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ANTONIA ALEIXO FERNANDES - São Paulo, SP
A AUSÊNCIA DE LUZ
A luz se foi, a escuridão tomou conta do ambiente interno e externo. Momento este, sublime e igual
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Todos na mesma situação, sem saber o que fazer, decidi escrever algumas linhas. Somos todos iguais enquanto humanos, mas nossos pensamentos e costumes não se igualam, pois, somos gente da mesma espécie, porém diferente.
Olhando pela janela da minha sala, vejo a escuridão. Apenas, ouço gritos das crianças brincando e o barulho dos carros passando.
Volto minha atenção interna, não ouço o movimento do elevador, mas ouço pisadas nas escadas, que há, muito tempo não ouvia e, retorno a olhar para fora, da janela vejo as construções, gigantes prédios na escuridão, uma luz fraquinha emerge em algumas janelas, que me levam a pensar, o que será que estão fazendo. Não tenho ideia. Fazendo o jantar? Conversando em família?
A escuridão também tem o poder de nos aproximar uns dos outros, afinal, a bateria do celular está descarregada, estamos sem energia elétrica, quem sabe mesmo sem conseguir olhar no olho do outro sintamos o som da voz, o chegar mais perto, o calor do corpo e até mesmo ouvir o coração do outro que há tanto tempo não ouvia.
De repente, tudo volta a se iluminar, chega a energia, e voltamos ao mesmo lugar.
Ligar a televisão, colocar o celular para carregar, ansiosos, nos afastamos uns dos outros, voltamos a nos anular.
Não sou diferente dos outros, também corri, liguei a televisão para ver a novela predileta, botei o celular para carregar, na ânsia de retomar as mensagens pendentes no meu celular.
E nestes momentos que vejo a tecnologia ser necessária e alienante.
Nossa, a escuridão me faz lembrar das lamparinas de querosene, quando morava na roça, a família reunida ouvindo as histórias da vovó, foi gratificante lembrar.