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ALICE CASTRO - Brasília, DF
SOBRE O TEMPO
Não paramos para pensar na sequência das coisas, na ordem do dia, do trânsito, no tempo das horas e nas horas da vida. Com isso, vivemos. Uns apenas respirando, engolindo ares. Passando ao largo, circundando e às vezes nem chegando perto do quanto deveria...
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Vegetar não é comigo, definitivamente não é. Sinto tudo por todo mundo e que bom que é assim. Choro quando me emociono, e por isso choro todo dia! A dor de alguém é minha também. Pode nem ser tão bom sentir tanto, e de fato amiúde é doloroso demais sim, mas, pelo menos, eu sinto!
Outro dia eu cheguei, vi, absorvi e cresci (mais internamente que de tamanho). Hoje já andei metade do caminho. E olhando pelo lado poético da vida, minha ordem do dia é sentir tudo o que eu puder!
Para ter tempo de me despedir das horas que vão, e ter espaço para receber as horas que chegam.
Poder me despedir dos amigos que partem, e reconhecer os novos que eu ganho. Neste ano não tive tempo de abraçar uma amiga querida que se foi. E foi embora tão de repente, que ninguém teve tempo também… Porque tempo é o que menos temos. Tempo para dar, curtir. Tempo para despedir. Nossos amigos que se foram, eles foram dormir. Mas viveram tanto, sentiram tanto, que seus sonhos serão lindos!!!
E nós, aqui, vamos sentir saudades, saudades eternas enquanto eternos formos. Por essas e outras, não basta respirar nem engolir a saliva ou lágrimas; quiçá o ar. Não basta contornar emoções, afastar-se para não sofrer. Vegetar? Nunca. Não faça isso com você! Até que alguém volte de lá, aqui é uma vida só. Sofra o quanto for, o quanto tiver que sofrer. Mas viva, poxa, viva muito! E sorria. Um sorriso basta. Um por dia. Pois ele vai mostrar vida em você...