Conselhos dos fotógrafos Magnum (Português) by Andrinik

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Imagem © Matt Stuart/Magnum Photos1

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Introdução

Em 1947 quatro fotógrafos, Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, George Rodger e David “Chim” Seymour, brindavam à fundação daquele que seria o coletivo de fotógrafos mais influente do mundo, com uma garrafa de champanhe Magnum no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Durante os últimos 70 anos, 92 fotógrafos contribuíram para a história da Magnum e hoje, 49 fotógrafos membros continuam a crónica do mundo, interpretando suas gentes, eventos, e questões através de histórias visuais. Nesse ano a Magnum Photos vai celebrar 70 anos de contribuição para a fotografia e para a história do mundo com um programa de aniversário especial, centrado em três temas: comunidade, testemunhando a história, e Magnum Photos Now. Em parceria com a LensCulture, e como extensão do tema “comunidade”, queremos oferecer à nossa comunidade de fotógrafos emergentes esse guia de aconselhamento gratuito. No seu interior, você vai encontrar uma série de dicas e conselhos de alguns fotógrafos da Magnum sobre temas como: aprender a técnica, encontrar sua própria visão, voz e paixão, assumir riscos e ser consistente em trabalhar em direção aos seus objetivos. Saiba mais detalhes sobre o nosso programa especial de aniversário no hub dedicado à nova plataforma narrativa da Magnum, magnumphotos.com. Esperamos que esse guia lhe seja útil e esse ano contamos com você para comemorar o nosso aniversário. Shannon Ghannam Global Education Manager Magnum Photos Magnum Photos © 2017

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Conteúdos

01 Aprender 02 Visão & Voz 03 Paixão 04 Consistência 05 Risco

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01 Aprender

02 Visão & Voz

03 Paixão

04 Consistência

05 Risco

“ Dê o seu melhor pelo menos durante 5 anos e depois decida se você realmente tem o que é necessário. Muitos grandes talentos desistem logo no inicio; o grande buraco negro que paira após os anos de formação ou de universidade é o assassino numero um de futuros talentos.” — Carl De Keyzer

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01 Aprender

02 Visão & Voz

03 Paixão

04 Consistência

05 Risco

Carl De Keyzer Esquerda Escultura de gelo para um concurso em um antigo gulag convertido em campo de prisioneiros. Projeto “Zona”. Novobirusinsk. Região de Krasnoyarsk. Sibéria. Rússia. 2002. Em baixo Ex gulag convertido em campo de prisioneiros na hora do almoço. Projeto “Zona”. Krasnoyarsk. Sibéria. Rússia. 2000. Imagens © Carl De Keyzer/Magnum Photos

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01 Aprender

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03 Paixão

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“ Meu conselho aos fotógrafos é que saiam e tirem fotografias. E também, se forem estudantes completem vossos estudos, aprendam tantas línguas quanto possível, vão ao cinema, leiam livros, visitem museus, ampliem vossas mentes.”

05 Risco

“ Aprenda a técnica (não é difícil). Estude cuidadosamente as obras de fotógrafos e pintores clássicos. Veja e aprenda com os filmes. Procure se encaixar como fotógrafo ‘comercial’ - ‘comercial’ significa trabalhar para os outros e entregar um produto que lhe é pedido. Mas acima de tudo mantenha sua fotografia pessoal fora do trabalho, como hobby. Se você for bom e diligente, você pode ter sucesso.” — Elliott Erwitt

— Martine Franck

“ Pegue um bom par de sapatos e... apaixone-se.” — Abbas

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03 Paixão

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05 Risco

Martine Franck Piscina projetada por Alain Capeilleres. Cidade de Le Brusc. Provença. França. 1976. Imagem © Martine Franck/Magnum Photos

Elliott Erwitt Califórnia. EUA. 1955. Imagem © Elliott Erwitt/Magnum Photos

Abbas Cabeça de bronze do Presidente Saddam Hussein é exibida nas ruas após as tropas norteamericanas ocuparem a capital. Bagdá. Iraque. 2003. Imagem © A. Abbas/Magnum Photos

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03 Paixão

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“ Eu recomendo que você leia muita literatura e veja o menos possível as obras de outros fotógrafos. Trabalhe todos os dias mesmo sem comissões ou remuneração, trabalho. Trabalho para a experiência e não para os editores nem para os prêmios. Colabore com outras pessoas que não necessariamente fotógrafos, mas pessoas que você admira. A palavra chave para aprender é ‘participação’!” — Alex Majoli

Alex Majoli Paciente e cuidadora deitados ao sol. Praia de Leros. Leros. Ilhas Dodecanese Greece. 1994. Imagem © Alex Majoli/Magnum Photos

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“ Experimente tudo. Fotojornalismo, moda, retratos, nus, qualquer coisa. Você não saberá que tipo de fotógrafo você é, se não experimentar. Durante umas férias de verão (na faculdade) trabalhei para um fotógrafo de objetos cristãos evangélicos. Durante todo o dia, fotografávamos meias e escutávamos rádio cristã. Naquele verão, percebi que não era nem um fotógrafo de estúdio em um evangélico. Outro ano trabalhei para uma pequena cadeia de jornais suburbanos e fiquei bastante admirado ao perceber que gostava de fotografia comissionada. A diversão é importante. Você deve gostar do processo e do tema. Se você estiver chateado ou infeliz com o tema, isso vai transparecer nas fotos. Se no seu intimo você quer tirar fotos de gatinhos, então tire fotos de gatinhos.” — Alec Soth

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03 Paixão

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Alec Soth Esquerda Dormindo no Mississipi. Helena. Arkansas. EUA. 2002. Em cima Joshua, Prisão Estatal Angola. Dormindo no Mississipi. Louisiana. EUA. 2002. Imagens © Alec Soth/Magnum Photos

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02 Visão & Voz

03 Paixão

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“ O estudo e a teoria são úteis, mas você aprende mais fazendo. Tire muitas fotografias, se decepcione, tire mais fotos, aprimore suas habilidades, em seguida saia e interaja com o mundo.”

“ Estude fotografia, veja o que os bons fotógrafos conseguiram, mas aprenda com isso, não tente imitar a fotografia dessas pessoas.”

“ Nunca pensei que a fotografia fosse fácil. É como poesia, é fácil fazer algumas rimas, mas não é fácil fazer um bom poema.”

“ Fotografe coisas sobre as quais você realmente se importa, coisas que realmente lhe interessam, não coisas ás quais você se sinta obrigado a fotografar.” “ Seja aberto à critica - pode ser bastante útil - mas mantenha-se fiel aos seus valores fundamentais.”

“ Fotografe coisas da maneira que você acha certo, e não da forma que você pensa que deve fazer.”

— Chris Steele-Perkins

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04 Consistência

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Chris Steele-Perkins Blackpool. Inglaterra. 1982. Imagem © Chris Steele-Perkins/ Magnum Photos

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02 Visão & Voz

03 Paixão

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05 Risco

“ Entrei no mundo da fotografia quando tinha cerca de nove ou dez anos de idade, por causa de alguns livros que minha mãe tinha nas prateleiras inferiores de sua estante. Livros de Dorothea Lange, Chim, Lartigue e também The family of Man, The Best life (1973) e Wisconsin Death Trip [by Michael Lesy]. Eu os absorvi intensamente e sei que trouxe essas imagens comigo durante toda a minha vida, como as ‘impressões’ nas aves – o que você coloca junto deles quando eles nascem, eles assumem para sempre como sua mãe.

A foto de Chim de uma menina polonesa – provavelmente da mesma idade que eu tinha na época, que tinha crescido no campo de concentração e seu desenho de sua casa; A mãe migrante de Dorothea Lange; o livro ‘The Best of Life’ teve um grande impacto em mim. Lembrome claramente do prazer que sentia ao ver vezes sem conta as fotos de Avedom, com Marilyn pousando tentando imitar outras atrizes (apesar de não saber quem eram Avedom ou Marilyn Monroe). Fotografias de guerra, especialmente as fotos de McCullin no Vietnã, ficaram gravadas em meu cérebro, ainda mesmo sem ter consciência politica. Havia uma página de fotos em seu livro, que eu lembro especialmente. A primeira coluna mostra a fotografia com testemunha da passagem do tempo e da mudança.

A segunda coluna mostra o efeito da velocidade no rosto humano – tornando visível o invisível e muito estranho. E a terceira coluna era pura fantasia e diversão. Vejo essa página como a minha primeira aula de fotografia. Ela me ensinou que você é livre com uma câmera – você pode descrever o mundo, você pode inventar, parece não existir regras; a foto de um ananás tocando violoncelo está ótima. Wisconsin Death Trip foi responsável pela minha primeira consciência da morte e de sua inevitabilidade, e minha reação foi bastante literal: fotografar tudo o que era importante para mim, para que não desapareça para sempre e para que daqui a 100 anos as pessoas ainda se lembrem de nós. Foi quando pedi minha primeira câmera.” — Alessandra Sanguinetti

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Alessandra Sanguinetti O Colar. Buenos Aires. Argentina. 1999. Imagem © Alessandra Sanguinetti/ Magnum Photos

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01 Aprender

02 Visão & Voz

03 Paixão

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“ Estude os trabalhos de grandes fotógrafos como Henri CartierBresson e Andre Kertesz. Tente viajar para diferentes partes do mundo e compreenda a diversidade que existe no mundo em que vivemos.” — Hiroji Kubota

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03 Paixão

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Hiroji Kubota Quando visitei pela primeira vez a Fábrica Kim Chaek, a maior fábrica de ferragens da Coreia do Norte, em 1986, disseram-me que a fábrica tinham uma capacidade de produção anual de 2,5 milhões de toneladas. Não há forma de saber qual a sua capacidade hoje em dia. Frente ao portão principal da fábrica foi erguido um enorme painel representando o falecido presidente Kim II Sung, olhando para uma fornalha. Visitei vários lugares dentro da fábrica. Em conjunto com a neve que estava caindo, essa área marcou em mim uma imagem visual poderosa. Chongjin, Hamgyongbuk-do. Coreia do Norte. 1986. Imagem © Hiroji Kubota/Magnum Photos

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“ Tempo... Tudo se resume a tempo. Você necessita de bastante. Se você puder proporcinar a si mesmo esse bem tão precioso, então você está no caminho certo. Para além disso, bons sapatos, bastante empatia, otimismo e muitas baterias extra.” — Matt Stuart

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03 Paixão

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Matt Stuart New Bond Street. Londres. Inglaterra. 2006. Imagem © Matt Stuart/Magnum Photos

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02 Visão & Voz

03 Paixão

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“ Meu avô trocou alguns selos de fidelidade pela minha primeira câmera, quando eu tinha apenas oito anos de idade. Usei-a pela primeira vez numa visita escolar por Foxton Locks, parte do extravagante Grand Union Canal em Leicestershire, nas Midlands inglesas. Minha primeira foto foi tirada à minha professora, Miss Allen, em 1967. Não era uma foto particularmente lisonjeadora e não dava para deduzir o despertar de um grande talento. Talvez a escolha de Miss Allen como primeiro tema fosse um pedido de ajuda, um pacto entre nós de que ela iria cuidar de mim. Mas ela não o fez. Craig Smalley (o valentão da escola) tinha visto a câmera. Então, todas as outras fotos teriam de ser dele, e dele só. Me pergunto se ele ainda tem aquelas fotos. Obviamente, que depois de sair do laboratório onde meus pais levaram o filme, eu tive que entregar todas as fotos para ele. Eu disse ao meu avô; tinha que lhe explicar porque tinha apenas uma foto para lhe mostrar. Suponho que, em seguida ele tenha dito algo a meus pais, pois as ameaças do Smalley começaram a diminuir. Mas meu plano para narrar a viagem em doze fotos naufragou, e por causa disso parecia menos real. A fotografia era imediatamente evasiva, valiosa, difícil e desejável. Magnum Photos © 2017

Não ligo para o que aconteceu, nem nunca o fiz. Durante minha nervosa e tímida infância legendei meticulosamente todas as minhas fotos. Hoje eu imagino que estejam algures no sótão de meu pai, a espera de serem redescobertas num futuro doloroso mas inevitável. Lembro-me muito bem de em 1980, assistir a exposição do fotógrafo de guerra Don McCullin na V&A em Londres. Suas fotos tocaram-me profundamente – você teria de ter um coração de pedra para não se emocionar – e claramente também tocaram muitas outras pessoas. Algumas estavam em lágrimas. Na época, eu era estudante do terceiro ano de pintura e tinha mostrado pouco gosto pela fotografia. Mas agora, para um jovem acostumado a trabalhar todos os dias tentando obter uma resposta emocional com um pedaço de carvão, uma folha de papel e um modelo nu, o trabalho de McCullin foi uma revelação. Eu sabia que Rothko poderia tocar as pessoas, se você estiver na mentalidade certa e você tiver tempo para dedicar à sua pintura, mas essas fotografias eram tão poderosas. Elas comunicam. Gostei dessa democracia. Decidi me tornar fotógrafo, embora não soubesse como o fazer.” — Mark Power 20

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02 Visão & Voz

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Mark Power A Morte do Papa João Paulo II. O funeral do Papa transmitido em grandes telas de vídeo, em direto do Vaticano. Varsóvia. Polónia. Abril 2005. Imagem © Mark Power/Magnum Photos

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03 Paixão

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“ Quando eu era adolescente, meu irmão mais velho que amava fotografia, foi presenteado com um ampliador de madeira artesanal chamado Imperator e uma Rolleiflex de nosso tio. O meu irmão me levou a um clube de fotografia chamado Les 30×40 (referido-se ao tamanho dos prints). Uma vez por mês, alguns fãs de fotografia encontravam-se em Paris para falar sobre suas experiências, seu conhecimento e amor pela fotografia. Havia um individuo, muito antiquado, que vivia sozinho com sua velha mãe e que era historiador de arte especializado em fotografia. Todos os meses ele preparava uma palestra sobre um grande fotógrafo. Foi assim que descobri os grandes mestres da fotografia. Alguns deles foram mesmo convidados – um dia ele apresentou Diane Arbus. Esta foi talvez a primeira vez que fiquei realmente entusiasmado e até mesmo ‘tocado’ pela fotografia. Mais tarde, meu irmão desistiu da fotografia – meus pais não o deixaram continuar e quiseram que ele tivesse um emprego ‘de verdade’ – e eu tive de lutar contra eles para me tornar fotógrafo.” — Patrick Zachmann

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Imagem © Alec Soth/Magnum Photos 23

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03 Paixão

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“ Você deve ter algo a ‘dizer’. Você deve ser brutalmente honesto consigo próprio sobre isso. Pense em história, politica, ciência, literatura, musica cinema e antropologia. Que influencia uma disciplina tem sobre a outra? O que faz os seres humanos reagirem? Hoje em dia, com todo o mundo sendo capaz de fazer facilmente fotos tecnicamente perfeitas apenas com um telefone celular, você precisa ser um autor. Trata-se de autoria, autoria e autoria. Muitos jovens fotógrafos vêm até mim e me dizem que sua motivação para ser fotógrafo é ‘viajar pelo mundo’ ou ‘fazer nome’ por si mesmos. Em minha opinião, essas são respostas erradas. São incidentes colaterais ou talvez mesmo as desvantagens de ser fotógrafo. Sem ter ideias tangíveis, pensamentos, sentimentos e algo quase literário para contribuir para a discussão, o fotógrafo de hoje se perderá no mar da mediocridade.

Hoje, a fotografia é claramente uma linguagem. Como acontece em qualquer língua, é necessário saber soletrar e escrever uma frase gramaticalmente correta. Mas acima de tudo, os fotógrafos emergentes de hoje precisam ser artesãos visuais quer com um didático claro ou um imperativo esotérico. Seja um poeta, não um escritor técnico. Para falar de forma simples, encontre um projecto pessoal próximo de seu coração. Dê a si mesmo o projeto que você gostaria que alguém desse para você. Lembre-se, você e somente você controlará seu destino. Acredite nisso, saiba-o e diga-o.” — David Alan Harvey

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David Alan Harvey Muro de Berlim. Hanover. Alemanha. 1989. Imagem © David Alan Harvey/Magnum Photos.

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“ Minhas fotos favoritas sempre foram as mais complexas, imagens que fazem perguntas e expõem problemas, mas deixam as respostas e as soluções para o espetador. São imagens com uma vida longa em evolução, em que a fotografia pode transcender o assunto e tornar-se no assunto. No centro do poder dessas imagens está uma das qualidades mais valiosas e exclusivas da fotografia, a credibilidade: esse momento preservado em papel é verdadeiro e inalterado, aconteceu e não voltará a acontecer outra vez.

O fluxo de pessoas em cena, mudando suas relações uns com os outros e com seu ambiente, e suas expressões e movimentos em constante mudança, proporcionam ao fotógrafo opções ilimitadas sobre quando pressionar o botão. Ao escolher um cruzamento preciso entre o sujeito e o momento, ele pode transformar o comum em extraordinário e o real em surreal.” — Constantine Manos

Em minha busca de fotografias, finalmente percebi que as melhores fotos são surpresas, imagens que eu inconscientemente procuro mas não reconheço até ao momento em que aparecem. São momentos incríveis num tipo de fotografia que pode ser frustrante e imprevisível, com a fotografia muitas vezes estragada por algo tão pequeno como o olhar momentâneo do assunto para a câmera. Quando me aproximo das pessoas, prefiro observar a ser observado, considero a presença humana, até mesmo uma sombra humana como o elemento mais importante de minhas fotos.

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Constantine Manos Florida. EUA. 1997. Imagem © Constantine Manos/Magnum Photos

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Constantine Manos Jogando na praça. Elounta. Creta. Grécia.1964. Imagem © Constantine Manos/ Magnum Photos.

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“ Só fiquei verdadeiramente entusiasmado com a fotografia no meu segundo ano do ensino médio (embora tenha aprendido técnicas fotográficas com meu pai muito mais cedo). Eu brincava de fazer pequenos filmes (extremamente ruins), usando amigos e familiares como atores, e rapidamente percebi que não queria trabalhar com muita gente. Queria trabalhar sozinho. Comecei a fotografar nas ruas de Brattleboro, Vermont, perto da escola que frequentava, e em Boston, onde minha família morava. Descobri a fotografia de rua. Tenho feito isso desde então.” — Alex Webb

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Alex Webb Saltando. Boquillas (Fronteira). MÉXICO. 1979. Imagem © Alex Webb/Magnum Photos.

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“ Seja você mesmo e olhe para fora de si mesmo” — Larry Towell

Larry Towell Uma criança árabe e um soldado israelense depois de uma manifestação de colonos israelenses que marchavam pelo bairro árabe de Jerusalém Oriental. Eles protestavam contra a assinatura dos acordos de paz entre israelenses e palestinos. Jerusalem Oriental. Israel. 1993. Imagem © Larry Towell/Magnum Photos

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“ Nunca pare de se divertir. Tente não ‘procurar’ fotografias, mantenha a mente aberta e deixe-se guiar pelo que cruza seu caminho. Trabalhe em direção a um objetivo – livro, exposição – mas mais importante, trabalhe para encontrar a sua própria voz, o seu tema e utilização. Aceite o fato de que seu trabalho é uma expressão de si mesmo do que daquilo que você representa. Tente manter esse equilíbrio, sem fotografar seus próprios pés! Por outras palavras, tente transformar a sua experiência pessoal em uma experiência coletiva. É mais do que possível e eu acho que é a chave para procurar qualquer forma de arte. Estude o livro Waffenruhe de Michael Schmidt. Estude os grandes fotógrafos, faça-o com prazer. Comece no inicio, olhe para os primeiros fotógrafos americanos, alemães, franceses e para artistas que usaram a fotografia na década de 60, como Ruscha etc. Não fique preso na teoria, mas respeite-a, leia o livro Photography de Robert Adams na verdade leia as obras de Robert Adams em geral e você vai aprender muito. Leia literatura, especialmente clássicos russos e franceses e os americanos modernos (e irlandeses como Joyce).

A literatura de viagem tem se tornado uma forma de arte. Em termos de descrição e representação, é muito semelhante à fotografia. Não confie no estilo só por si, se você tem o seu próprio tema você pode adotar estilos de outras pessoas caso isso o ajude e vice-versa, se fotografar algo que todos já tenham fotografado, então adote um estilo, uma forma de execução que seja apenas sua. Eventualmente você conseguirá ter ambos: a sua voz virá ao de cima, mas poderá demorar algum tempo até que isso se realize. Leia o livro How You Look at It, contém ensaios importantes que o vão ajudar. Tente sempre ser honesto consigo mesmo. Por exemplo, a ideia de ser um fotógrafo é mais empolgante do que a fotografia em si? Se isso for verdade, pense em seguir a carreira de ator. Se você realmente ama a fotografia não desista. Compreenda e aprecie o facto de que a fotografia é um meio único. Respeite e trabalhe dentro das limitações da fotografia e você irá bem mais longe.” — Donovan Wylie

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Donovan Wylie Sterile, Fase 1. A Prisão Maze. Irlanda do Norte. 2003. Imagem © Donovan Wylie/Magnum Photos.

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03 Paixão

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“ Seja você mesmo, acorde cedo e não quebre a cabeça, porque o que está tentando sair, acabará por sair sem esforço. Aprenda a confiar em seus instintos e não se preocupe com o que os outros vão pensar ou com a técnica. Trabalhe duro, mas divirta-se.” — Peter Marlow

“ Seja sempre critico, questione as convenções fotográficas, e reflita sobre a sua posição e intenções como artista.”

“ Acredito que a fotografia – como muitas outras coisas que fazemos na vida – é a expressão exacta do que você está sentindo em um determinado momento. Cada vez que você clicar e soltar o botão do obturador, está dando voz a seus pensamentos e suas opiniões sobre o mundo à sua volta. Assim, além de paciência (a fotografia é um meio complexo, uma voz que é desenvolvida ao longo do tempo), perseverança e humildade ao interagir com os outros, eu recomendaria trabalhar para se tornar um indivíduo mais adulto e mais informado, um cidadão mais educado e empenhado. Isso permitirá uma compreensão mais profunda e complexa do mundo ao seu redor, e, por fim, uma fotografia mais rica e mais eloqüente.” — Paolo Pellegrin

— Max Pinckers

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Peter Marlow Festival da fogueira em Shingu-Koza-Kamikura, 2000 homens correm pela montanha abaixo com tochas em chamas e vestidos de branco, em celebração da “masculinidade”, não são permitidas mulheres nas montanhas. Prefeitura de Wakayama. Japão. 1998. Imagem © Peter Marlow/Magnum Photos.

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“ Fotografe o que está mais próximo de você e as coisas que você gosta e que lhe interessam. Torne todo o processo divertido e o menos difícil possível.” — Trent Parke

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Trent Parke Um homem parado se abriga sob os toldos na esquina da Rua George & Market. Sua gravata jogada por cima do ombro, ele acaba de correr na chuvade uma tempestade em Sidney. Chuva de verão. Extraído de Dream/Life series. Sidney. Australia. 1998. Imagem © Trent Parke/Magnum Photos

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“ Esqueça a profissão de fotógrafo. Primeiro seja um fotógrafo e talvez a profissão venha mais tarde. Não tenha pressa em pagar seu aluguel com sua câmera. Jimi Hendrix, não decidiu fazer carreira como músico profissional quando aprendeu a tocar guitarra. Ele adorava tocar música e criou algo bonito, depois isso se tornou em sua profissão. Larry Towell, por exemplo, não era um fotógrafo ‘profissional’ até ser um fotógrafo ‘famoso’. Faça as fotos que você se sente compelido a fazer e talvez isso o leve a uma carreira. Mas caso você tente fazer carreira primeiro, vai estar fazendo fotos horrendas das quais você não vai gostar.” — Christopher Anderson

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Christopher Anderson Reflexo na janela em Altamira. Caracas. Venezuela. 2006. Imagem © Christopher Anderson/Magnum Photos.

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“ Veja você mesmo. Não copie ninguém.” — Harry Gruyaert

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Harry Gruyaert Baía do rio Somme. Departamento de Somme. Fort Mahon. Região da Picardia. França. 1991. Imagem © Harry Gruyaert/Magnum Photos.

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“ Tente viver algo intenso – em casa, no estrangeiro, não importa. Tem de ter paixão. E assim que você saiba o básico esqueça a técnica.” — Thomas Dworzak

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Thomas Dworzak Garota com balões. Destruição do centro da cidade. Nada foi reconstruído desde as duas guerras. Grozny, Tchetchênia. RÚSSIA. Março 2002. Imagem © Thomas Dworzak/ Magnum Photos.

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“ Encontre algo que lhe desperte paixão e dispare em direção a essa obsessão com elegância e terá um projeto potencialmente fantástico.” — Martin Parr

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Martin Parr Esquerda De ‘Senso Comum’. Benidorm. Espanha.1997. En cima De ‘Senso Comum’. Países Baixos.1997. Imagens © Martin Parr/ Magnum Photos.

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“ Fiquei entusiasmado com a fotografia no primeiro dia em que peguei uma câmera. No entanto, isso só aconteceu quando tinha 20 anos. Percebi de imediato que tinha uma desculpa para estar em qualquer lugar olhando com admiração; A câmera me deu algo para esconder minha timidez. O acto de apontar a objetiva a outro ser humano é assustador. No entanto, esclarecer o que se desenrola diante de nós pode dar imenso prazer. Tenho tido uma vida maravilhosa.” — David Hurn

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David Hurn Os Beatles nos Estúdios de Abbey Road, onde muitos dos seus famosos discos foram gravados, Examinando o guião do filme ‘A Hard Days Night’. Londres. Inglaterra. 1964. Imagem © David Hurn/Magnum Photos.

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“ Em 1966, quando imprimi minha primeira foto e vi ela sair, fiquei viciado em fotógrafia. Era a foto de um pequeno esquilo!” — Bruce Gilden

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“ Vá fundo, siga seus instintos e confie em sua curiosidade.” — Susan Meiselas

Susan Meiselas Sandinistas junto aos muros da sede da Guardia Nacional de Estelí. Estelí. Nicaragua. 1979. Imagem © Susan Meiselas/Magnum Photos.

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“ Se você quer ser fotógrafo, você tem de fotografar. Se você olhar para os trabalhos de fotógrafos que você admira, verá que eles encontraram um lugar ou um assunto em particular, e em seguida, cavaram fundo e arrancaram dele algo especial. É preciso muita dedicação, paixão e trabalho.” — Steve McCurry

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02 Visão & Voz

03 Paixão

04 Consistência

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Steve McCurry Esquerda Peshawar. Paquistão. 2002. Direita Monge no Templo de Jokhang. Lhasa. Tibete. 2000. Imagens © Steve McCurry/Magnum Photos

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“ Trabalhe num projeto durante um longo tempo. E continue a trabalhar nele durante as várias fases de aprendizagem, mesmo que ele lhe pareça concluído. Essa é a única maneira de realmente entender aquelas que eu julgo serem as principais lições sobre narrações e como combinar imagens.” — Mikhael Subotzky

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Mikhael Subotzky Em cima A lixeira de Beaufort West. Beaufort West. África do Sul. 2006. Direita Samuel, Lixeira de Beaufort West. Beaufort West. África do Sul. 2006. Oposto Toda a família Mallies sobrevive da exploração sexual de Michelle e da aposentadoria de invalidez de seu pai. Beaufort West. África do Sul. 2006. Imagens © Mikhael Subotzky/Magnum Photos

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“ Jogue-se de um penhasco, no sentido figurativo. A fotografia é uma linguagem. Pense sobre como você a pode usar para falar. O que lhe interessa? Que perguntas você quer fazer? Agora vá em frente, e comece a falar sobre esse tema, usando a fotografia. Crie uma obra sobre esse tema.” — Jonas Bendiksen

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Jonas Bendiksen Habitantes coletando pedaços de um veículo espacial despenhado, cercados por milhares de borboletas brancas. Os ambientalistas temem pelo futuro da região devido ao combustível tóxico do veículo. República de Altaí. Rússia. 2000. Imagem © Jonas Bendiksen/Magnum Photos.

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“ Cometa seus próprios erros. Você precisa ter sua própria experiência e ninguém pode realmente lhe dizer o que fazer.” — Sohrab Hura

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Magnum Photography Awards

A LensCulture e a Magnum têm o prazer de anunciar a segunda edição do concurso anual Magnum Photography Awards. Incentivamos fotógrafos de todos os níveis, de todas as idades e de todas as culturas a participar nesta celebração mundial da fotografia. Durante o concurso, nosso parceiro oficial de mídia, BBC Culture, irá compartilhar os melhores trabalhos apresentados durante o concurso junto de sua audiência mundial de 3.5 milhões. Todos os Vencedores, Finalistas e Escolhas dos Jurados serão exibidos digitalmente na The Photographers’ Gallery em Londres. As categorias incluem: Documental, Belas Artes, Livre, Retrato, Rua e Fotojornalismo. Participe Agora Magnum Photos © 2017

Magnum Education

Magnum Photos continua o seu compromisso para com a próxima geração de narradores de histórias visuais independentes de todo o mundo, ao adicionar um novo hub com conteúdos educativos em sua plataforma editorial on-line. Visite magnumphotos.com/magnum-education e tenha acesso a uma vasta gama de recursos práticos e teóricos que contribuem para o desenvolvimento das capacidades de todos os fotógrafos. Brevemente, Magnum Photos Online Education!