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14-09-2007
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Tema de Capa
Ícone
de betão A igreja de Saint-Pierre, o último de três edifícios religiosos projectados por Le Corbusier foi concluída no final de 2006 encerrando um ciclo de 41 anos de contratempos. A obra modernista que se caracteriza por um cone de ponta truncada é para muitos um problema de autenticidade
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Texto de Ana Rita Sevilha
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Fotos de Allard van der Hoek
assados 41 anos da morte de Le Corbusier, a igreja de Saint Pierre, em Firminy, França, foi terminada, cumprindo assim a promessa feita ao mestre do Movimento Moderno de que a mesma seria concluída. Implantada na localidade que agrupa a maior quantidade de obras de Corbusier, são quatro no total, muitos foram os contratempos e as dificuldades passadas desde a sua encomenda, em 1960, até à sua conclusão em finais de 2006. Le Corbusier chegou a Firminy nos anos cinquenta a convite do então presidente da câmara, Eugène Claudius-Petit, e durante a década seguinte ambos trabalharam para a criação da maior concentração de edifícios do arquitecto naquela localidade. A história de Saint Pierre começa no ano de
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1960, com uma encomenda feita por uma associação paroquial através do presidente da autarquia de Firminy na altura, e antigo ministro da Reconstrução, Eugène Claudius-Petit. Corria o ano de 1964 quando a paroquia local reuniu o dinheiro suficiente para a obra, contudo, a morte do autor da igreja, Le Corbusier, em 1965, alterou o rumo das coisas, e nesse mesmo ano as autoridades religiosas tiveram medo de continuar uma obra que apelidavam de muito cara e dissolveram a associação paroquial. Para além deste percalço, ainda em vida Le Corbusier enfrentou outra batalha, travada com o bispo de Lyon, que considerava que a nova igreja fazia morfologicamente alusão às formas pagãs. No entanto, em 1967 uma nova associação ganha corpo impulsionada por Eugène
TRAÇO # Setembro nº 03