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LUCIANE ALVES - Ouro Preto, MG

LUCIANE ALVES - Ouro Preto, MG Estudante de Letras

LINHA DO TEMPO

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Por anos viveu uma guerra interna buscando um propósito maior que ela, que nós, maior até que o mundo, mas observando pôde perceber o que lhe era nato.

A menina que sonhava ser médica, advogada, estilista, cabeleireira e até dançarina se tornou professora. Mas o que perdeu? Nada, pois sonhou, acreditou, sorriu e brincou de viver, até mesmo quando era de verdade.

Pensou que tudo era poesia e mergulhou num mar de agonia quando viu tudo desabar. Xingou, se arrependeu e questionou: Por quê ele e não eu?

Dizem que nos piores momentos mostramos nosso melhor e isso é mentira, pode acreditar no que digo, nesses momentos mostramos nossa verdade, o belo e o feio, a arte e a poesia na mais pura essência do nosso ser. Ninguém gosta da morte, ouvir aquele antigo clichê de que Deus viu a mais bela flor na terra e a buscou para poder tê-la só para si, isso é besteira!

Deixando religião de fora, qual a grande questão em odiar a morte? Ela é tão poética quanto a vida, é o encerramento de um ciclo, é um legado de uma vida de construção, de sonhos e arrependimentos, mesmo que estes não pareçam tão bonitos para você.

O que quero dizer é que coisas ruins trazem coisas boas e essa é a beleza oculta da vida, a poesia constante em cada passo. Cada joelho ralado e abraço de mãe para acalmar o choro, cada reencontro no espelho descobrindo nosso amor, cada dia levantando da cama após uma noite chorando, muitas vezes sem motivo, só dor.

Passamos a vida de olhos fechados, nos questionando sobre profissões, amor, casamento, fama, dinheiro, tudo de menor importância no mundo, quando deveríamos nos atentar a magnitude do nosso eu. Sei que é clichê dizer que possuímos tudo que precisamos em nosso interior, mas é verdade. Existe algo mais bonito que os primeiros versos de uma criança? Onde nada no mundo importa mais que aquele som para aquele ser humano que mal para em pé, observar as palavras no caderno de menina serem transferidas para o quadro negro e o sorriso no seu rosto refletir entre tantos na mesma sala.

Nossa linha do tempo é preenchida tão rápido quanto deveria e não é injustiça, é poesia.

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