Licenciatura em Ciências da Comunicação Unidade Curricular de Projeto Ano Letivo de 2017/2018
Representação dos conflitos na Venezuela nos media portugueses
Orientanda: Andreia Catarina Gonçalves Marques das Neves| N.º 217864| andreia.catarina.neves@gmail.com Orientador: Professor Auxiliar Paulo Jorge dos Santos Martins Lisboa – janeiro de 2018
Imagem de capa retirada do website da Reuters, obtida no dia 04 de novembro de 2017, disponĂvel em, https://s4.reutersmedia.net/resources/r/?m=02&d=20170506&t=2&i=1183507781&r=LYN XMPED450FV&w=940 PĂĄgina 2
Resumo Atualmente, a Venezuela encontra-se envolvida numa crise humanitária como resultado de décadas de instabilidade política, económica e social, marcadas pela escassez de alimentos, medicamentos e produtos básicos aos quais a população não tem acesso devido ao aumento dos preços face ao colapso do bolívar. As crescentes manifestações e a permanência de uma comunidade portuguesa emigrante no país têm sido alvo de grande atenção mediática por parte dos meios de comunicação. Neste contexto, o presente trabalho debruça-se no estudo da representação mediática dos conflitos na Venezuela, identificados a partir da análise aos websites de dois meios informativos portugueses, concretamente os jornais Correio da Manhã e Diário de Notícias, durante o mês de abril e julho de 2017, período de maior instabilidade na Venezuela. Numa primeira fase, vai ser realizada uma revisão bibliográfica, na qual serão operacionalizados os conceitos intrínsecos à fundamentação desta investigação, seguida de uma profunda explicação da metodologia a aplicar posteriormente. Palavras-chave: Conflitos, Jornalismo, Representação Mediática, Paralelismo Político, Venezuela
Abstract Venezuela is currently facing a humanitarian crisis as a result of decades of political, economic and social instability marked by shortage of food, medicines and basic goods, to which people don’t have access due to rising in prices led by unprecedented depreciation of bolivar currency. The increasing protests and the portuguese immigrant community in the country have been the object of great attention among mass media. In this context, the present paper aims to study the media representation of conflicts in Venezuela, identified through an analysis conducted to the websites of two portuguese newspapers Correio da Manhã and Diário de Notícias, during April and July 2017, period of great instability in Venezuela. At an early stage, the research will focus in the review of the existing literature in order to explain essential concepts to this paper, followed by a thorough explanation of the methodology to be applied later in this investigation. Key-Words: Political Parallelism; Media Representation; Journalism; Conflicts; Venezuela Página 3
Índice Introdução ......................................................................................................................5 1.
Revisão da literatura ...............................................................................................6
1.1. Situação económica, política e social na Venezuela ............................................8 1.2. Jornalismo e representações mediáticas ...........................................................10 1.3. Paralelismo político ............................................................................................13 1.4. A relação dos media na Venezuela com o Estado .............................................14 2.
Opções metodológicas ..........................................................................................16
2.1. Cronograma.......................................................................................................18 Tabela 1: Cronograma das etapas do projeto de investigação. ..................................18 Referências Bibliográficas: ...........................................................................................19 Apêndices ....................................................................................................................22 Tabela 2: Síntese das técnicas utilizadas e os seus objetivos ....................................22 Anexos .........................................................................................................................23 Tabela 1: Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2000-2015 ......................23 Gráfico 1: Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2001 e 2011 ..................24 Gráfico 2: Casas em situação de pobreza na Venezuela em 2016 ............................24 Gráfico 3: Evolução da pobreza na Venezuela 1997-2016 .........................................25 Gráfico 4: Queda do valor do Bolívar: taxa de câmbio USD/VEF ...............................25 Gráfico 5: Indústria petrolífera: produção e exportação de petróleo ...........................26 Gráfico 6: Projeção da inflação venezuelana .............................................................26 Imagem 1: Estimativa de mortes violentas na Venezuela no ano de 2016 .................27
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Introdução A presente investigação pretende estudar a representação mediática dos conflitos na Venezuela nos websites dos principais meios informativos portugueses. Para tal, foram selecionados os jornais Correio da Manhã e Diário de Notícias. Para a concretização do trabalho, a autora irá apoiar-se em técnicas de recolha de dados assentes numa metodologia mista, mais concretamente na análise de conteúdo aos websites dos Órgãos de Comunicação Social aqui enunciados semiestruturadas
a
jornalistas,
responsáveis
editoriais,
e entrevistas
enviados
especiais,
correspondentes na Venezuela, bem como especialistas. De acordo com dados recolhidos pelo Observatório da Emigração (2016), em 2011 o número de portugueses emigrados na Venezuela totalizava 37.326. Entre os anos de 2001 e 2011, este número diminuiu de 53 mil para 37 mil. Apesar da diminuição, o número de portugueses a residir na Venezuela continua a situar-se acima dos 35 mil, sendo a Venezuela o décimo país do mundo onde residem mais portugueses emigrados, devido ao grande volume de emigração durante as décadas de 1940 a 1970. Este decréscimo expressa a instabilidade política, económica e social vivida no país. De acordo com Sullivan (2016), “a deterioração das condições económicas, as elevadas taxas de criminalidade e os crescentes protestos na rua que iam ao encontro da violência, representaram enormes desafios para o governo de Maduro” (p. 9). Deste modo, o país tem-se visto envolvido numa situação caracterizada pela “repressão da oposição política, numa economia em recessão e com uma crescente crise humanitária” (Sullivan, 2016, p. 17). O ano de 2016, particularmente conflituoso na Venezuela, traduz a expansão da violência como um indicador claro do processo social e político no país. Segundo dados do Observatório Venezuelano da Violência (2016), estima-se uma taxa de 91,8 mortes violentas por cada cem mil habitantes, num total de 28.479 mortes por todo o território. Estes dados posicionam a Venezuela entre os primeiros lugares dos países com maior violência no mundo. A escolha desta temática prende-se por isso à relevância que o país sul-americano apresenta no contexto mundial, já que o “desenvolvimento político e económico da Venezuela tem estado intimamente ligado ao desenvolvimento global” (Salojärvi, 2016, p. Página 5
14). De destacar ainda o foco dado no espaço mediático português devido à comunidade portuguesa residente na Venezuela, bem como às “preocupações por mais de uma década de deterioração das instituições democráticas e ameaças à liberdade de expressão e de imprensa na Venezuela” (Sullivan, 2016, p. 36). Neste sentido, cabe aos media a função de servir o interesse do público, a partir de um “conjunto de atividades e tarefas destinadas a satisfazer necessidades da população” (Sousa, 2016, p. 9). As motivações pessoais da autora, cujos pais foram emigrantes no país, também constituíram um critério na seleção deste tema. Para a sustentação deste trabalho, a autora serviu-se da teoria da comunicação Newsmaking que diz respeito ao processo de produção de notícias. O modelo proposto por Galtung e Ruge (1965) baseia-se em vários critérios que levam à seleção das notícias e que “introduzem alguma racionalidade no processo de newsmaking” (Sebastião, 2016, p. 314). De acordo com Traquina (2002), “os critérios de noticiabilidade são o conjunto de valores notícia que determinam se um acontecimento, ou um assunto, são suscetíveis de se tornar notícia” (p. 173). Relativamente à estrutura do trabalho, à presente introdução segue-se o enquadramento teórico, no qual se apresentam os principais conceitos para o desenvolvimento deste trabalho, que serão operacionalizados. De seguida serão apresentadas as opções metodológicas para a realização da investigação, que incluem a pergunta de partida, os respetivos objetivos e as técnicas de recolha de informação a utilizar. Posteriormente, acrescentar-se-ão dois pontos que dizem respeito à análise dos resultados obtidos e a respetiva discussão de resultados. Por último serão apresentadas as conclusões. 1. Revisão da literatura Apesar de existirem vários estudos realizados nesta linha de investigação, devem ser destacados para o presente trabalho, devido à sua relevância, artigos que dizem respeito ao contexto económico, social e político da Venezuela; relativos aos conceitos de jornalismo e representação mediática e estudos alusivos à aproximação dos sistemas mediáticos com o poder político. Nomeadamente, o relatório de Sullivan (2016) “Venezuela: Background and US Relations”, que se divide em três partes e examina a situação política e económica na Página 6
Venezuela, bem como as suas relações com o exterior. Na primeira parte, é analisada a transformação política do país sob o governo do Presidente Hugo Chávez e os primeiros anos de presidência de Nicolás Maduro.
A segunda parte diz respeito ao cenário
económico e politico nos anos de 2015 e 2016, assim como às condições sociais do país. Por sua vez, a terceira secção do relatório investiga as relações entre a Venezuela e os Estados Unidos da América, tendo em conta matérias que incluem democracia, direitos, energia e preocupações terroristas. Para definir o conceito de jornalismo e melhor explicar o processo de Newsmaking, com base na identificação de alguns valores-notícia enunciados em 1965 por Galtung e Ruge que suportam a presente investigação, a autora socorreu-se dos livros “Jornalismo: Questões, Teorias e Estórias” (1999) e “Jornalismo” (2002) de Nelson Traquina. No que concerne ao conceito de representação, recorreu-se ao livro “Representation: Cultural representations and signifying practices” de Stuart Hall, de modo a explicar a representação na sua génese, para depois apresentar a função dos media na sociedade e tratar das representações mediáticas. Por sua vez, Daniel C. Hallin e Paolo Mancini (2004), em “Comparing Media Systems: Three Models of Media and Politics”, realizam uma pesquisa empírica e comparativa, com base em 18 países da América do Norte e Europa Ocidental, dotados de padrões socioeconómicos relativamente próximos, bem como alguns traços semelhantes a nível da cultura e instituições políticas.
Com base nesta metodologia, os autores
elaboram um esquema baseado nos modelos liberal, corporativista democrático e pluralista polarizado e sustentam a sua atividade comparativa no desenvolvimento dos mercados mediáticos, no paralelismo político, no desenvolvimento do profissionalismo político e no grau e natureza da intervenção do Estado no sistema mediático. Afonso de Albuquerque (2012), contribui para a temática ao analisar a noção de paralelismo político no seu artigo “O paralelismo político em questão”, de modo a entender os contributos e os limites do paralelismo politico nos estudos comparativos em comunicação política. Segundo o autor, este fenómeno encontra-se associado a uma região geográfica, pelo que não pode ser aplicado numa categoria universal de comparação.
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1.1.
Situação económica, política e social na Venezuela
Imersa numa profunda crise económica que tem deixado a população com sérias dificuldades de acesso a bens essenciais, a Venezuela atravessa atualmente um dos momentos políticos mais violentos na história da nação. “A situação política venezuelana mudou completamente no que diz respeito à situação interna, bem como às relações geopolíticas nos anos após a morte do presidente Hugo Chávez e a eleição de Nicolás Maduro” (Anselmi, 2017, p. 417). Deste modo, embora muitos acreditem que a administração desta nação ainda consista no seu modelo fundador, as condições materiais, o equilíbrio de poder e os cenários, alteraram-se por completo nos últimos anos. De acordo com o Relatório de Criminalidade e Segurança (2017) “a Venezuela continua a ser um dos países mais fatais do mundo, com o aumento da violência e a criminalidade a atingirem níveis inéditos”. Por sua vez, segundo dados não oficiais divulgados pelo Observatório Venezuelano da Violência (2016), “a maior ameaça em Caracas são os crimes violentos que afetam pessoas locais e estrangeiros”, posicionando a Venezuela como a segunda nação com maior ocorrência de crimes fatais. Segundo o mesmo relatório, após os homicídios, os crimes que mais preocupam o país são raptos e roubos que muitas vezes resultam em morte. Por sua vez, Ellis (2017) afirma que as “políticas governamentais destrutivas, incluindo expropriações, controlos de preço e moeda, combinadas com a corrupção desenfreada e má gestão das empresas governamentais, eliminaram progressivamente a capacidade da economia venezuelana produzir os bens mais básicos” (p. 23). Assiste-se assim ao colmatar de uma crise humanitária desencadeada pelo colapso da moeda corrente (bolívar) face ao dólar, que levou ao aumento dos preços dos produtos, aos quais a população não tem acesso. O autor acrescenta ainda que “o regime de Maduro iniciou um processo de renovação dos partidos políticos da nação, provavelmente projetado para desqualificar partidos e líderes hostis ao regime” (Ellis, 2017, p. 24). Estas tensões políticas vividas desde que Nicolás Maduro chegou ao poder em 2013, combinadas com crise económica, levaram a que “quase imediatamente após a morte de Chávez, os índices de pobreza aumentassem e duplicassem num ano” (Anselmi, 2017, p. 418). Página 8
A esta situação acresce a “rápida queda do preço do petróleo que representa 96% das exportações da Venezuela, com a economia a contrair, a inflação a crescer, o declínio de reservas internacionais e o aumento da pobreza” (Sullivan, 2016, pp. 23 e 24). Este cenário é explicado por vários especialistas devido à má gestão económica do governo de Maduro, que juntamente com a nacionalização das indústrias-chave do país, levaram a uma crescente escassez de alimentos nos supermercados e medicamentos nos hospitais e farmácias, bem como a elevadas taxas de criminalidade. Segundo os cálculos do Fundo Monetário Internacional, prevê-se que a economia venezuelana termine o ano de 2017 com uma inflação acumulada de mais de 2.000%1, pelo que o país continuará imerso numa grave crise económica, humanitária e política, sem solução em vista, pois “o bolívar tornou-se virtualmente inútil e com o seu colapso, a Venezuela passa a testemunhar umas das maiores inflações mundiais” (Hanke & Bushnell, 2017, p. 2). Relativamente à situação política vivida na Venezuela, Anselmi (2017) refere que a “extrema polarização política contribui para a eliminação de todo o tipo de dialética democrática entre a oposição e o governo” (p. 424). Isto levou a que um partido não visse o outro como seu oponente com um papel no sistema democrático, mas como um inimigo a ser eliminado. Acrescem os conflitos que dominam as ruas do país também eles indicativos de uma situação social cada vez mais decadente. “Na Venezuela, os protestos que têm ocorrido nos últimos anos estão estreitamente ligados a partidos da oposição e personalidades, bem como a grupos cívicos bem estabelecidos” (Carothers & Youngs, 2017, p. 14). Segundo o Country Risk Report da Venezuela (2017), os protestos manifestam-se sob a forma de “atos de vandalismo e ataques criminosos contra edifícios governamentais que incluem bancos, assim como veículos pertencentes ao estado como os transportes públicos”. Sullivan (2016), aponta no seu relatório que vários estudiosos referem que a recuperação do país poderá demorar anos independentemente de quem esteja no poder 1
https://www.dn.pt/lusa/interior/venezuela-termina-o-ano-com-inflacao-acumulada-de-mais-de2000---parlamento-9002495.html Página 9
e chega a afirmar que “alguns analistas acreditam que o risco de uma explosão social está a aumentar devido à escassez de comida, que tem levado a vários conflitos e protestos, bem como a uma crescente crise humanitária.” (p. 48). Tendo em conta a comunidade portuguesa emigrante na Venezuela, é também relevante referir que a maior preocupação “diz respeito a questões de segurança, de comércio e de processos ao nível da segurança social” (Gomes, 2009, p. 88). De acordo com Gomes (2009), “é preocupante a onda de sequestros e violência que têm vindo a flagelar nos últimos anos praticamente todo o território e todas as classes sociais” (p. 88), bem como as “crescentes dificuldades na aquisição de produtos alimentares” (p. 88) que se prendem com o setor do comércio e que atingem a população do país. Desta forma, enquanto a instabilidade política permanece, a população continua a enfrentar uma crise humanitária na Venezuela sem solução em vista. 1.2.
Jornalismo e representações mediáticas
De acordo com Traquina (2002), “o jornalismo são estórias, estórias da vida, estórias das estrelas, estórias de triunfo e de tragédia” (p. 10). Por sua vez, a construção destas estórias implica um processo de seleção de acontecimentos em detrimento de outros por parte do jornalista, tendo em conta uma variedade de critérios. Neste sentido, é relevante referir o newsmaking, que diz respeito ao processo de produção de notícias, no qual se procura “um produto final que se traduza em acontecimentos significativos e interessantes” (Sousa, 2016, p. 17) e onde as fontes de informação assumem um papel fundamental. Segundo Wolf (2009), a rede de fontes de informação estabelecidas pelos órgãos de comunicação como “instrumento essencial para o seu funcionamento, reflete, por um lado, a estrutura social e de poder existente e, por outro, organiza-se a partir das exigências dos procedimentos produtivos” (p. 98). Cruz (2014), entende que “esses critérios acabam por definir, de forma mais ou menos explícita, a orientação editorial das redações, nas suas diversas expressões: ideológico-política, económico e/ou sociocultural” (p. 92). Assim, os critérios de noticiabilidade que são interiorizados pelos jornalistas vão permitir que façam um trabalho de inclusão de informação, exclusão de informação e de hierarquização da informação, conforme a importância dos factos. Página 10
Deste modo, os valores-notícia pelos quais o jornalista se rege assumem um papel preponderante, na medida em que são, de acordo com Golding e Elliot (1974) um “importante elemento de interação jornalística e constituem referências claras e disponíveis a conhecimentos práticos sobre a natureza e os objetos das notícias” (citado em Traquina, 2002, p. 172), sendo que essas referências podem ser utilizadas para facilitar a complexa e rápida elaboração das notícias, auxiliando a reconhecer aquilo que é importante e de interesse para o público. De acordo com a teoria desenvolvida pelos autores Galtung e Ruge (1965), Traquina enumera 12 valores-notícia no seu livro: “1) a frequência, ou seja, a duração do acontecimento: 2) a amplitude do evento; 3) a clareza ou falta de ambiguidade; 4) a significância; 5) a consonância, isto é, a facilidade de inserir o «novo» numa «velha» ideia correspondente ao que se espera que aconteça; 6) o inesperado; 7) a continuidade, isto é, a continuação como notícia do que já ganhou noticiabilidade; 8) a composição, isto é, a necessidade de manter equilíbrio nas notícias pela diversidade de assuntos abordados; 9) a referência a nações de elite; 10) a referência a pessoas de elite, isto é, o valor notícia da proeminência do agente do acontecimento; 11) a personalização, isto é, a referência às pessoas envolvidas; 12) a negatividade, ou seja, o valor que se rege segundo a máxima bad news is good news”. (Traquina, 2002, p. 179). Isto significa que um acontecimento é tanto ou mais noticiável quanto maior for o número de valores que possuir. Tendo em conta a relevância dos acontecimentos na Venezuela devido à situação económica, política e social já destacadas no presente trabalho, é possível afirmar que é do interesse público que os conflitos sejam noticiados, principalmente devido à comunidade portuguesa que permanece no país. Com isto, entende-se que “as notícias são o produto final de um processo complexo que se inicia numa escolha e seleção sistemática de acontecimentos e tópicos de acordo com um conjunto de categorias socialmente construídas” (Traquina,1999, p. 224) e que auxiliam os jornalistas a dar sentido aos factos. No que diz respeito ao conceito de representação, Hall (1997) compreende que esta liga o significado e a língua com a cultura, sendo vista como o “elo de ligação entre conceitos e linguagem que nos permite referir ao mundo real dos objetos, pessoas ou Página 11
acontecimentos” (p. 17). A representação é vista por isso como o processo que ajuda o ser humano a entender o mundo. Por sua vez, a prática da representação cabe aos media que “alertam outras entidades para que estas tomem conhecimento de uma determinada situação problemática e posteriormente atuem no sentido de a resolver e evitem a ocorrência de situações semelhantes” (Davian, 2017, p. 118). Neste sentido, os media têm todos os meios necessários para detetar as violações dos direitos humanos, cabendo-lhes um papel de denunciar às sociedades modernas estes acontecimentos. Tendo em conta a deterioração da situação dos direitos humanos na Venezuela, cujo governo ameaça a vida e os direitos de milhões devido à refutação da existência de uma crise económica e humanitária, é relevante referir que “o processo comunicativo é fundamental para a manutenção de uma ordem e consciência sociais que suportam valores estabelecidos e os movimentos para a sua mudança” (Sebastião, 2016, p. 318). “Umas das preocupações essenciais dos media, nos dias que correm, tem a ver com a produção e distribuição do conhecimento, no sentido mais lato, sobre o mundo” (Cruz, 2014, p. 37). Desta forma, são os media que disponibilizam à população parte da informação, imagens e ideias, sendo a principal fonte de aquisição de consciência. Poyares (1974) acredita que os media se assumem como “instrumentos básicos para o controlo político da opinião pública, influindo na interpretação humana, ou seja, no que as pessoas pensam, sentem e comportam umas com as outras” (citado em Sousa, 2016, p. 1) Isto significa que os meios de comunicação forçam certos assuntos e, por conseguinte, para McCombs e Shaw (1972) estes “estão constantemente a apresentar objetos que sugerem aquilo que os indivíduos devem pensar, conhecer e sentir” (p. 177). Segundo Cunha (2008), “os media, mais do que simples expositores de representações sociais, são também agentes dinâmicos na construção de significados e de interpretações que fornecem aos indivíduos guias na sua vivência do mundo” (p. 171). Em resultado, os meios de comunicação de massa intervêm através de processos de influência social. Com isto, é possível perceber o poder que os meios de comunicação detêm, já que “constituem um fator importante na compreensão de um qualquer facto social nas Página 12
sociedades de consumo contemporâneas, precisamente pela forma como representam e podem moldar os valores culturais numa dada sociedade” (Cunha, 2008, p. 172). 1.3.
Paralelismo político
Existem vários fatores que condicionam a atividade do jornalista para além dos critérios aqui enunciados e que influenciam o newsmaking. De acordo com Sebastião (2016), “existem limitações que se sobrepõem aos critérios valor/notícia e que são impostas por pressões comerciais, políticas e do público”. (p. 315). Neste contexto, surge o conceito de paralelismo político que numa perspetiva mais geral “está relacionado com a aproximação de um órgão de comunicação social a um partido ou a uma ideologia (Silva, 2013, p. 12). Isto significa que existe uma convergência entre os meios de comunicação e os partidos políticos, como Albuquerque (2012) enfatiza no seu estudo ao afirmar que “o conceito de paralelismo político se refere à perceção de uma convergência de objetivos, meios, enfoques e públicos entre determinados jornais e determinados partidos políticos” (p. 8). O conceito de paralelismo político refere-se, portanto ao grau de politização dos meios de comunicação, o que significa que muito jornais, rádios e televisões privados podem transparecer as suas afiliações politicas e favorecer o governo ou um partido em específico. Por conseguinte, o sistema mediático não pode ser caracterizado como homogéneo, mas sim como uma coexistência complexa que é operada de acordo com diferentes princípios. Para Hallin e Mancini (2004), “uma das diferenças mais óbvias nos sistemas mediáticos relaciona-se com o facto de que os media em alguns países têm orientações políticas distintas, enquanto que os media noutros países não têm” (p. 27). Conde (2012) reforça esta teoria ao referir que os media constituem “simultaneamente uma ameaça para o sistema político, mas também o principal palco para a sua exposição e visibilidades públicas, existindo uma clara tensão entre a lógica dos media e a lógica da política” (p. 12). Assim, na mesma medida em que os media podem denunciar o sistema político, podem também constituir um alicerce às ideologias políticas com que se relacionam. O paralelismo político tem várias componentes, havendo vários indicadores que podem ser usados de forma a perceber a sua presença nos meios de comunicação. Página 13
Segundo Hallin e Mancini (2004), uma das dimensões refere-se ao conteúdo mediático, “extensão pelos quais diferentes meios de comunicação refletem orientações políticas nas suas notícias e assuntos do quotidiano” (p. 28). Os autores referem anda uma outra componente que diz respeito às “ligações organizacionais entre os meios de comunicação e partidos políticos” (Hallin e Mancini, 2004, p. 28), que na sua forma mais forte designa os meios de comunicação diretamente alinhados com um partido em particular. De acordo com Rizzotto (2010), o paralelismo político “possibilita que cada veículo assuma uma clara identificação ideológica” (p. 113), resultando da combinação das características do sistema mediático e do sistema político. Em suma, “o paralelismo político designa, assim, uma relação na qual o sistema mediático reproduz, numa relação de homologia, as características do sistema político” (Albuquerque, 2012, p. 21), manifestadas através de meios de comunicação que poderão assumir posições políticas particulares. 1.4.
A relação dos media na Venezuela com o Estado
A propósito do paralelismo político e tendo em conta a proposta de Hallin e Mancini relativamente ao papel do Estado no sistema mediático, é possível constatar a presença de posições políticas assumidas nos meios de comunicação na Venezuela. Segundo Hallin e Papathanassopoulos, (2002), “há uma tendência comum aos sete países (América Latina) de serem controlados pelos interesses privados com alianças politicas que procuram utilizar as propriedades dos media para fins políticos” (p. 178). A Venezuela não é exceção neste cenário, onde os meios de comunicação demonstram as suas afiliações políticas particulares. Neste sentido, ao longo dos anos, “os meios de comunicação tornaram-se um ator poderoso na Venezuela, assim como noutros países da América Latina, já que os media funcionam como uma parte essencial do resto da economia e da cultura” (Salojärvi, 2016, p. 43). Por conseguinte, na Venezuela “todas as concessões de emissoras de rádio e de televisão funcionam por concessão do governo federal, mediante contrato com prazos fixados para a comercialização de determinado veículo” (Rizzotto, 2010, p. 299).
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De acordo com Salojärvi (2016), “a televisão é possivelmente um dos meios mais influenciadores na América Latina e na Venezuela, com um vasto impacto económico e político” (p. 46). Assim, esta possibilita a formação e molda a população de acordo com os próprios interesses, já que é considerado o principal meio para a receção de informação. “Durante o mandato do Presidente Chávez, o governo venezuelano ampliou os meios de comunicação subjugados pelo estado, incluindo rádio, televisão, jornais e websites, de forma a controlar aquilo que é visto no ambiente mediático” (Sullivan, 2016, p. 38). Isto resultou num ataque aos meios de comunicação privados e ao estabelecimento da disseminação de propaganda política nos canais do estado, bem como campanhas contra as críticas da oposição. Desta forma, é possível afirmar que o governo leva a cabo um controlo hegemónico direto e indireto relativamente aos órgãos de comunicação venezuelanos. “Controlo direto, pois, o governo venezuelano é proprietário e responsável pelos meios públicos” (Maldonado & Quintera, 2017, p. 49) e por outro lado, “a hegemonia governamental no controlo da informação também é indireta, uma vez que o governo, através de seus órgãos, regula o fluxo de informações comunicadas pelos media privados” (Maldonado & Quintera, 2017, p. 49). Este cenário leva a que “a instrumentalização dos meios de comunicação por oligarcas, indústrias, partidos ou estado, obviamente implique que a autonomia jornalística esteja limitada” (Hallin & Mancini, 2004, p. 181) e ponha em causa a autonomia da atividade do jornalista. Na Venezuela construiu-se um sistema que monopoliza os meios de comunicação, cuja comunicação é reduzida a propaganda com o objetivo de configurar a comunicação pública. Rincón (2010), considera as relações entre os media e o Estado na América Latina, complexas, ambíguas e contraditórias, pois são quase sempre caracterizadas por uma relação entre os meios de comunicação com os governos. Deste modo, o autor refere que o “estado mediático e a mediática do poder são possíveis, pois os meios de comunicação incidem nos modos da política, do governo e da democracia” (p. 5). Neste seguimento, “a comunicação com a sua grande capacidade de sedução pública e pelo eu valor estratégico que tem na economia, tecnologia e política, desperta paixões excessivas e quase perversas por parte do poder” (Rincón, 2010, p. 6). Assim, os Página 15
meios de comunicação na América Latina expressam cenários de conflito e tensão que afetam a qualidade da democracia e que são usados a favor de interesses políticos particulares com o objetivo de controlar a opinião pública. 2. Opções metodológicas O presente relatório de investigação pretende estudar a representação mediática dos conflitos na Venezuela nos principais meios informativos portugueses, tendo como pergunta de partida: Qual a representação mediática dos conflitos na Venezuela nos websites dos principais meios informativos portugueses? No sentido de dar resposta à pergunta de partida, foram definidos os seguintes objetivos de pesquisa: 1. Analisar o interesse dos Órgãos de Comunicação Social portugueses na temática; 2. Perceber a que fontes recorrem os Órgãos de Comunicação Social nacionais para abordar os conflitos na Venezuela, tendo em conta o cumprimento do papel do jornalista na diversificação das fontes de informação; 3. Compreender a imagem que os meios de comunicação em Portugal transmitem dos conflitos na Venezuela. Para atingir os objetivos fixados, optou-se por analisar as edições online dos dois jornais generalistas detentores de maior tiragem e circulação em Portugal, de acordo com a Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação – APCT. Deste modo, foram selecionados os periódicos Correio da Manhã (CM), devido à sua especificidade como jornal de cunho popular e o Diário de Notícias (DN), como jornal de referência informativa. Escolheu-se o período de análise de dois meses, mais especificamente abril e julho, por ser o período de tempo em que decorreram os momentos políticos mais instáveis na Venezuela, que resultaram numa maior cobertura noticiosa dos acontecimentos, em Portugal. Para a concretização dos objetivos aqui definidos, a autora irá focar-se na análise de conteúdo e entrevistas como técnicas de investigação, considerando-se assim uma metodologia mista com vista a uma abordagem quantitativa e qualitativa. A preferência pela metodologia mista deveu-se a facto de que “nos estudos, esta permite o uso de dados quantitativos e qualitativos pelos investigadores, de modo a providenciar um melhor Página 16
entendimento do problema de pesquisa” (Creswell, 2009, p. 12). Desta forma, “um desenho de metodologia mista ajuda a capturar o melhor das abordagens quantitativa e qualitativa” (Creswell, 2009, p. 22). De acordo com Neundorf (2002), “a análise de conteúdo é definida como a análise sistemática, objetiva e quantitativa das características das mensagens” (p. 1). É de realçar que esta técnica de recolha de dados é considerada “uma proposta ao nível da análise de documentos e textos (que podem ser impressos ou visuais) que procura quantificar o conteúdo em termos de categorias predeterminadas e de forma sistemática e replicável.” (Bryman, 2015, p. 289). Segundo Bryman (2009), “é um método bastante flexível que pode ser aplicado a uma variedade de diferentes media” (p. 289). A autora pretende por isso aplicar a técnica de análise de conteúdo de forma a dar resposta aos objetivos dois e três enunciados neste relatório, para perceber a que fontes recorrem os diários Correio da Manhã e Diário de Notícias, bem como para compreender a imagem que estes dois jornais veiculam dos acontecimentos na Venezuela. Numa primeira fase será feito um clipping com vista a recolher todo o conteúdo noticioso relativo aos conflitos na Venezuela que decorreram durante o mês de abril e julho de 2017 nas edições online dos dois Órgãos de Comunicação selecionados. Posteriormente, os dados recolhidos vão ser analisados no programa de estatística IBM SPSS Statistics 22. Por sua vez, pretende-se dar resposta ao primeiro objetivo a partir da aplicação de entrevistas semiestruturadas a um especialista na temática, a um correspondente ou enviado especial na Venezuela, bem como a um jornalista ou responsável editorial do Correio da Manhã e do Diário de Notícias. A partir desta técnica, a autora pretende analisar o interesse dos Órgãos de Comunicação Social nacionais na presente temática e na importância de relatar os factos em Portugal. De acordo com Creswell (2009), as entrevistas semiestruturadas “são usadas de forma a que os participantes possam expressar as suas visões dos factos” (p. 9). Para Bryman (2015) esta técnica caracteriza-se como um processo flexível, no qual “o enfase deve ser colocado no modo como o entrevistado enquadra e entende os problemas e eventos isto é, aquilo que o entrevistado vê como mais importante na explicação e na compreensão de acontecimentos, padrões e formas de comportamento” (p. 471). Página 17
De forma a realizar a revisão bibliográfica, foi feita uma pesquisa de livros, estudos, artigos científicos, teses, relatórios e dissertações a nível nacional e internacional com relevância para a sustentação científica do tema. A pesquisa destes documentos foi feita através das bibliotecas online b-on e JSTOR, bem como no RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal e no motor de busca Google Académico, através das seguintes palavras-chave: Representação Mediática; Jornalismo; Paralelismo Político; Sistemas Mediáticos, Venezuela, Conflitos na Venezuela; Valores-notícia; Newsmaking; News-Values; Political Parallelism. O presente trabalho será redigido e segue as diretrizes da 6.ª edição das normas APA – Associação Americana de Psicologia. 2.1.
Cronograma
Para a melhor compreensão e perceção das etapas, técnicas de recolha de informação, fontes e objetivos, formulou-se seguinte cronograma: Tabela 1: Cronograma das etapas do projeto de investigação. Técnica de Recolha
Pesquisa e Revisão da literatura
Escolha e recolha de contactos para as entrevistas
Clipping
Contacto com os responsáveis editoriais e jornalistas, correspondentes e enviados especiais e especialistas para o agendamento de entrevistas Análise de Conteúdo
Entrevistas semiestruturadas
Fontes Livros, teses, estudos, artigos científicos, dissertações, relatórios e dados estatísticos Responsáveis editoriais e jornalistas, correspondentes e enviados especiais, especialistas na temática Websites dos meios informativos escolhidos durante o mês de abril de 2017 Responsáveis editoriais e jornalistas, correspondentes e enviados especiais, especialistas na temática Websites dos meios informativos escolhidos durante o mês de abril de 2017 Responsáveis editoriais e jornalistas, correspondentes e enviados especiais, especialistas na temática
Concretização
Data
Elaboração do enquadramento teórico
outubro de 2017 a dezembro de 2017
Planeamento de entrevistas
Recolha de dados
Planeamento de entrevistas
Dar resposta aos objetivos dois e três enunciados
Dar resposta ao primeiro objetivo enunciado
janeiro de 2018 a fevereiro de 2018
fevereiro de 2018 a março de 2018
fevereiro de 2018 a março de 2018
abril de 2018 a junho de 2018
abril de 2018 a junho de 2018
Fonte: Elaboração Própria
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http://observatorioemigracao.pt/np4/file/5751/OEm_EmigracaoPortuguesa_RelatorioEstati s.pdf. Observatório
Venezuelano
da
Violência
(2016).
Relatório
Anual.
Obtido
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http://observatoriodeviolencia.org.ve/wp-content/uploads/2016/12/Presentaci%C3%B3nInforme-Anual-2016.pdf. Overseas Security Advisory Council (2017). Venezuela Crime and Safety Report. Obtido de: https://www.osac.gov/pages/ContentReportDetails.aspx?cid=21286. Rincón, O. M., & Rincón, A. L. O. (2010). Por qué nos odian tanto?:(estado y medios de comunicación en América Latina) (No. 32: 316.774). Centro de Competencia en Comunicaciáon para América Latina. Rizzotto, C. C. (2010). Concentração de meios e políticas de comunicação na Venezuela. Estudos em Jornalismo e Media, 7(2), 297-310. Salojärvi, V. (2016). The media in the core of political conflict: Venezuela during the last years of Hugo Chávez's presidency. Publications of the Faculty of Social Sciences. Sebastião, S. (2016). Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: A afirmação global das culturas de expressão portuguesa. Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Silva, R. J. E. S. D. (2013). Comunicação política no facebook: um estudo exploratório de sete políticos portugueses (Dissertação de Doutoramento), Escola Superior de Comunicação Social). Página 20
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Apêndices Tabela 2: Síntese das técnicas utilizadas e os seus objetivos
Técnica
Objetivo Perceber a que fontes recorrem os Órgãos de Comunicação Social nacionais para abordar os conflitos na Venezuela, tendo em conta o cumprimento do papel
Análise de Conteúdo
do jornalista na diversificação das fontes de informação; Compreender a imagem que os meios de comunicação em Portugal transmitem dos conflitos na Venezuela.
Entrevistas
Analisar o interesse dos Órgãos de
semiestruturadas
Comunicação Social portugueses na temática. Fonte: Elaboração Própria
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Anexos Tabela 1: Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2000-2015
Fonte: Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2000-2015, disponível na página 246 do relatório
estatístico
de
2016
do
Observatório
de
Emigração,
retirado
de:
http://observatorioemigracao.pt/np4/file/5751/OEm_EmigracaoPortuguesa_RelatorioEstatis.pdf
Página 23
Gráfico 1: Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2001 e 2011
Fonte: Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2001 e 2011, disponível na página 247 do relatório
estatístico
de
2016
do
Observatório
de
Emigração,
retirado
de:
http://observatorioemigracao.pt/np4/file/5751/OEm_EmigracaoPortuguesa_RelatorioEstatis.pdf
Gráfico 2: Casas em situação de pobreza na Venezuela em 2016
Fonte: ENCOVI: Encuesta sobre Condiciones de Vida Venezuela 2016, disponível na página 3 da Pesquisa
das
Condições
de
Vida
na
Venezuela,
retirado
de:
http://www.fundacionbengoa.org/noticias/2017/encovi-2016.asp Página 24
Gráfico 3: Evolução da pobreza na Venezuela 1997-2016
Fonte: ENCOVI: Encuesta sobre Condiciones de Vida Venezuela 2016, disponível na página 4 da Pesquisa
das
Condições
de
Vida
na
Venezuela,
retirado
de:
http://www.fundacionbengoa.org/noticias/2017/encovi-2016.asp
Gráfico 4: Queda do valor do Bolívar: taxa de câmbio USD/VEF
Fonte: Queda do valor do Bolívar: taxa de câmbio USD/VEF, disponível na página 2 do artigo de Hanke & Bushnell (2017), retirado de: On Measuring Hyperinflation. World Economics. Página 25
Gráfico 5: Indústria petrolífera: produção e exportação de petróleo
Fonte: Indústria petrolífera: Produção e exportação de petróleo, disponível na página 9 do relatório Country Risk Report 2017, retirado de: https://www.bmiresearch.com/
Gráfico 6: Projeção da inflação venezuelana
Fonte: Projeção da inflação venezuelana, disponível no website Bloomberg, retirado de: https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-10-10/imf-sees-venezuelan-inflation-rate-risingbeyond-2-300-in-2018 Página 26
Imagem 1: Estimativa de mortes violentas na Venezuela no ano de 2016
Fonte: Estimativa de mortes violentas na Venezuela no ano de 2016, disponível em Observatório Venezuelano de Violência, retirado de: https://observatoriodeviolencia.org.ve/
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