· Nº12 · 2013
ECONOMIA & NEGÓCIOS · MARCAS ID · SOCIEDADE · FOTOREPORTAGEM · ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO · INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO · DESPORTO · LIFE & STYLE · CULTURA & LAZER · PERSONALIDADES ANO IV - SÉRIE II REVISTA Nº12 - 2013 — 3,50 EUR 450 KWZ 5,00 USD — ISSN 1647-3574
OGE 2013
Saiba o que vai mudar este ano e quais os setores mais protegidos pelo crivo do Estado
Na Ponta da Língua
A internacionalização do português e a sua ascensão no mundo
Quatro estrelas
Para apoiar o turismo local, descubra o que está a ‘nascer’ no Huambo
koen vanormelingen [unicef angola]
Clube dos Pequenos
—
No balanço da última década, o organismo internacional tece elogios à evolução do estatuto da criança no país. A concluir o programa de apoio de cerca de 200 milhões de dólares, o representante máximo em Angola projeta novos desafios. Porque a felicidade é uma missão.
2012
03
Espaço Leitor
— O tema de responsabilidade social é pertinente e merece ser encarado com seriedade pelas empresas. É sobretudo uma fórmula que as pequenas e médias empresas devem usar para se aproximarem dos seus clientes. Gostei muito do vosso guia de boas práticas e dos exemplos mundiais que não esquecem o continente africano. Bom trabalho! Catarina Gomes Lázaro
— A última edição é mais que um exemplar de revista. É um guia que todos os cidadãos e empresários deveriam estudar. É certo que as grandes empresas já têm uma maior consciência social, mas num contexto de crise, esta preocupação deve ser ainda maior. Todos temos obrigação de estar atentos ao que se passa na nossa comunidade e tentar contribuir de alguma forma para melhorar a vida dos nossos compatriotas. António Sanches
— Eugénia de Pina, a nossa Primeira-Dama de Honor no Concurso Miss Freedom of The World 2012, enche o nosso país de orgulho. Linda mulher e ser humano. É bom saber que o talento e a beleza angolana continua a surpreender tudo e todos por esse mundo fora e que as nossas manequins são sempre figuras de destaque. São sinais dos novos tempos e da crescente importância da mulher em todos os setores da sociedade. Belarmino Santos
— Parabéns pelo vosso último número. As empresas têm o dever de ajudar a comunidade, pois elas só existem graças às pessoas que ali trabalham e que compram os seus produtos. A responsabilidade social é o motor de uma sociedade mais justa e do equilíbrio dos valores. Sandro Jesus
envie as suas para o seguinte endereço
leitor@revistaangolain.com
Esta revista é escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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SUMÁRIO
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DESPORTO
Yaya Touré é o melhor de África
— Já tinha levado a melhor sobre o ‘favorito’ Didier Drogba na edição de 2011. Yaya Touré, médio do Manchester City, foi novamente o grande vencedor do prémio Melhor Jogador Africano. Nesta edição conheça os predicados e o percurso dos cinco finalistas do concurso e quais os melhores estrangeiros em campo africano
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CULTURA&LAZER
Negócios em Português —
Sabia que a língua portuguesa é a terceira mais falada na maior rede social do mundo, o Facebook? É verdade. O idioma tem sofrido alterações profundas ao nível da procura nos últimos anos. Em causa, está a ascensão da lusofonia e das transações comerciais com os PALOP. Descubra as novas valências do Português
18 IN FOCO
Retoma da Economia — O último ano ficou marcado pela viragem da economia nacional, que começou a dar sinais de nova vitalidade. Factos que se devem à crescente consciencialização governamental de que a diversificação de uma economia muito dependente do petróleo é o caminho a seguir. A produção interna é a aposta das políticas do Estado
22 32 52
Cash-Flow
As novas regras
O Orçamento Geral de Estado para 2013 introduz novas regras e traz um novo aperto do lado da despesa. A evasão fiscal é uma das medidas que constam no documento, que quer acabar com a fuga aos impostos e a economia informal
Marcas ID
Vista Alegre e Lacroix A Vista Alegre Atlantis alcançou uma importante conquista que vai permitir alavancar o seu processo de internacionalização. Uniu-se à marca de luxo francesa Lacroix e nos próximos cinco anos vai dar prioridade a mercados como Angola ou Moçambique. Os primeiros resultados da parceria podem ser apreciados numa exposição em Paris
ARQUITETURA&CONSTRUÇÃO
Hotel Ekuikui I
Ekuikui I, no Huambo, é o nome do espaço que homenageia assim o soberano do reino do Bailundo. Luxo e conforto são os elementos-chave deste hotel, o primeiro quatro estrelas da região
08 10 14 40 50 56 72
MOSAICO
INSIDE
MUNDO
UM DIA COM...
FOTOREPORTAGEM
INOVAÇÃO &DESENVOLVIMENTO LIFE&STYLE
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EDITORIAL
www.comunicare.pt Angola
Rua Rainha Ginga, nº 228 – 2º andar Mutamba – Luanda TEL 923 416 175 / 923 602 924 Portugal Rua Barão de Ferro, nº 104, sala A 4505-025 Sta Maria da Feira
Na ponta da língua
www.revistaangolain.com Diretor Geral Daniel Mota
danielmota@comunicare.pt Direção Editorial Manuela Bártolo
manuelabartolo@comunicare.pt Direção de Research ANGOLA - Lisete Pote
lisetepote@comunicare.pt
PORTUGAL - Jorge Saboga
jorgesaboga@comunicare.pt
Coordenador de Projetos Especiais Tiago Vidal Pinheiro
A rubrica de Cultura & Lazer desta edição traz um artigo sobre o crescimento e a influência da Língua Portuguesa no mundo. Sobre o tema importa, contudo, referir que a projeção internacional de uma língua é uma tarefa complexa, que implica a conjugação de diferentes coordenadas.
Uma política de língua decididamente virada para a internacionalização do português exige uma ação política persistente, continuada e estrategicamente orientada. As chamadas boas práticas, noutros países, devem ser tidas em conta, ressalvadas as distâncias e as proporções. Num cenário geopolítico Se, por um lado, a presente A cultura como arte e geolinguístico conjuntura políticocomplexo, diversificado é um manancial em económica e social e muito amplo não são bruto que impulsiona a tem vindo a alterar o prudentes medidas reconhecimento da língua aprendizagem da língua. uniformes, nem portuguesa no mundo, rígidas. As condições A imposição do ensino apelando para uma (de ensino, de per si de uma língua não locais realidade linguística promoção, de difusão) surte em termos precisos sempre devem ser tidas intercontinental, que grandes resultados. reforça o seu estatuto de em conta, pois se os língua internacional, por recursos financeiros É, pois, a cultura que outro, não obstante este são importantes, não o proporciona e incentiva momento estelar pelo qual a sua aquisição e, neste são menos os recursos atravessa, não se pode humanos. sentido, a divulgação negar que a sua projeção passa por um emaranhado da cultura portuguesa Uma política de de complexas relações, onde e do mundo lusófono língua orientada a economia condiciona a beneficiará de alianças pode constituir a marca sua divulgação no exterior. diferencial sobre a qual bem ponderadas no espaço interno e no urge refletir e definir Ora, sabe-se que o espaço externo. É,por português é uma língua de estratégias de ação. isso, fundamental cultura intercontinental, convocar o esforço e o que projeta e consolida empenho de todos os pontes relacionais com países de língua oficial outras civilizações e outras portuguesa, para uma maneiras de estar no mundo. E é precisamente causa em que todos devem rever-se, com essa dimensão transcontinental, que incentiva respeito pelas suas singularidades e estádios a descoberta, que se deve valorizar, ou de desenvolvimento. seja, utilizar a diferença como um elemento primordial na difusão da própria língua, recorrendo obrigatoriamente à vertente cultural para melhor a projetar. A Direção
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Coordenação Editorial Patrícia Alves Tavares
patriciatavares@comunicare.pt Gestão de Conteúdos de Life & Style Carla Marques Redação Isabel Santos · Maria Sá Arte Bruno Tavares · Patrícia Ferreira
design@comunicare.pt Fotografia David Oliveira Shutterstock
Serviços Administrativos e Agenda Patrícia Silva
agenda@revistaangolain.com Impressão
Lidergraf, Artes Gráficas, S.A. Distribuição ANGOLA – Greenline PORTUGAL – Logista ESPANHA – Expedição Tiragem 10.000 exemplares
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— ISSN 1647-3574 DEPÓSITO LEGAL Nº 297695/09 — Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias e ilustrações, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais
Esta revista utiliza papel produzido e impresso por empresa certificada segundo a norma ISO 9001:2000 (Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade)
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MOSAICO
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Manuela Bรกrtolo
O ano da Serpente — A 10 de fevereiro deu-se o ponto alto das comemorações do novo Ano Chinês. É a data de oficial de entrada num novo calendário e o culminar de 15 dias de festejos. 2013, ou melhor 4711, é o ano da Serpente, que representa o sexto no ciclo e se repete a cada 12 anos. O animal, que sucede o Dragão, é símbolo do caráter de cada indivíduo e da forma como encara a riqueza material. Astuta e inteligente, na mitologia chinesa, ter uma serpente em casa é um bom sinal, um indício de que a família não morrerá de fome.
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INSIDE
Patrícia Alves Tavares
Sonae ultima pormenores
“A entrada da Sonae em Angola está cada vez mais próxima e, apesar de o novo mercado não ser uma novidade, os analistas da unidade de investimento do BPI veem como positivo o recente avanço”, avançou recentemente um semanário luso. O processo de instalação do grupo luso, que irá inaugurar a curto prazo o hipermercado ‘Continente’ em terras palancas, está em fase de conclusão, uma vez que a Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP) já deu aval para a prossecução dos trabalhos. A Sonae está a trabalhar em parceria com uma empresa nacional (detida por Isabel dos Santos) e prepara-se para instalar cinco hipermercados (quatro em Luanda e um no Huambo).
Bibliotecas municipais em todo o país
Implantar bibliotecas públicas em todos os municípios do país é o objetivo da Biblioteca Nacional de Angola a médio prazo. O projeto será materializado devido a uma parceria desenvolvida com as Administrações Municipais. De acordo com o diretor-geral adjunto do organismo, Manuel Pinheiro, este plano assume grande importância para o desenvolvimento cultural e intelectual das populações, pelo que as salas de leitura dos municípios serão convertidas em bibliotecas públicas. A Biblioteca Nacional de Angola irá ser responsável por equipar estes espaços, acompanhar as atividades desenvolvidas e formar técnicos especializados.
21 milhões em 2013
A estimativa é do Instituto Nacional de Estatística. O organismo prevê que em 2013 a população angolana será de 21 milhões. O valor representa um acréscimo de habitantes, já que este ano são 20 milhões.
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Créditos para Angola
A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que Angola tem conseguido fazer “bastantes” progressos a propósito do cumprimento dos objetivos de desenvolvimento do milénio, especialmente no que concerne a redução da pobreza e da fome. A coordenadora residente no país realçou os índices satisfatórios que a nação tem alcançado e elogiou a cooperação entre o Governo e as agências especializadas das Nações Unidas. Angola é um dos países africanos que teve uma melhoria e maior produção de alimentos, pelo que é possível afirmar que já não existem cidadãos a viverem em situação de total insegurança alimentar.
Recenseamento geral em 2014
O Gabinete Central do Censo (GCC) está a proceder à atualização da carta cartográfica nacional e anunciou que o Recenseamento Geral da População e Habitação deverá ocorrer em maio de 2014. O processo está a decorrer sem sobressaltos e é garantido por 22 equipas, em que cada uma é composta por quatro agentes cartógrafos e um supervisor. As recolhas decorrem um pouco por todo o país e vão permitir avançar com o censo, que servirá de estrutura base de conhecimento da população. Após a divulgação dos resultados em 2014, o Governo espera ter melhores equipamentos para aperfeiçoar as políticas públicas de saúde, educação, habitação e segurança social.
Taxa de SIDA inferior a 5%
17 magistérios primários
Ainda não existe uma data oficial, mas o Secretário de Estado para a Formação e Ensino Técnico Profissional, Narciso dos Santos Benedito, afiançou que o projeto arranca em breve. O Governo vai construir 17 magistérios primários nas capitais de província, com a finalidade de que as regiões possam ter “escolas de duplicação e ensaio, ou seja, os professores vão ter um laboratório onde serão feitas as aulas práticas e os estágios pedagógicos no processo de formação de professores”. A obra enquadra-se no plano de desenvolvimento da educação de médio prazo, traçado pelo Ministério da Educação.
Têxtil Textang II retoma produção
A fábrica de tecidos Textang II, no Cazenga, em Luanda, retoma a atividade já este ano. De acordo com a ministra da Indústria, Bernarda da Silva, tal deverá acontecer no último semestre, após a recuperação da infraestrutura. A obra, orçada em 20 biliões de kwanzas, está a cargo de japoneses, em parceria com técnicos nacionais. A fábrica estava inativa há mais de 20 anos e a sua reabertura vai possibilitar o relançamento da indústria transformadora. O Executivo anunciou ainda que prevê recuperar em breve as unidades África Têxtil 1º de Maio (Benguela) e Satec (Kwanza Norte).
São boas notícias para a saúde nacional. Segundo um relatório da ONU SIDA, a taxa de prevalência do HIV/ SIDA em Angola é inferior a cinco por cento, no caso das grávidas. O rastreio foi efetuado em consultas pré-natais e vai de encontro às estatísticas mundiais que apontam os avanços na prevenção e tratamento como fatores de diminuição da incidência da doença. A África Subsaariana continua a ser a região mais afetada, pois representa mais de 70% das novas infeções ocorridas em todo o mundo. Recorde-se que no contexto nacional continua em curso a campanha Laço Vermelho, de promoção do tratamento e de realização de testes para detetar o HIV.
Extradições Angola – Portugal em breve
O protocolo de cooperação rubricado entre Angola e Portugal deverá entrar em vigar muito em breve. O documento vai possibilitar a extradição de cidadãos nacionais que estejam detidos na república lusa para uma prisão angolana. Para o Governo, este protocolo vai permitir o cumprimento dos direitos humanos dos seus concidadãos. A criação deste documento veio responder a um apelo antigo dos familiares de cidadãos angolanos que cumprem pena em Portugal.
Pólo Industrial da Fútila em obras
As obras básicas do Pólo Industrial do Fútila (PIF) vão arrancar este ano. A infraestrutura, localizada em Cabinda, é um projeto que começou a ser esboçado em 1998. Orçada em 38 milhões de dólares, a construção dos equipamentos e respetivas áreas administrativas é comparticipada por várias empresas e organismos como o Banco Mundial, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), Governo central e provincial de Cabinda. O pólo industrial ocupa uma área de 2345 hectares e terá capacidade para acolher 12 empresas numa primeira fase. No entanto, existem já 56 entidades inscritas.
LNG produz energia em 2015
O projeto Angola LNG, instalado no Soyo, vai começar a produzir energia elétrica a partir de 2015. As primeiras províncias a serem beneficiadas pelo programa são Luanda e Zaire. A garantia foi dada pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges. O responsável adiantou igualmente que o gás natural começará a ser usado para a produção de energia para abastecer a província de Luanda e as cidades de Mbanza Congo e Nzeto (Zaire). De acordo com o ministro, “o projeto de instalação da central de ciclo combinado do Soyo que vai queimar gás natural estará concluído até Dezembro de 2014. Portanto, será previsivelmente a partir de 2015 que utilizaremos gás natural para a produção de energia”.
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INSIDE TAAG preside Companhias Aéreas Africanas
A TAAG foi nomeada presidente do Comité Executivo da Associação das Companhias Aéreas Africanas (AFRAA). Pimentel Araújo, presidente do conselho de administração da empresa, assume o comité executivo do organismo que estabelece as orientações do destino da associação. O grupo é formado por 13 membros que se reúnem várias vezes por ano. A nomeação surge como reconhecimento dos progressos verificados na TAAG.
15% Ocupação da cidade do Kilamba
É a primeira centralidade do país e regista uma tímida taxa de ocupação. Em causa está o excesso de burocracia na venda das casas da cidade do Kilamba, que levou a que apenas 3000 dos 20 mil apartamentos disponíveis estejam ocupados. Fator que levou a que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, indicasse que a taxa de ocupação é baixa, uma vez que se trata do maior empreendimento imobiliário de Angola. De acordo com a SONIP, empresa que gere e comercializa as habitações, dos 3000 imóveis ocupados, 2700 correspondem a venda resolúvel e os restantes a crédito à habitação. Valores que levam a definir uma taxa de ocupação de apenas 15%. O Presidente da República apontou o dedo à excessiva burocracia da entidade gestora, que tem recebido muitos pedidos de informação acerca do processo de aquisição das casas.
Renováveis em ascensão
A produção de energias limpas, oriundas do sol, vento, água e biomassa são prioridades para o Ministério da Energia e Águas (Minea), que deseja torna-las economicamente mais acessíveis e a não poluírem o meio ambiente. O organismo lançou entretanto o programa académico “Cientista Ndengue”, que se destina a educar as crianças e sensibilizá-las para o uso sustentável dos renováveis. O Minea tem uma direção de energias renováveis, que tem como tarefa o planeamento e implementação de projetos energéticos. Por outro lado, admitiu que o país detém uma taxa de eletrificação baixa, pelo que há que apostar neste setor. Angola tem abundância em fontes energéticas e combustíveis fósseis, cuja durabilidade não é eterna e dispendiosa. “Não podemos depender das energias fósseis e da água, que também pode escassear devido a causas naturais. Portanto, é necessário diversificar e investir em outras fontes energéticas, principalmente a foto voltaica, visto que Angola é um país beneficiado com a irradiação dos raios solares, durante quase todo ano”, explicou em declarações à imprensa.
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Porto de Luanda retoma
Depois de implementado o plano de reorganização das infraestruturas do Porto de Luanda, o espaço voltou a permitir a atracagem de navios de grande porte. Esta capacidade aumentou consideravelmente, pelo que irá possibilitar as “economias de escala” para o país se desenvolvam com maior quantidade de carga. “A capacidade de transportação e de logística deste navio possibilitará a redução dos custos operacionais, facilitando a atividade dos importadores na retirada das suas cargas em tempo real”, explicou o diretor comercial do Porto, Alberto Bengue. O responsável acrescentou ainda que as descargas oscilam entre 20 a 40 unidades por hora.
Gelados de fruta nacional
“Amore Italian Ice Cream” é uma empresa nacional que acabou de introduzir no mercado uma criação bastante saborosa. Inspirado no lema ‘o que é nacional é bom’, a entidade criou um conjunto de gelados à base de aproveitamento das frutas angolanas. Na apresentação aos consumidores, a marca, que fabrica gelados artesanais, apresentou sabores de oito frutas – abacate, amarula, manga, gengibre, ananás, morango da Jamba e chá de caxinde. O principal grupo alvo da empresa é o segmento hoteleiro e esta pretende expandirse a todo o território, através da gastronomia nacional. No projeto, foram investidos 50 milhões de kwanzas. A marca prevê ainda a implementação de mais de 50 receitas de gelados artesanais, tendo como origem a angolana, a portuguesa e a italiana.
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MUNDO
Patrícia Alves Tavares
Salvador geminado com Luanda
Desde dezembro, Salvador (Brasil) e Luanda (Angola) são cidades geminadas. O Termo de Geminação foi assinado em novembro e vai contribuir para fortalecer os laços que unem as duas urbes. O protocolo permitirá a implantação de várias ações de cooperação, sendo que os brasileiros pretendem levar para a capital angolana técnicas de combate à anemia falciforme. “Salvador é uma referência nacional no combate à anemia falciforme, e vamos levar esta ‘expertise’ para Luanda. Com as duas cidades se tornando gêmeas, realizaremos um intercâmbio de experiências exitosas. Será um ato histórico para as duas cidades, que consolidará e institucionalizará os laços que nos honram e unem muito às raízes africanas”, explicou João Henrique, prefeito da localidade brasileira. O país quer ainda passar aos seus geminados a Matrícula Informatizada Social, que vai facilitar o processo burocrático de matrícula das crianças.
Presidente mais ‘pobre’
O Presidente do Uruguai, José Mujica, aufere cerca de 900 euros por mês e vive numa quinta. O resto do seu salário, cerca de 90%, é distribuído em doações para a caridade. O antigo guerrilheiro trocou a sua residência oficial por uma vida pacata numa quinta e o seu Volkswagen Beetle de 1987 é o bem mais caro que tem. Por isso, é apelidado de ‘presidente mais pobre do mundo’.
Três meses para o edifício mais alto do mundo
A ideia vem invariavelmente da China. A Broad Sustainable Building quer construir um arranha-céus em três meses. Até aqui nada de impossível. No entanto, o Sky City será o edifício mais alto do mundo e para ser erguido em 90 dias, será elevado a um ritmo de cinco andares por dia. A infraestrutura terá como base módulos pré-fabricados e vai albergar um hospital, uma escola, 17 heliportos e apartamentos para 30 mil pessoas. As obras começaram em Janeiro.
EUA alimentam escolas moçambicanas
São quase 200 escolas primárias de Moçambique que vão auferir do apoio americano ao programa alimentar nacional. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América vai doar cerca de 20 milhões de dólares para ajudar este plano de alimentação escolar. O projeto será implementado em conjunto com a Visão Mundial, uma organização não governamental, e o Governo de Moçambique e irá visar as unidades dos distritos de Muecate e Nacarôa, na província nortenha de Nampula. O apoio vai possibilitar a melhoria da qualidade do ensino e do aproveitamento dos alunos.
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Melhorar saúde em África
O diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), Luís Gomes Sambo, esclareceu que o crescimento económico de África ainda não se repercute no desenvolvimento dos sistemas de saúde do continente. O responsável lembrou que a melhoria económica traz um manancial de oportunidades para melhor esta área e fazer reformas que visem o financiamento da investigação, a inovação e o reforço de recursos humanos no setor.
Espanha dá visto a quem comprar casa
África Ocidental apoia reformas na Guiné-Bissau
Kadré Désiré Ouedraogo, presidente da comissão da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), prometeu que o organismo irá mobilizar todos “os apoios internos e externos” para que as reformas das forças de Defesa e Segurança sejam executadas com êxito. A CEDEAO vai disponibilizar 49,2 milhões de euros para a GuinéBissau para desenvolver as suas infraestruturas nestes domínios. “Essa reforma serve também para criar um ambiente favorável à melhoria das condições de vida das populações. Mas para que possa ter sucesso tem de ser adotada e conduzida por todo o povo da GuinéBissau, com o apoio da CEDEAO e da comunidade internacional”, explicou o responsável.
Três mil EUROS por um hamburger
O “Fleur de Lys”, em Las Vegas (EUA), tem o hamburger mais caro do mundo. Chama-se “FleurBurguer” e custa a módica quantia de 3843 euros. A refeição é servida com foie gras e um molho especial de trufas.
Mapas têm ilha inexistente
Um grupo de cientistas australianos descobriu que uma ilha que surge nos mapas no Pacífico Sul afinal não existe. Esta desapareceu há mais de uma década, mas continua a constar inclusive das imagens de satélite do “Google Maps”. A ilha ficaria entre a Austrália e a Nova Caledónia e dá pelo nome de Sandy. “De alguma forma, este erro foi propagado ao mundo a partir de uma base de dados que se utiliza muito em mapas”, indicou a geóloga da Universidade de Sidney, Maria Seton, que se apercebeu do erro quando navegava na zona onde a ilha deveria surgir.
Em Espanha, para ter um visto de residência para estrangeiros não comunitários terá que comprar uma habitação com valor superior a 160 mil euros. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado do Comércio, Jaime García-Legaz. “Em poucas semanas avançaremos com uma reforma do decreto de estrangeiros para conceder vistos de residência a quem compre uma casa em Espanha a partir de um certo valor”, referiu recentemente. O preço diz ser o mais “equilibrado” pois irá evitar uma “procura massiva de pedidos de residência”. O principal público-alvo são os russos e chineses, que têm vindo a procurar casa naquele país.
‘Notas de Mandela’ em circulação
As notas sul-africanas que têm o rosto de Nelson Mandela, em homenagem ao percurso da figura, já estão em circulação. A imagem está num dos lados das novas notas, sendo que o verso é preenchido com os “Big Five”, que representa os maiores animais africanos. De acordo com a informação veiculada à imprensa, o ex-presidente Mandela apreciou o design das notas e, segundo Jacob Zuma, atual presidente, esta medida é “um gesto humilde” e um meio para expressar a gratidão de um país inteiro a um dos homens mais admirados em todo o mundo.
O novo imperador chinês
Na próxima década, a China será dirigida por uma nova geração de imperadores. Xi Jinping foi nomeado líder máximo de uma das maiores potenciais económicas mundiais. O poder de decisão está nas mãos do Partido Comunista, que detém mais de 82 milhões de militantes. Sete dos membros do Comité Permanente do Comité Central serão substituídos. Xi Jinping é filho de Xi Zhongshu, um dos principais responsáveis pela introdução das reformas económicas de Deng Xiaoping no terreno, que criou, enquanto governador da província de Cantão, a zona económica exclusiva de Shenzen, e, em 1989, foi um dos que condenou a repressão contra os manifestantes, na praça Tiananmen. Segundo fontes próximas, o novo imperador herdou muitas das ideias paternas. Resta aguardar pelas medidas e políticas que irá implementar na China.
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MUNDO Moçambique ambientalista
Após celebrar 20 anos de paz, Moçambique tem todas as condições para desenvolver a sua natureza e promover o turismo. A opinião é do ex-presidente Joaquim Chissano, que considera que o desenvolvimento dos parques naturais contribui para o fomento da paz. O responsável exemplificou o caso das áreas transfronteiriças com a África do Sul (país que esteve em conflito com Moçambique), que atualmente formam uma das maiores áreas de proteção ambiental de África. É o “Great Limpopo Park” que liga o Krüger Park (África do Sul) ao Parque do Limpopo (Moçambique) e ao Parque do Gonarezhou (Zimbabué). A área gigantesca tem quase uma década de união, que foi viabilizada graças à cooperação alemã pelo banco estatal de desenvolvimento (KfW) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).
Low Cost entre Holanda e Cabo Verde
Cabo Verde e Holanda assinaram um protocolo que permite aumentar o número de companhias a voar entre os dois países. O documento vai permitir a entrada de mais operadoras ‘low cost’ no país, facilitando a deslocação a baixo custo entre a ilha do Sal e Amesterdão. O objetivo do acordo visa favorecer o turismo da região caboverdiana e facilitar a deslocação da comunidade emigrante na Holanda. Na primeira fase, a parceria já beneficiou a companha Transavia, do grupo Air France – KLM, que passou a ter duas ligações semanais a Cabo Verde.
Software português no parlamento cabo-verdiano
Museu da Linguagem da Humanidade
É no Brasil que nasce o primeiro Museu da Linguagem da Humanidade. O espaço, totalmente interativo, foi erguido na capital, em Brasília, e terá 24 horas de programação de filmes, exposições, palestras, teatro e área de conveniência. A pré-inauguração decorreu a 27 de novembro, com a apresentação do processo matemático da linguagem, uma descoberta do brasileiro Dangelo Ciccarini.
Parceira elétrica luso-guineense
A Universidade de Aveiro, em Portugal, vai adaptar um software de gestão da atividade parlamentar para Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Trata-se de um programa de informação parlamentar e legislativo, desenvolvido pela ONU e que permite ajudar a gestão das atividades internas destes organismos. O programa, intitulado “Bungeni”, está a ser preparado pelos investigadores do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro, e será adaptado à realidade de cada país. Servirá como ponto de entrada para os cidadãos e tem a maisvalia de aumentar a transparência e participação coletiva das atividades parlamentares.
Três empresários portugueses e um oriundo da Guiné-Bissau assinaram um acordo com o Governo de transição daquele país para fornecimento de eletricidade produzida a três localidades no norte da Guiné-Bissau. Bula, Canchungo e Cacheu são as populações que vão beneficiar numa primeira fase dos geradores a gasóleo. Canchungo é a localidade que deverá entrar em primeiro lugar no projeto, sendo de prever que em três anos se junte uma empresa espanhola ao consórcio Electrobissau. O protocolo irá vigorar por 20 anos e vai levar energia a baixo custo aos habitantes.
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IN FOCO
Manuela Bártolo
Angola pretende elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos atuais 0.403 para o patamar de 0.531 nos próximos cinco anos, de forma a colocar o país próximo dos países de rendimento médio quanto à qualidade de vida
Fórmulas de aceleração 2012 foi um ano marcado pela retoma da atividade económica angolana. Depois de ter sofrido influências negativas, provocadas, desde 2008, pela acentuada crise económica e financeira mundial, o país conseguiu alcançar resultados satisfatórios. No ano transato, Angola teve um crescimento de 7,4 por cento, com uma contribuição do setor petrolífero de 4,3 por cento e 9,1 por cento do setor não petrolífero. Números que indicam claramente a tendência de crescimento, iniciada em 2006, do setor não petrolífero e que estão em consonância com os esforços de diversificação da economia nacional projetada pelo Governo.
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Para este ano, a previsão aponta capital financeiro. Este dado também para um crescimento favoreceu os financiamentos na ordem dos 7,1 por cento, tão necessários ao investimento com o setor petrolífero a e ao crescimento económico de crescer 6,6 por cento e o setor Angola. não petrolífero a alcançar os 7,3 por cento, tendo a inflação Em relação às Reservas vindo a diminuir de modo Internacionais Líquidas (RIL), significativo. De acordo com as em 2012, as mesmas terão ficado previsões lançadas em 2012, a perto dos USD 32,2 mil milhões. inflação acumulada terá ficado Para 2013, prevê-se que as RIL perto dos 10 por cento, sendo venham a situar-se nos USD que para 2013 o objetivo é que 40,3 mil milhões, o que assinala a mesma desça para os 9 por uma evolução considerável da cento. A projeção para os posição externa da economia próximos cinco anos situa-se e da credibilidade de Angola numa inflação média anual no mundo. Estes indicadores perto dos 7 por cento. Um apontam para uma melhoria dado que a constatar-se é de da posição macroeconómica facto assinalável, do país ao nível sobretudo para um O Governo interno e externo, país que já teve consolidado no está ciente taxas anuais de facto do país de que tem inflação de 3 mil continuar a de romper por cento. crescer, condição Este percurso primária com uma sustentado fez para um bom economia com que a taxa desenvolvimento. baseada nas de câmbio se Aliás, a eficiência importações mantivesse estável no que concerne durante todo o ano e em níveis à produção de muito baixos riqueza é condição de 2012, facto de suma importância, de produção sine qua non para uma vez que a um crescimento interna economia angolana sustentável, assenta numa que permita forte abertura ao exterior, posteriormente uma importando a maior parte distribuição equitativa pela dos seus bens de consumo. população. Este é, por isso, um indicador Nos últimos cinco anos, Angola a salientar já que ajuda a cresceu a uma taxa média assegurar a estabilidade dos anual de 9,2 por cento, tendo preços no país. De referir a produção não petrolífera também que o processo de quase duplicado durante esse redução da inflação é favorável período. Um crescimento para os interesses dos cidadãos, marcado fundamentalmente das famílias e do próprio pelos investimentos públicos, Estado, visto que a inflação a que têm criado externalidades níveis muito altos funciona positivas para o crescimento como um imposto sobre os do setor privado, um dos detentores de ativos líquidos principais motores de e como um fator de incerteza desenvolvimento da economia para os investidores. Com nacional. a sua redução, o clima de O grande desafio atual é mesmo negócios do país tem vindo a a diversificação da economia melhorar significativamente. do país, com o objetivo de Por seu turno, verificou-se diminuir a grande dependência ainda uma redução acentuada do petróleo ainda existente, das taxas de juro, que como se contrária à necessidade de sabe representam o preço do estabelecer uma Angola forte,
Sabia que...
Nova série do Kwanza reforça segurança —
O Banco Nacional de Angola (BNA) lançou recentemente uma nova ‘família’ de notas e moedas metálicas do Kwanza, cuja principal novidade é o reforço dos elementos de segurança. O governador do BNA, José de Lima Massano, explicou que não se trata de uma troca de moeda, ‘porque as notas novas serão introduzidas paulatinamente na economia, em circulação simultânea com as atuais’, até estas serem completamente retiradas do circuito. A nova família de Kwanzas compreende ‘notas de valor facial de um, cinco, dez, 50, 100, 200, 500, mil, 2 mil, 5 mil e 10 mil, enquanto as moedas são de cinco e dois Kwanzas e de 50 e dez cêntimos de valor facial’. Esta série apresenta melhorias em termos de elementos de segurança, relativamente às atuais notas em circulação.
diversificada e estável. Para que o crescimento económico seja mais rápido, o Governo defende a eliminação dos desperdícios em fatores de produção para favorecimento de ganhos em economias de escalas, fundamentais para garantir uma complementaridade estratégica entre os investimentos do Estado e os investimentos dos privados, o que inclui o desenvolvimento de clusters e das cadeias produtivas.
OGE 2013
A estratégia acima referida consta do OGE 2013, uma vez que o mesmo abrange a inclusão de um conjunto de programas e projetos estruturantes e prioritários na abordagem aos clusters. O Governo vai
dar início à estruturação dos clusters prioritários, nomeadamente nos setores da energia e águas, da alimentação e agroindústria, da habitação e dos transportes e logística. Em análise, estão os da geologia, minas e indústria, do petróleo e gás natural, das florestas, do turismo e do lazer e das telecomunicações e tecnologias. Os projetos estruturantes prioritários espalham-se pelas províncias e incluem programas de investimento público e iniciativas do setor privado, devendo os primeiros criar externalidades positivas para o aumento da eficiência económica e do retorno do setor empresarial privado. Com o intuito de minimizar os desequilíbrios territoriais, os investimentos serão
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IN FOCO
distribuídos pelo território nacional tendo em consideração a necessidade da estruturação de pólos de desenvolvimento (onde já existe potencial e dinâmicas económicas) e pólos de equilíbrio (com o objetivo de criar potencial e oportunidades onde não existem). Em simultâneo, serão viabilizados diferentes apoios com vista à melhoria das infraestruturas do país e de suporte aos projetos de empresários nacionais através dos vários programas existentes para o efeito. Estas ações procuram conduzir, cada vez mais, o país a uma trajetória de crescimento e de diversificação da sua economia. O setor dos petróleos é muito valioso do ponto de vista da criação de riqueza financeira, mas cria poucos empregos. Razão pela qual, o Estado se propõe garantir o crescimento de outros setores, que sejam mais intensivos em mão de obra e que, por conseguinte, aumentem o nível dos rendimentos dos cidadãos e contribuam para combater a pobreza. O Governo está ciente de que tem de romper com uma economia baseada nas importações e em níveis muito baixos de produção interna. Razão pela qual, aponta como objetivos principais o aumento da produção nacional para que seja viável a criação de novos empregos e o aumento dos 20
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Em termos de distribuição recursos humanos rendimentos dos qualificados, cidadãos. Só assim funcional, o OGE 2013 competentes e será possível comprometidos com fazer crescer o prioriza o o interesse nacional. poder de compra setor social Há ainda uma das pessoas com 33,5 grande escassez de e conduzir a por cento quadros em Angola um aumento da despesa quer em quantidade, da procura total, sendo quer sobretudo em efetiva nacional, qualidade aos vários tornando possível 8,09 por níveis. Por isso, a a formação de cento para aposta na educação é um forte ciclo de a educação, essencial. crescimento. 5,29 por Assim, importa cento para A este respeito, este também ao ano irá dar-se início país aumentar a saúde, à implementação o número 10,83 por do Plano Nacional de quadros cento para de Formação qualificados a a proteção de Quadros, todos os níveis. elaborado com base Um dado previsto social, 7,02 numa estratégia no OGE 2013, por cento previamente que, em termos para a definida para este de distribuição habitação domínio da vida funcional, e 1,1 por nacional num prioriza o setor cento para horizonte temporal social com 33,5 que vai até ao ano por cento da a proteção de 2020. O país despesa total, ambiental dispõe hoje de sendo 8,09 por aproximadamente cento para a 1,2 milhões de quadros educação, 5,29 por cento para (dirigentes, gestores, técnicos a saúde, 10,83 por cento para a superiores e técnicos proteção social, 7,02 por cento médios). Número ainda assim para a habitação e 1,1 por cento insuficiente para fazer face aos para a proteção ambiental. complexos desafios que vive. O Esta aposta no setor social e objetivo é o de atingir em 2020 na educação, em particular, um número de 2,3 milhões de é crucial, porque um país quadros. Este será certamente com o potencial de recursos o primeiro plano integrado naturais de Angola apenas de formação de quadros poderá fazer o take off, se tiver
que o país conhece desde a independência, que envolverá, de uma maneira consistente e coerente, a formação de quadros médios, quadros superiores, quadros docentes e especialistas e investigadores em educação, a formação de quadros da administração pública e a formação e capacitação de quadros de apoio ao empreendedorismo e desenvolvimento empresarial. Estes quadros serão formados para fazer face às necessidades do desenvolvimento dos grandes clusters da economia como os mega clusters da geologia, minas e indústria, do petróleo e gás natural, da energia e águas, das florestas, da habitação, do turismo e lazer, da saúde, da educação e cultura, dos transportes e logística e das atividades financeiras. Para garantir a excelência da formação destes quadros irá fazer-se uma combinação das capacidades internas de formação com as capacidades de formação existentes noutros países, fazendo parceria com os melhores centros de formação internacionais. O intuito é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Angola dos atuais 0.403 para o patamar de 0.531 nos próximos cinco anos. Desta forma, será possível colocar o país próximo dos países de rendimento médio quanto à qualidade de vida.
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
Manuela Bártolo
USD perde poder O Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2013, em termos de objetivos macroeconómicos como “Produto, Desemprego, Nível de Preços e Estabilidade Cambial” indicia uma mudança significativa na gestão e cumprimento de metas a curto prazo. Estimado em 6.635,5 mil milhões de kwanzas, em despesas e igual montante em receitas, o OGE deste ano destina ‘para o setor social um terço (1/3) do total das verbas previstas’, o que traduz uma grande viragem na perspetiva orçamental.
De acordo com o Chefe do Executivo, José Eduardo dos Santos, ‘a aposta no setor social representa um acréscimo de quase 50 por cento em relação ao ano de 2012 e destina-se à Educação, Saúde, Ensino de Base e Superior, à Habitação e à Proteção Social’. Esta mudança vem consolidar o crescimento sustentável da economia nacional, que apoiada pela coexistência de uma política orçamental e monetária coesa, tem permitido, cada vez mais, a estabilização do sistema monetário angolano, com o banco emissor (BNA) a interpretar o seu papel preponderante na banca. Pela primeira vez, nos últimos anos, a moeda nacional tem-se mantido estável no mercado cambial. O Kwanza tem resistido inclusive no mercado cambial informal e houve, de algum modo, a contenção de preços nas transações domésticas, para a satisfação dos consumidores finais. O comportamento da moeda nacional no mercado cambial demonstra a consolidação do poder liberatório do Kwanza, moeda nacional angolana, que anos anteriores registava grandes depreciações. Estes resultados satisfatórios decorrem da coexistência das políticas ‘orçamental e monetária coerentes’, implementadas pelo Executivo no ano económico anterior. O Kwanza, enquanto moeda nacional, deve, efetivamente, desempenhar a sua função de ‘unidade de conta’, em detrimento do poder liberatório de várias moedas estrangeiras com curso legal no país, cuja circulação extra-bancária exacerbada só cria disfunções na economia e na contabilidade nacional.
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Muitos indicadores macroeconómicos como a Inflação, o PIB (Produto Interno Bruto), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), entre outros, começam a despontar crescimento e estabilidade
Dando mérito a politicas orçamental e monetária coerentes, muitos indicadores macroeconómicos como a Inflação, o PIB (Produto Interno Bruto), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), entre outros, começam a despontar crescimento e estabilidade, criando novas expetativas para dias melhores. A estabilidade macroeconómica conseguida em 2012, consubstanciada no crescimento económico sustentável na ordem de 7,4 porcento, a desaceleração da taxa de inflação para abaixo de dois dígitos e o aumento das reservas internacionais calculadas em USD 30 mil milhões acalenta
A partir de 2013, os pagamentos do setor petrolífero, grande contribuinte no PIB, serão feitos exclusivamente em Kwanzas
para o sucesso que se espera com a implementação eficaz do OGE 2013. Um passo significativo no caminho para o fim da dolarização da economia nacional vem da decisão do Executivo em determinar que, a partir de 2013, os pagamentos do setor petrolífero, grande contribuinte no PIB, serão feitos exclusivamente em Kwanzas, nos bancos comerciais, para mais valorização da moeda nacional. É uma medida há muito esperada, no domínio da fiscalidade, para os grandes contribuintes. * com o apoio do Jornal de Angola
CASH-FLOW
Base tributária alargada O Executivo decidiu apostar no alargamento da base tributária e dar um combate mais cerrado à economia informal e à evasão fiscal. A receita não-petrolífera representa 17 por cento no OGE. Arlete de Sousa, diretora do Orçamento do Ministério das Finanças, afirmou recentemente que a meta a atingir, nos próximos quatro anos, situa-se nos 24 por cento. ‘Com base no resultado dos últimos dois exercícios podemos concluir que o programa vai bem e que podemos, cada vez mais, reduzir a dependência do setor petrolífero’, afirmou, acrescentando que estão em curso ações para levar as instâncias fiscais mais próximas dos interesses económicos. A reforma tributária tem como grande objetivo contribuir para o aumento do impacto da receita tributária não petrolífera no OGE através da modernização da legislação fiscal e desburocratização e simplificação dos processos e procedimentos da administração tributária. Arlete de Sousa lembrou que o orçamento tem uma componente social forte, mas no geral estimula o crescimento económico, cria emprego e investimento. Para 2013, o mesmo prevê receitas e despesas avaliadas em mais de seis triliões de kwanzas. O petróleo continua a ser a principal fonte de receitas do Estado, contribuindo para 50 por cento do orçamento. A despesa total dá primazia ao setor social, com 33,5 por cento dos recursos, sendo 8,09 por cento para a educação, 5,29 por cento para a saúde, 10,83 para protecção social, 7,02 por cento para a habitação e 1,1 para a proteção ambiental. Em seguida vem a administração pública com 23,6 por cento e os setores da defesa e económico com cerca de 18 por cento. As receitas fiscais (exclui desembolsos de financiamento e venda de ativos) estão projetadas em 4.570,4 mil milhões de kwanzas e despesas fiscais (exclui amortização da dívida e constituição de ativos) fixadas em 4.975 mil milhões de kwanzas, de que resulta num défice fiscal de 407,4 mil milhões kwanzas, equivalente a 3,4 por cento do Produto Interno Bruto. O deputado Diógenes de Oliveira, vice-presidente da Comissão de Economia e Finanças da As-
sembleia Nacional elogiou o esforço do Executivo em manter a estabilidade macroeconómica e adotar uma medida de contenção e prudência para que os programas sejam exequíveis e possam responder aos anseios da população. O responsável lembra que o OGE 2013 marca o início do plano de desenvolvimento para os próximos cinco anos e que, no médio prazo, o nível de investimentos estruturantes que estão a ser realizados em todas as províncias, vai induzir ao crescimento económico mais acentuado e reduzir as assimetrias que ainda existem. Os principais eixos do programa são a preservação da unidade e coesão nacional, garantia de pressupostos básicos necessários ao desenvolvimento, a melhoria da qualidade de vida, a inserção da juventude na vida
Para alcançar este patamar, disse, que está a ser desenvolvido um programa de educação fiscal concertado e um controlo fiscal mais acentuado, para fazer com que mais pessoas paguem impostos
ativa, desenvolvimento do setor privado e inserção competitiva de Angola no contexto internacional. Estas medidas integram um programa de médio prazo, até 2017, em que o Executivo pode ir corrigindo os planos e garantir, no final, uma distribuição equitativa da riqueza, de acordo com as promessas eleitorais.
Investimento às províncias
José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola, tem chamado a atenção para os riscos inerentes à conjuntura internacional e sugeriu uma redução de cinco por cento nas despesas constantes do OGE 2013. O empresário lembrou que o Executivo aumentou as despesas, mas o crescimento do Produto Interno Bruto se mantém. Este responsável sugere também a revisão dos subsídios aos combustíveis, aos transportes públicos e à energia eléctrica, que, no seu entender, estão concentrados em Luanda. O presidente da AIA pede também mais investimentos para as províncias fronteiriças. Aia da Silva, do Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças, falou das iniciativas para potencializar o empresariado nacional e trazer para a formalidade várias iniciativas empresariais que estão no mercado informal. A especialista afirmou que hoje, com o Balcão Único do Empreendedor (BUE), há facilidade de um pequeno empresário formar a sua empresa e obter financiamentos em tempo recorde. O Balcão Único do Empreendedor concentra, num único local, delegações de diversos serviços administrativos públicos intervenientes no processo de constituição e licenciamento das Micro e Pequenas Empresas, com tutela do Ministério da Justiça.
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CASH-FLOW
Comércio de Minerais regulado O ministro da Geologia e Minas afirmou recentemente que o país irá ter ainda no primeiro semestre deste ano uma Agência Reguladora de Comercialização de Minerais Estratégicos. Francisco Queiroz, em anúncio ao Jornal, explicou que o novo Código Mineiro define como minerais estratégicos ouro, diamante e os radioativos.
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O decreto Presidencial para a criação da Agência Reguladora de Mercado de Minerais Estratégicos vai ser analisado pelos titulares das pastas do Ambiente, Agricultura Economia e Pecas, para posteriormente ser submetido à aprovação do Conselho de Ministros. Francisco Queiroz afirmou que o Ministério da Geologia e Minas quer ajustar a Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM) ao Código Mineiro, por ser o principal instrumento para a comercialização daquela pedra preciosa. A SODIAM desempenha ainda duas funções - comercial e reguladora - o que é proibido pelo Código Mineiro, que prevê a constituição de um Insti-
tuto Regulador e de uma empresa comercial para a compra de diamantes. O ministro garantiu que Angola vai analisar o sistema de comercialização de minerais da África do Sul e formar especialistas para trabalharem com ouro e minerais radioativos. Francisco Queiroz declarou ter confirmado que o sistema de comercialização de diamantes sul-africano é semelhante ao definido no Código Mineiro de Angola. ‘A África do Sul tem um órgão regulador que define as regras do mercado para os metais preciosos e para as pedras preciosas que corresponde àquilo que queremos desenvolver na nossa Agência Reguladora de Minerais Estratégicos’, afirmou.
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Capri-Sun com centro de produção
Fusão entre Zon e Optimus Os acionistas da Zon, que é maioritariamente detida pela empresária nacional Isabel dos Santos, e da Optimus aprovaram, no passado mês de janeiro, o plano de fusão das duas empresas, que vai gerar sinergias de 350 a 400 milhões de euros (aproximadamente entre 467 e 534 milhões de dólares). Foi dado mais um passo importante rumo à fusão Zon-Optimus. Os acionistas aprovaram, por unanimidade, o projeto de fusão das duas empresas.
O objetivo é que o novo operador, que irá resultar desta operação, alcance uma quota de 26 por cento no mercado nacional das telecomunicações português. As duas operadoras ‘têm um elevado grau de complementaridade de negócios em Portugal’, pelo que, mesmo atuando no mesmo sector, cada uma tem o seu segmento de mercado. A fusão tinha sido proposta no passado mês de Dezembro pela Sonaecom, dona da Optimus e pela empresária angolana Isabel dos Santos, que controla 28,8 por cento da Zon, através das sociedades Kento e da Jadeium.
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A marca de bebidas para crianças e adolescentes, Capri-Sun, anunciou que irá reforçar o seu compromisso e empenho com o continente africano, através da abertura de um novo centro de produção em Viana.Um projeto que surge no âmbito de uma parceria com a empresa angolana Drinco. Em janeiro, a Capri-Sun deu oficialmente as boas-vindas à Drinco, empresa angolana na área da agroindústria (que inclui a produção de bebidas), com quem estabeleceu uma parceria. O objetivo da marca, sedeada na Suíça, é abrir um novo centro de produção em Viana, pelo que a empresa mostra-se ‘entusiasmada com a oportunidade de deliciarmos mais oito milhões de crianças do mundo com o nosso Capri-Sun”, afirmou Carsten Kaisig, director executivo da Capri-Sun. Também a empresa angolana se revelou satisfeita com esta parceria. ‘Estamos deveras contentes com o início da nossa cooperação com a Capri-Sun’, afirmou Walter Pontes, proprietário da Drinco. ‘Sonhava comercializar o Capri-Sun em Angola desde que o descobri na região norte da Nigéria, quando trabalhava numa outra fábrica de bebidas, na década de 1970”, acrescentou.
Sabia que... A história de sucesso da Capri-Sun em África teve início há mais de 30 anos com o primeiro centro de produção africano situado na Nigéria. Aliás, seis dos 23 centros de produção a nível mundial encontram-se atualmente localizados em África.
A Drinco oferecerá, assim, quatro sabores frutados aos consumidores angolanos (laranja, ananás, tutti-frutti e maçã), sendo que cada receita foi desenvolvida em colaboração com a Capri-Sun e cuidadosamente adaptada às exigências regionais. A Capri-Sun nunca usou adoçantes ou aromas artificiais, corantes ou conservantes alimentares, o que faz deste um produto completamente natural. O lançamento do Capri-Sun em Angola incluirá programas de amostra de ampla base, atraentes materiais de POS e outras atividades de marketing. Por agora, o foco será na capital de Luanda, onde o Capri-Sun será vendido em embalagens de 10 e 40 unidades nas lojas e supermercados, mas também individualmente por vendedores de rua.
FAO apoia agricultura familiar O diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) esteve recentemente em Angola para defender a estratégia nacional de apoio à agricultura familiar. Na primeira visita ao país desde a sua nomeação em 2011, José Graziano da Silva, reuniu-se com responsáveis governamentais nacionais no âmbito da elaboração de uma estratégia nacional de apoio à agricultura familiar e à preparação do Programa-Quadro de Cooperação entre a FAO e Angola, alinhado com o Plano Quinquenal do Governo angolano para 2013-2017. O responsável manteve contactos ao mais alto nível com entidades do Estado, responsáveis de diversos departamentos ministeriais, além de representantes residentes da ONU em Angola. O país é membro da FAO desde 14 de Novembro de 1978.
OUTSIDE
Travel Gest quer Luanda ponto de cruzeiros A empresa angolana Travel Gest pretende tornar o país num ponto de passagem para cruzeiros, estando por isso em curso contactos com parceiros da África do Sul, afirmou recentemente, em Luanda, o seu responsável, José Luís Cabral. Em declarações à Angop, salientou que ‘cada vez mais vamos ter turistas a visitar Angola através desta modalidade - navios de cruzeiro”, pelo que esta é uma importante aposta. A direção da Travel Gest acredita que o projeto vai trazer mais-valias ao país, que irão ter um reflexo positivo para a economia no sentido que ‘o turista vem para consumir’.
Investimento alemão na agricultura e turismo Mais de um milhão de passageiros Segundo uma mensagem enviada pela administração da Transportadora Aérea Nacional aos trabalhadores, a TAAG transportou cerca de 1,1 milhões de passageiros em 2012, o que significa um aumento de 11 por cento relativamente ao número registado em 2011. As receitas da transportadora terão ultrapassado, no ano passado, os 650 milhões de dólares, um acréscimo real de 120 milhões de dólares ou mais 22,6% face a igual período do ano anterior. A TAAG adiantou, ainda, que o aumento das receitas ficou a dever-se à entrada em funcionamento de uma equipa de gestão de receitas, particularmente no que se refere ao ajustamento das classes tarifárias disponíveis à procura observada.
O governo da República Federativa da Alemanha pretende investir na província de Malanje nos setores geológico, turístico e agrícola, visando contribuir para o desenvolvimento e progresso da região, bem como intensificar a economia dos dois países. O governador da província já salientou que existem necessidades, pelo que se deve aproveitar o investimento, atendendo à linha de crédito que foi aberta por esse país europeu.
Inaugurada nova loja da Throttleman Já abriu a segunda loja Throttleman em Angola. Depois do crescimento sustentado no Belas Shopping, a marca abriu um novo estabelecimento no centro comercial Atrium Nova Vida, em Lunda Sul. Esta abertura está em linha com o plano de negócios de entrada da marca de roupas em território angolano, estando prevista a abertura de 10 lojas nos próximos dois anos. A marca tem, aliás, recebido várias manifestações de interesse por parte de empresários angolanos que pretendem abrir lojas da marca em regime de franchising.
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Manuela Bártolo
BANCA&SEGUROS
ENSA lança fundo de pensões aberto “Vida Tranquila” A ENSA, Seguros de Angola acaba de lançar um novo produto no mercado, denominado Fundo de Pensões Aberto “Vida Tranquila”. De acordo com a nota de imprensa da seguradora, este fundo assegura a constituição de uma poupança ou complemento de rendimento a médio e longo prazo, para benefício no momento de reforma do participante, invalidez ou morte. Por outro lado, garante ainda uma poupança de valor para financiar despesas com a educação dos filhos no futuro e outros benefícios. O lançamento do produto no mercado segurador enquadra-se no âmbito da sua política comercial e tem em conta o crescimento e desenvolvimento do setor. A ENSA-Seguros de Angola, como seguradora do Estado angolano foi criada a 18 de Fevereiro de 1978, com a denominação de Empresa Nacional de seguros e Resseguros de Angola, e começou as suas operações a 15 de abril do mesmo ano.
Millennium Angola celebra protocolo com OMA Com o objetivo de atribuir benefícios especiais aos seus afiliados efetivos, a Ordem dos Médicos de Angola (OMA) celebrou um protocolo com o banco Millennium Angola. Uma iniciativa que prevê, por exemplo, a atribuição de crédito automóvel para a aquisição de viaturas novas, em exclusivo no amplo catálogo de marcas e produtos disponíveis nos concessionários da TDA Comércio e Indústria a nível nacional. A domiciliação de salário é uma das condições de acesso ao crédito automóvel e este pode ser solicitado em qualquer concessionário da TDA Comércio e Indústria Lda. O protocolo estabelece ainda que os afiliados poderão subscrever a Conta Funcionário Público, usufruindo de um pacote de benefícios, como a isenção de comissões na conta à ordem em Kwanzas, crédito pessoal, descobertos autorizados, cartões bancários de aceitação internacional e seguros de assistência em viagem e de acidentes pessoais.
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Estações de correios com postos financeiros Os correios de Angola vão contar, a partir do segundo semestre de 2013, com bancos postais nas suas estações a nível nacional como forma de incorporar os serviços financeiros na sua estratégia de trabalho e, com isto, facilitar as pessoas que se servem desta instituição pública. A informação foi avançada à Angop pela presidente do Conselho de Administração da empresa, Maria Luísa Alves Andrade. De acordo com a responsável, o plano é extensivo às 18 províncias do país. A intenção é colocar em cada balcão dos correios, a nível nacional, um posto financeiro. Para efeito, os Correios de Angola começaram a formar, em parceria com a empresa de consultoria Pró Humam, 35 técnicos superiores recrutados, na área de ‘extensão em gestão postal’, para assegurarem o funcionamento deste novo serviço. ‘Este é o início de um curso de gestão postal que deverá durar nove meses para repormos os serviços financeiros postais em Angola. Este curso de extensão postal será abrangente. Além de falarmos de postais, vamos debruçar-se também sobre os serviços financeiros, o chamado banco postal”, afirmou. ‘Os recursos humanos são sempre um valor acrescentado para as empresas e tão logo termine a formação inicia a fase de implementação, com os serviços financeiros nos Correios de Angola’. De acordo com Maria Andrade, nas zonas rurais ainda há muita carência de serviços bancarizados e sendo os Correios de Angola um prestador de serviço público, autorizado superiormente pelo BNA, como correspondente bancário, julga-se necessário a inclusão dos serviços financeiros nas estações. ‘Além da banca correio, nós sentimos a falta da prestação de um serviço postal operacional a nível nacional. Como se sabe, após à guerra vimos impossibilitada a circulação de pessoas e bens entre vários pontos do país. Mas com a conquista da paz, hoje já é possível circular-se por todos os cantos e isto está a ajudar bastante”, salientou.
Emprego & Formação
Unitel inaugura moderno Centro de Supervisão de Rede
Plano Nacional de Formação de Quadros
A operadora móvel líder em Angola possui agora um dos mais modernos Centros de Supervisão de Rede do continente africano. As instalações ficam situadas em Luanda Sul e irá permitir uma melhoria significativa no controlo e supervisão da qualidade dos serviços de telecomunicações prestados pela Unitel.
Resultado de um investimento total de 12 milhões de dólares, foi inaugurado em Luanda Sul, um dos mais modernos Centros de Supervisão de Rede do continente africano, pertencente à Unitel. Uma infraestrutura que irá permitir uma melhoria significativa no controlo e supervisão da qualidade dos serviços de telecomunicações prestados pela operadora móvel líder em Angola. O Centro de Supervisão de Rede vai permitir uma monitorização superior de toda a rede instalada em toda a extensão do território nacional e uma intervenção mais rápida e eficaz em situações anómalas. O equipamento é avançado e de última geração, representando um importante passo na modernização e no desenvolvimento do setor das telecomunicações no país. Este centro possui uma sala de controlo e supervisão devidamente equipada – em que se destaca um ecrã gigante com 3x12 metros -, com capacidade para 40 postos de trabalho e uma sala de reuniões, destinada a situações de emergência. “A construção do mais moderno e sofisticado Centro
de Supervisão em Angola reflete, de forma inegável, o compromisso que a Unitel assume desde a primeira hora: melhorar progressivamente a qualidade dos seus serviços, permitindo que cada vez mais angolanos tenham acesso a telecomunicações móveis de voz e de dados, alicerçadas nas mais modernas tecnologias a nível mundial”, afirma Amilcar Safeca, administrador e diretor-geral adjunto da Unitel para a Área Técnica.
Operadora apresenta plano de investimentos Por ocasião da abertura do centro, a Unitel apresentou o seu plano de investimentos. Para os próximos três anos (2013-15), a empresa prevê investir mais 1,3 mil milhões de dólares na disponibilização dos mais avançados serviços de telecomunicações de voz e dados e na expansão da cobertura de rede e comercial para zonas do interior do país, contribuindo de forma significativa para a info-inclusão da população. Com mais de 9 milhões de clientes, a Unitel cobre atualmente todas as sedes dos 162 municípios de Angola.
O secretário de Estado da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Sebastião Lukinda, disse recentemente, em Luanda, que todos os angolanos devem estar, necessariamente, integrados no Plano Nacional de Formação de Quadros, por ser um projeto para o desenvolvimento dos diferentes setores do país. Sebastião Likinda falou durante o encontro de trabalho sobre o Plano Nacional de Formação de Quadros ‘Para o setor Económico-Produtivo’, realizado pelo Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social. ‘O plano é um projeto para todos os cidadãos porque o país é um só e a economia é um todo. Se alguma peça não funcionar bem a economia no seu todo não funciona’, explicou. Para o secretário de Estado, é importante que todos angolanos se apliquem no Plano Nacional de Formação de Quadros, de forma a elevarem cada vez mais os seus conhecimentos. Acrescentou que o programa visa, funda-
mentalmente, garantir a formação de quadros para o setor público empresarial. O plano tem também como objetivo assegurar uma formação profissional de excelência na Administração Pública e garantir a capacitação de quadros altamente qualificados, com reflexos benéficos nas condições de competitividade e internacionalização da economia angolana. No âmbito do programa nacional de formação de quadros perspetiva-se a formação de quadros superiores, médios, formação e capacitação de professores e de investigadores para o ensino superior e sistema nacional de ciências, tecnologia e inovação. A formação de docentes, especialistas e investigadores em educação, quadros para a administração pública, empreendedorismo e desenvolvimento empresarial e apoio à procura de formação superior e política pública de bolsas de estudos, constam do Programa de Ação do Plano Nacional de Formação de Quadros.
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Impostos Indirectos em Angola — Constitui uma tendência uniforme a longo prazo a passagem dos sistemas fiscais da fiscalidade directa para a fiscalidade indirecta, tendência que se deve à reconhecida eficácia dos impostos sobre o consumo, pois a despesa representa uma base tributável mais ampla e estável do que os lucros e os rendimentos, permitindo taxas inferiores e com reflexos positivos no crescimento e no emprego, em particular no actual panorama mundial de volatilidade económica. Esta posição tem sido adoptada e defendida por organismos como a OCDE e a Comissão Europeia e revela, sem prejuízo de poder ser mitigada, a importância que hoje tem a tributação indirecta.
A expectativa de crescimento das receitas fiscais com origem na tributação indirecta encontra-se, aliás, reflectida no Orçamento Geral do Estado para 2012, que previu o incremento das receitas
tributárias não-petrolíferas e, em particular, das rubricas orçamentais “ impostos sobre bens e serviços” (onde se incluem o IC e outros impostos especiais de consumo, como sejam os que são aplicáveis ao consumo
MIL MILHÕES DE KWANZAS CORRENTES
de gases liquefeitos ou de cerveja nacional), “ impostos sobre transacções e comércio internacional” (essencialmente, direitos aduaneiros sobre bens importados) e “outros impostos”, de entre os quais importa
salientar o IS. Tal como resulta da tabela infra, as três rubricas orçamentais referidas apresentam um aumento absoluto e relativo, quando comparadas com os dados de 2011:
% PIB
% RECEITAS CORRENTES
2009 EXECUTADO
2010 EXECUTADO
2011 PREVISÃO
2012 ORÇAMENTO
2009 EXECUTADO
2010 EXECUTADO
2011 PREVISÃO
2012 ORÇAMENTO
IMPOSTOS SOBRE BENS E SERVIÇOS
147,7
160,9
183,6
200,4
2,5
2,1
2,0
2,0
4,53
IMPOSTOS SOBRE TRANSACÇÕES E COMÉRCIO INTERNACIONAL
106,3
101,9
133,8
170,0
1,8
1,3
1,4
1,7
2,64
OUTROS IMPOSTOS
87,3
92,3
103,9
126,7
1,5
1,2
1,1
1,3
2,78
30
2012
Consultório Componente incontornável de um sistema tributário moderno, a tributação indirecta foi também objecto da Reforma Tributária iniciada com a promulgação do Decreto Presidencial n.º 155/10, de 28 de Julho, que, neste âmbito, definiu um quadro regulador materializado com a publicação, em 27 de Fevereiro de 2012, dos novos Código do Imposto do Selo (“IS”) e Regulamento do Imposto de Consumo (“IC”). Cabe notar que até ao momento, a Reforma Tributária não visou a alteração do regime ou taxas aplicáveis à importação de bens ou ao consumo de bens sujeitos a impostos especiais. Ainda que, tal como resulta da tabela supra, o seu peso absoluto e relativo na angariação de receitas pelo Estado registe um aumento progressivo, afigura-se natural que, com o desenvolvimento da tributação sobre o rendimento e sobre o consumo de forma mais generalizada, a sua importância venha a decrescer nos próximos anos. Relativamente ao novo Código do IS, é de salientar que o mesmo reduziu e simplificou significativamente o respectivo âmbito de aplicação: às 164 situações sujeitas a IS sucedemse agora 26 verbas, constantes da Tabela anexa àquele código. Independentemente do impacto que esta alteração possa acarretar ao nível da angariação de receita tributária – cuja informação ainda não se encontra disponível – são manifestos os benefícios relativos à aplicação e gestão do imposto, pelo Estado e pelos operadores. Por outro lado, a restrição do escopo do IS abre a porta ao alargamento do âmbito de incidência do IC e é compatível com a eventual evolução deste num imposto sobre o valor acrescentado, conforme preconizamos. O IC surge como o tributo indirecto que apresenta maior potencial de angariação de receita tributária. Inicialmente introduzido em
Angola através do Decreto n.º 41/99, de 10 de Dezembro, caracterizava-se como um imposto sobre produtores (“manufacturer tax”), ad valorem, monofásico, que incidia sobre determinados bens, listados no referido diploma. Posteriormente, a Lei n.º 9/99, de 1 de Outubro, veio alargar a base de incidência objectiva do IC à prestação de serviços de telecomunicações, energia e água, bem como à prestação de serviços de hotelaria e similares. Com a publicação, em Fevereiro de 2012, do Decreto Legislativo Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, a base de incidência do IC resultou significativamente alargada, tendo em vista “os desígnios inerentes à Reforma Tributária em curso, nomeadamente os da modernização do sistema fiscal angolano, aumento da receita fiscal não petrolífera, aumento da justiça e equidade fiscal e prestação de serviços de maior qualidade ao contribuinte”. Passam, deste modo, a ser tributadas diversas prestações de serviços que se encontravam fora do campo de incidência do IC, tais como a locação de máquinas ou outros equipamentos, os trabalhos efectuados sobre bens móveis corpóreos, a locação de áreas preparadas para conferências, colóquios, exposições, publicidade ou outros eventos, os serviços de consultoria, os serviços fotográficos e informáticos, os serviços portuários e aeroportuários, os serviços de despachantes e os serviços de segurança privada, entre outros. Embora não se possa afirmar que o IC constitui um imposto de carácter universal (“broadbased tax”), certo é que as alterações introduzidas acompanham a moderna tendência, dir-se-á quase universal, de alargamento da base de incidência dos impostos sobre bens e serviços. O diploma veio ainda clarificar que os sujeitos passivos do IC são os fornecedores de bens
ou prestadores de serviços e estabelecer, de forma expressa, a possibilidade de estes repercutirem o imposto sobre o respectivo adquirente dos bens ou serviços. Tal como o próprio legislador reconhece no preâmbulo do citado Decreto Legislativo Presidencial n.º 7/11, a publicação deste diploma “não representa a visão final sobre a evolução futura da tributação indirecta em Angola”. Num horizonte prospectivo, considerando os diversos modelos de tributação indirecta, monofásicos e plurifásicos, afigura-se ser de ponderar a introdução, em momento oportuno, de um imposto sobre o valor acrescentado, em particular face aos objectivos de modernização e de aumento da receita fiscal não petrolífera. Com efeito, de um estrito ponto de vista orçamental, a introdução de um imposto desta natureza é claramente enquadrável nas intenções do Executivo angolano, reduzindo a sua dependência das receitas petrolíferas através do alargamento exponencial da base de incidência objectiva e subjectiva do IC, ou de um seu sucedâneo. Acrescem as vantagens associadas à neutralidade económica – no produtor e no consumidor; à capacidade recolectora, com taxas brandas e fraccionamento da receita ao longo do circuito económico; e ao auto-policiamento ou “audittrail” derivado da factura como suporte da dedução. Existem, porém, outros factores a equacionar, designadamente as condições socioeconómicas da população angolana e o facto de um imposto sobre o valor acresentado não comportar grande margem de progressividade, característica atenuável, mas não eliminada, pela aplicação de taxas reduzidas a bens e serviços de primeira necessidade. Por outro lado, consideramos que a transição de um imposto monofásico para um imposto
plurifásico não cumulativo deve depender, de igual modo, de preparação prévia específica da própria administração tributária angolana. Ainda que um imposto sobre o valor acrescentado seja dotado de um considerável grau de heteroregulação, em virtude do mecanismo de liquidação e dedução (crédito de imposto), a fraude e evasão fiscais são, aqui, orientadas por “prémios” significativos para os respectivos perpetradores, devendo as autoridades fiscais estar aptas a prevenir, fiscalizar e identificar eficazmente tais situações. Tudo ponderado e não obstante a necessidade de um estudo prévio, aliás já identificada pelo executivo angolano, em concreto pela Secretária de Estado das Finanças, inclinamonos para a existência de vantagens expressivas na evolução do IC para um imposto sobre o valor acrescentado a que não é alheia a experiência assinalável dos mais de 140 países que até ao momento adoptaram um sistema semelhante, nos quais, a partir de Janeiro de 2012, se inclui a China, que iniciou um projecto piloto abrangendo províncias como Xangai e Pequim.
Bibliografia consultada: Livro Verde sobre o Futuro do IVA, COM (2010) 695, documento de trabalho dos serviços da Comissão, SEC (2010) 1455, 1.12.2010 (disponível no sítio da Comissão Europeia) Consumption Tax Trends 2008, VAT/GST and excise rates, trends and administrative issues, OECD (disponível no sítio da OCDE)
2012
31
ECONOMIA&NEGÓCIOS
Patrícia Alves Tavares
Vista Alegre e Lacroix A marca portuguesa Vista Alegre Atlantis (VAA), que há muito conquistou o mercado luso com as suas criações exclusivas e extremamente originais, volta a surpreender ao associar-se a uma das empresas mais conceituadas de Paris. O produtor de porcelanas acaba de se unir à luxuosa firma francesa Christian Lacroix, com o intuito de expandir a gama de criações inovadoras e requintadas, dando um passo decisivo para a conquista de novos mercados internacionais. As futuras produções “luso-francesas” prometem trazer ainda mais qualidade a criações que são casos de sucesso nos Palop, sobretudo em Angola.
Marca centenária
32
2012
Fundada em 1824, em Ílhavo, a Vista Alegre Atlantis é uma das marcas portuguesas mais reconhecidas da atualidade, tem um peso histórico no setor das porcelanas e cristais inigualável e conta com 1500 colaboradores em quatro unidades industriais localizadas no centro de Portugal.
MARCAS ID Presença assídua no centro da arte O resultado deste trabalho conjunto foi apresentado recentemente na Maison&Objet, a mais importante feira internacional de decoração, design e tendências para o lar, onde a Vista Alegre Atlantis apresentou quatro coleções de mesa e de pelas decorativas criadas em parceria com marca de luxo francesa. As novidades estarão brevemente disponíveis em todas as lojas da marca, incluindo nos mercados internacionais. A parceria com a marca de luxo francesa Christian Lacroix é um golpe de mestre para uma organização que procura incansavelmente dominar o seu segmento em termos de qualidade e criatividade. Esta união vai possibilitar ao grupo português de porcelanas “alavancar o processo de internacionalização que a empresa tem vindo a fazer nestes últimos dois anos”. Segundo o diretor de marketing da marca, Nuno Barra, a empresa estava à procura de um parceiro de renome internacional há algum tempo. O contrato estabelece como mercados prioritários Europa, Estados Unidos, Rússia, Índia, China, Dubai, Angola e Moçambique. A Vista Alegre, comprada pela Visabeira em 2009, tem vindo a apostar nas exportações para contrariar a crise do seu principal mercado, Portugal. Cinco anos de luxo e glamour As duas entidades vão colaborar de forma estreita durante os próximos cinco anos e a Vista Alegre terá a possibilidade de alcançar um objetivo há muito planeado: entrar em novos mercados, nomeadamente o francês, asiático e norte-americano. Por outro lado, esta sociedade irá contribuir para que a Vista Alegre Atlantis ganhe maior notoriedade no Reino Unido. “A Lacroix também vai ajudar no Brasil, um mercado onde há procura de produtos de luxo e a Vista Alegre está presente, e em Espanha, reforçando o nosso posicionamento”, acrescentou o diretor de marketing. Tendo em conta que a parceria irá estenderse até 2018, o grupo português espera faturar em França entre 5%
Sinónimo de qualidade e excelência, a marca tem alcançado importantes vitórias ao longo da sua história, sendo de destacar as peças que brilham no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque. Os serviços Vista Alegre são usados oficialmente pelo Presidente da República Portuguesa, na Casa Branca americana, pela rainha Isabel II de Inglaterra ou pelo rei Juan Carlos de Espanha. A marca vai ganhando crescente projeção internacional, nomeadamente através de coleções que tem concebido, mais recentemente os produtos assinados pela artista plástica Joana Vasconcelos, inspirados na sua exposição patente em Versalhes (França).
a 10% do total da produção. Os principais mercados de exportação da VAA são Espanha e Brasil. Desde o ano passado, o grupo está representado na Índia, através de um parceiro local em Bombaim, e pondera alargar a parceria que tem na Colômbia. Bielorrússia, Moçambique, Nova Iorque e México são outros dos mercados onde a VAA atua. Adaptada à nova realidade Inovadora e atenta às novas demandas do mercado, a VAA mantém elevados índices de vendas em virtude da sua capacidade em se adaptar às atuais exigências e necessidades de um consumidor,
Números
60
países têm peças da Vista Alegre Atlantis
60%
do volume de negócios da marca são exportações
2011
foi reinaugurada a loja da Vista Alegre em Luanda
cada vez mais ávido de novas tecnologias. Em dezembro último, a marca lançou o catálogo para 2013, o primeiro em formato multimédia, com a designação “Fábrica de Sonhos”, que representa união entre “cinema, moda, porcelana e cristal”. O projeto nasceu de uma megaprodução cinematográfica e publicitária que teve como palco a sua fábrica de Ílhavo e contou com a participação da Companhia Nacional do Bailado. Os filmes foram ainda adaptados a uma campanha publicitária televisiva e de imprensa. Esta aposta surge na linha dos valores que a marca quer transmitir: pioneirismo, rasgo e criatividade. Peças da artista do momento Joana Vasconcelos, a primeira artista feminina a expor no Palácio de Versalhes, Paris, desenhou um serviço de mesa, intitulado “Versailles”. A baixela foi inspirada na escultura Perruque, criada pela artista portuguesa para a exposição de França. O produto está à venda em todas as lojas da marca e consiste num serviço único de porcelana fina decorado com folhas pretas e desenhos de ouro, em que existe uma associação entre as folhas de ébano usadas na obra de Joana Vasconcelos e o interior do palácio parisiense. A criação está obviamente disponível em Luanda, na loja Vista Alegre Atlantis, que foi reinaugurada em 2011 e está localizada no primeiro andar do Hotel Alvalade. Em exposição estão os mais recentes artigos da marca em porcelana, vidro e cristal. Na ocasião, o responsável pela empresa em Angola, Gil da Silveira, revelou que a marca planeia incluir criações de artistas nacionais nas suas peças, de modo a que os produtos estejam mais integrados na cultura angolana. São projetos como este que diferenciam a marca da concorrência e contribuem para que esta solidifique cada vez mais a sua posição nos múltiplos mercados internacionais. 2012
33
MARCAS ID
ECONOMIA&NEGÓCIOS
Blue chega a Moçambique —
Seaside quer abrir 15 lojas —
O refresco nacional mais conhecido e que é líder de vendas no seu segmento acaba de se expandir para Moçambique. A marca Blue estava a preparar este projeto desde Maio do ano passado e entrou no mercado no início de 2013. Os clientes moçambicanos podem encontrar à venda diversos sabores da marca, que tem como meta vender dois milhões de litros só no período de lançamento. Atualmente, a companhia tem três distribuidores, estando presente em cerca de 500 postos de venda. Segundo o gestor do Mercado Moçambicano, André Lima, “a marca Blue tem conquistado clientes e consumidores dia após dia. A qualidade do produto e os sabores diferenciadores, únicos neste mercado, fazem-nos perspetivar um futuro muito promissor. Definimos como objetivo de lançamento atingir os dois milhões de litros e estou convicto que esta meta será alcançada antecipadamente, dada a recetividade que temos encontrado”.
Foi há pouco mais de um mês que a marca de calçado portuguesa Seaside abriu a primeira loja em Angola. A empresa tem um plano ambicioso para o país e quer abrir 15 estabelecimentos até 2015, estando prevista a inauguração de mais quatro espaços já este ano. A primeira loja da marca tem 500 metros quadrados e está no bairro de São Paulo, em Luanda, e representou a entrada oficial no mercado, após ter estabelecido uma parceria com a Stockcash, há seis meses, para abertura de um centro comercial no Cacuaco. A marca de origem portuguesa produz cerca de 70% do calçado naquele território e assenta os seus valores na qualidade, moda e preço competitivo. Para acompanhar a entrada no comércio angolano, a marca criou uma campanha específica para o nosso país, com tendências exclusivas para Primavera/ Verão.
Sabia que… — A marca portuguesa de vestuário ‘Salsa’ expandiu a sua insígnia e rede de lojas para o mercado angolano. As primeiras boutiques abriram em Luanda, no final de Dezembro. Além das duas lojas em Angola, a ‘Salsa’ está já presente em 35 países e prepara-se para continuar a investir em novos mercados.
Auto Sueco apresenta ONEDRIVE — Partners entre no cash&carry — A agência portuguesa Partners ganhou o concurso lançado pelo grupo Score para criar uma marca de cash&carry e de supermercados de bairro. Além das duas marcas na área de distribuição, a empresa lusa será responsável por criar e controlar todo o ambiente das lojas e respetivas campanhas de comunicação. Na prática, esta marca apenas começará a ter visibilidade a partir do próximo ano. A Score Distribuição é a unidade de distribuição do grupo Score, que estabeleceu em 2010 uma parceria com a marca portuguesa Jerónimo Martins para esta prestar assessoria na formação e assistência técnica dos futuros trabalhadores deste segmento. A Partner é dirigida pelo antigo diretor criativo da agência de publicidade angolana Executive Center, António Páscoa.
34
2012
O grupo Auto Sueco acabou de apresentar em Luanda a sua nova marca ONEDRIVE, que vai substituir a antiga AS Parts Angola e que já tinha sido apresentada em Portugal há um ano. Para a implementação da nova designação, a empresa está a instalar as novas imagens nas diversas lojas da capital, bem como em Viana e Benguela. A nova marca, líder na distribuição de peças aftermarket para automóveis ligeiros, pretende oferecer um serviço de excelência, de qualidade e diversidade. A ONEDRIVE estará presente no país através de uma rede de seis lojas. “Pretendemos transmitir, com o lançamento da nova marca, uma nova imagem no mercado nacional e internacional, que esteja de acordo com o que somos e conseguimos fazer nestes mercados, mas também com o que pretendemos desenvolver no futuro no negócio de peças aftermarket para viaturas ligeiras. É realmente uma marca líder, dinâmica, ambiciosa, confiante e agregadora”, sustentou Francisco Ramos, administrador do Grupo Auto Sueco.
2012
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Entrevista ADRA
“colocar foco na cidadania”
— Belarmino Jelembi, diretor geral da Associação para o Desenvolvimento Rural de Angola (ADRA), é uma voz ativa na defesa das comunidades e da economia local. Até 2016, a ADRA espera dar continuidade aos seus programas e quer ter uma maior inclusão política, social e económica dos cidadãos.
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2012
SOCIEDADE
Patrícia Alves Tavares
A Associação
A ADRA nasceu em 1990, fruto da consciência de um grupo de cidadãos que queriam ver a sociedade civil mais participante na vida pública, económica, social e cultural. Vinte anos depois, a génese da organização mantém-se? Os pilares essenciais da ADRA, nomeadamente o combate à pobreza, o reforço do exercício da cidadania, o fortalecimento de uma sociedade civil vibrante, mantêm-se até aos dias de hoje. A ADRA estabeleceu como foco da sua ação as comunidades rurais. Naturalmente, as soluções dos problemas que afligem estas populações não estão exclusivamente nas aldeias, nem o entendimento atual sobre o rural se circunscreve àquele espaço territorial. Nota-se que as políticas públicas ligadas ao desenvolvimento rural são definidas ao nível central. Portanto, para além do trabalho direto com as comunidades, a ação da ADRA incide também na influência sobre as políticas públicas. A instituição tem um trabalho de mais de 20 anos, portanto tem experiência e uma palavra a dizer quando o Executivo decide, por exemplo, criar o Programa de Combate à Pobreza, a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar, o Crédito Agrícola, a legislação relativa ao processo de descentralização, educação, entre outros. Qual a vossa missão? A ADRA é uma organização empenhada com a construção de um desenvolvimento democrático e sustentável, social, económico e ambientalmente justo, e com o processo de reconciliação nacional e de paz para Angola. Esses compromissos irão fortalecer a capacidade dos excluídos, valorizando as tradições e práticas das comu¬nidades rurais. Por outro lado, vão consolidar a capacidade das organizações da sociedade civil para que se tornem sujeitos do mais amplo processo de mudança que assegure opções e oportunidades para todos. O vosso lema é “Adra mais de 20 anos a promover a paz e o desenvolvimento rural”. Qual a mensagem que querem transmitir com este mote? O nosso país viveu um período muito longo de guerra e, com isso, geraram-se muitas fissuras na nossa sociedade. Durante bastante tempo, o alcance da paz era um objetivo central. A ADRA decidiu alterar este lema no final do ano. Nós entendemos que hoje devemos colocar o foco na cidadania. O país vive em paz e o desenvolvimento inclusivo depende, entre outros aspetos, do aprofundamento do exercício da cidadania, da exigência da realização dos direitos e do cumprimento das obrigações a todos os níveis.
Qual o vosso papel na sociedade atual? associações e cooperativas locais; treino e Quais os principais setores em que capacitação de camponeses e lideranças coatuam? munitárias; no crédito agrícola; na criação de Em 2011, a ADRA trabalhou em 22 municípios fóruns locais de diálogo; no apoio à descen(27 comunas) – que representam cerca de 12% tralização/poder local; no ambiente; na elado total de municípios do país - situados nas boração de perfis municipais; na monitoria províncias de Malanje, Benguela, Cunene, do Orçamento Geral do Estado; no Género e Huambo e Huila. Atuou em temas ligados à HIV/Sida; entre outros. Importa realçar que produção agropecuária, comercialização, cré- transversalmente a ADRA realiza vários estudito, associativismo e cooperativismo, terra, dos. Nos dois últimos anos, realizou nomeacidadania, descentralização, entre outros. No damente estudos sobre o impacto da Reforça nível municipal foram apoiadas diretamente Educativa em Angola; a situação de Segurança 32.899 pessoas e, de forma indireta, 81.140. Alimentar e Nutricional em Angola e a CaracAs mulheres representam 55% dos benefici- terização dos conflitos de terra. ários diretos das atividades da organização. As Em que consiste o pessoas apoiadas direplano estratégico tamente fazem parte de “A ADRA decidiu 2012/2016? 582 organismos comuni- alterar o seu lema O Plano Estratégico tários de natureza distin2012-2016 significa um ta: 439 associações que no final deste ano. compromisso interno e correspondem a 76% O país vive em paz e público de que a orgado público beneficiário, nização será melhor na seguindo-se os grupos o desenvolvimento intervenção e na gesorganizados (14%), as inclusivo depende, tão, será exigente com cooperativas agropecuáos métodos de trabarias (7%) e as comissões entre outros aspetos, lho e respeitará os desede pais (3%). A ADRA do aprofundamento jos e necessidades dos trabalhou ainda com dez be¬neficiários e parceiinstituições da socieda- do exercício da ros. de civil, quatro do siste- cidadania, da Este plano foi elaborama das Nações Unidas, do de modo que todos sete institutos públicos, exigência da aqueles que trabalham 17 direções provinciais, realização dos na ADRA pudessem sete instituições acadéaportar as suas opiniões direitos e do micas (universidades e e sugestões. Pedimos institutos médios), três cumprimento das pareceres a parceiros, instituições privadas obrigações colaboradores e profis(principalmente ligadas sionais que nos acomà banca) e seis órgãos de a todos os níveis” panharam ao longo do comunicação social. Estrabalho, que durou seis tabeleceu igualmente meses, até à sua aprovarelações com seis governos provinciais, cin- ção pela Assembleia-Geral em Julho do ano co departamentos ministeriais e duas comis- passado. sões de especialidade da assembleia nacional. Em relação ao conteúdo do programa, destaTodo este trabalho estruturou-se nos quatro cam-se alguns pontos relevantes. Em primeiníveis: municipal, provincial, nacional e in- ro lugar, reafirmamos a opção de continuar a ternacional. Um plano idêntico no nível apoiar o processo de desenvolvimento local meso ou provincial, criando sinergias com sustentável através do fortalecimento de caoutras organizações da sociedade civil; no ní- pacidades dos atores locais (organizações covel macro e nacional, também em parceria e munitárias de base, administrações locais procurando influenciar as políticas públicas e instituições) na implementação de iniciaatravés da advocacia social. No nível interna- tivas de políticas económicas, sociais e amcional integramos redes, como por exemplo a bientais integradas. Em seguida, a ADRA de Segurança Alimentar da CPLP. continuará a influenciar políticas públicas e práticas democráticas através do debate e do Quantos projetos foram implementados seu maior empenho nos espaços de articulaem 2011 e quais as linhas de intervenção ção da sociedade civil e de defesa dos direitos seguidas? humanos. Outro elemento significativo reForam implementados 37 projetos, desig- fere-se à implementação de uma política de nadamente nas áreas da agricultura/ segu- quadros adequada aos novos desafios institurança alimentar e nutricional; formação de cionais com vista à conferir maior qualidade
2012
37
SOCIEDADE to é que concretiza o diálogo que, inclusive, foi referido pelo Presidente da República no seu discurso de tomada de posse. O diálogo deve envolver aqueles setores mais críticos da ação do Executivo. Não tem impacto para o desenvolvimento, até porque torna-se acrítico, aquele diálogo desencadeado apenas entre grupos da mesma “família política partidária”. Este é um dos desafios que temos de superar e os órgãos de comunicação social, principalmente públicos, têm um papel chave, promovendo mais contraditório.
à intervenção por meio da definição de metodologias, ferramentas e sistemas de trabalho apropriados. Finalmente, procuramos fortalecer a capacidade institucional de captar, gerar, diversificar e gerir bem os recursos (financei¬ros e patrimoniais), assim como continuar a prestar contas aos membros, parceiros, financiadores e à sociedade em geral. Todos estes objetivos estratégicos conjugamse para que a intervenção da ADRA contribua fundamentalmente para a maior inclusão política, social e económica dos cidadãos, através do alargamento da participação democrática e da influência sobre políticas de combate à pobreza e de desenvolvimento sustentável em Angola. Fale-nos um pouco dos novos planos: o Programa de Desenvolvimento Local Sustentável e o Programa de Lobby e Advocacia… O Programa de Desenvolvimento Local Sustentável é a espinha dorsal do Plano Estratégico. As ações da ADRA, no âmbito deste, estão orientadas no sentido de contribuir para a redução da pobreza através do aumento do rendimento económico das famílias, do fortale¬cimento dos mecanismos de diálogo entre os atores locais e da promoção de práticas de gestão sustentável dos recursos naturais. Ele está constituído por quatro componentes: Segurança Alimentar e Nutricional; Ambiente e Gestão dos Recursos Naturais; Terras e Poder Local. Com o Programa de Lobby e Advocacia procura-se por meio deste projeto influenciar as ideias, crenças, comportamentos e políticas através do fortaleci¬mento da capacidade da ADRA e de outros atores no debate, bem como de maior empenho da sociedade civil nos espaços de articulação e na defesa dos direitos humanos. O plano divide-se em quatro componentes: Redes, Parcerias e Alianças; Estudos, Pesquisas e Sistematização; Informação documentação e Comunicação; Monitoria e Avaliação de Politicas Públicas. O debate de ideias, nomeadamente no que concerne a implementação de programas públicos, a gestão da terra nas comunidades, o empreendedorismo, a educação e saúde nas províncias, é uma constante. A vossa ação respeita apenas à promoção de encontros e esclarecimento da população ou passa igualmente pela implementação de projetos e materialização dos planos discutidos? Antes mesmo dos encontros de esclarecimentos para os projetos e programas devem ser feitas consultas e organizados debates públicos com os vários sectores da sociedade. A participação estende-se à implementação e avaliação destes mesmos programas. Is38
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A sociedade
As maiores carências da sociedade são transversais a todas as províncias ou cada região debate-se com problemas bastante específicos? Angola continua a ser um país muito desigual em termos de oportunidades. Nós temos carências transversais a todas as províncias. Por exemplo, o acesso aos serviços básicos de saúde, energia e água potável, os problemas de insegurança alimentar e nutricional, o emprego e o acesso à informação plural. Obviamente que existem particularidades e temos de reconhecer que houve melhorias, em alguns setores, comparativamente com anos anteriores. O crítico estado da agricultura no país está a gerar problemas sérios de empobrecimento do meio rural e a saída dos mais jovens para os centros urbanos, sobretudo Luanda, onde muitos caem na marginalidade.
“O Estado tem o grande desafio de dialogar com a sociedade. É necessário diversificar a economia para que o país possa gerar empresários, principalmente a nível local, fazer surgir milhares de postos de trabalho e, aumentar a riqueza baseada na produção e no trabalho”
Conseguem estar presentes em seis províncias. O objetivo a longo prazo passa por chegar a todas as regiões? Atuam sozinhos ou costumam participar e colaborar com projetos de outras entidades? O objetivo da ADRA não é estender-se a todo país. Isto tem implicações financeiras, logísticas e organizativas, o que nos leva a não ir além das seis províncias. Estamos muito preocupados com a qualidade do trabalho, com a monitoria e avaliação rigorosas dos programas. Para isso devemos gerir o nosso crescimento. Crescer de acordo com a nossa capacidade institucional, humana e nível de conhecimento. A ADRA definiu uma estratégia de atuação em províncias onde não tem escritórios, como é o caso do Kwanza Sul, mediante articulação com organizações locais e acompanhamento pelos assessores da nossa associação. Estão empenhados em auxiliar as populações rurais e os habitantes das pequenas localidades. Consideram que são os estratos da sociedade mais esquecidos pelas políticas governamentais? Não há dúvida de que as populações rurais
são as mais excluídas. Isto não é de hoje e resulta, também, das distorções de algumas das políticas públicas que poderiam apoiar este segmento da nossa sociedade. Sendo uma ONG como é que sobrevivem? Contam com apoio de empresas e cidadãos? Oitenta por cento dos recursos utilizados pela ADRA vem do exterior, principalmente dos governos da Noruega, da Suécia, de Espanha, da União Europeia e de algumas organizações internacionais. Temos também acordos com empresas petrolíferas instaladas em Angola. A ADRA também produz recursos próprios. Não poderia deixar dizer que, mesmo com todo o trabalho de utilidade pública, a associação ainda não foi reconhecida com entidade de utilidade pública e não recebe recursos estatais para financiar esta ação que tem merecido reconhecimento, a nível nacional, de instituições do próprio Estado e de outras entidades. O reconhecimento vem igualmente do exterior do país. As verbas arrecadadas são suficientes para o bom funcionamento da instituição? Qual o perfil dos vossos doadores? A ADRA tem um orçamento anual de cerca de seis milhões de dólares. Procuramos ter um leque diversificado de financiadores e impomos muito rigor na prestação de contas. Todos os anos realizam-se auditorias externas às contas da ADRA. Fazemos isso por uma questão de princípio. Se somos uma organização que exige transparência nos atos do Executivo, devemos ter uma prática de prestação de contas regular. Isso também leva a que os financiadores confiem na ADRA e aprovem vários projetos.
O País
Quando a ADRA nasceu, o país ainda se encontrava em guerra. A vossa associação conheceu o antes e o depois da implementação da paz. Que diferenças encontram na Angola de hoje e quais os desafios e barreiras que o país ainda tem que ultrapassar? Existem várias diferenças. A primeira questão é que hoje já não se pode utilizar a justificação da guerra, como no passado, para o atraso na satisfação das necessidades das populações. A exigência dos cidadãos em relação ao Executivo é maior e, certamente, vai crescer mais. O Estado tem o grande desafio de dialogar com a sociedade. Isso pode ajudar a desanuviar as tensões sociais derivadas da pobreza, da exclusão e do alto nível de ansiedade ligado, sobretudo, aos jovens. Um outro desafio está ligado à matriz de desenvolvimento económico ancorada no petróleo que vem sendo seguida. É necessário diversificar a economia para que o país possa gerar empresários, principal-
mente a nível local, fazer surgir milhares de postos de trabalho e, aumentar a riqueza baseada na produção e no trabalho.
“Os atuais níveis de pobreza colocam um sério problema ambiental para o nosso país”
2012 foi ano de eleições e de entrada num novo ciclo. É da opinião que as políticas governamentais têm sido adequadas às necessidades da sociedade? Essa melhoria de qualidade de vida temse feito sentir no terreno, nas populações mais desfavorecidas e distantes da capital? É quase um consenso no país que o crescimento económico registado não se tem refletido adequadamente na qualidade de vida da maioria dos angolanos. O slogan do MPLA para as eleições de 2012 “Crescer mais e distribuir melhor” demonstra essa mesma constatação. Se não houver mudanças profundas neste capítulo, as manifestações de contestação podem vir a crescer nos próximos anos. Cidadania, sociedade civil, pobreza, educação ou agricultura compõem as vossas preocupações. Considera que a sociedade está demasiado centrada na democracia e demagogia e se esquece de valores fundamentais como os citados? Considero que a democracia só faz sentido se for o verso da moeda do desenvolvimento e vice-versa. A democracia não é algo abstrato.
Por isso, fala-se cada vez mais na democratização da economia. O acesso ao crédito bancário, a ascensão na carreira dentro das empresas públicas, a participação nos negócios com o Estado, o envolvimento na definição das principais opções de desenvolvimento do país, da província, do município ou aldeia devem ser baseados em critérios de igualdade de oportunidade. Portanto, é aqui que falo em democracia. Não estou a ignorar, como é óbvio, toda aquela dimensão dos direitos considerados políticos e culturais.
Defendem a sustentabilidade e proteção do meio ambiente. São áreas que influenciam todos os setores de atividade e que devem ser melhor acautelados para garantir o futuro das novas gerações? Já não podemos falar do desenvolvimento do país sem abordar a questão ambiental. Não apenas para as gerações vindouras, também para as atuais. Os problemas ambientais não são iguais em toda parte do mundo. Os atuais níveis de pobreza colocam um sério problema ambiental para o nosso país. Uma das conclusões em vários painéis de discussão da recente Cimeira do Rio de Janeiro, Brasil, foi a de que falar do ambiente é falar primeiro do combate à fome e á pobreza. 2012
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“O papel da Unicef está a mudar da prestação de serviços para mobilizar os recursos do Governo e capacitá-los para fazerem os investimentos adequados para as crianças”
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“Temos o desafio de fazer respeitar os direitos da criança” UM DIA COM… Koen Vanormelingen
Texto Patrícia Alves Tavares Fotos Direitos Reservados
Koen Vanormelingen, representante da Unicef Angola, revela em exclusivo à Angola’in os desafios que a instituição abraçou desde que chegou ao país. Partindo do pressuposto que o interesse superior da criança é um dos artigos fundamentais da Constituição, mostra-se satisfeito pela Lei máxima de Angola ter incorporado essa preocupação, mas admite que há ainda muito trabalho por fazer. Melhorar a qualidade do ensino, massificar o registo de nascimento e combater a violência e a delinquência juvenil são alguns dos planos da Unicef para os próximos anos.
O que é que significa ser criança em África? Neste momento, ser criança em África significa que esta tem ainda entre cinco a 10% de probabilidades de morrer na primeira semana de vida, devido à falta de acesso a cuidados de obstetrícia e à ausência de qualidade ou complicações durante o parto. Sobreviver a este primeiro obstáculo é uma grande vitória. Durante o primeiro ano de vida, a criança vai encontrar outras dificuldades, como morrer de doenças básicas infeciosas (como
diarreia ou malária).Terá ainda que lutar para ter acesso a uma alimentação adequada e equilibrada, de modo a desenvolver-se bem durante os dois primeiros anos de vida. O desenvolvimento de uma pessoa neste período é crucial, pois vai condicionar a sua capacidade intelectual e física no futuro. Além disso, após ter ultrapassado essas adversidades, a criança vai enfrentar a falta de estímulos pela família e pela comunidade. Nos países desenvolvidos, as creches e a educação préescolar começam muito cedo. Com dois ou
três anos, esses jovens já estão em ambiente de preparação para a escola. Uma criança africana apenas começa a ter esse contacto com o sistema educativo aos seis/ sete anos. Quando estiver pronta para a escola, terá que lutar para estar na turma, porque as classes têm 60 a 70 meninos. Muitos têm que encontrar um espaço para se sentar, têm que levar os seus próprios materiais e é uma luta constante para poderem aprender em situações difíceis. Além disso, têm que enfrentar a violência, seja na comunidade ou na escola. É re2012
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UM DIA COM… Koen Vanormelingen a mortalidade até aos cinco anos estava em 254 por mil, em 2002, e agora está em 252 (2012). Melhorou 10%. Mas 15% das crianças está a morrer antes de chegar aos cinco anos de idade. O país tem feito muitos progressos desde 2002, mas é preciso fazer mais. Outro exemplo é a educação, em que a taxa bruta de escolaridade das crianças dos seis aos 12 anos, em 2002, era de 52%. Só metade estava na escola primária. Neste momento é quase de 80%. Mas ainda há um milhão de crianças fora do sistema escolar. Então, tem feito muitos progressos em todos os campos, desde proteção ao desenvolvimento e participação de crianças, mas enquanto país pós-conflito e subsariano em África ainda precisa de mais progresso.
almente um milagre quando uma criança chega à adolescência e não foi afetada por tudo isto. Isto realmente forma a base da nossa missão enquanto Unicef. Queremos fazer respeitar todos os direitos da criança: sobrevivência, desenvolvimento harmonioso, proteção e segurança. Tudo para um dia ser um adulto com todas as competências e capacidades necessárias para ser membro ativo da comunidade.
“É uma luta constante para [uma criança africana] poder aprender em situações difíceis. Queremos fazer respeitar todos os direitos da criança: sobrevivência, desenvolvimento harmonioso, proteção e segurança”
Há um trabalho conjunto entre Unicef e governos africanos para colmatar estas carências. Os governos estão sensibilizados para o papel da criança e para suprir as suas dificuldades? Defendemos os direitos da criança que são um instrumento legal ratificado por todos os países do mundo, exceto um. Estes são a base dos instrumentos legais e de ação que os diferentes países têm para fazer respeitar o direito das crianças. Como se trata de um documento ratificado e aceite pelos próprios governos, a Unicef está nos países para ajudar os Estados, para fazer respeitar a comissão de proteção dos direitos das crianças. Temos mecanismos específicos que são os do Comité de Monitorização da Comissão dos Direitos, ou seja, os governos têm que fazer relatórios regulares a cada cinco anos para reportar os progressos alcançados. Esses relatórios têm força de lei. Por outro lado, temos os planos de ações nacionais. Em Angola, temos os 11 Compromissos para as crianças, que é um processo oficial, nacional, que envolve 14 ministérios, 18 parceiros da sociedade civil e que tem o apoio da Unicef. Isso permite promover os direitos das crianças como uma obrigação do Estado e com orçamentos 42
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e ações de responsa- bilidade. A Unicef é apenas um parceiro para ajudar os governos a respeitar os seus próprios programas. No caso do Plano Nacional para os 11 Compromissos da Criança. Já é possível fazer um balanço desse plano. Afinal, Angola é dos poucos países que tem esse projeto em curso… Estamos no quinto plano de análise da implementação dos nossos compromissos e estes cobrem os diferentes acontecimentos que representam a criança desde o nascimento até aos 18 anos. O documento é dos países da comissão dos direitos das crianças e inclui os Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento. A forma de monitorizar isso é olhando para os indicadores básicos das crianças. Angola é um país pós-conflito, pelo que o ponto de partida de comparação é 2002. Desde então, vemos que têm tido muitos progressos nos diferentes campos de ação. Por exemplo,
Dez anos depois pode-se dizer que há uma melhor definição do papel da criança e dos seus direitos fundamentais? Acho que sim. Penso que as obrigações de Estado estão melhor definidas. Há duas coisas importantes a assinalar. Na constituição de 2010, elaborada em Angola, mencionou-se especificamente os direitos da criança, como um direito fundamental e a Unicef participou na declaração. O interesse superior da criança é um dos artigos fundamentais da Constituição angolana. É um documento fundador muito importante. Outra questão é que em 2012 foi aprovada a Lei de Desenvolvimento da Criança. Corresponde à lei dos Onze Compromissos e tem uma formalização legal deste programa, que é a forma base para fundamentar os direitos do Estados. Também temos de reforçar a capacidade de todas as crianças e da comunidade em exercerem os seus direitos. Foi o caso da participação das crianças no 5º fórum de 2011 dos onze compromissos, onde se fez a avaliação do desempenho do Governo e apresentamos o nosso relatório de desempenho. Quando estamos a falar de direitos temos que consultar por um lado as obrigações do Estado e, por outro, a responsabilidade da sociedade civil e das próprias crianças. Recentemente disse que a mortalidade neonatal está a diminuir, mas o número de mulheres que morrem durante o parto é ainda preocupante. A que se deve essa inversão? As razões para a diminuição da morte neonatal são do aumento da proporção de partos atendidos por pessoal especializado e por ocorrerem dentro dos centros de saúde e maternidades, bem equipados e com um serviço de qualidade. Infelizmente, apenas 52% dos partos têm estas condições. Estamos a trabalhar para melhorar toda a situação in-
“A taxa bruta de escolaridade das crianças dos seis aos 12 anos, em 2002, era de 52%. Neste momento é quase de 80%. Mas ainda há um milhão de crianças fora do sistema escolar”
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fraestrutural e de formação do pessoal, o que leva tempo, e em simultânea estamos a prestar apoio às parteiras tradicionais que ainda estão a atender 42% dos partos em Angola. Neste momento, essas parteiras têm tido formação para fazer o que se chama de um parto limpo e para usar outras técnicas para controlar a hemorragia pós-parto. Portanto, é uma combinação do trabalho de melhoria da qualidade e de capacidade do serviço de saúde com o reforço da capacidade comunitária para atender os problemas através de mecanismos próprios. A Unicef tem uma atuação transversal, que ultrapassa a proteção e defesa da criança. Trabalham em áreas igualmente importantes, como o combate à SIDA ou a promoção da família. Qual o balanço destas atividades? Temos o desafio de fazer respeitar os direitos da criança. Nessa área o que ainda nos está a preocupar é o direito à nacionalidade. Em 2009, quando fizemos o último inquérito na44
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“Em 2009, quando fizemos o último inquérito nacional, apenas 32% das crianças tinham um documento de registo de nascimento aos cinco anos”
cional, apenas 32% das crianças tinham um documento de registo de nascimento aos cinco anos. Dois terços dessas crianças não tinham uma identidade. Além disso, aos 18 anos o valor era inferior a 60%. É uma das questões que temos para melhorar. Também estamos a trabalhar com o Governo para acelerar o registo civil e de nascimento para as crianças que ainda não têm. Estamos a agir para dinamizar os sistemas atuais para que os futuros recémnascidos tenham melhor acesso a esse serviço. Outra situação que nos preocupa bastante é a violência contra as crianças. Com o Instituto Nacional da Criança e o Ministério da Família estamos a apoiar uma mobilização social massiva para mudança das normas sociais quanto ao tratamento da criança. Porque se trata de um país que teve 27 anos de guerra, a sociedade é muito permissiva em relação à violência. E isso explica os maus tra-
tos. É uma área que precisa de muita dedicação, mobilização e participação no trabalho comunitário para mudar as normas sociais e consciencializar a população de que bater na criança não é normal, nem um mecanismo de educação. O jovem para sobreviver precisa de um ambiente protetor. Finalmente, uma medida que é determinante para nós é a prevenção da delinquência juvenil. Num país que tem um desemprego juvenil de mais de 50% (15 aos 24 anos) e a pobreza que afeta mais de metade da população, a delinquência é um problema grave. Atualmente, estamos a trabalhar com o Governo para
Ação transversal —
A Unicef tem um papel importante no apoio a diferentes necessidades da sociedade, sobretudo das crianças e respetivas famílias. Eis as suas principais ações: Sobrevivência e Desenvolvimento da Criança: apoia o desenvolvimento de políticas e o reforço das capacidades dos serviços de saúde primários, bens e sistemas essenciais, de modo a que cada criança possa ter acesso à saúde, nutrição, água e saneamento. Educação: apoia as políticas e intervenções para melhorar o acesso à educação de base de qualidade para raparigas e rapazes, incluindo as crianças que se encontram fora do sistema escolar, assegurando a integração dos princípios das Escolas Amigas da Criança, e a melhoria de conhecimentos e serviços para o desenvolvimento adequado das crianças a nível da família e das instituições. Proteção da Criança: apoia o desenvolvimento de políticas, sistemas, parcerias e conhecimentos para combater a violência contra as crianças, melhorar o acesso ao registo de nascimento, atender às necessidades das crianças órfãs e vulneráveis, bem como das crianças que se encontram em conflito com a lei. VIH/SIDA: apoia as políticas e intervenções para prevenir o VIH em crianças e jovens, a transmissão da mãe para o bebé, assim como o tratamento de crianças infetadas e a proteção das crianças afetadas pelo VIH. Comunicação para o Desenvolvimento: promove o acesso às informações essenciais para reforçar os conhecimentos, atitudes e práticas das famílias para a sobrevivência, desenvolvimento e proteção das crianças, envolvendo as crianças como atores e promovendo parcerias para e com as crianças. Políticas Sociais: apoia o Governo a cumprir os seus compromissos nacionais e internacionais, e a desenvolver o sistema de recolha de dados, de preparação de orçamentos e políticas que visam garantir os direitos dos mais vulneráveis. Planeamento, Monitoria e Avaliação: apoia o reforço da capacidade nacional para monitorar a situação das crianças, no contexto dos Municípios Amigos da Criança, bem como desenvolve pesquisas consistentes e promove a documentação das experiências.
resolver o problema pela raiz. As políticas governamentais, desenvolvidas pelos vários ministérios nacionais, têm tido os efeitos desejados? Acho que o investimento que o Governo fez, nomeadamente na educação primária, é fantástico. O país ganhou mais de 45 mil salas de aulas e o Estado aumentou o número de escolas secundárias em 200%. São mais de um bilião de crianças adicionais na primária. Mas ainda temos problemas na qualidade. A média de alunos por professor, particularmente nas pequenas classes, é de 70 crianças por docente. Em condições normais de ensino, a qualidade é baixa. Além disso, os professores não têm um diploma, têm apenas a escola média e beneficiaram de cursos de formação básicos. Precisamos de trabalhar na qualidade para que as crianças não saiam da escola com competências básicas insuficientes. Outro desafio que estamos a estudar com o Governo é em relação ao que acontece depois de concluída a escola primária. Obviamente, esta etapa da educação é a base para poder adquirir as competências básicas, mas não é suficiente para ter as qualificações necessárias para um emprego. Então, a meta é a de melhorar a qualidade da cobertura de acesso à formação profissional, particularmente a de curta duração para as crianças que não têm capacidade de fazer um ensino secundário completo. Assim, terão a possibilidade de pelo menos adquirirem um ciclo de formação curto, de três anos, em alguma profissão que lhes permita participarem e ajudarem na construção do país e na diversificação da economia.
“As razões para a diminuição da morte neonatal são do aumento da proporção de partos atendidos por pessoal especializado e por ocorrerem dentro dos centros de saúde e maternidades”
Estamos a passar por uma profunda crise económica. O papel da Unicef é cada vez mais importante para defender os interesses das crianças? No vosso caso, haverá diminuição de orçamento para os próximos anos? O que estamos a enfrentar a nível global é uma situação grave. Mas o nosso papel é o de ajudar. Muitos países estão a sair da pobreza, do subdesenvolvimento e, nesse contexto, o papel da Unicef está a mudar da prestação de serviços para mobilização dos recursos do Governo e dos parceiros da sociedade civil dos países e sua capacitação para investimentos adequados para as crianças. E isto é uma forma mais eficiente de usar os recursos. Considero que de certa forma vem colmatar a diminuição de recursos por causa da crise. Outro mecanismo a que recorremos é o das parcerias. Temos muito contacto com China, África do Sul, Brasil e Rússia para que estes países mobilizem recursos técnicos/ financeiros e contribuírem para o desenvolvimento de Angola e de África, em ge2012
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Orçamento para 2009-2013 O montante total para o Programa de Cooperação para 2009-2013 é de 191 milhões de dólares. A Sobrevivência e o Desenvolvimento da Criança representam mais de metade do consumo dessa verba, pelo que a necessidade de financiamento é também maior nessa área,
“O país ganhou mais de 45 mil salas de aulas e o Estado aumentou o número de escolas secundárias em 200%. São mais de um bilião de crianças adicionais na escola primária. Mas ainda temos problemas na qualidade”
pois existe uma lacuna de mais de 27 milhões de dólares. Em relação à Proteção da Criança e Política Social, a falha é de 15 milhões de dólares.
ral. Finalmente, o setor privado tem cada vez mais de enfrentar as suas responsabilidades sociais e contribuir para a proteção do desenvolvimento das crianças. A fórmula passa por fazer mais com menos? Não necessariamente. É sobretudo adequarmos os nossos interesses aos novos desafios, utilizar as novas tecnologias e fazer um maior uso dos conhecimentos e das equipas técnicas para promover uma maior cooperação com maior valor adicional. Mas claro que precisamos de ser eficientes, de ter os nossos próprios recursos. Nos últimos três anos ocupamos 40% dos custos operacionais para fazer funcionar os escritórios da Unicef. Fazermos um maior uso dos fundos dos doadores, mas ao mesmo tempo estamos a reforçar a nossa capacidade de dar apoio técnico de alto nível. Temos de adaptarmo-nos à nossa nova situação e é um processo constante de melhoramento. O projeto “A receita da felicidade” foi lançado em 2011 e visava atingir 18 milhões de cidadãos. A meta está a ser alcançada? Qual a importância destas ações na proteção da criança? É uma aliança entre a Unicef, o ministério da Família, da Saúde e de todas as igrejas angolanas para difundir 12 competências familiares fundamentais para a sobrevivência, 46
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desenvolvimento e proteção das crianças. O apoio da Unicef consistiu em desenvolver todos os materiais de divulgação popular, treinar os formadores e fazer advocacia de todos os direitos. Neste momento temos em divulgação em oito províncias de Angola, temos treinado mais de 400 facilitadores a nível provincial e municipal, e temos mais de 12 mil ativistas. A cobertura dos beneficiários finais são quase 50 mil. O objetivo final é que até dezembro possamos cobrir um milhão de famílias, é um desafio grande mas acho que estamos no bom caminho.
Quais são na sua opinião os ingredientes da felicidade? É que a criança e a família possam sobreviver e desenvolver-se graças a uma alimentação equilibrada e a um ambiente protetor dentro da família; ter acesso à educação de qualidade e, finalmente, poder desenvolver todas as suas capacidades dentro de uma sociedade equitativa e ter emprego.
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FOTOREPORTAGEM
Texto Patrícia Alves Tavares | Fotografia David Rato – MCB
NO FLY ZONE
Arte na senda da sabedoria de um povo — “No Fly Zone” é a mais recente exposição que ocupa o palco do Museu Berardo, em Lisboa, que dedica o certame a seis artistas angolanos da nova geração. Até 31 de Março, os visitantes podem apreciar os trabalhos de Paulo Kapela, Yonamine, Edson Chagas, Kiluanji Kia Henda, Binelde Hyrcam e Nástio Mosquito. Representante da nova Angola, a mostra retrata as heranças culturais e a sua redefinição, o lugar do artista e das suas criações num universo de experimentação e conquista de novos conhecimentos. A exposição surge como anteprojeto da III Trienal de Luanda 2013 e é comissariada por Fernando Alvim, Simon Niami e Suzana Sousa. Ponto de passagem obrigatório para todos os amantes da arte e das manifestações culturais nas mais variadas formas. O papel do artista africano na arte contemporânea assume novos contornos e revela um país em mutação, jovem e dinâmico, ávido por abraçar novos desafios. IMAGENS de DAVID RATO_ MCB
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FOTOREPORTAGEM
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ARQUITETURA&CONSTRUÇÃO
Direitos Reservados
Huambo quatro estrelas
— É o primeiro hotel de quatro estrelas a ser inaugurado na província do Huambo. A unidade abriu ao público no início do ano e promete dinamizar o turismo local. Ekuikui I é o nome do espaço que homenageia assim o soberano do reino do Bailundo. Luxo e conforto são os elementos-chave desta obra.
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Sabia que?
É na cidade Alta, no Huambo, que o grupo empresarial Opaia instalou o primeiro hotel de quatro estrelas da província. Orçado em 18 mil milhões de kwanzas, o Hotel Ekuikui I tem 68 quartos, duas suites de luxo, três restaurantes, bar e salas de conferência com a mais recente tecnologia. Inaugurado em janeiro pelo ministro da Hotelaria e Turismo, Pedro Mutindi, a unidade oferece salas de reuniões com serviços de apoio especializado, internet wireless gratuita, estacionamento privativo e um conjunto de serviços de bem-estar, como massagens e piscina exterior. A obra vem colmatar uma necessidade há muito reconhecida pela província e instituir um novo conceito de hotelaria: o turismo de negócios, muito em voga na Europa. O investimento foi financiado pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI) e o espaço representa uma melhoria da qualidade de vida das populações locais, pois criou 96 novos postos de trabalho.
Elegância contemporânea
O Hotel Ekuikui I é um projeto da autoria da arquiteta portuguesa Ana Marcos, com a produção da empresa Vanguard Interiores, uma marca lusa de decoração de luxo. Os detalhes não foram deixados ao acaso e sustentam um ambiente confortável e de extrema qualidade, patente na qualidade dos tecidos e materiais usados em todas as divisões. As peças foram feitas à medida para este projeto e a decoração baseia-se num estilo contemporâneo. “Elegância sem ostentação com um distinto toque de requinte” é o mote subjacente a toda a decoração do espaço. A unidade quer oferecer um alojamento de excelência, onde luxo e elegância estejam de mãos dadas. A localização do Hotel Ekuikui I é o fator que trará maior dinamismo ao equipamento que quer assumir-se como um espaço de turismo de negócios.
À Lupa
- Alojamento com 68 quartos superiores - 2 Suites de Luxo - Restaurante Longonjo “À La Carte” - Restaurante Caála Restaurante “Buffet” (funciona também como sala para diversos eventos e espaço nocturno) - Bar Bailundo - Sala de conferências com tudo o que necessita para o seu negócio, pode contar com alta tecnologia para conferências e vídeo-conferências - Conexão wireless gratuita em todo o hotel a pensar no seu conforto - Piscina exterior - Bar da Piscina, o seu espaço de eleição ao ar livre - Massagens - Lavandaria - Babysitting - Transfer - Estacionamento privativo - Rent-a-car
O Hotel tem o nome de Ekuikui I em homenagem ao soberano do reino do Bailundo. O rei esteve presente na inauguração e apelou a que os empresários invistam mais em obras deste género, de modo a criar empregos para a juventude.
Amigo do ambiente, a unidade tem mecanismos sustentáveis e equipamentos eco-conscientes, desde o tratamento das águas à autonomia energética, já que 90% da iluminação é em sistema LED (baixo consumo de energia).
Grupo Opaia
O empreendimento está enquadrado na estratégia desta empresa, de cariz angolano, que pretende abrir duas dezenas de unidades hoteleiras em vários pontos do país. O Hotel Ekuikui I é apenas o primeiro de um vasto projeto e tem como público-alvo clientes detentores de forte poder de compra e com grandes expectativas em termos de qualidade. Sempre com um posicionamento distinto da concorrência e focado no segmento Premium, o grupo Opaia planeia instalar um resort com mais de seis hectares junto à Barra do Kwanza, na costa do Atlântico. A empresa pretende desenvolver um refúgio único de bemestar e de descanso. O conceito do futuro resort está em fazer sobressair a beleza do país e criar um lugar de equilíbrio e libertação dos sentidos. O Hotel Ekuikui I eleva assim para cinco o número de unidades hoteleiras existentes no Huambo. A província tem ainda dezenas de pensões, três residenciais e um aparthotel. Até à década de 90 detinha o segundo lugar ao nível de oferta hoteleira.
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ARQUITETURA&CONSTRUÇÃO
Patrícia Alves Tavares
Renda resolúvel em janeiro
— O ministério do Urbanismo e Habitação implantou em Janeiro a modalidade da renda resolúvel e da figura do arrendamento, no que toca as habitações geridas pela empresa SONIP. Este será o pressuposto da comercialização das habitações construídas pelo Estado em todas as províncias, à luz do programa de criação de 200 casas por município. A negociação dos fogos através da renda resolúvel será feita mediante a coordenação dos órgãos da administração local. Este mecanismo vai permitir a comercialização livre de interferências burocráticas e administrativas e cumprirá o interesse público do Programa Nacional do Urbanismo e Habitação.
Investimento imobiliário cresce
— O investimento estrangeiro no mercado residencial tem sofrido um forte aumento, em virtude da entrada de empresas de renome no país. Dependendo dos setores de atividade de cada empresa, a procura incide sobretudo em tipologias T1 e T2 (escritórios) e em empreendimentos que permitam aos quadros dessas empresas residir e trabalhar no mesmo condomínio. Quanto aos preços, está em curso um trabalho de reajustamento de preços, tipologias e áreas, de modo a enquadrar-se melhor nos requisitos da procura. Também o mercado empresarial para arrendamento tem registado um forte índice de interesse, embora ainda seja a oferta, pelo que existe uma oportunidade para quem deseje investir neste segmento. As zonas da Baixa e Marginal de Luanda são as preferidas pelos trabalhadores estrangeiros.
Vilas rurais no Huambo
— A direção provincial do Território, Urbanismo e Ambiente vai dar início ao programa de construção de vilas rurais no Huambo ainda este ano. O plano inclui a infraestruturação dos terrenos urbanizáveis e das reservas fundiárias, que já se encontram desminadas e terraplanadas. “Temos o programa de construção e desenvolvimento de vilas rurais, o programa de infraestruturação de terrenos urbanizáveis em reservas fundiárias. Neste momento, está em curso a infraestruturação das casas da juventude, no município da Caála”, contou a diretora provincial do Urbanismo, Ana Paula de Carvalho.
Luanda com novos mercados
— A periferia de Luanda vai ganhar uma serie de novos mercados. Tudo para acabar com a venda ambulante nas ruas da capital e criar condições condignas para vendedores e compradores. As obras estão na fase final. As infraestruturas estão localizadas em vários municípios, sendo que Viana irá contar com dois equipamentos: um no campo da FAPA, com capacidade para quatro mil vendedores, e outro no Km 12ª, com capacidade para oito mil ocupantes. No Morro Bento, em Belas, nasce um mercado com 1500 bancadas e no Cacuaco ergue-se um espaço com oito mil lugares. Nos municípios de Icolo e Bengo e Kissama existirão infraestruturas com capacidade para dois mil vendedores cada.
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INOVAÇÃO&DESENVOLVIMENTO
Patrícia Alves Tavares
Entrevista LNEG
“Economia deve valorizar recursos naturais”
— Até 2020, Angola e Portugal vão trabalhar em parceria para avaliar o potencial geológico do sul do território palanca. Um projeto que permitirá uma exploração mineira mais sustentada e amiga do ambiente. A Angola’in falou com Teresa Ponce de Leão, responsável pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia português, e tentou descobrir como irá processar-se este projeto e quais as atuais capacidades do país nesta matéria.
Projeto angolano Durante os próximos oito anos, o Laboratório de Energia e Geologia irá percorrer o sul de Angola para avaliar o seu potencial geológico. O que levou o Governo angolano a escolher o LNEG para esta missão? O LNEG concorreu em consórcio (Consórcio Ibérico) ao concurso PLANAGEO lançado pelo Governo de Angola, que se destinava a fazer a cartografia geológica do território angolano. O concurso fechou em maio de 2011, tendo concorrido vários consórcios. A decisão final por parte do Governo teve lugar em agosto do ano passado. Em que consiste o trabalho que o LNEG vai desenvolver nos próximos anos? Têm um orçamento de 30 milhões de euros. Em que será usado esse investimento? O consórcio a que pertence o LNEG respondeu à totalidade dos itens do caderno de encargos do concurso PLANAGEO, o qual incluía a realização de cartografia geológica de todo o território nacional à escala 1:250.000, de cartografia temática, hidrogeológica, geoquímica e de recursos minerais e ainda levan56
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tamentos geofísicos. O LNEG vai aplicar os seus conhecimentos nestes domínios em conjunto com os parceiros de consórcio. A região atribuída ao consórcio foi o terço sul de Angola.
“Trazemos experiência nacional e europeia e, portanto, podemos abrir novos horizontes para a cartografia de Angola e africana”
Porquê o sul de Angola? Existe a possibilidade de a pesquisa ser alargada à totalidade do território? Portugal manteve ao longo dos tempos uma colaboração estreita com o Instituto Geológico de Angola (IGEO), dando continuidade à realização de cartografia geológica em zonas em que se colocavam problemas de maior complexidade, nomeadamente na região do sudoeste. Esta atividade foi sempre financeiramente suportada pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e realizada com os quadros do IGEO. O que esperam encontrar neste país? Esperamos fazer o levantamento do conhecimento geológico detalhado que permita ao
país ter uma informação avançada para tomada de decisões com base em dados científicos estruturados, ao nível do planeamento, ordenamento do território, exploração dos recursos, avaliação de riscos, etc. Mais e melhor informação é crucial para a correta tomada de decisão.
Quantas pessoas vão participar no projeto? São apenas portugueses ou existem técnicos angolanos envolvidos? A equipa base é portuguesa. No entanto, é objetivo do consórcio estabelecer parcerias locais com técnicos, bem como oferecer formação aos nacionais. Associaram-se ao Instituto Geológico Mineiro Espanhol e à empresa espanhola Impulso. Foi uma escolha do Governo angolano ou uma decisão vossa? O que vos levou a procurar a parceria espanhola? A parceria espanhola surgiu por existir uma
empresa já sediada em Angola, a IMPULSO, que nos procurou pela experiência e pelo conhecimento que o LNEG detém sobre o território por razões históricas. É o primeiro projeto que o LNEG vai desenvolver em Angola? Esperam trabalhar com o Instituto Geológico de Angola noutras áreas e projetos? Na área da geologia temos tido projetos no domínio da cooperação através do IPAD. O LNEG está ainda envolvido noutros planos que envolvem empresas portuguesas no domínio dos recursos de energia, em particular a renovável. A internacionalização do LNEG para os PALOP é para continuar? Qual a razão do interesse do instituto nas potencialidades das ex-colónias? O LNEG aposta na internacionalização junto dos PALOP. Os nossos países têm uma raiz cultural comum e falam a mesma língua, há um enorme potencial para a exploração de parcerias ganhadoras. Há conhecimento acumulado a partilhar e há dificuldades de ambos os lados que podem potenciar sinergias. Portugal precisa de alargar-se.
Formação de especialistas Outra ação prevista é a de apoio à reestruturação do Instituto Geológico de Angola. Como será desenvolvido esse processo? Já conhece o IGEO? Quais os principais desafios que terá de enfrentar? O projeto envolve uma componente de formação que será importante para capacitar tecnicamente os recursos do IGEO, quer através de formação à medida, quer mediante parcerias com as Universidades, formando recursos avançados que permitam uma sustentabilidade do conhecimento. O papel do IGEO é decisivo na prossecução do processo de industrialização do país? O IGEO terá um papel semelhante ao LNEG na oferta de conhecimento avançado do território angolano. Será portanto um instrumento crucial para o desenvolvimento sustentável do país, suportando cientifica e tecnicamente a definição da competitividade do território, enquanto valor patrimonial, quando estiverem em discussão diferentes interesses ou
“Esperamos fazer o levantamento do conhecimento geológico detalhado que permita ao país ter uma informação avançada para tomada de decisões com base em dados científicos estruturados, ao nível do planeamento, ordenamento do território, exploração dos recursos, avaliação de riscos”
diferentes formas de utilização ou usufruto desse território. Parte da reestruturação passa pela capacitação dos seus quadros. Faltam angolanos especializados nesta área? Qual o nível de formação dos trabalhadores do IGEO? Faltam quadros formados nas Universidades angolanas e capacidade para dar essa mesma formação. O LNEG pensa poder ser uma ajuda para a criação desse ciclo virtuoso: formadores, formação e mais formadores. O nível de especialização dos trabalhadores do IGEO deve ser de licenciatura e pós-licenciatura com capacidade técnica avançada e de investigação. A carência de quadros com formação é um dos principais handicaps do Instituto? Sim. Em termos gerais, a carência de técnicos especializados é um problema nacional. Qual a razão da preferência dos angolanos pelo Know-how português? 2012
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INOVAÇÃO&DESENVOLVIMENTO
É uma opinião pessoal, mas penso que a língua e o comportamento dos portugueses e dos angolanos, com raízes comuns, são uma vantagem para um bom relacionamento profissional. Por outro lado, merece ser destacado que alguns dos quadros seniores que marcaram a vida do Serviço Geológico Português nas últimas décadas desenvolveram parte importante das suas carreiras em Angola, detendo por isso um sólido conhecimento da geologia desse território, o qual foi internalizado e constitui uma vantagem muito clara relativamente a outros concorrentes. Em que área considera que a experiência portuguesa poderá ser mais útil para o setor mineiro e geológico? Ao nível técnico, sem dúvida. Temos grande experiência na cartografia científica geológica e temática. Temos testado os nossos conhecimentos com o dos nossos parceiros europeus através da estreita colaboração com o EuroGeoSurvey. Trazemos experiência nacional e europeia e, portanto, podemos abrir novos horizontes para a cartografia de Angola e africana. A formação dos quadros do IGEO ficará a cargo de quem? Terá a duração de quanto tempo? Será desenvolvida em Angola ou está prevista a vinda de alguns trabalhadores/ estudantes às instalações do LNEG? O modelo a adotar será naturalmente de tipo misto, ajustando-se às necessidades, seguindo a experiência dos anos mais recentes, em que a formação em geologia e levantamentos de campo, recolha e interpretação de dados foi realizada prioritariamente em Angola. Enquanto, por exemplo, a formação na área da informatização de bases de dados, sistemas de informação geográfica e desenho cartográfico digital foram realizadas no LNEG. 58
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A geologia do país Como define Angola em termos de recursos metálicos e rochas industriais? Angola é rica em recursos que, no entanto, carecem de estudo para uma melhor e mais rigorosa avaliação do seu potencial.
“Angola deve aprender com os erros europeus e passar de imediato à rigorosa avaliação dos recursos e análise técnicoeconómica para a sua exploração industrial, adotando as melhores práticas que conduzem à sustentabilidade”
É um país com um enorme potencial por explorar? O aproveitamento destes recursos está subvalorizado? Quais as mais-valias económicas destas riquezas? Se bem exploradas têm capacidade para diversificar a economia e ser alternativa à excessiva dependência petrolífera? A exploração económica dos recursos minerais, sendo uma indústria primária, contribui de forma direta para a criação de riqueza bruta. O potencial do território para albergar os recursos minerais será sempre uma vantagem comparativa que qualquer economia deve valorizar para dela extrair o máximo benefício para a sociedade. O relançamento do setor mineiro local é uma das metas do Executivo de Eduardo dos Santos. Considera que Portugal deveria seguir esse exemplo? É um setor que poderá ser atrativo e importante para o relançamento da economia? Não podemos comparar o potencial angolano com o português. Porém, em Portugal e na Europa, a exploração mineral e a sua conversão através da industrialização têm sido descurados. Angola deve aprender com os erros europeus e passar de imediato à rigorosa avaliação dos recursos e análise técnico-económica para a sua exploração industrial, adotando as melhores práticas que conduzem à sustentabilidade tecnológica e ambiental do projeto mineiro.
INOVAÇÃO&DESENVOLVIMENTO
Patrícia Alves Tavares
250 cientistas e engenheiros
Tecnologias com mais recursos
— A ministra da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira, apresentou as linhas de desenvolvimento do setor para os próximos cinco anos. O seu gabinete quer criar um novo paradigma de desenvolvimento neste âmbito. Assim, a agricultura, pecuária, pesca, silvicultura, indústria transformadora, extrativa, petrolífera, energia, comércio e águas são as prioridades na inovação tecnológica. Por outro lado, o ministério quer aumentar o número de recursos humanos nas áreas da ciência, tecnologia e inovação; dar maior formação e mecanismo de apoio a planos de desenvolvimento deste âmbito e reforçar a investigação científica. O programa prevê ainda a massificação das tecnologias de informação e comunicação e a promoção da cooperação entre instituições de ensino e de investigação nacionais e internacionais.
— Angola prevê formar até 2020 cerca de 250 cientistas e engenheiros pesquisadores, no âmbito do Plano Nacional de Formação de Quadros (PNFQ). De acordo com o assessor do ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Edson Barreto, o ministério deverá formar 180 doutores até 2020, em que cada área de incidência terá cerca de investigadores. Acrescentou que há a necessidade de formar especialistas em ciências biológicas, engenharia civil, nanotecnologia, engenharia médica, eletrónica, mecânica, de materiais, ambiente e biotecnologia industrial. As áreas da ciência de gestão, social e educação são as que têm maiores carências de quadros especializados. Este plano tem como finalidade assegurar uma formação profissional de excelência na administração pública e promover a formação dos seus quadros.
Software Gace nas escolas
— É um novo marco na gestão escolar. O software de Gestão, Administração e Controlo Escolar (Gace), desenvolvido por António Calongo, implementa uma nova forma tecnológica no dia-a-dia das escolas. “O software Gace, embora não ser o primeiro no mercado angolano com estas funções, acaba sendo algo inovador. A nível de gestão e administração escolar já existem outros softwares nos colégios e universidade, mas os mesmos ainda não chegaram à gestão das escolas públicas”, explicou o criador da ferramenta. O programa vai otimizar a gestão de várias tarefas nas escolas públicas, desde declarações eletrónicas ao pagamento de propinas.
Imagine Cup 2013 Local Angola
— O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Microsoft lançaram um concurso nacional que desperte nos jovens universitários a capacidade inventiva e de criação de novos projetos inovadores para a indústria cibernética. As inscrições terminaram a 15 de março e destinam-se a apurar o representante do país para o concurso mundial da modalidade, que terá lugar em São Petersburgo, na Rússia. É a primeira vez que o país recebe uma final da Imagine Cup Local e que envolve várias entidades de ensino superior públicas e privadas. O Imagine Cup é organizado em África há sete anos e a Microsoft costuma aproveitar as aplicações sugeridas pelos jovens estudantes para desenvolvê-las no seio da tecnologia da multinacional.
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DESPORTO
Manuela Bártolo
KICK-OFF GRANDE ÁREA····························· 74
Federação Angolana de Judo
Quintino Cabral, presidente da FAJ, é o entrevistado do mês. O responsável fala dos desafios da modalidade, das injustiças e das maiores dificuldades
GPS João Tomás aventura-se em angola João Tomás, avançado português que representou o S.L. Benfica, foi apresentado oficialmente como novo jogador do Recreativo do Libolo. O antigo internacional luso vai reforçar a equipa durante duas épocas. «A carreira de um jogador é muito curta, pelo que há que aproveitar as oportunidades», sustentou o atleta que se mostrou motivado por poder ajudar a formação a lutar pelo primeiro lugar do Girabola.
Insight············································ 78
CAN 2013
O CAN 2013 agita os adeptos dos países africanos. Recorde os melhores momentos da competição de futebol mais importante do continente
FORA DE JOGO···························80
O melhor de África
Yaya Touré volta a destacar-se no panorama futebolístico. Recebeu pelo segundo ano consecutivo o prémio de Jogador Africano 2012. Conheça o percurso dos cinco finalistas
Bloco de Notas······················ 84
Minuto a minuto
As modalidades continuam a ser notícia. Conheça os mais recentes sucessos em áreas como o jiu-jitsu ao desporto adaptado
84º lugar para Palancas A Seleção Nacional de Angola desceu no ranking das melhores seleções do mundo, após ter ocupado o 79º lugar no ano passado. Este ano, os “Palancas Negras” passaram para a 84ª posição devido aos fracos resultados alcançados nos jogos de preparação para o Campeonato Africano das Nações 2013. A classificação da equipa comandada pelo uruguaio Gustavo Ferrín poderá ainda descer mais na tabela, em virtude do desempenho da formação no CAN, que ocorreu em fevereiro. O país chegou a estar em 45º, em julho de 2000, ano em que obteve o melhor posicionamento. Espanha continua a liderar o ranking desportivo.
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2012
Beckham em Paris O internacional David Beckham foi apresentado como jogador do Paris Saint-Germain. O contrato é válido até ao final da temporada e é uma boa notícia para o atleta inglês que tinha abandonado o Los Angeles Galaxy, em dezembro. Com 37 anos, o futebolista garantiu que nunca tinha recebido tantos convites e acredita no projeto parisiense, sustentando que está a ser formada uma equipa que terá sucesso nas próximas duas décadas. Beckham anunciou igualmente que o seu salário será doado a instituições de caridade.
Benfica cria escola de futebol O Sport Lisboa e Benfica (SLB) e a Escola Portuguesa de Luanda (EPL) assinaram um protocolo que vai viabilizar a criação de uma escola de futebol. A rúbrica do acordo foi apadrinhada pelo antigo atleta nacional, Pedro Mantorras. A Escola Geração Benfica da Maianga, em Luanda, vai funcionar numa primeira fase nas instalações da EPL. Posteriormente será transferida para um edifício próprio e poderá assumir o compromisso de formar jovens de outras escolas e instituições. Esta unidade, que funcionará numa base de “franchising”, é a segunda obra resultante desta parceria, já que no início do ano foi assinado um acordo para a abertura da Escola Geração Benfica do Cajueiro, em Luanda Sul.
Meyong no Kabuscorp O avançado camaronês, ex-atleta do Vitória de Setúbal (Portugal), Albert Meyong é o recente reforço do Kabuscorp. O jogador anunciou que a mudança se prende com a vontade de auxiliar a equipa a sagrar-se campeã nacional. “O meu objetivo é jogar em prol do clube e o mais importante é isso. Fui contratado para ajudar o Kabuscorp a ser campeão e não para ser o melhor marcador. Agora é lógico que fazendo golos é meio caminho andado para ajudar a equipa a ganhar”, reconheceu. Meyong deixou a equipa portuguesa em janeiro e era o segundo melhor marcador da liga lusa. O atleta referiu ainda que se trata de uma “experiência nova” e é a nova aquisição do atual treinador do Kabuscorp, o búlgaro Edu Antranik. Para esta época a equipa já conta com 13 caras novas.
Pep Guardiola no Bayern Pep Guardiola é o novo treinador
Lunguinha estreia-se em Portugal O internacional angolano, Lunguinha, é o novo elemento do plantel do Vitória de Setúbal (Portugal). A transferência do goleador para o clube português está incluída no acordo entre as duas equipas para o negócio de Meyong. “Além da vinda de Lunguinha, será
do Bayern de Munique. Tem contrato até 2016 e vai substituir Jupp Heynckes a partir do final da época. Após uma carreira brilhante ao serviço do Barcelona, o treinador vai tentar repetir os mesmos resultados no clube alemão. O Bayern é a equipa com mais sucessos na Alemanha. Tem 22 títulos e é uma presença
estabelecida uma parceria que nos ajudará
assídua na Liga dos Campeões,
quando tivermos os protocolos do estádio,
tendo falhado o título europeu nas
onde se vão instalar um centro comercial,
últimas duas épocas.
uma clínica, apartamentos e residências assistidas», afirmou Fernando Oliveira, presidente do clube vimaranense. Até ao momento, ainda não foi divulgada a data de chegada do lateral direito angolano.
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DESPORTO
Patrícia Alves Tavares
“Obter uma medalha no Campeonato do Mundo é possível” — Quintino Cabral, presidente da Federação Angolana de Judo, é o entrevistado do mês. Numa conversa frontal e repleta de novidades, o responsável fala dos desafios da modalidade, das injustiças e das maiores dificuldades. A organização quer apostar numa competição interna mais forte e nas melhores condições de treino.
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GRANDE ÁREA Como analisa o judo nacional da atualidade?
Comparativamente com os últimos 20 anos, podemos dizer que o judo está bem, ou mesmo melhor, se tivermos em atenção aspetos como o número de atletas, a quantidade de atividades competitivas realizadas no país e a organização da modalidade no que concerne à aprovação e implementação de regulamentos importantes. Quanto aos resultados desportivos a nível continental e internacional, as várias medalhas alcançadas em todos os campeonatos africanos e Jogos Panafricanos de seniores em que participamos desde 2010, somadas às conquistadas nos Campeonatos Africanos de juniores e no Botswana, falam por si só. Não podemos esquecer a medalha de bronze da World Coup de Bucareste em 2012. Do ponto de vista de infraestruturas e condições de treino, houve melhorias significativas nestes últimos quatro anos, que só podem ser comparadas com o investimento feito em 1981, por altura dos segundos Jogos da África Central. Quais os principais feitos da Federação neste mandato e quais os objetivos futuros?
Registamos a abertura de um Dojo Nacional, com uma área de treinos de aproximadamente 300 m2 e todas as condições necessárias, onde treinam as seleções nacionais. Enumero a entrada em funcionamento de salas de treino com tatami regulamentar em quatro províncias (Benguela, Kwanza Norte, Huambo e Lubango), todas com fornecimento e apoio direto da Federação. No que respeita às condições de treino foi implementada uma política para equipar os nossos atletas mediante o fornecimento de Kimonos de competição, a preços módicos, aos atletas seniores e juniores e a doação aos atletas juvenis participantes nos campeonatos nacionais. Em junho assinaram um protocolo com a cadeia de televisão brasileira Record, que na primeira fase consiste no apoio à
“A curto prazo, obter uma medalha no Campeonato do Mundo é possível, sendo necessário apostar num grupo restrito de dois a quatro atletas que ao longo destes últimos anos têm conseguido medalhas a nível continental” atleta Faia para os Jogos Olímpicos de Londres. Em que consiste o acordo e em que serão investidos os 45 mil dólares?
O protocolo tem como objetivo primário apoiar ou promover a participação de judocas angolanos com potencialidades comprovadas em competições dos Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e provas qualificativas. A atleta Faia é uma das principais figuras deste projeto, mas pretende-se estender a um máximo de 3/4 atletas. Estamos a contar com este valor fundamentalmente para ajudar no nosso plano para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. É possível termos medalhados nesta modalidade a curto ou médio prazo nos Jogos Olímpicos? O que é necessário e o que ainda falta para alcançar esse patamar?
Consideramos ser possível obter uma medalha nos Jogos Olímpicos a curto ou médio prazo. Logicamente que carecemos de maior investimento geral na modalidade, permitindo ter um grupo mais alargado de atletas a participar em regimes de treinos de preparação e competições de grande nível. Portanto a médio/longo prazo um investimento com vista à melhoria das condições de trei-
no (mais e melhores dojos e outras especificidades), da formação técnico-competitiva dos atletas e da capacidade dos treinadores. A curto prazo, obter uma medalha no Campeonato do Mundo é possível, sendo necessário apostar num grupo restrito de dois a quatro atletas que ao longo destes últimos anos têm conseguido medalhas a nível continental. Assim, não podemos começar este programa dois anos ou 18 meses antes dos Jogos Olímpicos como aconteceu nos Jogos passados. Qual o modelo de treino dos judocas angolanos? É inspirado nos países onde o desporto está mais desenvolvido?
O modelo de treino dos judocas angolanos enquadra-se nos preceitos do treino desportivo e existe a preocupação em se uniformizar o ensino e a prática do judo em Angola, tendo como base o Judo Kodokan. A ideia não é fazer um judo diferente, mas sim “produzir” um judo de competição que tenha como base as características físicas, morfológicas e até socioeconómicas do nosso país e atletas. Isto não é fácil, mas é possível, aproveitando ou adaptando o que se faz em outros países, num projeto próprio. A formação é a base de qualquer modalidade. Como é que a aprendizagem dos novos valores tem evoluído e qual o nível atual de técnicos, treinadores, dirigentes e atletas? O que é que a federação tem feito para colmatar as carências técnicas e infraestruturais dos clubes?
Há pouca atenção ou formação em ciências do desporto e afins. Julgo que esta situação da formação de técnicos, atletas e dirigentes é conjuntural em Angola e praticamente transversal a todas as modalidades. No que especificamente ao judo diz respeito, têm sido feitos esforços para colmatar as carências técnicas dos treinadores com ações de formação pontuais, desde estágios técnicos, clinic´s e cursos. Relativamente às carências infraestruturais dos clubes, devemos
dizer que a política desta Federação tem sido apoiar, na medida do possível, as associações provinciais e não diretamente os clubes. Entre 1992 e 2008, existiam em todo território apenas duas salas de treino com tatamis regulamentares, estando ambas em Luanda. Neste momento existem sete salas de treino. Em quatro anos triplicamos o número de salas. Ainda assistimos à desistência de muitos atletas por causa das condições precárias. Existem muitas escolas de judo. Porém, sem as mínimas condições. O que é que a federação tem feito para combater esta situação?
Considero que as condições têm melhorado significativamente, embora ainda haja muito por fazer. As probabilidades dos atletas participarem na alta competição depende muito deles próprios, mas é bom dizer que nunca foi tão grande como agora e ocorre cada vez mais cedo, em termos de idade. Em 37 anos de independência, o judo angolano só participou em duas competições internacionais do escalão juniores e ambas foram no mandato desta direção. A primeira foi em 2011 com a participação de um atleta no Madagascar onde obteve uma medalha de bronze. A segunda foi em outubro passado, no Botswana, onde participaram oito atletas, conquistando seis medalhas. Qual o papel do Estado, nomeadamente do Ministério do Desporto, na resolução destes problemas?
Pessoalmente, considero que a Federação não tem vocação nem capacidade para, por si só, resolver grande parte dos problemas do judo, fundamentalmente no que concerne a infraestruturas. É verdade que a FAJ deve fazer parte da solução do problema e não nos demitimos desta responsabilidade. Aliás, esta tem sido a nossa preocupação. Agora, também pensamos que a construção de infraestruturas para servir a comunidade é obrigação do Estado, com base naquilo que é a política desportiva do Governo e o posicionamento ou enquadramento 2012
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DESPORTO “Quanto a mim não há coerência entre o desempenho das modalidades, o discurso dos dirigentes do MINJUD e as verbas atribuídas às destintas federações”
que cada modalidade ocupa nesta política. Por aquilo que o judo já fez e tem feito, quer em termos de resultados desportivos a nível internacional, quer em termos de movimentação desportiva interna, não se compreende que não seja prioridade do Governo a criação de infraestruturas específicas para o judo, à semelhança do que aconteceu com os estádios de futebol, pavilhões de basquetebol, de andebol e agora de hóquei em patins. Assim sendo, estamos em crer que brevemente as autoridades, que devem assumir esta responsabilidade, não terão outra saída se não a sua concretização. Existem apoios financeiros para a modalidade? Como é que as verbas desportivas são distribuídas a nível nacional e modalidades?
Existem alguns apoios financeiros. Naturalmente que são exíguos mas existem por parte do Estado, de particulares e empresas. Relativamente aos critérios que são adotados para atribuição de verbas por parte do Ministério da Juventude e Desportos, sintome à vontade para publicamente manifestar o meu desacordo. É uma posição pessoal, mas quanto a mim não há coerência entre o desempenho das modalidades, o discurso dos dirigentes do MINJUD e as verbas atribuídas às destintas federações. E aqui não falo só da Federação de Judo, falo também por outras tantas federações que, em minha opinião, têm sido injustiçadas. Qual o valor do orçamento para este ano e como é que tem sido distribuído pelos diversos clubes e associações?
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2012
A verba atribuída à Federação de sas atividades já que com a verba Judo pelo OGE, via Ministério consignada pelo OGE muito pouco da Juventude e Desportos, é de poderíamos fazer. KZ 4.500.000,00, o equivalente a Urge, porém, que consigamos evocerca de 45 mil dólares. O valor luir para uma forma diferente de é concedido para todas as ativi- patrocínio, que permitam acudir dades da Federação, inclusive a prepara- “Têm sido feitos esforços ção das seleções na- para colmatar as cionais, participação carências técnicas dos em competições internacionais, reali- treinadores com ações de zação de atividades formação pontuais, desde desportivas nacio- estágios técnicos, clinic´s nais, pagamento aos e cursos” técnicos serviços administrativos, etc. Por outro lado, os problemas estruturantes da a FAJ não tem pré-estabelecida a modalidade, patrocínios que perpolítica de distribuir verba pelas mitam a implementação de proAssociações Provinciais. O que gramas existentes importantes faz é comparticipar, de forma va- para o desenvolvimento do judo. riada, a realização das atividades A realidade atual mostra-nos que o calendarizadas pelas mesmas, judo já está em condições de absorconcedendo e custeando a trans- ver mais dos patrocinadores e que portação do material necessário há abertura por parte destes para para o efeito, enviando árbitros tal. Compete a nós, enquanto judoe suportando as despesas com os cas e membros da Federação, conmesmos. Pontualmente tem dado seguir passar a nossa mensagem. algum apoio financeiro para custear despesas administrativas das Como é que define a atual associações, fundamentalmente capacidade competitiva para aspetos organizativos e de dos judocas angolanos? Os campeonatos legalização. existentes são suficientes Na sua opinião, porque é que o Judo nacional ainda não alicia as empresas e entidades patrocinantes?
De uma forma geral, conseguir patrocínios para o desporto em Angola não tem sido fácil. Habitualmente, os grandes patrocinadores são empresas ou organismos do Estado, dependendo muito das relações pessoais existentes. No entanto, posso dizer que felizmente temos conseguido alguns patrocínios e apoios de particulares e de empresas, que têm sido importantes para podermos realizar as nos-
para manter o bom nível?
Os campeonatos existentes não são suficientes para manter o bom nível dos atletas e muito menos para melhora-lo. Ocorre que as associações provinciais, salvo raras exceções, praticamente não realizam as suas provas provinciais. Algumas até não têm um calendário de atividades. Assim os atletas resumem as suas ações competitivas aos campeonatos e torneios organizados pela Federação. Assim não pode ser. A capacidade técnico-competitiva dos judocas angolanos é díspar em função
de vários fatores. Temos atletas que se impõem a nível continental, infelizmente poucos, e temos atletas de nível médio e de nível mais baixo. Tudo isto tem agregado a si as condições de treino de uns e outros, os parâmetros quantitativos e qualificativos das suas preparações e competições, os níveis estruturais e organizativos dos seus clubes e associações. Os resultados desportivos alcançados a nível internacional ilustram bem isto. Quais as qualidades e capacidades técnicas que um atleta deve possuir para ser um bom judoca?
Um judoca evidencia-se, acima de tudo, pelas suas qualidades morais, espirituais e cívicas, sem as quais nunca será bom judoca. Quanto às capacidades técnicas, estas advêm de uma intensa busca de conhecimento fruto de árduo trabalho, de repetição (uchi Komi) para melhoria da qualidade técnica. O judo é hoje um desporto onde, cada vez mais, a inteligência está aliada a um elevado nível físico técnico geral, possibilitando várias alternativas nas ações de defesa e ataque durante o combate. Esta é a ideia que pretendemos introduzir nos nossos técnicos e atletas, desde cedo. Quais os atletas que considera que poderão surpreender o país e o continente nos próximos anos?
Quando começamos a nossa campanha para os Jogos de Londres, tínhamos como objetivo a qualificação de dois atletas. Faziam parte deste grupo a atleta Faia, que se qualificou como segunda atleta africana melhor posicionada no Ranking mundial na sua categoria e o atleta Ângelo António que, sendo o quarto africano no ranking, não se qualificou. Introduziu-se também o atleta Nayr Pedro, que ainda com a idade de júnior foi medalha de bronze nos Jogos Panafricanos de Maputo em 2011. Temos um leque de atletas jovens com muito potencial, alguns dos quais medalharam recentemente no campeonato africano de Botswana.
DESPORTO
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Manuela Bรกrtolo
INSIGHT
NIGÉRIA
— O ano arrancou com mais uma edição do Campeonato Africano das Nações. Nigéria e Burkina Faso foram os protagonistas da final, que decorreu em Soccer City, Joanesburgo. O último jogo do CAN 2013 colocou frente a frente um país estreante nestas fases (Burkina Faso) e uma equipa que já vê o título fugir-lhe desde 1994 (altura em que a Nigéria foi campeã pela última vez). Para Angola, foi a sétima vez que integrou o lote de candidatos ao título continental. Este ano não conseguiu ultrapassar a fase de grupos.
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DESPORTO
Patrícia Alves Tavares
FORA DE JOGO
Yaya Touré, O homem do ano Alex Song, André Ayew, Demba Ba, Didier Drogba ou Yaya Toure. Um deles enverga a designação de melhor Jogador Africano de 2012. O prémio foi anunciado no final do ano, em Accra, no Gana. A Angola’in dá-lhe a conhecer nesta edição o percurso do atleta do momento e a fibra que transformou os restantes craques em grandes talentos.
Yaya Touré Cinco escolhidos pela Confederação Africana de Futebol (CAF) disputaram o prémio de melhor Jogador Africano do ano 2012. Yaya Touré levou a melhor sobre os restantes colegas. Os finalistas do galardão conheceram os resultados a 20 de dezembro, no Banquet Hall do State House, em Accra, no Gana. Neste número, a Angola’in apresenta os predicados de cada jogador e mostra-lhe o percurso das figuras de destaque do futebol africano.
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Na gala, foram ainda conhecidos os melhores atletas a jogar em África. O egípcio Mohamed Aboutreika (AlAhly) e os zambianos Rainford Kalaba (TP Mazembe) e Stoppila Sunzu (TP Mazembe) estiveram na corrida para o prémio. Mohamed Aboutrika foi o grande vencedor. A Zâmbia ficou ainda com o reconhecimento de melhor seleção africana do ano, após ter conquistado a Taça das Nações Africanas, que decorreu no início do ano passado.
Yaya Touré foi o vencedor da edição 2011 do galardão desportivo e voltou a levar a melhor sobre Didier Drogba (que era visto como favorito) e Alex Song. O médio do Manchester City repete a conquista do troféu. Com 29 anos, Touré tem no seu currículo algumas das melhores equipas do mundo. Começou a carreira em 1996, no Mimosas, da Costa do Marfim, e cedo começou a revelar um enorme talento para o desporto. Em 2001, deu o salto para o clube belga, K.S.K. Beveren, onde marcou 70 golos durante as
três épocas em que ali permaneceu. Até chegar ao Manchester City, Touré, costa-marfinense, passou pelo Metalurh Donetsk, Olympiakos, Monaco e Barcelona. O seu desempenho entre 2007 e 2010, com 74 golos ao serviço do clube espanhol, permitiu que fosse ‘seduzido’ pelo Manchester City. Foi contratado por 30 milhões de euros. Ao longo do percurso Yaya Touré esteve presente nas semifinais da FA Cup 2010/11, onde enfrentou o seu clube e marcou o golo da vitória, sendo o responsável pela classificação do seu país para a fase final do torneio.
Sabia que… A eleição do Melhor Jogador Africano e Melhor Jogador a atuar em África é concretizada através
Alex Song
Didier Drogba O vencedor da última edição da Liga dos Campeões, ao serviço do Chelsea, esteve mais uma vez na corrida para melhor futebolista africano e era apontado por muitos como favorito. Didier Drogba, costamarfinense, já venceu o prémio em 2006 e 2009. Didier Yves Drogba Tébily tem 34 anos e o seu nome saltou para a ribalta do futebol internacional quando se transformou no grande ídolo do clube inglês Chelsea, onde arrecadou importantes títulos para a sua equipa. Conhecido pela habilidade no ar, capacidade em manter a bola e força física, o atacante está no top dos melhores do mundo e é um ícone no seu país. Atualmente representa os chineses do Shanghai Shenua. Drogba evidenciou-se ainda pelo envolvimento no processo de paz da Costa do Marfim, pelo que já foi eleito pela revista Time (em 2010) como uma das dez pessoas mais influentes do mundo.
Futebolista camaronês, Alexandre Dimitri Song Billong é conhecido por Alex Song e é uma das estrelas do clube espanhol Barcelona. O jovem de 25 anos é sobrinho do outro nome bem conhecido deste desporto na sua terra-natal, Rigobert Song. Foi no Bastia, na temporada 200304 que Song captou a atenção de gigantes europeus, como o Manchester United ou o Inter de Milão. Contudo, foi o Arsenal que venceu a corrida e conseguiu o seu empréstimo por uma época. O seu bom desempenho trouxe o desejado contrato, assinado em 2006, por quatro temporadas. Nesse período, defrontou grandes clubes mundiais e pisou pela primeira vez os palcos da Liga dos Campeões. Seguiram-se passagens pelo Charlton Athletic e o regresso ao Arsenal. A 18 de agosto de 2012, Song mudou-se para o Barça, numa transferência de 19 milhões de euros. Antes de se tornar profissional, Alex Song chegou a representar a seleção francesa. Atualmente defende as cores do seu país, os Camarões.
Andre Ayew O futebolista franco-ganês é filho do ex-jogador Abedi Pelé. Como o diz o ditado ‘filho de peixe sabe nadar’, André Ayew cedo demonstrou
dos votos dos selecionadores e diretores técnicos de todas as federações filiadas na CAF.
3 na corrida Mohamed Aboutreika (Al-Ahly) e os zambianos Rainford Kalaba (TP Mazembe) e Stoppila Sunzu (TP Mazembe) disputaram o troféu de Melhor Jogador num clube africano.
talento para o futebol. Seguiu as pisadas do pai e dos irmãos Jordan Ayew e Abdul Rahim Ayew. Está ao serviço do Olympique de Marseille, mas pode estar de saída. Embora afirme que está satisfeito no clube francês e indique que quer ser campeão pela equipa que representa, o Bayern de Munich apresenta grandes possibilidades para adquirir o passe do atleta africano. O facto de ser um clube que conquista títulos com frequência é um dos fatores que mais atraem o jovem jogador. André Ayew tem 22 anos e já foi internacional 40 vezes pelo seu país, o Gana.
O melhor em solo africano Mohamed Aboutrika nasceu no bairro em Gizé, Egipto, e começou a jogar futebol nas ruas, como a maioria das crianças. Com 12 anos, passou todos os testes para o segundo maior clube da cidade, Tersana Club. Em 2000/2001, o atacante egípcio conseguiu na primeira aparição na liga daquele país marcar seis golos, o que captou as atenções dos especialistas e lhe permitiu alcançar um lugar na equipa olímpica nacional. Mais tarde integrou o plantel do
Demba Ba
Al-Ahly, tendo disputado as duas
Tem apenas 27 anos, nasceu em território francês, mas enverga as cores da seleção senegalesa. O atacante do Newcastle United (Inglaterra) tem uma cláusula de 40 milhões de euros e renovou contrato até junho de 2014. Demba Ba estreou-se em clubes franceses, em 1998, e aí permaneceu até 2004, altura em que assinou pelos ingleses do Watford. A chegada a um clube do Reino Unido acabou por abrir novos horizontes ao jovem senegalês. Em 2005, foi contratado por uma época pelo clube francês Rouen, assinando pelo ano seguinte com os belgas do Mouscron. Passou ainda pelos alemães do Hoffenheim e pelo West Ham Uniter (2011). No mesmo ano foi transferido para o Newcastle onde ainda se mantém.
de Clubes da FIFA. Na prova de
últimas edições da Copa do Mundo 2006, Aboutrika marcou três golos e conseguiu que o seu clube alcançasse o terceiro lugar. Mais recentemente participou nas Olimpíadas de Londres, de 2012. Entre as conquistas individuais, Aboutrika foi eleito melhor jogador egípcio em 2004, 2005 e 2006.
DESPORTO
Patrícia Alves Tavares
Mais infraestruturas na Lunda Norte
A construção de novos empreendimentos desportivos na Lunda Norte vai contribuir para a afirmação desta atividade naquela região. É pelo menos a convicção do chefe do Departamento dos Desportos da Direção Provincial da Juventude e Desportos da Lunda Norte, Lourenço Cariata. No decorrer deste ano, o Governo local vai proceder à edificação de pavilhões gimnodesportivos, campos multiusos e de futebol de 11 (comunitários), reabilitação dos espaços existentes para a prática das várias modalidades e criar condições para relançar o desporto na província. “O Governo provincial está apostado, este ano, nos programas ligados à juventude e o desporto está nas prioridades”, esclareceu o responsável. O projeto ainda não tem orçamento, nem são conhecidos os números de empreendimentos a criar. Contudo, os responsáveis acreditam que este investimento vai revitalizar o desporto escolar.
Desporto adaptado na ONU
Angola aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Uma notícia que incentiva o Comité Paralímpico a trabalhar ainda mais para promover as políticas de reinserção e integração social. O órgão quer apostar cada vez mais no incentivo à prática do desporto adaptado e a adesão à ONU vai permitir ultrapassar carências como o direito a cadeiras de rodas, a inclusão de rampas nos edifícios e nos transportes públicos. “A Convenção do ONU Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência é um instrumento que vai permitir maior abertura nas questões que têm a ver com o ultrapassar de qualquer tipo de barreira, apesar de reconhecermos que o Estado angolano tem cumprido o seu papel neste particular”, explicou Leonel da Rocha Pinto. A ratificação do referido documento resultou dos esforços da comissão criada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e liderada pelo ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua. Os comités paralímpicos angolano e africano integraram igualmente a lista de trabalhos.
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BLOCO DE NOTAS
Walter Faustino é bronze no jiu-jitsu
O angolano Walter Faustino conquistou uma medalha de bronze no Open Internacional de Jiu-Jitsu, que decorreu no Complexo Desportivo do Casal Vistoso, em Lisboa. O atual campeão do mundo na modalidade entrou a vencer na prova e arrebatou o bronze, após uma série de bons resultados. Este foi o último teste a ‘Lobão’, que combate nos 82 Kg e que se prepara para defender o título de campeão no campeonato africano da modalidade, que vai decorrer na África do Sul. Recorde-se que o atleta da equipa nacional Z1 Academy se sagrou campeão mundial em Abril de 2012, nos Emirados Árabes Unidos e ofereceu a sua medalha de ouro ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Angola e Brasil parceiros
Nos próximos dois anos, Angola e Brasil vão trabalhar conjuntamente no domínio da formação de quadros, atribuição de bolsas de estudo e criação de infraestruturas para acolher equipas ou seleções nacionais sempre que pretendam fazer estágios. O acordo foi firmado durante a visita de Gonçalves Muandumba, ministro da Juventude e Desportos, ao país sulamericano e destina-se a fortalecer o relacionamento entre as duas nações da CPLP. Foi ainda assinado um protocolo de voluntariado, em que numa primeira fase Angola irá enviar jovens para prestar serviços voluntários no Campeonato do Mundo, de 2014, a decorrer no Brasil.
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eLife&Stylee índice Explosão de esperança — O início de um novo ano é sempre sinónimo de recomeço. 2013 entrou e com ele a expetativa de que tudo seja diferente, de que tudo seja melhor. Acreditar é preciso, para que as mudanças aconteçam!
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{ BOCA A BOCA }
o mundo é uma sucessão de acontecimentos em que nos reencontramos. Uma aldeia global onde nos inserimos e de que fazemos parte.
{ TURISMO }
A Grécia é um templo aos deuses…um paraíso onde história, cultura, monumentos e prazer se aliam em prol dos turistas.
{ LUXOS }
Carros Lamboghini, Maseratti…carros de sonho para a realidade dos verdadeiros mantes de automóveis de luxo Gadgets A diferença pode estar na magia de um toque Relógios Fazer das horas momentos de (e)terno prazer Joias Na suavidade da pele, o brilho inconfundível de obras de arte
{ GOURMET }
Como ser uma anfitriã perfeita conjugando a arte de bem receber num jantar feito à medida dos seus convidados
{ CULTURA & LAZER }
A Língua Portuguesa nunca esteve tão poderosa como agora. A ascensão da lusofonia na cena mundial, seja na política ou na economia, está a aproximar povos que falam o mesmo idioma. Perceba como é que o português é já líder nas redes sociais
{ PERSONALIDADES }
Mamborró foi um génio artístico que mudou o cenário da música infantil. Voz inspiradora de vários cantores da atualidade, nesta edição recordamos a figura mais querida do universo das canções para miúdos
{ AGENDA }
Todos os dias o mundo fervilha. Todos os dias há algo que acontece. Hoje, mais do que nunca estar é saber
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Life&Style
Carla Marques
Nº1 o perfume mais caro de 2012
— Clive Christian lançou uma edição especial de seu perfume No.1, chamado imperial Jubileu para comemorar os 60 anos do reinado da rainha Elizabeth II prestando, desta forma, homenagem à monarca, no ano do Jubileu de Diamante. Se Clive Christian é sobejamente conhecido por recriar móveis sob medida, o certo é que a sua atividade comercial se tem estendido a outras áreas tendo adquirido em 1999 a Perfumaria da Coroa, que remonta a 1872, produzindo assim o perfume mais caro de 2012.
Endiama licencia Produtores artesanais
— O Presidente do Conselho de Administração da Endiama, Carlos Sumbula anunciou que serão licenciados novos produtores artesanais nas províncias de Malanje, Bié, Moxico e Uíge. De acordo com Carlos Sumbula existem cerca 433 senhas na Lunda-Norte e Lunda-Sul, o que criou emprego para cerca de 3 mil trabalhadores. “Agora vamos partir para a segunda fase que vai-se constituir em darmos senhas para a província de Malanje, Bié, Moxico e a província do Uíge, aí contaremos sempre com a assistência de sua excelência o senhor ministro da geologia e minas, e pensamos que poderemos contornar o tráfico ilícito de diamantes que tem estado a assolar estas províncias”, informou.
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2012
Waldemar Bastos conquista França
— O jornal francês ‘Libération’ considerou o álbum ‘Classics of My Soul’, do angolano Waldemar Bastos, como um dos três melhores discos de World Music do ano 2012, juntamente com ‘Es Contrà ta Pèl’, de Du Bartas, e ‘Maoya Power’, de Lindigo. O álbum que foi gravado em Londres e Los Angeles com o quinteto de Waldemar Bastos, de música tradicional de Angola, e com a London Symphony Orchestra, dirigida pelo maestro Nick Ingman resulta de um sonho antigo do músico de juntar os sons de África à música clássica europeia. O crítico do ‘Libération’ elogiou a “voz dilacerante” de Waldemar Bastos, capaz de “se elevar na expressão da dor, ao nível dos melhores intérpretes”.
{ BOCA A BOCA } Romeo Beckham desfila Burberry
— Romeo Beckham é o centro das atenções no mundo da moda. O filho de 10 anos de idade de David e Victoria Beckham é a mais nova estrela (e mais jovem) de Primavera / Verão 2013 da Burberry campanha. Nela, o jovem Beckham posa ao lado de Edie Campbell e França Charlie em uma trincheira Burberry clássico, com calças pretas, um guarda-chuva xadrez, e um sorriso inegavelmente adorável.
Odiel Decq premiada
— A arquiteta francesa Odile Decq, juntamente com José Dirand e Barber Edward & Jay Osgerby, são a escolha do ano “Maison et Objet”. A obra de Odile Decq reflete alguém que gosta de redefinir as fronteiras de sua disciplina, reinterpretando a ordem, o uso, o corpo, técnica e bom gosto. Em 2012 Odile foi responsável por projetos como o FRAC Bretagne (Rennes, França), ATOM (Paris, França), o X1 3D (Milão, Itália) e fratura Noir (Rennes, França), para além de projetos já realizados como o Banque Populaire de l’Ouest, o plano mestre para o porto industrial e docas de Paris, sede do CIPEA em Nanjing, na China, o Museu de Arte Contemporânea de Roma. Paralelamente a isso foi também foi eleita diretor da Ecole Spéciale d’Architecture, em Paris.
Moët & Chandon festeja com Federer
— A famosa marca de champanhe francês Moët & Chandon casa, fundada em 1743, e que agora faz parte do império de bens de luxo LVMH, nomeou o campeão de tênis Roger Federer como embaixador da marca. Federer fará a sua estreia para a marca numa série de anúncios a serem divulgados em março deste ano. Para celebrar a parceria de prestígio a Moët & Chandon encomendou ao lendário fotógrafo de moda Patrick Demarchelier algumas imagens de Federer em Paris com uma garrafa do champagne.
Paulo G edita novo disco
— O músico Paul G está já a trabalhar no seu novo disco que pretende venha a ser um verdadeirto sucesso. “New Era” será o título deste novo disco que se prevê seja lançado ainda este ano. Segundo informações vindas a público prevê-se a participaçãos de músicos nacionais e internacionais(americanos e africanos), embora ainda não tenham sido divulgados os nomes dos artistas em questão .
2012
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Life&Style Bergerson retrô
{ BOCA A BOCA } Martis Acampamento: luxo no campo
— O Martis Acampamento oferece um serviço personalizado, no Lago Tahoe por cerca de 7,9 milhões. A oferta é destinada a clientes de primeira que procuram um espaço no campo que lhes ofereça os luxos próprios da grande cidade. O Martis Acampamento Custom Home 186 é uma verdadeira casa de luxo em todos os sentidos da palavra. Capitalizando sobre os pontos de vista inspiradora prestados por esta terra impressionante, combinando a idea de elegância, conveniência, conforto e luxo.
— A luxuosa marca Bergerson inspirou-se na “Vida em Cena” e apresentou jóias com estilo retrô e cinematográfica baseadas nos anos 50 e em musas como Audrey Hepburn, Brigitte Bardot e Marlyn Monroe. Romântico, o conjunto de quartzo salmon prima por uma atenção cuidadosa de todos os detalhes. A parte de trás do brinco traz um lacinho em ouro rosé fixo na pedra: um segredo revelado apenas se a dona da peça desejar.
Novo iate bate record
— O iate encomendado pela família real saudita estará situado entre os 100 maiores iates do mundo. O Projeto Azzam, um ultra-secreto 590-pé está atualmente em construção no estaleiro alemão Lurssen e será concluída nos próximos meses. O iate, que deve custar cerca de 750 milhões de dólares, terá cerca de 54 pés mais do que Roman Abramovich Eclipse , atualmente o maior do mundo.
Progresso reconhecido
— O Comitê de Política de Desenvolvimento do Conselho Social da Organização das Nações Unidas (UNCTAD) anunciou que Angola tornou-se um forte candidato a sair da lista dos países menos desenvolvidos, a divulgar em 2015, tendo em conta os avanços em conquistas macroeconómicas e sociais. Países menos desenvolvidos (LDC) é o nome dado a um país que, de acordo com as Nações Unidas, apresenta os menores indicadores de desenvolvimento socioeconómico, com os mais baixos Índice de Desenvolvimento Humano, avaliações feitas em todos os países do mundo.
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2012
2012
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Life&Style
Carla Marques
Grécia —
uma viagem pela história —
A Grécia é um dos poucos países do mundo onde história, monumentos, praias desertas e estruturadas, montanhas, muitas atividades desportivas, bons restaurantes e uma vida noturna intensa se conjugam para tornar este destino inesquecível.
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2012
{ TURISMO } Os museus, como o Arqueológico de Atenas, possuem obras de valor histórico inestimável; os monumentos com as quais nos deparamos, a cada esquina, em todos os locais são fascinantes; as cidades medievais, como Monemvasia e Rodes, falam da história do país que, em nuito se confunde com a história de um período áureo da humanidade; os diversos castelos e mosteiros seculares, como em Monte Athos e Patmos, convidam a uma visita e reflexão; a sensação de pisar em Olympia transporta-nos à magia dos primeiros Jogos Olímpicos. Todo esse património confere à Grécia uma conotação cultural incomparável. Junte-se ao lado histórico uma vida noturna animada em Atenas, Thessaloniki e em algumas ilhas, como Mykonos e Ios; os casinos de Corfu ou Rodes; os espetáculos, como os do Festival Ateniense no Teatro Herodion, na Acrópole, em Atenas, e no teatro de Epidauros, no Peloponeso, com apresentações ao ar livre de orquestras e balés de renome internacional, além dos inúmeros shows com cantores populares gregos que acontecem diariamente em grandes casas noturnas (que também funcionam a céu aberto no verão), tanto na região da praia em Atenas como em Thessaloniki.
Atenas
Teatro Herodion —
Santorini é um dos mais belos locais do mundo, uma ilha de onde se pode admirar do cima de uma cratera vulcânica todo o azul do Egeu entre casas brancas que comportam bares, restaurantes e hotéis charmosos. Se preferir usufruir dos lugarejos de montanha encontrará lindas paisagens de cascatas, lagos e flores em pequenos vilarejos típicos Em todo o país, existe uma enorme variedade de flores que brotam por todos os cantos e exalam um perfume percetível à distância. No continente ou nas ilhas, o pôr-do-sol e a lua cheia são espetáculos de rara beleza. É fácil imaginar que os astros estão mais próximos da Grécia do que de qualquer outro lugar do planeta, tal a grandeza que assumem. Associe a este ambiente a música grega e as diversas danças com trajes típicos maravilhosos e a alegria de um povo que reconhece no turismo sua maior fonte de renda e, portanto, oferece um tratamento exemplar, além de sua simpatia peculiar. A gastronomia também é um dos motivos de viagem para os gourmands. A carne de carneiro, peixes e frutos do mar, das bebidas muito saborosas e os, cada vez, melhores vinhos gregos.
2012
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Life&Style Grecotel Cape Sounio
Templo para deuses Royal Olympic Hotel
Às portas do Templo de Zeus —
O Royal Olympic Hotel é um hotel de luxo situado numa localização ímpar junto ao Templo de Zeus e a Acrópole em Atenas. A
—
sublime perfeição proporcionada pelo seu
Cape é uma região mítica da Grécia, onde
ambiente histórico e artístico faz do hotel
as maravilhas da Grécia Antiga permitem
um local ideal para uma estadia memorável.
abraçar o mar, convergindo para um
Esta estrutura recentemente restaurada
litoral cosmopolita cheia de moradias
oferece um serviço especial composto por
de luxo. Este é Cape Sounio, não apenas um recurso: é uma experiência! Cape
interiores exclusivos, instalações com dos poucos espaços verdes na província
excelentes condições (salas de conferência e
da Ática. Os edifícios do hotel foram
centro de negócios com serviço de secretaria);
concebidos em estilo de um anfiteatro,
um bom restaurante para gourmets com
que permite uma vista espetacular
especialidades típicas do Mediterrâneo;
sobre o oceano. Neste local idílico, o hotel
salão acolhedor e relaxante e um bar
possui excelentes instalações concebidas
diversificado. O Spa e Centro de Fitness, a
para relaxar, revitalizar e proporcionar
piscina; uma biblioteca diversificada com
uma experiência verdadeiramente
vistas para o Templo; quartos grandes e
inesquecível. Estas incluem uma piscina
luxuosamente equipados, além de state-of-
exterior de água salgada, cercada por
the-art tecnologias e vistas deslumbrantes
pinheiros, uma piscina interior aquecida
sobre os principais sítios arqueológicos de
e uma praia privada, acessível através
Atenas são algumas das condições que este
de caminhos que consistem em dois
estabelecimento hoteleiro disponibiliza aos
compartimentos. Além disso, o hotel
seus hóspedes. Um espaço que prima pelo
O Grecotel Cape Sounio oferece
dispõe de um spa com paredes de vidro
bom gosto e que fará da estadia na Grécia um
acomodações de luxo a cerca de 70 km
para criar a ilusão de estar ao ar livre.
momento inolvidável.
de Atenas. Situado numa colina, o hotel
Após um dia a apanhar banhos de sol
vela e windsurf, esqui aquático e mergulho.
oferece vistas deslumbrantes sobre o
grego, os hóspedes podem desfrutar
Em terra, os hóspedes podem desfrutar de
antigo Templo de Poseidon. O Sounio
de um extraordinário jantar num dos
ténis, atividades de fitness e uma experiência
National Park fica atrás do hotel e é um
restaurantes do hotel.
de spa extraordinária.
Sounio permite uma felicidade única num local pacífico e totalmente privado. Eternidade que se consegue vislumbrar através das colunas de um templo antigo requintado: o homem e a natureza em perfeita harmonia, como quando o sol se afunda no Mar Egeu. As Villas do Morro do Real são a acomodação mais exclusiva neste local privilegiado e a Mystique Villa é a residência ultra luxuosa com SPA e piscina interior privada incrível.
Luxo em zona privilegiada
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2012
{ TURISMO }
Grand Resort Lagonissi
O paraíso aperfeiçoado —
O Grand Resort Lagonissi representa
privadas. Todos os quartos oferecem
o consumar de luxo em termos de
acesso direto às praias de areia branca
localização, projeto, instalações e serviços.
e apresentam um banho de vapor e uma
O maior nível de mimos, relaxamento,
banheira jacuzzi. Uma variedade de
lazer e recreação são valores oferecidos
restaurantes e bares situados à beira-mar
ao visitante exigente que quer viver essa
servem uma seleção criativa de pratos
experiência. O resort está localizado no
da cozinha local e internacional num
lado sul da região de Atenas, no meio de
cenário de tirar o fôlego. Os desportos
60 hectares de vegetação exuberante.
aquáticos são uma oferta permanente,
O resort oferece infinitas opções de
nomeadamente vela e windsurf, esqui
acomodações de luxo em salas do edifício
aquático e mergulho. Em terra, os
principal e suites, os bungalows privados
hóspedes podem desfrutar de ténis,
do Mediterrâneo, e nas villas luxuosos
atividades de fitness e uma experiência
e suites, que têm suas próprias piscinas
de spa extraordinária.
2012
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Life&Style
Carla Marques
Lamborghini Aventador Roadster LP700-4
Empolgante A Automobili Lamborghini apresenta o novo Lamborghini Aventador Roadster LP700-4: o mais empolgante veículo de série produzido pela Lamborghini; a nova referência mundial entre os descapotáveis da exclusiva categoria dos superdesportivos. Na senda do sucesso da versão coupé lançada no verão de 2011 e já com mais de 1.300 unidades vendidas, a marca italiana apresenta agora a versão descapotável do Aventador. Um veículo que combina um equilíbrio perfeito entre um elegante estilo com uma inolvidável experiência de condução e a mais sofisticada tecnologia de vanguarda. O novo Lamborghini Aventador LP 7004 Roadster pode ser imediatamente reconhecido pelo perfil original da área superior, que se estende ao longo do novo desenho das linhas geométricas do tejadilho removível, em direção ao compartimento do motor.
82
2012
{
CARROS LUXOS
}
Maseratti Quattroporte
Geração 2013 A Maseratti apresentou recentemente imagens do mais novo veículo da sua frota: a geração 2013 do Quattroporte. Este carro ganhou um visual mais robusto e uma linha de cintura mais saliente. Prevê-se que este novo modelo venha a ser exibido oficialmente durante o Salão de Detroit, que ocorre já no próximo mês de janeiro. Internamente, o sedã apresenta um painel de instrumentos com aparência muito mais clean que o modelo anterior. Para além disso possui uma tela que permite controlar o novo sistema de áudio. No que concerne à plataforma e à carroceria, estas parecem muito maiores que o veículo atual. Os faróis ganharam um desenho mais aerodinâmico, enquanto as grades frontais sofreram pequenas, mas interessantes mudanças. O motor também sofreu alterações, estando agora dotado de um poderoso V8 de 4.7 litros e 530 cavalos de potência. Para os interessados é possível também optarem por um V6 twin-turbo e versões híbrida e a diesel. Otimista e bastante satisfeita com este modelo, a Maseratti anunciou que espera vender 50 mil unidades por ano até 2015.
de um dotado 4.7 litros r o t o M so V8 de potência podero los de e 530 cava
2012
83
Life&Style
{
CARROS LUXOS
Carla Marques
}
CITROËN DS3 CABRIO
UM PRAZER A CADA INSTANTE A CITROËN continua a escrever a história da linha DS com a apresentação de uma nova proposta: o DS3 Cabrio. A sua arquitetura inteligente permite aproveitar desde o mais pequeno raio de sol, libertando-se das restrições dos cabriolets convencionais. O DS3 Cabrio é, antes de tudo, um prazer a cada momento. Desenvolvendo o conceito de personalização fruto dos seus diversos tejadilhos – as versões Racing, Ultra Prestige e Just Mat – o DS3 participa largamente na notoriedade e sucesso da linha DS, esta com mais de 250 000 vendas. O DS3 Cabrio é um verdadeiro DS3 com todos os atributos que levaram ao seu sucesso: um estilo forte, o requinte em cada detalhe e as sensações de condução logo desde que as rodas se colocam em movimento. O DS3 Cabrio é, também, uma escolha por uma solução técnica moderna, que eleva o seu carácter único e não altera a sensibilidade em estrada do DS3 original. O seu tecto descapotável vem enriquecer a já larga oferta ao nível dos três tejadilhos disponíveis: Preto, Azul Infini e Monograma DS. O DS3 Cabrio herda, também, a sofisticação da linha DS: adota uma assinatura luminosa atrás com um inovador efeito 3D e uma componente cinemática inédita. Exibindo sinais fortes de ruturas com o seu segmento, o DS3 Cabrio resulta num sopro de modernidade dentro do mundo dos cabrios: - tecto eléctrico operável até aos 120 km/h - único do segmento com cinco verdadeiros lugares - maior porta-bagagens da categoria
84
2012
Produzido na fábrica de Poissy, em França, o DS3 Cabrio será comercializado a partir do início de 2013 e terá disponível desde o seu lançamento uma versão com emissões de de CO2 de apenas 99g/km. Um automóvel muito personalizado, definitivamente singular Ultra personalizado: tecto, caixa, caixas dos retrovisores, jantes são também áreas personalizáveis. Urban Tribe, Onde, Perle, Zèbre, Map, Plane, Co Design, Flavio, Flower e Graphic Art: são propostas nada menos de 10 personalizações da carroçaria já na versão berlina. Com o DS3 Cabrio está agora disponível o tecto amovível, que é um elemento forte de personalização. O DS3 Cabrio foi concebido para oferecer aos seus ocupantes um prazer sem compromissos e a cada momento. Permite aliar as vantagens de um cabriolet tradicional, conservando os pontos fortes de uma berlina.
{
H2O LUXOS
}
Bombardier Global 6000
Global Vision flight —
O novo Bombardier Global 6000 é o mais novo business jet da categoria Super-Large size, foi idealizado para substituir o Global Express XRS. A sua maior inovação comparando como Express XRS é o avançadíssimo Global Vision flight deck, com aviônicos Pro Line Fusion, da Rockwell Collins. Posui 4 displays de 15 polegadas de alta resolução, primorosamente dispostos num painel em ‘“T”.
HondaJet F3
O céu é o limite
—
A Honda Aircraft Company lançou o HondaJet F3, sucessor do HondaJet F2. O avião HondaJet F3 é uma aeronave para até 7 ocupantes (1 ou 2 pilotos e 5 ou 6 passageiros) dotada de dois motores a jato GE Honda HF120 Turbofan e de sistema informatizado (Garmin G3000) de controle da aeronave e de navegação, adaptado pela Honda, com 3 telas “touch” de 14 polegadas. O HondaJet F3 pode atingir altitudes de até 43 mil pés e velocidade de cruzeiro de 420 nós KTAS.
C63 AMG Black Series
PODEROSO —
A Mercedes-AMG e a Cigarette Racing lançaram recentemente o C63 AMG Black Series, o mais poderoso Classe C de todos os tempos, ostentando uma potência máxima de 510 cv e um binário máximo de 457 lb-ft. A alta rotação AMG de 6,3 litros V8 oferece um sprint 0-60 em apenas 4,2 segundos e uma velocidade máxima de 186 mph
2012
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Life&Style
Carla Marques
LG desenvolve
tecnologia OLED
Galaxy II Note
Híbridos de sucesso
A LG Display desenvolveu um painel de TV de 55 polegadas com diodos orgânicos emissores de luz como uma demonstração de que a tecnologia de matriz ativa OLED pode ser aplicada custo eficiente para tamanhos de painéis de grandes dimensões.
Samsung lançou o Galaxy II Note phablet, melhorando o dispositivo Android. Com esta linha, a Samsung inaugurou a categoria dos “phablets”, os híbridos de smartphone com tablet.
Exaustor Miele 2900
Design inovador
Libertando espaço e visão, o exaustor Miele DA 2900 aposta num design inovador, destacando-se igualmente pela sua eficiência energética e aliando estética e performance.
The new iMac
Nova geração
A Apple entusiasma com o lançamento da nova geração de desktops – The new iMac. Com design completamente novo, extremamente slim (bordas com apenas 5 mm de espessura), os novos iMacs são realmente espetaculares. Trata-se dos desktops all-in-one mais avançados e mais surpreendentes do mercado, sem concorrentes.
iPad em ouro atrai
Uma série de edição limitada de iPad de ouro 24kt chapeado 2, iPhone 4S e Blackberry 9780s em negrito. O modelo custa quase 3 mil euros e foi apresentadio no Dubai.
Tablet Windows 8 Pro
Bang & Olufsen
Microsoft anunciou que o seu tablet Windows 8 Pro, também conhecido como o Pro Superfície, vai ser lançado brevemente nos Estados Unidos e no Canadá a partir de 899 dólares para o modelo de 64GB e 999 dólares para o modelo de 128 GB. A Microsoft pretende ainda incluir uma caneta de superfície.
O A9, uma caixa acústica wireless com design inigualável é o novo elemento da Linha BeoPlay da Bang & Olufsen. Reproduz arquivos de audio provenientes de iPhone, iPad e iPod utilizando o sistema Apple AirPlay, além de dispositivos equipados com sistema Android, Wi-Fi ou DLNA.
Uma realidade
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2012
A9 BeoPlay
público de luxo
Life&Style
{
RELÓGIOS LUXOS
Carla Marques
A magia das horas —
Um minuto, uma hora, um dia...os segundos contamse e transformam a vida num tic-tac permanente. Cada relógio traz consigo uma magia especial e se é certo que as horas se passam de forma igual, também é certo que as horas não são todas iguais!
Bell & Ross
Bell & Ross
para ele
para ela
Albatross Oxford para homem
ELETTA para mulher
Officine Panerai Radiomir
TW STEEL para mulher
para homem
TW STEEL para homem
TW STEEL para mulher
}
Life&Style
Carla Marques
Um presente mais que perfeito —
Entre o brilho do ouro e os resplandescentes tons das pedras preciosas há todo um mundo encantado que nos leva a paraísos por desvendar. As joias são, só por si, um dos caminhos da perfeição.
Anel
OMNIA
Anéis
Duepunti
com um diamante
Pulseira
Nérée Collection, de Repossi na Fashion Clinic
Pendente
Garrard, Wings Collection na Fashion Clinic
Brincos
Two Jewels
Colar
Brincos
OMNIA
Pulseira
MARNI
na Fashion Clinic
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2012
Diamonds WG da DINH VAN
{
}
2012
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JOALHARIA LUXOS
Miguel Vieira apresentou Coleção Perfume no Brasil —
O designer português Miguel Vieira regressou a São Paulo, onde apresentou a sua coleção Primavera/ Verão 2013, no Parque Ibirapuera, no âmbito da mostra Portugal Moderno - Sentir Portugal. A mostra interativa, organizada pelo Consulado de Portugal em São Paulo em conjunto com a Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) e o Portugal Fashion, integrou a programação do Ano de Portugal no Brasil, que tem como principal objetivo dinamizar, num mercado de larga escala, a marca Portugal através da apresentação de produtos, conceitos e projetos, exemplos de modernidade e inovação. Miguel Vieira apresentou a coleção
“Perfume”, inspirada em culturas exóticas e paisagens idílicas, com peças trabalhadas em base de alfaiataria para homens, e peças casuais e soltas para as mulheres. Nas cores, Vieira apostou no branco neve, no preto caviar, na areia Sahara e em cores cítricas, como rosa quente, verde lima e laranja sol. Para Miguel Vieira tratou-se de uma oportunidade muito especial de regresso ao Brasil, um mercado que o designer conhece e privilegia e que inspirou até o tema da sua coleção.
Life&Style
Carla Marques
q
Um jantar inesquecível
q
— Seja uma anfitriã que todos recordam. Preparar um jantar de requinte pode ser uma tarefa árdua ou então algo que proporciona imenso prazer.
90
2012
t
{ GOURMET }
Há regras básicas a ter em conta, mas fundamentalmente há a vontade de estar com as pessoas e proporcionar, com imaginação e bom gosto, um jantar inesquecível. Em traços largos há fatores que devem ser tidos em conta quando se predispõe a organizar um jantar seja para amigos seja de cariz profissional. Desde logo os convites devem ser feitos com antecedência, por forma a que os convidados possam organizar asua agenda e estarem presentes. Consoante o jantar seja mais ou menos informal esses mesmos convites devem ser feitos por escrito, pessoalmente ou então com um simples telefonema. Decididos que estão os convidados é altura de pensar no menú, tendo sempre em atenção os gostos dos comensais, nomeadamente se há pessoas vegetarianas ou alérgicas a algum tipo de comida. Estruturado o jantar e chegado o dia é altura de começar por pensar na mesa. Se o jantar for temático a decoração deverá coincidir com o tema escolhido senão há elementos que ficam sempre bem, nomeamente flores, velas, laços de cetim, pinhas ou pequenos adereços. Escolher cores neutras para conjugar com outras mais fortes é uma opção que resulta sempre bem. A toalha e os guardanapos devem ser preferencialmente de pano e,
estes últimos, se dobrados de forma artística tornam a mesa muita mais interessante. Os pratos devem adequar-se ao menú escolhido, bem como os talheres. Face à ementa o vinho deve ser seleccionado e os copos em que o vai servir adequar-se a essa escolha. Posta a mesa é altura de começar a tratar da refeição propriamente dita. Sempre que possível seleccione pratos que possam ser feitos previamente para que na altura
do jantar não tenha que andar a correr da sala para a cozinha. Se as coisas forem preparadas com antecedência chegados os convidados poderá estar presente e ser uma
anfitriã esmerada. Chegada a hora de receber os seus convidados tenha em atenção que provavelmente entre o grupo haverá alguns que não se conhecem. Cabe à dona da casa apresentá-los e integrálos. Caso opte por por música evite que esteja alta demais e prejudique a conversa entre as pessoas Se o jantar não for volante (bufete) indique aos convidados os lugares que cada um deve ocupar e, não se esqueça que os anfitriões não se devem levantar da mesa antes que todos terminem a refeição. A ordem de apresentação dos pratos deve começar pelas entradas, consomé ou um caldo de legumes ou de carne, prato de peixe ou marisco, um digestivo a separar é uma ideia agradável, prato de carne e, por fim a sobremesa. Findos os pratos é agradável colocar na mesa um tabuleiro com chávenas de café e chá. Os bombons são ótimos acompanhamentos para este momento;os licores e conhaques são servidos depois do café (pelo menos 15 minutos), na sala. Nunca apresse o fim da refeição, se as pessoas continuarem sentadas à mesa é sinal que estão satisfeitas e deve deixar que o jantar se prolongue enquanto essa vontade se manifestar. 2012
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Life&Style
Sabores do outro mundo
{
SHOPPING GOURMET
}
a
Termoventilador
2305 FL Flama B
Máquina café
1291FL Flama
— Mais do que serem gourmet são produtos que apostam na qualidade para tornarem fiéis os seus consumidores. O design, a qualidade suprema e uma apresentação irreprensível tornam estes produtos únicos e apetecíveis.
a
Conjunto de Conservas
José Gourmet
Licores artesanais
Sesimbra
e
g
Kit Gourmet
Casa da Madeira
c
Especiarias
92
2012
d
Linha gourmet
Fernão Velho
c
Caviar Nacarii
no El Corte Inglês
2012
93
Life&Style
Patrícia Alves Tavares
“Minha pátria é a língua portuguesa” * —
O inglês é ainda a língua universal. Mas, no mundo dos negócios, das economias globalizadas e das grandes nações, há um hino, uma cultura e, sobretudo uma língua, que renasce e começa a ganhar uma nova dimensão. Sim, falamos da língua portuguesa, do vocabulário que une os povos lusófonos e que está a levar orientais e ocidentais a ter aulas de português para que possam comunicar melhor com as economias emergentes dos países africanos. No novo milénio o mundo já não é bilingue, mas trilingue e, quem sabe daqui a 100 anos, multilingue!
*in Fernando Pessoa
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2012
Líder no Facebook Sabia que a língua portuguesa é a terceira mais falada na maior rede social do mundo, o Facebook? A confirmação é dada por um estudo que indica que em dois anos o Português passou a ser o idioma de mais de 50 milhões de utilizadores desta rede (anteriormente eram 6,2 milhões). De acordo com o site internacional Socialbakers, o idioma em conjunto com o árabe foi das línguas que mais utilizadores cativou desde 2010 e atualmente ficase apenas atrás do inglês e do espanhol (primeiro e segundo lugar respetivamente). Este crescimento deve-se ao elevado número de utilizadores brasileiros, que registou um boom na utilização desta ferramenta. “À medida que o Facebook tem vindo a crescer, a língua tem vindo a tornar-se uma ferramenta poderosa que determina a audiência local e global do que acontece na rede social”, indica o site. É língua oficial em oito países, falada por mais de duzentos milhões. O Português é o sexto idioma com mais falantes no mundo, o primeiro no hemisfério sul e o quarto mais usado na Internet.
{ CULTURA&LAZER } Sabia que…
O português é a língua oficial de sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Porém, é ainda usada em regiões autónomas como Macau, na China, e áreas do globo que sofreram uma forte influência portuguesa: Zanzibar e Tanzânia, na África; Malaca na Malásia e a chamada Índia Portuguesa formada por Goa, Damão, Ilha de Angedriva, Simbor, Gogolá, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli, na Ásia.
Brasil é a alavanca Este enorme fluxo de comunicação na língua de Camões deve-se em parte à contribuição do Brasil, que tem mais de 62 milhões de internautas só na rede social Facebook. Esta população tem sido a maior responsável pela afirmação da língua, que foi expandida pelos portugueses, há vários séculos, durante os Descobrimentos. O forte crescimento da economia brasileira nos últimos anos tem sido a alavanca para a difusão do português. Devido à sua afirmação regional e internacional, a necessidade de conhecer esta língua é fundamental para se conseguir fazer negócios. E neste contexto de crise, o Brasil é de facto uma das ‘novas potências’ preferidas por empresários e investidores para fazer negócios. Esta ascensão é tão notória que o jornal The New York Times, um dos mais importantes a nível mundial, anunciou que vai passar a ter uma edição em português, especialmente dirigida ao mercado carioca. Ideia semelhante teve a revista inglesa Monocle, que na edição de outubro último escolheu este tema para capa, com o título «O porquê de o português ser a nova língua do poder e dos negócios».
na Europa não se restringe, como muitos pensam, a Portugal. Em virtude dos fluxos migratórios de várias décadas, o idioma faz parte das comunidades lusas que participam ativamente na vida económica, cultural, social e política de importantes potências europeias, como França, Luxemburgo, Alemanha ou Suíça.
The New York Times, um dos mais importantes a nível mundial, anunciou que vai passar a ter uma edição em português
O idioma é aliás o principal traço da união entre Brasil, Portugal e países falantes da língua de Camões (nomeadamente os africanos). Razão pela qual, Portugal tem ganho uma posição privilegiada nas trocas comerciais e informativas entre estes países e a restante União Europeia. É o elo de ligação não só devido à sua excelente posição geográfica, mas sobretudo aos laços históricos e linguísticos que unem os lusos aos restantes povos lusófonos. Aliás, a presença da Língua Portuguesa
A circulação do idioma fazse sobretudo no seio das comunidades, que têm ao seu dispor jornais, rádios e páginas web lusófonas, que permitem o contacto dos povos com a sua terra-mãe. Certo é que as estimativas apontam para que a língua portuguesa seja falada por 335 milhões de pessoas até 2050.
Estrangeiros querem aprender O sucesso brasileiro, aliado à internacionalização de muitas marcas portuguesas, bem como a abertura de Angola ao mundo são razões apelativas para a expansão da língua. A lusofonia já não é um projeto naif. Tem tido uma forte afirmação internacional e a conjuntura económica dos países que falam português são favoráveis à propagação do idioma. Na América do Sul, o português assume-se como forte candidato a segundo idioma dos países de língua hispânica e é já uma referência nas relações comerciais do Mercosul. Prova disso é a evolução do seu ensino no mundo. Os empresários querem aprender e as grandes agências de comunicação também tiram partido do idioma, indo
procurar novos clientes e novos mercados até então distantes. Países como o Uruguai, Argentina, Colômbia, África do Sul ou Namíbia são casos onde o ensino do português se transformou num idioma prioritário. Tudo porque é a língua mãe das nações com as quais estas economias têm um relacionamento comercial profundo, especialmente como o Brasil e alguns PALOP (Angola e Moçambique). Até na China, grande investidor nestas economias emergentes, se regista um forte afluxo na procura de aulas de língua portuguesa. Por exemplo, na Venezuela, o governo de Hugo Chávez incluiu o ensino do idioma no currículo oficial das escolas, enquanto disciplina opcional. O objetivo desta medida, que vigora desde 2009, consiste na implantação desta língua como o primeiro idioma estrangeiro do país. Em Macau, um centro educativo privado lançou cursos de verão de língua portuguesa. Tudo para aproveitar a multiculturalidade do território e o potencial do idioma. “Sinto que há muitas pessoas que querem aprender português e é público que o interesse pelo português tem vindo a aumentar ao longo destes anos”, afirmou a mentora do curso na ocasião. No Brasil, o número de inscritos no Celpe-Bras, exame de proficiência em português reconhecido pelo Ministério da Educação, saltou de 1.155 para 6.139, na última década. Isto é explicado pelo facto de existir um crescente interesse de multinacionais por este país. Como a maioria das empresas opta por enviar os quadros mais experientes para o país, de modo a acompanhar o processo de implantação do negócio, tornar-se essencial aprender a língua. A língua portuguesa é falada em quatro continentes. Um marco que impõe respeito e que contribui para que todos os povos olhem para o idioma como uma mais-valia no mundo global. Com a crise económica mundial e a ascensão de países até então considerados de terceiro mundo, o português é crescentemente o meio para chegar aos mercados que estão em evolução. Espera-se que cada vez mais, a lusofonia seja um parceiro de europeus e americanos. E com o crescente volume de transações para os PALOP é quase certo que os melhores negócios serão fechados em ‘português’.
As estimativas apontam para que a língua portuguesa seja falada por 335 milhões de pessoas até 2050
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Life&Style
Patrícia Alves Tavares
{ CULTURA&LAZER }
Mais candidatos a Património da Humanidade — A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, anunciou que o seu ministério tem como uma das prioridades para este ano o reforço das candidaturas de monumentos históricos a Património da Humanidade, esperando com isso internacionalizar a cultura nacional. A responsável pretende partilhar os monumentos angolanos e locais de destaque como a cidade de Mbanza Kongo, as pinturas rupestres do Tshitundu Hullo e o Complexo Cultural do Corredor do Kwanza. A propósito do Dia da Cultura Nacional, assinalado a 8 de janeiro, a ministra explicou que o país irá estar representado nos próximos eventos internacionais dedicados a este setor.
Documentário sobre trabalho infantil
— A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vai lançar um documentário sobre trabalho infantil no Palop. O vídeo irá difundir as questões mais problemáticas desta situação e aborda os esforços realizados pela OIT, CPLP, governos e parceiros sociais neste âmbito. O documentário tem a duração de 30 minutos e numa primeira fase esteve disponível até final de Janeiro. A produção aborda igualmente as leis e políticas de cada nação que estão a ser implementadas, bem como o envolvimento das instituições e organizações na erradicação do trabalho infantil.
Companhia de Dança estreia-se em Portugal
— A Companhia de Dança Contemporânea de Angola estreou-se em Portugal, em Janeiro, com a peça “Paisagens Propícias”. A coreografia criada por Rui Lopes Graça é uma homenagem aos povos do sul do país. A equipa esteve em cena em Lisboa, Porto e Bragança e contou com a presença calorosa do público português e de todos os africanos emigrados naquele país. Com música original de João Lucas, a peça foi apresentada pela primeira vez fora de Angola numa estreia mundial. A direção artística foi da coreografa Ana Guerra Marques e a participação nos maiores palcos portugueses surgiu como uma boa nova, após o grupo ter sido obrigado a cancelar os dez espetáculos da Temporada 2013 em Angola, devido ao risco de ruína do Cine Teatro Nacional.
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2012
Miss Angola 2013
— Chama-se Vaumara Rebelo e foi eleita em Luanda a Miss Angola 2013. A jovem estudante de 21 anos vai representar o país no concurso internacional Miss Universo. A aluna do terceiro ano do curso de Gestão de Empresas, no Miami Dade College (EUA) destacou-se entre as 26 concorrentes, oriundas das 18 províncias.
120 milhões de KZ para o Carnaval de Luanda
— A Comissão Provincial do Carnaval de Luanda investiu 120 milhões de Kwanzas na organização de todo o evento. A efeméride constitui uma das maiores manifestações culturais do país e envolve praticamente toda a população. O valor permitiu ajudar todos os grupos (desde infantis a adultos) a prepararem-se para o desfile, que ocorreu em meados de fevereiro, a criar um palco adaptado e foi ainda canalizado para os prémios a distribuir pelos vencedores. Este ano desfilaram na Nova Marginal de Luanda 39 grupos, 12 na classe infantil, 14 na categoria B (adulto) e 13 na classe A (adulto). A festa, que durou três dias e contou novamente com a forte participação do público, mereceu ainda o patrocínio de empresariado local.
{ PERSONALIDADES } José Manuel Jorge Machado [Mamborró]
‘Pai’ da música infantil — O génio artístico mudou o cenário da música infantil. A voz do ícone apagou-se há poucos meses, mas o seu contributo cultural é inegável e o legado de Manborró perdurará na memória de pais e filhos. A Angola’in não podia deixar de assinalar a vida e obra de um músico que deixou a sua marca no universo das canções infantis.
“Vavó Samba”, “Retrato Boda de Sábado” ou “Belinha Chuchu” são temas que marcaram gerações de crianças e que mantêm viva a arte de Mamborró. Batizado de José Manuel Jorge Machado, foi com a alcunha de Mamborró que o meio musical conheceu aquele que acabaria por ser a inspiração de muitos artistas e compositores de música infantil. O malogrado músico é lembrado por todos como um visionário, um percursor de um estilo que até então era pouco massificado: as canções infantis. Foi na década de 80, após se formar nas escolas da Rádio Nacional de Angola, que um jovem cantor resolveu arriscar na competitiva cena musical. A sua originalidade e paixão pelo mundo dos mais pequenos levou-o a seguir um caminho diferente. No programa Piô Piô, Mamborró apresentou-se com uma discografia que fez história e eternizou temas como “Belinha Chuchu”, que ainda hoje fazem parte do reportório de qualquer criança.
‘O mais querido’ Em 1987, Momborró venceu o “Top dos Mais Queridos” e “Top dos Cinco”. A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, definiu o cantor como uma das “figuras emblemáticas da música infantil”. Para a responsável, em declarações à imprensa, a sua morte “empobrece o universo artístico nacional, deixando um grande vazio, só mitigado pelo valor intelectual da sua obra”. Já Belmiro Carlos, secretário-geral da União dos Artistas Angolanos e Compositores (UNAC),
lembrou que o artista foi um dos percursores da música moderna nacional, pois era detentor de “características próprias de se apresentar e de estar palco, tendo influenciado várias gerações de músicos”. Joseca, que durante vários anos partilhou o palco com Mamborró, lembra que se trata de “uma das principais figuras artísticas que contribuíram para o desenvolvimento da música infantil angolana”. “Fizemos vários espetáculos juntos pelas províncias. Era como se fossemos filhos da Rádio Nacional de Angola (RNA)”, recordou à Angop. Mamborró faleceu com 42 anos, debilitado por uma doença que o impediu de reaparecer com a frequência desejada nos palcos. Apesar da longa carreira de cantorias, o seu disco de estreia a solo apenas chegou ao mercado em 2007. “Um pouco de mim” foi um sucesso de vendas e eternizou temas de sucesso como “Vavó Samba” e “Retrato Boda de Sábado”. O álbum contou com a participação de músicos como Dalú Roger (percussão) e Pedrito (viola ritmo e baixo) e abriu caminho para o segundo álbum, “Mamborró”, lançado em 2009. A sua última aparição pública foi há mais de um ano, no Festival da Saudade, que decorreu no Estádio Nacional da Cidadela, em Luanda, em abril de 2011. Mamborró é apontado como um exemplo de vida e de empenho profissional, tendo influenciado artistas de sucesso como Maya Cool, Yuri da Cunha, Ângelo Boss, As Gingas, Zito Silva, Ângelo Ramos, Alberto Matos e Lopes Cortez.
Bilhete de Identidade
1970
Nasceu a 7 de agosto de, na Gabela, no Kwanza Sul
1983
apresentou a primeira música na Rádio Nacional de Angola (RNA), que tinha como refrão “Quando passo pelas ruas”
1987
venceu o “Top dos Mais Queridos” e “Top dos Cinco”
2007
lança primeiro disco “um pouco de mim”
2009
segundo CD “Mamborró”
2011
última aparição pública, no Festival da Saudade, em Luanda
2012
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Life&Style
Arte angolana no Museu Berardo
Agenda
Carla Marques
As exposições e eventos que marcam pelo mundo fora…
31
até
A arte contemporânea angolana está presente no Museu Berardo até ao próximo dia 31 de Março. Esta exposição é um anteprojecto da III Trienal de Luanda 2013. Seis artistas da nova cena angolana numa mostra comissariada por um grupo de três curadores: Fernando Alvim, Simon Njami e Suzana Sousa. “No Fly Zone. Unlimited Mileage” pretende dar a conhecer uma nova geração de criadores numa nova vida “que Angola experimenta depois da descolonização e da guerra”, segundo o director artístico do Museu Colecção Berardo, Pedro Lapa.
Março
Patricia Phelps de Cisneros A invenção concreta
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A invenção concreta é a coleção de Patricia Phelps de Cisneros que estará presente no edifício novo do Museu Nacional Centro de Artes Rainha Sofia e Fundação. Até 16 de Setembro poderá visitar esta exposição que centra a sua atenção no desenvolvimeno da abstração geométrica na América Latina, abraçando um período conológico que se inicia nos anos 30 e se prolonga até aos anos 70.
até
Setembro
Spring Awakening 2013
O Despertar da Primavera é um festival de música eletrónica com os melhores DJs e produtores de todo o mundo. De 14 a 16 de Junho Chicago está em festa com o Spring Awakening 2013. Os bilhetes já estão à venda e este ano o cartaz promete não desiludir os fãns deste género de música.
07 até
Maio
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2012
Exposição 150 anos metro de Londres A partir de fevereiro uma exposição em Londres mostra 150 dos melhores cartazes do Metro de Londres, no Museu dos Transportes da capital britânica. A mostra faz parte das comemorações dos 150 anos do Metro londrino - o mais antigo do mundo - e vai mostrar cartazes de artistas famosos, além de projetos que representam o sistema de metro de cada década dos últimos cem anos. Os cartazes foram selecionados no arquivo do museu, entre mais de três mil obras, destacando-se o surrealista Man Ray. A mostra do Museu dos Transportes de Londres estará patente até 27 de outubro.
14 16
de a
Junho
Impressionismo, Moda e Modernidade
De 26 de Fevereiro a 7 de Maio no Metropolitano Museu de Arte, de Nova York estará patente a exposição Impressionismo, Moda e Modernidade. Mostrada pela primeira vez no Musée d’Orsay, em Paris, esta exposição explora a relação entre moda e este período significativo na arte, através de 80 pinturas, de Manet, Monet, Renoir, entre outros, que retratam p aparecimento da Cidade das Luzes como uma capital internacional de moda.
· Nº09 · 2012
ECONOMIA & NEGÓCIOS · MARCAS ID · SOCIEDADE · FOTOREPORTAGEM · ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO · INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO · DESPORTO · LIFE & STYLE · CULTURA & LAZER · PERSONALIDADES ANO IV - SÉRIE II REVISTA Nº09 - 2012 — 3,50 EUR 450 KWZ 5,00 USD — ISSN 1647-3574
De olho em nós
O interesse norte-americano por África não é novo. Mas sabe o que esconde? Os avanços e recuos de uma nação em mudança
embaixadora de angola
elizabeth simbrão
INFLUENCIAR POLÍTICAS EUROPEIAS Diplomata na Bélgica, Luxemburgo e Holanda, Elisabeth Simbrão é também a representante do país na UE. A análise da Europa face à necessidade de investimento atual e ao papel do angolano no continente
O Papa da pub
Consagração é a palavra. Conheça a marca que todos desejam e descubra o que a torna diferente das concorrentes. Desafio superado!
Fim do défice
Fique a par das metas para a nova política habitacional. Uma empreitada que corre a bom ritmo