Livro catálogo RUBEM VALENTIM - São Paulo

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Rubem Valentim CONSTRUÇÃO E FÉ


Valentim, Rubem, 1922-1991 Rubem Valentim - Construção e Fé. Curadoria e Texto: Marcus de Lontra Costa; versão para o inglês: Carolyn Brissett. - São Paulo, CAIXA Cultural / Adupla, 2018. 80 p. Il. color. 20cm ISBN 978-85-64507-36-4

Catálogo da exposição Rubem Valentim - Construção e Fé, realizada na CAIXA CulturalSão Paulo, de 06 de outubro a 16 de dezembro de 2018.

1. Rubem Valentim, 1922-1991. - Exposições. 2. Arte Brasileira - Séc. XX. 3. Costa, Marcus de Lontra I. CAIXA CulturalSão Paulo. II. Título.


apresenta | presents

Rubem Valentim CONSTRUÇÃO E FÉ curadoria | curatorship Marcus de Lontra Costa

CAIXA Cultural SÃO PAULO 6 de outubro a 16 de dezembro de 2018 October 6 - December 16, 2018


Emblema, 1979 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 70 x 50 cm Coleção | Collection Maria Helena e Francisco Lacerda, Brasília, DF 6


Since 1861, the Caixa Econômica Federal (CAIXA) has been involved in the lives of all Brazilians, through granting affordable loans, financing homes and fostering urban development through either investing in infrastructure and basic sanitation projects or implementing and administering Federal Government outreach programs. As a financial institution, a public policy agent and a strategic partner of the Brazilian State, its mission is to actively foster citizenship and underpin sustainable development nationwide. Viewing its duties and responsibilities as the reason for its constant presence throughout so many Brazilian lives, it responds to their needs and concerns, while celebrating their accomplishments. In this context, nothing could be more natural than for the CAIXA to firm up its links with Brazilian culture through offering access to a wide variety of artistic and intellectual expressions, while helping preserve the nation’s historic heritage. Through a steady stream of events hosted at its CAIXA Culture Centers in seven State capitals over the past few decades, this institution has been underwriting the feasibility of projects designed to extend the cultural and intellectual competences of the

Desde 1861, a CAIXA está presente na história de cada brasileiro, seja na concessão de crédito acessível, no financiamento habitacional, no desenvolvimento das cidades – por meio de investimento em projetos para infraestrutura e saneamento básico - seja na execução e administração de programas sociais do Governo Federal. Como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro, sua missão é atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país. A CAIXA vislumbra em sua atribuição a motivação para estar presente em todos os momentos da vida do brasileiro, aproximando-se das suas necessidades e anseios e participando das suas realizações. Nesse contexto, nada mais natural que a CAIXA se aproxime da cultura nacional, propiciando acesso às mais variadas manifestações artísticas e intelectuais e contribuindo para a preservação do patrimônio histórico brasileiro. Por meio de sua programação nos espaços da CAIXA Cultural, presentes em sete capitais do país, a instituição vem, ao longo das últimas décadas, viabilizando

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Relevo Emblema 79, 1979 Acrílica sobre madeira | Acrylic on wood, 70 x 50 cm Coleção | Collection Onice Moraes e José Rosildete de Oliveira, Brasília, DF 8


Brazilian people. Its Gente Arteira Arts and Crafts Education Program and Museum supplement these efforts to build up interest among the public while disseminating artistic and cultural knowledge and practices.

projetos que promovem a formação intelectual e cultural da população. O Museu e o Programa Educativo Caixa Gente Arteira complementam esse esforço na formação de público e na difusão de saberes e práticas artísticas e culturais.

This is the context within which the CAIXA sponsors an exhibition of the works of Rubem Valentim – Construction and Faith (Rubem Valentim Construção e Fé), under the curatorship of Marcus de Lontra Costa, a leading representative of African-Brazilian Culture. Here, mystic signs rooted in Africa are synthesized into geometric shapes that rank among the most emblematic works in Constructivism and the Concrete branch of Brazilian Modern Art.

É com essa conjuntura que a CAIXA patrocina a exposição Rubem Valentim - Construção e Fé, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, um dos grandes representantes da cultura afrobrasileira. Seus signos místicos de matriz africana sintetizados em formas geométricas figuram entre as obras mais emblemáticas da arte moderna construtivista e concretista brasileira.

In this project, the CAIXA reaffirms its culture policy and social vocation through democratizing access to the artistic and cultural events hosted by its facilities. Through this approach, it plays its institutional role of disseminating and exchanging knowledge, enhancing the value of Brazilian identity while strengthening, renewing and extending the culture of the Brazilian people and spotlighting the arts.

Com este projeto, a CAIXA ratifica a sua política cultural, a sua vocação social e o seu propósito de democratização do acesso aos seus espaços e à sua programação artística. Desta forma, ela cumpre seu papel institucional de estímulo à difusão e ao intercâmbio do conhecimento, contribuindo para a valorização da identidade brasileira bem como para o fortalecimento, a renovação e ampliação das artes no Brasil e da cultura do nosso povo.

Caixa Econômica Federal

Caixa Econômica Federal

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Emblema 79, 1979 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 100 x 73 cm Coleção particular | Private Collection, Rio de Janeiro, RJ 10


BLACK LIGHT on revealed truths

NEGRA LUZ sobre verdades reveladas

“Sadness is sovereign Since samba is samba it’s thus Pale teardrop on dark skin, Night, the rain falling outside (...) Samba is still to be born Samba has not yet arrived Samba will not die I see the day has not yet dawned”

A tristeza é senhora Desde que o samba é samba é assim A lágrima clara sobre a pele escura A noite, a chuva que cai lá fora [...] O samba ainda vai nascer O samba ainda não chegou O samba não vai morrer Veja o dia ainda não raiou

Caetano Veloso “Since samba is samba”

Caetano Veloso “Desde que o samba é samba”

Initially presented last year in Brasilia, the exhibition entitled Construction and Faith (Construção e Fé) features works by Rubem Valentim from the 1970s onwards, when he settled in Brazil’s futuristic capital city. The horizontal landscapes of the cerrado savannas, their imposing skies alight with shades of colour, the clean lines of its urban layout and the operatic architecture of Niemeyer undoubtedly buttressed symbolic and monumental elements in the work of this artist. This is the city where Valentim found his own terroir, where he created works that are substantively affirmed in contemporary Brazilian visuality. Breaking away from traditional designations, he scorned anachronistic borders between pop and classical, domestic and international, reason and emotion. In the contemporary world, his work appears as a tool of liberation. “The people make their presence felt in terms of culture only when endowed with national and also political awareness.” In contrast to the purist discourse of Modernism, Rubem Valentim represents the real possibility of constructing a language that is universal while also

A mostra “Construção e Fé” foi inicialmente apresentada no ano passado em Brasília e reúne obras criadas a partir de 1970, quando o artista fixou residência na cidade. A paisagem horizontal do Cerrado, a imponência do céu repleto de luz e de nuances cromáticas, a clareza do plano urbanístico e a operística arquitetural de Niemeyer, sem dúvida, colaboraram para reforçar elementos simbólicos e monumentais na obra do artista. Rubem Valentim encontrou na cidade o seu terreiro e nele criou obras que se afirmam substantivamente na visualidade contemporânea brasileira. Ele rompeu as designações tradicionais; desprezou anacrônicas fronteiras entre o popular e o erudito, entre o nacional e o internacional, entre razão e emoção. No mundo contemporâneo a sua obra se revela como instrumento de libertação. “O povo só se impõe em termos de cultura quando ele tem consciência nacional e também política”. Diferentemente no discurso purista do modernismo, Valentim representa a possibilidade real de construção de uma linguagem que

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Sem título | Untitled, s/d Madeira policromada | Polychrome wood, 90,5 x 28 x 5 cm Acervo | Collection Fundação Marcos Amaro, São Paulo, SP 12


reflecting specific aspects of Brazil; he believes in cultural contamination, the capability of entwining a wide variety of influences into the formation of a work that offers its own truth in the world. For him, art challenges time and frees humankind, while geometry is merely a means, a paved path where concern and passion flourish. Far more than shape and colour, Valentim pursues structure and light, and the works that he produces trigger a strange dialogue with nature and culture. Gathering these works together in São Paulo also transports the voice and power of Brazil’s black population to the nation’s artistic hub. For a long time, mainstream criticism strove to justify the career of this artist through Modernistic movements rooted in Constructivism, scorning the ancestral, totemic, symbolic and religious aspects spotlighted in the shapes and shades forming the language used by Valentim on any support and with any technique. The presence of this small but significant set of works prompts a reunion with obliterated parts of our own selves. At a time when many artistic institutions in Brazil are turning their attention to aspects related to political actions steered by gender and race, it is important to rebut conservative discourses attempting to justify the violence and oppression imposed by white colonists. Religious syncretism is a response to the persecution of cults and cultures stretching back to Africa, together with the process of miscegenation that was often driven by violence and rape. As long as AfroBrazilian beliefs are persecuted in Brazil, as long as black women are disrespected, and as long as young black leaders are murdered as they fight for freedom and democracy, the works of

reflita especificidades brasileiras; ele acredita na contaminação cultural, na capacidade de fazer conviver influências variadas para a formação de uma obra que traga a sua verdade no mundo. Para ele a arte desafia o tempo, liberta o homem, e a geometria é apenas um meio, um caminho pavimentado para fazer aflorar a inquietude e a paixão. Muito mais do que a forma e a cor, Valentim persegue a estrutura e a luz e os trabalhos por ele produzidos provocam um curioso diálogo com a natureza e a cultura. Reunir essas obras em São Paulo é também trazer ao principal centro artístico brasileiro a voz e a força do negro brasileiro. Durante muito tempo a crítica oficial procurou justificar a trajetória do artista através dos movimentos modernistas de origem construtiva, desprezando o caráter ancestral, totêmico, simbólico e religioso evidenciado nas formas e cores da linguagem de Valentim, em qualquer técnica ou suporte. A presença desse pequeno, porém significativo, conjunto de obras provoca o reencontro com partes obliteradas de nós mesmos. No momento em que várias instituições artísticas brasileiras dirigem a atenção para aspectos relacionados a ações políticas de gênero e raça é importante recusar discursos conservadores que procuram justificar a violência e a opressão do homem branco colonizador. O sincretismo religioso é uma resposta à perseguição de seus cultos e culturas e o processo de miscigenação ocorre muitas vezes por atos de estupro e violência. Quando permanece no Brasil a perseguição aos cultos afro-brasileiros, quando mulheres negras continuam a ser desrespeitadas e jovens lideranças negras são assassinadas quando

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Escultura “Marco sincrético da cultura afro-brasileira”, realizada em concreto aparente, com 8,50 metros, implantada na Praça da Sé, em São Paulo. Sculpture “Syncretic frame of Afro-Brazilian culture”, made in apparent concrete, with 8.50 meters, implanted in Praça da Sé, in São Paulo.


Rubem Valentim – displayed in the Praça da Sé square between institutionalised monuments to the white man’s Justice and Faith – are emblems of beauty and courage, everlasting symbols of the black blood running through all our veins. The holy woman warrior – this work is the offspring of rite and ritual, fêtes and festivities, lore and love. She brings back our black smile, embraces and affection that caresses us and fills us with pride. In difficult times, the timeless truth of the works by Valentim reveal the best of us. It is always worth recalling the wise words of this outstanding artist: “The lands of a people may be conquered by weapons, but it cannot be forced to yield its soul, its feelings, its poetics, its raison d’être. This is why, here in Brazil, we must defend our soul. This is what I do by transposing these poetics to a contemporary language.” In this Exhibition, the black royalty of Rubem Valentim is showcased in all its glory, affirmed through the unwavering message of freedom and daring that flows through the time of Man on Earth. Marcus de Lontra Costa Curator

lutam pela liberdade e pela democracia, a obra de Rubem Valentim, presente em plena praça da Sé, entre os monumentos institucionalizados da Justiça e da Fé do homem branco, é um marco de beleza e coragem, símbolo perene do sangue negro que circula em todos nós. Santa guerreira, a obra de Rubem Valentim é filha do rito, da festa e do amor. Ela nos faz reencontrar o nosso sorriso negro, nosso abraço e nosso afeto negro que nos acaricia e orgulha. Em tempos difíceis a verdade atemporal das obras de Valentim revela o que temos de melhor. E sempre vale a pena as sábias palavras desse artista exemplar. “O território de um povo pode ser conquistado pelas armas, mas o que ele não pode fazer é entregar a sua alma, seu sentir, sua poética, sua razão de ser. Por isso no Brasil, temos que defender nossa alma. É o que faço transpondo essa poética para uma linguagem contemporânea.” Nesta mostra a negra realeza de Rubem Valentim se revela em sua plenitude e se afirma na constante mensagem de liberdade e audácia que perpassa o tempo do homem sobre a terra. Marcus de Lontra Costa Curador

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2 x 7, 1960 Óleo sobre tela | Oil on canvas, 50 x 35 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ 28


Pintura B, 1967 Óleo sobre tela | Oil on canvas, 50 x 35,5 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ 29


Composição 6, Rio 1963 Óleo sobre tela | Oil on canvas, 54 x 34,5 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Emblema 83, 1983 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 70 x 50 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Emblema, 1987 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 70 x 50 cm Coleção | Collection Maria Helena e Francisco Lacerda, Brasília, DF

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Emblema 85, 1985 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 70 x 50 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Emblema 84, 1984 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 50 x 70 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Emblema Logotipo Poetico 85, 1985 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 50 x 70 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Emblema 81, 1981 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 50 x 35 cm Coleção | Collection Onice Moraes e José Rosildete de Oliveira, Brasília, DF 36


Emblema 85, 1985 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 50 x 35 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 37


Emblema 87, 1987 Acrílica s/eucatex | Acrylic on eucatex, 30 x 44 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Emblema, 1989-90 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 50 x 35 cm Coleção | Collection Maria Helena e Francisco Lacerda, Brasília, DF

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Emblema, 1986 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 50 x 35 cm Coleção | Collection Maria Helena e Francisco Lacerda, Brasília, DF

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Emblema, 1989-90 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 50 x 35 cm Coleção | Collection Maria Helena e Francisco Lacerda, Brasília, DF

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Emblema, 1978 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 35 x 50 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Emblema, 1978 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 35 x 50 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Variação I – 87, 1987 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 35 x 50 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Emblemágico 80, 1980 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 100 x 73 cm Coleção | Collection Onice Moraes e José Rosildete de Oliveira, Brasília, DF

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Emblema 83 Pegí, 1983 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 46


Emblema 83, 1983 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ 47


Emblema 86, 1986 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 48


Emblema 85, 1985 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 49


Emblema 87, 1987 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ 50


Emblema 87, 1987 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 51


Emblema 83, 1983 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ 52


Emblema 86, 1986 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 53


Emblema 86, 1986 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 54


Emblema 87, 1987 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP 55


Emblemágico 83, 1983 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 41 x 27 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Emblema 85, 1985 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 41 x 21 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Emblema 84, 1984 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 27 x 41 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Emblema 85, 1985 Acrílica s/tela | Acrylic on canvas, 18 x 14 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Sem título, 1970 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 33 x 19,5 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ 60


Emblema 84, 1984 Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 27 x 22 cm Coleção | Collection Diógenes Paixão, Rio de Janeiro, RJ

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Poema Visual V, 1984 Colagem s/papel | Collage on paper, 45 x 32,5 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Poema Visual, 1984 Colagem s/papel | Collage on paper, 45 x 32 cm Coleção | Collection Almeida e Dale Galeria de Arte, São Paulo, SP

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Sem título | Untitled, 1989 Série emblemas | Series badges Serigrafia | Serigraphy, 100 x 70 cm Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ 64


Sem título | Untitled, 1989 Série emblemas | Series badges Serigrafia | Serigraphy, 100 x 70 cm Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ 65


Sem título | Untitled, 1989 Série emblemas | Series badges Serigrafia | Serigraphy, 100 x 70 cm Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ 66


Sem título | Untitled, 1989 Série emblemas | Series badges Serigrafia | Serigraphy, 100 x 70 cm Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ 67


Emblemas A, B, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblemas C, D, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblemas E, F, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblemas G, H, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblemas I, J, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblemas K, L, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblema M, N, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Emblemas O, P, 1991 Calendário MAC 1992 - Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo | MAC Calendar 1992 - Museum of Contemporary Art of the University of São Paulo Acrílica sobre tela | Acrylic on canvas, 22 x 16 cm cada | each Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Alfabeto kitônico, 1987 Serigrafia | Serigraphy, 100 x 70 cm Coleção | Collection Roberto Bicca de Alencastro, Rio de Janeiro, RJ

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Rubem Valentim

Rubem Valentim

Born in Salvador, Bahia State in 1922, this sculptor, painter, engraver and teacher died in São Paulo in 1991. He entered the visual arts field during the 1940s as a self-taught painter. With a degree in Dentistry from Bahia University, he practised for only two years, irresistibly drawn to the world of art. Engaged in the drive to renew the arts in Bahia State during 1946 and 1947, together with Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos, Raymundo de Oliveira, Jenner Augusto, Lygia Sampaio and writers Wilson Rocha, Cláudio Tavares and Vasconcelos Maia, in 1953 he graduated in Journalism from Bahia University, publishing articles on art. In 1956 he took part in the III Biennial in São Paulo.

(Salvador BA 1922 - São Paulo SP 1991). Escultor, pintor, gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como pintor autodidata. Forma-se em Odontologia pela Universidade da Bahia, mas exerce a profissão por apenas dois anos, atraído irresistivelmente pelas artes plásticas. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, com Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos, Raymundo de Oliveira, Jenner Augusto, Lygia Sampaio e os escritores Wilson Rocha, Cláudio Tavares e Vasconcelos Maia. Em 1953 formase em jornalismo pela Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Em 1956 participa da III Bienal de São Paulo.

Moving to Rio de Janeiro the following year, he worked with Carlos Cavalcanti as a teaching aide in the history of art course at the Instituto de Belas Artes. Two years later, he took part in the V Biennial in São Paulo and the VII National Modern Art Salon in Rio de Janeiro. In 1960, he was granted a jury exemption certificate at the VIII National Modern Art Salon, together with the prize awarded by the National Federation of Industries. In March 1961, he married art educator Lúcia Alencastro, one of the founders (with Augusto Rodrigues, in 1948) of the Escolinha de Arte art school. That same year, he displayed his works at the VI Biennial in São Paulo and the X National Modern Art Salon in Rio de Janeiro. Awarded the 1962 Trip Prize at the XI Modern Art Salon in Rio de Janeiro, he joined other artists in the Brazilian section of the Venice Biennial and a group show at the Casa do Brasil in Rome. After living in Bristol (UK), he settled in Rome from March

Em 1957 passa a residir no Rio de Janeiro, onde se torna professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Participa, em 1959, da V Bienal de São Paulo e do VII Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Em 1960 recebe no VIII Salão Nacional de Arte Moderna o certificado de isenção do júri e o prêmio Federação Nacional das Indústrias. Casa-se, em março de 1961, com Lúcia Alencastro, arte-educadora e uma das fundadoras, com Augusto Rodrigues, em 1948, da Escolinha de Arte do Brasil. Neste ano participa da VI Bienal de São Paulo e do X Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Recebe em 1962 o prêmio de viagem ao exterior no XI Salão de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Integra com outros artistas a representação brasileira na Bienal de Veneza e da coletiva

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1964 onwards, with a one-man show at the Casa do Brasil and works displayed in the Alternative Attuali/2 international exhibition at Aquila, Italy. In 1965 he took part in the I World Festival of Black Arts in Dakar, Senegal. Returning to Brazil in September 1966, he settled in Brasília the following year, where he taught painting at the Ateliê Livre of the Instituto de Artes, Brasília University (UnB). That same year, he was awarded one of the Itamaraty Prizes at the IX Biennial in São Paulo. In 1969, he displayed twelve emblematic objects in a special room at the X Biennial in São Paulo, also featuring in the Brazilian section of the I International Constructivist Art Biennial in Nuremberg, Germany. In 1972, he designed a marble mural for the Novacap urban administration headquarters in Brasília, rated as his masterpiece in public works. He took part in the XII Biennial in São Paulo (1973) and the I Global Spring Salon in Brasília, where he was awarded the European Trip Prize. Two years later, art critic Frederico Morais prepared an audiovisual overview of his works entitled A Arte de Rubem Valentim. In 1976, he published his thoughts in a pamphlet entitled Manifesto ainda que tardio: depoimentos redundantes, oportunos e necessários. The following year, he took part in the XIV Quadrennial in Rome, as well as the II World Festival of Black Arts in Lagos, Nigeria; the Visão da Terra exhibition at the Museum of Modern Art in Rio de Janeiro; the IV National Plastics Arts Meeting in Goiânia; the XIV Biennial in São Paulo with an installation entitled Templo de Oxalá in the section featuring walls as supports for works of art; and the Brazilian Constructivist Project in Art –

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na Casa do Brasil em Roma. Reside em Bristol na Inglaterra. A partir de março de 1964 fixa residência em Roma, onde apresenta individual na Casa do Brasil e participa da mostra internacional Alternative Attuali/2, em Áquila, Itália. Em 1965 participa do “I Festival Mundial das Artes Negras”, em Dacar, no Senegal. Retorna ao Brasil em setembro de 1966, passando a residir em Brasília no ano seguinte, lecionando pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília - UnB. Neste ano recebe um dos prêmios Itamaraty na IX Bienal de São Paulo. Em 1969, apresenta sala especial com 12 objetos emblemáticos na X Bienal de São Paulo e integra a representação brasileira na I Bienal Internacional de Arte Construtiva, em Nuremberg, Alemanha. Em 1972, faz um mural de mármore para o edifício-sede da Novacap em Brasília, sua primeira obra pública. Participa da XII Bienal de São Paulo, em 1973, e do I Salão Global da Primavera, em Brasília, no qual recebe prêmio de viagem à Europa. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1975 o audiovisual A Arte de Rubem Valentim. Publica, em 1976, o “Manifesto ainda que tardio: depoimentos redundantes, oportunos e necessários”. Participa, em 1977, da XIV Quadrienal de Roma, do II Festival Mundial das Artes Negras, em Lagos, Nigéria, da mostra “Visão da Terra”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do IV Encontro Nacional de Artes Plásticas, em Goiânia, da XIV Bienal de São Paulo, na seção “O muro como suporte de obras”, com a instalação “Templo de Oxalá”, e da mostra


1950/1962 show at the Museum of Modern Art in Rio de Janeiro and the Pinacoteca Gallery in São Paulo. The following year, he joined the group show entitled América Latina: Geometria Sensível at the Museum of Modern Art in Rio de Janeiro, which was completely destroyed by fire. In 1979, he produced a concrete sculpture standing 8.5 meters high that was set in the Praça da Sé Square in São Paulo; it was defined by the artist as a “syncretic milestone of Afro-Brazilian culture” and a “symbol of Brazil’s mixed-race culture”.

“Projeto Construtivo Brasileiro em Arte – 1950/1962”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Pinacoteca de São Paulo. No ano seguinte integra a coletiva “América Latina: Geometria Sensível”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, totalmente destruída por um incêndio. Em 1979, realiza em concreto aparente, escultura com 8,5 metros de altura, implantada na Praça da Sé, em São Paulo, definida pelo artista como “marco sincrético da cultura afro-brasileira” e como “símbolo da cultura mulata”.

Dividing his time between Brasilia and São Paulo from 1982 onwards, in 1985 he took part in the show entitled Tradição e Ruptura – Síntese de Arte e Cultura Brasileiras at the Biennial Foundation in São Paulo.

Em 1982 passa a dividir sua residência entre Brasília e São Paulo. Em 1985 participa da mostra “Tradição e Ruptura – Síntese de Arte e Cultura Brasileiras”, na Fundação Bienal de São Paulo.

A cancer victim, Rubem Valentim died in São Paulo on December 30, 1991.

Morre em São Paulo, vítima de câncer, em 30 de dezembro de 1991.

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EXPOSIÇÃO | EXHIBIT

AGRADECIMENTOS | ACKNOWLEDGMENTS

Curadoria | Curatorship Marcus de Lontra Costa

Iluminação | Lighting Somlux – Judy Spencer

Coordenação Geral | General Coordination Anderson Eleotério

Cenotécnica | Cenotechnical André Semplicio Pires

Produção | Production Izabel Ferreira Programação Visual | Art Direction Mauro Campello

Seguro | Insurance Pro Affinite – Chubb Seguros Brasil Transporte | Transportation Art Quality International Fine Arts

Comunicação | Communication Raquel Silva

Projeto | Project Anderson Eleotério FLUA Produções Culturais Ltda.

Assessoria de Imprensa | Press Office Décio Di Giorgi - Adelante Comunicação

Produção Executiva | Executive Production ADUPLA Produção Cultural Ltda.

Assistente de Produção | Production Assistant Felipe Paladini

CATÁLOGO | CATALOG

Fotógrafos | Photographer Haruo Mikami Leonardo Ramadinha Sérgio Guerini Revisão de Textos | Text Revision Claudia Ajuz Rosalina Gouveia Versão Inglês | English Version Carolyn Brissett Design de Montagem | Exhibition Design Anderson Eleotério Museologia | Museology Lucia Mafra – DF Cláudia Costa – RJ Mariane Tommi Sato – SP Sonoplastia | Sound Design Cantigas de Candomblé Fogueira de Xangô Montagem | Art Mounting Manuseio – Mário Bibiano

Organização | Organization Anderson Eleotério Izabel Ferreira Produção Editorial | Editorial Production Raquel Silva Texto | Text Marcus de Lontra Costa Design Gráfico | Graphic Design Mauro Campello Fotos | Photographer Haruo Mikami Leonardo Ramadinha Sérgio Guerini Revisão de Textos | Text Revision Claudia Ajuz Rosalina Gouveia Versão Inglês | English Version Carolyn Brissett Impressão e pré-impressão | Printing Gráfica Santa Marta

Roberto Bicca de Alencastro Almeida e Dale Galeria de Arte Celso Albano Costa Cely Mesquita (in memoriam) Conrado Mesquita Diógenes Paixão Fundação Marcos Amaro Galeria Referência Luis Eduardo Costa Carvalho Maria Helena e Francisco Lacerda Onice Moraes e José Rosildete de Oliveira Ronie Mesquita Adriana Araujo Pereira Afrisio Vieira Lima Filho Aristos Rodopoulos Bené Fonteles Bolsa de Arte Bruna Araújo Canvas Galeria Daniel Rutkauska Fernanda D’Agostino Fernando Queiroz João Bastos Jones Bergamim José Celso Gontijo Luciana e Renato Mosca Luis Paulo Montenegro Magda Nunes Maria Silvia Barbin Laurindo Max Perlingeiro Monica Tachotte Museu Nacional do Conjunto Cultural da República Natasha R. Bergottini Pavlos Rodopoulos Pinacoteca de São Paulo Pinakotheke Cultural Roberto Rosas Simão José Abrahão dos Santos (in memoriam) Tadeu Chiarelli Taissa Campello Uébio Luiz Salazar Vivian Perez Wagner Barja


6 de outubro a 16 de dezembro de 2018 October 6 - December 16, 2018 Terça a domingo, das 9h às 19h Tuesday to Sunday, from 9am to 7pm CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé - Sé - São Paulo - SP Tel. (11) 3321-4400 ENTRADA FRANCA | FREE ADMISSION Prefer public transportation Vamos preservar o meio ambiente Let’s preserve the enviroment @CaixaCulturalSP /CaixaCulturalSaoPaulo www.caixacultural.gov.br App Caixa Cultural #CaixaCulturalSP LIVRE PARA TODOS OS PÚBLICOS GENERAL LAUDIENCES


DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. COMERCIALIZAÇÃO PROIBIDA. PRODUÇÃO | PRODUCTION

APOIO | SUPPORT

PATROCÍNIO | SPONSOR


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