Xylon - Ed.06

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Nº6

FOCUS

A FORÇA DA MARCA — As exportações de mobiliário made in Portugal não param de aumentar. Um filão de sucesso que bate recordes. O segredo? A qualidade gera valor. Fique a par do que está a mudar.



RESPOSTA ÀS QUESTÕES DO NÚMERO ANTERIOR

1. Penso que a inovação é o motor de crescimento de qualquer setor e o fator que irá permitir às empresas contornar a crise económica. Só com inovação é que conseguimos dar outras finalidades a produtos tradicionais. E o caso da cortiça não é exceção. Vejase na moda, em que já existem estilistas nacionais e internacionais a fazerem peças em cortiça, como carteiras e calçado. Acredito que devemos explorar o nosso potencial, já que somos bons produtores de matéria-prima e usá-la em outros objetos, como já fazem marcas como a Mercedes ou a Prada. ELISA SOARES

2. A cortiça está cada vez mais presente na construção e mobiliário, fruto da inovação. Recordo-me que o Pavilhão de Portugal da Expo Xangai foi um sucesso. A cortiça é um dos melhores isolantes que temos, pelo que devemos investir mais na diversificação da sua produção. Até porque acredito que a aceitação das pessoas é muito boa. Lembro-me que no caso das rolhas, a maioria dos produtores prefere as de cortiça pois são as melhores para preservar a qualidade do vinho. Tal como muitos empreiteiros já usam este material na construção das habitações, pois é bastante durável. Sem dúvida que a inovação nos atuais setores e a inclusão da cortiça noutros vai trazer maiores ganhos para o setor. João Macedo

Desmistificar o conceito de marca Marca empresarial é um tipo de estratégia de marketing que se concentra em capitalizar a reputação e a identidade da empresa-mãe que está a produzir o produto. O nome da empresa geralmente aparece com destaque. Mesmo as pequenas empresas podem criar um negócio ou marca, corporativo, especialmente em locais onde eles têm um nicho específico. Nesta edição, as marcas estão em evidência. O tema central baseia-se na questão que colocamos a todos os leitores: marca cooperativa ou marca empresarial? A marca é o maior património de uma empresa, já que lhe confere singularidade no mercado e contribui para diferenciá-la, competitivamente, de outras concorrentes. Ela está relacionada com os produtos, mas tem a capacidade de não se confundir com estes e estar veiculada aos valores que o consumidor a ela agrega, por várias razões. A marca cooperativa assume uma outra dimensão. Aqui não é uma empresa ou um indivíduo que concorrem sozinhos no mercado, mas sim um conjunto de entidades que se unem para criar uma única marca, mais forte e sustentada. Será que este conceito faz mais sentido face à atual situação económica que o anteriormente referido? Essa e outras questões são debatidas ao longo de uma edição muito especial, que abre as portas ao mundo da comunicação empresarial. Eis o desafio que colocamos aos nossos leitores esta edição:

Marca cooperativa ou marca empresarial. Quais as vantagens? ENVIE AS SUAS MENSAGENS PARA O SEGUINTE ENDEREÇO:

comunicacao@aimmp.pt ATÉ BREVE!

REVISTA Nº6

PROPRIEDADE aimmp Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal Rua Álvares Cabral nº 281 4050-041 Porto Tel: 223 394 200 · Fax: 223 394 210

_ os artigos publicados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

PRESIDENTE DA DIREÇÃO Victor Poças COMISSÃO EXECUTIVA Joana Nunes TIRAGEM 5.000 exemplares EXPEDIÇÃO Nacional

Produção Editorial www.comunicare.pt

Diretor Geral Daniel Mota DEPARTAMENTO editorial Manuela bártolo Patrícia alves Tavares carla marques Design Gráfico Bruno Tavares Patrícia Ferreira

correiodoleitor

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24 FOCUS

‘Sou a favor da economia induzida’ Apaixonado pelo uso da madeira, o novo Presidente da AIMMP, Vitor Poças, revela em entrevista os grandes desafios de gestão do sector. Desde a organização do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, ao lançamento de novos projectos na área de internacionalização da marca Associative Design, muitas são as questões em destaque. Não perca!

32 Criar inovação

AS CARAS DO NEGÓCIO

José Pequeno, da dst, s.a, criador da ttt, é o entrevistado do mês. A sua empresa foi responsável pela casa transportável, criada em parceria com a Universidade do Minho e que atraiu as atenções quando esteve no Pavilhão de Portugal na exposição mundial de Xangai

36 Fenabel e Irmãos Craveiro ‘dão cartas’

Empresas

Fenabel e Irmãos Craveiro são as empresas retratadas neste número. Dois casos de sucesso no mundo do mobiliário, sendo que a Fenabel tem alcançado importantes ganhos no plano internacional, ao ver alguns dos seus produtos premiados

50 Potencialidades dos compósitos de madeira

Novo Ângulo

Os compósitos de madeira são uma alternativa economicamente viável para a produção de diversos materiais. Além de ser uma boa forma de reciclagem, estas matérias são reaproveitadas para blocos na construção civil, placas para revestimentos verticais e forros, entre outros.

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NOVO ÂNGULO

Revista “Wired” destaca mobiliário de cortiça nacional


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Economia & Gestão

Melhor eficiência energética

A energia, ou a sua eficiência, está crescentemente no topo das preocupações das empresas e da sua gestão. A Xylon revela as conclusões de um plano elaborado para auxiliar estratégias setoriais indutoras da implementação de medidas de melhoria da eficiência nas PME com consumo energéticos anuais entre 250 a 500 tep

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Feiras & Tendências

Caderno de TendênciaS

40 Madeira & Mobiliário

Internacionalização do mobiliário português O mercado do mobiliário está em alta, apesar da crise e da retração do consumo interno. As empresas estão a investir crescentemente na sua internacionalização e na entrada em mercados emergentes. Razões que contribuem para um superavit comercial com o exterior

As principais tendências urbanas, que promovem uma consciência social e cultural no âmbito das necessidades de um consumidor, cada vez mais, transversal. Nesta edição, António Cruz Rodrigues, CEO da Modus Design, apresenta os conceitos de manufacturing e lifelike.

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Primeiro Plano

Praga do Nemátodo do Pinheiro

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Certificação internacional Oito técnicos da Valorsul receberam uma certificação internacional pela ISWA - the International Solid Waste Association, ao abrigo do programa International Waste Manager, juntando-se assim aos 13 que já a tinham alcançado. Trata-se de uma certificação reconhecida internacionalmente, dirigida a profissionais ligados à gestão de resíduos. “Em Portugal, os técnicos da Valorsul são os únicos técnicos certificados através desta iniciativa, não havendo uma certificação similar deste tipo no país”, referem dirigentes da própria empresa. O Programa International Waste Manager visa certificar conhecimentos e competências dos profissionais da área da gestão de resíduos, com base na sua experiência profissional e conhecimentos académicos. Existem quatro níveis de certificação - técnica, intermédia, avançada e internacional - sendo que dos 21 profissionais certificados, 7 obtiveram o nível máximo, desde que, em 2009, a Valorsul proporcionou aos seus colaboradores a oportunidade de obterem a certificação. “Para a Valorsul, esta é uma forma de proporcionar aos colaboradores, por um lado, a oportunidade de desenvolverem as suas competências técnicas e, por outro, de lhes dar as ferramentas que lhes permitam desenvolver a sua carreira, ao mesmo tempo que são eles próprios motores de desenvolvimento e inovação na empresa”, afirmam responsáveis da Valorsul.

China e Brasil desenvolvem aplicações para bambu A ministra brasileira, Marina Silva afirmou durante um encontro com a presidente da Academia Chinesa de Florestas, Jiang Zehui, que o Ministério do Meio Ambiente está a trabalhar para que o Brasil se associe ao Instituto Internacional do Bambu e Rattan (Inbar), com sede na China. De acordo com a ministra essa associação poderia ajudar o País a desenvolver pesquisas e usos para as espécies nativas brasileiras. “Com novas aplicações para o bambu, seria possível reduzir a busca por certos tipos de madeira”, disse. As espécies desta planta são usadas para os mais variados fins, de material de construção a instrumentos musicais e palitos de fósforo. No Brasil, o potencial do bambu ainda é pouco explorado em comparação com os usos que se fazem em outros países, como China e Índia. Em janeiro de 2003 o Ibama assinou uma Carta de Intenções com a Academia Chinesa de Florestas e desenvolveu uma proposta para a implementação de um Programa Brasileiro do Bambu. Segundo um relatório das Nações Unidas, divulgado em março do ano passado, até metade das 1,2 mil espécies de bambu do planeta, incluindo um tipo brasileiro, corre risco de extinção. O Brasil é o país com maior número de tipos de bambu da América Latina, com mais de 130 espécies. O relatório também destaca a importância da planta como alimento e abrigo para várias espécies. O caso mais grave é o do urso panda, que se alimenta apenas de bambu. Cerca de 5% dos pássaros que vivem na Amazónia dependeriam do bambu para sobreviver e, na Mata Atlântica, 36 espécies são diretamente ligadas à planta.


Protocolo de Quioto No âmbito do Protocolo de Quioto e no seio da União Europeia, Portugal assumiu o compromisso de não ultrapassar as emissões de gases com efeito de estufa em 27% no período de 2008-2012, face às emissões registadas em 1990. O Sistema de Informação CumprirQuioto.pt permite antever o cumprimento nacional do Protocolo de Quioto, e apoiar a decisão em matéria de políticas públicas de mitigação de gases com efeito de estufa em Portugal. CumprirQuioto.pt [Versão 1.01] suporta-se em dados sobre a implementação das políticas e medidas sectoriais de mitigação, em estimativas de emissões de gases com efeito de estufa para o período 2008-2012, e em informação sobre a actividade do Fundo Português de Carbono. A informação relativa a políticas e medidas sectoriais é da responsabilidade dos respectivos sectores de política pública. As metodologias usadas para o cálculo dos indicadores de execução das políticas e medidas sectoriais, e do seu impacte na eficácia ambiental esperada foram validadas pelos respectivos sectores de política pública. Indicador de Cumprimento de Quioto Actualmente, estima-se que, no período de cumprimento do Protocolo de Quioto: 2008-2012, Portugal esteja 0% acima da quantidade que lhe foi atribuída, o que equivale a emitir mais 1,21 Mt CO2e do que o tecto de emissões de gases com efeito de estufa estabelecido. No quadro Europeu de partilha de responsabilidade, Portugal dispõe de 381.937.527 t CO2e de unidades de Quantidade Atribuída para o período de cumprimento do Protocolo de Quioto 2008-2012, o que equivale a um aumento de 27% das emissões registadas em 1990. Para atingir o cumprimento nacional, Portugal dispõe de 3 instrumentos: -Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) que integra um conjunto de políticas e medidas públicas sectoriais de mitigação de gases com efeito de estufa, -Comércio Europeu de Licenças de Emissão (PNALE II) que impõe tectos às emissões de CO2 a um conjunto de instalações industriais, -Fundo Português de Carbono que promove a aquisição de unidades de cumprimento no âmbito dos Mecanismos de Flexibilidade do Protocolo de Quioto, bem como a redução adicional de emissões de gases com efeito de estufa através de projectos domésticos.

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Resíduos - gestão subterrânea A utilização do subsolo é, para a International Solid Waste Association, um factor chave para o desenvolvimento sustentável, nomeadamente nas áreas urbanas. O tema foi, de resto, objecto de um relatório publicado pela associação. Segundo esse documento, a ISWA estima que, só na área do desperdício alimentar o crescimento será de 45 por cento num período compreendido entre 2005 e 2025. Os sistemas subterrâneos podem funcionar apenas a partir de pontos de recolha semi-enterrados ou incorporar sistemas de sucção subterrânea, cujos resíduos são transportados para uma unidade centralizada que depois faz a sua gestão. Segundo a associação, a vantagem dos contentores semi-enterrados passa por ter mais capacidade de armazenamento do que os contentores tradicionais; a possibilidade de compactar os resíduos; minorar a poluição visual e aumentar o controlo sobre problemas bacterianos ou de odor,

assim como mais eficazes na prevenção de actos de vandalismo. Contas feitas, o sistema pode reduzir o custo de gestão do serviço entre cinco a 30 por cento. Já no caso dos temas de sucção subterrânea, o investimento inicial poderá ser substancialmente mais elevado que um sistema tradicional (entre 30 a 50 por cento), mas a redução dos custos de operação faz com que esta opção seja economicamente viável. A ISWA estima que os novos desenvolvimentos tecnológicos esperados na área da sucção subterrânea venham expandir a aplicabilidade destes sistemas num futuro próximo. As tendências de futuro na gestão de resíduos, identificadas pela associação, passam pelo desenvolvimento da construção de túneis multiusos, apostar na eficiência energética ligada às diferentes opções de recolha para fracções especiais de resíduos; intensificação do sistema Pay as You Throw e políticas de separação de resíduos.

Produção de pauzinhos descartáveis ‘mata’ florestas chinesas Os números são assustadores: a procura da China pelos pauzinhos de madeira descartáveis para comer aumentou em quase 30 mil milhões nos últimos anos. Uma estimativa anterior da Administração Florestal chinesa, baseada em estatísticas de 2004 a 2009, tinha colocado a produção anual em 57 mil milhões de pauzinhos, mas não será bem assim. De acordo com Bai Guangxin, presidente do Grupo de Indústria Florestal de Jilin, a China produz 80 mil milhões de pauzinhos descartáveis por ano. Ele estima que seriam necessárias 20 milhões de árvores com 20 anos de idade para cobrir a produção anual do país. A antiga necessidade tornou-se numa ameaça às florestas do país e as consequências desta produção, como a desflorestação, têm suscitado acções de protesto por parte de alguns grupos ambientalistas. Em 2010, a Greenpeace East Asia, em parceria com o artista chinês Yinhai Xu, criou uma floresta feita de pauzinhos num espaço público para alertar a população do fenómeno. Bai revelou que o governo chinês também começou a agir, introduzindo políticas que limitem o fabrico dos utensílios. As acções variam de um imposto de 5% cobrado em 2006 sobre os pauzinhos a um aviso em 2010 de potenciais regulamentos governamentais para as empresas que não conseguem controlar a sua produção. A china pretende aumentar a sua cobertura florestal para 40 milhões de hectares antes de 2020, mas o aumento da produção destes objectos pode dificultar esse objetivo. “Devemos mudar os nossos hábitos de consumo e incentivar as pessoas a transportar os seus próprios utensílios de mesa”, recomenda Bai.


Investigadora quer plantar 100 mil árvores no Grande Porto Marta Pinto, investigadora da Universidade Católica, é a promotora do projecto Futuro, que já plantou 19 mil árvores em 20 locais da Área Metropolitana do Porto e quer chegar às 100 mil plantações. O projecto foi um dos três finalistas da 4ª edição do Prémio Terre de Femmes, promovido pela marca francesa de cosméticos Yves Rocher. “[Quero] implementar, plantar e cuidar de florestas urbanas nativas, ou seja, espécies que são naturais do nosso território, com as pessoas e para as pessoas”, revelou a investigadora à Lusa. As 19 mil árvores já plantadas foram colocadas em 13 dos 16 municípios do Grande Porto, sobretudo ao lado de rios, parques urbanos e áreas de monte dispersas no território. O rio Leça e a Serra de Santa Justa, no Porto, foram dois dos locais. “É fundamental criar florestas nativas para ter uma melhor qualidade do ar e da água, ter nutrientes adequados no solo e menos carbono na atmosfera”, continuou a responsável. Sobreiros, carvalhos, freixos, ulmeiros, azevinhos e medronheiros são algumas das vinte espécies que serão plantadas na Área Metropolitana do Porto, cada uma delas adaptada a um local específico. O projecto Futuro é promovido pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, em conjunto com a Área Metropolitana do Porto, tendo tido a colaboração de cerca de 35 entidades e mais de 3.000 voluntários. (Rio de Janeiro). Assim, com um aumento da produção e do consumo, as¬sociado a uma preferência pela cortiça, pode-se concluir que o Brasil é um mercado interessante para a cortiça e com perspectivas de crescimento.

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Indústria europeia de mobiliário

A indústria de mobiliário é, essencialmente, uma indústria de montagem que utiliza matérias-primas variadas para fabricar os seus produtos. Essas matérias-primas vão da madeira (e painéis à base de madeira) aos metais, passando pelo plástico, têxtil, couro e vidro. Existem diferentes tipos de mobiliário (por ex. cadeiras, sofás, mesas, roupeiros, cozinhas, colchões) que se destinam a utilizações diversas (por ex. casas particulares, escolas, escritórios). Atualmente, a indústria europeia de mobiliário é uma indústria de elevada qualidade em termos técnicos, estéticos, de design e de moda e detentora de uma forte imagem de marca no mundo inteiro. O setor do mobiliário abrange cerca de 150 000 empresas, gera um volume de negócios de quase 126 milhares de milhões de euros e uma mais-valia de 38 milhares de milhões de euros, e emprega cerca de 1,4 milhões de pessoas (UE-27, 2006). Os principais produtores (em termos do valor da produção) são a Itália e a Alemanha, seguidos pelo Reino Unido, França, Espanha e, em menor grau, pela Polónia. As micro empresas dominam o setor (86% das empresas de mobiliário na UE, empregam menos de 10 pessoas) mas existem, igualmente, alguns grandes fabricantes. Muitas vezes, as pequenas empresas trabalham em regime de subcontratação para as grandes firmas como, por exemplo, a nível da fabricação de componentes e de produtos semi-acabados destinados à montagem e ao acabamento do mobiliário. Os móveis mais fabricados na UE (38% do valor total da produção de mobiliário), são os móveis de madeira, destinados aos quartos, salas de jantar, salas de estar e outros espaços, e os móveis de plástico e de metal. Outros importantes subsectores de produção são os assentos e os móveis de escritório (respectivamente, 29 e 17%), assim como os móveis de cozinha (12%). Ao longo dos anos, e em resposta à pressão exercida pela concorrência, nomeadamente a concorrência internacional, as empresas de mobiliário empreenderam um moroso processo de reestruturação e modernização, que conduziu à redução dos seus volumes de produção. A partir de 2005, os volumes de produção aumentaram ligeiramente mas, em 2008, essa tendência inverteu-se e a produção diminuiu de novo. Os mais importantes factores de competitividade do sector são a investigação e a inovação, as competências e a qualidade, o design e a mais-valia, os conhecimentos e o saber-fazer, assim como um melhor acesso aos mercados de países terceiros, como se pode ver através de informação em http://ec.europa.eu


Qualidade ajuda a vencer a crise A situação da economia europeia preocupa o setor do Mobiliário, refere uma notícia divulgada através do site clusterdomobiliario.com. Na sequência de informações recentes que dão conta do downgrade do rating da economia francesa, o Cluster das Empresas de Mobiliário de Portugal alerta para os possíveis efeitos negativos para as exportações de mobiliário português, atendendo à crescente contração das economias europeias. O setor deverá exportar mais de mil milhões de euros em 2011, tendo crescido face ao número anterior, e as estimativas de 2012 apontam para novo crescimento. Tendo em conta que o mercado intracomunitário absorve cerca de dois terços das exportações nacionais, e os dois principais países de destino são o francês (32%) e o espanhol (29%), o Presidente do Cluster do Mobiliário, Emídio Brandão, considera que há um “aumento do risco para um setor exportador, tão vital para o nosso país”. No entanto, não deixa de afirmar que “estes tempos difíceis que atravessamos têm providenciado um duro teste à capacidade do setor, e ele tem dado uma resposta que só surpreende aqueles que não conhecem a qualidade dos produtos portugueses e a resiliência do tecido empresarial”. No sentido de diminuir os efeitos do abrandamento da economia europeia, o Cluster do Mobiliário tem focado a sua estratégia em levar a elevada qualidade do mobiliário português a mercados diversificados, designadamente através do projeto “Portugal Home Style”, um roadshow de uma “casa de Portugal” que será realizado em parceria com a Moda, Têxtil, Gastronomia e Vinhos, e que irá percorrer no próximo ano grandes cidades como Xangai, São Paulo e Nova Iorque. Como refere Emídio Brandão, “esse projeto é um exemplo da estratégia de coordenação para o setor que preconizamos, com ações planeadas que partem de um diagnóstico alargado, orientadas para o estímulo de redes e plataformas de negócio em mercados de elevado potencial, como o chinês”. Na imagem poderá encontrar recortes de imprensa do comunicado do Cluster, publicado em variados jornais online, diários, semanários e websites de organizações.

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Inventário Florestal Nacional

O 6º Inventário Florestal Nacional (IFN6) teve por base um processo multitemporal de análise de alteração do uso/ocupação do solo (para os anos de referência de 1995, 2005 e 2010), incluindo, também, uma caracterização detalhada ao nível das classes de ocupação agrícola. Para além destes aspetos, ao nível da nomenclatura, foram introduzidos ajustamentos nas definições de algumas classes (por ex.: matos e pastagens), de modo a aumentar o grau de compatibilização das estatísticas produzidas com outros processos de produção de informação sobre recursos florestais e agrícolas de âmbito nacional. O primeiro nível de informação deste IFN (uso do solo) considera seis grandes classes: - Floresta; - Agricultura; - Matos e pastagens; - Águas interiores e zonas húmidas; - Urbano; - Improdutivos. 1. O processo de elaboração do IFN6 O processo do IFN6 teve o seu início em maio de 2010, no âmbito das atividades da então Autoridade Florestal Nacional, tendo a Equipa de Projeto iniciado os seus trabalhos em janeiro de 2011. A Comissão Consultiva do IFN6 foi criada pelo Despacho n.º 14759/2011, de 31 de outubro, do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, tendo realizado a sua primeira reunião a 21 de novembro de 2011. O planeamento deste IFN levou à estruturação dos trabalhos em 4 fases. A execução da 1.ª fase de trabalho iniciouse no final de 2011, tendo por objetivo a caracterização do uso/ocupação do solo do território de Portugal continental, permitindo a avaliação das áreas correspondentes a cada classe de uso/ocupação do solo. Este processo foi efetuado através da classificação de um conjunto de pontos (denominados fotopontos) por processos de análise visual de imagens aéreas (fo-


USO

PORTUGAL CONTINENTAL NÍVEL I USO DO SOLO NÍVEL II OC. TRANSITÓRIAS

OCUPAÇÃO DO SOLO

NÍVEL III PRINCIPAIS TIPOS NÍVEL IV COMPOSIÇÃO NÍVEL V GRAU DE COBERTO NÍVEL VI ESTRUTURA

ANÁLISE DE PAISAGEM

NÍVEL VII SOBCOBERTO NÍVEL VIII DIMENSÃO NÍVEL IX FRAGMENTAÇÃO

ÁGUAS INTERIORES E ZONAS HÚMIDAS POVOAMENTOS ARDIDOS

FLORESTA

MATOS E PASTAGENS

POVOAMENTOS CORTES ÚNICOS

FOLHOSAS GRUPO DE RESINOSAS ESPÉCIES MISTURA PURO ESPÉCIES/ MISTO DOMINANTE COMPOSIÇÃO MISTO DOMINADO [10-20]% GRAU DE ]20-30]% COBERTO … ARBÓREO ]90-100]%

PINHEIRO-BRAVO EUCALIPTOS SOBREIRO AZINHEIRA CARVALHOS PINHEIRO-MANSO CASTANHEIRO ACÁCIAS OUTRAS FOLHOSAS OUTRAS RESINOSAS

ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO

EX: ADULTO MEIA-IDADE JOVEM

DA MANCHA

≤ 1 HA ]1-10] HA ]10-50] HA > 50 HA

SOLO NU/FOLHADA MATOS MATOS ARDIDOS SOBCOBERTO TEMPORÁRIAS DE SEQUEIRO TEMPORÁRIAS DE REGADIO PASTAGENS NÃO IDENTIFICÁVEL DIMENSÃO

FRAGMENTAÇÃO

BORDADURA INTERIOR

tointerpretação) e apoio de terreno, sempre que necessário, de acordo com uma nomenclatura de uso/ocupação do solo estabelecida. Para este efeito, foi desenvolvida uma plataforma informática para a classificação do uso/ocupação do solo de todo o território de Portugal continental, onde se registou a classe de uso/ocupação do solo presente em cada um dos fotopontos. Esta aplicação permite aos foto-intérpretes a consulta, via internet e em ambiente SIG, de três coberturas aerofotográficas de Portugal continental realizadas nos anos de 1995, 2005 e 2010 (em formato de ortofotomapas digitais), suportando o trabalho de classificação do uso/ocupação do solo por fotointerpretação em ecrã dos fotopontos, definidos segundo uma grelha regular 500 x 500 metros. O trabalho de fotointerpretação foi desenvolvido com recurso à contratação externa de serviços, bem como a inerente tarefa de recolha de dados de terreno para suporte ao processo de controlo de qualidade (1.º nível). Os técnicos do ICNF das diversas regiões desenvolveram um trabalho de supervisão deste processo, no âmbito de um

MATOS ARDIDOS

PASTAGENS

URBANO

IMPRODUTIVOS

AGRICULTURA

MATOS

TIPOS DE MATO

ALTOS MEDITERRÂNICOS MEDITERRÂNICOS ALTOS ATLÂNTICOS ATLÂNTICOS

ESPÉCIES FLORESTAIS

ESPÉCIES FLORESTAIS

ESPÉCIES FLORESTAIS

ESPÉCIES FLORESTAIS

ESPÉCIES FLORESTAIS

GRAU DE COBERTO ARBÓREO

GRAU DE COBERTO ARBÓREO

GRAU DE COBERTO ARBÓREO

GRAU DE COBERTO ARBÓREO

GRAU DE COBERTO ARBÓREO

ESPONTÂNEAS TIPOS DE SEMEADAS PASTAGEM

CULTURAS AGRÍCOLAS

ESTRUTURA DO OLIVAL

DIMENSÃO DA MANCHA

DIMENSÃO DA MANCHA

FRAGMENTAÇÃO FRAGMENTAÇÃO

controle de qualidade de 2.º nível. A nomenclatura de uso/ocupação do solo utilizada no IFN6 encontra-se estruturada em nove níveis de informação, organizados em três grandes temas: uso do solo; ocupação do solo; e análise da paisagem. A nomenclatura é detalhada em maior pormenor para os usos relacionados com o coberto agroflorestal, designadamente os usos florestais e agrícolas. Os níveis da nomenclatura de classificação do IFN6 são apresentados no Gráfico 1 A 2.ª fase do trabalho consistiu na recolha e tratamento de dados de campo, obtidos a partir de uma amostragem de campo delineada com base numa grelha regular de pontos, de 2.000 m x 2.000 m. Em cada um desses pontos foi seguido um protocolo de medições, sujeito a um trabalho de controlo de qualidade com vista a assegurar a exatidão das medições e observações efetuadas e dos resultados subsequentes. Os dados a recolher foram organizados em bases de dados georreferenciadas multifuncionais as quais permitem diversos usos, para além do propósito base do IFN.

TEMPORÁRIAS DE SEQUEIRO TEMPORÁRIAS DE REGADIO VINHA OLIVAL POMAR ARROZAIS MISTOS E C. PERMANENTES

≤ 5% ]5-10] % OLIVAL CONVENCIONAL OLIVAL INTENSIVO

DIMENSÃO DA MANCHA FRAGMENTAÇÃO

A 3.ª fase teve por base uma caracterização dos solos agrícolas e florestais com a quantificação de diversos indicadores de solos em todo o território continental, focando sobretudo ao nível da quantificação do carbono armazenado no solo de carbono. A realização desta tarefa assentou numa extensa recolha de amostras de solo e na sua análise laboratorial. A 4.ª e última fase consistiu no processamento dos dados de campo coligidos para o IFN, através da aplicação de modelos biométricos, preditores de diversos parâmetros relativos a existências lenhosas, cortiça, biomassa, carbono, biodiversidade, apresentando estimativas rigorosas e diversificadas, dando origem à publicação final dos resultados do IFN6. 2. Disponibilização de dados Os dados de áreas apuradas por classes de uso/ocupação do solo (resultados preliminares) foram apresentados na Tapada Nacional de Mafra, prevendo-se, para 2014, a edição do relatório final do IFN 6. O 6.º Inventário Florestal Nacional é cofinanciado pelo Fundo Português de Carbono e pode ver-se em http://www. icnf.pt/portal/florestas/ifn/ifn6

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Brasileiro propõe método de explorar florestas

O engenheiro florestal brasileiro Tito Nunes de Castro acredita que a exploração das florestas a partir do modelo de exploração reduzido é menos prejudicial ao ambiente que a técnica de exploração convencional. A conclusão baseia-se num estudo que analisou dados de uma floresta do nordeste do estado do Pará, de 1993 até aos nossos dias. “A exploração de impacto reduzido é melhor que a tradicional. Vimos nas parcelas de terra analisadas que elas se recuperam completamente da exploração em 39 anos, enquanto na exploração tradicional nem foi possível fazer essa estimativa, porque o tempo necessário é muito mais longo”, explicou o engenheiro da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba. À Exame Brasil, o responsável explicou que analisou os dados de 1993, 1994, 1995, 1996, 1998, 2000, 2003, 2006 e 2009. Entre eles estavam o diâmetro das árvores e o nome popular das espécies, sendo o volume da floresta calculado a partir desses dados. A exploração de impacto reduzido tem como pano de fundo a diminuição das consequências negativas que a extração de madeira causa na floresta. Com isso, ela se regeneraria melhor e mais rápido, o que faria com que o período de corte pudesse ser diminuído, chegando-se assim a um período temporal sustentável. As árvores só estão aptas para serem comercializadas quando o seu diâmetro atinge os 50 centímetros. Segundo Tito de Castro, com este tipo de extracção o volume total da floresta recupera-se em oito anos. O volume das árvores comerciais chegar a atingir um ciclo de 39 anos. No caso da exploração convencional, feita, por exemplo, na Amazónia, as árvores são cortadas aleatoriamente. “Quando as árvores são cortadas, acabam por derrubar as outras que estão ao seu redor, aumentando o impacto sobre a floresta. Pela falta de planeamento, algumas toras acabam por perde-se”, conclui, segundo informações fornecidas em http://greensavers.sapo.pt


Europeus desconhecem importância económica das florestas “A sociedade ainda desconhece a floresta e a importância da diversidade de serviços ambientais e sociais disponibilizados, do equilíbrio que gera no território e o peso económico da indústria de base florestal. Para alcançar o equilíbrio entre estes benefícios têm ocorrido relevantes debates e mudanças ao nível internacional e europeu que importa trazer ao conhecimento público. Porque atravessamos um período onde se devem questionar os atuais modelos e propor novas abordagens na organização e gestão dos espaços florestais, trazemos até si diversos especialistas cujos contributos pretendem valorizar o debate em torno da floresta e dos compromissos da sociedade em termos da preservação e aproveitamento dos recursos naturais.” Os europeus preocupam-se mais com a proteção das florestas, mas desconhecem o seu contributo para a economia, e os portugueses ignoram mesmo que só uma pequena parte da floresta nacional é pública, segundo um estudo da Comissão Europeia. Estas são as principais conclusões do estudo sobre a perceção que os europeus têm da floresta e da silvicultura que foi apresentado no Porto, durante o Seminário Internacional Floresta e Sociedade. De acordo com este trabalho, o público dá agora mais importância a temas como o efeito das florestas no combate às alterações climáticas e a preservação da biodiversidade, em detrimento de assuntos como a utilização de madeira para bioenergia ou o uso de madeira como material renovável. Uma informação da organização do seminário, promovido pela Forestis – Associação Florestal de Portugal, refere que “os europeus já não veem o estado e as funções das florestas europeias de forma isolada”. A nova forma como é encarada a floresta é uma consequência da atual comunicação global que analisa e divulga questões mundiais. Descrições sobre desflorestação tropical e a sua relação com as mudanças climáticas, grandes incêndios florestais, extração ilegal de madeira, níveis de deterioração da biodiversidade ou extinção de espécies chegam a todo o mundo, independentemente do lugar onde ocorrem. Quanto ao caso português, “a maioria da população desconhece, por exemplo, que só 3% da floresta nacional é pública e que mesmo os Parques Nacionais, como o da Peneda-Gerês, são compostos por terrenos privados e comunitários”, refere o presidente da Forestis, Francisco Carvalho Guerra, citado no comunicado. Os portugueses também não sabem que a floresta contribui para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e para 12% das exportações nacionais. No seminário serão analisados temas como a importância dos recursos florestais para o desenvolvimento económico e para a criação de novos empregos, a organização e gestão florestal e as políticas europeias para o setor.

Barão De La Espada distinguida em NY A empresa portuguesa Barão de La Espada, sediada em Mira, recebeu o primeiro prémio na categoria “Mobiliário” da International Contemporary Furniture Fair que decorreu em Nova Iorque. “A De La Espada produz todas as peças com materiais de qualidade ‘premium’ e mão de obra especializada oferecendo um excelente trabalho em rede, o que dá aos designers uma maior liberdade para se concentrarem no aspeto criativo do processo”, afirma a organização da feira no seu site oficial. Na International Contemporary Furniture Fair, a empresa de Miguel e Luís Oliveira apresentou coleções de mobiliário desenhadas pelos estúdios Autoban, Matthew Hilton e Soren Rose Studio. A Barão de La Espada vende cerca de 40 por cento dos seus produtos - na área da iluminação, mobiliário e peças de design - para os Estados Unidos mas está, neste momento, a avaliar oportunidades no mercado asiático.

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Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira A Sonae Indústria vai associar-se, como Patrocinador Ouro, à 1ª edição do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, uma iniciativa que visa promover obras que reflictam a qualidade e versatilidade da madeira e simultaneamente criem soluções de construção sustentável e demonstrem a incorporação de uma percentagem significativa de produção nacional associada à sua edificação, quer em termos do recurso a matérias-primas portuguesas quer de mão-de-obra. Podem candidatar-se a este Prémio todos os arquitectos, com inscrição actualizada na Ordem dos Arquitectos, com obras construídas entre 2008 e 2011 em Portugal. O Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, com periodiciodade bienal, tem como Comissão Organizadora o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, a Autoridade Florestal Nacional, o Centro Pinus e a Ordem dos Arquitectos. O júri será constituído por personalidades do panorama português de reconhecido mérito e prestígio nas áreas da Arquitectura, da Engenharia e da Indústria, no qual estará incluído um representante da Sonae Indústria. Ao(s) autor(es) da obra vencedora do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira será atribuído um prémio monetário no valor de 10.000,00€ (dez mil euros) e uma placa em madeira comemorativa para colocação na obra. O vencedor do Prémio será divulgado em cerimónia pública a 18 de Novembro, em local a designar, na qual será também inaugurada a exposição dos trabalhos finalistas e lançado o catálogo da edição do Prémio. Para mais informações, consulte www.florestas2011.org.pt


Biodiversidade em plataforma virtual Explorar a fauna e flora do concelho de Vila Real através de uma visita virtual. É esta a proposta da nova plataforma lançada pela Câmara Municipal e a Universidade de Vila Real. Em declarações à Lusa, o vereador do ambiente de Vila Real, Miguel Esteves, salienta que este portal é “pioneiro no país” e permite “explorar, através da Internet, o concelho” de Vila Real. Para utilizar esta ferramenta basta efetuar uma pesquisa por espécie ou zonas (método da georreferenciação) e, em seguida, o utilizador terá acesso aos conteúdos solicitados. Além disso, podem também ser consultadas informações sobre a biologia, o habitat ou o estado de conservação de cada espécie animal ou vegetal. Para quem gosta de estar em contacto com a natureza, este portal ainda propõe uma série de percursos pedestres e de pastoreio e revela todos os detalhes sobre os rios do concelho. A plataforma inovadora reúne o trabalho de investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), integrado no Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real.

MOVIFLOR em Moçambique Com o objetivo de aumentar a sua presença no mercado internacional, o Grupo MOVIFLOR decidiu replicar em Moçambique a experiência bem sucedida com a abertura da sua loja em Luanda, há cerca de quatro anos. Neste sentido, o Grupo desenhou um projeto de investimento no valor de mais de 15 milhões, com o objetivo de comprar um imóvel numa das principais artérias de Maputo, adquirir um stock inicial de mercadorias bem como o material necessário à instalação de escritórios, estrutura tecnológica de apoio e show-room. No edifício ficará centralizada toda a atividade relacionada com a administração da empresa e com a gestão da loja e de todo o processo logístico. A Moviflor, marca portuguesa de mobiliário e decoração para a casa, inaugurou a primeira loja em Maputo, Moçambique. A empresa revelou, em comunicado, que a loja moçambicana contará com 60 colaboradores. De acordo com a directora-geral da empresa, Teresa Albuquerque, “a inauguração da primeira loja Moviflor em Moçambique é muito importante para nós, na medida em que nos permite alargar o horizonte do nosso negócio e, ao mesmo tempo, participar na sustentabilidade do negócio dos parceiros que trabalham connosco”. A mesma responsável lembra que “este é um momento estratégico para a Moviflor e para os seus parceiros e fornecedores que, através da nossa marca, têm a possibilidade de aumentar as suas exportações e iniciar actividade em novos mercados”. A entrada da Moviflor no continente africano ocorreu em 2008, altura em que abriu a primeira loja em Luanda, Angola. admite que num futuro próximo está prevista a abertura de mais três lojas no mercado angolano: uma no Lobito e mais duas na capital, Luanda. A Moviflor, que emprega 1.200 colaboradores, assume que 55% dos fornecedores são portugueses - o que representa cerca de três mil postos de trabalho indirectos - que, com a internacionalização da marca, alargam também a sua operação a novos mercados.

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Minigeração gera 100 mil/ano em venda de energia A empresa de impressão e serviços de personalização de documentos Contiforme, de Abóboda, Cascais, instalou uma fotovoltaica de minigeração de escalão III, com a potência máxima de ligação de 250 kWn e que produzirá 410 mil Kwh no primeiro ano. A minigeração foi desenvolvida pela Sotecnisol Energia, custou 500 mil euros e terá retorno em cinco anos. É que a Contiforme passará a vender energia, arrecadando cerca de 100 mil euros por ano. A potência de ligação dimensionada pela Sotecnisol Energia foi de 250 kWn, potência máxima permitida para este tipo de instalações, tendo sido utilizado um campo fotovoltaico de 293,25 kWp. A instalação foi registada em 2011, obtendo assim uma tarifa de venda de energia de 0,2499 /kWh. Face aos elevados consumos energéticos da unidade industrial que está instalada nas instalações da Contiforme, a disponibilidade de espaço nas coberturas, requisitos essenciais no dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de Minigeração, a Sotecnisol Energia propôs uma instalação que atingisse a potência máxima autorizada de ligação, de 250 kWn. Assim, foram utilizados 25 inversores de 10 kWn de potência unitária de forma a permitir uma forte descentralização na conversão DC/AC e assim optimizar os períodos de funcionamento do gerador fotovoltaico. O gerador fotovoltaico foi sobredimensionado tendo em conta a geometria e orientação da cobertura da unidade fabril, optando-se por instalar 293,25 kWp de painéis, deitados, a acompanhar o declive da mesma. Foram utilizados 1275 painéis fotovoltaicos policristalinos, com garantias de produção de 80% a 25 anos. A ligação do sistema à rede pública foi efetuada em Média Tensão, utilizando-se um Transformador de Potência a óleo, de 315 kVA, dimensionado para garantir o mínimo de perdas na transformação BT/MT, com o corte de proteção da instalação colocado na Média Tensão, atuado por relé de tensão homopolar. A produção de energia da Minigeração da Contiforme está estimada em cerca de 410.000 kWh para o primeiro ano de funcionamento, com uma quebra anual de 0,8%, o que representará uma receita anual a rondar os 100.000 euros, como se pode ler em http://greensavers.sapo.pt .Face ao investimento realizado é esperado um pay-back de cerca de 5 anos, e uma TIR de projeto a 15 anos de cerca de 16%.


Nações Unidas define desenvolvimento sustentável O Fórum de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, formado por ministros de mais de 190 países, vai atuar em busca da consolidação das metas e dos objetivos definidos durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho deste ano. O Brasil é um dos presidentes do foro. As reuniões informais ocorrem desde janeiro e até setembro, dias antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, haverá a primeira reunião formal do grupo. “O fórum tem caráter universal e servirá para coordenar os esforços internacionais na área de desenvolvimento sustentável e dar coerência às ações das Nações Unidas nessa área, para evitar duplicidades, mandatos equivocados e dar rumo político ao debate”, disse à Agência Brasil o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e coordenador-geral da Rio+20. Segundo ele, as decisões tomadas pelas autoridades terão poder de determinação para as outras áreas da Organização das Nações Unidas (ONU). “Nesses órgãos, os Estados vão decidir o que fazer”, acrescentou, lembrando que as reuniões preliminares deverão ser concluídas até maio. Integrarão o Fórum de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas ministros das áreas económica, social e ambiental de mais de 190 países. A agenda global será definido pelo grupo. Os ministros devem analisar relatórios regionais e estabelecer as primeiras recomendações de consumo e produção sustentáveis, que devem balizar políticas nacionais nos próximos dez anos. Nas reuniões preliminares, um grupo de 30 pessoas coordenará as atividades. O Brasil será representado pelo embaixador André Correa do Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores e negociador-chefe da Rio+20. O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado informou que o Brasil é um dos copresidentes das negociações de criação e institucionalização do foro, que deverá se reunir pelo menos uma vez por ano. A criação do grupo foi a alternativa dos negociadores internacionais durante a Rio+20 para assegurar que o debate sobre um novo modelo de desenvolvimento tenha a mesma importância que os demais temas tratados nos vários segmentos das Nações Unidas. Os negociadores dizem que serão feitos esforços para que, na primeira sessão de alto nível sobre sustentabilidade, as autoridades consigam avançar também em relação às metas que terão de ser adotadas por todos os países a partir de 2015.

Sofá “Between Waves” concorre a prémio O sofá “Between Waves” desenvolvido pela marca portuguesa Insidherland, que se apresentou recentemente no mercado, está nomeado para os “The International & Architecture Awards” promovidos pela revista inglesa Design at al. De acordo com a Insidherland, este sofá é “uma homenagem a um cenário marítimo que poeticamente interpreta o conceito da proteção de um búzio”, tendo sido selecionado pelo júri do concurso para votação na categoria de “Product Design”. A nomeação para este prémio internacional foi recebida com “orgulho” por parte da marca de mobiliário exclusivo de alta qualidade criada em Janeiro deste ano pela arquiteta portuguesa Joana Santos Barbosa. De salientar que a Insidherland não é a única representação portuguesa na categoria “Product Design” desta competição. Também a marca de mobiliário nacional Munna está a concurso com o sofá Josephine e a poltrona Becomes Me.

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20 | XYLON PORTUGAL ‘O que se pretende é sensibilizar os gestores e os decisores das empresas no sentido de colocar a eficiência energética e as medidas para atingir essa melhoria.

O custo-benefício da energia A energia, ou a sua eficiência, está crescentemente no topo das preocupações das empresas e da sua gestão. Contudo, a sua prática ainda não está enraizada nas operações diárias das PME portuguesas. Descubra as indicações do plano de melhoria da eficiência energética que analisa a evolução do setor neste âmbito desde 2008.


Consumo de energia elétri ca em Portugal 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

TOTAL (KWH) 27.751.311.565 29.237.207.073 30.793.680.351 34.410.979.269 34.410.979.269 36.741.116.273 38.939.469.070 40.540.701.913 42.116.729.684 43.802.993.542 45.498.596.452 47.028.809.174 48.545.712.359 49.676.037.009 49.186.865.934

DOMÉSTICO (KWH) 7.350.104.713 7.588.342.008 8.164.227.460 8.422.850.630 8.784.151.478 9.523.451.113 10.056.118.861 10.624.533.591 11.381.968.792 11.835.470.870 12.432.290.454 13.242.117.759 13.406.261.524 13.863.085.380 13.443.517.549

A preocupação na conservação da energia pelas empresas tem um papel cada vez mais preponderante, procurando-se para isso a implementação de medidas e de procedimentos para assegurar a racionalização e promoção da eficiência energética que visa a diminuição do consumo de energia através da introdução de novas tecnologias, modificação dos processos de fabrico e mudança de comportamentos, como medidas para a redução de consumo e custo de energia. Estas medidas incluem a eficiência, a utilização e a manutenção dos equipamentos, que posteriormente assegurará o seu bom desempenho energético, sem colocar em causa a qualidade da produção, levando a uma diminuição dos custos associados. São apenas algumas das conclusões de um estudo de melhoria da eficiência energética no setor da madeira e do mobiliário. O documento incide sobre as Pequenas e Médias Empresas e completa o projeto EFINERG, promovido pelo IAPMEI (Instituto de apoio às pequenas e médias empresas e á inovação) e pela AEP (Associação Empresarial de Portugal), em parceria como o LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), a ADENE (Agência de Energia), a RECET (Rede dos Centros Tecnológicos de Portugal), o CTCV (Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro), o CATIM (Centro de Apoio Tecnológico à indústria da Meta-

Número de empresa s regi stada s no SGCIE DOMÉSTICO (%) 26,5% 26,0% 26,5% 24,5% 25,5% 25,9% 25,8% 26,2% 27,0% 27,0% 27,3% 28,2% 27,6% 27,9% 27,3%

DATA DEZ/2008 DEZ/2009 DEZ/2010 JUN/2011 JUL/2011

INSTALAÇÕES RGCE/PNALE 360 303 262 215 211

NOVOS REGISTOS 293 506 589 663 670

TOTAL 653 809 851 878 881

No Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) ficou definido o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE)

lomecânica) e o CITEVE (Centro Tecnológico das indústrias do Têxtil e do vestuário de Portugal). Nesta edição, a Xylon revela algumas das conclusões de um plano que foi elaborado para auxiliar estratégias setoriais indutoras da implementação de medidas de melhoria da eficiência nas PME com consumo energéticos anuais entre 250 a 500 tep (tonelada equivalente de petróleo), localizadas nas regiões Norte, Centro e Alentejo.

energia surge como uma atividade importante que deve ser desenvolvida de forma planeada e sistemática. Afinal, a diminuição dos custos energéticos reflete-se diretamente na diminuição do custo de produção fabril, aumentando a competitividade das empresas no mercado. Qualquer empresa industrial, para ser mais competitiva, deve avaliar de forma detalhada a eficiência energética dos seus equipamentos e instalações.

Plano de Ação Energia no topo das preocupações O que se pretende no fundo é sensibilizar os gestores e os decisores das empresas no sentido de colocar a eficiência energética e as medidas para atingir essa melhoria. O plano elaborado destina-se a um setor com consumos energéticos moderados apesar da intensidade das suas operações mas com unidades produtivas de características especiais e de relativa reduzida dimensão, face a outros sectores também intensivos. Independentemente da dimensão da empresa, a energia deve ser perspetivada como um importante fator de produção que deve ser gerido de forma rigorosa. Com efeito, no atual cenário competitivo das empresas, caracterizado pela necessidade permanente de reduzir custos e a crescente preocupação ambiental, a gestão de

No Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE), mais concretamente no Programa 7 – Sistema de Eficiência Energética na Indústria, ficou definido o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE) e o Programa para a Energia Competitiva na Indústria. Trata-se de um plano que propõe medidas de poupança transversais à indústria que abrange os motores elétricos, a produção de calor e frio, a iluminação e a eficiência do processo industrial. São também propostas medidas de poupança setoriais, sendo específicas para cada um dos 12 setores abrangidos pelo programa.

Gestão do consumo de energia Em 2008 foi criado o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE), que tem como objetivo promover a

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Evolução do Consumo domésti co de energia elétri ca em Portugal (%) 29% 28% 27% 26% 25% 24% 23%

eficiência energética e monitorizar os consumos energéticos de instalações Consumidoras Intensivas de Energia (CIE). Uma empresa CIE é aquela que tem consumos anuais de energia superiores a 500 tep. Esta deverá efetuar o registo da sua instalação no sítio do SGCIE, na ADENE, elaborar Auditoria Energética e Plano de Racionalização dos Consumos de Energia e submeter para aprovação. O plano após aprovado pela DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia passa-se a designar Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia (ARCE). Tendo em conta o Relatório Síntese elaborado pela ADENE, em setembro 2011, existe um total de 878 registos. Verifica-se que o número de registos de empresas consumidoras intensivas de energia tem vindo a aumentar desde 2008, tendo estagnado entre Junho e Setembro deste ano. O distrito com mais empresas registadas é o de Aveiro com 120 organismos. O estudo acrescenta ainda que a maior repartição do número de empresas pelos setores de atividade verifica-se na Indústria Alimentar (95). No caso do mobiliário registaram-se 21 empresas.

Setor fundamental A fabricação de mobiliário, de acordo com dados de 2008 (os mais recentes), agrega 6390 empresas e 40449 postos de tra-

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2007

2006

2004

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balho. Cada empresa emprega, em média, apenas sete trabalhadores. O tecido empresarial está fortemente concentrado no Vale do Sousa, uma região que absorve cerca de 44% das unidades produtivas do setor. Apesar do cluster do mobiliário ser caracterizado por uma elevada fragmentação e pelas pequenas empresas terem, na maioria dos casos, um cariz familiar, com pouco acesso a capitais, existem entidades que ganharam, nos últimos anos, uma dimensão considerável, em parte devido à aposta na inovação e no design próprio, o que lhes valeu a entrada em mercados externos. De qualquer forma, de uma maneira geral, persiste a necessidade de controlo dos custos de produção, de intensificação da captação de mercados externos, de investimento numa rede comercial sustentada e de criação de uma marca portuguesa de mobiliário, que associe os nossos produtos a uma elevada qualidade.

Boas práticas O objetivo da Diretiva IPPC (Intregrated Pollution Prevention Control) é a prevenção e controlo integrados da poluição (PCIP), resultando num elevado nível de proteção do ambiente no seu todo, incluindo a eficiência energética e uma utilização prudente dos recursos naturais. A diretiva prevê um sistema de licencia-

mento para determinadas categorias de instalações industriais, que implica que os operadores e as entidades reguladoras procedam a uma análise integrada e global do potencial poluente e de consumo da instalação. A meta geral deve consistir na melhoria da conceção, construção, gestão e controlo de processos industriais, para assegurar um elevado nível de proteção do ambiente no seu todo. O princípio geral é que todos os operadores devem tomar todas as medidas preventivas apropriadas contra a poluição que lhes permitam melhorar o seu desempenho ambiental, nomeadamente em termos de eficiência energética, através da aplicação de MTD (Melhores Técnicas Disponíveis). Ao determinar as MTD e fixar as condições de licenciamento, deve-se ter sempre em conta o objetivo global de alcançar um elevado nível de proteção do ambiente no seu todo, nomeadamente em termos de eficiência energética.

O exemplo externo No plano internacional, foi publicado um BREF (documento de referência sobre as MTD – Melhores Técnicas Disponíveis) para a eficiência energética na indústria e outros BREF para cada setor industrial. O BREF da eficiência energética contém diferentes e pormenorizadas técnicas específicas para a eficiência energética. Este documento é muito abrangente podendo estas técnicas serem aplicadas a determinados setores, sendo útil para o empresariado português. A primeira prioridade deste BREF é a utilização eficiente da energia, bem como aplicar e respeitar um sistema de gestão de eficiência energética que inclua os seguintes elementos: › Empenho dos quadros superiores; › Definição de uma política de eficiência energética para a instalação; › Planeamento e definição de objetivos e metas; › Desenvolvimento e aplicação de procedimentos, nomeadamente: a estrutura e responsabilidades do pessoal; a formação, sensibilização e competências; a comunicação; a participação dos trabalhadores; a documentação; um controlo eficaz dos processos; os programas de manutenção; a prevenção e capacidade de resposta a


emergências; a salvaguarda da conformidade com a legislação e com os acordos no domínio da eficiência energética; › Parâmetros de referência (análise comparativa); › Verificação dos desempenhos e adoção de medidas corretivas, especialmente a monitorização e medição; medidas de correção e prevenção; conservação de registos; auditorias internas - quando possível independentes - que permitam determinar se o sistema de gestão da eficiência energética é ou não conforme com os mecanismos previstos e se está a ser corretamente aplicado e mantido; › Revisão, por parte dos quadros superiores, do sistema de gestão e da respetiva sustentabilidade, adequação e eficácia permanentes; › Aquando da conceção de uma nova unidade, tomar em consideração o impacto ambiental da futura fase de desmantelamento da mesma; › Desenvolvimento de tecnologias eficientes em termos energéticos e o acompanhamento da evolução das técnicas de eficiência energética. Por outro lado, o exemplo internacional sugere a publicação periódica de um documento relativo à eficiência energética, de modo a possibilitar a comparação de ano para ano em função dos objetivos e metas definidos; bem como a análise e validação externas do sistema de gestão e dos procedimentos de auditoria.

Melhoria constante do ambiente Para minimizar de forma constante o impacto ambiental de uma instalação é necessário identificar aspetos relacionados com a eficiência energética de uma instalação e de oportunidades de poupança de energia. As auditorias poderão ser internas ou externas e visar o seguinte: › Consumo e tipo de energia da instalação e dos respetivos componentes e processos; › Equipamento consumidor de energia e tipo e quantidade de energia utilizada na instalação; › Possibilidades de diminuição do consumo de energia; › Possibilidades de utilização de fontes alternativas ou de utilização mais eficiente

Sugestão de pesquisa Os principais agentes nacionais associados ao tema energia são os seguintes: http://www.dgge.pt/ http://www.adene.pt/pt-pt/InformacaoInstitucional/QuemSomos/Paginas/QuemSomos.aspx http://www.erse.pt/pt/aerse/missao/Paginas/default.aspx http://www.lneg.pt/lneg/missao http://www.edp.pt/pt/aedp/sobreaedp/principiosepoliticas/Pages/PDS.aspx http://www.galpenergia.com/PT/agalpenergia/marcaecomunicacao/Paginas/Home.aspx http://www.ren.pt/vPT/GrupoREN/Missao/Pages/Missao.aspx http://www.centrodabiomassa.pt/ http://www.ap2h2.pt/missao.aspx http://solar.fc.ul.pt/ http://www.spes.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=45&Itemid=68 http://www.wavec.org/

da energia, nomeadamente aproveitando a energia excedente de outros processos e/ ou sistemas; › Possibilidades de aplicação da energia excedente e outros processos e/ou sistemas; › Possibilidades de aumento da qualidade do calor. Para otimizar a eficiência energética deve ter em consideração o funcionamento do todo da unidade produtiva: › Unidades de processo; › Sistemas de aquecimento, como por exemplo: vapor, água quente; › Arrefecimento e vácuo; › Sistemas motorizados, por exemplo: ar comprimido, bombagem; › Iluminação; › Secagem, separação e concentração. Estas medidas devem ser vigiadas sistematicamente e comparadas com valores de referência setoriais, nacionais ou regionais.

O plano elaborado destina-se a um setor com consumos energéticos moderados apesar da intensidade das suas operações, mas com unidades produtivas de características especiais e de relativa reduzida dimensão’

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‘Sou a favor da Vitor Poças (presidente da AIMMP)

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Definimos um novo conceito assente na missão ‘Viver com a Madeira’ para uma indústria que exporta 1.6 mil milhões de euros anuais

Apaixonado pelo uso da madeira, o novo Presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vitor Poças, revela em entrevista à Xylon os grandes desafios de gestão do sector. Desde a organização do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, ao lançamento de novos projectos na área de internacionalização da marca Associative Design, muitas são as questões em destaque.

nduzida’

Quais são as directrizes prioritárias de gestão da nova direcção associativa, da qual é presidente? Tomamos posse em 29 de julho de 2011, em pleno vórtice da crise mundial, que, por coincidência, corresponde à assunção de um novo governo em Portugal. A situação global do país é hoje muito complicada, não só ao nível da economia mundial, mas também, neste caso específico, das condições da própria AIMMP. A associação vem de um processo de finalização e encerramento de diversos projetos, para os quais tinha obtido aprovação da sua execução em anos anteriores e que continuam a necessitar de um grande esforço e disponibilidade financeira, de forma a podermos cumprir todos os requisitos e regulamentos. Atualmente, vemo-nos forçados a avançar, muitas vezes, com o pagamento da despesa, que depois será devidamente reembolsada, mas que no intervalo nos confronta com algumas dificuldade financeiras. A nova direção é forçada a orientar todo o seu esforço para um plano de reconhecimento da situação e recuperação económica e financeira da associação. É, digamos, o foco principal. Relativamente às linhas orientadoras, como já referi, demos prioridade ao encerramento e conclusão dos projetos anteriores. No entanto, procederemos à iniciação de outras atividades, pois entendemos que é fundamental definir um novo conceito assente na missão ‘Viver com a Madeira’. Para o efeito, orientamos mais ações para as áreas relacionadas com o sector primário, ou seja, com a primeira transformação, porque defendemos que se Portugal não cuidar da floresta vai destruir a indústria a médio e longo prazos. Compreendemos que esse é um pilar fundamental. Isto porque temos dois problemas primordiais no país. O primeiro, relacionado com os incêndios, o nemátodo do pinheiro e a falta de limpeza das matas, e o segundo, referente à necessidade de reflorestação da floresta nacional. Assuntos que nos têm preocupado. A esse respeito, faremos, tanto quanto possível, intervenções em reuniões públicas e privadas, e desenvolveremos o ‘Savepine’ que é um projeto construído para apoiar o combate ao nemátodo e iremos ainda trabalhar com o governo no tratamento das

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Temos mais de 1 milhão e meio de hectares de floresta completamente abandonado, e sem qualquer produção florestal, numa indústria que emprega cerca de 55 mil trabalhadores e é constituída por mais de 5 mil empresas

madeiras nas empresas, entre outras questões. Daremos também sequência aos projetos de internacionalização que estavam em curso. Entendemos que os mesmos são adequados ao sector, sendo inclusive extremamente necessários dada a indústria ter um caráter fortemente exportador. Em números exatos posso afirmar que exporta atualmente 1.6 mil milhões de euros anuais. Há, portanto, uma reorientação da estratégia a nível organizativo? Este último aspecto, é composto por um género de atividades com componentes, obviamente, mais vocacionadas para o mobiliário, isto é, para as indústrias de segunda transformação, onde se inclui também os painéis e as carpintarias. Neste campo, o nosso objetivo é dar cobertura aos outros subsetores que compõem o universo de ações da AIMMP. Temos, por último, um outro projeto em curso, oriundo da anterior direção, que consideramos excelente e que se denomina Associative Design. A associação pretende redireccionar e reestruturar este projecto numa perspectiva de poder usar a marca de forma prática.

Quais as bases que sustentam a nova aposta? O Associative Design foi criado como marca associativa para fazer mostras de mobiliário a nível mundial, baseado, sobretudo, num conceito casa. No entanto, achamos importante que a marca passe a ser também uma estratégia de branding para as empresas, ou seja, que os produtos e os objectos passem a deter a marca na própria peça. Para avançar com este objectivo, pretendemos que seja criada uma comissão de avaliação, constituída por designers e especialistas na área do mobiliário, entre outros, de forma a que as empresas que concorram à marca com peças possam ser representadas internacionalmente pela Associative Design. Em síntese, é fazê-las juntarem-se a nós. Para o efeito, a Associative Design irá ter um leque e uma grelha de peças diversificadas que se encaixam dentro da lógica da marca e que permite às empresas serem reconhecidas no exterior e obterem um branding único. Esse branding é adquirido à AIMMP, podendo depois ser comprado à marca, tendo inclusive direito a um livro com as características técnicas de cada peça ou do produto. O nosso intuito

é que as peças nacionais possam ter, por exemplo, o tipo de madeira, a sua origem, os vernizes utilizados, o tipo de acabamento ou a quantidade de carbono retida nessa mesma peça. Este objectivo inclui outro aspecto importante como é a certificação de produto? Acho que esse é um aspecto fundamental. Hoje em dia, já não se vende exclusivamente o produto, mas também o design, a certificação, as preocupações empresariais com o ambiente e o cumprimento de natureza regulamentar ou legal das empresas. Portanto, há um conjunto de paradigmas que estão em torno do produto que constituem valor acrescentado para o mesmo e representam hoje uma forma de promover a compra e a utilização do produto. Atualmente, vende-se imagem, marca e naturalmente certificação. Reportando-nos agora à economia nacional, qual é a importância desta indústria para o seu relançamento? Portugal nos últimos anos cometeu erros brutais e fez exatamente o contrário do que deveria ter feito. Não promoveu


a economia nacional em contraponto com as importações que fez e que na realidade não tinha necessidade de fazer. Desprezou autenticamente os sectores tradicionais da economia. Sectores esses que são os que normalmente proporcionam valor acrescentado no PIB e que promovem o desenvolvimento económico e social sustentado do próprio país, vide, utilizam os nossos recursos naturais. Ora isto, é, sobretudo, preocupante num país, que inserido num contexto europeu e mundial, não tem política monetária, nem produção de moeda própria. Nesse sentido, nunca foi tão verdade o velho princípio da macroeconomia e que se baseia no jogo da soma nula. Aquilo que uns ganham é exatamente igual àquilo que outros perdem. Se nós não temos política económica como é que podemos trazer dinheiro para dentro do país? Solução, ou exportamos mais do que importamos, ou seja temos um saldo na balança comercial positivo a nosso favor e então aquilo que recebemos é superior àquilo que pagamos, ou temos remessas dos emigrantes, que saliento foram importantes para a nossa economia no passado, ou então endividamo-nos, isto é, pagamos mais ao exterior do que aquilo que recebemos e para repor o dinheiro que nos falta pedimos emprestado. O limite do endividamento, como todos sabemos, foi atingido. Quando alcançamos os 126% do PIB em dívida, os nossos credores disseram: ‘não, não vos emprestamos mais dinheiro’. Logo, não temos mais solução com este nível de dívida. Para piorar, ainda temos de pagar os juros, que é a outra parte da componente da receita e da despesa, que diz respeito aos circuitos financeiros. Se fôssemos credores do estrangeiro recebíamos juros, se formos devedores ao estrangeiro pagamos juros. Portanto, o fenómeno do circuito financeiro também constitui mais uma saída de dinheiro do país. Nesse sentido, a única solução que temos é exportar mais do que aquilo que importamos. Essa é a única fonte de riqueza, uma vez que não temos outra forma de ir buscar dinheiro ao estrangeiro. Há pouco tempo deu como exemplo o caso alemão pós II GM. De que forma se pode comparar esta situação com a realidade nacional hoje?

Depois da II Guerra Mundial, a maior parte da Europa, celebrou um acordo com a Alemanha, em que os países que constituíam a primeira perdoavam 50% da dívida alemã. Mais, estes últimos condicionaram a que os outros 50% em débito, só fossem pagos na medida do superavit económico que eles conseguissem entre as exportações e as importações. Foi perceptível na época e ainda mais hoje que a Alemanha sabia que a única forma que teria de pagar era ter esse superavit. Paralelamente a esse compromisso, os respectivos países europeus tiveram ainda de concordar em continuar a fazer compras à Alemanha.

O sector exporta 54 a 57% do que produz e o subsector do mobiliário exporta entre 70% a 80%, com uma vantagem - o recurso natural que utiliza é de produção nacional, ou seja, tudo o que sai para o exterior tem 90% de incorporação nacional Portanto, garantiram-lhe tudo. Não só lhe perdoaram a dívida, mas também lhe garantiram que ainda lhe haveriam de dar dinheiro para eles pagarem ‘o cão com o pêlo do mesmo cão’. Estejamos, por isso, atentos à história. É só isso que peço. Pode concretizar em termos de valores a dimensão da indústria no panorama actual? Este sector exporta na totalidade 54 a 57% do que produz e, o seu subsetor, a indústria do mobiliário, exporta actualmente entre 70% a 80% do que produz, com uma vantagem fantástica - o recurso natural que utiliza é de produção nacional, logo para exportar não precisa de importar. Imagine-se que exportamos plásticos. Primeiro, temos de comprar petróleo para fa-

zer plásticos, logo o valor acrescentado da nossa economia para a exportação desse sector é reduzido, uma vez que se comprou 10 e exportou-se 12. O mesmo acontece com os sapatos. A indústria do calçado importa 90% das peles e dos couros que exporta. Mais uma vez, o valor acrescentado é muito menor que o nosso. Seguindo este raciocínio, este sector é fundamental para o país, pois além de exportar 57% do que produz, tudo o que exporta tem 90% de incorporação nacional e, por isso, é ganho líquido. Pena é, que neste momento, o sector e o cluster florestal em Portugal, que não só este da indústria da madeira e mobiliário, mas também o da cortiça e do papel e da celulose, já está a importar muita madeira porque a nossa floresta não chega. Não chega, não porque a área não existe, mas porque temos mais de 1 milhão e meio de hectares de floresta completamente abandonado, desaproveitado e sem qualquer produção florestal. Dados que demonstram o quanto este sector é importante. Depois, do ponto de vista da dinamização da economia interna, é preciso não esquecer que esta indústria emprega cerca de 55 mil trabalhadores e é constituída por mais de 5 mil empresas. Aspetos fundamentais para que este seja um dos únicos sectores em Portugal responsável pela fixação das pessoas nos locais mais recônditos do país. Porquê? Porque, por exemplo, a maioria das serrações situamse no meio da floresta, o que serve para fixar a população e preencher um território nacional já muito desertificado em algumas zonas. Quais as maiores dificuldades de crescimento nas empresas? No que respeita ao desenvolvimento do sector em áreas mais nobres - como o design, a publicidade, a internacionalização ou o cumprimento das normas ambientais, entre outras – a falta de domínio destas temáticas, que vão para além da produção ou da certificação, representam uma enorme desvantagem. Mas compreendo que são competências difíceis de implementar nas PME’s, até pela sua própria natureza e dimensão. Nesse sentido, estes aspetos constituem uma forte debilidade do sector, responsáveis pelo seu atraso e desenvolvimento. É compreensível que a capacidade para desenvolver essas ques-

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28 | XYLON PORTUGAL tões, de ordem burocrática, administrativa e técnica, se encontre mais concentrada nas grandes empresas, uma vez que estas detêm know-how para o fazer, sendo, no entanto, uma enorme desvantagem para as restantes, que temos o dever de ajudar a contrariar. O sector tem vindo, como de resto todos os outros, a fazer a chamada seleção natural de Darwin, ou seja, morrem as empresas mais débeis e desenvolvem-se as que se preocupem com estas matérias. Designadamente, no capítulo das exportações, é muito difícil para uma microempresa exportar, pois a maior parte dos empresários não sabe línguas estrangeiras, nem tem capacidade para viajar. Portanto, o fenómeno da dimensão da empresa influencia negativamente o seu sucesso em termos de internacionalização. Sendo este um dos pontos fundamentais, direi que é meritório que na prática se tenha conseguido contrariar aquilo que teoricamente estou a afirmar. Como é que um sector, na sua maioria constituído basicamente por micro e pequenas empresas, exporta 57% daquilo que produz? Há de facto algumas empresas de referência em Portugal, o caso da SONAE, que é francamente exportadora, sendo um dos quatro maiores operadores mundiais da indústria de madeiras. Sem dúvida, um bom exemplo! Como se contornam estes obstáculos? Com a crise do imobiliário e da construção em Portugal, vendem-se atualmente poucos móveis. Assim, todas as empresas que estavam dependentes do mercado nacional, hoje praticamente inexistente, estão a passar por graves dificuldades. O que é que aconteceu entretanto? Muitas empresas começaram a trabalhar através de subcontratação, o que faz com que exportem de forma indireta. Por exemplo, há um mercado, e por isso é que o número das exportações do sector é superior àquele que estatisticamente aparece, que é o mercado das embalagens de madeira, em que existem muitas micro e pequenas empresas que produzem paletes, vendidas posteriormente a outros grandes operadores na área da exportação. Exemplo disso é o sector dos vinhos, que são exportados em paletes e caixas de madeira, provenientes da indústria da serração. Outro ponto importante é também o das celulo-

ses de pasta de papel, que vendem imenso para o estrangeiro, tendo praticamente quase toda a produção orientada para o exterior. Ora, esse papel que é exportado de Portugal vai acondicionado em paletes de madeira e simboliza milhões de euros que as nossas serrações vendem à pasta de papel. Depois, diz-se, que se exporta x de eucalipto, mas não se clarifica que dos cerca de 2,1 mil milhões de euros relativos à exportação, no ano passado, dessa indústria, 50 milhões são provenientes do sector das paletes de madeira de pinho, que foram, no entanto, faturados como originários do eucalipto. A indústria da metalomecânica é outro exemplo, pois exporta material que vai acondicionado em paletes de madeira. Para resumir, o nosso sector é fortemente exportador, mesmo sendo constituído na maioria por microempresas, pois há muita exportação indireta, que é produzida nessas pequenas

Um dos apoios que deveria ser criado era precisamente de incentivo à deslocalização instalações e depois exportada por grandes empresas nacionais e internacionais. Um dos entraves é a má gestão da floresta? O problema da floresta é que, como se sabe, o último inventário nacional veio dizer que a área de eucalipto já ultrapassou, pela primeira vez, a área do pinho. Os números que circulavam, desde que tomei posse, e foram veiculados pela comunicação social afinal correspondiam à verdade. Tive razão. Neste momento, as estatísticas apontam para mais de 600 mil hectares de eucalipto, mas são números de 2010 porque, atualmente, direi que o eucalipto em Portugal ronda os cerca de 850 mil hectares ou mais, sem qualquer dúvida, e o pinho menos do que os números que já foram apresentados. Em resumo, o eucalipto deve rondar entre os 800 mil e o 1 milhão de hectares e o pinho os cerca de 500 mil, sendo que fiz um estudo pessoal que demonstra que se nada for feito entretanto, nos próximos 20 anos vamos ter cerca

de 400 a 420 mil hectares de pinho e desses 300 mil não terão qualquer aproveitamento comercial. Esta será a verdadeira dimensão do problema. Porquê? Porque vai haver regeneração natural e vão existir sempre árvores de pinho, mas com um diâmetro que só dá para fazer fósforos, logo não têm qualquer aproveitamento comercial. E esse problema é um problema que me ocupa permanentemente e para o qual tenho constantemente alertado. Ou as pessoas percebem que temos de cuidar da floresta ou então vamos destruir completamente o sector porque a indústria não pode viver sem floresta. A floresta é o petróleo verde de Portugal, como tal se destruirmos este recurso não vamos ter capacidade competitiva face aos outros países para exportar madeira. Nesse sentido, ou Portugal se preocupa e acautela a sua floresta ou então vai destrui-la, assim como todos os outros sectores e operadores que dela dependem. Um dos segredos poderá ser uma melhor adaptação da indústria às necessidades de consumo real? Uma máxima do marketing é que devemos produzir aquilo que o mercado quer comprar e não aquilo que queremos produzir. O desfasamento do sector face às necessidades reais do consumidor actual está relacionado com a incapacidade de resposta de muitas empresas em diferentes níveis que referi anteriormente. Nesse capítulo, existem poucos estudos de mercado e, por isso, a AIMMP também vai tentar fazer dentro de pouco tempo mais prospecção internacional de mercados. Dou o exemplo da gravata de madeira que hoje trago e que demonstra que de facto há muita margem para inovar, criar e dar utilidade à madeira nas mais diversas situações do dia-a-dia. E a esse propósito utilizo, muitas vezes, uma máxima que é também frequente - se repararmos à nossa volta, no limite, tudo começou por ser feito de madeira. Até os automóveis com os carrinhos de bois que andavam atrelados, assim como a invenção da roda. No extremo, não se conhece quase produto nenhum no mercado que não tenha começado as primeiras peças a partir da madeira e, portanto, este recurso tem uma versatilidade e uma flexibilidade de uso absolutamente notáveis que é necessário


desenvolver. Como? Ajustando a sua funcionalidade e a sua flexibilidade às necessidades do mercado. Se soubermos fazer isto, com engenharia, com design, com capacidade técnica e com estudos das características da madeira, podemos alargar o uso e a utilização da madeira de uma forma diria quase ilimitada. Só que há um caminho muito grande a percorrer nesta matéria. A concorrência externa a este nível também é elevada. Como combatê-la? A AIMMP está a realizar um estudo sobre o comércio de importação de mobiliário na Europa que permitiu já chegar à triste conclusão que cerca de 50% do mobiliário que hoje é importado pelo continente é de origem asiática. Só para que se perceba o problema. E, portanto, se a importação hoje de mobiliário vem desses países deve haver algum motivo. Nesse sentido, qual é a principal razão? O preço – a sua maior capacidade competitiva. Ora, é absolutamente inadmissível que a UE imponha hoje regras internas de funcionamento da própria economia europeia, relacionadas com a proteção do ambiente, das normas de proteção da própria floresta, das questões de natureza social, de desenvolvimento sustentável, de descontos para a segurança social, de salários dos trabalhadores, dos produtos de acabamento ou de preocupações com os vernizes, e não o faça de igual forma a tudo que vem do exterior. Em Portugal, devemos preocuparnos com os fatores de desenvolvimento económico sustentado, que obviamente acarretam custos às próprias empresas, mas depois o próprio país abre as portas à importação de produtos de países em que o salário mínimo são 100 USD, a proteção social e ambiental não existe ou as questões de certificação nem sequer são equacionadas. Isto é inadmissível! As empresas estrangeiras chegam ao nosso território e vendem os seus móveis, quando todos sabemos que vêm competir com os nossos. Mas o pior é que, muitas vezes, não têm a mesma qualidade, apenas um preço mais baixo, que irá competir com o nosso porque há sempre mercado para produto mais barato. Que soluções defende? A solução é apenas e somente uma que é

Tudo o que são poupanças e recursos quer nacionais, quer estrangeiros, têm sido vocacionados para os bancos, para o Estado, para os organismos públicos e para as grandes empresas deste país. competir pela via dos normativos e pela imposição de regras iguais para esse tipo de importação. Não posso obrigar que as empresas europeias cumpram com determinado tipo de regras e outras empresas oriundas de outros países coloquem produtos mais baratos e não cumpram esse tipo de regras. É preciso criar barreiras à entrada em Portugal e na Europa. Se vou à Ásia vender móveis numa economia como a nossa em que não temos, pela própria natureza de custos, capacidade, nem

possibilidade para concorrer com os asiáticos pela via do preço, temos de concorrer pela via da qualidade e do valor acrescentado. O mercado é livre, isto é, somos livres para ter capacidade técnica, inteligência e know-how que desenvolvam competências e façam com que clientes do outro lado do mundo queiram comprar um móvel melhor construído, mesmo que custe cinco vezes mais do que o do seu próprio país. Agora, o que já não é correto é que se aceite que um tipo que não cumprindo dentro do território europeu com as regras que a UE exige aos próprios europeus introduza e comercialize nesse espaço a um preço muito mais baixo. Isso é que já não é legítimo! Mas mesmo assim ainda há países que estão a fazer isto, vide Brasil. Um empresário para exportar para o Brasil paga taxas de 40 a 70% e há produtos com 100%, no total de impostos e taxas aplicadas. As dificuldades criam-se e Portugal nesse aspeto é uma porta aberta, importa tudo porque, como escreve Eça de Queiroz, no seu livro Os Maias, tudo o que é estrangeirismo em Portugal funciona. Temos uma apetência enorme para comprar o que é estrangeiro. Em resumo, na minha opinião temos que proteger as nossas empresas e não podemos aceitar

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Faz sentido que as três fileiras em Portugal – a fileira da indústria da madeira e do mobiliário, a fileira da cortiça e a fileira da celulose e do papel –se juntem num Pólo de competitividade comum que outras que não cumprem este tipo de regras façam concorrência desleal porque é disso que se trata! Falando agora de investimento privado e apoio estatal. Qual a opinião que tem de ambos? Por princípio e formação nunca fui favorável à subsidiodependência porque isso não conduz a nenhum lado, mas tenho uma postura diferente que tem vindo a ser utilizada por diversos países e que entronca na denominação da economia induzida. Um país, um governo e uma governação inteligente tem que ser capaz de em cada momento do tempo através dos incentivos ou através das políticas financeiras induzir a economia no sentido que se pretende. Como é que isso se faz? Com dinheiro, naturalmente, mas da mesma maneira que foi possível aos europeus com dinheiro comprarem a destruição das nossas indústrias e a seguir virem dizer ‘agora comprem aqui porque é muito mais fácil comprar feito’. Basicamente, foi isso que nos fizeram. Destruíram a nossa pesca, destruíram a nossa agricultura, só ainda não destruíram o sol porque não conseguiram lá chegar, para que nós não pudéssemos ter turismo, nem praia. Portanto, destruíram quase tudo o que havia para destruir e a isto chama-se economia induzida. Fizeram-no com dinheiro, ou seja, pagaram-nos. Agora, abatam os barcos e deram-nos dinheiro para isso, agora abatam a vinha, etc. Neste sentido, sou contra a subsidiodependência, mas sou muito a favor da economia induzida. O Estado e

os governos têm de ter capacidade e inteligência para direcionarem os seus investimentos e incentivos no sentido de fortalecer a economia e as suas empresas. Ou seja, tem de haver critério nos apoios. Este sector concretamente e neste campo sou crítico, essas regras, os regulamentos em que se baseiam os incentivos e fundos comunitários, tudo isso foi errado em Portugal. O PRODER é disso exemplo? Sim. É admissível que exista este programa, que financia a arborização das nossas florestas, com um regulamento que só atribui dinheiro a parcelas acima dos 40 hectares? E a seguir, porque ninguém concorria já que não garantia essas exigências, o governo baixe para 20. A pergunta que se coloca é: mas então o Estado não sabe que os proprietários em Portugal têm entre 5 e 10 hectares? Obviamente, ninguém concorre. Nesse caso, para onde é dirigido o dinheiro? Devolve-se a Bruxelas porque se as pessoas têm entre 5 e 10 hectares não podem concorrer àquele fundo. Este é um simples exemplo, que demonstra que muitos dos incentivos estão desadequados à realidade nacional. Diria, por isso, que o problema não está na suficiência, porque nunca fiz esse cálculo, mas estão na desadequação e disso tenho a certeza absoluta. Têm sido devolvidos por Portugal a Bruxelas milhões de euros de fundos que não são executados, uns por falta de capacidade de autofinanciamento do próprio Estado ou das empresas, outros por absoluta desadequação, o que é um problema grave do sector. Por exemplo, o setor tem microempresas. Muitas delas onde é que trabalham? No rés-do-chão das moradias e em zonas habitacionais que não têm margem para crescimento. Porque é que os fundos não incluem nos seus regulamentos o apoio à deslocalização das empresas? Ou seja, se tenho uma empresa no rés-do-chão de uma moradia sem condições para trabalhar, ou se tenho uma empresa no meio de uma povoação, com problemas de ruído, de inibição de segurança, fluxo de trânsito ou higiene, que cria problemas de eletricidade, já que a existência da empresa na localidade retira capacidade elétrica às casas circundantes, porque não se resolvem essas questões primeiro? Porque o que

acontece é que este tipo de questões não são financiáveis, ou seja, a construção de armazéns não é financiável, bem como a aquisição de terrenos, a pavimentação ou a electrificação, no fundo tudo aquilo que são infraestruturas de base para que essas empresas se possam deslocalizar. O que é que vai acontecer as essas empresas? Morrem! Um dos apoios que deveria ser criado era precisamente de incentivo à deslocalização e repare-se há muitas formas de o fazer. Podia haver até uma forma em que se criasse mecanismos de permuta, em que o empresário dava ao Estado, à câmara ou à junta de freguesia, isto é, fazia uma doação do terreno e/ou das instalações no valor de x e em troca estes favoreciam o financiamento do projeto num sítio adequado do ponto de vista ambiental, do PDM, da capacidade de desenvolvimento ou das acessibilidades, etc, num outro local. Aquele empresário iria passar a ter uma nova condição que atualmente não tem e que seria útil ao país. Portanto, tudo isto é errado. Basta um esforço dividido, que representa a meu ver atos de inteligência e que são muito simples. Devem-se criar mecanismos de estímulo, agora vetar, não. Há obstáculos baseados no problema da lei e dos regulamentos em Portugal que têm sempre uma alínea a) ou b) que é o excepto se. Anuncia-se que existem milhões de euros para investir na agricultura, mas na prática lê-se os regulamentos e nada do que se diz é executável, muitas vez nem totalmente, nem parcialmente. É importante, por isso, tornar as linhas de créditos mais ajustáveis e mais aderentes às reais necessidades do sector. Por seu lado, defendo também que a banca tem andado a financiar o Estado e as empresas públicas e, portanto, tudo o que são poupanças e recursos quer nacionais, quer estrangeiros, têm sido vocacionados para os bancos, para o Estado, para os organismos públicos e para as grandes empresas deste país. Nesse sentido, as pequenas empresas não têm qualquer hipótese de recorrer ao crédito, sobretudo atualmente. Qual a sua opinião das actuais análises de risco realizadas às empresas? A sua conclusão é muito relativa, primei-


ro porque os balanços em Portugal têm a credibilidade que têm, e em segundo lugar porque as análises de risco que são hoje realizadas no país são muito frias e baseiam-se sobretudo no papel. Não se avalia a dinâmica do negócio e do empresário, a seriedade, a idade e a capacidade do empresário, a sua experiência e conhecimento do sector, a viabilidade futura do negócio, o goodwill da empresa, o número de anos desta...Aprendi na faculdade que um dos melhores indicadores da qualidade de gestão de uma empresa é o número de anos que ela tem. Depois as pequenas empresas têm outro problema, normalmente não têm capacidade técnica para se apresentarem aos bancos com estudos económicas, terem influência, terem o ‘amigo’ ou a dimensão que justifique pedir números aceitáveis, porque tudo o que seja mais de 50 ou 100 mil euros em Portugal é um número astronómico. A AIMMP não raras vezes faz projetos para apresentar aos bancos ou às candidaturas aos QREN’s. É um dos trabalhos que fazemos na associação, mas naturalmente não fazemos milagres e o contexto em que vivemos é este. Os bancos não estão a financiar as PME’s. Qual a sua posição face à criação de clusters? Vou ser prático e direto. Sou crítico em relação aos clusters e aos pólos de competitividade. Cluster não é uma palavra portuguesa, é um estrangeirismo, mais uma vez importamos esse conceito e importamo-lo de uma forma tendencialmente megalómana; do género é aqui que se encontra a solução. Temos duas manias em Portugal, a primeira está relacionada com o estrangeirismo e a segunda tem a ver com a cópia do vizinho do lado. É provável que haja situações em que os clusters seriam bem-vindos, o problema é que se defende a ideia em Portugal que estes é que são a solução para tudo. Neste aspeto, acho que os jornalistas monitorizam muito pouco os governos e os políticos. Quando alguém toma uma decisão a seguir devia quantificar-se o resultado dessa decisão, só que a natureza mediática com que se faz a comunicação social no país não dá espaço para um jornalismo de investigação e de crítica. Nesse sentido, que estudo existe em Portugal que demonstre

de forma clara que os clusters que foram criados estão a ter um impacto positivo na economia? Primeiro, temos de saber se são necessários e o que têm feito. Se de facto se justifica, devemos apostar neles, mas neste momento não está demonstrado que tenham acrescentado algum valor à economia. Pelo menos no modus operandi como funcionam. Devia ser claramente demonstrado porque o cluster A ou B foi eficaz num determinado setor.

(PNAM) É importante haver um avanço no conhecimento técnico e científico para um melhor desenvolvimento sobre o uso e as características da madeira Como deveriam operar? O cluster do mobiliário não existe, como se sabe, não tem projetos estruturais para o setor e só pode ter tendência a desaparecer. O que, neste setor, faz sentido existir é o chamado “Pólo de Competitividade” – AIFF – que abarca toda a indústria de base florestal, mas provavelmente não no contexto de cluster ou pólo que lhe querem dar (i.e. uma “Via Verde” para o QREN). Faz sentido que as três fileiras em Portugal – a fileira da indústria da madeira e do mobiliário, a fileira da cortiça e a fileira da celulose e do papel – se juntem num fórum para a competitividade comum. Para mim o importante é a função neste tipo de organismos, não é o cargo ou a designação. É preciso que a função seja determinante e útil, assim como perceber se o custo é superior ou inferior às vantagens que pode criar determinado cluster. O custo e o proveito da informação é um princípio básico. Devemos produzir informação dentro das empresas até ao limite de que o seu proveito ainda é superior ao custo. Portanto, se tenho um cluster ou um pólo cujo custo de funcionamento é superior ao proveito que dá, obviamente que

sou contra. Há pólos que devem existir como agregadores de vontades, de interesses e fenómenos de desenvolvimento económico. Quando falo no setor do mobiliário para criar um cluster na verdadeira extensão da palavra teria que nesse cluster coabitar indústrias do mobiliário, produtores florestais e indústrias de maquinaria para o mobiliário, que diretamente interagem com o produto do mobiliário propriamente dito, vernizes, produtos químicos, etc. Sou crítico porque acho que foi uma megalomania dos governos do PS e porque acredito que houve uma orientação do Michael Porter quando esteve em Portugal há 20 anos, que admito fez afirmações interessantes sobre esta matéria, mas que mais uma vez foi abusivamente interpretado por quem governou o país nos anos que se seguiram. Portugal está bem servido de associações empresariais. Agora pergunto: se as temos porque criamos clusters que não têm interesse para o país? Por último, o Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira (PNAM) tem que objectivos? A AFN está a organizar, no âmbito do Ano Internacional das Florestas, a 1ª edição do PNAM com o objectivo de premiar obras que valorizem o carácter e a polivalência da madeira e promovam soluções de construção sustentável. Poderão ser candidatas todas as obras terminadas em 2009 ou 2010 da autoria de qualquer arquiteto inscrito na Ordem. O vencedor terá direito a um prémio monetário no valor de 10 mil euros. A AIMMP apoia com entusiasmo esta iniciativa e oferece-se desde já para lhe dar continuidade futura, para que esta boa iniciativa não seja mais um tiro isolado, sem atingir objetivos estratégicos. Neste campo, ainda há um grande caminho a percorrer que vá de encontro à aderência entre os produtos e o design adaptados ao consumidor. Para além desse aspecto, há poucos estudos em Portugal sobre a madeira propriamente dita, as suas características, funcionalidades e utilização. Esse conhecimento técnico e científico é necessário desenvolver para que num dia em que houver um grande desenvolvimento sobre o uso e as características da madeira seja possível dar um maior uso a este recurso.

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Entrevista a José Pequeno, da dst, s.a, criador da ttt

Criar inovação Uma empresa que já faz história no sector do mobiliário. Como é que tudo começou? A dst,s.a. – e também a tmodular, a marca do grupo dst para a sua actividade industrial de transformação da madeira –, assume efectivamente valores de qualidade, com reputada e sólida experiência em toda a cadeia de valor da actividade de construção civil e obras públicas. Na verdade, a dimensão do sucesso que obtivemos com este projecto da ttt torre turística transportável, só com este enquadramento sustentado teria sido possível. Tudo começou em 2005, no âmbito de uma modalidade de doutoramento em empresa que tinha como foco principal a associação e a combinação da componente académica e científica universitária, com o alinhamento estratégico empresarial. Só posso enaltecer este tipo iniciativa, bem como as entidades que incorporaram esta parceria, precisamente a dst, s.a. e a Universidade do Minho, pois acredito, por experiência própria, ser um dos mecanismos mais eficazes na ligação entre os meios académico e empresarial, com consequente impacto potencial na economia nacional.

Foi, e tem sido, um processo longo, em que o desenvolvimento das várias soluções preconizadas – e não só a ttt – sofreram um processo evolutivo de maturação, iniciado com a actividade de Investigação & Desenvolvimento, mas mantendo sempre o foco estratégico no mercado e na Inovação. Este alinhamento e estas complementaridades foram, em grande medida, os responsáveis pelas opções de produto e projecto que culminaram com a ttt e, necessariamente, com a materialização dos princípios que a orientaram.

processos de inovação. O alinhamento estratégico nasce, necessariamente também, dos valores preconizados pela empresa, e em que eu também acredito – a sustentabilidade, e os seus vários vectores, são disso exemplo. A torre turística transportável assume por isso características ambientais, energéticas e de auto-suficiência que decorrem duma atitude consciente e responsável – de que a utilização primordial de um material 100% renovável, como a madeira, faz parte – que sempre se procurou incutir e impactar desde o primeiro momento.

Pode descrever o processo de constituição da ttt. De onde surgiu a ideia para a sua criação? A ttt surgiu, sobretudo, da conjugação de princípios de sustentabilidade e industrialização, que derivaram posteriormente para lógicas de prefabricação, mobilidade e transportabilidade. Por fim, assumindo ainda outros conceitos, mais ligados à arquitectura, como a modularidade, a evolutividade e a flexibilidade. Tudo isto surge da tentativa de antecipação de tendências que caracteriza os

Quais os fatores distintivos da vossa marca? O que é que pode levar um cliente a optar por este tipo de casa? O ponto forte da ttt é a conjugação de diversas características diferenciadoras, tal como ficou provado pelo interesse generalizado dos visitantes e pela surpresa causada no decurso da EXPO2010. Não existe, actualmente, nenhum produto semelhante no mercado da construção. Vários factores combinados contribuem para tal: a) Utilização da madeira; b) Originalidade da utilização vertical e


suas vantagens habitacionais; c) Capacidade de integração natural; d) Relação visual com a envolvente; e) Níveis de iluminação natural; f) Design de pormenor e rigor; g) Polivalência estrutural; h) Níveis de sustentabilidade; i) Potencial auto-suficiência; j) Capacidade energética integrada; k) Imagem estética de modernidade; l) Estilo minimalista e depurado. Aos factores descritos, acrescentam-se outros igualmente relevantes, sobretudo quanto às razões que podem levar um cliente a optar por esta solução. Entre estes, destacase: a) a capacidade de adequação a princípios industriais e de replicação; b) a produção em série de grande volume, diminuindo custo final aquisição; c) Conceito de transportabilidade e consequente liberdade associada; d) a capacidade de evolutividade e adaptação a diferentes contextos, e respectiva flexibilidade; e) a dupla valência de resposta ao mercado turístico e ao mercado habitacional; f) a possibilidade de adaptação/personalização do produto final; g) a relação qualidade/ custo; h) a rapidez de resposta produtiva; i) a utilização da tecnologia energética Et3 Energetic modular technology, já distinguida com no principal Prémio Nacional de Inovação (BES Inovação). Sendo uma empresa portuguesa há uma preocupação em utilizar matéria-prima nacional, bem como know-how no fabrico dos vossos produtos? Claramente. Até porque estas soluções e tecnologias, devidamente patenteadas e protegidas industrialmente, assumem-se, orgulhosamente, como tecnologia nacional. De resto, o enquadramento da nossa participação na EXPO 2010 - que nos exponenciou a visibilidade e notoriedade internacionais -, foi marcadamente institucional, e tornouse por demais evidente a vantagem que esse tipo de cobertura representa, sobretudo a Oriente. Desse modo, nunca deixaremos de evidenciar essa característica. Se, ademais, podermos introduzir elementos diferenciadores decorrentes de parcerias e sinergias com outras empresas nacionais, não hesitamos. No caso da ttt, tal ocorreu em diversas circunstâncias, com destaque para o desenvolvimento dos vidros estruturais fotovoltaicos, uma experiência inovadora que, connosco,

uniu esforços de outras duas empresas portuguesas de cariz industrial e tecnológico. Qual o peso da investigação/desenvolvimento do produto dentro da estrutura da vossa empresa? De que forma é que esse vetor contribuiu para o sucesso? O processo de I&D deve ser devidamente enquadrado dentro de princípios estratégicos orientadores. Essa é a única forma de tornar o processo efectivo e verdadeiramente eficaz. A nós, não nos interessava investigar por investigar, percorrendo caminhos descontextualizados ou inconsequentes. Aqui, o nosso contexto era o mercado, o mercado global. O nosso objectivo: a diferenciação. O nosso ponto de partida: o estado da arte, aliado aos nossos princípios estratégicos. Acreditámos que só este caminho nos poderia trazer as mais-valias concorrenciais necessárias num sector tão saturado como o da construção. Repare-se que Investigação significa investir ou, dito de outro modo, “transformar dinheiro em conhecimento”. Inovar, significa “transformar conhecimento em dinheiro”, o que trás implícito o conceito de mercado, associadas a modelos e planos de negócio, a modelos estratégicos de actuação e de posicionamento que visam, em primeira instância, a viabilidade e a viabilização do projecto/ produto. Existem portanto duas faces de uma mesma moeda. O sucesso de uma é o impulso da outra, num mecanismo dinâmico e interdependente, que se deseja permanente e contínuo, tal qual a evolução – o contexto onde nos movimentamos jamais pára de se alterar e de evoluir. Dito isto, e reconhecendo que a Investigação & Desenvolvimento é uma parte de um todo maior, a verdade é que se trata de uma parte indispensável ao sucesso de qualquer solução tecnológica. Por outras palavras, e numa opinião pessoal, não tenho dúvidas em afirmar que o investimento em I&D deveria ser uma das principais linhas orientadoras das empresas nacionais, porquanto um dos principais veículos de diferenciação num “campeonato” que há muito deixou de ser apenas nacional. Que significado têm os prémios recebidos na vida da empresa? Por tudo o que foi referido, naturalmente que os prémios representaram a aceitação e a validação da diferenciação que buscamos. Normalmente, sabemos onde começamos e, sensivelmente, por onde queremos seguir.

Mas nunca sabemos onde esse percurso nos leva. Obter o reconhecimento de pessoas, entidades e instituições que respeitamos e estimamos, é sinal de que estamos a chegar a algum lado, mesmo que seja apenas o final de mais uma etapa. Mas significa, sobretudo, que estamos no caminho certo. Em duas palavras: significa muito. Significa confiança e credibilidade. E estas palavras são verdadeiros “portos seguros” no contexto de risco e incerteza por onde decidimos enveredar sempre que queremos fazer diferente… inovar. Sendo o “pai” da ttt como gostaria de ver desenvolver-se nos próximos anos? Temos em mãos um Plano de Negócios extraordinariamente promissor, desenvolvido pelo BESI (Espírito Santo Investment Bank), numa cooperação de grande proximidade connosco e com os propósitos deste projecto. Neste Plano de Negócios, todas a directrizes estratégicas estão traçadas, quantificadas e validades. Paralelamente, temos tido algumas abordagens de vários pontos do globo, no sentido de adquirir a ttt e, em outros casos, de a representar, nomeadamente através unidades de produção locais e regionais. Respondendo directamente à questão, o grande objectivo continua a ser a implementação global deste projecto e deste conceito, algo em que continuamos a trabalhar e a apostar. Projetos para o futuro As ideias nunca param, felizmente. A dificuldade está em seleccioná-las e, posteriormente, “alimentá-las” e viabilizá-las, visto que cada passo que se segue é mais difícil que o anterior num percurso repleto de obstáculos. Criar inovação, continuamente, é o principal projecto. Tudo o resto se enquadra neste contexto. Acredita no potencial nacional para se implantar a nível internacional? Não apenas acredito, como tenho a convicção de que é o nosso único caminho. Espero e desejo que as políticas de desenvolvimento possam centrar-se acima de tudo neste eixo de qualificação, diferenciação e excelência. O nosso mercado é o mundo. Para nós, portugueses, sempre foi. Estamos hoje a redescobri-lo à força.

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torre turística transportável

Arquitetura sustentável surpreende A casa transportável foi feita por uma empresa de Braga e pela Universidade do Minho e atraiu todas as atenções quando esteve em exposição no Pavilhão de Portugal na exposição mundial de Xangai.

A ttt torre turística transportável e a tecnologia Et3 são dois projetos inovadores e sustentáveis que tiveram o seu lançamento mundial na EXPO 2010 Shanghai China, na restrita e importante área reservada às melhores práticas urbanas mundiais (UBPA). Durante seis meses de Exposição Universal obteve o reconhecimento nacional e internacional por parte da organização, media, especialistas ligados à área da construção e visitantes em geral. Esta participação, e por convite da organização chinesa, representou Portugal ao mais alto nível como 2º Pavilhão Nacional - por inerência do Ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento de Portugal e da Participação de Portugal na EXPO -, enquanto tecnologia portuguesa largamente reconhecida e premiada. Esta tecnologia, 100% portuguesa, foi desenvolvida por intermédio de uma parceria entre uma reconhecida empresa de construção portuguesa, dst,s.a. – www. dstsgps.com – e por uma conceituada Universidade pública do domínio da inovação e tecnologia, Universidade do Minho – www. uminho.pt. Ambos os produtos se encontram industrial e intelectualmente protegidos por patentes e protecções de modelos, em todo o território Europeu, e também na China.

Pós-Expo Esta participação ao mais alto nível internacional revelou-se decisiva para uma abordagem efetiva ao mercado chinês, que passou a constituir prioridade estratégica para implementação global do projeto. Nos últimos meses foi desenvolvido um intenso trabalho de prospecção de mercado, do qual foi possível concluir acerca do interesse de diversos promotores e investidores, em particular no âmbito de programas nacionais turísticos com especial preocupação por princípios de sustentabilidade e proteção ambiental. Confirmado o crescente interesse nas presentes tecnologias, o passo seguinte passará pela organização de uma produção capaz de dar resposta eficaz às previsões de elevada procura de mercado face a este tipo de produtos diferenciadores.

Implementação simbólica Em virtude do sucesso da participação, a


A estratégia comercial da TTT na China foi assumida pelo autor do projeto, o arquiteto José Pequeno. “A presença da TTT na Exposição Universal teve, tem e espera-se que continue a ter um impacto muito positivo, na medida em que representa uma plataforma de exposição internacional a todos os níveis. A visibilidade que alcançou, não apenas a nível nacional mas, num outro plano, a nível institucional, é fundamental e constitui a ignição para o sucesso da introdução do produto neste mercado”, assegura José Pequeno.

Organização da EXPO Shanghai China selecionou e solicitou a ttt – nomeadamente um modelo à escala 1/3 que também marcou presença na exposição – para exposição permanente no futuro Museu de todas as expos, a edificar em Shanghai. Em sequência de todo o processo, o exemplar da ttt à escala real, que representou Portugal na zona de melhores práticas urbanas – UBPA Urban Best Practices Area -, foi oficialmente doado por Portugal à República Popular da China, na data simbólica de 08 de Agosto de 2011, perpetuando esta participação e reforçando os laços de amizade existentes entre as duas nações. Nesse sentido, prevê-se que qualquer colaboração bilateral entre os dois países com vista à implementação global deste projeto possa receber o melhor acolhimento da parte das autoridades de ambos os países. A ttt acabou por ficar destacada no top10 de todos os 230 pavilhões da EXPO, no âmbito do site alemão World Expositions: http://worldexpositions.info/shanghai.html, para além disso tem sido viral o fenómeno em que se transformou a ttt no decurso dos últimos tempos.

Projeto abrangente A Torre Turística Transportável (ttt) mais do que um projeto isolado é um projeto abrangente que assenta num modelo adaptável, evolutivo, polivalente e industrial, que se pretendia materializado através de uma so-

lução construtiva diferenciadora e sustentável, recorrendo à madeira enquanto material predominante, também a nível estrutural multifuncional que representa um novo conceito de habitabilidade que, através de sistemas solares ativos e passivos, combina iluminação natural e potencial energético. A sua natureza modular e os materiais nela utilizados - madeira e vidro - asseguram uma reutilização que respeita o ambiente e que garante um impacto de construção reduzido.

Turismo e mobilidade A ttt - torre turística transportável é uma resposta arquitectónica face aos novos desafios do mercado global, onde a mobilidade e a multifuncionalidade surgem associadas ao contexto socioeconómico prevalecente e às oportunidades do sector da construção. Esta torre possui 3 pisos que totalizam 9 metros de altura e garantem 30 metros quadrados de área útil para uma implantação de 10 metros quadrados. Apresentando-se como espaço autónomo e autossuficiente, vocaciona-se para um novo conceito de turismo de natureza. Concebida para ser transportável, e com reduzido impacto construtivo, insere-se em cenários naturais onde não existam infraestruturas pré-existentes. Os princípios estratégicos de préfabricação possibilitam a industrialização e o controlo de custo, tempo e qualidade do processo e respectiva solução construtiva.

Urbanidade e modularidade A ttt, por ser uma unidade modular replicável, representa uma resposta rápida, inovadora e diferenciada face à necessidade de soluções urbanas evolutivas. A presente solução aposta na melhoria da qualidade de vida quotidiana, garantindo eficiência energética, flexibilidade, funcionalidade, sustentabilidade de materiais e potencial de autossuficiência. A polivalência estrutural da ttt permite também o seu funcionamento horizontal, uma vez que essa é a sua posição de transporte. Esta característica permite a sobreposição de módulos, por camadas, originando soluções urbanas em altura, prontas a ocupar e revitalizar tecidos de cidade. Destaca-se a possibilidade de aumentar o espaço habitável, duplicando ou quadruplicando a área útil das soluções de propriedade horizontal.

Sustentabilidade e materialidade Este projeto optimiza os processos de construção, reduz os resíduos de produção e diminui os consumos energéticos do edifício. Assenta em 3 vetores de sustentabilidade: a viabilidade económica e estratégica da sua implementação; o compromisso ambiental com recurso a sistemas solares; e o suporte sociocultural baseado na aproximação construtiva à natureza.A ttt recorre a uma nova geração de processos construtivos, na qual a madeira - 100% renovável - assume especial importância, aliando valor histórico e imagem tecnológica. O vidro, 100% reciclável, é também indispensável na integração dos sistemas solares desenvolvidos. A iluminação natural que este material possibilita contribui para os índices de sustentabilidade e proporciona o enriquecimento da vivência e da utilização do espaço pelo utilizador.

Energia e tecnologia construtiva A ttt torre turística transportável surge na sequência de um outro produto desenvolvido pela parceria dst, s.a./ Universidade do Minho - o Et3 Energetic modular technology. Esta tecnologia, recentemente premiada na V Edição do Concurso Nacional de Inovação BES, na categoria Energia, pode ser incorporada na ttt, optimizando a sua autonomia energética. Para mais informações visite http://www.tttower.com

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Fenabel

Alfaiate de cadeiras A Fenabel está no mercado há quase 20 anos e é líder na produção de cadeiras. Este ano apresentou em Xangai mais de 400 novos modelos, revelando que está de boa saúde e mantém o investimento no design e na inovação.

A Fenabel é conhecida no setor do mobiliário como “alfaiate no mundo da produção de cadeiras”. A empresa de Paredes voltou a estar presente na Feira de Mobiliário da China, repetindo a experiência de 2010, em que efetuou 270 contactos, mais 100 que os habituais. No certame, a marca deu-se a conhecer ao mercado chinês e europeu, sendo que os últimos se mostraram entusiasmados com os produtos nacionais que até então desconheciam. A Fenabel aposta bastante na execução de trabalhos à medida. Está no mercado desde 1992 e tem 70 trabalhadores. Com uma faturação de cerca de 5,2 milhões de euros, a empresa prevê investir 300 mil euros na promoção internacional de 2011 e 2012. A marca exporta cerca de metade da produção, tendo como principais mercados os franceses, holandeses, espanhóis e ingleses. Por outro lado, 90% das vendas internas são para empresas exportadoras. Na Feira de Mobiliário da China, que decorreu em setembro, em Xangai, a Fenabel foi a única representante portuguesa, surgindo no certame com 420 novos modelos de cadeiras e cadeirões inspirados em Fernando Pessoa. “O catálogo dividese em capítulos, um dos quais oferece aos clientes a possibilidade de criarem um modelo à sua medida escolhendo todos os pormenores que fazem parte do produto”, indicou a empresa em comunicado.


Gama de produtos diversificada • Lounge • Cadeiras & cadeiras com braços • Bancos Bar • Puffs & Porta Malas • Banquetas • Geriátrico & Infantil • Catering & Conferência • Mesas de Madeira • Mesas de Metal • Estruturas de Mesa • Tampos

Novidades Em dezembro, a líder de mercado em Portugal apresenta a nova coleção de cadeiras, num evento no Sushifashion, em Cascais. Com uma presença em mais de dez países, a Fenabel mostra a inovadora coleção “Eco Hotel Collection”. O fabricante premium aposta no reforço da estratégia de sustentabilidade, com a criação de uma inovadora gama de cadeiras ecológicas, eco chairs, que utiliza como principais matérias-primas a madeira e a cortiça, e que se adequa na perfeição ao sector da hotelaria e restauração.

A nova linha foi desenvolvida em parceria com a Dyn Cork, empresa que desenvolveu um revolucionário tecido de cortiça, que transforma este produto numa proposta diferenciadora e de valor acrescentado para qualquer espaço com preocupações ecológicas e ambientais. Na conceção deste projeto, a Fenabel – The heart of seating teve como prioridade o desenho, o conforto e a robustez das cadeiras, acrescentado à nobreza dos materiais tradicionalmente usados um forte cariz ecológico, conseguido através da junção da cortiça e da madeira. Já a Dyn Cork produziu um conjunto de tecidos em cortiça, flexíveis, duráveis, laváveis e resistentes à abrasão, que acrescentam características inovadoras às tradicionais propriedades da cortiça, nomeadamente a sua leveza e suavidade. Os tecidos Dyn Cork são totalmente adequados ao mercado de hotelaria e restauração, devido à versatilidade que facilita o seu uso generalizado. Acresce ainda o facto de ser possível, por ambas as empresas, Fenabel e Dyn Cork a criação de soluções taylor made, com a criação de produtos e padrões personalizados e com elevada capacidade de diferenciação. A aliança entre o know-how da Fenabel e a aplicação de um produto sustentável e de características irreplicáveis como o tecido de cortiça da Dyn Cork, nasce a Eco Hotel Collection, uma gama de ca-

deiras sem precedentes, especialmente direcionada para o setor da Hotelaria e Restauração e desenvolvida em linha com as necessidades do mercado ecológico e sustentável. A coleção está vocacionada para os Hotéis Eco: cadeiras e cadeirões em madeira do coração da nogueira com veio natural e acabamento em hidrocera sem químicos, revestida com tecido de cortiça Dyn Cork com várias opções de cores e padrões.

A empresa A Fenabel é uma empresa de mobiliário que aposta fortemente na inovação e na qualidade como marcas distintivas dos seus produtos. É líder de mercado em virtude da promoção destes dois vetores. A marca destaca-se da concorrência pelo historial de conhecimento geracional. Apoiando-se na experiência de três gerações, a empresa especializou-se na produção de cadeiras, oferecendo atualmente uma vasta coleção de estilos e formas. A Fenabal aposta em dois segmentos principais: Lar e Restauração/Hotelaria. A aliança entre o saber dos dedicados funcionários e o recurso às mais recentes tecnologias garante o conforto e a fiabilidade do produto final. Fator que tem contribuído para a sua afirmação no mercado e que se traduz nos vários prémios conquistados.

Aposta internacional A empresa marca frequentemente presença nas mais prestigiadas feiras de mobiliário internacionais. A Fenabel é uma marca em constante crescimento que ocupa uma posição privilegiada em diversos mercados, uma vez que a gama de produtos se adapta a todos os tipos de ambientes e projetos decorativos. A produtora de mobiliário demarca-se por satisfazer as diferentes necessidades de vários clientes, que se rendem à excelência dos padrões de design e de qualidade. Assumindo um forte compromisso com a investigação e a inovação tecnológica, mas mantendo a confiança nos nossos comprovados métodos, a Fenabel continua na vanguarda da indústria de mobiliário, respondendo com distinção às exigências de um mundo em constante mudança.

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Irmãos Craveiro

ESPECIALISTAS EM VALORIZAR A MADEIRA

SOB O LEMA “ACREDITAMOS NA NOBREZA DA MADEIRA”, A IRMÃOS CRAVEIRO DETÉM UMA LONGA EXPERIÊNCIA NO FORNECIMENTO DE SOLUÇÕES EM MADEIRA. VOCACIONADOS PARA A INDÚSTRIA DE MADEIRA E MOBILIÁRIO, ESTES PRODUTORES DESTACAM-SE NO SEU MERCADO PELA SUA ANTIGUIDADE E POR INOVAREM NOS PRODUTOS, RESPEITAREM O MEIO AMBIENTE E UTILIZAREM TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS. Serração, secagem, aplainamento e tratamento de madeiras são as principais atividades da Industria de Madeira Irmãos Craveiro. A empresa está dotada de tecnologia bastante atualizada, com elevada capacidade produtiva, e procura continuamente inovar nos processos e na sua gama de produtos.

A sua maior missão consiste em criar relações de confiança e parceira com os seus clientes. Além dos produtos por eles fabricados, a Irmãos Craveiro comercializa ainda uma gama de artigos complementares, sempre com respeito pelas necessidades do cliente e cumprimento dos prazos de entrega.

Na organização da Póvoa do Varzim, trabalhadores e responsáveis acreditam que é necessário valorizar tudo que teoricamente poderia ser considerado desperdício no processamento de madeira. A preocupação com o meio ambiente e a preservação da sustentabilidade do ecossistema é uma prioridade para a empresa e está patente em todos os processos. Por isso, os Irmãos Craveiro garantem que todas as máquinas utilizadas no processo produtivo possuem mecanismos de recolha do serrim, das aparas e a casca de madeira para que possam assim ser disponibilizados aos clientes para os mais di-


versos fins. A empresa garante assim que não é retirada qualquer árvore da natureza para ser subaproveitada mas sim com o seu total compromisso para com o nosso mundo.

CERTIFICADOS O trabalho desenvolvido pela empresa de serração e tratamentos de madeira cumpre todas as normas. Para que isso se torne mais visível no mercado, sobretudo visando a internacionalização, encontrase em fase de certificação o seu Sistema de Gestão da Qualidade, segundo a ISO 9001:2008. Por outro lado, está num período de implementação da marcação CE dos seus produtos segundo as diretivas europeias para materiais de construção.

PAINÉIS DE MADEIRA Na empresa, os produtos de revestimento de paredes e tetos cumprem com os requisitos da marcação CE. Os produtos estão disponíveis em duas classes de qualidade, sendo que existe a possibilidade de um tratamento biológico para uma durabilidade elevada mesmo em condições adversas. A marca apresenta-se com vários tipos de produtos em madeira para revestir paredes ou divisões, acreditando proporcionar assim ao consumidor um ambiente mais acolhedor e natural. Por outro lado, na Irmãos Craveiro, a aposta forte é no pinho nacional, que consideram a solução ideal para revestir paredes e tetos. Este pode ser fabricado na largura desejada pelos clientes e é embalado em packs de 10 unidades. Para revestir paredes ou criar divisões sólidas, a empresa oferece várias soluções, sendo o forro de escama, a régua de meia-lua com ou sem encaixe e o Lambrim, as principais soluções e as mais procuradas. É 100% natural e 100% nacional.

REVESTIMENTOS DE PISO Um dos tipos de produtos em que a empresa mais se tem diferenciado são os revestimentos de piso de madeira. Tudo para cumprirem a marcação CE, e para proporcionar uma fácil e eficaz aplicação, tornando-os apetecíveis pelos prescritores. São

fabricados com as mais atuais técnicas, tanto em pinho nacional como em eucalipto. Soalhos e tacos para interior e Deck em pinho tratado para o exterior dão a garantia de que o consumidor pode sempre encontrar o que procura para revestir os seus pavimentos com um produto natural, nacional e de estética superior.

MADEIRA PARA ESTRUTURAS Com o intuito de fornecer, sempre, cada vez mais rápido e melhor, a Irmãos Craveiro possui um grande stock de vigamentos e madeira maciça para estruturas, em medidas standard. A empresa está ainda disponível para fornecer soluções por medida, para todos os tipos de construções, segundo os requisitos do cliente, bem como para aconselhamento dos mesmos para as melhores soluções segundo os regulamentos da Construção e o Eurocódigo estrutural. A sua atividade de investigação e desenvolvimento de soluções próprias, distinguem esta empresa no mercado e marcam a sua proatividade, em estrita valorização dos recursos naturais renováveis, de origem nacional.

OUTRAS ATIVIDADES A empresa dedica-se ainda ao abate e compra de madeira. Possui equipas especializadas no abate de madeira, realizado com as preocupações ambientais e respeitando as espécies protegidas em cada área de atuação, bem como as exigências fitossanitárias em vigor. Atendendo às exigências fitossanitárias impostas por diretivas nacionais e internacionais na circulação de produtos de embalagem, nomeadamente no combate á propagação do nemátodo do pinho, a empresa resolveu criar condições para produzir produtos para embalagem ou transporte de outros bens, produzindo atualmente as embalagens em madeira por medida para cada cliente, dando assim garantia de que pode proteger os seus produtos, sem problemas de fitossanidade ou legalidade no transporte. Já o tratamento de madeira em Autoclave, um processo de impregnação por tecnologia de vácuo e pressão, transforma a madeira de pinho numa das madeiras mais resistentes a ataques biológicos e preparaa para aplicações de contacto sob e acima do solo, onde existe um risco médio a alto de apodrecimento ou ataque por insetos.

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O novo filão português

As exportações de mobiliário made in Portugal não param de aumentar. Este ano foi ultrapassado o recorde do ano anterior e os responsáveis do setor acreditam que a internacionalização das empresas e a procura de novos mercados vão impulsionar a área, que deverá continuar a exportar a bom ritmo em 2012. Descubra os predicados do mobiliário luso que o tornam num objeto tão apetecível nos mercados internacionais.


O mercado do mobiliário está em alta, apesar da crise e da retração do consumo interno. Com a falta de clientes nacionais, as empresas estão a investir na internacionalização e entrada em mercados emergentes e com poder de compra. Razões que contribuíram para um superavit comercial com o exterior. As exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria cresceram 10% no primeiro semestre de 2011 e acredita-se que deverão encerrar o ano com mais de mil milhões de euros em vendas ao exterior, nove por cento acima do registado em 2010, o que, a verificar-se, coloca, pela primeira vez, as exportações da indústria de mobiliário e colchoaria acima dos mil milhões de euros.

Recorde batido

São assim ótimas notícias para um setor que tem sabido adaptar-se às exigências dos novos tempos. Espanha continua a destacar-se como o principal destino das exportações portuguesas de mobiliário ao absorver 318 milhões de euros (mais 2%). Seguem-se o mercado francês, com 255 milhões de euros (mais 14%), Angola, com 82 milhões de euros (menos 9%), Alemanha (51 milhões de euros, mais 30%) e a Suécia (35 milhões de euros, mais 20%). Os cinco principais mercados representam 83% do total das exportações do setor. Para o responsável pela associação do setor, Vítor Poças, estes valores constituem “um feito histórico, sobretudo tendo em conta a profunda crise económica e financeira em que a Europa se encontra, neste momento, mergulhada”. “Este é mais um sinal de que a aposta feita, tanto pelas empresas, como pela associação do setor, na internacionalização, deve continuar”, acrescentou. O saldo positivo da balança comercial é nota de destaque para todos os profissionais do setor. Com um saldo superior a 440 milhões de euros, o empresariado do mobiliário demonstra não se resignar à queda abrupta sentida no mercado interno, aumentando em 23% a diferença para as importações.

Novos mercados

A busca incansável de novos clientes, sobretudo fora de Portugal, tem dado o resultado esperado. Os empresários in-

vestem cada vez mais em novos mercados, marcam presença nas principais feiras mundiais e procuram a partir daí desenvolver contactos estratégicos com economias detentoras de poder de compra e que procuram mobiliário de luxo, com uma boa relação qualidade-preço. Estão assim reunidos os ingredientes para singrar em países que até há pouco tempo não tinham qualquer peso na economia global. Foi o caso das mostras e missões comerciais promovidas pela AIMMP, em que um conjunto de marcas de referência no setor foram desafiadas a realizar uma exposição conjunta do melhor de Portugal pelo Oriente, levando a cabo a campanha de promoção internacional “Associative Design – The Best of Portugal” na China (durante a ExpoXangai 2010), em Tóquio e Singapura, numa feliz associação da marca à viagem de circum-navegação do Navio Escola Sagres, que, decorado pela marca, apoiou de forma notável a diplomacia económica na promoção deste setor fora de portas. Segue-se um périplo pelas Américas: São Paulo, Buenos Aires e Miami são os próximos destinos a explorar.

As exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria deverão encerrar o ano com mais de mil milhões de euros em vendas ao exterior, nove por cento acima do registado em 2010’

Internacionalizar know-how gera valor

Em 2012, o município de Paredes vai replicar em Moçambique o projeto de cooperação que permitiu, em 2004, montar uma fábrica de móveis em Timor-Leste. Como contrapartida, o executivo de Moçambique disponibilizará aos empresários de Paredes um terreno em Maputo para um espaço de exposição e venda dos móveis produzidos em Portugal. “Em Timor, foi pura cooperação de Lusofonia, em Moçambique está a ser-nos proposto um desafio que é irrecusável, que é comercial e empresarial”, revelou a uma revista da especialidade. Como ocorreu em Timor-Leste, Paredes, através das empresas locais, disponibilizou equipamento de fabrico de móveis e formação profissional aos trabalhadores locais. “O objetivo é ensiná-los a trabalhar uma profissão industrial”, explicou. No âmbito do projeto realizado em TimorLeste, em colaboração com a diocese de Baucau, está a laborar uma empresa com cerca de dois mil metros quadrados, na qual trabalham cerca de 50 timorenses, onde funciona também um centro de for-

mação profissional do setor das madeiras. Celso Ferreira espera que seja possível no futuro replicar o projeto noutros países de expressão oficial portuguesa, garantindo haver já pedidos de Angola, São Tomé e Príncipe e Brasil.

Siza Vieira destaca inovação

O arquiteto Siza Vieira elogiou recentemente o setor do mobiliário, destacando que a “qualidade do mobiliário português é muito boa”. O vencedor do Prémio Pritzker em 1992 reforça que “há muitos fabricantes de mobiliário em Portugal e de grande qualidade”. Para Siza Vieira a dificuldade está em “conquistar os mercados e produzir ao nível de países como a Itália e a Dinamarca. O problema não está na qualidade do desenho nem na qualidade da execução, que é ótima. O problema é conquistar o mercado. Há muita concorrência já com um balanço que vem de muitos anos”, lembrou.

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A FORÇA DA MARCA

A criação e gestão de uma marca são princípios fundamentais no sucesso empresarial do século XXI. A marca é a resposta para o empresariado que procura diferenciação da concorrência e afirmação nacional e internacional. As marcas certificadoras iLove, iMake, iPack foram apresentadas formalmente em Fevereiro, pela aimmp. A Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (aimmp) apresentou recentemente as marcas sectoriais certificadoras iLove, iMake e iPack. O projecto tem como objectivo atestar a qualidade e excelência dos produtos nacionais, destinando-se a empresas do sector do mobiliário, de materiais de construção e de embalagens. Num período em que os mercados estão massificados e globalizados, se verifica uma saturação para alguns produtos, descontos e outras exigências de um mercado altamente competitivo, o consumidor procura cada vez mais a credibilidade e a estabilidade de um produto, bem como a superação das suas expectativas. Determinante para influenciar o comportamento humano, nomeadamente através do lado emocional cognitivo, a marca faz parte da sociedade de consumo e está presente em

O projecto destina-se a empresas do sector do mobiliário, de materiais de construção e de embalagens

praticamente todas as situações do dia-a-dia. Especialistas lembram que se trata de um dos factores que influenciam o poder de compra, que inevitavelmente é condicionado pela percepção (mais do que pelas características intrínsecas do bem). A marca assume-se nas economias globalizadas como uma ferramenta de controlo e influência sobre o consumidor. Qualquer empresa, para se afirmar no mercado e no seu segmento, necessita de desenvolver uma marca forte, credível e sedutora. O selo ‘made in Portugal’ é um dos vecto-


res cruciais para a política de exportação e de reforço da credibilidade no mercado internacional. Afinal, cabe à marca influenciar a percepção da qualidade de um bem, por opinion makers, clientes, prescritores e público em geral. A entrada de países oriundos do leste europeu ou da China, que integra actualmente a Organização Mundial do Comércio (OMC), obri-

A marca assume-se nas economias globalizadas como uma ferramenta de controlo e influência sobre o consumidor

prestigie a Fileira da Madeira e o país nos mercados exteriores. Por outro lado, uma marca sectorial forte facilita a comunicação, que surge focalizada na percepção imediata do conjunto de atributos positivos dos produtos de madeira. Através da melhoria da imagem percepcionada em relação aos artigos certificados e de valor acrescentado, será possível alcançar

gam o empresariado português a adaptar-se às

o acréscimo nas vendas dos produtos e servi-

circunstâncias concorrências e a desenvolver

ços que envergam a Marca Nacional do Mobiliá-

novos mecanismos de afirmação face aos con-

Uma boa gestão da marca implica necessaria-

rio Português, ultrapassando assim a Marca low

correntes que praticam preços apelativos. Esse

mente um bom conhecimento do consumidor.

price, mediante a diferenciação e o prestígio.

mecanismo é a marca.

Trata-se de uma ferramenta poderosa, porta-

Os benefícios para as empresas da Madeira e

dora de valores e de múltiplos atributos, sejam

Mobiliário são diversos, visto que a ostentação

Criar uma grande marca

funcionais e emocionais ou tangíveis e intan-

de um ‘selo’ de qualidade simboliza uma iden-

Para desenvolver uma grande marca é indis-

gíveis ou visíveis e invisíveis. Quem conseguir

tidade própria, uma imagem e produtos asso-

pensável saber criar um conceito que emita

superar as expectativas do cliente, terá certa-

ciados à percepção da qualidade, pela via da

a sensação de excelência em relação ao seu

mente vantagem competitiva.

comunicação e promoção da Marca junto dos

produto. Porém, isso só não basta. Não adian-

A fileira da Madeira e do Mobiliário tem tido ao

públicos-alvo. Além da diferenciação em re-

ta fazer uma marca apelativa se o produto

longo dos tempos uma orientação sobretudo in-

lação às empresas dos países concorrentes, o

não corresponder à realidade. Acima de tu-

dustrial. A reduzida pressão de marketing tem

produtor fica apto a organizar planos de ma-

do, o produto tem de ser óptimo para ser um

condicionado a introdução de novas formas de

rketing mais estruturados, com acesso a um

sucesso. São as marcas que geram seguran-

promoção do produto e das suas mais-valias

canal privilegiado com o mercado e consumi-

ça no consumo. Aliás, são responsáveis pelas

junto do consumidor final. A estratégia passa

dores e a vender de forma mais sustentada os

tomadas de decisão e escolha de um bem ou

por reorientar as acções de marketing, de forma

mesmos produtos, mas com outro ‘valor’.

serviço em detrimento de outro. Não é possí-

a envolver o cliente em valores que possam ser

A aimmp apoia as empresas que compõem a

vel imaginar no mercado actual a ausência de

associados aos produtos e marcas. O objectivo é

Marca com a criação de campanhas promo-

marcas, que criam experiências que posicio-

que estes se apresentem como desejáveis e ac-

cionais onde se estimula a procura desse seg-

nam e levam o consumidor a um novo patamar

tuem junto do imaginário do público-alvo.

mento e com acções de formação e seminários específicos de sensibilização para o potencial

de observação e exigência. Quando se compra um carro, uma peça de mobília, um objecto de

Ciente das novas realidades, a aimmp (Asso-

do projecto. Por outro lado, disponibiliza os

decoração ou uma simples lâmpada, é a marca

ciação das Indústrias de Madeira e Mobiliário)

seus serviços do departamento de Produção,

que está a exercer força na tomada de decisão

quer certificar os produtos lusos como Marca

para resolução dos problemas que advêm da

final. A diferenciação é fundamental e há que

Nacional do Mobiliário Português, para um in-

implementação do sistema de gestão da Mar-

destacar a importância da criação da marca, do

cremento da sua divulgação no mercado nacio-

ca, bem como o acesso ao seu site para que as

seu investimento e gestão. Quando bem cons-

nal e internacional. O organismo aposta numa

empresas associadas divulguem os seus pro-

truída a marca gera compromisso e apresenta

estratégia sectorial, através da promoção dos

dutos. A associação apresenta igualmente um

características que fazem com que os consumi-

segmentos ‘iLove/ iMake/ iPack’. O intuito do

projecto de apoio específico para essas entida-

dores se identifiquem.

sector passa por construir uma identidade, que

des, que será financiado pelo QREN.

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A praga dos tempos modernos O Nemátodo da Madeira do Pinheiro continua a ser o maior flagelo do setor. O pinheiro bravo é a maior espécie e a fonte que alimenta toda a fileira e indústria da madeira e do mobiliário. Portanto, a execução de medidas que garantam a sustentabilidade da matéria-prima a longo prazo é imprescindível. Neste número, a Xylon mostra as sugestões indicadas pelo manual de boas práticas fitossanitárias, lançado pelo centro Pinus.

O Pinheiro Bravo (Pinus pinaster) é uma árvore autóctone da Península Ibérica, que ocupa mais de 880,000 há em Portugal. Devido ao facto de ser a espécie mais comum no país, o centro Pinus associou-se à publicação do recente manual de apoio à resolução do problema fitossanitário. O Nemátodo da Madeira do Pinheiro é atualmente a doença mais grave que afeta as florestas portuguesas. A doença surgiu em 1999 e muitos técnicos ainda não conhecem profundamente as suas implicações e danos a curto e longo prazo. Nesse sentido que foi lançado um manual de suporte para a sustentabilidade desta fileira. Nesta edição, conheça as principais resoluções sugeridas pelo documento.

Problema sério Na década de 80, o pinheiro bravo

não padecia de problemas graves. Os principais agentes bióticos que provocavam prejuízos económicos eram os escolitídeos (Ips sexdentatus, Orthotomicus erosus, Tomicus piniperda e T. destruens) e em menor grau o desfolhador conhecido por processionária (Thaumetopoea pityocampa). Contudo, o declínio provocado por estas pragas tem vindo a agravar-se desde então, fruto do aumento da incidência de fogos florestais e de anos climáticos quentes e secos, assim como do abandono do mundo rural e diminuição da gestão florestal ativa. Em 1999, um novo problema sanitário surgia com a introdução em Portugal do Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP) Bursaphelenchus xylophilus, que causa a doença da murchidão dos pinheiros e é um dos organismos patogénicos

mais perigosos para as coníferas a nível mundial.

Risco para florestas A propagação da doença divide-se em três etapas fundamentais: a entrada no corpo do inseto, o transporte pelo inseto e a transmissão para uma nova árvore sã. Para a propagação da doença, tanto o NMP como o vetor têm de coexistir na mesma árvore. No final da primavera verifica-se que os nemátodos se agregam na madeira em redor dos insetos recémformados, entrando no sistema respiratório dos adultos imediatamente antes da sua emergência. Após esta situação, o inseto voa à procura de pinheiros adultos saudáveis, pois necessita de se alimentar nos tecidos frescos da casca de ramos jovens antes de se poder reproduzir.


Segundo os estudos efetuados em Portugal, o Longicórnio efetua, preferencialmente, pequenos voos de curta distância com apenas algumas centenas de metros, quando encontra as condições ideias. Para se reproduzirem, estes necessitam de árvores adultas muito debilitadas ou recentemente mortas (geralmente com NMP). Existe ainda uma clara preferência pelo tronco ao nível da copa e pelos ramos de todas as dimensões, inclusive com menos de 2cm de diâmetro, o que está relacionado com a preferência das fêmeas por depositar os ovos em zonas com casca mais fina.

Detetar precocemente Não existem sintomas específicos associados ao Nemátodo da Madeira de Pinheiro. Em termos gerais, verifica-se que, semanas após o nemátodo entrar no hospedeiro, o fluxo de resina diminui acabando por cessar. Posteriormente, assiste-se a uma descoloração e amarelecimento da copa. As agulhas secam e ficam murchas. Estes sintomas surgem logo no verão e tornam-se evidentes já no outono. Em Portugal, as árvores infetadas por este inseto apresentam sintomas de declínio poucos meses após o contágio. Mas, há que salvaguardar que nem todas as árvores com os sintomas descritos têm nemátodo. Afinal, há fatores de declínio e mortalidade que conduzem à morte das árvores e provocam sintomas idênticos, tais como ataques de insetos escolitídeos, fungos patogénicos, seca, etc. A presença de B. xylophilus só pode ser confirmada em laboratório por análises morfológicas ou moleculares realizadas após colheita de material lenhoso.

Medidas fitossanitárias A ação mais importante para proteger o pinhal de qualquer problema fitossanitário é sempre o abate de árvores com sintomas de declínio, o que implica uma monitorização regular do povoamento, no mínimo uma vez por ano, no final do verão. Lembre-se que os povoamentos nas fases de nascedio, novedio e bastio são de baixo risco fitossanitário para o NMP, pelo que serão alvo de menor vigilância numa

unidade de gestão. Devido à extensão das massas florestais, pode tornar-se importante a ação por graus de prioridade, seja nas ações de monitorização ou na realização de abates sanitários. Deverá seguir-se a seguinte ordem: › Bordadura de povoamentos recentemente ardidos e vizinhos destes; › Povoamentos onde foram realizados nos últimos meses intervenções silvícolas que originaram resíduos que permaneceram no terreno; › Povoamentos junto a zonas de armazenamento de madeira; ›Povoamentos no limite do termo da explorabilidade e/ou com árvores caducas; › Povoamentos na proximidade de rede viária com elevada circulação de madeira ou produtos florestais; › Povoamentos de maior valor económico; › Povoamentos com excesso de densidade; › Povoamentos em áreas de menor variabilidade em composição e estrutura. O transporte de madeira infetada com o NMP é o principal responsável pela disseminação da doença em novos focos. Para evitar esta dispersão existe atualmente legislação que regula e restringe os procedimentos de modo a minimizar os riscos, considerando os conhecimentos adquiridos e o ciclo de vida dos dois organismos. Sempre que possível, a madeira deve ser transportada com redes impregnadas de inseticida. No momento do abate de material lenhoso, recomenda-se a verificação de que os prestadores de serviços contratados possuem registo de operador económico e de que foi realizado manifesto de exploração florestal, garantia de cumprimento da legislação e minimização do risco fitossanitário. As ações de prospeção deverão ser intensificadas nas regiões limítrofes entre áreas com e sem NMP, tendo em atenção que a dispersão natural tem tendência a ocorrer: › Na direção de vento dominante; › Para este; › Em zonas montanhosas, para a encosta seguinte na mesma altitude; › Aproveitando as redes viária e divisional e clareiras. A dispersão natural da doença pode ser prevenida mediante a microinjeção

com o produto químico benzoato de emamectina em árvores saudáveis, método recentemente desenvolvido para o pinheiro bravo em Portugal. A aplicação do produto fornece proteção durante pelo menos dois anos. Para o controlo do inseto vetor do nemátodo há duas fases de atuação, definidas de acordo com a sua biologia e ciclo de vida. De novembro a abril, a redução da incidência da doença é feita com a remoção atempada e destruição de material lenhoso (incluindo os ramos de todas as dimensões) de árvores mortas e sintomáticas, sendo este procedimento o meio de luta mais eficaz. Atualmente, estes sobrantes podem constituir um recurso interessante do ponto de vista económico, pois há possibilidade de serem escoados para produção de energia. Durante o período de voo do inseto, de maio a novembro, deve ser efetuada uma gestão ativa e integrada contra o nemátodo, através do corte imediato de árvores afetadas. Como medida complementar, a instalação de uma rede de armadilhas iscadas com feromonas e cairomonas (compostos químicos do pinho), é eficiente tanto para a monitorização como para redução dos níveis populacionais dos animais durante o período de voo.

Sabia que? A dispersão da doença ocorre através do voo de um inseto vetor infetado com o NMP e também pela atividade humana através do transporte de madeira infetada com o NMP e o vetor. No nosso país o único vetor do NMP é o inseto Monochamus galloprovincialis (o Longicórnio do Pinheiro), geralmente pouco abundante nos pinhais em bom estado sanitário.

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Procura de madeira triplica até 2050

O aumento da população, da procura e uso da madeira em bioenergia podem triplicar a quantidade de madeira que a sociedade retira anualmente das florestas e plantações florestais até 2050, afirma o novo capítulo do Relatório Florestas Vivas, da Rede WWF. O estudo foi apresentado em Frankfurt durante a Paperworld, a conferência internacional sobre papel, e prevê que a produção e o consumo de papel duplicarão nas próximas três décadas e que o consumo total de madeira poderá triplicar. “Um cenário no qual a sociedade retira o triplo de madeira das florestas e das plantações florestais precisa motivar um maior cuidado para proteger as florestas. Do contrário, os locais onde a madeira cresce serão destruídos”, disse Rod Taylor, diretor do Programa Mundial de Florestas da Rede WWF. “A madeira, quando obtida de florestas ou plantações bem manejadas, é um material renovável que apresenta muitas vantagens em relação a alternativas não renováveis. O desafio para as indústrias de base florestal é como fornecer mais produtos madeireiros com menos impacto na natureza. E esse desafio se

estende por toda a cadeia de produção, desde o local e a forma como a madeira cresce e é colhida até quão inteligente e eficiente é seu processamento, uso e reuso”. A meta de conservação das florestas da Rede WWF é alcançar zero desmatamento líquido e zero degradação florestal liquida até 2020, o que significa não ter nenhuma perda de área nem de qualidade florestal. Essa meta exige que a perda das florestas naturais seja reduzida e chegue próximo a zero, em lugar dos 13 milhões de hectares anuais que são perdidos atualmente. “A pesquisa da Rede WWF sugere que é possível alcançar o desmatamento líquido e a degradação florestal líquida zero e, ao mesmo tempo, manter o vigor da indústria de produtos madeireiros”, afirmou Emmanuelle Neyroumande, coordenadora em nível mundial do trabalho da Rede WWF sobre celulose e papel. “No entanto, quanto mais adiarmos as ações, mais difíceis e caras se tornam as soluções. Precisamos consumir de forma mais sábia e eficiente, bem como adotar práticas florestais responsáveis, boa governança e mais transparência”.

Em relação ao papel, o Relatório Florestas Vivas propõe soluções, como: -Mais reciclagem nos países com baixos índices de recuperação – se os índices de reciclagem aumentassem, no futuro a sociedade precisaria de menos material virgem, mesmo no caso de se ter um maior consumo mundial de papel. O cenário para 2020 demonstra que um aumento de 25% na produção de papel poderia demandar uma quantidade ainda menor de insumo de fibra virgem, desde que o nível global de uso de fibra reciclada, que hoje é de 53%, aumente para 70%. Os índices de recuperação do papel variam enormemente entre os países. Portanto, é grande o potencial dos esforços para aumentar a reciclagem nos países que apresentam baixos índices de recuperação e do crescimento elevado do consumo para provocar uma redução da pressão sobre as florestas naturais. -Eficiência no uso de recursos e padrões mais justos de consumo – eficiência no processamento e na manufatura pode ajudar a produzir mais produtos com a mesma quantidade de madeira. Além disso, os atuais padrões de consumo das nações ricas (10% da população mundial consome 50% do


Nas próximas décadas, a humanidade provavelmente utilizará mais madeira e de mais maneiras. Devido ao aumento maciço na demanda projetada de madeira e de papel, a indústria de base florestal é chave para a conservação das florestas. Para que a madeira possa desempenhar um papel positivo numa economia “verde”, baseada em recursos renováveis, é preciso que as florestas de produção sejam bem manejadas e sigam os mais elevados padrões ecológicos e sociais, e que o uso e a recuperação dos produtos madeireiros se tornem mais eficientes.

O que é Desmatamento Líquido Zero e Degradação Florestal Líquida Zero?

papel mundial) não podem ser adotados de forma sustentável pelos países em desenvolvimento. As nações mais ricas podem reduzir seu desperdício no uso do papel, enquanto as nações mais pobres precisam de mais papel para a educação, higiene e segurança alimentar. -Plantações para reduzir a pressão sobre as florestas naturais - a demanda líquida pela madeira provavelmente aumentará mesmo se houver um uso mais contido, com mais reciclagem e maior eficiência. Se a perda de florestas naturais ficar próxima de zero após 2020, sem que haja uma redução significativa no consumo, até 2050 precisaremos de até 250 milhões de hectares de novas plantações de árvores. Isso é quase o dobro das plantações hoje existentes. Portanto, plantações bem manejadas e que contribuam para restaurar os ecossistemas, principalmente se feitas em terras que já estão degradadas, desempenharão um papel cada vez mais relevante. -Florestas bem estruturadas – a demanda crescente certamente também irá pressionar ainda mais as florestas naturais. O relatório indica que, até 2050, a colheita comercial (de madeira)

atingirá 25% mais florestas do que hoje. A certificação florestal continuará a ser um instrumento importante para melhorar as práticas de manejo florestal por meio de um mecanismo de mercado. -Desafio energético – até 2050, a demanda anual de madeira para uso energético poderá chegar a entre 6 e 8 bilhões de metros cúbicos, o que demandará mais do que o dobro da madeira hoje retirada para todo tipo de uso. Isso representa um desafio para o planeamento do uso sustentável da terra. Segundo a Rede WWF, a bioenergia tem um importante papel entre as diversas alternativas para combustíveis fósseis, além de oferecer outras fontes de renda e maior segurança energética para as comunidades rurais. No entanto, para que tais benefícios se tornem realidade, a utilização da bioenergia deve ser cuidadosamente planejada, executada e monitorada, para que haja sustentabilidade ambiental e social. A má gestão da produção bioenergética pode destruir ecossistemas valiosos, diminuir a segurança alimentar e hídrica, prejudicar comunidades rurais e prolongar o desperdício no consumo de energia.

A Rede WWF define Desmatamento Líquido Zero e Degradação Florestal Líquida Zero (ZNDD, sigla em Inglês) como nenhuma perda líquida florestal por meio do desmatamento e nenhum declínio líquido da qualidade florestal por meio da degradação das florestas. Há alguma flexibilidade no ZNDD: não significa a mesma coisa que nenhuma remoção da cobertura florestal sob quaisquer circunstâncias. Por exemplo, o ZNDD reconhece o direito das pessoas de fazer um corte raso com finalidade agrícola, bem como o valor de ocasionalmente compensar as florestas degradadas para livrar outras áreas para restaurar corredores biológicos importantes, desde que os valores de biodiversidade, a quantidade e a qualidade líquidas das florestas sejam mantidas. Ao defender o ZNDD até 2020, a Rede WWF enfatiza: (a) a maior parte das florestas naturais deve ser mantida – o índice anual de perda das florestas naturais ou seminaturais deve ser reduzido para um nível próximo de zero; e (b) qualquer perda bruta, ou degradação bruta, de florestas naturais virgens precisam ser compensadas por uma área equivalente de restauração florestal socialmente e ambientalmente saudáveis. Nessa contabilidade, as plantações são se equiparam às florestas naturais, pois muitos valores são reduzidos quando uma plantação substitui uma floresta natural. Elementos recolhidos em: http://www.wwf.org.br

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Sector da Madeira e Mobiliário

Inovação, qualidade e design

vorecidas ao criar emprego nessas áreas. Os elementos mais débeis deste sector passam pela reduzida profissionalização em termos de gestão, marketing e políticas comerciais, mão-de-obra pouco qualificada e indiferenciada, bem como problemas de competitividade. Assim, sendo um dos principais sectores impulsionador do investimento, das exportações e da criação de riqueza, o Ministério da Economia e Inovação lançou, em 2009, o Plano de Apoio ao Sector de Madeira e Mobiliário (PASIMM).

Encarar o futuro

A fileira da madeira encontra-se dividida em serração, painéis, carpintaria e mobiliário. A indústria de mobiliário é, essencialmente, uma indústria de montagem que utiliza matérias-primas variadas para fabricar os seus produtos e utiliza o único recurso renovável do país. Actualmente, a indústria europeia de mobiliário é uma indústria de elevada qualidade em termos técnicos, estéticos, de design e de moda e detentora de uma forte imagem de marca no mundo inteiro. A produção no sector do mobiliário encontra-se repartida por mobiliário para casa, mobiliário para cozinha, mobiliário para escritório, cadeiras e componentes. No horizonte europeu, o sector do mobiliário abrange cerca de 150.000 empresas, gera um volume de negócios de quase 126 milhares de milhões de euros e uma maisvalia de 38 milhares de milhões de euros, e emprega cerca de 1,4 milhões de pessoas. Na realidade portuguesa do sector, um estudo às tendências de importação e exportação indica que o volume de importações e exportações tem vindo a crescer de for-

ma gradual, o que significa igualmente que o valor do mercado interno tem aumentado. Existe uma tendência de crescimento notável, apesar das quebras devido à última crise internacional. O volume exportado era cerca de 50% em 2000 e em 2009 já atingia os 90%, deixando apenas 10% para o mercado interno. De forma a responder à concorrência internacional, as empresas de mobiliário empreenderam um processo de reestruturação e modernização, que conduziu à redução dos seus volumes de produção. A partir de 2005, os volumes de produção aumentaram ligeiramente mas, em 2008, essa tendência inverteu-se e a produção diminuiu de novo. Analisando a distribuição geográfica da capacidade produtiva portuguesa no mercado de mobiliário, é possível identificar a predominância da região Norte (68%), sobretudo Paços de Ferreira; e da região Centro, sobretudo pela zona da Marinha Grande. Esta distribuição regional torna esta fileira essencial ao desenvolvimento rural pois fixa as pessoas nas zonas mais desfa-

O sector do mobiliário em Portugal continuará a capitalizar na sua vocação exportadora, na qualidade dos produtos nacionais e no processo de modernização iniciado no princípio da década de 90. No entanto, terá que se preparar para enfrentar os novos concorrentes provenientes de economias emergentes e em transição e terá que se precaver da possibilidade de existir uma maior dificuldade em atingir mercados mais distantes. Os mais importantes factores de competitividade do sector são a investigação e a inovação, as competências e a qualidade, o design e a mais-valia, os conhecimentos e o know-how, assim como um melhor acesso aos mercados de países terceiros. Adicionalmente, deverá procurar soluções que permitam que a performance do sector não seja demasiado dependente da performance do sector de construção civil; evitar a dependência do mercado europeu no comércio externo; procurar aumentar os recursos humanos disponíveis, sobretudo ao nível de quadros intermédios; procurar aumentar a capacidade de exploração de madeira em Portugal, de forma a diminuir a dependência do exterior em relação a matérias-primas; e procurar aumentar a capacidade de inovação e criatividade, sobretudo no design. Na prática, de forma a manter a sua competitividade, o sector do mobiliário em Portugal terá que apostar no “design”, imagem de marca e progressiva melhoria dos acabamentos, bem como procurar um maior aproveitamento da capacidade produtiva instalada e diversificar a sua presença nos mercados externos. mais informações em: www.mercal.info/info/ sectores/madeira _ pt.htm


Exportações de mobiliário cresceram

As exportações de mobiliário e colchoaria nacional aumentaram três por cento de janeiro a maio, somando 452 milhões de euros, com a França a destacar-se como o principal destino das vendas do sector. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pela Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), o mercado francês absorveu 144 milhões de euros de mobiliário português, detendo uma quota de 32 por cento das exportações, mais oito por cento do que em igual período do ano passado. Já as vendas para Espanha recuaram 11 por cento, para 130 milhões de euros), mas, “mesmo em contraciclo, este continua a ser um dos principais parceiros comerciais do sector, absorvendo 29 por cento do volume de vendas”. Segundo a APIMA, “o mercado intra-

comunitário continua a ser bastante importante para o sector, com a França, a Espanha, a Alemanha, a Suécia, os Países Baixos, Reino Unido, Bélgica, Itália e a República Checa a figurarem no top 10 dos parceiros comerciais e a representarem 79 por cento das exportações”. Angola, com uma quota de 11 por cento, registou até maio um aumento de 33 por cento face a igual período do ano passado, totalizando 49 milhões de euros. Com este novo aumento das exportações, a taxa de cobertura do sector português de mobiliário é já de 180 por cento, superando a marca alcançada no mesmo período de 2011 (165 por cento). O sector apresenta agora um saldo superavitário de 200 milhões de euros e “a balança comercial sectorial continua a demonstrar sinais de dinamismo, elucidativo do esforço e contributo desta indústria para a economia nacional”,

destaca a associação. Segundo adiantou à agência Lusa fonte da APIMA está agendado o recomeço da campanha de promoção internacional do sector, com “uma forte participação nacional” no principal evento mundial dedicado à decoração de interiores: a ‘Maison & Objet’ Paris. No total, serão “mais de 20” as empresas de mobiliário e actividades complementares (colchoaria, decoração, iluminação) a integrar a comitiva da APIMA que, numa área superior a 1.300 m2, promete “demonstrar ao mundo a qualidade e a excelência do tecido empresarial nacional”. Ao evento deverão acorrer mais de 70.000 visitantes profissionais e mais de 2.000 jornalistas de todo o mundo. A campanha promocional do sector, denominada Interfurniture, prossegue até Novembro, com a presença em oito certames internacionais em mercados estratégicos.

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Compósitos de madeira tratada têm potencial inovador

Denominam-se compósitos os materiais que resultam da mistura de outros dois, produzindo um terceiro que apresenta características e desempenho muitas vezes diversos e, ao mesmo tempo, avançados em relação àqueles que foram empregues na sua produção. Reúnem-se dois produtos, combinando características físico-químicas diferentes para obter um novo e muitas vezes com propriedades únicas, que resultam da associação das próprias características dos seus constituintes. Na contramão dos compósitos, hoje em dia fala-se muito em materiais cerâmicos, plásticos ou de concreto, entre outros, que imitam a madeira. A associação é puramente estética e/ou vocacionada para o mercado. Estética, porque a textura e a aparência da madeira natural são atrativos sem comparação nos mercados da construção e do mobiliário em qualquer parte do mundo. São também mercadológicas, porque invariavelmente vêm associadas a noções ambientalmente incorretas que têm o intuito de convencer o consumidor mal informado de que o uso de madeira destrói as florestas. Na verdade, muitos dos materiais

apresentados pelos seus fabricantes como salvadores das matas resultam de extrativismo, não são sustentáveis. Eles, sim, são capazes de afetar o clima e a saúde do planeta. Diferente da madeira que, colhida em florestas plantadas ou certificadas e depois tratada, é material 100% renovável e que produz grandes estoques de carbono contribuindo para minimizar o aquecimento global e a pressão sobre espécies nativas. Não se encontram estas qualidades reunidas em outros materiais construtivos. Por isso, o mais lógico é que se utilize madeira, especialmente a que passou pelo tratamento industrial, em associação com outros produtos que agregarão vantagens aos compósitos, deixando para trás as limitações técnicas e estéticas das imitações. Além de agregar novas propriedades, os materiais compósitos também podem gerar custos intermediários ou até menores do que o daqueles que o geraram. Contribuem também para o reaproveitamento de resíduos sólidos como os de madeira tratada em desuso e, igualmente, de outros materiais industriais. Atualmente pesquisas estão sendo

conduzidas no campo dos materiais compósitos, onde se busca a melhor associação entre a madeira tratada em combinação com o cimento ou resinas. Estes novos materiais ganham leveza, flexibilidade e resistência. O fato da madeira ser tratada, eleva a durabilidade do compósito devido à sua imunidade ao ataque de cupins, brocas e outros fungos. De acordo com dados apresentados pela ALMACO – Associação LatinoAmericana de Materiais Compósitos, 48% dos compósitos produzidos no Brasil em 2011 foram destinados à construção civil, deixando este segmento de mercado na posição de liderança entre os demais setores (transporte, saneamento, energia elétrica, náutico e petróleo). O espaço para a introdução de compósitos elaborados com madeira tratada é muito grande. Porém as associações entre matérias serão cada vez mais bem-vindas no setor pelo potencial que representam em termos de soluções tecnicamente adequadas e ambientalmente corretas. Programas públicos como o minha Casa Minha Vida, Luz para Todos e as obras necessárias para expansão da malha nacional de transportes representam oportunidade para a aplicação destes materiais. Materiais compósitos com resíduos de madeira tratada incorporam leveza, flexibilidade e durabilidade ao conjunto além, claro, do incomparável aspecto estético e de textura. Material de madeira tratada e resinas adesivas, por exemplo, podem gerar um novo produto capaz de suportar condições de temperatura elevada, combinadas com umidade e acidez, uma vez que madeira não deforma sob calor e o composto não sofre corrosão. Um exemplo deste tipo de emprego do compósito pode ser visto no local de visitação ao famoso gêiser Old Faithful, no Parque Nacional de Yellowstone, no estado do Wyoming, Estados Unidos. Outra boa possibilidade seria empregá-los em obras como a do Rodoanel paulista, a exemplo de outras grandes malhas viárias próximas a áreas urbanas, onde é necessário o isolamento, para o conforto acústico dos moradores do entorno. Além de possibilitar o uso de painéis compósitos, visualmente seriam muito mais agradáveis, agregando leveza e eficiência ao conjunto arquitetónico. *Artigo do químico pesquisador Jackson M. Vidal, da Montana Química.


Revista “Wired” destaca

Os preços variam entre os 345 dólares do conjunto de bancos encastráveis “Lagarta”, com design da própria Ana Mestre em colaboração com Inês Pereira, e os 1.450 dólares para cada uma das mesas, uma desenhada por Pedro Silva Dias e outra por Toni Grilo. A empresária, que criou a Corque a partir do estúdio e consultoria em design sustentável Susdesign, baseado em Lisboa e já está a preparar uma nova coleção e a presença na Semana de Design de Nova Iorque do próximo ano. Considerou que o mercado dos Estados Unidos é central na estratégia de afirmação da marca nos próximos cinco anos. “A partir da Semana do Design começamos a ter uma série de contactos de distribuidores e do consumidor final. Fomos aumentando as vendas lentamente e sustentavelmente”, disse ao http://expresso.sapo.pt Um dos nossos primeiros agentes comerciais da Corque no estrangeiro foi um norte-americano e a recetividade dos produtos levou a empresa a apostar numa estratégia “mais autónoma”, apostando agora em parcerias com mais agentes e lojas de design. A exposição em Times Square, em que os consumidores podem usar livremente os produtos, prolonga-se até 23 de dezembro, e dada a grande afluência àquela zona da cidade, estima-se que cerca de 50 mil pessoas visitarão a loja diariamente. O mobiliário da Corque figura na zona de “lounge” na “pop-up store” de dois andares, onde estão patentes outras inovações como detetores de movimento para jogos de computador, um “casulo” com sistema de som e vídeo de alta definição para uma pessoa ou um robô para fazer a limpeza da casa. A empresa portuguesa está também presente em Itália, Finlândia, Inglaterra e Japão, além de Portugal. A estratégia passa por consolidar a despercebidos - integrado com a componente de sustentabilidade que tem presença nos mercados existentes, mas também por uma aposta nos países a cortiça”, adiantou. escandinavos. As quatro peças da microempresa portuguesa, que tem produtos no catálogo “Da nossa experiência, vale mesmo a pena apostar nos mercados das lojas do Museum of Modern Art de internacionais. Mas é preciso um esforço Nova Iorque, foram apresentadas na acrescido em equipas que são pequenas, semana de design da cidade, juntamente com a restante coleção da Corque, de onde como é o caso da nossa”, afirmou Ana Mestre. surgiu o contacto com a revista “Wired”.

mobiliário de cortiça

nacional A revista norte-americana “Wired” elegeu quatro peças de mobiliário de cortiça da marca portuguesa Corque entre os produtos mais inovadores do ano, que estão expostos numa loja temporária em plena Times Square, Nova Iorque. A Corque que está presente nos EUA, Itália, Finlândia, Inglaterra e Japão, além de Portugal viu quatro dos seus produtos em destaque. Uma mesa, duas cadeiras e um conjunto de bancos em cortiça - estão entre os 15 do ano dentro da categoria de “Eco e Eficiência”, também disponíveis para venda através do site da revista de referência norte-americana, e para a fundadora da Corque, Ana Mestre, dá “enorme visibilidade em termos de consumidor final” nos Estados Unidos. “A Wired é muito conhecida pela componente tecnológica, de inovação relacionada com a tecnologia, mas é interessante porque na pesquisa destes produtos, que quiseram nomear como produtos do ano, não descuraram a componente da sustentabilidade”, disse à Lusa a designer e empresária portuguesa de 33 anos, que esteve em Nova Iorque a preparar a exposição das peças de mobiliário. “Penso que viram na Corque essa ligação entre processos tecnológicos que existem - e que olhando para as peças eventualmente passam

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Uma postura de qualidade num mundo global Passados mais de 50 anos a MOVEME é hoje uma das mais importantes empresas portuguesas da indústria de mobiliário, dispondo de uma unidade industrial com cerca de 30.000 metros quadrados inserida numa área de mais de 60.000 metros quadrados. Protagonista de uma aventura de grande sucesso empresarial, a empresa tem feito uma busca contínua de qualidade na sua missão, renovando as suas propostas para interpretar cada vez melhor estilos de vida e as tendências mais contemporâneas. As nossas colecções são organizadas como um sistema amplo e variado, que inclui mobiliário para cada área da casa: quartos, salas, estantes, WC, entre outros. Dedicamos os nossos recursos criativos e produtivos, paralelos e complementares, a outros projetos que podem incluir desde hotéis, complexos residenciais, espaços comercias , etc., através da MOVEME contract.


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A empresa através da sua história A MOVEME foi criada no ano de 1959, a partir de um pequeno armazém onde a actividade principal era o acabamento do mobiliário para posterior comercialização. Em 1994, foi dada a grande viragem, transformando-se numa empresa industrial onde se efectuam todos os processos de fabrico de mobiliário. Hoje com 60.000 metros quadrados, sendo perto de 30.000 metros quadrados de área produtiva a MOVEME é uma das empresas portuguesas mais competitivas no setor do mobiliário. Ao longo dos anos, a MOVEME adaptou continuamente a sua gama de propostas aos mercados, demonstrando uma capacidade na profundidade na recolha de requisitos e gostos de um público heterogéneo e internacional, antecipando a interpretação de tendências na vida.

Pesquisa & Inovação : o design O design foi sempre parte integrante e importante da cultura MOVEME. Atender às necessidades do cliente, é o principal objectivo desta empresa que conseguiu, desta forma, uma implantação sustentada no mercado. A empresa sempre se concen-

trou na pesquisa estilística e tecnológica, visando sempre a melhor interpretação de tendências contemporâneas de estilos de vida, proporcionando a máxima liberdade de aproximação entre as diferentes propostas, garantindo sempre a máxima qualidade ao mínimo preço possível. A busca da inovação é para a MOVEME um grande teste, em que as soluções de design são estudados e traduzidos para uma qualidade muitas vezes invisível no “padrão” proposto. Os sistemas de composições modulares, por exemplo, são o resultado de pesquisa tecnológica e tipológica contínua: propostas para alterar livremente, enriquecer, adoptando novas soluções, mas sempre mantendo a sua fiabilidade comprovada.

Tecnologia A nossa unidade industrial, foi projectada para garantir produtos de qualidade e um método de trabalho que preserva o cuidado e atenção para os verdadeiros especialistas do mobiliário, combinando a sabedoria ancestral com a contínua inovação tecnológica das linhas de produção. Apesar de ser uma unidade industrial tecnologicamente, bem equipada, que garante grandes níveis de produção, tivemos o cuidado de a manter o mais flexível possível para poder aten-

der a qualquer situação, como por exemplo projectos especiais de pequena ou grande escala. Os sistemas informáticos implementados, permitem-nos uma gestão apertada de todos os processos , assim como garantir que um componente produzido hoje , possa ser fabricado anos depois exactamente com as mesmas características. A organização comercial também aproveita todo o potencial oferecido pelas novas tecnologias. Brevemente será disponibilizada uma plataforma web, de uso restrito para clientes onde será possível fazer pedidos e proceder a uma série de consultas, sem perdas de tempo.

Unidade industrial: processo de fabrico Devido à flexibilidade que a empresa tem termos industriais, não existe um processo de fabrico mas sim vários, em função da gama de produtos. No entanto, em termos gerais podemos dizer que somos mais especializados no fabrico de produtos folheados e lacados. Toda a estrutura, está preparada para garantir a melhor relação qualidade preço nos produtos acima referidos.


Organização da produção

Políticas ambientais

A empresa produz todos os componentes necessários com base em ordens de produção para garantir um stock mínimo que consiga satisfazer as necessidades das ordens de acabamento baseadas nos pedidos dos clientes e assim a partir deste ponto trabalhar num sistema just-in-time. Acabamento No acabamento, podemos contar com a tecnologia necessária para poder corresponder a pequenas ou grandes quantidades. Estamos equipados com cabines manuais, robot´s de pintura e linhas de planos , que nos permite ser bastante flexíveis e eficientes. Montagem final Na montagem final todos os móveis são testados e verificados por operários especializados. Embalagem Todos os produtos são embalados em caixas de cartão duplo e previamente protegidos com película com polietileno, filme extirável e cantos de cartão compacto. Todas as embalagens são identificadas com rótulos específicos preparados para leitura de código de barras.

A MOVEME reconhece a importância do design sustentável e adotou ao longo dos anos, uma abordagem de design que combina inovação tecnológica e de atenção aos recursos. Em especial: • Eliminou praticamente o uso de velaturas no processo de acabamento. • Uso de lacas livres de metais pesados e alto teor de solventes. • Utilização de madeiras exóticas de florestas protegidas • Embalagem pensada para facilitar a separação, recuperação e reciclagem do material • Implementação de um sistema informático de controlo de documentos que irá levar à economia de vários milhares de folhas de papel por ano. Esta poupança, deve-se principalmente à possibilidade de consulta, por várias pessoas ao mesmo tempo, de uma enorme quantidade de documentos que seriam impressos. Estamos conscientes da nossa função social, por isso adotamos uma política que visa proteger o meio ambiente para um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

Responsabilidade social Um dos pilares da filosofia industrial MOVEME é a atenção dada às pessoas, entendidas como indivíduos e como comunidades. Para este fim, a MOVEME tenta interpretar as diferentes necessidades e requisitos, gerindo uma série de iniciativas para melhorar o padrão de vida dentro e fora da empresa. Prestamos especial atenção à nova geração, que serão os protagonistas da sociedade do amanhã, com o objectivo de promover cada vez mais uma estreita sinergia entre educação e trabalho, para estimular a capacidade criativa.

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A marca de fogo Viga Velha

Peça genuína A Viga Velha tem-se afirmado, desde o seu nascimento, como uma marca de qualidade no sector do mobiliário, fazendo uso de saberes antigos, o que nos colocou como um dos mais prestigiados fabricantes nacionais de mobiliário maciço. Acompanhando os tempos, e sempre atentos às necessidades dos clientes, reinventámos a tradição e concebemos novas propostas – complementando e reforçando uma oferta alargada, capaz de se adaptar a qualquer ambiente. Somos especialistas no fabrico de mobiliário por medida, o que nos permite trabalhar diretamente com arquitetos e designers em projectos mais específicos de pequena ou grande dimensão.

O produto que disponibilizamos aos nossos clientes é um produto único que privilegia a autenticidade e qualidade, garante conforto e bem-estar. A marcação a fogo é a nossa imagem de marca. Temos orgulho e confiança no nosso processo de fabrico. Por esse motivo, todos os móveis saem de fábrica com a garantia da Viga Velha: a marca de fogo que assegura que se está a comprar uma peça genuína, e não uma imitação. José Carvalho sócio-gerente da Viga Velha afirma que “a nossa empresa está a

realizar alguns investimentos pensando a longo prazo. Estamos num processo de reorganização interna, teremos novas parcerias com arquitectos e designers e iremos também alterar a nossa forma de actuar no mercado. Nesse sentido, a nossa vontade é combater a crise global com planeamento estratégico e investindo muito em parcerias no exterior. Estamos a criar novas linhas, a conquistar mercado e posicionar-nos com distribuidores não só a nível nacional, mas também internacional. Quere-

mos estar mais próximos dos nossos clientes e a participação em feiras pode ser uma oportunidade para promover e reforçar os nossos objectivos de exportação”. A Viga velha actua no segmento do mobiliário há mais de 10 anos. São fabricantes e possuem uma larga experiência na produção de mobiliário de catálogo, por medida, através de desenho técnico, reciclagem de peças e restauro de antiguidades. No entender do responsável da empresa “as tendências continuarão a


Marca de qualidade ser as linhas modernas, simples e com soluções inovadoras. No entanto, consideramos que estamos a chegar a um momento em que se vão reinventar linhas e estilos de outros tempos. A nossa aposta dirige-se para os brancos com toques de nogueira e pau-ferro, com inspiração nos anos 60”. Recentemente a Viga Velha lançou a linha “Lounge”. Uma linha contemporânea com móveis modernos e funcionais (em semi-maciço). Distinguem-se pela simplicidade e pela ideia vincada de conforto e utilidade. Na Export Home 2013 a empresa pretende apresentar duas novas linhas, a “Vintage” e a “Queen”. Em relação à primeira a inspiração vem dos anos 60 e a aposta é na cor branca com toques de nogueira e pau-ferro. Relativamente à segunda foi feita em tons de branco com apontamentos inspirados no mobiliário “queen anne”.

— A Viga Velha tem-se afirmado, desde o seu nascimento, como uma marca de qualidade no setor do mobiliário, fazendo uso de saberes antigos, o que a torna num dos mais prestigiados fabricantes nacionais de mobiliário maciço. Acompanhando os tempos, e sempre atentos às necessidades dos clientes tem reinventado a tradição e concebendo novas propostas – complementando e reforçando uma oferta alargada, capaz de se adaptar a qualquer ambiente. “Somos especialistas no fabrico de mobiliário por medida, o que nos permite trabalhar directamente com arquitectos em projectos mais específicos de pequena ou grande dimensão. O produto que disponibilizamos aos nossos clientes é um produto único que privilegia a autenticidade e qualidade, garante conforto e bem-estar. A marcação a fogo é a nossa imagem de marca. Temos orgulho e confiança no nosso processo de fabrico. Por esse motivo,

todos os móveis saem de fábrica com a garantia da Viga Velha: a marca de fogo que assegura que se está a comprar uma peça genuína, e não uma imitação”. Relativamente ao futuro, o responsável da empresa assegura que a aposta continua a ser no mercado nacional, “acreditamos que ainda existe uma larga margem de crescimento para esta empresa em Portugal. Não é por acaso que temos aqui o fabrico, uma loja própria e estamos neste momento a preparar a abertura de um show-room nas nossas instalações. No entanto, estamos também a dar os primeiros passos no mercado externo. Os mercados de Espanha, onde já temos clientes, e o de França poderão ser importantes para o crescimento da empresa. É com este objectivo que estamos presentes na EXPONOR. Queremos desenvolver novos contactos, aliar as lojas próprias às parcerias com outros distribuidores e abrir um espaço próprio em território estrangeiro”.

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Direcção Nacional das Fileiras Florestais

Culturas Energéticas Florestais


Legislação A legislação Europeia, Directiva 28/2009/EC, obrigam os Estados Membros a incluir nos seus Planos Nacionais de Energia Renovável “medidas específicas para a promoção do uso de energia a partir de biomassa, especialmente para mobilização de novas biomassas tendo em consideração: - Disponibilidade de biomassa: quer doméstica quer de importação - Medidas de incremento da disponibilidade de biomassa tendo em consideração os outros utilizadores de biomassa, sectores baseados na agricultura e floresta” (in http://eurlex.europa. eu/LexUriServ/LexUriServ. do?uri= CELEX:32009L0028:EN:NOT ).

Culturas Energéticas Florestais

O Plano Nacional das Energias Renováveis imposto pela Directiva das Energias Renováveis (2009/28/CE) define uma meta de 31% de incorporação de energia de Fontes de Energia Renováveis (FER) no consumo de energia final em Portugal, além de uma meta de utilização de 10% de energias renováveis nos transportes. Verifica-se que o consumo total de energia final em Portugal aumentou 66% de 1990 a 2008, de 10,915 ktep para 17,508 ktep (o maior aumento percentual verificado foi na energia elétrica (118%)). Assinala-se nesse período o aumento do consumo de energia no sector dos transportes (91%) e o consumo de energia para aquecimento e arrefecimento (A&A) (30%). O consumo de energia para os transportes tem-se aproximado do consumo para A&A. A partir de 2004 o consumo estagnou, tendo mesmo chegado a diminuir em 2007. Em 2008, ambos os consumos foram praticamente equivalentes. De entre as diferentes fontes de energia renováveis, destacase a importância da biomassa. Existe uma vasta utilização de biomassa na produção de energia, nomeadamente a biomassa florestal energética e de biomassa florestal residual (sobrantes de exploração). O sector da biomassa para fins energéticos tem vindo a sofrer um forte desenvolvimento, com um aumento da produção de energia eléctrica à escala nacional.

As culturas energéticas são uma realidade nova, que pela sua especificidade e importância, deverá ser contemplada no Código Florestal - Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de Setembro. As espécies florestais com interesse energético são folhosas de rápido crescimento que têm um vasto enquadramento legislativo. Importa acabar na generalidade com as excepções legislativas às espécies de rápido crescimento e enquadrá-las no conjunto da legislação florestal, o Código Florestal, sem criar especificidades que na sua maioria não se justificam, sendo hoje a legislação florestal comum e os mecanismos de certificação florestal suportes suficientemente fortes para acautelar as preocupações de carácter ambiental e económico. As espécies folhosas de rápido crescimento, exploradas em revolução curta estão abrangidas por legislação específica que restringem e condiciona os processos de arborização, nomeadamente: • Decreto-Lei n.º 28039 de 14 de Setembro de 1937 – Condiciona a plantação ou sementeira, de eucaliptos, acácias-mimosa e de ailantos.

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64 | XYLON PORTUGAL • Decreto-Lei n.º 173/88 de 17 de Maio – Obriga a um pedido de autorização para cortes finais de povoamentos florestais de eucaliptos com DAP < 12cm. • Decreto-Lei n.º 175/88 de 17 de Maio – As acções de arborização e rearborização com recurso a espécies florestais de rápido crescimento estão condicionadas a autorização prévia da AFN. • Decreto-Lei nº 139/89 de 28 de Abril – Competência das Câmaras Municipais para licenciarem acções que envolvam áreas inferiores a 50 ha (mobilização do solo). • Portaria n.º 513/89 de 6 de Julho Listagem de concelhos onde se aplica o n.º 1 do artigo 5.º do DL n.º 175/88. • Portaria n.º 528/89 de 11 de Julho – Requisitos técnicos a serem cumpridos nas acções com recurso a espécies de rápido crescimento. • Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro – Regula a introdução e o controlo na natureza de espécies não indígenas da fauna e da flora. • PROF - Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de Janeiro – Instrumentos sectoriais de gestão territorial com vista a garantir um adequado ordenamento e planeamento florestal, que em muitas regiões inibem ou restringem acções de arborização com espécies de rápido crescimento.

Incentivos à Produção de Biomassa Actualmente os programas de incentivo à gestão florestal enquadramse basicamente no PRODER. Especificamente direccionados para a extracção de biomassa existem alguns subprogramas para apoio a equipamento. Culturas Energéticas Florestais – Primeira bordagem do levantamento da situação actual • Sub-acção 1.3.1 – Melhoria Produtiva dos Povoamentos – Prevê a reconversão de povoamentos mal adaptados de espécies de rápido crescimento e melhoria de povoamentos florestais (resinosas e folhosas): Apoios variam entre 30 a 60%, consoante se refiram a povoamentos de eucaliptus spp ou folhosas e resinosas

de crescimento lento, respectivamente. • Sub-acção 1.3.3 – Modernização e Capacitação das Empresas Florestais – prevê apoios à mobilização de biomassa na floresta, nomeadamente colheita, recolha, concentração e triagem de material lenhoso. Apoios variam de 35 a 45%. No que respeita ao apoio à estruturação da cadeia de abastecimento em biomassa, nomeadamente à constituição de parques de biomassa para processamento em escala, trituração e crivagem, e à aquisição de equipamentos para recolha e processamento de biomassa, fellers, rechegadores, trituradores/estilhaçadores, etc., estes enquadram-se nas Sub-acções 1.3.1 e 1.3.3 do PRODER e o nível de apoio varia entre 30 e 60%. • Sub-acção 2.3.3.3 – Apoio à gestão/ controlo das áreas invadidas por invasoras não lenhosas não autóctones. Apoios de 60 a 80%. O Fundo Florestal Permanente tem vindo a apoiar financeiramente a realização de Planos de Gestão Florestal e de Zonas de Intervenção Florestal, enquanto instrumentos que concorrem para uma melhor gestão territorial, em particular

no aumento da produtividade florestal, já que este aumento tem repercussões directas na disponibilidade de biomassa para energia. Cerca de 20% da exploração florestal do pinho e eucalipto, (bicadas, ramos e casca) são sobrantes de exploração.

Primeira abordagem A sustentabilidade do sub-sector energético com base na biomassa florestal, face às capacidades a instalar terá de passar pelas existência de culturas florestais energéticas que serão complementares aos sobrantes da exploração florestal e terão um efeito de garantir um fornecimento regular às Centrais caso se verifiquem carências pontuais de fornecimento de biomassa doutra origem. Por outro lado diminuirão a pressão sobre os povoamentos florestais cujos destino de produção seja o abastecimento às industrias tradicionais (pasta, aglomerados, serrações). O impacto que as culturas energéticas poderão vir a ter no desenvolvimento


de uma nova economia e no meio rural, ao nível do complemento da actividade agrícola, no aproveitamento de terrenos actualmente abandonados, na criação de emprego e fixação de pessoas, terá de passar por um aperfeiçoamento e aprofundamento de áreas de actuação para que no ano 2020 Portugal esteja em condições de assegurar e cumprir os seus objectivos no âmbito Estratégia Nacional para a Energia: - Revisão da legislação que não condicione a instalação de culturas energéticas de base florestal; - Incentivos à produção . Na actualidade ainda não existe legislação específica para o incentivo a culturas energéticas florestais. Esses incentivos poderão advir da criação de Fundo de Fomento da Biomassa para Energia para subvencionar medidas estruturais de apoio à produção de biomassa. O Fundo de Fomento da Biomassa para a Energia enquadrase no Custo de Interesse Económico Geral do sistema tarifário eléctrico nacional. E poderemos alocar este Fundo ao Uso Global do Sistema, tal como já acontece pela via do aumento de tarifa de produção de energia a biomassa. O Fundo apoiará projectos concretos no âmbito da mobilização de biomassa, do fomento de culturas energéticas e promoção de investigação e desenvolvimento, sendo uma alavanca directa à produção e disponibilização de mais biomassa no mercado. Permite ter uma medida directa do impacto dos incentivos e modelar a sua aplicação. . Os apoios disponibilizados pelo PRODER terão de ser substancialmente ampliados, quer ao nível das ajudas, quer no âmbito das entidades apoiadas, que agora está limitado a micro e pequenas empresas. . O factor de maior impacto no acréscimo da disponibilidade de biomassa florestal é o aumento da produtividade florestal. Cerca de 20% da exploração florestal do pinho e eucalipto, bicadas e casca, pode ser encaminhada para energia. A gestão florestal assume por isso uma importância acrescida pelo que deve ser fortemente incentivada e apoiada Primeira abordagem do levantamento da situação actual pelos diferentes

instrumentos existentes, sendo que para estes se tornarem consequentes deverão ter como preocupação cimeira a sua simplificação (PGF) e operacionalização e apoio (PRODER) - Apoio à mobilização de biomassa na florestal nacional . Mobilização de materiais finos: incentivo aos desbastes de pinho e à monda de eucalipto, às limpezas de povoamentos, desbastes, podas e desramações de carvalhais e ao corte sucessivo de acácias; . Apoio à recolha e tratamento de cepos de pinho e eucalipto; . Apoio à conversão de folhosas autóctones para talhadia em situação de proximidade das unidades de transformação. - Fomento de culturas energéticas . Produção de culturas energéticas florestais em solos marginais com espécies de rápido crescimento nas proximidades úteis de unidades de transformação; . Produção em áreas agrícolas abandonadas. - Apoio a I&D . Apoio a estudos base de inventariação de biomassa; . Tecnologia adequada aos Sistemas de Informação e Tecnologias de Traceabilidade na Cadeia de

Abastecimento de Biomassa (Georeferençiação, controlo de humidade, etc.); . Análise comparativa de equipamentos necessários à gestão e exploração da floresta . Apoio a programas de melhoramento genético específicos para aumento da produtividade florestal e aproveitamento para fins energéticos - Apoio à estruturação da cadeia de abastecimento em biomassa . Formação em operações florestais integradas (madeira + biomassa) . Constituição de parques de biomassa para processamento em escala (trituração e crivagem) . Apoio à aquisição de equipamentos para recolha e processamento de biomassa (fellers, rechegadores, trituradores/estilhaçadores, etc.) - Gestão/controlo das áreas invadidas por acácias . Apoio a programas de controlo e de condução para produção de biomassa de acacial existente - Desenvolvimento de linhas de investigação, em três âmbitos: a) Inventariação Quais as existências actuais de biomassa? Onde estão? Que porção tem viabilidade para aproveitamento energético? b) Explorabilidade do recurso Como recolher, transportar e acondicionar a biomassa? Quais as espécies e os modelos silvícolas mais adequados à sustentabilidade da floresta? c) Efeitos da exploração das culturas energéticas Quais os efeitos da utilização da biomassa na redução do risco de incêndio, na fauna selvagem, na fertilidade dos solos, na biodiversidade entre outros - Necessidade de desenvolver modelos de Fiscalização/controlo da biomassa. A pertinência e urgência deste ponto, obriga-nos desde já a desenvolver algumas reflexões, nomeadamente quanto à sua possibilidade de fiscalização e controlo à porta da indústria consumidora de biomassa ou ao nível laboratorial.

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Biomassa à porta da Central (indústria consumidora de biomassa) Esta deverá contar com um sistema adequado que lhe permita gerir correctamente o trânsito da biomassa de maneira a poder justificar perante as autoridades pertinentes a sua origem. Para isso, deverá contar-se na Central com os seguintes sistemas de registo: • Recepção de biomassa e gestão de controlo de trânsito: composto por software e meios físicos necessários para transacção do transporte e os elementos associados: origem, carga, pessoal responsável pelo transporte, veículos, pesagem, gestão de pagamento a provedores e selecção dos provedores, etc. • Sistema de qualidades do combustível: composto por software e meios físicos necessários para garantir o seguimento e qualidade da biomassa florestal como combustível. Esta ferramenta está principalmente orientada para o controlo e registo da humidade e poder calorífico da biomassa.

• Sistema de controlo e pesagem: composto por software e pesagem (báscula, visores, células, etc.), conectados com o sistema, e software necessário para a gestão integral da informação. Estes três sistemas permitirão que o trânsito de admissão de biomassa se realize de uma maneira planificada e controlada de modo que registe, a qualquer momento, a proveniência de cada combustível, o transporte utilizado e a qualidade do transporte no momento da recepção.

Caracterização Laboratorial A avaliação laboratorial de amostras de biomassa florestal recolhida à porta das centrais poderá ser uma das formas de fiscalização a implementar. Há contudo que definir os parâmetros que caracterizam e diferenciam a Biomassa Florestal Residual Triturada da Biomassa Florestal Triturada utilizada nos tradicionais processos das indústrias nacionais. Os parâmetros Culturas Energéticas Florestais – Primeira abordagem do

levantamento da situação actual a definir e avaliar passarão, por exemplo, pelo teor de lenho e pelo teor de inertes da amostra. O CBE dispõe de um Laboratório Especializado em Biocombustíveis Sólidos. Nos resíduos queimados por estas unidades, ao entrarem normalmente na forma de estilha, bastante grosseira, ou em natureza, será possível, na maioria das situações, identificar a percentagem de lenho, casca, inertes e outros, em primeiro lugar por uma análise visual e depois por métodos de laboratório. A fiscalização, em termos de constituição, da matéria-prima “residual” que entra nas centrais pode ser efectuada, nomeadamente, pela recolha sistemática de amostras e sua caracterização em laboratório. A fiscalização da biomassa florestal consumida nas centrais passará, porventura, pela conciliação de dois sistemas de fiscalização: um que assegure a rastreabilidade desde a produção à porta da central e outro de confirmação laboratorial das características da biomassa. in http://www.centrodabiomassa.pt



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FOCUS

A GUERRA DAS ROLHAS cortiรงa versus screwcrap. conheรงa os desafios de um dos sectores nobres da economia


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