AUP0608 Sé Jabaquara

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FAUUSP AUP0608 Fundamentos de Projeto VETORES DE SÃO PAULO SÉ JABAQUARA Profºs Rafael Perrone e Heliana Vargas Mesa 1 e Mesa 2


Exercício realizado pelos alunos das mesas 1 e 2 do Estúdio 1 no mês de Abril de 2012 sob orientação dos professores Rafael Perrone e Heliana Vargas para a disciplina

AUP0608

Fundamentos

de

Projetos

FAUUSP. Andrea Barcelos Bruno Faria Hatanaka Caetano Sanglade Cosentino Daniel Souza Gonçalves Débora Portugueis Fernanda Bittencourt Giovanna Strengari Nanci Fluminham Gustavo Ramos Karoline Andrade Barros

Laura

Castellari

Affonso

Lucas

Martins

Napolitano Luis André Meloni Luiz Filipe Rampazio Luiza Nadalutti Mariana Caires Mathews Vichr Lopes Níkolas Rodrigues Pedro Abrantes Andrade Priscilla Mayumi Tenguan Renata Crivelli Portella Renata Serson Deluca Tomas Cezar de Andrade Millan


Índice _3 Objetivo_3 O Vetor Sul Sé-Jabaquara_4 Trajeto_6 Detalhamento_8 Considerações finais_17 Bibliografia_17


Objetivo Com este exercício pretende-se observar as ocupações de solo ao longo das avenidas no trecho Sé-Jabaquara da Cidade de São Paulo. Ao longo do percurso, o grupo dirige atenção aos edifícios de importância tanto religiosa quanto pública e culturais, e também parques, praças, equipamentos urbanos, estado das vias públicas e calçamento e transporte público.


O Vetor Sé- Jabaquara A cidade de São Paulo teve como função inicial ser passagem para outras cidades e regiões do Estado. Neste contexto, o vetor Sé-Jabaquara ligava o centro da capital até o litoral e a Borda do Campo pela Estrada de Santos, e até certo ponto à então cidade de Santo Amaro. O crescimento da região se deu no sentido do vetor. Isto inclui ocupação, tipo de residências e loteamento e influi nas caracteristicas atuais dos bairros. Portanto, os primeiros bairros a serem ocupados foram Sé e Liberdade, seguidos de Paraíso, Vila Mariana, Saúde e Jabaquara. Todos com formação de chácaras e sítios com produção agrícola ou pontos de passagem bandeirantista no primeiro momento. Até o século XVIII, tal panorama se manteve sem muitas alterações, com apenas algum crescimento no centro da cidade. E então, após a Proclamação da República no fim do século XIX é que se deu o início das obras de infraestrutura e transporte da cidade de São Paulo. Como, por exemplo, a construção do Bonde que ligava São Joaquim a Santo Amaro, já no início do século XX. Criado como ferrovia para transporte de cargas, Cia. Carris de Ferro de Santo Amaro, foi comprado pela empresa de distribuição de energia elétrica da época, a Light & Power em 1900. A empresa é que começou o uso de bondes na linha. Mais recentemente, é possível citar o transporte metroviário, construído entre as décadas de 50 e 70. A Linha 1 Azul (eixo norte-sul), que por motivos políticos foi construída antes da linha vermelha (eixo leste-oeste), passa exatamente embaixo do vetor Sé-Jabaquara, isto é, construção em trincheiras. A Linha 1 Azul foi pensada para interligar o terminal de ônibus do


Jabaquara (criado apenas em 1977) até a Rodoviária do Tietê. O primeiro trecho a ser construído foi na Avenida Jabaquara e contemplava as estações Praça da Árvore e Santa Cruz em 1968, e tinha 2,2 km de extensão. Em 69, iniciam-se os trechos Conceição-Jabaquara e Saúde-Sao Judas e, em 70 o trecho Vila Mariana-Ana Rosa. As estações Paraíso, Sao Joaquim, Vergueiro (antes Aclimação) e Liberdade começaram a ser construídas em 1971 e a interligação Jabaquara-Liberdade começa a circular permanentemente em 1973. Contudo, a estação Sé foi inaugurada apenas em 17 de fevereiro de 1978, pois foi construída juntamente com a Linha 3 Vermelha.


Trajeto O grupo fez o trajeto em dois dias, sendo que no primeiro dia o grupo percorreu os 11,1km do percurso completo a pé. E no segundo dia, foram divididos 4 grupos para desenhar croquis, fotografar e observar mais detalhadamente trechos menores. Da Praça da Sé até estação Paraíso do metrô, seguiu-se pela Avenida Liberdade e então Rua Vergueiro, uma das mais extensas da região. A partir da estação Paraíso chegamos ao fim do Subdistrito da Sé e demos início ao Subdistrito da Vila Mariana. A partir desse ponto, pode-se seguir pela Rua Domingos de Moraes ou Rua Vergueiro para chegar até a altura da estação e terminal de ônibus Vila Mariana. Nesse ponto, a Rua Vergueiro segue outro caminho, e o trajeto é então feito pela rua Domingos de Moraes até o cruzamento com a rua Luís Goes (entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore), quando a rua passa a ser Avenida Jabaquara. À altura da estação São Judas, encerramos o trecho pelo Subdistrito da Vila Mariana e iniciamos o último trecho pelo início do Subdistrito do Jabaquara. Passando pela Avenida Hugo Beolchi, na estação Conceição e então Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, seguindo para o terminal de Ônibus do Jabaquara.


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/93/Mapa_sp.png


Detalhamento

O trajeto foi iniciado a partir da Praça da Sé, local do marco zero da cidade. Região de edifícios antigos e de alta densidade construtiva, em que é observa-se que a maioria das edificações erguidas ocupam o terreno completo, isto é, não há recuo no lote para a avenida. Somado a isso, tendo as ruas e as

calçadas

estreitas,

poucos

momentos de insolação o durante o dia, o

que

pode

tornar

o

passeio

desconfortável devido ao alto fluxo de pedestres e automóveis.


Pela rua da Liberdade, no entanto, tem-se um trecho de via mais alargado, contando inclusive com guarda corpo no canteiro central para orientar a travessia dos pedestres. O bairro da Liberdade é conhecido pela sua boa oferta de artigos orientais como restaurantes, bazares e feiras, tendo forte apelo turístico. Nesse trecho percorrido, há boa arborização e calçamento regular. alguma

diferenciação

E já é possível notar entre

os

lados

da

avenida, onde edificações de 2 ou 3 andares se anternam em ambos os lados. No trecho até o bairro São Joaquim, predominam os comércios e prédios institucionais.

O bairro da Liberdade


O bairro do São Joaquim conta com prédio mais espaçados, e maior presença de residenciais, sendo que nesse ponto eles já apresentam recúo da calçada. Seguindo desse bairro até a Vergueiro, observase notável desnível entre as duas lados da avenida, separadas por canteiro arborizado (croqui na pfinal da página).

Alternam-se prédios comerciais e

residenciais.

Vista sobre a ponte da Radial Leste na Liberdade Detalhe do calçamento


À medida que caminhamos pela Rua Vergueiro, afastando-se do centro da cidade, é possível notar uma variação razoável na mancha urbana do local, além de alguns edifícios que chamam atenção pela importância histórica ou pela utilidade que têm. Logo após a estação Vergueiro do metro, há o Centro Cultural de São Paulo (CCSP). Concebido a princípio para abrigar uma extensão da Biblioteca Mário de Andrade, o Centro Cultural São Paulo acabou se tornando um

dos

primeiros

espaços

culturais

multidisciplinares do país. Aberto em 1982, o espaço proporciona ao visitante espetáculos de teatro, dança e música, exposições, projeções de cinema, cursos e oficinas.

Vista da Av. Vergueiro sobre o CCSP

Em termos arquitetônicos, o projeto dos arquitetos Luiz Benedito Telles e Eurico Prado Lopes, tem como principais objetivos "dissolver" a construção na topografia do terreno e contrastar os materiais rígidos como o aço com os espaçamentos vazios e o uso de vidros. Ao lado do Centro Cultural São Paulo, encontra-se o edifício CCO – Centro de Controle Operacional do Metrô, que foi inaugurado em 1972 ano da primeira viagem entre o trecho Saúde e Jabaquara. Já no bairro do Paraíso, tem-se um trecho extremamente arborizado, em que os edifícios comerciais alternam-se aos do metrô. São marcos desse local condomínio de torres empresariais Top Towers, o viaduto sobre a Av. 23 de Maio, o acesso ao início da Av. Paulista na rua Bernardino de Campos, e ainda a Igreja Metropolitana Ortodoxa, forte símbolo religioso da região construído na década de 40.


O trecho Vergueiro-Vila Mariana é marcado pela considerável passagem de pessoas, seja em busca de serviços ou comércio, ou então que estão somente utilizando a rua Vergueiro como via de acesso à zona sul. O transporte público da região se resume basicamente à linha azul do metro e aos ônibus que por lá circulam, sendo importante notar a presença de dois terminais de ônibus próximos às estações Ana Rosa e Vila Mariana do metro, e mais recentemente corredor de ônibus próximo a Vila Mariana. Além disso, é válido ressaltar que esse trecho é bastante característico pelas ruas amplas com cerca de três faixas em cada sentido para automóveis e ônibus, e ainda canteiro central.


Há também a Igreja da Saúde, cuja construção se iniciou em 1928. Ao redor da igreja, surgiu um núcleo de moradores formado principalmente pelos recém-chegados imigrantes orientais e europeus, especialmente japoneses e alemães, que aceleraram o crescimento da região.

Terminal de ônibus da Vila Mariana

Em termos mais gerais, nota-se que o caráter dos prédios que caracteriza a região muda consideravelmente

após

a

estação

Ana

Rosa

do

metrô.

Antes,

os

edifícios

são

predominantemente altos, abrigando escolas, escritórios, residências, hotéis, cursinhos e alguns hospitais. A partir daí, as construções são geralmente baixas e servem majoritariamente como pontos comerciais, incluindo mecânicas, bares, padarias, floriculturas, vestuário, farmácias, bancos e mercados.


Ao longo do trecho central do Subdistrito da Vila Mariana, isto é, percorrendo a Avenida Jabaquara observa-se uma paisagem quase constante de comércio em edificações de dois ou três andares no lote da avenida, alguns colégios, postos de correio e cartório, estações de metrô, canteiro central porém poucas árvores nos lotes. No calçamento antigo e remendado há presença de comércio ambulante que se intensifica na região da Praça da Árvore. Muitas fármárcias

e

apenas

um

condomínio de cerca com 7 torres de 17 andares no lote da avenida

pŕoximo

Saúde.

Entre

a essa

estação última

estação e a próxima São Judas, intensificam-se os edifícios de mais de 10 andares residenciais na avenida, e após a estação de metrô São Judas, a avenida é ocupada em sua maior parte pelos

sobrados

de

lojas

e

lanchonetes. Avenida Jabaquara no bairro da Saúde.

O Subdistrito da Vila Mariana se encerra na passagem do Viaduto na rua Hugo Beolchi, dando início ao subdistrito do Jabaquara. Nesse local, o viaduto Ministro Aliomar Baleeiro passa sobre a Avenida Afonso DEscragnolle ' Taunay, a continuação da Avenida dos Bandeirantes vindo da Zona Oeste da cidade. O trecho inicial da rua Hugo Beolchi se assemelha bastante com aquele retratado no São Judas, até a chegada da Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira. Nesse próximo

trecho,

empresariais,

predomina

calçamento

a

largo,

presença local

de

de

torres

encontro

de

moradores de rua, arborização em ambos os lados da avenida, além do canteiro central. Nesse local está a Praça Alfredo Egídio de Souza Aranha, onde está instalado o Terminal de Ônibus e as saídas da estação Conceição, e ainda uso do subsolo e manutenção pela ITAUSA. Observa-se boa integração dos níveis da praça à saída do metrô, e aos acessos às torres do Itaú, e ainda integração da paisagem arborizada da praça com o Parque Lina e Paulo Raia ao fundo. Detalhe Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha


Torres empresariais do ITAUSA na Av.Eng. Armando de Arruda Pereira

Esse trecho notável corresponde a apenas um quarteirão e, logo terminando ele até a chegada na estação Jabaquara, a avenida percorrida perde a arborização.

Isto é, os lotes

voltam a ser ocupados por comércio, e o calçamento volta a ser estreito e remendado na Av. Eng. Armando de Arruda Pereira. É notável um condomínio próximo ao Terminal de pequenos edifícios de 4 andares, que possui arborização e calçamento bem distribuído. Sabe-se que seguindo esse vetor, chegaríamos aos Subdistritos Cidade Ademar, Socorro e Parelheiros, aos Municípios de Diadema, São Bernardo do Campo e a Rodovia do Imigrantes, e mais ainda ao litoral do Estado.


Considerações Finais Apesar do trecho percorrido pelo grupo ao longo das estações do metrô ter sido exaustivo em seus 11,1km de extensão, sabe-se que tal distância corresponde a um trecho bem modesto se comparado a toda a extensão da região sul da cidade de São Paulo e ainda da região metropolitana. O metrô, por exemplo,

ainda não é capaz de atender à população dos

subdistritos de Cidade Ademar, Socorro e Parelheiros. Dentro dos subdistritos observados, percebemos pouca variação média na paisagem da avenida composta principalmente por edifícios de dois ou três andares de uso comercial e edifícios maiores nas ruas adjacentes. Uso dos lotes da avenida predominante comercial ou institucional, algumas edificações residenciais e alguns parques e praça. O único trecho empresarial do percurso é referente ao bairro da Conceição, por exemplo, onde observou-se forte contraste da paisagem e manutenção urbana.

Bibliografia http://www.metro.sp.gov.br/empresa/historia/azul/historia.shtml Prefeitura do Município de São Paulo, Subprefeitura do Jabaquara. “Planos Regionais Estratégicos – PRE. Série Documentos” Notas de aula de AUP0608 Fundamentos de Projeto em 2012.


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