Drag se #01 sissy candy by Anderson Norberto

G A R D E S

O LAGO “DRAG” DOS CISNES

RUPAUL + VIVA GLAM!

MATERIA ESPECIAL AS ESTONTEANTES DRAG QUEENS CHINESAS

“Minha Drag Mãe é o youtube” ENSAIO

AS IRMÃS CANDY VIOLET CHACHKI GLORIA VIAGRA

E+

SASHAY AWAY 2015 Dica de capitais gayfriendly no Brasil para curtir o reveillon

Ano 1 #01

Dezembro 2015

DRAG-SE SUPERINTENDENTE DE EDIÇÃO Anderson Norberto SUPERINTENDENTE DE CRIAÇÃO Anderson Norberto REDAÇÃO Anderson Norberto (editor-chefe) Bárbara Valdez, Guilherme Ataíde, Andressa Oliveira, Ana Lú Gerodetti, Cleber Facchi, Tate Montenegro e Marina Teixeira (apoio) Tony Aiex, William Galvão, Fagner Morais, Au- gusto Moraes e Katarina Bandeira (estagiários) Tássia Costa (repórter especial) Pedro Lucas, Lúcio Ribeiro, Braulio Lorentz e Leonardo Rodrigues (editores-assistentes) DIAGRAMAÇÃO Anderson Norberto PRODUÇÃO GRÁFICA Anderson Norberto PUBLICIDADE E CIRCULAÇÃO Anderson Norberto ATENDIMENTO AO ASSINANTE 0800 123 4567 Fone/fax: (81) 3123.4567 assinaturas@drag-se.com.br REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PARQUE GRÁFICO Av. Caxanga 1414 Cordeiro - Recife/Pernambuco CEP: 50731 - 510 Fone: 3123.5678 Ouvidoria: ouvidoria@Drag-se.com.br Dezembro 2015

DRAG-SE #01

Carta do editor

Todos nós nascemos nús... “...e o resto é DRAG”

Dezembro 2015

omo na celebre frase da Mama RuPaul de que após o nascimento “todo o resto é Drag”, nasce aqui nesta edição como trabalho acadêmico a proposta de formulação de revista que investe justamente neste resto, na construção, no desenvolvimento e na arte da vida: o drag. A revista vem como uma opção para esse publico ferrenho e exigente interessado na arte drag e no seu fazer, e como “que ser drag queen hoje em dia é um ato politico” a proposta inicial é vir com a visão política não apenas naa arte em si, mas também, envolvendo assun-

tos de interesse de todas as camadas LGBTQ. A revista divide-se em 6 secções informando o publico sobre historia, universo drag, ensaios-editorial, a arte além do fazer drag (sobre as queens que além do drag fazem cinema, musica, teatro, artes plásticas) e opções de descontração e viagens. Nesta edição em especial, temos o ensaio com as Irmãs Candy (de Recife) na qual tenho o prazer de conhecer e agradeço por todo os conselhos e a ajuda. Obrigado e Drag-se! editor-chefe

UNIVERSO AQUENDA A N E C A Tres dicas de Como aquendar bem e nao ter problemas vom volume.

LIÇÕES PARA B R I L H A R COMO DRAG QUEEN Sesc São Paulo Oferece curso de Maquiagem Drag.

DRAG CONCORRE A PREFEITURA DE DRESDEN.

08 14 20 RUPAUL VIVA GLAM HISTORICA CAMPANHA PARA A M.A.C “Ser drag queen, hoje, é um ato politico”

NAN GODIN E O UNIVERSO DRAG Imagens resgatadas da fotografa americana iluminam o mundo gay no começo de 1970

MATERIA ESPECIAL AS ESTONTEANTES DRAG QUEENS CHINESAS

EDITORIAL

PROGRAMA

GLORIA VIAGRA

SASHAY AWAY 2015

A mais famosa Drag e icone gay das noites de Berlim.

Reveillon nas capitais “gayfredly” do Brasil.

CAPA// AS IRMÃ CANDY

Cronica

Entrevista com as Drags precursoras da nova Geração em Recife.

O ser dragqueen

VIOLET CHACHKI Ensaio com a ganhadora da 7* temporada de RPDG.

24 40 48 Teatro

O LAGO DRAG DOS CISNES

Astes Plasticas

RAFAEL SURIANI

Musica&Ciné

TUPINIQUEENS

Dezembro 2015

DRAG-SE #01

H E R S TO R Y

RUPAUL + VIVA GLAM! TEXTO Pedro Diniz

“Ser drag queen, hoje, é um ato politico”, afirma Ru Paul.

aquiada dos pes a cabeca, a drag queen, RuPaul, volta à cena com a oitava temporada do seu “RuPaul’s Drag race”, em Fevereiro, no canal americano Logo. Para Além da f igura excêntrica que julga a cada temporada do programa a montarão de 14 garotas aspirantes a “queen”, esta um dos maiores icones da cena noturna nova-iorquina dos anos 1990 e f igura central da 9

promoção do combate a AIDS nos EUS. Depois de lançar, em 1992, uma parceria com a grif de cosméticos M.A.C. que viria a se tornar um projeto bem-sucedido de arrecadação de fundos para estudos da vacina anti-HIV - US$ 250 milhões ja foram levantados com as vendas dos produtos -, Mama Ru voltou como garota propaganda do mesmo projeto, o Viva Glam! °I° Dezembro 2015

H E R S TO R Y

Quando Nan Goldin descobriu o universo Drag TEXTO Carles

As imagens resgatados de um fotógrafo americano iluminar o mundo gay do início dos anos setenta. Foto Nan Godin.

‘Naomi with her sister Honey’, 1972 Dezembro 2015

u a r en ta anos depo is , a s f ot o g r a f ia s de Na n Goldin debu ta n te vir à lu z. S ã o o s r et rat os cr ia tiv o s a mer ic anos feito s n o mu n do da dr a g q u een s em Bos to n e a g o r a Guido C o s ta P r o j ects Galler y Tu r in expost as a o lo n g o do verão a té 12 d e S etem bro a pa r te de u m projet o a mbicio s o n o t raba lh o do a r tis ta a merica n o . Na s cid o em 1953 em Wa s h in g to n , em u ma fa mília judia de o r ig em bu r guesa, Go ldin v a i s e t orn a r o do cu ment ário da cu ltu r a do p unk New Yo r k emergent e explo d in do n o f inal do s a n o s s etent a e co n d en s a a s ér ie The Ba lla d o f S exu a l De10

p endency, uma das obras de ref erência da cult ura cont em p orânea nas últ im as décadas. As fot ograf ias agora resgat ada, ap esar de alguns já t inha sido vist o em out ros t rabalhos p ublicados do f ot ógrafo, anunciou a f igura de um art is t a que usou o seu t ra balho com o o eix o da hist ória ou grande crônica do cot idia no. Um a p aisagem observada sem art if ícios de sua p róp ria vida f am iliar ou a de seus am igos m ais p róx i mos e, em m uit os ca sos acomp anhados e ret rat ou at é seu leit o de mort e. Goldin t est emunhar com coragem e AIDS relat ando ano a p art ir da

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Foto Nan Godin.

são m ulheres, m as não os hom ens, são out ro gênero. ” As obras ex p ost as, cerca de quarent a f o t ograf ias vieram dos arquivos da N ew York f ot ógrafo. Imagens em cores ou p ret o e branco que most ram o t rabalho de um p eríodo de ap rendizagem no desenvol viment o criat ivo e p essoal de Goldin. O criat ivo que ap enas alguns anos mais t ar‘Colette in Sophie Loren drag’, 1973. de acabam se t ornando um a das vozes ar t íst icas mais radicais p r i m e i ra l i nha e da plo r a r a s tr ilhas e e inovadores da cena c i d a d e d e N o va Yo r k tr ilh a s de v ida f ora, art íst ica int ernacioc om o u m c a m p o de r o s to s a n ô n imos ou nal. °I° b at al ha . es q u ecido s a queles q u e a j u d a r a m a cons Quat r o d é c a d a s de- tr u ir u ma s egunda p oi s, e s s a s i m ag en s memó r ia . r et r a ta d a s d ra g q u ee n s d a p ro xi m i da de Ao co n tr á r io dos ree i n t i m i d a d e , e m u m tr a to s q u e, u ma vez c on c u rs o re a l i za do feita s s o br e dr a g quee m u m s a l ã o o u n a en s D ia n e Ar bus, o f r en t e d o e s pe l h o do tr a ba lh o de Go l din é qua r t o , i l u m i na d o ma is r es peito s o com c om f o rç a d e tra ba- eles . “Eu n u n ca p enl h o d e G o l d i n n es- s ei em u ma d r a g que t es p ri m e i ro s a n o s en co mo u m h o mem, d e a p re nd i z a g e m. O q u e s er ia a últ ima Foto Nan Godin. c r i ad o r e ra u m a lv o co is a q u e eu p enso c on st a nte d e s e u in s - q u a n do eu o lho. É Boston, 1971-1974 t r um e nto pa ra ex- v er d a de q u e eles não 11

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Universo Drag

Lições para brilhar como DRAG QUEEN TEXTO Marina Ross

Fotos Alisson Pedrosa

Curso oferecido pelo SESC-SP reforça a visão artistica entorno da Drag Queen

equipe do Sesc Santana estava preocupada com a potência do ar-condicionado dentro de uma sala com espelhos com cobriam toda uma parede. A temperatura lá fora beirava os 30 graus e a maquiagem poderia derreter se a refrigeração não funcionasse perfeitamente bem. Dentro da sala, 25 alunos aguardavam pela primeira aula de maquiagem, parte essencial do currículo do curso de drag queen. Eles já ha13

viam tomado aulas de história, atuação, passarela e dublagem, mas a de maquiagem era uma das mais esperadas. “O curso é para reforçar a visão artística da drag queen”, explica Zecarlos Gomes, professor e idealizador do curso. Antes da aula começar,

“Existe uma banalização muito grande em torno do tema, mas a drag queen é uma artista.” Dezembro 2015

Universo Drag

Fotos Alisson Pedrosa

alunos e o professor formaram uma roda no chão e conversaram sobre as atuações da aula anterior. “O show tem que ultrapassar a dublagem”, dizia o professor. “Não adianta

Fotos Alisson Pedrosa

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vir pra cá e apostar na sim- brancelha. “Vocês devem patia. Tem que estudar.” pentear elas para cima, até elas ficarem bem abertas”, “O show tem que diz Zecarlos. “Assim”, e ultrapassar arregala os olhos e mostra a dublagem” a mão com os dedos bem abertos, com a palma volDepois da conversa, todos tada para o rosto dele. foram para a frente do espelho. Esparramaram “Todo mundo aqui batons, lápis, sombras de sabe como esconder dezenas de cores, glitter e a sobrancelha?” cílios postiços pelas mesas e prestaram atenção à pri- “Depois, passem bastante meira lição prática. “Todo cola em bastão em cima.” mundo aqui sabe como Neste momento, é difícil esconder a sobrancelha?”, saber se a cola dá menos pergunta o professor. aflição que a depilação. Aprendizado número um Mas o professor seguiu: para a reportagem: As drag “Agora, passem bastante queens não raspam a so- pó. Esperem secar. Passem 14

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mais cola e mais pó. Repi- é feita de atores e atrizes, tam isso três vezes”. mas há também estudantes, um fotógrafo, um MAIS INFORMAÇÕES contador, uma produtora Conchita, bem mais do e recepcionista como Jaque uma ‘drag queen’ pro- naína Formigoni, 27, que vocante trabalha em uma empresa O triunfo da transgressão japonesa que ela descreve Cinco alunos da turma como bastante formal. já se vestem profissionalmente: incorporam suas “Uma drag queen personagens em apresené uma tações públicas e isso se personagem” mostrava na desenvoltura com a maquiagem. Eram “Vim por curiosidade”, eles que escondiam a so- diz ela. “Mas a minha vibrancelha com perfeição. são sobre a artista que está Outros estavam tendo atrás da drag queen vai contato com os pincéis, mudar muito depois deste bases e pós pela primeira curso”. vez. O resultado, eviden- Dos 25 alunos, apenas cintemente, foi bem variado. co eram mulheres. ZecarA maioria dos alunos los explica que mulheres tem alguma ligação com podem, perfeitamente, o universo artístico, mas ser drag queen também. essa não é regra. A turma Mas é raro. Uma drag que-

Fotos Alisson Pedrosa

en é uma personagem. “E é muito comum que se apresentem em clubes e festas gays”, conta. Por isso, criou-se uma associação imediata das drag queens com esse universo. Enquanto as matrículas do curso estavam abertas, o Sesc chegou a receber um e-mail criticando a realização das aulas. O termo “uma afronta à família” foi utilizado para emitir a opinião de um cidadão inconformado, mas a ideia do Sesc é continuar.

“Uma afronta à família”

Fotos Alisson Pedrosa

A unidade da Consolação vai receber o mesmo curso, mas em uma versão mais curta, em formato de workshop, entre os dias 9 e 11 de dezembro. Aprender a esconder a Dezembro 2015

DRAG-SE #01

Universo Drag

sobrancelha é uma tarefa importante, mas o curso, que durou dois meses, também contribui para que muitos alunos se sintam acolhidos. “Muita gente aqui sofre preconceito em casa e na rua”, diz Aderson Neto, já montado. “Mas aqui no curso a gente pode se soltar, podemos ser nós mesmos.” O professor Zecarlos conta que pode levar anos para que uma personagem fique pronta. “A drag é um personagem que você vai desenvolvendo aos poucos”, explica. “E existem vários perfis: a caricata, a andrógina, a atrapalhada... Já tive um aluno que não conseguia andar de salto alto de jeito nenhum. Dezembro 2015

altura em cima de um par de saltos. “Comecei a minha carreira em Dourados (MS)”, diz. “Sou Miss Dourados, Miss Mauá e Miss Parada Gay de 2012.” Enquanto fala, é interrompido: “Tá bom assim? Ou tá muito?”, perguntou um colega que se maquiava pela primeira vez. “Tá Fotos Alisson Pedrosa ótimo”, incentivou, com ar experiente. “A drag é um Viana, cuja drag se chama personagem Yasmin Carraroh, tem que você vai um sonho: fazer a uma desenvolvendo performance na Blue Spaaos poucos” ce, a boate em São Paulo famosa pelos shows de Ele resolveu isso incorpo- drag queens. “Ali você só rando essa dificuldade na entra se for do elenco. Ou personagem.” se Deus te iluminar muiNão é o caso de Paulo Ser- to.” °I° gio Viana, 23. Ele se monta há cinco anos e jura que equilibra perfeitamente seus quase dois metros de

Fotos Alisson Pedrosa

Universo Drag

Drag queen concorre à prefeitura de Dresden. TEXTO Deutsche Welle

Jovem candidata de partido satírico quer descontrair a região conservadora, que virou centro do movimento “anti-islamização”

ngela Merkel e Lady Gaga lhe servem de inspiração, e há definitivamente um toque de Marlene Dietrich em seus olhos sensuais de pálpebras pesadas. Lara Liqueur, DJ profissional e drag queen está concorrendo à prefeitura de Dresden, no leste da Alemanha. Sua promessa eleitoral é ambiciosa: curar a alma ferida da cidade, atormentada por manifestações anti-islâmicas e memórias da destruição durante a guerra. “Quero ser a tia de Dresden, a mamãezinha, sua melhor amiga. Quero que

Foto arquivo pessoal

todos venham e chorem no meu ombro e, então, se sintam melhor a respeito de tudo”, afirmou Liqueur em entrevista à DRAG-SE. Ela é candidata pelo partido Die Partei (O Partido), fundado por redatores da revista satírica Titanic e que lançou uma campanha para reconstruir o Muro de Berlim. No ano passado, o líder da legenda, Martin Sonneborn, conseguiu votos suficientes para assumir uma cadeira no Parlamento Europeu. Se a drag queen ganhar as eleições em 7 de junho, promete que a imponente cúpula da igreja será a primeira coisa a desaparecer, permitindo um verão glorioso com festas rave entre as paredes sagradas do edifício. 17

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ESPECIAL

As estonteantes Drag Queens Chinesas TEXTO James Michael Nichols

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DRAG-SE #01

Drag queen chinesa Caomei se maquia antes de atuação na casa noturna Chunai 98; 11 janeiro de 2015, Nanning, província de Guangxi, sul da China.

mbora a homossexualidade possa se manifestar e ser entendida de uma forma diferente na China em relação a outras partes do mundo, ainda assim o país tem alguns emblemas bem familiares da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros — incluindo Dragqueens. O fotógrafo Kevin Frayer forneceu ao DRAG-SE esta interessante compilação de fotos documentando performances de Drag Queens em Nanning, na província de Guangxi, no sul da China. Todas essas drag queens trabalham na mesma casa noturna, com muitas delas morando e criando laços fora do trabalho. O DRAG-SE conversou com Frayer esta semana sobre sua experiência ao 19

documentar esses artistas. Confira o trabalho do fotógrafo abaixo. A seguir, trechos da entrevista:

DRAG-SE: POR QUE VOCÊ DECIDIU EMBARCAR NESSE PROJETO? Estou sempre buscando uma visão singular da China. As coisas existem aqui como em todo lugar, e é importante destacar todos os elementos da sociedade — para fornecer uma visão mais ampla. E frequentemente são histórias maravilhosas de ser compartilhadas.

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Capa Drag queens chinesas se prepararam no camarim antes da atuação na boate Chunai 98; 10 de janeiro de 2015, província de Guangxi, sul da China. Kevin Frayer/Getty Images

Drag queen chinesa Caomei ajusta o corpete no camarim antes de sua apresentação na boate Chunai 98; 9 de janeiro de 2015, província de Guangxi, sul da China. Kevin Frayer/Getty Images

Drag queen chinesa Shancun apresenta número de dança para clientes na boate Chunai 98; 10 de janeiro de 2015, Nanning, província de Guangxi, sul da China. Kevin Frayer/Getty Images

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20 22

Capa

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Kevin Frayer/Getty Images

QUEM SÃO AS DRAG QUEENS ENVOLVIDAS NO PROJETO? TODAS TRABALHAM EM CASAS NOTURNAS? As drag queens retratadas em minhas fotografias trabalham na mesma boate. Algumas delas moram e se socializam juntas, e outras estão namorando. São pessoas realmente maravilhosas — calorosas, envolventes, honestas e convidativas. É prazeroso compartilhar a experiência delas.

fios diários de outras pessoas, mas também lutam para tentar navegar pelos obstáculos e atitudes. A China não é um lugar fácil às vezes, mas para muitas a maior dificuldade é serem aceitas por suas famílias. O QUE VOCÊ QUER QUE AS PESSOAS LEVEM DESSAS IMAGENS?

Primeiramente, quero que as pessoas vejam que há muito mais coisas na China do que a visão clichê. Em relação às drag queens, é simplesmente uma pequena vinheta de suas vidas... como algumas vieram de outras cidades e vilas e estão encontrando aceitação e senso de comunidade, bem como a realização criativa ao atuarem juntas. °I°

COMO É A VIDA DE UMA DRAG QUEEN NA CHINA? Elas têm os mesmos desaDrag queen chinesa Wudi, sem a fantasia, passa batom em sua casa, perto da boate Chunai 98; 11 de janeiro de 2015, Nanning, província de Guangxi, sul da China.

Kevin Frayer/Getty Images

Dezembro Dezembro2015 2015

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E D I TO R I A L

VIOLET

CHACHKI

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VIOLET CHACHKI

O Futuro do Drag. TEXTO Anderson Norberto

Conheça Violet Chachki ganhadora da 7 temporada do RuPaul Drag Race.

iolet Chachki, é o nome artístico e alter-ego de Jason Dardo (Atlanta, 13 de Junho de 1992), uma drag queen, cantora, dançarina de burlesco, trapezista e modelo americana, que ficou conhecida por participar e ganhar a 7º temporada reality show RuPaul’s Drag Race, da famosa drag queen Rupaul. Jason começou a se apresentar como Violet Chachki quando ele tinha ainda tinha 19 anos, em 2011, na sua cidade Natal Atlanta - Georgia. O nome “Violet” veio de Jenniffer Tilly no filme Bound. “Chachki” é uma variante da Língua iídiche “tchotchke”, que quer dizer um pequeno objeto que é decorativo e não funcional. Sua primeira apresentação foi no LeBuzz bar em Marietta, Georgia. Dardo usou muitas vezes uma identidade falsa para atuar em shows de drags locais. Dezembro 2015

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Em 2012 Violet foi contratada como um membro do elenco regular da casa de shows “The Other Show no Jungle” - liderada por Edie Cheezburger. Os shows que apresentava lhe deu uma enorme exposição logo passando a ser o melhor show drag da cidade de Atlanta. Em um período muito curto de tempo ela construiu uma legião de fãs em Atlanta e trabalhou com grandes nomes artistas como com Alaska Thunderfuck 5000, Amanda Lepore, e Lady Bunny. Em 2015 durante o reality, Violet ganhou três desafios e tornou-se a sexta participante na história do show a chegar a final sem nunca ter dublado. Chachki foi coroada como vencedora da 7º temporada do programa, levando o título de “america’s next drag superstar”, um ano de Anastasia Beverly Hills cosméticos, um prêmio 27

em dinheiro de 100.000 dólares, além do grande reconhecimento que o programa lhe proporcionou não só nos Estados Unidos como fora dele. Ainda em Junho do mesmo ano, Chachki da inicio sua carreira de cantor, marcando o lançamento o seu primeiro Ep “Gagged” de Dance-pop e Electro para o dia 30 de junho de 2015. °I°

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Editorial

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E D I TO R I A L C A P A

CANDY 31

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Editorial CANDY

As Irmãs CANDY TEXTO Anderson Norberto

Entrevista exclusiva com SASHA & SISSY duas das precursoras da nova cena drag em Recife, Pernambuco.

“Nossa dragmother é o youtube!”

cena Drag Recife é uma das que mais chama a atenção no Brasil, ão so pela diversidade de novas queens como também pela rapidez do surgimento (o novo boom drag) e pela vontade de melhorar na arte.Tive a oportunidade de conversar com duas queens que deram esse ponta pé inicial nessa nova onda na noite recifense. DRAG-SE: E como surgiu esse BOM drag? SISSY: Começou com o DragRace ei pensamos em se montar… SASHA: Primeiro a gente começou a se montar por

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brincadeira, treinando maquiagem no banheiro. Depois surgiu uma festa com o tema Drag e resolvemos sair montadas pela primeira vez. Ai a gente gostou, e começamos a sair com mais frequência… DGS: E me conte mais quem é a Drag mãe de voces? SASHA: Nossa dragmother se chama “youtube.com.br” (risos) SISSY: Quando a gente começou não tinha muitas drags aqui, drags que pudessem nos ajudar, conversar, dar dicas… SASHA: Tudo foi na internet google, youtube a gen35

te foi sempre pesquisando tutorial como fazer enchimento, maquiagem onde comprar isto ou aquilo. SISSY: Hoje é mais fácil para as mais novas pelos caminhos ja abertos. SASHA: No inicio mesmo, a gente testou 5 metodos de como cobrir as sobrancelhas até achar um que nos adequássemos. Foi Dezembro 2015

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CANDY difícil mas hoje ja caminhamos melhor… DRGS: Voces ja fazem profissionalmente? SISSY: Hoje em dia sim, mas depois de um ano de insistência. SASHA: No inicio era mais dif ícil não tinha muita oportunidade, hoje ja começa a aparecer mas os produtores ainda não consideram muito o nosso trabalho, quando nos oferecem algum convite é ou para trabalho de graça ou revertido em consumação. DRGS: Qual a relação de vocês com as outras drags da cidade? SISSY: Assim… (risos) elas conversam com a gente, trocamos dicas… SASHA: As mais novas nos pedem ajuda e até dizem que se inspiram em nos. Uma ajuda a outra… Mas, nem todas são amigas! (risos) Rola uns pajus ai… existe rivalidade também, normal.

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DRGS: Qual o pior momento drag de voces? SISSY: O meu pior momento drag foi quando eu fui fazer uma apresentação na Caixa económica a gente tinha preparado 2 performances mas so tivemos tempo mesmo de ensaiar… Porque chamaram a gente muito em cima da hora, com poucos dias antes, pra preparar duas performances uma em trio e uma individual. Ai a individual não ensaiamos nada e teve que sair ali mesmo no improviso. Não gostei muito do meu improviso, a bota incomodou, quebrou o salto, foi tipo bem péssimo esse dia, até hoje eu não performa nada sem ensaiar o mínimo antes. 38

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SASHA: Mas claro que DRGS: Como voces vem o futuro, o trabalho, eu so queria me monas perspectivas? tar quando eu ganhasse neah?! Afinal, peruca é SASHA: Agora que a gente ta fazendo profissional- caro, maquiagem é cara, mente a gente começa a receber mais propostas de salto é caro, faz peruca, trabalho e vemos q ta crescendo a demanda sinas ajeita peruca, costura festa… um look novo sempre, SISSY: Mas eu queria frira que antes desta questão de tudo é caro! A gente se trabalho mesmo eu faço por que eu gosto! A gente se esforça muito e não tramonta pra festa também mesmo quando a gente não balho fora é o Drag e os ta trabalhando e independente de trabalho ou não a estudos! E ainda querem gente continua fazendo porque a gente ta gostando! que a gente trabalhe de 39

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sempre fui muito tímido e quando eu estou montada eu sou o que quero ser, e eu acho que drag seja isso, voce cria m personagem como voce quiser e não esta nem ai para o que os outros pensam. Sem esquecer as palavras da RuPaul que ser drag quem também é um ato politico. Para desconstruir esse padrão eterno normativo, o choque de um homem vestido de mulher!

CANDY

DRGS: Qual a dica que vocês dão para quem ta começando?

graça? Não da neah?! SISSY: Mas eu espero que a gente continua se montando mesmo por amor, enquanto a gente tem von- SISSY: Treina! Traina tade! mesmo! Porque mesmo DRGS: O que ser dragqueen pra voces? que voce queira passar varias propostas diferenSISSY: é ser livre pra gente ser o que quiser, fazer o tes é necessário que seja que quiser ... bem polido. SASHA: Drag me ajudou muito na minha timides eu SASHA: E procura metodos diferentes de fazer olho, sobrancelha isso aqui e… nunca desistir porque voce nunca vai nascer lindíssima e pronta! Voce vai começar sempre por baixo. No inicio a gente era meninos de peruca maquiagem ruim, cabelo ruim e hoje a gente continua a evoluir. SISSY: Outra coisa, siam sem medo, Poe a cara no sol mesmo!

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CLUBE

.COM.BR

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E D I TO R I A L

GLORIA VIAGRA

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Gloria Viagra

O Icone Gay TEXTO Anderson Norberto

O Orgulho Gay para Viagra é a festa do Oscar para Meryl Streep.

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odar todos os eventos LGBTT do Dia do Orgulho Gay em Berlim é extenuante para uma drag queen ou um berlinense comum, mas, se você é Gloria Viagra (ícone drag, celebridade da noite e notória host de festas), são 24 horas em que sua marca tem de ser visualizada na cidade inteira. O Orgulho Gay para Viagra é a festa do Oscar para Meryl Streep.

No sábado passado, a nativa de Berlim nascida Michel (ela não diz seu sobrenome nem sua idade: responde à pergunta “Quantos anos você tem?” com “Loira!”) desfilou no topo dos carros de som na Nollendorfplatz Parade, tirou fotos com fãs na feira queer KCSD, passou por uma festa no lendário bar gay Roses e discotecou no clube Arena num evento chamado District Pride. °I°

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Arte além do Drag

O lago “drag” dos cisnes TEXTO Morales Fernandez

A fórmula para o sucesso é um saboroso cocktail de alta cultura e acampamento.

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sgueirar-se nos bastidores de Les Ballets Trockadero de Monte Carlo é como caminhar através de um sonho delirante. Tudo é um ir e vir de macacos, dicas e tutus churrigueresque. Mas esses dançarinos de pele de porcelana delicada, mas musculares homens peludos de peito não são revestidos. Há quatro décadas que a empresa de 54

New York reinterpreta maiores sucessos chave do ballet comédia, dando a todos os papéis (masculino e feminino), ao mesmo trupe formada por filhos únicos. Sua escala em Madrid até 17 de maio no Teatro Canal é apenas mais um passo em sua turnê mundial em curso. “Pretendemos ser uma empresa russa de idade que viaja ao redor do mundo

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carregando seu guarda-roupa quebrado, pronto para ser executado até a morte”, diz o diretor artístico, Tory Dobrin. Finalmente, a paródia terminou se tornando real. O que começou em 1974 como um projeto amador nas sessões posteriores do Off-Off-Broadway terminou empregando 37 pessoas e cobrindo mais de 600 cidades em 33 países. Esta temporada tem viajado Canadá, Estados Unidos, Sérvia, Itália e Espanha, e ainda esperar que eles Japão e Reino Unido antes do final do ano. A fórmula para o sucesso é um saboroso cocktail de alta cultura e acampamento. O repertório consiste de O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky com variações sobre a coreografia de Lev Ivanov, um país à deux do Concerto Barocco por George Balanchine, e uma recuperação de balé Paquita sobre o trabalho do mestre Marius Petipa. Mas as referências estéticas incluem a comédia slapstick (várias gags incluem quedas prejudiciais) e do glam maquiagem shows de drag queen. Dobrin vê há segredos em sua conquista: “O show é divertido e dança é bom, o

que poderia dar errado?”. Muitas coisas, na verdade: uma comédia sobre o ballet travesti poderia muito bem ter sido em um fenômeno minoritário.

O que aconteceu com Trockadero conseguiram quebrar as barreiras mentais de potenciais espectadores? “Normalmente, para ver nós tem que comprar um bilhete, por isso, se você é pobre de espírito, você não faz”, responde Dobrin, excruciante. “Madonna, filmes como Uma Babá Quase Perfeita, ou Almodóvar! Use muitas referências, incluindo o arrasto ... A sociedade 55

mudou muito”, diz ele. O clima varia de um trocadilho com os sobrenomes russos (o dançarino Philip Martin Nielson se torna Doumiafeyva Nadia, “faça-me um favor”, em Inglês) para acenos para dançar figuras como Alla Sizova, que Hopuy honras de diva com seu alter ego Alla Snizova. Por que então tantos níveis de interpretação, se o espectador está indo só para os risos? Sparkling Dobrin se agravar, pela primeira e única vez, antes de mergulhar de volta para comédia e brilho: “A integridade pode ser entendida, embora os elementos que o constituem não consigo entender.” °I°

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VIAGEM

SASHAY AWAY 2015 TEXTO Anderson Norberto

DRAG-SE te ajudar a programar um ano novo incrível, para você começar 2015 em grande estilo. Veja nossa seleção de 5 cidades brasileiras conhecidas por atrair turistas LGBTs e oferecer a melhor programação de fim de ano.

Dezembro 2015

io de Janeiro - passar o réveillon na cidade maravilhosa é algo que todo brasileiro tem de fazer pelo menos uma vez na vida, ainda mais sendo gay. Com uma das queimas de fogos mais bonitas do mundo, a festa da virada rola em toda a extensão de Copacabana. Se quiser evitar a multidão, pare antes de chegar ao ponto central da festa, que fica em frente ao hotel Copacabana Palace. De repente vale a pena ficar mesmo é em Ipanema, onde tem menos fogos mas também tem festa, e dá para se espalhar melhor e pular as sete ondas sem tanto atropelo. Depois, é só curtir a primeira madrugada do ano em uma das diversas baladas LGBTs da Zona Sul. Durante o dia, refresque-se do calor nas areias do Posto 9 em Ipanema, a praia mais gay do Rio. As passagens custam a partir de R$ 603,00*.

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lorianópolis - quer ver muita gente bonita em um mesmo lugar para começar o ano com o pé direito? Vá para a capital de Santa Catarina. Com praias paradisíacas e muitos, mas muitos gays bonitos, essa cidade vale a visita em qualquer época do ano. Mas nada melhor do que ir no verão para dar uma olhadinha nos corpos malhados, não é mesmo? As passagens custam a partir de R$ 1.590,00*.

alvador - a cidade mistura o jeito calmo dos baianos com a festividade dos nordestinos. Bastante receptiva e com praias agitadas, a capital da Bahia é uma ótima opção para quem quer fazer da sua virada de ano um esquenta para o carnaval. As passagens custam a partir de R$ 1.408,00*.

ortaleza - quer ferver na capital cearense? Vá para a praia de Meirelles. Com uma longa extensão de areia branca e água transparente, a praia fica lotada de turista nessa época do ano - todos abertos a novas amizades. Para chegar lá, a passagem custa a partir de R$ 2.155,00*.

ecife - gastando a partir de R$ 2.064,00* você pode chegar à capital do Pernambuco e aproveitar as altas temperaturas em uma cidade que mistura praias com águas transparentes e uma boa infraestrutura. O destino atrai muitos turistas internacionais, então treine o seu inglês. °I°

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Cronica

Nada de vítimas TEXTO Anderson Norberto

er drag queen não é fácil. Elas convivem com o preconceito – muitas, como sabemos, o enfrentam desde a infância e até mesmo da parte de seus próprios familiares -, mas não se fazem de vítimas, de coitadinhas. Elas expõem aquilo que as mulheres que admiramos têm de melhor: o fato de não se deixarem abater. Drags, assim como as mulheres, também são decididas, determinadas. Ao longo da história, as filhas de Eva também foram discriminadas, perseguidas, e até hoje são alvo de piadinhas que só revelam o machismo que ainda Dezembro 2015

faz parte de nós. E, se pararmos para pensar, muitos direitos pelos quais as mulheres lutam também são os mesmos pelos quais as drags queens também estão lutando. Afinal, as drags também querem ter a liberdade de serem que elas quiserem – inclusive, de ser uma mulher. Uma das pautas das lutas dos movimentos sociais deveria ser o direito de cada pessoa atender pelo gênero que ela quiser independentemente da genitália que ela possui. Não é um pênis que faz um cara ser mais homem, não é uma vagina que faz uma 60

garota ser mais mulher. É uma questão de comportamento, de com quais características psicológicas você se identifica mais. Chega desse preconceito besta e aceitemos que as drags podem ser, inclusive, até mais mulheres do que eu e você.

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