em Santana-Parnamirim Casa MíniMa e Projeto
Monica Raposo Andrade et alii Recife, 2o12. em Santana-Parnamirim Casa MíniMa e Projeto
Catalogação na fonte: Biblioteca Central da UFPE J.B. Gonçalves, CRB4-1748
Título: Casa Mínima e Projeto, em Santana-Parnamirim. Autores: Raposo, Maria Monica + Andrade, Paulo R. Prefácio: Andrade, Moisés A. S. © 2012 Monica Raposo Andrade + Paulo Raposo + Moisés A. Andrade. © 2012 Editora da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife. Todos os direitos reservados. Projeto Gráfico: Andrade & Raposo Arquitetos Ltda. Capa e editoração eletrônica: M. Cicília Oliveira Melo p/ A&R Arquitetos. 120 págs., 107 imagens. Impressão e Acabamentos: Editora Universitária da UFPE R. Acadêmico edico este trabalho aos meus ex-alunos da disciplina de Projeto Arquitetônico 3, da turma AB, 2010.1, com os quais tive a opor tunidade de desenvolver esta experiência acadêmica de extensã0.
Hélio Ramos, 20 | Várzea, Recife - PE CEP: 50740-530 Fones: (0xx81) 2126.8397 | 2126.8930 | Fax: (0xx81) 2126.8395 www.ufpe.br/edufpe | livraria@edufpe.com.br | editora@ufpe.br
Citando-os nominalmente, a todos recordo com agradável lem brança: Alice Caroline Acosta Lancellotti, Aline Nascimento da Silva, Ângela de Barros Lima, Camila Almeida Gusmão, Dâmaris Haris Correia Tavares, Gabriel Almeida da Fonseca Lins, Gabriela Barbosa Leal Maranhão, José Guilherme Germano Silva, Manoela de Sousa Oliveira, Manuella Araújo Torres, Maria Eduarda Albu querque de Queiroz, Patrícia Ataíde Solon de Oliveira, Rafael de Souza Cysneiros de Almeida, Rodrigo Cardoso Toscano e Rodrigo Freitas Araújo. D
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Catalogação na fonte: Bibliotecária Joselly de Barros Gonçalves, CRB4-1748 R219c Raposo, Maria Monica. Casa mínima e projeto, em Santana-Parnamirim / Maria Monica Raposo, [Paulo R. Andrade, Moisés A. S. Andrade]. – Recife : Ed. Universitária da UFPE, 2012. 117 p. : il. Contém 65 ilustrações coloridas. Inclui referências bibliográficas e anexos. ISBN 978-85-415-0063-0 (broch.) 1. Arquitetura de habitação. 2. Habitação popular. 3. Projeto arquitetônico. 4. Planejamento urbano. 5. Arquitetura – Estudo e ensino. I. Andrade, Paulo R. II. Andrade, Moisés A. S. III. Titulo. 728 CDD (22.ed.) UFPE (BC2012-056)
Sumário PREFÁCIO 12 INTRODUÇÃO 15 O projeto HIS e o Canal Santana-Parnamirim 17 I O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO 23 A preparação do profissional reflexivo 23 A modernidade e o novo método de projetar 27 II A MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM EM PA 3 33 O tema da casa mínima e a disciplina de PA 3 33 Os passos da pesquisa arquitetônica 34 O seminário permanente 41 III A GEOMETRIA DO PROJETO HIS 45 Adensar sem verticalizar 45 Articular moradias 46 Geminar, justapor, superpor 47 Encaixar volumes complementares 48 Empacotar células côncavas 50 IV O PRODUTO RESULTANTE 53 Diversidade e individualidade das soluções 53 Os grupos tipológicos resultantes 57 O desempenho dos projetos 59 Análise comparada 61 Densidade e acoplamento 63 V AS PROPOSTAS AJUSTADAS 67 LISTA DE FIGURAS E FONTES DAS ILUSTRAÇÕES 108 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 110 CARTA ANEXA E ESBOÇOS 113 butThedifficultliesnotinthenewideas,inescapingfromtheoldones.JohnMaynardKeynes xix
PREFÁCIO
descreve o ritual do trabalho em sala de aula, comprovando a importância da dissecação de obras seminais de arquitetura, e conclui que o intercâmbio de conhecimento entre os estudantes, através do seminário permanente, tanto eleva a qualidade do projeto como preserva a individualidade; e, por último, [4] entrega ao leitor um exemplo objetivo de avaliação de desempenho do Projeto de Urbanismo e de Arquitetura lastreado nos parâmetros adequados ao projeto de habitação de interesse social. Ao expor os princípios metodológicos do projeto funcionalista apresentados por Cristopher Alexander, percebe-se que a autora concorda com Gropius, que afirmara não ter intenção de preconizar um “estilo moderno” ou qualquer estilo universalmente identificável, mas, sim, um “método de abordagem” que permita “tratar um problema de acordo com suas condições peculiares”, citando palavras do próprio Gropius. Em consequência desse princípio, os projetos resultantes do trabalho de extensão adiante incluídos trazem soluções diversificadas, sem formalismos e acordes com as exigências construtivas do lugar e com as necessidades geradas por hábitos da cultura local. Em resumo, o texto transmite os princípios e procedimentos metodológicos adotados e os resultados do ensino através de uma narrativa linear tecida com uma linguagem espontânea e MOISÉSclara.
xiiiCASA MÍNIMA E PROJETOxii
O texto [1] começa por oferecer uma análise sobre o ensino da disciplina prática do Projeto Arquitetônico e a formação do profissional reflexivo (apud Donald A. Schön); [2] expõe e comenta os princípios metodológicos do projeto funcionalista (apud C. Alexander), mostrados apenas como uma opção de conhecimento e como um dos “métodos de abordagem”; [3]
ANDRADE - Professor e arquiteto ncontra-se neste escrito a narrativa de uma experiência de extensão universitária voltada para uma comunidade carente que, devido à precariedade do assentamento em que vive — sobre a calha do Canal Santana-Parnamirim, na cidade do Recife —, foi objeto de estudo para um reassentamento habitacional planejado. Mostra-se, assim, o esforço cumprido no ano de 2010 na disciplina de Projeto Arquitetônico 3, do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, em prol da capacitação do aluno para a prática do projeto da habitação de interesse social.
PrefácioE
Concentrando-se na capacitação para o projeto da habitação social, a autora considera que a formação de futuros arquitetos é essencial para a melhoria da “paisagem insípida e repetitiva erigida nas periferias urbanas”, onde se multiplicam projetos anônimos e unanimemente criticados, que “não estimulam sequer a identificação do usuário com sua própria moradia”.
O exercício de ensino e aprendizagem focalizou a atenção do estudante de Arquitetura para essa particular questão de ordem urbana e arquitetônica, visto que se envolvem aí tanto os valores do espaço urbano como os valores da edificação.
[...] desoproblemadahabitaçãodeinteressesocial,nasgrancidadesdonossopaís,consistenacarênciade terra e de um sistema de saneamento comágua tratada.
15
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃOA
É uma coleção de imagens, o que ora se apresenta. São quinze propostas de projeto urbano-arquitetônico a serviço da específica função do habitar. São ideias que se defrontam com desafiante limitação de recursos e que obedecem a rígidas regras e parâmetros construtivos e institucionais.
presentam-se neste documento propostas para o plano de reassentamento habitacional da comunidade do Canal Santana-Parnamirim, na cidade do Recife, elaboradas a partir de um curso de extensão universitária do qual participaram quinze alunos de graduação do terceiro semestre do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE. O curso, realizado em 2010, foi aprovado pela Proext e pelo edital no 05 do programa MEC/Sesu.
E ainda que extrema seja a exiguidade de recursos, essas propostas perseguem o conforto e o bem-estar dos usuários. Acompanha esta coleção de imagens, um texto sobre o en sino da prática do Projeto Arquitetônico — espinha dorsal que se desenvolve ao longo de todo o curso — e sobre a formação do profissional reflexivo. Em seguida, uma passagem sobre a metodologia do projeto funcionalista, nascida no berço da revolução modernista. Há uma descrição do que foi produzido e da maneira como foi conduzido o trabalho com os estudantes, registrando-se a dinâmica em sala de aula e comentários sobre algumas das obras arquitetônicas indica
O projeto HIS e o Canal Santana-Parnamirim O projeto da habitação de interesse social (HIS) vem toman do importância crucial para a sociedade urbana pelo fato de que hoje — como se sabe — mais de um bilhão de pessoas vivem na cidade informal. De acordo com a UN Habitat, o Departamento de Habitação das Nações Unidas, esse número de pessoas aumentará cerca de quarenta por cento em um quarto de século. Assim, governantes, planejadores e empre sários devem estar preparados para fazer face a tal crescimen to da população urbana de menor renda, hoje aglomerada em favelas de alta densidade demográfica.
O adensamento horizontal da construção na cidade pré -moderna (até o século XIX) estruturava-se na base de lotes estreitos com prédios altos e colados lado a lado no períme tro dos quarteirões, de modo a criar um cenário urbano con tínuo, o que, na expressão de Glazer Lilla, constituía a “face pública da arquitetura ”. Apresentava um alto aproveitamento do solo e encurtava os caminhos de pedestres e dos trans portes da época. Era uma paisagem urbana de construções contíguas, em oposição à paisagem descontínua do subúrbio e à paisagem rural de casas isoladas. A partir da via pública, permitia-se o acesso individual a cada moradia, pouco fre quente hoje em consequência da proliferação dos condomí nios verticais e horizontais.
[01] Trecho da bacia do Rio Capibaribe inserido na cidade do Recife com detalhe esquemático do Projeto da PCR para o Canal Santana-Parnamirim, apresentando o terreno triangular aqui ocupado com o uso habitacional da comunidade. Fonte: Projeto Capibaribe Melhor, da Prefeitura da Cidade do Recife/ URB, 2005. 17 das na bibliografia então adotada. Uma análise comparativa, ilustrada com gráficos cartesianos, na parte final, avalia o desempenho de cada projeto situando-o com relação a uma linha representativa da média. Nessa avaliação comparativa, consideraram-se princípios e parâmetros do Manual do Proje to de Habitação Popular, editado pela Secretaria de Habitação do Estado (Sehab-PE), em 1981.
INTRODUÇÃO16 CASA MÍNIMA E PROJETO
O território experimental selecionado para o Plano de Reas sentamento Habitacional, pertencente à Prefeitura do Recife, tem formato de um triângulo, com 2.247 m2, e situa-se entre o Canal Santana-Parnamirim e a Rua Lemos Torres. O triânCASA MÍNIMA E PROJETO
A foto e o mapa da área mostram uma ocupação espontânea efetivada por uma comunidade carente, que ocupa menos de uma centena de imóveis dispostos de forma aleatória sobre a calha do Canal e adjacências. Aí vivem, de modo precário, famílias em situação de risco para a saúde, dada a ausên cia de saneamento e de um sistema de vias que permita o acesso de coleta de lixo, limpeza pública e outros serviços comunitários [02 e 03].
Consciente de que o problema da habitação de interesse so cial, nas metrópoles atuais do País, resume-se à carência de terreno e à carência de um sistema de saneamento com água tratada, decidi realizar, com os estudantes da disciplina de Projeto Arquitetônico 3, um exercício de otimização do apro veitamento do terreno através do adensamento horizontal da construção. É certo que o espaço verde destinado ao lazer e à convivência da comunidade deverá ser preservado, mas não se pode abrir mão da pesquisa em busca de maior padrão de adensamento sem verticalizar a construção para não ceder à presença de relações condominiais com ônus indesejável para o usuário da habitação de interesse social.
INTRODUÇÃO18
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Um dos desafios do projeto HIS é, pois, preservar o acesso individual à moradia e, ao mesmo tempo, aumentar a quan tidade de famílias atendidas sem, no entanto, verticalizar a construção, além de manter um alto padrão de adensamento horizontal, conservando os padrões higienistas relativos à aeração e à iluminação natural para todos os cômodos habitáveis de permanência prolongada. Diante do problema, o Plano de Reassentamento Habitacio nal da População do Canal Santana-Parnamirim tornava-se oportuno como tema de uma experiência acadêmica de ex Essetensão.canal, que historicamente abastecia de água a população da localidade, é parte integrante da bacia hidrográfica do Rio Capibaribe, curso de água sinuoso que molda o caráter pai sagístico da cidade do Recife [01]. Situado à margem esquer da do Rio Capibaribe, o Canal corta o bairro do Parnamirim, numa área hoje ocupada por edifícios altos de uso residencial e de elevado valor imobiliário.
[02] Foto de satélite do Canal Santana-Parnamirim e projeto da beira-canal proposto pela Prefeitura da Cidade do Recife. Observa-se densa ocupação de moradias sobre a calha e sobre as margens do ca nal, o qual se localiza em bairro com prédios altos de elevada valorização imobi-liária. Fonte: Google Earth, 2010, e Projeto Capibaribe Melhor, da Prefeitura da Cidade do Recife/ URB, 2005.
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Além de promover a capacitação de futuros arquitetos na matéria da habitação de interesse social, a experiência de ex tensão oferece como produto quinze propostas de reassen tamento com moradias adequadas à comunidade local e um sistema de vias que assegura a necessária privacidade e pre servação ambiental do Canal Santana-Parnamirim. Tudo em acordo com o Projeto Capibaribe Melhor da Empresa de Urba nização do Recife/PCR, e com o modelo de financiamento do Banco Mundial para a bacia do Rio Capibaribe, que prevê a liberação de zonas ribeirinhas, incluindo a calha do mencionado Canal, atualmente obstruída.
INTRODUÇÃO
gulo escolhido para esse projeto de extensão funcionou, de fato, como um laboratório de experimentação para a formulação de novas soluções de arquitetura e de desenho urbano.
[03] Mapa da unibase com projeto da PCR para o Canal, mostrando imóveis atuais cadastrados. O território experimental constituiu-se de um polígono triangular de 2.247 m2, per tencente à Prefeitura, situado entre o Canal e a Rua Lemos Torres, na cidade do Recife. A área, anteriormente ocupada de for ma espontânea, abriga pouco mais de meia centena de imóveis dispostos de forma desordenada, onde vivem, de modo precário, famílias em situação de ris co para a saúde, dada a ausência de saneamento e de um sistema de vias que permita o acesso a serviços públicos de coleta de lixo e limpeza pública. O projeto prevê a liberação da calha do Canal, hoje obstruída.
A preparação do profissional reflexivo
A ideia de que se aprende Arquitetura fazendo projetos de edifícios é que faz do ensino do projeto a disciplina vertebral do curso. Óbvio está que, para a produção do projeto arqui tetônico, convergem todos os conhecimentos técnicos e de natureza cultural tratados nas demais disciplinas. Dessa for ma, o arquiteto adquire um saber específico que o diferencia de outros profissionais e técnicos do campo da edificação.
Na disciplina prática de ensino do projeto, aprende-se a criar, a ver o todo, a ver as partes e a harmonizá-las. Aprende-se a organizar; enfim, a compor. E aprende-se somente através do exercício constante da criação; do exercício repetitivo. A com posição arquitetônica, como a composição musical, é um todo que reúne partes de forma harmonizada. Esse conceito fora anteriormente tratado de forma acadêmica, na época de Durand e na de Guadet, tempo em que as partes concretas e sólidas eram consideradas como os elementos primordiais à formação do arcabouço arquitetônico. Eram, por isso, os elementos essenciais da arquitetura, em oposição ao concei to de espaço ou do vazio, que hoje se aponta ser a essência mesma da arquitetura, destronando do papel central toda parte sólida e concreta conformadora do “espaço da arquitetura”, no dizer de Evaldo Coutinho.
éAcomposiçãoarquitetônica,comoacomposiçãomusical,umtodoquereúnepartesdeformaharmonizada.
23O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO I O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO
CASA MÍNIMA E PROJETO
Acapítulo.rotina do ensino do Projeto Arquitetônico consiste, pois, em exercitar o aluno no sentido de fazê-lo adquirir agilidade para produzir simulações sucessivas de zoneamentos, par tidos arquitetônicos, esboços de planos e volumetrias, para fins de comparação e decisão. Desenhado em escala, o esboço mostrará as imperfeições. Ao projetista, cabe observar a origem do problema, o que o levará a transformações suces sivas da configuração inicial. Representados graficamente, os esboços se sucedem até atingir o estado desejado, após os aperfeiçoamentos operados pelo aluno a partir do assessora mento do professor orientador. Assim, desenhar é preciso. Desenhar tantas vezes quantas necessário for. Desenhar, [04] Retângulos hipotéticos, denominados envelopes, sub divididos em células menores que correspondem aos espa ços domésticos. Rectangular dissection, in Achitectural Morphology, Steadman, J. Phillip. Pion Limited, London, 1983, Páginas 260 e 261.
[05] Capa do livro de J. P. Steadman: Achitectural Mor phology: an introduction to the geometry of building plans, 1983 ed. Pion London.
Só para fins de memorização, costumava dizer ao aluno que o dimensionamento dos espaços arquitetônicos é uma ope ração simples da geometria euclidianae que a relação dos espaços entre si é uma operação topológica mais complexa, de natureza euleriana, palavra que deriva de Euler, o geômetra suíço, criador da topologia no século XVIII, inspirado no pro blema das pontes de Koenisberg. Usando tal código, sempre informava ao estudante quando seu projeto estava bem com Euclides, mas não com Euler ou vice-versa. As alterações na ordem e nas relações entre os cômodos de uma moradia, por exemplo, quase sempre acarretam novo dimensionamento.
E, de igual modo, as alterações no dimensionamento dos ambientes podem acarretar alteração na relação topológica ou na sintaxe dos espaços. Como a obra arquitetônica não se resume à resolução bidimensional de planos convexos, evidente é a importância da resolução tridimensional, o que vai conferir carárer arquite tônico ao objeto construído. Volumes convexos e volumes côncavos que se complementam também fazem parte da composição arquitetônica, como será verificado no terceiro
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Ao estudar a geometria e as propriedades configuracionais dos planos arquitetônicos, Phill Steadman afirma que a composição desses planos guarda uma analogia com um “empacotamento de células”. Ao considerar o termo célula para se referir a espaço arquitetônico, propõe uma analogia biológi ca. Ele assume que a maioria dos planos arquitetônicos se re solve com espaços retangulares e, por isso, pesquisou a mor fologia da arquitetura com o auxílio de retângulos hipotéticos que representam os espaços ou células do plano arquitetôni co. Admite que, após o dimensionamento de cada cômodo componente de um plano arquitetônico e após a organização topológica desses espaços, relacionando-os entre si, o resul tado será um perímetro envolvente de formato retangular, ao que denominou envelope [04]. Através de processo computacional, Steadman contabilizou e catalogou todas as soluções possíveis para os planos retangulares — até sete cômodos —, calculando o total de segmentos de paredes internas e externas, como consta do seu livro intitulado Architectural Morphology: an Introduction to the Geometry of Building Plans, de 1983. À medida que se acrescentam novas células ao plano, a quantidade de soluções cresce vertiginosamente tendendo ao infinito, tornando-se, por isso, incontável [05]. Na visão do autor, os espaços domésticos assemelham-se a organismos vivos, cujas células precisam de ar e luz na tural. Tal analogia biológica nos faz lembrar que os espaços domésticos, tais como células vivas, devem ser irrigados por um sistema de acessos por onde se permite circular. Esse quadro conceitual estará presente na mente do arquiteto projetista no início do ato criador. Nesse contexto, ensinar o estudante a dimensionar corretamente os espaços componentes de uma habitação e a relacioná-los entre si de forma culturalmente aceitável e topologicamente possível é parte essencial do processo de ensino.
O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO
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Christopher Alexander, em seu livro Notes on the Synthesis27O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO [07] Capa do livro de C. Ale xander Notes on the Synthesis of Form, paper da Universidade de Harvard, no qual se desenvolve um exemplo do método funcio nalista de projetar. 1974.
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Todavia, inevitável será a influência do pro fessor sobre a produção do aluno, em caso de maior afinidade entre os dois. Segundo a tradição, Mies exercia grande poder na formação estética dos alunos através de sua filosofia inovadora. Fatos compro vam tal realidade. A história da Bauhaus, de Magdalena Droste, registra uma ocor rência que ilustra a benéfica influência do mestre sobre a produção do aluno. Um exemplo claro é o projeto, em 1931, de uma casa-átrio de Günter Conrad, aluno de Mies, publicado por Droste, na página 215 [06]. O projeto, em que a continuidade de muros externos conforma pátios abertos que se interpenetram com as fronteiras do espaço interno, é testemunha de que os temas de Mies incluíam a integração entre
Donald Schon, em sua obra sobre ensino e aprendizagem, analisou o método de ensino do projeto de arquitetura pra ticado na Escola de Arquitetura e Planejamento do MIT, a convite do então diretor William Porter. Para Schon, a apren dizagem através da reflexão-na-ação tem como resultado a formação do profissional reflexivo. Sobre o ensino da prática profissional no ateliê, ele escreve: “Aprende-se mais do que o conteúdo de todos os livros sobre a matéria”. O autor enfa tiza que a aprendizagem que os profissionais desenvolvem, através da reflexão-na-ação, em situações de incerteza e onde há fatores conflitantes que desafiam o conhecimento formal, é aplicável tanto ao ensino do Projeto Aquitônico, como também ao das artes plásticas, artes performáticas, da música, dos esportes, da psicanálise e ao ensino da argumentação e outras práticas profissionais. É uma nova epistemologia da prática profissional, em que o conhecimento sistemático se defronta com situações singulares que nem sempre cons tam da teoria ou de manuais escritos, conforme palavras de Schon. Ele seleciona exemplos de instrução e aprendizagem no ateliê de projeto, no qual melhor se aplicam a habilidade e a visão de um instrutor experiente para ajudar na formação do profissional reflexivo.
[06] Planta baixa e perspectiva do projeto de uma casa-átrio de Günter Conrad, aluno de Mies na Bauhaus, em 1931, mostrando a influência de Mies, cujo tema incluía a inte ração entre o espaço externo e os limites do espaço interno. In BAUHAUS, 1919–1933, Droste, M., pág. 215, Taschen, Porto, 2006.
apagar (ou deletar), refazer, emendar, redesenhar e outras ações do gênero fazem parte de um processo cíclico e itera tivo, próprio da metodologia do Projeto Arquitetônico. Não é, pois, um processo linear, é um processo cíclico e iterativo com retôrnos e reinícios a cada feedback. Requer paciência, humildade, gosto e até mesmo paixão pelo ofício. Durante o processo de simulações, trava-se um monólogo na mente do aluno/projetista em que deficiências e méritos são consi derados, a cada passo, conforme uma escala de valores. O professor/instrutor do ateliê pode apartear o monólogo de forma a sistematizá-lo e de forma a indicar mais fontes de conhecimento para que o aluno possa alcançar autonomia e prescindir do próprio instrutor. Jamais entregar-lhe uma ideia pronta, mas teorizar exemplificando para conduzi-lo à descoberta da melhor solução em conformidade com as ne cessidades e o sistema de valores enunciado para o tema. o espaço aberto e os limites dos espaços fechados.
A modernidade e o novo método de projetar Na ideologia do pensamento modernista, a arquitetura é ensinável, como o é o projeto do objeto — o design. Não é, pois, exclusividade da intuição e do talento autodidata. O profes sor arquiteto, na posição de instrutor do ateliê, com sua ex periência no fazer arquitetônico, estimula a criatividade do aluno, fazendo-o refletir diante de princípios e conceitos ra cionalistas e funcionalistas antes de tomar decisão.
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of Form, desenvolve um exemplo ilustrativo do método funcionalista de projetar, inerente ao pensamento moderno [07].
Ele trata do design de um simples objeto de uso doméstico: a tea-kettle, que, em países frios do Hemisfério Norte, serve o chá para aquecer e dissipar o frio daqueles que o sorvem. Cumprindo tal função, o objeto a ser desenhado transitará da cozinha para a sala, isto é, do fogão para a mesa. Tendo sido um tema para estudantes da linha Bauhaus, uma lista de 21 necessidades para o produto logo foi enunciada. Na página 60 da oitava impressão editada em 1974 pelo Harvard Colle ge, encontra-se tal listagem relacionada a múltiplos propósi tos, dentre os quais: a estabilidade do objeto quanto à segu rança do usuário infantil ou deficiente; a economicidade do material para salvar energia com rápido aquecimento e lento resfriamento; a adequação da forma no sentido de facilitar o processo de fabricação e posterior manutenção; e a facilidade do armazenamento quando fora de uso. Além dos citados, outros requerimentos havia concernentes à melhor relação entre volume interno e superfície envolvente, ao peso ideal e à mais eficiente forma para a máxima captação do calor emi tido pela fonte aquecedora, seja elétrica ou a gás. Aspectos relativos ao processo de fabricação, como o custo da junção de diferentes materiais, ou assamblage, deveriam viabilizar um valor de mercado para o produto em questão [08].
[09] Produtos da Bauhaus, que, a partir dos anos 1930, transformaram visual mente o mundo através dos ambientes em que vivemos. sign.co.uk/store/archive/5/90/><www.skinflintde [10] Cadeira Wassily (1925) projetada por Marcel Breuer - Escola de Arquite tura e Design Bauhaus. < t22252.html>com.br/forum/lofiversion/index.php/http://ueba.
Conflitos entre tais necessidades ou requerimentos listados poderiam advir no momento de dotar o produto de uma for ma geométrica, ao mesmo tempo, adequada e justa aos diversos aspectos listados no programa. Caberia então ao projetista fazer com que a nova forma concebida para o objeto viesse atender ao máximo de necessidades listadas, minimi zando conflitos porventura existentes entre as mesmas. Para Alexander, esse problema, aparentemente amorfo e difuso, pode ser enfrentado segundo uma metodologia de ensino da prática projetual, tendo como base três funções: de uso, de produção e de mercado. A boa forma resultará da harmonização das várias funções. Em 1953, ao iniciar uma conferência em Chicago por ocasião do seu septuagésimo aniversário, Gropius adverte sobre o equívoco associado aos rótulos “estilo Bauhaus” ou “estilo funcional”, que a nada mais se referem do que ao método de abordagem praticado na Bauhaus. Ele preconiza o uso de um método que permita “tratar um problema de acordo com suas condições peculiares”, sem modelos ou fórmulas pre concebidas. Não que o resultado do modernismo seja con siderado um estilo visualmente identificável, mas, sim, um método projetual com seu próprio modo de justificar, de ser coerente e racional, sem excedentes, sem contradições nem ambiguidades. Se a linha reta é mais amigável ao processo industrial, ela predominará onde for necessária e suficiente, como se viu nas primeiras décadas do século XX, com o novo plasticismo à época do arquiteto holandês Gheritt Rietveld e do pintor Piet Mondrian, os quais, com absoluto sucesso, ajudaram a difundir a arte abstrata, enquanto elaboração do Umaintelecto.infinidade de outros objetos projetados na Bauhaus com base na função de uso, na função de processo produtivo e na função de mercado, a exemplo de luminárias e peças de mobiliário, hoje se faz presente na maioria dos espaços habitáveis [09] [10]. Aliás, sem negar o que se acaba de afirmar, vale lembrar que os produtos da Bauhaus, com seu despoja mento abstrato associado ao uso de cores primárias, foram os mensageiros da modernidade que, a partir dos anos 1930, transformaram visualmente o mundo através dos ambientes em que vivemos. É que, sendo intérprete da função, o despo jamento abstrato adquirira significado plástico.
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O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO [08] Serviços de chá resultantes de temas escolares sugeridos na Bauhaus. In BAUHAUS, 1919–1933, Droste, Mag dalena. Pág. 215, Taschen, Porto, 2006.
Inerente ao pensamento modernista, a temática da habitação social dominou o debate do segundo e do terceiro Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM). O segundo, re alizado em Frankfurt, em 1929, sob a direção de Ernst May, teve como tema o Estudo da Habitação Mínima. O terceiro, realizado em Bruxelas, em 1930, permitiu que Gropius tra tasse dos critérios objetivos para se localizarem blocos de habitação social multifamiliares num sistema hipotético de parcelamento retangular. Naquele ano, ele lançou seus três célebres teoremas, relacionando a variação da altura dos edi fícios (i) com o tamanho do terreno; (ii) com o ângulo de sol incidente na habitação, dado pelo afastamento entre os edifícios; e (iii) com a densidade demográfica, então representada pela quantidade de leitos projetados nos edifícios. À época desses eventos, há uma significativa produção experimental de habitação mínima entre os arquitetos europeus. Durante os dois semestres introdutórios ao curso no Depar tamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, os alunos são iniciados à linguagem do desenho projetivo, instrumento que os habilitará a representar graficamente seu projeto. DA APRENDIZAGEM EM PA MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM A embeleza,vezde ser a meta procurada, é o resultado obtido. Aloísio Bezerra Coutinho, em 1931.
EM PA 3
O tema da casa mínima e a disciplina de PA 3
3 II A
33ÉMEMÓRIA
Os passos da pesquisa arquitetônica Acredito na eficácia do ensino baseado no estudo de obras arquitetônicas seminais — aquelas que representaram uma ruptura na história do pensamento arquitetônico de sua épo ca. Por isso é que, ao iniciar um período letivo, logo indicava as obras de arquitetura a serem dissecadas, a cronologia e a dinâmica dos trabalhos. Acredito também no efeito po sitivo da sinergia gerada pela troca de conhecimento entre participantes de um grupo. E, para estimular o intercâmbio de informação em sala de aula, sempre divulgava um aviso informando que a pesquisa necessária ao conhecimento re querido para o trabalho seria transformada em seminários. Exercitava-se aí a apreciação crítica dos projetos dissecados, tendo em vista a temática proposta.
Naquele momento, sugeri aos alunos que estudassem as obras arquitetônicas como se estivessem numa escola de Medicina a dissecá-las anatomicamente para captar os atri butos morfológicos dos elementos componentes. E, para melhor proveito, deveriam eles próprios construir modelos em 3D e maquetes eletrônicas.
Tal lição faria compreender que a fluidez do espaço arquitetô nico far-se-ia presente na linguagem da arquitetura moderna.
[11] Maquetes física e eletrônica do espaço Curutchet elaboradas pela aluna de PA 3 Ângela de Bar ros Lima. DAU-UFPE, 2010. 34
MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM EM PA 3CASA MÍNIMA E PROJETO
somente no terceiro semestre que o estudante se inicia na atividade do projeto arquitetônico propriamente dito, comunicando sua ideia através da linguagem universal do desenho Aarquitetônico.temáticada
A importância da obra em La Plata a torna universal, pois35
moradia mínima mostra-se oportuna para os alunos iniciantes. Tem sido parte permanente da ementa da disciplina de Projeto Arquitetônico nível 3, no qual se exerci tam temas de uso e funcionamento simples ou temas cujo programa (briefing) seja de fácil apreensão e familiar à expe riência pregressa do aluno. Dessa forma, um dos temas re correntes para alunos iniciantes tem sido a casa mínima. Ora se exercita a casa mínima nos complexos turísticos, nos con domínios residenciais, nas vilas de funcionários ou de outras classes profissionais; ora se estuda a casa mínima como moradia temporária de acadêmicos em regime de intercâmbio ou ainda como moradia de interesse social, inserida em con domínios horizontais, que é o assunto do presente estudo.
A primeira obra dissecada foi a casa projetada por Le Corbu sier para o doutor Curutchet, o qual comissionou o arquiteto, nos anos 1940, para projetar sua residência e seu consultório médico em pequeno lote em frente a uma praça na cidade de La Plata, Argentina. É obra máxima do arquiteto que, tal qual um manifesto ou um livro aberto, sintetiza os cinco princí pios da modernidade arquitetônica, proclamados na Carta de Atenas, em 1929. A obra demonstra, com clareza cristalina, como a revolução modernista, possibilitada pela tecnologia do concreto armado, permitiu separar a estrutura portante das paredes divisórias, dando ensejo aos princípios da Car ta proclamados em Atenas: o plano livre, a fachada livre, o teto-jardim e o pilotí. [11 a 14] Dissecando essa obra, fez-se possível introduzir os alunos à noção de que a essência da arquitetura é o espaço, e não a parte sólida que o envolve. Espaço puro ou purista, em oposição ao maciço outrora or namentado segundo estilos históricos. Espaço despojado de adorno supérfluo desde Adolf Loos, que, no início do século XX, corajosamente escreveu Ornamento e Crime.
Apesar de iniciantes, os alunos observaram que um dos atributos mais significativos da casa Curutchet é a fluidez ilimitada do seu espaço interior e sua integração com o exterior.
E assim foi feito, observando a sequência.
[12] Atomização tridimen sional do espaço Curutchet apresentada pela aluna de PA 3 Manoela de Sousa Oliveira. DAU-UFPE, 2010.
tem sido utilizada como objeto de estudo em vários centros acadêmicos, a exemplo da escola politécnica de Madri [15].
37 [16] Casa Cytrohan, desenho de Le Corbusier, in CORBUSIER 1910–1919, pág. 46, sétima edição. Ed. Girs-Zurich. [17] Fachada e plano típico dos apartamentos em Weissenhoff do projeto Mies, 1925. In Zimmerman, Claire. Mies van der Rohe. Ed. Tas chen, Berlim, 2006.
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modernistas, com dominância do racionalismo funcionalista, na feição despojada de qualquer elemento excedente, pois visava atender em massa às necessidades de moradia. Em Weissenhoff, predomina uma arquitetura branca e pura sem qualquer mimetismo com carac terísticas locais. Tão rigorosos foram os princípios aí adotados que o uso da cor no projeto de Bruno Taut logo fez surgir entre os alunos indagações baseadas no conceito de essencialidade de cada gênero artístico: “Se o espaço é a essência da arquitetura e a cor, o elemento es sencial à pintura, então seria a cor um elemento estranho à arquitetura?”. [17]
A pequena casa Cytrohan de Le Corbusier, também disseca da pelos alunos, lhes pareceu mais ampla do que realmente é devido à fluidez vertical de seu espaço, que confere am plitude visual ao “vazio interior”. Não seria esta uma habi tação mínima ao modo racional dos projetos holandeses e alemães, mas se fez apropriada ao estilo de vida do operário da fábrica do mesmo nome [16]. Adaptada para a exposição da habitação moderna em Weissenhoff, a casa Cytrohan e outros projetos habitacionais lançaram, em 1927, o ideário do modernismo em Stuttgart. O evento, naquele ano, coor denado por Mies van der Rohe, lança luz sobre os princípios
[15] Representação do espaço externo na composição volumétrica da casa do dr. Curutchet. Desenho de Cesar M. Domingues, da Escola Politécnica Superior de Madri, 24.02.11. <www.eps.uspceu.es/>
Conforme preconizado pela ideologia da Bauhaus, o estudo da função é o gerador primordial da forma. Para o pensa mento funcionalista, “a forma segue função”, como afirmara Louis Sullivan na América. E, para confirmar a adesão local aos ideais funcionalistas, retomemos o texto do professor
MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM EM PA 3CASA MÍNIMA E PROJETO
Em Weissenhoff confirma-se ainda a ideia de que a arquitetu ra da habitação é integral por envolver também o mobiliário e demais objetos de uso doméstico, os quais podem alterar os atributos do espaço arquitetônico. Em 1928, através de minu ciosa pesquisa, Alexander Klein demonstra como os circuitos que faz o usuário ao percorrer os vários cômodos de uma moradia dependem da disposição do mobiliário. Em consequência, o formato e o tamanho dos espaços componentes decorrem do mobiliário e dos equipamentos no interior.
[14] Maquete da casa-consultório do dr. Curutchet feita pela aluna de PA 3 Alice Caroline. DAU-UFPE, 2010. [13] Maquete eletrônica da casa-con sultório do dr. Curutchet elaborada pelo aluno de PA 3 Rodrigo Cardoso, DAUUFPE, 2010.
E, em São Paulo, foi analisado o conjunto Paraisópolis, de autoria do mesmo grupo, pela alta densidade obtida para o terreno e pela individualidade dos acessos a cada moradia, o que minimiza o condomínio e atesta a sua originalidade e contribuição em termos de eficiência. Nessa linha que priori za o acesso individual à moradia, o arquiteto Alvaro Siza nos pernambucano Aloísio Bezerra Coutinho, publicado em 1931, que declara: “A beleza, em vez de ser a meta procurada, é o resultado Falávamosobtido”.detais verdades com uma crença quase pura, mas sem nos esquecer de lembrar aos alunos que essa verdade é relativa e não é condição suficiente para a obra arquitetônica. Nada deve ser absoluto na crença dos dogmas modernistas, como pensam Rem Koollhas e outros da presente geração, depois do modernismo. Diante de indagações de estudantes, lembrava-lhes que críticos da atual arquitetura — das corren tes pós-modernistas — insinuam que a ausência de signifi cado, expressão e outros valores subjetivos concernentes à arquitetura poderia justificar o pensamento rebelde de Peter Blake, tal como este o expressou depois, ao parafrasear Sullivan, replicando que “a forma segue o fiasco”. Diante de tal polêmica, aconselhava os alunos a não contrariar a função; poderemos estendê-la ao domínio subjetivo, mas nunca en trar em conflito aberto com os valores objetivos. É claro que, na etapa de estudos de caso, não se poderia omi tir a casa Farnsworth, de Mies, surgida em 1945 como a obra mais elegante, mais eloquente e representativa do famoso lema: “menos é mais” [18]. Alertava a turma para o fato de 39 [20] Elementos do projeto Habitat 67, de Moshe Safdie. images/original/hab67assemb.jpg>gill.ca/safdie/habitat/images/matrix-<www.cac.mc [18] Vista posterior e planta baixa da casa Farnsworth, de Mies van der Rohe, Illinois, 1945. In Zimmerman, Claire. Mies van der Rohe. Ed. Tas chen, Berlim, 2006. [21] Habitat 67. minio-habitat-67.html>gem.blogspot.com/2007/05/condo<www.mundoeima [19] Imóvel tipo Ninho de Abelha, no Marrocos, em 1953. In 1968.ed.J.Candilis-Josic-Woods,Joedicke,pág.118,GG,Barcelona,
38 MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM EM PA 3CASA MÍNIMA E PROJETO
Vários projetos de habitação social foram pesquisados. A produção do escritório francês Candilis-Josic-Woods para o norte da África preocupou-se com as características climáticas e socioculturais do país. O seu inovador sistema de articulação de moradias apresenta simetrias complexas que resultam em riqueza volumétrica, a qual, sob a luz do sol tro pical, evidencia com nitidez o claro-escuro obtido do contras te entre luz e sombra [19]
As caixas superpostas de Moshe Safdie do projeto Habitat67, em Montreal, serviram também como estudo de caso da mo radia coletiva, onde cada unidade pré-fabricada, como uma caixa compacta, é inserida num sistema de montagem apa rentemente aleatório [20] [21].
No Chile, tomou-se como objeto de estudo a quinta Monroy, do Grupo Elemental, que, podendo ser o projeto ampliável pelo próprio usuário, torna-se ainda mais interessante [22].
que a afirmativa de Sullivan e o lema de Mies bem se ajustam entre si e de que eles poderiam ser eleitos como bons companheiros do nosso fazer arquitetônico contemporâneo. Na sequência do projeto Farnsworth, Mies retomou essa tipolo gia, em que um núcleo central de serviços e equipamentos hidrossanitários é circundado pelos ambientes sociais defini dos por septos ou peças de mobiliário sobre um plano livre de elementos estruturais. Ele aplicou o conceito a muitos ou tros projetos de sua autoria e, de acordo com a historiogra fia, desenvolveu uma arquitetura do “quase nada”.
MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM EM PA 3CASA MÍNIMA E PROJETO
No decorrer dos seminários em sala de aula, lembro ter um dia mostrado ao grupo que, apesar do plano livre preconizado pelo modernismo, a ortogonalidade da arquitetura moderna racionalista, com sua modulação estrutural retangular, cartesiana e pura, torna-se por ve zes inflexível e que exemplos recentes da produção pós-moderna bem poderiam nos ajudar com a presença de obliquidades inesperadas e radicalmente rebeldes ao or togonalismo racionalista. Naquele momento, lembrava aos ouvintes a relevância e funcionalidade da obra de Alvaro Siza. Observei depois que, entre os quinze projetos apresentados, a linha oblíqua se fez presente na casa 2, de Rodrigo F., recuperando com elegância a flexibilidade e funcionalidade necessárias à obtenção de uma solução que demandava maior largura na sala de estar e menor na cozinha e área de serviço, como na figura [25]
[22] Grupo Elemental: Quinta Monroy com acessos individuais. 2003–04.
[25] Casas superpostas pro jetadas pelo aluno de PA 3 Rodrigo Freitas, com parede oblíqua que responde à de manda desigual de superfície para sala de estar e cozinha. DAU-UFPE, 2010.
40casas-do-chile-no-museu-da-casa-brasileira/>sign.com.br/agenda/exposicoes/exposicao-<www.abcde
[23] Alvaro Siza: casas sociais Saal, Bouça II, Porto, com aces sos individuais preservados. 1975–77. <http://pt.wikipedia.org/ wiki/Ficheiro:Bairro_Bouca_(Porto)>
41 brinda com o projeto Bouça II, em Portugal, do ano 1975 [23] Como parte integrante da bibliografia estudada, recomenda va-se o Manual do Projeto de Habitação Popular, de 1981, pela pesquisa dos parâmetros para a avaliação dos projetos de habitação social, assunto que será retomado no capítulo III. Lembrava aos alunos que, desde o segundo CIAM, em 1929, o programa da habitação social de área mínima passara a ser matéria do maior interesse para a profissão do arquiteto em diversos países europeus. Entre os quais, a Holanda e a Alemanha ostentam uma produção típica de uma arquite tura social de moradia. Por isso, os projetos de John P. P. Oud, em Roterdã, de Bruno Taut, Gropius e Hillsbersheim, na Alemanha, constituem material relevante para o estudo da habitação coletiva de área mínima e de média altura sem uso do elevador, i.e., do tipo walk up building.
[24] Estudo baseado no pro jeto Habitat67, apresentado pela aluna de PA 3, Alice Caro line. DAU-UFPE, 2010.
O seminário permanente A intenção de promover o intercâmbio de conhecimen to foi uma premissa a partir da qual desenvolveu-se um curso em forma de workshop paralelo a um seminário permanente. A cada participante era dada a oportunida de de expor sua pesquisa e explicar seu trabalho. A cada esboço, a cada estudo volumétrico apresentado, realiza va-se um assessoramento coletivo. O seminário perma nente permitia que todos se inteirassem da justificativa e motivação do autor da ideia submetida à orientação do professor. Os estudos preliminares, apresentados passo a passo, eram, na maioria, decorrentes da dissecação de projetos seminais. Um exemplo típico de estudo volumétrico, com base no projeto Habitat67, da aluna Alice Caroline, bem ilustra a natureza da produção trazida para as sessões de seminário [24].
Gabriela5. Aline6. [26] Vistas do pilotí: os projetos 5, 6, 12 e 13 evidenciam a perme abilidade visual e a possibilidade de uso comercial tão necessário à comunidade de Santana- Par namirim. DAU-UFPE, 2010.
O autor do esboço antevê qualidades espaciais apenas sonhadas, mas inexistentes no seu desenho e, por isso, não absorverá facilmente uma crítica objetiva que venha destruir os pontos-chave do seu sonho. A prática de participação em seminário também evidenciava a necessidade de ajustes em projetos de colegas ouvintes com erros semelhantes àqueles já identificados no assessoramento coletivo. Recomendava -se que tais ajustes se processassem automaticamente, à ex cessão dos casos singulares, que careciam de análise especí
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Na posição de coordenadora do seminário, evitava pontos polêmicos de natureza subjetiva e procurava analisar os pontos objetivos, tais como o aspecto dimensional dos am bientes (o euclidiano) e o aspecto topológico (o euleriano) que rege as relações dos espaços entre si, conforme está referido no capítulo I. Ao tratar a composição do arranjo urbano do conjunto, ad vertia que o espaço não edificado não deveria ser o resíduo ou sobra do espaço edificado, restando fragmentário, sem proporção adequada à função. Deveria, sim, ter composição autônoma; ter caráter polarizador com a função de propiciar a convivência dos residentes. A configuração do arranjo urba no será, pois, coordenada e simultânea ao projeto arquitetônico. Se necessário, o projeto arquitetônico deveria ser reformulado em prol de um melhor arranjo urbano. Tal procedimento ocorreria também em sentido oposto, desenvolvendo -se, assim, um processo cíclico, com múltiplas iterações, até a obtenção de uma configuração urbano-arquitetônica ideal.
Camila12. Manuella13. fica. Ao identificarem-se oportunidades de novas e melhores soluções, era possível no seminário propor acréscimos ao programa de necessidades inicialmente estabelecido. Tal é o caso dos projetos 5, 6, 12 e 13, que sofreram modificações, com a introdução posterior de unidades comerciais no pavi mento térreo, tradição, aliás, bem aceita pela população de menor renda. Como se vê na figura [26], as unidades comer ciais nos referidos projetos oferecem no pilotí um ambiente de permeabilidade agradável ao transeunte que se adentra ao conjunto.
Na pedagogia de ensino do projeto, acreditamos na ideia de que mais fácil é permitir ao aluno aprender com o erro do outro do que reconhecer o seu próprio. É frequente o aluno contribuir com o trabalho do colega antes de recompor o seu. Diante de seu trabalho, ele estará emocionalmente envolvi do pelo tanto que se dedicou e pelo sonho no qual persiste.
MEMÓRIA DA APRENDIZAGEM EM PA 3CASA MÍNIMA E PROJETO
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É arte de criar espaço interno configurando espaço externo?
O conhecimento adquirido com a dissecação de obras ar quitetônicas seminais do período modernista do século XX transformara visivelmente a atitude dos alunos iniciantes em face do processo criador e das novas solicitações. Necessá rio, no entanto, era o conhecimento específico dos princípios e parâmetros do projeto de interesse social, razão pela qual foi disponibilizado aos alunos o ManualdoProjetodeHabita çãoPopular, publicado em 1981 pela Sehab-PE. Pesquisando esse documento, eles passaram a conhecer as diversas pos sibilidades e o desempenho geométrico da “casa acoplada”, uma solução intermediária entre o tipo “uma casa-um lote” e o tipo “apartamento” em regime de condomínio. Explora-se no Manual a vantagem da casa acoplada, como foi designada, por conciliar a privacidade da moradia unifamiliar com a densidade obtida pela solução multifamiliar do apartamento. Adensar sem verticalizar Ainda que conflitantes, dois princípios básicos são preconi zados no Manual: a busca de maior densidade de construção e a ausência ou minimização de relações condominiais. A GEOMETRIA DO PROJETO HIS III A GEOMETRIA DO PROJETO HIS Articular moradias é do fazer urbano e prepará-las para tal é do fazer arquitetônico.
Ou arte de criar espaço externo configurando espaço interno? Difícil conciliar, porém possível alcançar.
Encaixar volumes complementares Experimentaram-se no Manual volumes côncavos que se encaixam entre si, como os projetos 17 a 20, que se entrela çam e se complementam de forma a permitir soluções mais compactas e, portanto, mais densas. O mais celebrado exem plo da aplicação de volumes côncavos que se ajustam e se completam eficientemente nos foi oferecido por Le Corbusier com a Unidade Habitacional de Marselha (1952), onde dois apartamentos tipo duplex se encaixam em torno da rua inter na que lhes dá acesso, formando uma composição de três an dares que se replicam verticalmente como se fosse um triplo pavimento-tipo [29]. Igualmente, projetos da linha Wuppertal apresentam volumes côncavos complementares articulados em tôrno de uma circulação central (Benévolo, 1987) [30]. O uso de volumes côncavos encaixados entre si tem sido atualmente explorado nos estudos de alta densidade desenvolvi dos pelos arquitetos holandeses do grupo MVRDV.
49A GEOMETRIA DO PROJETO HIS Procurando salvar as planícies verdes ainda remanescentes em torno das grandes cidades holandesas, o grupo combate o espraiamento do subúrbio, onde predomina o típico modelo “bangalô” replicado indefinidamente numa malha car tesiana. Esse grupo tem pesquisado soluções geométricas de adensamento inusitadas. Através do projeto Berlin Voids (1991), no qual se exibem mais de trinta diferentes tipos de apartamento com planos e volumes côncavos em harmonio sa composição, o grupo holandês lança o conceito em ca ráter de manifesto [31]. Em Utrecht, há um projeto, relizado pelo mesmo grupo de arquitetos, de duas casas geminadas Double Houses _ situadas num lote longo e delgado, que têm seus pavimentos intercalados, prescindindo, portanto, de qualquer plano vertical divisório, do qual resultariam dois lotes ainda mais estreitos [32]. [32] Seção vertical de espaços acoplados no projeto Double Houses, em Utrecht, 1995. In M. Costanzo, MVRDV Wors and Projects, 1991-206. E FARMAX Excursions on Density. MVRDV. 010 Publishers, 2006. p. 583. 48 [29] Volumes complementares acopla dos no projeto tipo Marselha. In CORBUS IER, 1957–65, pág. 210, 7. ed. Girs-Zurich.
CASA MÍNIMA E PROJETO
[30] Volumes complementares acopla dos, projeto tipo Wuppertal. In Projetar a cidade moderna, Lisboa, Benévolo, L. 1987. P. 128. [31] Seção vertical e volumetria do projeto Berlin Voids, 1991. In FARMAX Excursions on Density, by MVRDV. 010 Publishers, 2006. p. 567–574.
Empacotar células côncavas Voltando aos planos retangulares compostos de subretângu los convexos, computados por Phill Steadman e referidos no primeiro capítulo como “envelopes” externos ao “empaco tamento de células”, é possível imaginar que a composição pode tornar-se mais densa se adotados planos côncavos e cada vez mais densa ainda se também adotados volumes côncavos complementares encaixados entre si. Então, o grau de complexidade da composição crescerá com a complexida de dos volumes côncavos no acoplamento.
O adensamento horizontal decorre da geminação G, na la titude e da justaposição J, na longitude. Enquanto o aden samento por verticalização decorre da superposição S de unidades, na altitude. Desse modo, parte da densidade fi nal será explicada pelas conexões horizontais, limitadas à latitude e longitude; e parte, pela superposição de volumes na direção vertical. Como o projeto HIS limita-se ao edifício sem elevador, tipo walk up building, não se espera que a den sidade seja obtida pela quantidade de superposições, mas, sim, pela geminação e justaposição de células.
50
[SOBRADO + JARDIM E QUINTAL PRIVATIVO] [CASAS SUPERPOSTAS + JARDIM FRONTAL PRIVATIVO] [SOBRADOS SUPERPOSTOS + JARDIM FRONTAL PRIVATIVO] [APARTAMENTOS GEMINADOS] [APARTAMENTOS GEMINADOS E JUSTAPOSTOS]
51A GEOMETRIA DO PROJETO HISCASA MÍNIMA E PROJETO
[33] ARTICULAÇÃO DE PLANOS CÔNCAVOS: Esquema comparativo da diversidade geométrica dos quinze planos resultantes — côncavos e convexos — e sua articu lação com as unidades contíguas. Os de cor amarela são apartamentos. As linhas fortes indicam as faces conjugadas, e as linhas claras representam fachadas com aberturas para o exterior.
Observando a planta dos quinze planos resultantes da expe riência de extensão [33], vê-se que nove são polígonos côn cavos e apenas seis são retângulos que mantêm integral a sua convexidade. Há cinco encaixes na linha de conjugação com as células vizinhas que ajudam a comprimir a extensão frontal de fachada. É possível quantificar o grau maior ou menor do acoplamento pela relação entre a quantidade de faces conjugadas e de faces não conjugadas. É possível também saber o grau de compacidade do conjunto pela relação entre o perímetro e a superfície do pavimento-tipo. Nesse contexto, tanto maior for a compacidade horizontal, maior deverá ser a densidade final.
Quanto ao projeto arquitetônico, alguns são deliberadamen te inspirados em aspectos estudados nas obras arquitetôni cas dissecadas. E assim foi estimulado para desenvolver a curiosidade intelectual do aluno através da prática do estudo [...] a forma do espaço não edificado, destinado ao uso comuni tário, tornara-se tão prioritária quanto a do objeto edificado, não cabendo, portanto, precedência do projeto arquitetônico sobre o desenho urbano do conjunto.
Sob a influência do brainstorm realizado no introito do cur so, durante o qual obras seminais da arquitetura habitacional foram dissecadas, surge uma variedade de propostas. Ao se rem comparadas, as quinze plantas de locação do conjunto mostram grande diversidade [34 e 44]
53O PRODUTO RESULTANTE
IV O PRODUTO RESULTANTE
Diversidade e individualidade das soluções
Cada arranjo urbano esquematiza-se de forma peculiar, guar dando plena harmonia entre a forma do bloco edificado e a do espaço não edificado. No caso em foco, a forma do es paço não edificado, destinado ao uso comunitário, tornara -se tão prioritária quanto a do objeto edificado, não havendo, portanto, precedência do projeto arquitetônico sobre o desenho urbano do conjunto. Para evitar um processo linear de decisão, um método cíclico e iterativo foi adotado, admitindo reinícios sempre que se fizessem necessários ajustes para adaptação da arquitetura a um melhor desenho urbano, ou vice versa. E, desse método, surge um produto peculiar no qual arquitetura e desenho urbano se retroalimentam através de feedbacks permitidos pelas sucessivas iterações.
SOBRADOS SUPERPOSTOS + JARDIM FRONTAL PRIVATIVOAPARTAMENTOS GEMINADOS APARTAMENTOS GEMINADOS E JUSTAPOSTOSCASAS SUPERPOSTAS + JARDIM FRONTAL PRIVATIVO Fig. [34] Grupos tipológicos resultantes. Enumerados de 1 a 15 na ordem crescente da densidade alcançada, os projetos classificam-se nos cinco grupos tipológicos representados na figura, nomeadamente: v)i)umsobradoumlote:jardim+quintalprivativo;ii)casasuperposta+jardimprivativo;iii)sobradossuperpostos+jardimprivativo;iv)apartamentosgeminados;apartamentosgeminadosejustapostos. 10789 131211 15UM153246SOBRADO UM LOTE: JARDIM + QUINTAL PRIVATIVO 14
> As oito soluções com acesso privativo concentram-se nos tres primeiros grupos tipológicos: 01 sobrado no lote, 05 ca sas superpostas e 02 sobrados superpostos, como a seguir se descreve: i) O tipo sobrado no lote com jardim e quintal privativo é representado pelo projeto número 1 _ um sobrado tradicional do tipo uma casa-um lote. No plano geral de locação, há um total de 30 lotes para abrigar igual quantidade de famílias [35].
57O PRODUTO RESULTANTEe,56sobretudo, para fugir à inevitável influência de projetos ba nalizados, ditos de domínio público, disseminados na perife ria das nossas cidades. Examinando os projetos produzidos e os grupos tipológicos nos quais se inserem, torna-se claro que o estudo minucioso de obras arquitetônicas seminais e o conhecimento adquirido do Manual do Projeto de Habitação Popular, associados à dinâmica do trabalho em grupo, pro vocaram um enriquecimento de ideias. E tal enriquecimento é visível pela diversidade das soluções resultantes, a seguir comentadas. [34] [44].
CASA MÍNIMA E PROJETO
i)sobrado+jardimequintalprivativo;ii)casasuperposta+jardimprivativo;iii)sobradossuperpostos+jardimprivativo;iv)apartamentosgeminados;v)apartamentosgeminadosejustapostos.
Enumerados de 1 a 15 na ordem crescente da densidade alcan çada, os projetos classificam-se segundo o modo de acesso, privativo ou compartilhado, e distribuem-se nos cinco grupos tipológicos representados na figura [34], nomeadamente:
A proposta 12, de Camila, reporta-se às varandas alternadas do projeto Ninho de Abelha, do grupo Candilis, enfatizando o contraste entre luz e sombra. O projeto 14, de Alice, com sobrados geminados e superpostos, apoia-se na solução do grupo Elemental, que, no Chile, propõe a construção pro gressiva da moradia a ser concluída pelo próprio usuário.
Dentre os quinze trabalhos, há sete exemplares de casas superpostas com acesso individual, os projetos 2 a 6, que atestam a benéfica influência exercida pelo Manual do Projeto. A solução no 3 de Maria Eduarda, típica da casa superposta, apresenta rica volumetria ao inserir-se no conjunto. A propos ta no 4, de Patrícia, com plano em zigue-zague, faz lembrar o projeto habitacional Niederrad, em Frankfurt, concebido por Ernst May, em 1927. No projeto no 5, Gabriela adiciona o uso da justaposição pela parte posterior para reduzir a testada frontal, como preconiza o Manual. Na solução no 6, Aline faz um aperfeiçoamento da casa no 16 do Manual. O projeto 15 de Manoela, o mais denso de todos, é uma interessante adaptação da casa 6 do Manual — um sobrado geminado e justaposto, com três faces conjugadas. Além disso, Manoela propõe a superposição dos dois sobrados, como fora sugerido em 1983 no Roteiro Para Construir Habitação Popular na RMR (uma publicação complementar do Manual).
ii) O grupo denominado casas superpostas com jardim fron tal privativo congrega os projetos enumerados de 2 a 6, abri gando de 36 a 38 famílias. E no plano geral ha um loteamento com duas casas superpostas, do tipo flat, voltadas para um
Os grupos tipológicos resultantes As soluções habitacionais apresentam uma geometria que combina a geminação, a justaposição e a superposição. O emprego de acoplamentos combinados possibilitou acomo dar de trinta a sessenta famílias no lote triangular indicado para a implantação, e, dessa forma, foi possível alcançar a densidade de 133 a 267 habitações por hectare. Ha moradias com dois ou tres dormitorios com area entre 38 e 44 m2.
O desempenho dos projetos A análise comparada de projetos de apartamen tos de quatro pisos, de três pisos e de dois pisos — do tipo casa acoplada —, [37] permite avaliar o efeito dos acoplamentos sobre a densidade de construção. Considerando, por exemplo, que o apartamento geminado no 10 com quatro pisos atende a 48 famílias, enquanto que o apartamento geminado justaposto no 13, com apenas três, atende a 51 famílias, pode-se supor que a presen ça da justaposição é, nesse caso, fator mais in fluente no aumento da densidade do que a quan tidade de pavimentos. Do mesmo modo, a maior densidade alcançada pelos apartamentos 11, 12 e 13 deve-se à presença da justaposição que, adicio nada à geminação, reduz a extensão de fachada frontal fazendo crescer a densidade.
58jardim privativo que lhes dá acesso, situado nos extremos opostos de cada lote [35].
14.
59
O PRODUTO RESULTANTECASA MÍNIMA E PROJETO
iv) A tipologia de apartamentos geminados representada pelos projetos 7 a 10, comporta entre 42 e 48 famílias no terreno dado [36].
Os indicadores de desempenho dos projetos são aquí analisados com o apoio de um conjunto de seis gráficos cartesianos. Quatro são gráficos de pontos e dois são gráficos de linhas. Os quatro primeiros servem para uma avaliação comparada dos projetos entre si e os dois outros verificam a existência de correlação entre indicadores sele cionados.
O projeto número 14, que abriga 52 famílias, tem duas faces laterais geminadas e duas faces opos tas livres com aberturas para o exterior, sendo, por isso, dito bifrontal ou back to front type. O projeto 15, dito unifrontal ou onefronttype, igual mente configurado por dois sobrados superpostos e geminados, apresenta também a face posterior justaposta à do vizinho, resultando, nesse caso, em três das quatro faces conectadas e ape nas uma face frontal livre, onde se encontram as aberturas para o exterior. Se comparada com o projeto 14, de igual número de pisos, entende-se que, da justaposição de três faces é que resulta a mais alta densidade do projeto 15, com 60 famí lias no terreno triangular mencionado (2.247 m2).
> As sete soluções de apartamentos com acesso compartilhado, em condomínio, representadas pelos projetos 7 a 13, configuram-se sob forma de quatro apartamentos geminados e três apartamentos justapostos e geminados [36]. São apartamentos em edifícios com 3 ou 4 pavimentos, implantados sobre terreno de uso coletivo, tendo escadarias de acesso descobertas e independen tes do corpo da edificação para minimizar a área condominial construída.
iii) O grupo sobrados superpostos com jardim frontal privativo se constitui nos projetos 14 e 15, com quatro pavimentos, sendo os mais compac tos e mais densos de todos; assenta-se também em loteamento que permite acesso privativo atra vés de pequeno jardim para cada moradia [35].
[36] As moradias com acesso compartilha do são os apartamentos geminados, proje tos 7 a 10; e os apartamentos geminados e justapostos, projetos 11 a 13.
[35] As moradias com acesso privativo são: o sobrado no lote, projeto 1; as casas super postas + jardim frontal, projetos 2 a 6; e os sobrados superpostos, projetos 14 e 15. 6. Aline 5. Gabriela 8. Gabriel 7. Dâmaris 4. Patrícia 3. Eduarda 10. Guilherme 9. 12.11.AngelaRafaelCamila Alice 15. Manoela 13. Manuella 1. Rodrigo C. 2. Rodrigo F.
v) A tipologia dos apartamentos geminados e justapostos composta dos projetos 11 a 13, abriga de 49 a 51 famílias no referido terreno [36]
[39] Gráfico 2. Superfície de fachada por habitação confrontada com a linha média. justificados pelo fato de serem os únicos a incluir três dormitórios. Os projetos 11 e 13, com dois dormitórios, oscilam em torno de 49 m2, com maior taxa de conforto por pessoa, em oposição ao projeto 4, que se resolve com apenas 38 m2, situando-se no ponto mais abaixo da linha média. Se todos apre sentam igual padrão de conforto, o projeto 4 é o que melhor desempenho apresenta nesse quesito, sendo acompanhado pelos projetos 8 e 12. O segundo e terceiro gráficos de pontos focalizam fatores de custo relativo à area útil da moradia. O custo da superfície de fa chada e o custo da área de escada de aces so externo pela área útil ou área de venda representam-se nos gráficos [39] e [40]. No eixo horizontal de cada gráfico, estão plotados os projetos numerados de 1 a 15 na ordem crescente da quantidade de fa mílias alojadas no plano geral de locação do conjunto. Sendo a densidade o foco da presente análise, permite-se, no caso, que o número de famílias alojadas funcione como variável proxy da densidade habitacional. Os quatro gráficos, de pontos [38 a 41] evidenciam a posição dos projetos em relação a uma linha representativa da média do conjunto, a qual pode apresentar variadas inclinações ao apontar uma tendência específica inerente ao conjunto de projetos. Essa linha média será aqui tomada como um parâ metro, ainda que provisório, para fins de comparação. Os dois gráficos de linhas, [42 a 44] mostram a correlação porventura existente entre dois pares de variáveis seleciona dos a título de exemplo.
Análise comparada Examinemos, primeiramente, nos gráficos de pontos [38 a 41], o comportamento de quatro indicadores relativos ao custo/bene fício da moradia, sejam (1) a área privativa por habitação; (2) a área de fachada por ha bitação; (3) a área de escada de acesso ex terno por habitação; e (4) a extensão linear de fachada frontal por habitação. No primeiro gráfico [38], observa-se que os projetos 1, 9, 11 e 13 mostram uma área privativa bem acima da reta média, acarretando mais alto custo de produção, o que poderá ser desfavorável no ato da comer cialização se a habitação for de igual padrão que as demais. Os projetos 1 e 9 estariam [38] Gráfico 1. Área privativa por habitação confrontada com a linha média.
O PRODUTO RESULTANTECASA MÍNIMA E PROJETO CASAS 1 2 3 4 5 6 14 15 m2/unidade m2 fachada/unidade m2 escada/m2 áreatestada/unidadevendafamílias/halivre/família 48,5 41,4 43,4 37,5 42,8 41,9 45,6 46,1 72,1 47,2 45,6 53,4 49,3 57,9 78,2 67,5 — 0,12 0,11 0,13 0,06 0,09 0,09 0,02 5,0 5,9 5,5 6,4 5,0 4,1 4,4 3,7 133 160 160 160 169 169 231 267 47,3 41,3 40,6 43,6 37,6 38,1 31,5 25,3 APARTAMENTOS 7 8 9 10 11 12 13 m2/unidade m2 fachada/unidade m2 escada/m2 áreatestada/unidadevendafamílias/halivre/família 43,8 40,9 49,0 43,7 49,1 41,1 49,8 62,5 48,2 86,1 65,6 78,9 58,0 48,3 0,03 0,03 0,03 0,04 0,03 0,05 0,10 9,3 7,8 7,3 8,0 7,4 5,0 5,5 186 187 195 213 218 218 227 38,8 39,8 37,3 35,8 31,8 33,5 27,4 (continuação da tabela 37)
[37] Tabela com atributos quantitativos selecionados dos quinze projetos resultantes 6160
O PRODUTO
Nos três primeiros gráficos de pontos, verificou-se uma grande dispersão entre a linha média e os valores apresentados pelos quinze projetos. Todavia, no quarto gráfico [41],onde figuram apenas os nove projetos mais densos (7 a 15), há um melhor ajuste entre a linha mé dia e os citados valores, tendo sido alcançado um coeficiente R2 = 0.893. É que o adensa mento resultante da redução da testada asso ciada ao aumento de acoplamentos verticais, nos projetos 7 a 15, forma um grupo tipológi co bem definido, com maior densidade. Já os projetos 2 a 6 agrupam-se como uma constelação no gráfico [39], que mostra a variação da superfície de fachada por habitação com o aumento da densidade. Em que pese a diversidade e individualidade do desenho urbano-arquitetônico menciona da no início do capítulo, verifica-se que o pro duto resultante do curso apresenta-se bem calibrado no que toca ao uso e aproveitamen to do terreno. [42] Gráfico 5. Extensão de fachada por moradia no tipo e densidade. [43] Gráfico 6. Quantidade de conexões e densidade. Densidade e acoplamento A análise de correlação entre dois pares de variáveis selecionados, visualizada nos gráficos de linhas [42 e 43], procura compreender a ocorrência de alguma relação (i) entre a den sidade e a extensão de fachada frontal por habitação e (ii) entre a densidade e a proporção de faces acopladas. Calcula dos os valores para os dois coeficientes de correlação, tem -se para o primeiro uma relação negativa com R2 = -0.8538, o que mostra ser o crescimento da densidade inversamente relacionado à extensão linear de testada por moradia [42]. O coeficiente R2 = 0.8946 encontrado para o segundo gráfico aponta a existência de uma relação positiva entre a quantida de de faces conectadas e a densidade final [43].
63 [40] Gráfico 3. Relação entre a área de escada exter na e a área privativa confrontada com a linha média. [41] Gráfico 4. Largura da fachada por moradia no pavimento-tipo confrontada com a linha média. 62 Em [39] observa-se que o menor custo de fa chada por unidade evidencia-se nos projetos 8 e 13, bem abaixo da linha média, enquanto o menor custo de escadas externas por uni dade, em [40], concentra-se nos projetos de apartamento, 5, 7, 8, 9, 10, 11 e 15, que têm es cadas compartilhadas entre várias moradias. No tocante à relação entre área de escada e área de venda, os projetos 7 a 12 formam um grupo homogêneo, por serem todos aparta mentos com acesso compartilhado.
Então, há indícios de que, tanto maior a quantidade de acoplamentos, maior será a densidade de construção. Se no conjunto analisado há edificações de três e de quatro pavi mentos, foi possível observar que o aumento da densidade deve-se, tambem, à redução da extensão da testada e não apenas ao total de pavimentos RESULTANTECASA MÍNIMA E PROJETO
Se todo o esforço girou em torno de soluções mais compactas para evitar a verticalização e a presença de relações condominiais, pode-se entender que o sistema de acoplamentos é útil e deve ser aplicado na concepção geométrica do projeto da habitação de interesse social. Claro fica tambem que o conjunto das quinze soluções re sultantes da experiência de extensão estão geometricamente em acordo com os princípios e com as hipóteses para a ge ometria do projeto HIS, desenvolvida ao longo do trabalho e explicadas no capítulo III. A análise comparada é um instrumento útil ao aprendizado, pois conduz à calibração dos projetos, que nada mais é do que o aperfeiçoamento dos mesmos com reajustes na direção apontada pela linha média representativa de cada grupo tipológico. E a própria linha média, por seu turno, se relo caliza a cada vez que um projeto ajusta, para melhor, seus atributos quantitativos.
CASA MÍNIMA E PROJETO
64 * * *
O procedimento de avaliação objetiva pode ser desenvolvido com outros atributos quantitativos aplicáveis a um conjunto de propostas quando se quer escolher uma alternativa entre várias. Todavia, é preciso lembrar que a avaliação quantita tiva não esgota e não pretende abranger os aspectos mais relevantes da arquitetura, porém ajuda a calibrar projetos e a situá-los numa escala de valores objetivos. À arquitetura se pode atribuir valores objetivos de desempenho, porém mais complexo será aferir os valores subjetivos de significado.
67 V AS PROPOSTAS AJUSTADAS As quinze propostas ajustadas a partir dos estudos prelimi nares apresentam-se classificadas por grupos tipológicos e na ordem crescente da quantidade de famílias abrigadas no Plano Geral de Locação [44]. OS SOBRADOS: UM SIMPLES E DOIS SUPERPOSTOS Rodrigo Cardoso Toscano, 1 Alice Caroline Acosta Lancellotti, 14 Manoela de Sousa Oliveira, 15 AS CASAS SUPERPOSTAS + JARDIM FRONTAL Rodrigo Freitas Araújo, 2 Maria Eduarda Albuquerque de Queiroz, 3 Patrícia Ataíde Solon de Oliveira, 4 Gabriela Barbosa Leal Maranhão, 5 Aline Nascimento da Silva, 6 OS APARTAMENTOS GEMINADOS Dâmaris Haris Correia Tavares, 7 Gabriel Almeida da Fonseca Lins, 8 Ângela de Barros Lima, 9 José Guilherme Germano Silva, 10 OS APARTAMENTOS GEMINADOS E JUSTAPOSTOS Rafael de Souza Cysneiros de Almeida, 11 Camila Almeida Gusmão, 12 Manuella Araújo Torres, 13
68Terreno triangular com 2.247 m2, pertencente à Prefeitura da Cidade do Recife, à margem do Canal Santana-Parnamirim.
AS PROPOSTAS AJUSTADAS 7170 CASA MÍNIMA E PROJETO
72 73AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
74 75AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
76
80 81AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
82 83AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
84
88 89AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
90
92 93AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
94 95AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
96 97AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
98 99AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
101100
102 103AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
104 105AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
106 107AS PROPOSTAS AJUSTADASCASA MÍNIMA E PROJETO
LISTA DE FIGURAS E FONTES DAS ILUSTRAÇÕES As ilustrações foram extraídas das fontes indicadas, e aquelas sem fonte especificada provêm do presente trabalho.
[01] Trecho do Rio Capibaribe na cidade do Recife: Projeto Capibaribe Melhor PCR/URB, 2005.
[29] Volumetria do projeto tipo Marselha. In CORBUSIER 1957–1965, p. 210, 7a. Ed Girs-Zurich.
[31] Seção vertical e volumetria: projeto Berlin Voids, 1991. In FARMAX: Excursion on Density MVRDV. 010 Publishers, 2006. p. 567–574.
images/matrix-images/original/hab67assemb.jpg>
109LISTA DE FIGURAS108 CASA MÍNIMA E PROJETO
[19] Foto do projeto tipo Ninho de Abelha no Marrocos em 1953. In Candilis-Josic-Woods, J. Joedicke, p. 118, ed. GG, Barcelona, 1968.
[16] Casa Cytrohan, desenho de Le Corbusier. In LE CORBUSIER, 1910–1919, p. 46.
[27] Sólidos hipotéticos acoplados. In Manual do Projeto de Habitação Popular, 1981, p. 27.
[20] Elementos do projeto HABITAT 67 de Moshe Safdie. <www.cac.mcgill.ca/safdie/habitat/
[30] Projeto tipo Wuppertal. In Benévolo, L. Projetar a cidade moderna, 1987. p. 128.
[06] Projeto Günter Conrad In Droste, M. BAUHAUS, 1919–1933, 2006. p. 215. Taschen, Porto.
[12] Atomização do espaço Curutchet de Manoela Souza Oliveira, do curso PA3/UFPE, 2010.
In FARMAX: Excursion on Dens ity, by MVRDV. 010 Publishers, 2006. p. 583.
[42] Gráfico 5. Extensão de fachada por moradia no tipo e densidade. [43] Gráfico 6. Quantidade de conexões e densidade. [44] Propostas ajustadas com base nos estudos preliminares.
[21] Foto do projeto HABITAT 67. < www.mundoeimagem.blogspot.com/2007/05/condominiohabitat-67.html>
[25] Solução de casas superpostas do aluno Rodrigo Freitas, do curso PA 3/UFPE, 2010.
[33] Articulação de planos côncavos e convexos [34] Grupos tipológicos resultantes. [35] Moradias com acesso privativo [36] Moradias com acesso compartilhado. . [37] Atributos quantitativos selecionados dos projetos analisados.
[14] Maquete da casa Curutchet elaborada por Alice Caroline, do curso PA3/UFPE, 2010.
[23] Casas sociais SAAL, Bouça II, Porto. Portugal, projeto de Alvaro Siza. 1975–1977. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bairro_Bouca_1_(Porto).jpg>
[32] Seção vertical de espaços acoplados no projeto Double Houses, em Utrecht, 1995.
[41] Gráfico 4. Largura da fachada por unidade no pavimento-tipo.
[11] Maquetes da casa Curutchet da aluna Ângela Barros Lima, do curso PA3/UFPE, 2010.
[05] Capa do livro de P. Steadman: Achitectural Morphology: an introduction to the geometry of building plans, 1983 ed. Pion London.
[04] Rectangular dissection. In Achitectural Morphology, Steadman, P. 1983. p. 230 e 261.
[07] Capa do livro de C. Alexander: Notes on the synthesis of form. Harvard, 1974 [08] Serviços de chá. In Droste, M. BAUHAUS, 1919-1933, 2006. p. 215, Taschen, Porto.
[02] Foto: Canal Santana-Parnamirim. Imagem de satélite: Google, 2010, e Projeto Capibaribe Melhor, da Prefeitura da Cidade do Recife/URB, 2005.
[13] Maquete eletrônica da casa Curutchet de Rodrigo Cardoso, do curso PA3/UFPE, 2010.
[17] Plano de apartamento em Weissenhoff, projeto Mies, 1925. In Zimmerman, Claire. Mies van der Rohe, 2006.
[38] Gráfico 1. Área privativa por habitação. [39] Gráfico 2. Superfície de fachada por habitação. [40] Gráfico 3. Área de escada externa e a área privativa da habitação.
[24] Estudo baseado no projeto HABITAT 67, de Alice Caroline, do curso PA 3/UFPE, 2010.
[09] Produtos da Bauhaus, luminárias. < www.skinflintdesign.co.uk/store/archive/5/90/>.
[45] Estudos preliminares concebidos durante o curso de extensão.
[18] Foto e plano da Casa Farnsworth, 1945. In Zimmerman, Claire. Mies van der Rohe, 2006.
[03] Mapa unibase do projeto da PCR para o Canal Santana-Parnamirim.
[22] Quinta Monroe, Chile, Projeto do grupo Elemental. < exposicoes/exposicao-casas-do-chile-no-museu-da-casa-brasileira/>www.abcdesign.com.br/agenda/
[28] Volumetria: projetos experimentais. In Manual do Projeto de Habitação Popular, 1981, p. 58.
.
[26] Vistas do pilotí, projetos 5, 6, 12 e 13, alunos do curso PA 3/UFPE, 2010.
[10] Cadeira Wassily (1925), projeto de Marcel Breuer – Escola de Arquitetura e Design Bauhaus. < http://ueba.com.br/forum/lofiversion/index.php/t22252.html>
[15] Desenho da casa Curutchet de César M. Dominguez. Escola Politécnica Superior de Madrid, 2011. < www.eps.uspceu.es/>
Montaner, Josep Maria. Depois do movimento moderno: arquitetura da segunda metade do século XX. Editorial Gustavo Gilli, Barcelona, 2001. Schon, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Artes Médicas Sul, Porto Alegre, 2000.
Winy Maas, Jacob van Rijs, Richard Koek. FARMAX: Excursion on Density. MVRDV. 010 Publishers, 2006. 736 pp. Zimmerman, Claire. Mies van der Rohe. Ed. Taschen, Berlim, NOTA:2006.Os sites referidos na legenda das figuras foram consultados durante o período de 2010 a 2011.
Steadman, J. Phillip. Achitectural Morphology: an introduction to the geometry of building plans. Pion Limited, London, 1983.
Raposo et alli. Manual do projeto de habitação popular: parâmetros para elaboração e avaliação. Sehab/Diplan PE, Recife, 1981. ------------- Roteiro para construir habitação popular na RMR: Procedimentos alternativos para terrenos baixos e acidentados. Sehab/Diplan PE, Recife, 1982. Aymonino, C. La vivenda racional. Colección Arquitetura y Crítica. Editorial Gustavo Gili, S.A. Barcelona, 1973. Benévolo, Leonardo. Projetar a cidade moderna. Editorial Presença, Lisboa, 1987. ------------- A cidade e o arquiteto. Ed. Perspectiva, S. Paulo, Bezerra2009.Coutinho, Aloísio. O problema da habitação higiênica nos países quentes em face da “arquitetura viva”. ALBA Oficinas gráficas, Rio de Janeiro, 1931. Bruna, Paulo. Os primeiros arquitetos modernos: habitação social no Brasil 1930–1950. Edusp, S. Paulo, 2010. Comas, C. Eduardo, org. et alli. Projeto arquitetônico disciplina em crise, disciplina em renovação. Ed. Projeto. S. Paulo, Costanzo,1986. Michele. MVRDV Works and projects 1991–2006. Skira Editore, Milão, 2006. Droste, Magdalena. BAUHAUS 1919–1933. Ed. Taschen, Tradução portuguesa: Casa das Línguas, Porto, 2006.
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111REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS110 CASA MÍNIMA E PROJETO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alexander, Christopher. Notes on the synthesis of form. Massachusetts, Harvard University Press, 8ª Ed., LA, Andrade,1974.Monica
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115114
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Este livro _ composto com famílias tipográfi cas criadas por Martin Majoor _ e impresso em papel Couchet de 115 gramas por metro quadrado, terminou-se de compor aos vinte e cinco dias do mes de maio do ano de dois mil e doze.