Angela
Rolim
noturnos sĂŠries
c o b r a d’á g u a 2018/2019
Durante o verão na serra, uma forte condensação preenche os vales em razão da grande umidade. Antes mesmo do amanhecer, uma nuvem branca viva está alinhada entre as árvores. Presa no vácuo. Quase um fenômeno do espírito. Ela se move suavemente com o vento deslizando como uma cobra buscando o sol. Esse registro, em breves sequências, feito entre 2018 e 2019, traz memórias que sobrepassam esse desenhado.
busca do desconhecido 2016
Sair em busca do desconhecido permitiu que novas investigações na fotografia ampliassem meus conhecimentos da caixa preta. Sustentassem melhor perguntas e respostas sobre a imagem capturada. E perceber exatamente o instante do espontâneo e o inesperado através da câmera pinhole.
muito breve 2020
Por um instante muito breve, a sombra faz imagens. Faz também do chão o seu suporte. Improváveis raios de sombra. Sombras ou os raios umbrosos de Leonardo Da Vinci, parte de uma de minhas pesquisas, são raios geradores de sombras. O estudo das sombras e sua representação atravessa a humanidade. A herança do chiaroscuro não fica limitada à pintura renascentista mas percorre as mais diversas técnicas e formas de expressão de arte. A gravura e a fotografia tem no escuro, no negro, se não sua essência, a sua força e muito de sua verdade.
IMAGENS
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imagens rarefeitas sĂŠrie pinholes
No silêncio existe um contentamento. Uma ponte entre o mundo rarefeito e a inquietação da imagem que está por vir. É possível dizer que a percepção de aprofundamento, de quietude é mais ostensiva na fotografia pinhole. Tudo acontece mais direto e mais próximo da criação.
sinta o vento 2014
natureza morta 2017
construção da paisagem 2014
Há algum tempo tenho pensado em uma narrativa que não seja puramente simbólica nem tenha somente o rigor histórico. Contemplar paisagens em formatos contínuos, como imagens animadas, induz à criação de uma história. O mecanismo de uma câmera pinhole que produz essas paisagens não formais simula sonhos, mostra fotogramas, imagens sobrepostas, cortadas, dissolvidas pela luz e reapresentadas pela cor. Ao movimento ilusório em uma paisagem real agrego uma narrativa histórica: a tapeçaria de Bayeux. Um maravilhoso trabalho bordado em linho e lã, do século XI. Em movimentos convergentes, minhas paisagens asseguram e estabelecem essa relação documental.
Trabalho com gravura em metal e fotografia voltada para processos alternativos e pinhole. Participo de exposições no Brasil e no exterior e possuo obras em coleções particulares e institucionais. Vivo no Rio de Janeiro. Desde 1997 coordeno o Ateliê de Gravura Projeto Impresso
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angelarolim@yahoo.com #projetoimpressoo #angelabeatrizrolim