre 24 e 30 meses.

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Château D’Yquem

Um fenômeno da natureza conhecido como Botrytis cinerea, um fungo que ataca os parreirais, perfurando delicadamente a casca das uvas, provocando a saída da água e sem deixar entrar ar na polpa, é o responsável pela magia desse vinho, o único branco doce com o título de Premier Grand Cru. É produzido em Sauternes, na região de Bordeaux. Com a desidratação, a fruta aumenta em muito sua concentração de açúcar e de elementos aromáticos. A uva fica com cor cinzenta, enruga, como se fosse uma passa, parecendo podre. No caso do Yquem, a colheita das uvas é sempre manual, com os vinhateiros passando várias vezes pelos parreirais e escolhendo apenas as uvas atacadas pelo fungo. Deve ser servido bem geladinho.

“Elaborado com a uva Me r l o t , o P e t r u s é considerado o rei dos vinhos, por sua elegância e complexidade”

Château Margaux

O Margaux está situado no meio de um vasto parque, a 30 quilômetros ao norte de Bordeaux, em um vilarejo rodeado por vinhedos. Seus vinhos amadurecem entre oito e dez anos até alcançar seus aromas intensos e delicados de frutas vermelhas e paladar complexo e elegante. O Margaux é fermentado durante três semanas em tonéis de carvalho, para, em seguida, amadurecer por dois anos em pequenos barris de carvalho novos. Château Cheval Blanc

Proveniente da comuna de Saint-Émilion, onde reina soberano, nasce de vinhedos com solo bastante pedregoso, com as vinhas plantadas em terreno plano no limite da divisa com Pomerol. Na região existe grande predominância da uva Merlot, mas no Cheval Blanc a variedade Cabernet Franc desenvolve sua potencialidade na forma de aroma e paladar de frutas como cassis e morango. Vega Sicília

Este é o grande vinho da Espanha – um tinto comparável aos grandes franceses. Existem duas versões do Vega Sicília. O Único traz a indicação da safra e é envelhecido em barris de carvalho por cerca de dez anos. O outro é o Reserva Especial, uma mistura de vinhos das melhores safras. A vinícola está localizada em Valbuena de Duero, na cidade de Valladolid, às margens do Rio Duero. Sua composição é única no mundo, misturando com sabedoria a espanhola Tempranillo e as castas de origem francesa Cabernet Sauvignon e Merlot. A primeira safra foi lançada em 1928. É importado pela Mistral.

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MODA

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Vestido Sta Efigênia Brincos e bacelete H. Stern Sandálias Christian Louboutin Decoração: Pufe Sacolinhas

Mundo

TRÈS CHIC! A ARTE E A MODA JUNTAS POR UM PLANETA MAIS BONITO FOTO S S ERA P I Ã O ST YLING DR ICA CRUZ /A B Á MGT B E LE ZA R AFAE L GUA P IA N O /A B Á MGT MODELO RENATA KLEM / T E N MO D E L MGT OB JETOS DE NID O CA MP O LO N G O

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Look Glória Coelho Anel H.Stern Decoração: Tecido de Papel Anéis

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Look: Walério Araujo Brincos e bracelete: H.Stern Decoração: Luminária PET

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Look Rodrigo Rosner Bracelete H.Stern Decoração: Luminária Cone

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Look Rodrigo Rosner Brincos H.Stern Decoração: Flores de Papel de Revista

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Vestido Walério Araujo Decoração: parte da Parede PET, usada como divisória em estandes de eventos sobre sustentabilidade

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Anéis Vivara e H.Stern Blazer Emporio Armani Regata Armani Exchange Shorts Ronaldo Fraga Sandálias Glória Coelho Decoração: Poltrona Cantoneira

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Vestido Samuel Cirnansck Sandálias Walério Araujo Decoração: módulo da Luminária PET

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Brands

hist贸ria da s grandes marca s

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O ME N I N O Q U E V I RO U

GRIFE

Armani – a marca internacional mais conhecida no Brasil – existe graças ao imperador italiano Giorgio, que deixou a medicina para espalhar elegância pelo planeta Por Ca rlos Amoed o

Roma

teve mais de uma centena de imperadores. Mas para os italianos, o verdadeiro imperador, o homem capaz de incendiar a moda e revolucionar o mundo do design, é o estilista Giorgio Armani. Aos 75 anos, cabelos grisalhos, olhos azuis cristalinos, pele bronzeada, feição forte e marcante, esse senhor italiano, com jeito de garotão, cria há três décadas, peças do vestuário e objetos que transpiram modernidade e elegância, admirados por muitos e possuídos por poucos. O grupo Armani, fundado em 1975 por Giorgio com o amigo Sergio Galeotti, desenha, fabrica, distribui e vende roupas, acessórios, relógios, joias, artigos de decoração, perfumes e cosméticos em oito divisões ou marcas: Giorgio Armani, Armani Privé, Armani Collezioni, Emporio Armani, Aj/Armani Jeans, A/X Armani Exchange, Armani Junior e Armani Casa. São 13 fábricas e cerca de 500 lojas exclusivas em 46 países, empregando diretamente 5 mil pessoas. Cada marca possui uma equipe de estilo. Mas é Giorgio Armani quem comanda, supervisiona, aprova ou refaz as criações quando necessário. Há quem o descreva como uma pessoa de temperamento difícil, mas tudo indica que essa sede por perfeição levou seu grupo a crescer anualmente em média, 14% nos últimos cinco anos. Em 2008, a grife somou 1,620.3 milhão de euros em vendas. Se for levado em conta o comércio de produtos autorizados no valor por atacado, o lucro sobe para 2,516.9 milhões de euros. Segundo pesquisa realizada desde 2008, pela MCF Consultoria e Conhecimento, empresa especializada em negócios de luxo, em parceria com o instituto de pesquisas GFK, a Armani é a líder de preferência entre os brasileiros no segmento de vestuário de alto padrão. O mesmo resultado foi constatado por uma pesquisa global realizada pela empresa britânica Nielsen, também em 2008. “A Armani é uma escola contemporânea do luxo em diversos níveis de acessibilidade”, diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF. “É uma das poucas marcas que se transformam pelo próprio nome originando outras marcas de sucesso sob a tutela de um mesmo criador e estilo.”

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Giorgio em desfile Privè Outono Inverno 2010/2011

LINHA DO TEMPO 1934

1957 Após estudar medicina por dois anos na Universidade de Piacenza, Armani vai trabalhar como vitrinista na loja de departamentos La Rinascente, em Milão.

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Giorgio Armani nasce no dia 11 de julho, em Piacenza, no norte da Itália

1964

1970

1975

Armani vira assistente do consagrado estilista italiano Nino Cerruti.

Com o incentivo do amigo Sergio Galeotti, Armani trabalha como estilista free lancer, desenhando e costurando para várias grifes

Armani funda, em julho, a própria empresa: a Giorgio Armani S.p.A., em parceria com Sergio Galeotti. Assim, passa a produzir roupas masculinas e femininas com sua grife.

1978 Lança a marca Giorgio Armani Collezioni, composta de roupas masculinas e femininas para o mercado americano e canadense. Era o início da expansão internacional da grife.

1981 O estilista surpreende mais uma vez, lançando as marcas Emporio Armani e Armani Jeans.

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Da medicina para a costura A partir dos anos 1980, as roupas de Giorgio caíram no gosto de Hollywood. Em 1981, Richard Gere vestiu Armani no filme O Gigolô Americano, fazendo com que a grife virasse febre – e isso foi definitivo para que a grife saísse da Itália para tornarse objeto de desejo no planeta. Hoje, a Armani é a marca preferida de Tom Cruise e Katie Holmes (Katie casou-se com Cruise em um vestido Armani), de Megan Fox (que também se casou vestida pelo estilista), de Jodie Foster, Cate Blanchett e Glenn Close. Pelo menos uma vez na vida, essas estrelas desfilaram por algum red carpet com um traje exclusivo encomendado a Armani. A história da marca se confunde com a vida de seu criador. O império Armani se fortalece na figura de Giorgio que comanda e toca todo o processo de criação que vai além de peças do vestuário masculino e feminino. Canceriano do dia 11 de julho, da cidade de Piacenza, ao sul de Milão, estudava medicina na universidade local até que, aos 20 anos, abandonou os estudos para se tornar vitrinista. Trabalhando na loja de departamentos La Rinascente, em Milão, ele mergulhou de vez no mundo da moda, fortemente influenciado pela irmã Rosanna, que era modelo. Alguns anos depois, foi trabalhar como assistente do consagrado costureiro Nino Cerruti. Na sequência, passou a criar roupas como estilista free lancer para várias grifes famosas até abrir o próprio negócio. Nascia assim, em Milão, a Giorgio Armani S.p.A. Era o início do poderoso grupo Armani que, graças ao talento, empreendedorismo e esforço de seu criador, logo se tornou um forte símbolo de alta costura. “Procure um trabalho que goste e jamais terá de trabalhar na vida”, costuma dizer Armani, ao expor sua paixão pelo que faz. Com suas roupas de estilo, com destaque para as jaquetas desestruturadas e elegantes, Armani deu nova vida ao mundo da moda. Se Yves Saint Laurent revolucionou o guarda roupa feminino com o smoking, em 1966, Armani transferiu para o guarda-roupa da mulher de negócio, a força que o vestuário masculino possuía. Seus tailleurs com ombreiras, em cortes e tecidos nobres até então destinados aos homens elegantes, deram poder às mulheres que, na década de 80, mostravam força no mundo corporativo. Para a editora de moda e estilo Denise Dahdah, Armani sempre foi consistente em produzir roupas extremamente bem-feitas e clássicas. Por isso é um porto seguro para mulheres que querem ter certeza de que estarão bem vestidas sem ‘causar’. “Mas podemos dizer que, quando fez o guarda-roupa de Richard Gere para o filme American Gigolo, ele ficou pop. E repetiu o feito, mais recentemente, criando os ternos de Christian Bale, no filme do Batman, The Dark Knight”, diz Denise. “Confesso que as últimas coleções me agradaram bastante porque a grife deu uma leve modernizada. Armani começou a fazer algumas peças com cara mais jovial, sem perder a elegância que lhe é característica.”

O personagem de Richard Gere no filme O Gigolo Americano de Armani: ícone pop

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1982 Armani abre, em Milão, a primeira loja Giorgio Armani. E é o primeiro estilista, depois de Christian Dior, a ser capa da Time, influente revista americana

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1985

1989

1991 1997

É aberta em É inaugurado É lançada a Houston, em Londres, marca A/X no Texas, a o primeiro Armani Exchange primeira loja Emporio Armani para produzir da grife Armani restaurante. roupas mais nos Estados modernas e Unidos ousadas, voltadas para um público jovem.

É aberta em Roma a primeira loja Armani Jeans.

2000 O Solomon R. Guggenheim Museum, em Nova York (EUA) realiza uma mostra sobre a influência da Armani em diversas áreas, principalmente no cinema. Entre os objetos expostos, vários figurinos criados pelo estilista em diferentes períodos. No mesmo ano, é inaugurada em Milão a primeira loja Armani Casa.

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Desfile Armani na inauguração do Hotel de Dubai; abaixo, fruto da parceria com a Emaar Properties

2003

2005

É aberto em Milão, o exclusivíssimo bar Giorgio Armani Privé

Em maio, o grupo Armani, em parceria com a empresa Emaar Properties, anuncia a criação da série de hotéis e resorts com a marca do estilista. Nesse mesmo ano, Armani apresenta sua primeira coleção da marca Armani Privé.

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Pouco tempo após sua criação, a grife Armani se tornou uma das grandes estrelas da moda. Em 2000, de acordo com levantamento da revista Forbes, Giorgio era o mais bem-sucedido estilista do mundo com ganhos pessoais acumulados em torno de 135 milhões de dólares. Sem nunca parar de crescer, seu grupo foi estendendo raízes em todas as faixas etárias que pediam moda de excelência. Mas como todo gênio, Armani também teve dias de infelicidade. Em 1996, ele foi acusado de evasão fiscal. Negou o crime, mas mesmo assim foi condenado a nove meses de prisão, pena que cumpriu em liberdade após pagar multa de 64 mil dólares. Em 1998, o grupo Peta, que defende os animais, fez um protesto em Milão porque Armani lançou uma coleção com minissaias e casacos de neve revestidos de pele. O estilista havia dito que não usaria esse tipo de material em suas criações, mas não cumpriu a promessa.

Comida, hospedagem e música Nesta década, o grupo decidiu bater à porta do universo da decoração, entrando no segmento com autoridade e lançando a marca Armani Casa, que cria e comercializa mobiliário, lâmpadas, roupas de cama e louças entre outros objetos. Hoje, essa divisão possui 28 lojas exclusivas pelo mundo. No ano passado, foi inaugurado em Dubai, nos Emirados Árabes, o Armani Dubai Hotel, primeiro hotel e resort, fruto da parceria com a empresa Emaar Properties, localizado no mais alto edifício do mundo, o Burj Khalifa. O hotel tem 160 suítes e oito restaurantes, servindo o que há de melhor nas culinárias italiana, mediterrânea, japonesa e indiana. O estilista cuidou pessoalmente de todo o projeto de arquitetura e decoração do lugar. “É um sonho antigo ter um hotel onde eu mesmo gostaria de me hospedar, além de receber familiares e amigos”, disse Armani. Armani há muito deixou de ser chamado de estilista para ser um símbolo de homem de negócios. Hoje, seu nome também assina restaurantes, bares, cafés, uma

2007 Por ocasião da entrega do Oscar, o estilista apresenta, em Los Angeles, a coleção primavera/ verão da linha Giorgio Armani Privé, para um público de celebridades. No final do ano, ele inaugura em Tóquio (Japão), a 40a loja no mundo: a Armani/ Ginza Tower.

2008 A Emporio Armani abre suas portas na Rússia e na China.

2009 Em fevereiro, abre uma loja na famosa 5ª Avenida, em Nova York. No mesmo ano, é inaugurado em Dubai, nos Emirados Árabes, o primeiro hotel e resort fruto da parceria com a empresa Emaar Properties. Mais: é lançada, em Milão, a linha de celulares Armani, com a Samsung.

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AS MULTIMARCAS DE UM GÊNIO DA MODA Giorgio Armani • Carro-chefe e a mais antiga das marcas criadas pelo estilista. Além de roupas e acessórios, produz óculos, cosméticos e perfumes. Está entre as mais caras do mundo.

Croqui de vestido roxo feito para Alicia Keys. Ao lado, vestido de noiva que o estilista desenhou para a atriz Megan Fox, abaixo posando para a campanha da Emporio Armani Underwear

Armani Collezioni • Criada em 1978, a marca deu inicio à expansão internacional do grupo Armani. Depois da Giorgio Armani, é a mais sofisticada com vendas ao público de criações do estilista. As coleções são comercializadas em lojas próprias e nas de departamentos consagradas pelo alto padrão mundo afora como Harrods, Bloomingdale’s e Saks Fifth Avenue, de Nova York. Emporio Armani • Lançada em 1981, a marca produz um linha de roupas mais informais (mas não menos elegantes) para um público nas faixas etárias de 20 a 30 anos. Possui 183 lojas em todo o mundo. Em janeiro deste ano, o astro do futebol, o português Cristiano Ronaldo e a estrela de Hollywood, a americana Megan Fox, tornaram-se os modelos da marca em sua campanha publicitária. AJ/Armani Jeans • Também lançada em 1981. Tratase de uma linha de roupas ainda mais moderna, com variedade de cores e logotipos grandes. Também é comercializada em 22 lojas próprias em todo o mundo e em lojas de departamentos selecionadas. A/X Armani Exchange • Lançada em 1991 nos Estados Unidos, é considerada hoje um ícone de vanguarda. Produz coleções inspiradas na cultura pop e entre todas as criações do grupo Armani é a que comercializa peças com preços mais acessíveis (abaixo de 100 dólares, em média). Além de roupas e acessórios, fabrica óculos e relógios próprios. São180 lojas exclusivas em todo o planeta. Armani Junior • Como o próprio nome indica, produz roupas para crianças. As peças são encontradas em 12 lojas exclusivas mundo afora e também nas de departamentos de luxo como a Saks Fifth Avenue. Armani Privé • Só produz coleções por encomenda, com logotipos próprios, feitos sob medida para clientes vip, geralmente astros e estrelas de Hollywood. Não existe nada mais exclusivo no mundo em se tratando de roupas com a assinatura Armani.

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confeitaria, uma livraria, uma floricultura e cinco CDs. Mesmo que alguns dos produtos comercializados não sejam criados pelo próprio, caso dos CDs, que é uma compilação de músicas sob o selo Emporio Armani Caffé, uma de suas redes no ramo da gastronomia. Ao todo são 14 Emporio Armani e Armani Jeans Caffé espalhados pelo planeta, sem contar a rede Armani Caffé, presente inclusive em São Paulo, no Shopping Iguatemi. O grupo também possui, em Milão, o restaurante Armani Nobu, em parceria com o chef japonês Nobuyuki Matsuhisa, conhecido por sua cozinha japonesa irretocável, com influência peruana. Por tantos feitos e principalmente pelo fato de ter mostrado ao mundo o jeito de ser made in Italy, Giorgio Armani recebeu, o prêmio Commendatore dell’Ordine Al Mérito della Repubblica, considerado o mais importante título concedido pelo governo italiano. Soma-se, ainda, à sua vasta lista de honras recebidas ao longo da carreira, o prêmio de melhor estilista internacional e melhor conjunto de obra, ambos concedidos pelo Council of Fashion Designers of America (CFDA). Engajado, Armani é Embaixador da Boa Vontade do Alto Comitê das Nações Unidas para os Refugiados. Tudo muito justo – mas sempre elegante.

Lady Gaga vestida pela Armani Privé para arrasar: chá no Grammy Awards 2010

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“ A rmani come ç o u a fa z er alg u mas pe ç as com cara mais jo v ial , sem perder a eleg â ncia q u e lhe é carac t er í s t ica ”

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ARMANI NO BRA SIL A grife Armani chegou ao país em abril de 1997 pelas mãos do empresário húngaro criado no Brasil, Andre Brett, e de sua sócia, a suíça Michelle Nasser. Hoje, o grupo possui 12 lojas em território nacional. A maioria delas se concentra em São Paulo: duas Emporio Armani (uma nos Jardins e outra no Shopping Iguatemi), duas Giorgio Armani (uma na Bela Cintra e outra no Shopping Cidade Jardim) e quatro A/X Armani Exchange (Bourbon Shopping Pompeia, Shopping Pátio Paulista, Shopping Pátio Higienópolis e MorumbiShopping). O Rio de Janeiro tem uma Emporio Armani (no Fashion Mall, em São Conrado) e duas A/X Armani Exchange (no Shopping Leblon e no Shopping Rio Design Barra). A outra Armani Exchange no Brasil está no Salvador Shopping, na capital baiana.

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Um projeto tem várias etapas, a primeira delas é a paixão pelo vinho.

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AMBIENTES CLIMATIZADOS ART DES CAVES A Art des Caves, líder nacional na produção de adegas e climatizações, garante soluções que enriquecem o projeto e lhe asseguram total confiabilidade e qualidade. A segurança na escolha da empresa com maior tradição do mercado brasileiro é garantia de cumprimento de prazo e excelência na execução de seu projeto personalizado.

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Especial

luxo

que salva! grifes como Chanel, &Beyond e LVMH vêm brandindo AçÕES de sustentabilidade QUE POUPAM O consumidor DE QUALQUER ATITUDE além da de passar o cartão de crédito. Será esse o caminho? P o r Alexandra Forbes, D E NOVA YORK

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acampamento do Four Seasons na região tailandesa de Golden Triangle é puro luxo – e de acampamento não tem nada além das barracas. A hospedagem dá nome à fundação Golden Triangle Asian Elephant Foundation (GTAEF), que existe desde 2006 e realiza um trabalho de conscientização com a população local, divulgando aos tailandeses a importante mensagem de que os elefantes estão rareando porque estão acabando com seu habitat . A fundação é mantida graças à ajuda financeira do grupo Four Seasons e de seus criativos hóspedes. Para fazer sua parte, um deles, Perr y Butler, lançou o vinho Juslyn Vineyard Rescue, produzido em sua vinícola do Napa Valley, e faz reverter 100% do lucro com as vendas para a fundação. Em 2009, Carolyn, mulher dele e dona de uma butique chique na Califórnia, pediu a Christian Louboutin que desenhasse sandálias exclusivas de apoio à causa. E ele disse sim. A edição limitada do calçado foi lançada em 2009 e vendida por internet. Mas nem sempre os hóspedes são chamados a atuar. Em uma das palestras que Steve Fitzgerald fez, enquanto CEO do &Beyond (pequenos grupos de hotéis de luxo), em Viena, para mais de 200 hoteleiros da grife Relais & Châteaux, causou espanto ao dizer que ninguém quer gastar uma pequena fortuna numa diária e ainda se sentir na obrigação de fazer algo pelo meio ambiente. Apesar de apoiar o engajamento em salvar vidas – não só dos bichos que rondam as tendas luxuriantes mas também dos povos nativos que, inclusive, compõem a maior parte da mão de obra desses hotéis –, Fitzgerald acha que quem paga não quer dor de cab eça, e que há muita demagogia nesse papo de sustentabilidade. “Colocar cartões nos banheiros recomendando ao hóspede que pendure as toalhas usadas para que não sejam lavadas e assim economizem água e sabão é uma bobagem. Vocês sab em, e seus hóspedes também, que o verdadeiro objetivo daqueles dizeres é poupar dinheiro com a lavanderia e ainda sair b em na fita”, disse.

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Na Tailândia, a fundação do grupo hoteleiro Four Seasons conta com a iniciativa criativa de hóspedes para defender os elefantes

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Se há alguém que pode falar algo tão direto e sincero, é Fitzgerald (atualmente, é coproprietário, com a mulher, Nicky, da consultoria em turismo de luxo Pangaea Associates). Em boa parte graças a ele, os 46 lodges africanos e indianos da &Beyond (acampamentos confortáveis, com diária de até 1,5 mil dólares) foram pioneiros em iniciativas de preservação do meio ambiente. Exemplos? Controles remotos que permitem aos hóspedes desligar as luzes de suas “tendas” quando partem em safári fotográfico; água aquecida por energia solar; reciclagem do esgoto dos banheiros e cozinha. Mas isso tudo já fazem os concorrentes, em maior ou menor medida... Difícil é bater a &Beyond em coisas como a transformação de óleo de cozinha gasto em combustível automotivo, as “minhocarias” que fazem com o lixo orgânico composto, a relocação de bisões indianos para áreas em que haviam sido extintos, as hortas comunitárias que a rede ajudou a transformar em micronegócios, a doação de cadeiras de rodas a clínicas, e de muitos alqueires de terra aos zulus, as aulas de ecologia patrocinadas em escolas e as bolsas de estudo para cozinheiros. Sim, porque isso tudo também é ligado à sustentabilidade. Povo nutrido, motivado e com dinheiro no bolso não precisa dar tiro em leão ou atear fogo à savana para plantar milho... O ponto assinalado por Fitzgerald – que crê que o certo é direcionar parte do lucro para fazer o bem pelo planeta, mas sem importunar ou pressionar os clientes – vale para outros negócios de luxo além do de hotelaria. Do mesmo modo que muita gente acha cansativas as plaquinhas pedindo que poupemos água e sabão em nossas férias cinco-estrelas, grifes chiques que pedem a seus consumidores maior envolvimento na causa da preservação do planeta arriscam alienar ou irritar clientes fazendo-os se sentir mal por estar consumindo sem dar nada em troca. Para Carlos Ferreirinha, especialista em mercado de luxo e presidente da consultoria MCF, o dilema de como e quanto investir em sustentabilidade ainda é o tendão de aquiles do segmento. Afinal de contas, “a decisão de compra, totalmente emocional, vem do impulso de querer ter algo, e não de uma preocupação com temas ligados à sustentabilidade”, diz. Ou seja: de modo geral, quem gasta em produtos finos e caros quer status, beleza e qualidade – e não faz a menor questão de hastear alguma bandeira em prol do acordo de Kyoto. Embora seja mais prudente para as marcas de luxo aterem-se ao negócio de vender coisas belas – sua raison d’être –, algumas escolhem, por arriscado que seja, fazer uso do poder que têm de influenciar opiniões e pautar discussões, direta ou indiretamen-

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te. Vide Stella McCartney, vegetariana convicta como os pais, Linda e Paul, ferrenha defensora dos animais e seus habitats ameaçados, cujas convicções pessoais regem cada detalhe da operação de sua grife homônima (hoje presente ao redor do mundo), do banimento de todo e qualquer couro na manufatura de roupas e sapatos à construção de lojas e corners utilizando somente materiais comprovadamente sustentáveis. Há poucas plataformas mais visíveis para se expor mensagens, bem sabem McCartney e cia., do que anúncios em revistas como Vogue e Harpers’ Bazaar ou desfiles das semanas de moda de Milão ou Paris. Se Karl Lagerfeld, o todo-poderoso designer da Chanel, quisesse estampar “BP assassina” na passarela, viraria manchete nos quatro cantos do globo, tomando de assalto o Twitter e o Facebook, espalhando-se como praga e derrubando as ações da British Petroleum. O poder de fogo de uma grife conceituada é assustador, e exige cautela de seus milionários departamentos de marketing. Talvez até por isso tenha sido ambíguo e polêmico o espetacular último desfile da Chanel em Paris, em que um monumental iceberg – importado da Suécia, de caminhão! – serviu de cenário. O monolito branco derreteu-se lentamente enquanto seus paredões brancos serviam de pano de fundo para as sílfides de passo cruzado em modelitos com detalhes de pele sintética. A água formava poças e molhava roupas e corpos conforme a montanha gelada se auto-destruía aos olhos dos convidados. A performance chocava – não se sabe se por mostrar o esfacelamento do planeta, ao vivo e em cores, ou se pelo absurdo de arran-

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FOTO: &BEYOND

Acampamentos do &Beyond: sem demagogia, cobrando dos clientes pela sustentabilidade da regiĂŁo e pela consciĂŞncia limpa

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carem um iceberg de seu habitat para derretê-lo sob o calor dos holofotes. Uns viram no fato a prova de que certos ricos acham que podem tudo – até roubar a natureza. Outros entenderam como um alerta contundente e lírico, mostrando quão frágeis e belos são os mares gelados dos polos Norte e Sul. De fato, a Maison Chanel pegou pesado para mudar alguns dos estigmas mais antigos e profundos do mercado de luxo – trocar o uso de peles verdadeiras de animais, em casacos e roupas, pelo uso de pele sintética. Foi um tapa com luva sintética de pelica de Karl Lagerfeld para tratar o tema de sustentabilidade em sua área de negócio, sem ser enfadonho ou discursivo. Madame pode deliciar-se com a incrível beleza do desfile reservando dois ou três modelitos de pele sintética? Pas de problème! “Não foi fácil trazer um iceberg da Suécia pesando 30 toneladas, transportado em não sei quantos caminhões e, depois, esculpi-lo em câmara fria por uma semana”, disse Lagerfeld, logo após o desfile, ressaltando que não repetiria a façanha. Nem uma palavra mais. E, no entanto, o Kaiser fez questão de chamar atenção para o fato

“ O T E R M O P E L E FA L S A É P E J O R AT I V O E D E G R A D A N T E . A C H O BOM QUANDO DIZEMOS BIJOUX D E FA N TA S I E , PA R A D E S I G N A R B I J U T E R I A S , P O R TA N T O, P O R Q U E N Ã O F O U R R U R E D E FA N TA S I E ? M A I S I M A G I N AT I V O, N Ã O ? ” K A R L L A G E R F E L D

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de que as peles sintéticas – o foco da coleção – podem parecer tão refinadas e lindas quanto as de animais. “O termo pele falsa é pejorativo e degradante. O que significa ser falso? Os famosos trançados do tweed da Chanel são na verdade bordados, devemos então chamá-lo de falso tweed?”, questionou. “Falta um termo apropriado. Acho bom, por exemplo, quando dizemos bijoux de fantasie (para designar bijuterias).Por que não fourrure de fantasie? Mais imaginativo, não?” A chave da bem-sucedida estratégia de luxo sustentável está no delicadíssimo equilíbrio entre: a) pronunciar publicamente mas sem alarde uma preocupação com as questões ambientais; b) lançar medidas que surtam resultados verdadeiros, sem cobrar nenhuma colaboração do consumidor ou cliente; c) não radicalizar nem deixar que esse ativismo diminua o prazer que o produto deve proporcionar. As mais prestigiosas montadoras de carros, mais até do que as grifes de moda, bebidas ou joalheria, têm sabido dançar conforme essa música. Elas têm uma grande vantagem: todos os esforços gastos em pesquisa e desenvolvimento para tornar seus motores mais eficientes, e para que queimem menos combustíveis fósseis e poluam menos – só podem ser bem-vistos pelo consumidor, que acaba economizando dinheiro a cada vez que reabastece. Cada qual tem estratégia própria nessa busca incessante pelo motor que menos consuma e não destrua o planeta. A Jaguar trocou o aço pelo alumínio nas carrocerias, o que deixa o carro cerca de 200 quilos mais leve, além de lançar o motor X-Type 2.2 movido a diesel que, se equipado com um filtro catalisador, faz 52 mpg (milhas por galão). A Audi gaba-se de ir ainda mais longe, graças a uma tecnologia patenteada batizada de FSI. “Um motor Audi a gasolina consome 20% do combustível que um motor da mesma potência de seus concorrentes”, afirma Paulo Kakinoff, presidente da divisão brasileira da montadora. Como? O motor FSI tem injetor servido por uma bomba de alta pressão que alimenta os cilindros com uma mistura de combustível e... ar! O injetor regula a entrega de combustível com precisão de milésimos de segundo e enorme pressão (até 140 bar, contra os 3 a 5 bar de um motor convencional), de modo que a mistura ar-combustível seja distribuída homogeneamente na câmara de combustão. Além de motores eficientes, todas as montadoras top têm também, é claro, algum protótipo de carro híbrido (gasolina e eletricidade) ou puramente elétrico. O híbrido da Jaguar, do qual ainda pouco se sabe, chama-se Xj 2011. O 2011 MKZ, da Lincoln, marca top de linha da Ford, autoproclama-se o novo híbrido mais econômico dos Estados Unidos, fazendo até 41 mpg. BMW e MercedesBenz também têm os seus. A Audi está apostando em seu novo E-Tron, um belo elétrico inspirado no esportivo R8, que vem ganhando prêmios pelo design e vai entrar em produção no ano que vem. Mas não se pode falar em carros elétricos sem destacar a Tesla, uma empresa californiana fundada em 2003 por

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Desfile Chanel: iceberg trazido da Suécia para vender pele sintética

um homem de internet – Elon Musk, que fez fortuna ao vender o site e-Bay. A pequena Tesla beneficiou-se de seu status de outsider, correndo riscos que as grandes montadoras de Detroit jamais aceitariam. Investindo montanhas de dinheiro em pesquisa e desenvolvimento, conseguiu a proeza de lançar o primeiro carro esportivo elétrico do mundo. Mais: não só o Tesla Roadster é mais atraente do que qualquer outro protótipo que o antecedeu como acelera de zero a 100 quilômetros por hora em incríveis 4 segundos (mais rápido que o Porsche!) sem dar um pio ou queimar uma gota de combustível fóssil. Empresa jovem, inovadora, californiana e dona de um produto de luxo bacaníssimo, não faltava nada para a Tesla virar a queridinha de toda a Hollywood. Há anos, famosos engajados como Arnold Schwazenegger, Jenny McCarthy e George Clooney entraram em lista de espera para pagar cerca de 100 mil dólares por um Roadster, cuja produção limita-se a 10 mil por ano. Leonardo diCaprio, reconhecido por seu ativismo pela causa da proteção do meio ambiente, não só tem um Roadster na garagem como aceitou servir de garoto-propaganda de um grande rally promocional, em que um Roadster dará a volta ao mundo até outubro, em parceria com a grife de relógios TAG Heuer. Na festa em que se anunciou a chamada Odyssey of Pioneers, DiCaprio disse: “As ameaças ecológicas que o planeta enfrenta importam a mim, importam à TAG Heuer e deveriam importar a todos os países e empresas. Alguns já entenderam isso. Outros não”. Aos poucos, cutucadas como essa, dadas publicamente e por gente muito famosa começa a incomodar os retardatários, forçando a indústria, como um todo, a se mexer. Todos, afinal, querem ser vistos como heróis e não bandidos. São tantos os lançamentos de carros anunciados como revolucionários, sustentáveis, recicláveis, que em breve estaremos ligando o carro na tomada antes de ir dormir. “Quem foi ao último salão do automóvel de Frankfurt saiu de lá com a impressão de que em um ano todos os carros nas ruas serão elétricos, mas isso nem de longe é uma possibilidade”, diz Paulo Kakinoff, presidente da Audi no Brasil. “Acho fundamental separar o que é ação de marketing daquilo que tem um impacto real, e o fato é que daqui a dez anos só 5% a 10% dos carros serão elétricos, porque muitos obstáculos tecnológicos ainda precisam ser transpostos”, afirma. Não só as montadoras têm muito o que aprender para conseguir se tornar verdadeiramente sustentáveis. Basta pensar em quantos aviões cruzam os oceanos cheios de caixas contendo sapatos, bolsas, relógios, joias, perfumes, vinhos e queijos. Ou em quantas lojas emitem para a rua, em pleno verão, lufadas de ar frio vindas dos poderosos aparelhos de ar-condicionado, e cujos luminosos brilham acesos a noite toda. Aqui e ali, algum esforço é feito para diminuir as quantidades brutais de combustível, luz elétrica e embalagens consumidas pelo segmento de luxo. A nova loja Balenciaga

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ALÉM DE MOTORES EFICIENTES, TODAS A S MONTADORA S TOP TÊM TAMBÉM , É C L A RO, A LG U M P ROTÓT I P O D E C A R RO HÍBRIDO (GASOLINA E ELETRICIDADE) OU PURAMENTE ELÉTRICO

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em Los Angeles foi desenhada para ser ecologicamente correta: gasta pouco com ar condicionado e tem iluminação econômica. A grife Bottega Veneta estuda meios de reduzir as embalagens de suas bolsas. No entanto, François Pinault, CEO da empresa PPR, controladora dessas duas grifes, entre outras, ao discutir sustentabilidade ainda usa mais blablablá do que fatos concretos. Em fórum sobre o luxo sustentável ocorrido na Índia no ano passado, Pinault disse: “Na PPR, luxo sustentável é uma convicção que vem de dentro. Não se trata só do fato de que o negócio do luxo tem verba para dar o exemplo; do meu ponto de vista, faz parte de nossa identidade e é nossa responsabilidade. (...) Temos alternativa? Nossa própria visão e o estado do mundo nos forçam a agir. Ninguém hoje poderia negar a existência do aquecimento global ou a ameaça à biodiversidade (...). Não é hora de reflexão nem de pessimismo, mas sim de ação”. Soa bonito. Resta ver se em alguns anos ele próprio terá forçado seu conglomerado a agir com maior vigor, reduzindo as distâncias que seus produtos viajam, ou o peso das embalagens em que são vendidos. Pinault poderia tomar como exemplo seu maior concorrente, o conglomerado LVMH, cuja estratégia de preservação do meio ambiente é exemplar, tanto por sua abrangência como por sua transparência. A cada ano, a diretoria encarregada de assuntos ambientais disponibiliza no site da companhia um extenso boletim enumerando as

Os elétricos Roadster, acima, com produção de 10 mil unidades ao ano e o Audi E-Tron, ao lado: design premiado e precisão

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muitas iniciativas em andamento para diminuir o impacto ambiental de suas grifes, com números claros e detalhados auditados pela consultoria Ernst & Young. Exemplos louváveis vindos do grupo LVMH incluem o sucesso na exportação dos conhaques Henessy por navio em vez de aviões – método muito menos poluente. Desde 2000, a pré-história da sustentabilidade, a empresa faz isso, embora 13% das exportações ainda sigam viagem por terra ou pelo ar. Boa parte das bolsas Louis Vuitton também viaja até seus mercados finais pela água. Outras iniciativas encorajadoras da LVMH? Redução brutal da energia elétrica e da água usadas na produção de perfumes Dior, e o lançamento da linha Or de Vie, que usa em sua composição ramos descartados das parreiras do lendário vinho Château d’Yquem (também do grupo). A velha mansão de 1840 da Veuve Clicquot em Reims, região de Champagne, foi totalmente reformada e, hoje, é um exemplo de sustentabilidade. Um novo sistema geotermal supre 80% da energia gasta com ar condicionado e aquecimento enquanto painéis solares nas paredes externas esquentam a água. Mas ainda é pouco. Para Guy Champniss, diretor da Havas Media, uma consultoria especializada em comportamento do consumidor (e cujos clientes incluem gigantes como Peugeot e Accor) neste momento, marcas de luxo estão longe de alavancar sua afiada habilidade de despertar o desejo dos consumidores para motivar a adoção de hábitos ecologicamente corretos. Presente à conferência de luxo de Nova Délhi, Champniss afirmou: “O evento estava cheio de retórica grandiosa e bem construída: foi uma tentativa de posicionar o luxo não como um empecilho às práticas sustentáveis, mas sim como herói, embora muita gente tenha dificuldade em engolir esse argumento”. Para Champniss, as marcas de luxo ainda não descobriram como fazer o consumidor se importar com questões ambientais sem que seja uma obrigação. O consumidor vai à concessionária não para ouvir lero-lero verde, mas sim para sentir cheiro de carro novo. As madames ainda saem de suas butiques favoritas carregadas de sacolas lustrosas e caixas imensas. E, às vezes, apesar de todo o discurso “todos juntos podemos salvar o planeta” até as próprias empresas de luxo deixam transparecer que o caminho “verde” é árduo e vai contra alguns pilares de sua imagem e marketing. Na conferência de Nova Délhi, depois de um eloquente discurso, o vice-presidente da Hermès, Christian Blanckaert, abriu o fórum para o debate. Um funcionário da Hermès perguntou se as famosa caixas cor-de-laranja da grife não seriam um obstáculo aos esforços da empresa rumo à sustentabilidade. Irritado, o executivo respondeu que aquela embalagem é sinônimo da Hermès e, portanto, não seria mudada de modo nenhum. De uma tacada, deixou claro que falar em sustentabilidade é fácil, mas abandonar velhos hábitos nem tanto. Nem que seja pelo bem do planeta.

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Lyor Cohen

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O caçador de

ídolos

Lyor Cohen, magnata da música pop, explica o que faz de um artista um ser magnífico e diz que a única maneira de o mercado sobreviver à pirataria é com a consciência dos fãs TEXTO E FOTOS POR Karin Dauch, de Nova York

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hamado de magnata do hip-hop pelo jornal The New York Times , o CEO da Warner Music Group (WMG), considera-se um caçador de tesouros. Lançou os primeiros grandes talentos que popularizaram o gênero em meados da década de 80, como o Beastie Boys, LL Cool J, e Run-D.M.C. Mas não é só de hip-hop que vive esse pioneiro e ícone da indústria fonográfica, que em 1999 vendeu ao grupo Universal Music sua parte do Def Jam Records, em que era sócio de Russel Simmons, por 100 milhões de dólares. Desde que se juntou à WMG em 2004, modernizou a empresa, elevando-a à terceira posição em liderança de vendas no mundo e à primeira nos Estados Unidos. O próspero empresário da indústria fonográfica não tem do que reclamar. Durante a entrevista exclusiva que concedeu a Just For na praia de Hamptons, onde tem casa, e que frequenta todos os verões, revela-se um simpático bon-vivant . Cinquentão atraente, Lyor é ávido jogador de golfe, que não dispensa o charuto ao longo do dia, e mostra-se realizado ao lado da bela e bem-sucedida designer Tory Burch. Poucas horas antes de embarcar com Tory para uma viagem de aventura ao Peru, onde subiriam até Machu Picchu, Cohen bateu o seguinte papo descontraído com a repórter Karin Dauch.

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“Adoro o Brasil, um pa í s ú n i co, e tolerante. Sou grato por meus a n t e pa s s a d o s judeus terem sido tão bem recebidos lá”

O mercado fonográfico como o conhecemos até o início deste século morreu? O que entra no lugar? Na verdade, a grande revolução da indústria fonográfica ocorreu com a invenção do CD, há 25 anos. Isso resultou num fenômeno nunca antes visto no mundo da música: os lucros exorbitantes de certa forma patrocinaram a criação de muitas companhias gigantes de mídia. O CD substituiu a fita cassete e o vinil. Com isso, o extenso acervo de música que gravadoras pequenas montaram ao longo do tempo foi convertido para CD e as pessoas recompraram as coleções que já tinham em LP ou fitas. Essas pequenas gravadoras foram adquiridas pelas companhias grandes, de olho nesse lucro fácil. Portanto, não é que essa mudança tivesse sido uma estratégia pensada e criativa. As grandes empresas de mídia acreditaram nos resultados ilusórios proporcionados inicialmente pela conversão ao CD, viram o potencial da indústria, só que deixaram de focar na criação e na procura do real talento que cria coisas novas. Embriagaram-se com o próprio sucesso, montando infraestruturas enormes e infladas. Era jatinho pra cá, limusine pra lá, caviar, primeira classe e pouca disciplina. A indústria da música pré-CD era saudável, mas não robusta. A indústria fonográfica pós-CD transformou-se em algo tão fora da realidade que, quando todos já haviam convertido suas coleções para o compact disc, a fonte secou. As grandes companhias que se achavam geniais viram-se despreparadas e forçaram a criação de artistas de consumo, que vendessem rapidamente. Viram-se aí desastres como Britney Spears, N-Synch e Back Street Boys. As empresas infladas não tinham a habilidade de encontrar e investir em artistas de qualidade duradoura, como Neil Young ou Red Hot Chilli Peppers, músicos maduros que levaram anos para chegar a esse estágio de desenvolvimento.

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Você considera crime programas como Torrent, em que consumidores “emprestam” as músicas que têm para os outros? Como impedir que as pessoas façam o que quiserem com as músicas que têm em casa? Um caso famoso, o do Limewire, acabou de ser julgado há poucos dias e a Justiça Federal pronunciou-se pela ilegalidade do file-sharing. Portanto, é crime. Só que eu estou mais interessado é em me comunicar com o consumidor. Os fãs devem entender que pessoas dependem dessa indústria para sustentar suas famílias. E se os artistas não conseguem pagar as contas, o que acontece com eles? O que acontece com a próxima geração de consumidores e de artistas? É essencial que os fãs tomem consciência de que devem ao artista alguma forma de pagamento para que a música possa continuar. Só assim se garante uma indústria fonográfica saudável. A indústria fonográfica tem uma carta na manga para manter-se viva? Qual? Não existe uma carta mágica na manga. De um lado, recorrer ao consumidor, aos fãs, e fazêlos entender que são eles os mecenas que tornam a música possível e, de outro, convencer o governo e todos nós a respeitar a propriedade intelectual de todas as formas de arte – essa é a única maneira de dar continuidade aos trabalhos de qualidade. Sem a proteção dos criadores da imaginação, o resultado seria uma cultura medíocre repleta de filmes ruins, livros insignificantes e música sem qualidade. E não acho que seja isso o que queremos. Os artistas podem viver sem produtoras musicais e editoras hoje em dia? Claro que há sempre a exceção, mas em princípio, ter sucesso nessa indústria é algo de baixíssima probabilidade. Portanto, se o artista consegue achar experts, pessoas que acreditam nele e querem investir em sua carreira, por que não facilitar esse processo que é tão árduo? E mesmo com todo esse apoio, o sucesso não é garantido. É clichê dizer que “faremos sozinhos, não precisamos da indústria da música”, mas para quê? A maioria dos artistas sabe que isso é uma rebeldia que não leva a resultados. A Apple e o iTunes são castradores ou salvadores do mercado livre? São um caminho a ser seguido em termos de cobrança e preservação de direitos autorais ou um método diabólico de concentrar direitos de música na mão de poucas pessoas – no caso, da Apple? Eles são úteis e ao mesmo tempo atrapalham. A Apple tem uma fantástica estratégia para que os consumidores comprem seu hardware. Para eles tanto faz se as músicas que vendem são muito baratas ou muito caras, ou se o sistema não impede a pirataria. Não há um alinhamento entre a Apple e a indústria fonográfica. E quando não há acordo, um lado sempre sofre. Você é conhecido na indústria fonográfica por ter lançado altos nomes da música hip hop. É esse o gênero que você escuta no seu ipod? Gosto de ouvir todos os tipos de música, de diferentes formas. No momento, tenho uma tonelada de músicas novas, inéditas, que ainda não foram lançadas no mercado. Além de estudar esses artistas novos, o que faz parte do meu trabalho, ouço de tudo um pouco: do jazz à música clássica e à world music. Na sua função de “caçador de tesouros”, você costuma se concentrar num estilo de música específico, ou sua intenção é lançar o que vai ser sucesso, independentemente do gênero musical? Sou fundamentalmente uma pessoa curiosa. Claro que tenho uma vasta infraestrutura de pessoas que me acompanham nessa caça ao tesouro. Nessa busca ao magnífico, o truque é não ser enganado por algo que pareça “muito bom”. Prefiro o “muito ruim” ou magnífico. O “muito ruim” pode ser eliminado de cara, agora o “muito bom” e o “extremamente bom” exigem um tremendo investimento. E, por mais grana que se invista no “muito bom”, nunca será suficiente para transformá-lo em magnífico. E é aí que se perde dinheiro.

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Entre amigos, magníficos e futuros magníficos de Cohen: 1) Greenday; 2) Jon Bon Jovi; 3) James Blunt Kid Rock; 4) The Killers; 5) Bruno Mars e B.o.B.

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Quais são os “magníficos” que foram descobertos por você mais recentemente? Jay-Z, Kanye,The Killers.

realmente se tornaram amigos íntimos ao longo dos anos? Jon Bon Jovi, Jay-Z, Kanye, James Blunt e muitos outros.

E como foi o processo? Você estava com a música deles no seu ipod e logo percebeu que tinha encontrado um tesouro? Sim, começo escutando a música várias vezes. Porém, além de ouvir, dedico muito do meu tempo conversando com o artista, observando como ele é, e procurando aquela característica difícil de se explicar. Minha mãe tem uma boa definição dessa qualidade especial: é como se o ar mudasse quando aquela pessoa se aproxima.

O American Idol é realmente uma referência de artistas que vendem? Esse programa é um atalho, o que acho muito perigoso e nocivo ao processo orgânico da criação de um artista. Nunca fui muito fã do programa, apesar de os produtores sempre me procurarem para que eu faça parte dele no time de jurados.

Com todo esse envolvimento, você acaba se tornando um bom amigo dos músicos? É muito importante que eu me empenhe pelos meus artistas. Às vezes, é complicado, porque você começa a dividir intimidades. Quando você lida com artistas, na maioria das vezes há ali uma busca inesgotável por algo, uma dor, uma ferida. Essa é uma característica intrínseca do artista. Quais os artistas que frequentam sua casa e que

O que um talento de verdade tem de ter para vencer no mundo da música? Um time no qual o músico possa confiar 100% é essencial na receita para o sucesso. O artista não deve se deixar levar pelos outros, ele deve manter-se fiel à sua arte e naquilo em que acredita. Além disso, algo muito importante é que o artista se mantenha muito honesto e conectado aos fãs. Como se cria um ídolo musical? O ídolo é o produto colateral de uma estrela que já existe. Uma estrela não se cria, ela é ou não é. Meu negócio não é produzir estrelas, é achá-las. Há uma enorme diferença en-

“O ídolo é o produto colateral de uma estrela que já existe. Uma estrela não se cria, ela é ou não é”

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continuar a ser uma grande ferramenta para os músicos, contanto que dêem um jeito de controlar o “roubo” e o uso ilegal dos trabalhos. A TV pode ser melhor aproveitada do que tem sido até aqui? Acho que sim. À medida que os canais a cabo forem ganhando mais mercado e qualidade, vamos começar a ver uma programação mais interessante, mais segmentada e cheia de oportunidades. Comparada aos Estados Unidos, a TV paga brasileira ainda está engatinhando... Sei disso, mas acho que vai mudar em breve. O satélite tem o potencial de quebrar essa barreira. As pessoas vão perceber rapidamente que, ao se pagar um pouco mais, a qualidade da programação é bem mais alta.

Lyor em sua casa de praia, nos Hamptons: charuto o tempo todo e chinelos nas horas vagas

tre um e outro. Muitas empresas concorrentes não entendem esse princípio. Em meu meio, é fácil se iludir acreditando que seja possível criar algo realmente extraordinário. E a realidade é que algo que é muito bom nunca vai se tornar realmente estupendo. Magnífico é magnífico. Sou como o cara no Caçadores da Arca Perdida, à procura do tesouro, sou um caçador. Você acha que Lady Gaga foi uma dessas estrelas produzidas ou é real? Ela é um exemplo de magnífico. É real. Ela tem muita curiosidade. Curiosidade é um ingrediente-chave para saber sonhar. É fundamental para o artista deixar-se levar pela imaginação e achar o próprio ritmo, sua batida de coração. Não é que ela teve um hit de sucesso, ela teve cinco ou seis, um atrás de outro. E isso não se falseia. Qual foi o grande lançamento e boom que a Warner Music viu nos últimos anos? Greenday, em termos de vendas, Muse, Jay-Z, T.I., Kid Rock. Tem alguma novidade a caminho, que ainda não foi lançada, na qual você aposta no momento? Dá uma prévia dos nomes pra gente... Sem dúvida, temos grandes promessas vindo por aí: B.O.B, Bruno Mars, Jason Durillo. O YouTube é aliado ou um inimigo dos conjuntos? Acaba sendo os dois. O YouTube precisa desenvolver um processo mais eficiente e mais protetor do artista. Poderia

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Você mencionou que gosta de world music. E de música brasileira, você Gosta? Nossa! Adoro. Maria Rita e muitos outros, não consigo lembrar os nomes agora, adoro o ritmo brasileiro, e gosto muito de dançar forró. Forró? Você sabia que essa palavra é originária do inglês “for all”? Claro, tenho família no Brasil, sempre tive afinidade com o país e com sua cultura. sua primeira visita foi no ano passado, sei que você tem familiares no Brasil. Deve ter ido com alguma expectativa. O que achou? Fui a trabalho ao Rio de Janeiro, porque agora também estou à frente da nossa divisão sul-americana e as reuniões foram realizadas lá. Amei, não me decepcionei nem um pouco. A feijoada com farofa é fantástica, a música é maravilhosa, o espírito do povo é incrível e a beleza geográfica foi além das expectativas. O Brasil é um país único, e tolerante; sou grato por meus antepassados judeus terem sido tão bem recebidos lá. Você chegou a conhecer sua família brasileira? Foi incrível, eles organizaram uma reunião de família de última hora. Cada um usou um adesivo de cor diferente com seu nome, para eu saber identificar de qual dos quatro irmãos, que originalmente migraram para o Brasil, cada um descendia. Existe até um livro sobre essa trajetória da minha família. E você vai levar a Tory para o Brasil? Claro que vou! Toda a produção de sapatos da marca dela é feita lá. E não tem dúvida que irei para a copa em 2014. Mal posso esperar!

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tecno

eletrônicos

Vento quieto O Air Multiplier, do designer britânico James Dyson é o primeiro ventilador sem pás. O sistema é semelhante ao dos motores de jatos: a base atrai o ar a seu redor e o empurra para cima, onde há um anel. De acordo com a intensidade escolhida, esse arco multiplica a força do ar, formando a corrente de vento. A invenção é mais fácil de limpar e consome uma quantidade menor de energia se comparado ao aparelho de ar-condicionado. Disponível em dois tamanhos, de 25 cm e 30 cm, a US$ 299,99 e US$ 329,99, respectivamente. Informações: www.dyson.com

Pedalando bonito Sim, isso é uma bicicleta ergométrica. Embora mais pareça uma peça de arte, a Ciclotte é um equipamento com banco e guidão ajustáveis e display touch screen que simplifica o ajuste dos 12 diferentes níveis de esforço. Feita em carbono, a bicicleta minimalista do designer italiano Lucca Schieppati foi inspirada nos clássicos monociclos do final do século XIX. No Brasil, o produto é vendido com exclusividade no site da Obra Vip. R$ 29.950. informações: www.obravip

o poder do som

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Um aparelho de som poderoso, com formato compacto e design moderno, é o BeoSound 5, da Bang & Olufsen. Ele permite um armazenamento praticamente infinito de músicas e playlists graças a sua capacidade de 500GB. Sua tecnologia MOTS (More Of The Same), que copia timbres e tons da música, quando ativado, busca automaticamente canções com características semelhantes. A interface do aparelho é formada por uma tela digital, cuja roda de alumínio controla todas as funções do aparelho e mostra a capa do CD que está sendo reproduzido. Pode ser conectado a qualquer caixa acústica da Bang & Olufsen. Preço sob consulta. Informações: www.bang-olufsen.com

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Quente e consciente A Biolareira Orbiter reúne aquecimento ambiental sustentável e um design inovador. Ela dispensa qualquer tipo de instalação prévia, como dutos ou chaminés. Seu sistema funciona com uma câmara de combustão à base de álcool 92,8 ou 99%. A Orbiter possui tanque de combustível com capacidade para 5 litros, o equivalente a nove horas de fogo. Não produz fumaça nem fuligem. A lareira vem acompanhada de controle remoto. E 67.000. Informações: www.biolareira.com.br

pequenos espaços Projetado para atender pequenos espaços, mas também proporcionar um som impecável capaz de preencher uma sala grande, a Vers 2X é uma elegante, compacta e potente caixa de som feita de bambu para iPod. A Vers 2X foi desenhada para garantir uma experiência de som ideal onde quer que seja colocada. Acompanha controle remoto, e tem grade frontal removível. A empresa fabricante, a Vers, planta 100 árvores para cada exemplar usado na confecção desse aparelho. US$179.99. Informações: www.versaudio.com

Escaneando tudo Este aparelho que lembra um robozinho chegou para revolucionar. O ZScanner possui um laser capaz de produzir mais de 18 mil medições por segundo e escanear em poucos minutos objetos em 3D. Direcionando as lentes sobre um objeto qualquer, ele o transforma em uma imagem digital em três dimensões. Os arquivos podem ser editados no computador e reproduzidos na impressora 3D – a caminho. O ZScanner vem acompanhado de cabo FireWire e possui cinco modelos. A partir de US$ 20.000. Informações: www.zcorp.com

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sÃO PAU LO

Por LUIS A C E L L A

Carrie adoraria! Inspiradas pela famosa confeitaria nova-iorquina Magnolia, onde a personagem Carrie Bradshaw de Sex and the City comprava seus cupcakes, Paula Kenan e Marcella Lage abriram a Wondercakes, primeira loja de cupcakes no Brasil. Em uma charmosa vilinha na Rua Augusta, a loja de esquina, nas cores rosa e marrom, expõe seus cupcakes como joias. Para agradar o público brasileiro, sabores tipicamente nacionais aparecem nos cupcakes de cenoura, brigadeiro com nozes, coco, e maracujá com chocolate. São mais de 35 receitas. WONDERCAKES • Rua Augusta, 2542, Jardins. Seg. a sáb, das 10h às 20 h. Dom., das 12 às 18 h.

KISS & FLY Os sócios Gutti Camargo, Luiz Felipe Scarpa, Ricardo Campos e Ruly Vieira trouxeram para o Brasil a Kiss & Fly, balada de Nova York transportada para a Daslu. Na pista de dança, um lustre italiano com 38 mil cristais e o DJ residente Diego Moura dão o toque de luxo da festa. Ele já tocou nos clubes D-Edge, Mokaï, Pink Elephant e Disco e, aqui, dividirá as pick-ups com convidados nacionais e internacionais, tocando o melhor da house music. Para comemorações especiais, 16 camarotes vips podem ser reservados com antecedência. KISS & FLY • Av. Chedid Jafet, 131, Vila Olímpia. Qui. a sáb., a partir da meia-noite. Camarotes para 10 pessoas: R$ 2.500; homens: R$ 140 de entrada ou R$ 250 de consumação; mulheres: R$ 50 a entrada ou R$ 90 de consumação.

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Toscana logo ali

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Comandado por Cid Simão, Marcos Freitas e Rodrigo Queiroz, o recém-inaugurado restaurante Tre Bicchieri serve pratos da culinária italiana inspirados na região da Toscana e leva nome que homenageia a pontuação máxima que o guia Gambero Rosso confere a um vinho. Esse é o primeiro empreendimento do chef Rodrigo Queiroz, ex-Enoteca Pinchiotti, um 3 estrelas Michelin da Toscana, e do sommelier Marcos Freitas, que tem 20 anos de experiência em renomadas casas paulistanas. Freitas criou uma carta com páginas especiais dedicadas a vinhos que receberam o “Tre Bicchieri”.

Thiago Travesso

TRE Bicchieri • Rua General Mena Barreto, 765, Jardim Paulista. Tel. (11) 3885-4004. Seg. a qui., das 12h às 16h e das 19h às 24h. Sex. e sáb., das 12h às 16h30 e das 19h à 1h. Dom., das 12h às 16h30 e das 19h às 24h.

Arte engajada Pela primeira vez, a Bienal de São Paulo decide seguir um tema: a política. Nesta 29ª edição serão 200 obras de 148 artistas apresentados em projeções, performances, falas e leituras. Entre os artistas internacionais estão a americana Nan Goldin, fotógrafa conhecida por seus registros da vida de homossexuais e transexuais; a artista e diretora de filmes belga Chantal Akerman, seguidora do cineasta francês Jean-Luc Godard; e o britânico Steve McQueen, que traz seus filmes em preto e branco. E ainda obras dos brasileiros Hélio Oiticica, Lygia Pape, Luiz Zerbini, Lívio Tratgtenberg e Nuno Ramos.

29ª Bienal de São Paulo • Fundação Bienal - Parque do Ibirapuera. De 25 de set. a 12 de dez. Seg. a qua., das 9h às 19h, qui. e sex., das 9h às 22h, sáb. e dom., das 9h às 19h. Entrada livre

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VILA NOVA CONCEIÇÃO

P o r LUISA C ELLA

Cozinhando bonito Para os interessados na arte de cozinhar, a Kitchenaid promove, em parceria com a Escola São Paulo, aulas que dão continuidade a seu programa de cursos de gastronomia. Andrea Kaufmann, da AK Delicatéssen, dá a aula sobre Sobremesas Piriguetes – Gostosas e Fáceis. O chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó, ensina novos sabores de tapioca no curso: Uma Nova Cozinha Sertaneja. E a chef Luciana Fabbri conta a história de iguarias espanholas na aula sobre Tapas. A Kitchenaid põe à disposição dos alunos seus equipamentos superpremium. Espaço Gastronômico Loja KitchenAid • Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1241. Sobremesas Piriguetes – Gostosas e Fáceis, 16 de setembro. Uma Nova Cozinha Sertaneja, 21 de outubro. Tapas, 8 e 10 de novembro. Inscrições no site www.escolasaopaulo.org

Magnelli: pinturas do mestre da arte moderna O Museu de Arte Contemporânea, da Universidade de São Paulo (USP), apresenta a exposição Magnelli, em sua sede no Ibirapuera. São 64 pinturas realizadas por Alberto Magnelli, entre 1912 e 1969. O artista italiano conviveu com gente como Appolinaire, Picasso, Léger, Gris e Archipenko. Matisse influenciou-o na composição de interiores com figuras humanas, nas cores fortes e nos contornos pretos. Em Florença, o contato com os futuristas o conduziria ao modernismo e, mais tarde, ao cubismo. Fundação Bienal • Parque do Ibirapuera. Ter. a dom., das 10h às 18h. De 14 de jul. a 12 de set.

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Vila Nova mais Verde Uma das marcas líderes no conceito de vida saudável, a Mundo Verde acaba de abrir uma loja na Vila Nova Conceição. Em suas 150 unidades, é possível encontrar alimentos light, diet, integrais, orgânicos, sem glúten, sem lactose e kosher, além de suplementos alimentares, livros e cosméticos. Mundo Verde • Rua Afonso Braz, 337, esquina com a Rua Diogo Jacome. De seg. a sex., das 8h30 às 20h30; sáb., das 9h às 18 h; e dom., das 10h às 16 h. Delivery: 3045-8893.

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Ethan Lercher

NOVA YO RK

Por K a r in Dauc h

Plaza Food Hall Aberto há menos de um mês, esse restaurante gigante, com cardápio assinado pelo renomado Todd English – e que tem até quitanda –, oferece respaldo do calorão, e um fabuloso almoço pós caminhada no Central Park, que fica ao lado. Situado no subsolo do tradicional The Plaza Hotel, o Plaza Food Hall faz parte da enorme reforma pela qual passou o hotel, seus aposentos e as áreas de lazer. Inspirado no mercado municipal de Florença e na praça de alimentação do Harrod’s em Londres, a comida é sempre fresquinha, do bom e do melhor.

© Evan Sung

The Plaza Hotel • One West 59th Street, todos os dias das 7h até a meianoite. Não aceita reservas. Tel. 212-986 -260. • www.theplazahotel.com

HBO Bryant Park Summer Film Festival Durante as noites tépidas do verão nova-iorquino, traga sua toalha de piquenique ao Bryant Park às segundasfeiras na hora do pôr do sol. Se não quiser levar lancheira, reserve o jantar com antecedência num quiosque da rede witchcraft, por telefone ou internet, e busqueo antes de o filme começar. Imagine um cinema sob as estrelas, num gramado, no coração de Manhattan: é como se fosse um cine drive-in americano à moda antiga, mas sem os carros. Um telão gigante projeta clássicos como Bonnie and Clyde e Rosemary’s Baby. Bryant Park • Todas as segundas-feiras, até 23 de agosto. • www.bryantpark.org ou tel. 212-512-5700 • www.wichcraftnyc.com ou tel. 212-780-0577.

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Zach Dilgard

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Warm Up no MoMAPS1 A combinação de pessoas descoladas dançando sob céu aberto, ao som dos mais conceituados DJs internacionais, apresentações ao vivo entre instalações de arquitetos premiados, transforma o pátio do MoMAPS1 numa das mais interessantes raves do planeta. Não há tardes de sábado tão quentes quanto as que acontecem no verão na sucursal do MoMA em Queens. Para escapar do suor e calor, o museu fica aberto durante a festança al fresco.

USTA

MoMAPS1 • De 4 de jul. a 5 de set., todos os sábados das 14h às 21h • 25 Jackson Avenue, Queens • www.ps1.org

US Open Já começou a caça aos melhores assentos para assistir ao pentacampeão Roger Federer em sua luta pela reconquista do título depois da derrota do ano passado. Também é uma oportunidade para estar em um evento autenticamente verde: desde 2008, estão em prática iniciativas para reduzir o impacto ambiental do campeonato e sensibilizar os 700 mil visitantes. No ano passado, foram recicladas 20 mil latas de bolas de tênis, distribuídos bilhetes de metrô para encorajar o uso de transporte coletivo e usados 2,4 milhões de guardanapos feitos com 90% de papel reaproveitado. Calcula-se que o uso de 26 toneladas de papel reciclado colaborou com a preservação de 28 toneladas de madeira, evitou a emissão de 9 toneladas de gás carbônico e economizou mais de 300 litros de água. Arthur Ashe Stadium • De 30 de ago. a 12 de set. • www.usopen.org

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pari s

Por MARINA MONACO

OpeRa National de Paris

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Le Nozze di Figaro, em português, As Bodas de Fígaro, ópera-bufa de Wolfgang Amadeus Mozart, será encenada em italiano na Ópera Nacional de Paris, sob a direção musical de Philippe Jordan e Dan Ettinger.

La maison du pêcheur, Varengeville Claude Monet

Ópera Nacional de Paris • Ópera Bastille. Rue de Lyon, 120. De 26 de outubro a 7 de junho de 2011. Às 19h30. De E 5 a E 180.

Balada de Rua A 12a edição da Techno Parade, que acontece em setembro, pretende atrair cerca de 300 mil pessoas às ruas de Paris. Existente desde 1998, a parada reúne artistas, gravadoras e simpatizantes da música eletrônica, em um dos maiores festivais da cidade. Neste ano, o evento será dedicado à harmonia da cidade e aos artistas da vida noturna. Serão diversos DJs tocando música eletrônica em veículos equipados com som de última geração. Techno Parade • Dia 25 de set. Saída do Place Denfert-Rochereau, ao meio-dia • Boulevard de Bercy, 9.

Faces de Monet Em uma coprodução da Reunião de Museus Nacionais (RMN) e o Museu D’Orsay, o Grand Palais promove o maior evento já dedicado a Claude Monet. Com quase duas centenas de obras, organizadas por temas e cronologia a partir de 1860, a retrospectiva surpreenderá mais pelas obras desconhecidas e inéditas. Grand Palais • Galerias Nacionais. Avenue du Général Eisenhower, 3. De 22 de setembro a 24 de janeiro de 2011. Todos os dias, das 10 às 22h. De E 8 a E 12.

Do Rock ao Pop

• Para o lançamento de seu mais recente álbum, Chinese Democracy, e quatro anos depois da última visita, a banda americana Guns N’Roses volta à Cidade Luz. O show será dia 13 de setembro, às 20 h. Preço: de E 49,90 a E 69,70. • Aos 62 anos, Ozzy Osbourne, o Príncipe das Trevas, lança seu mais novo álbum, Scream, em show que terá a participação dos grupos de metal Korn e Danko Jones. O show acontecerá dia 20 de setembro, às 19 h. Preço: de E 56,50 a E 84. • Carlos Santana vai aos palcos do Bercy com sua lendária guitarra e o grupo Santana Blue Band para apresentar a A Universal Tone Tour 2010. Dia 12 de outubro, às 20 h. Preço: de E 42 a E 64. • Meses depois de ter se apresentando em Paris, Lady Gaga retorna com sua turnê internacional The Monster Ball. As apresentações serão dias 22 e 23 de outubro, às 19h30. Preço: de E 56,50 a E 95. Palais Omnisports de Paris Bercy • Boulevard de Bercy, 9.

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londres

Por MARINA MONACO

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É um crime não ir

No que seria seu aniversário de 120 anos, a escritora Agatha Christie será homenageada em sua cidade natal, Torquay, na Riviera Inglesa (oeste da Inglaterra), com uma série de eventos. O Agatha Christie Festival apresenta peças de teatro e apresentações musicais baseadas em seus romances, além de uma feira de artesanato. De quebra, será possível apreciar a recémrestaurada casa de veraneio da escritora, em Greenway, com exposição de seus objetos pessoais.

Ela Hawes

AGATHA CHISTIE FESTIVAL • Torquay. 12 a 19 de set. De £0 a £55, dependendo da atração • Informações: www.englishriviera.co.uk/agathachristie

Champanhe, please! Um jantar para poucos em Londres? Pense na recém-reformada The Krug Room, a elegante sala para comemorações íntimas de até 12 pessoas, que funciona no hotel The Dorchester. Cardápios assinados pelo chef Henry Brosi em almoços e jantares são harmonizados com vinhos e champanhes da Krug.

Paul Gauguin, Self-portrait with Manao tu papau 1893, Oil on canvas, 460 x 380 mm, Painting © RMN (Musée d’Orsay) / PHOTO: Hervé Lewandowski

The Dorchester Hotel • Park Lane, 53. Os menus variam de £80 a £140. Reservas: reservations.uk@dorchestercollection.com.

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Gauguin voltou

Deu no Sunday Times: teremos de esperar até setembro para o evento do ano, a primeira e mais importante exposição de Gauguin, na Inglaterra, em 50 anos. Se você estiver por lá, não deixe de ir ao Tate Modern para ver a exposição Gauguin: Maker of Mith. Ela reúne seus quadros e desenhos mais famosos, incluindo suas mulheres do Tahiti e dois autoretratos. Tate Modern • Bankside, SE1 9TG. De 30 de set. a 16 de jan. de 2011. Dom. a qui., das 10h às 18h.; sex. e sáb., das 10h às 22h. Preço: £10.

Ser ou não ser

Hamlet, uma das mais famosas tragédias de Shakespeare, estará em cartaz no National Theatre até fins de outubro, sob a direção do cineasta inglês Nicholas Hytner. Escrita entre 1599 e 1601, a peça trata da vingança do príncipe Hamlet pela morte de seu pai, assassinado pelo tio Cláudio, que se casa com a viúva, e toma o trono. Com Rory Kinnear no papel principal. National Theatre • Olivier Theatre. South Bank. De 30 de set. a 27 de out. De £10 a £30.

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JUST vnc A hora e a vez dos imóveis prontos

Cresce a demanda no mercado de imóveis de luxo usados nos bairros nobres de São Paulo

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E

m breve, muito breve, os bairros nobres mais tradicionais de São Paulo não terão terrenos para novos empreendimentos. Na própria Vila Nova Conceição, a escassez de áreas disponíveis decreta que, ali, a era dos lançamentos imobiliários está perto do fim. O mesmo acontece nas regiões de Moema, Itaim e Jardins. Por isso, a tendência é que nesses bairros, daqui para a frente, aumente cada vez mais a procura por imóveis usados. “Quem quiser morar nessas áreas nobres de São Paulo vai encontrar as melhores oportunidades no mercado de terceiros”, diz Marcos Goggi, diretor da VNC Negócios Imobiliários. “São imóveis de alto padrão, com ótima infraestrutura, construídos em terrenos muito bem localizados no bairro.” Com 16 anos de experiência – e de vantagem sobre a concorrência, tão focada nos lançamentos –, a VNC tem um incomparável banco de dados desse mercado, com informações oficiais precisas a respeito de todos os condomínios dos bairros em que atua, assim como o valor por metro quadrado praticado no próprio prédio e em similares na região, com histórico de vendas, taxa de IPTU e de condomínio, número de dormitórios e de vagas na garagem, além de todos os dados necessários para que você tome a decisão com mais tranquilidade. “Em lançamentos imobiliários, esses dados podem ser facilmente consultados, mas no caso dos imóveis usados eles podem ser distorcidos e desencontrados, provocando confusão no momento da análise para compra ou locação. Quando lidamos com um produto que custa milhões de reais, cada informação, cada metro quadrado, vale muito. Possuindo essa base de dados, temos condições de passar números muito mais aproximados para os clientes sobre o valor pelo qual seu imóvel será comercializado. Avaliação é um ponto fundamental para não se perder tempo na hora da venda ou da compra. Esse tipo de estudo minucioso é importante para justificar as variações de preço uma vez que pode haver diferença de uma quadra para outra, pois há setores mais ou menos valorizados no mesmo bairro” diz Goggi. Outra característica que marca o atual momento dos imóveis de alto padrão é o crescimento do número de vendas financiadas. “Passamos anos sem fazer vendas financiadas, mas hoje em dia quebrou-se o paradigma de que financiar era só para quem não tinha dinheiro para pagamento à vista. Agora, todos estão financiando sem esse tradicional preconceito, inclusive a classe A”, afirma Goggi.

Experiência

que faz a diferença • Há 16 anos, a VNC oferece consultoria em imóveis de alto padrão, identificando sempre as melhores oportunidades e com amplo conhecimento no mercado de terceiros. • A VNC conta com assessoria jurídica própria, que se responsabiliza pela elaboração de contratos, consultas, documentação e orientação a seus clientes. • A equipe é formada por PROFISSIONAIS QUE, ALÉM DE CORRETORES, SÃO consultores imobiliários altamente qualificados e com larga experiência no mercado. • Um exclusivo sistema de mapeamento digital oferece uma experiência única, que permite a visualização espacial, quadra por quadra, lote por lote, apartamento por apartamento.

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e n g l a n d v i l a n ova Ref. 58962 Endereço: Rua Marcos Lopes, 233 Com sua imponente arquitetura rica em detalhes, o belo empreendimento tem o privilégio de ser vizinho do Parque Ibirapuera. O lazer é em grande estilo, pois conta com spa, espaço gourmet, piscina coberta, salão de festas, entre outros destaques. O terraço com churrasqueira é integrado à cozinha, facilitando a circulação dentro do apartamento, uma ótima opção para os dias de comemorações. Área útil: 192 m² 4 suítes, 4 vagas e depósito Entrega em outubro de 2010 Visite apartamento decorado

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Ref. 2130 Rua Baltazar da Veiga Um aconchegante apartamento, reformado, com vista para um verde muito agradável. Os acabamentos são impecáveis e os móveis planejados estão em ótimo estado de conservação. Boa opção para casal com filhos que gosta de privacidade. 4 dormitórios, 1 suíte, 3 vagas Área útil: 182 m² Valor sob consulta www.vnc.com.br • 55 11 3638-9999

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Ref. 62115 Rua Professor Filadelfo Azevedo A maravilhosa cobertura dúplex foi planejada para quem gosta de conforto, com elegância. Com tantos livings, é difícil escolher o mais aconchegante. A adorável vista fica ainda mais agradável de dentro da jacuzzi, no terraço. Assim, resta apenas uma coisa a fazer: relaxar. 3 suítes, 5 vagas e depósito Área útil: 419 m² Valor sob consulta

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vila nova conceição

Ref. 62375 Rua Monte Aprazível

A cobertura dúplex foi reformada e ganhou mais espaço para receber os amigos. No piso superior, uma cozinha integrada com a churrasqueira faz do ambiente um lugar para descontração e divertimento. No mesmo piso, há um solarium e piscina com raia.

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Alphaville/TAMBORÉ 2

Ref. 62536 Casa aconchegante para uma família com filhos e preparada para receber os amigos. O espaço gourmet é perfeito para festas e reuniões. O jardim de inverno no living é encantador, criando um ambiente charmoso que traz a claridade natural para a casa. Área construída: 1.212,34 m² Área do terreno: 1.154 m² 5 suítes, 5 vagas e depósito Valor sob consulta

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Jardim América

Ref. 61903 Rua Paraguai

A vista desta cobertura tríplex é espetacular. Com piscina e churrasqueira, a área para receber os amigos está pronta. O living, a sala de jantar, a cozinha e a área de serviço ficam em andares separados da ala íntima, deixando o ar de casa assobradada ainda mais evidente. 4 suítes, 3 vagas Área útil: 584 m²

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Alphaville/TAMBORÉ 3

Ref. 62539 Localizada no melhor condomínio da região, o Tamboré 3 possui entrada com sistema digital, câmeras espalhadas e uma espetacular sala de fitness. A casa é totalmente marmorizada e automatizada podendo interagir som, câmeras, luzes, persianas, e arcondicionado num sistema de tela digital. Possui 6 suítes, todas com persianas elétricas, banheiras, desembaçadores de espelhos e pisos aquecidos. A casa conta com sistema de som personalizado em todos os ambientes, além de sistema de aspiração central e porta de entrada com sistema digital e senha, para maior segurança. A iluminação da residência é toda em LED e conta com gerador, em caso de falta de energia. Para o lazer, temos uma churrasqueira completa com choperia, spa, e bar molhado integrados à piscina, quadra, academia, um belo jardim com irrigação automatizada, além de pista de cooper contornando a casa. 6 suítes Área construída: 2.950 m² Área do terreno: 3.367 m² Valor sob consulta

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Jardim Europa

Ref. 61712 Rua Tucumã O imponente apartamento dúplex, localizado no Jardim Europa, possui grande estilo e personalidade. Uma vista incomparável e maravilhosa completa o suntuoso imóvel, além do amplo living com pédireito duplo. Área útil: 672 m² 5 suítes, 8 vagas e depósito

Valor sob consulta

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jardim América

Ref. 9465 Rua Padre João Manoel A divina cobertura dúplex possui ares de casa com seus imensos ambientes, cada um com um charme especial. Com ótima distribuição de espaço, o imóvel ainda conta com acabamento de excelente qualidade. 4 suítes, 8 vagas, depósito Área útil: 672 m²

Valor sob consulta www.vnc.com.br • 55 11 3638-9999

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Vila Nova Conceição

Ref. 40724 Rua Inajaroba

O apartamento, localizado em um dos bairros mais cobiçados de São Paulo, está impecável e pronto para receber novos moradores. E mais: o imóvel está bem conservado e conta com ótima distribuição de ambientes. 3 suítes, 4 vagas, depósito Área útil: 190 m²

Valor sob consulta www.vnc.com.br • 55 11 3638-9999

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JARDIM AMÉRICA

Ref. 62476 Rua da Consolação

Apartamento descolado em prédio dos anos 70, conta com charmoso terraço, solarium e churrasqueira para receber os amigos. A reforma realizada é de muito bom gosto e foi pensada para acolher pessoas criativas e inovadoras. 1

suíte,

2

vagas,

depósito

Área

útil:

137 m²

Valor sob consulta

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Busca de Imóveis Personalizada Contrate um consultor VNC Você descreve suas necessidades, e nossos consultores – com base no riquíssimo banco de dados VNC, com todos os condomínios de alto padrão cadastrados – vão em busca de seu imóvel, mesmo que não haja oferta no mercado. A VNC sabe onde e como encontrá-lo. Você não perde seu tempo e não se expõe no mercado por intermédio de várias imobiliárias. Conheça a diferença entre um corretor e um consultor VNC. Sigilo, discrição e segurança. Veja, a seguir, exemplos de alguns prédios que podem ser consultados.

vila nova conceição RITZ Rua Jacques Félix, 450

vila nova conceição CLERMONT FERRAND Pça. Pereira Coutinho, 40

vila nova conceição L’ESSENCE VL. NOVA R. João Lourenço, 463

vila nova conceição CAROLINE R. Afonso Brás, 115

AU – 319 m2 4 suítes 5 vagas

AU – 654 m2 4 suítes 6 vagas

AU – 725 m2 5 suítes 8 vagas

AU – 517 m2 4 suítes 6 vagas

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vila nova conceição PALAZZO MERANO Rua Domingos Fernandes, 251

vila nova conceição CHâTEAU LAFITE Pça. Pereira Coutinho, 71

moema PALLAZO DI MONTALCINO Rua Inhambu, 7

itaim SAINT PAUL Rua Fernandes de Abreu, 115

AU – 447 m 4 suítes 5 vagas

AU – 441 m 4 suítes 6 vagas

AU – 524 m2 5 suítes 7 vagas

AU – 413 m2 4 suítes 5 vagas

vila primavera MAISON RENOIR Rua Gironda, 126

jardim américa L’ESSENCE JARDINS Rua Haddock Lobo, 1725

jardim europa FREDERIC CHOPIN R. Frederic Chopin, 210

2

Ibirapuera L’OBELISQUE Rua Curitiba, 133

AU – 472 m2 4 suítes 6 vagas

2

AU – 527 m2 4 suítes 6 vagas

AU – 735 m2 5 suítes 8 vagas

AU – 584,87 m2 4 suítes 6 vagas

Praça Pereira Coutinho, 182 (ao lado da Cristallo), Vila Nova Conceição, tel. (11) 3638-9999

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CLICK

Da n i lo V er pa www.flickr.com/danilo_verpa O fotógrafo Danilo Verpa tem 27 anos e nasceu em Londrina, Paraná. Ele é graduado em jornalismo e iniciou a carreira de repórter-fotográfico em 2002 no semanário Folha Norte, de Londrina. Na cidade de São Paulo desde 2005, trabalhou como colaborador para as agências Gazeta Press e Futura Press e para os jornais Diário do Comércio e Diário de S. Paulo. Desde 2006, faz parte da equipe de fotógrafos da Folha de S.Paulo. Essa foto foi tirada no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.

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