Quadro negro

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“sou e sempre fui o verdadeiro proprietário da empresa valor construtora e serviços ambientais ltda., embora nunca tenha figurado formalmente em seu quadro societário. eu tive uma empresa anterior chamada egc construtora de obras ltda., que estava em processo de recuperação judicial e teve a falência decretada em 2014. cursei faculdade de engenharia civil, mas não cheguei a concluir o curso. criei a valor no ano de 2011, sendo que inicialmente ela tinha por objeto apenas a locação de máquinas e equipamentos para terceiros. as primeiras pessoas a figurarem no quadro societário foram meu irmão rogério lopes de souza, o advogado rodrigo césar nasser vidal e edoardo dávila de paula. a ideia de criação da valor como empresa de locação foi do contador amauri, que trabalhava comigo na egc. o rodrigo nasser também trabalhou comigo na egc, como uma espécie de gerente, e foi ele quem propôs a realização do pedido de recuperação judicial. o edoardo era meio que parceiro do amauri, e entrou na sociedade no lugar dele, acho que porque o amauri tinha alguma restrição. meu irmão rogério me “representava”, já que eu não queria figurar formalmente como proprietário. a empresa foi constituída sem patrimônio próprio. quando foi locado um escritório, eu peguei alguns móveis antigos da egc e coloquei lá. a primeira funcionária da valor foi a tatiane de souza, que também trabalhou na egc. eu pagava o aluguel do escritório e às vezes pegava dinheiro emprestado com meu irmão rogério para essa finalidade, mas logo depois eu o ressarcia. às vezes ele me emprestava um dinheiro também quando a valor precisava prestar algum seguro-garantia. eu não lembro se o rogério fez algum empréstimo de maior valor numa única oportunidade para mim. cerca de seis meses após formalizado o contrato social, o rodrigo e o edoardo pediram para sair da empresa, que não estava indo para a frente e eles não tinham dinheiro para colocar no negócio. até então a valor não tinha firmado qualquer contrato com terceiros. no lugar deles eu coloquei o ivanildo de souza, que era um motorista da egc. eu o coloquei porque tinha que ter um sócio para o rogério. alguns meses depois eu descobri que o ivanildo tinha usado caminhões da egc sem minha autorização, para prestar serviço para uma empresa que tinha contratos com a companhia de saneamento do paraná - sanepar. em razão disso eu decidi tirálo da sociedade. pela valor ele tinha conseguido duas contratações diretas com a sanepar. o que tem de pagamento da sanepar para a valor é coisa do ivanildo.


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