Informateca do Gasômetro

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Anna Verônica Juni Fontes Coutinho

INFORMATECA DO GASÔMETRO: APREENSÃO,INTERPRETAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO

Trabalho Final de Graduação apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie sob orientação do professor Daniel Candia para obtenção do título de arquiteto e urbanista



INTRODUÇÃO

07

APREENSÃO 1.1 A PRIMEIRA FUNDAÇÃO: ACRÓPOLE E VÁRZEA DO CARMO

09

1.3 O PLANO BOUVARD: NASCE O PARQUE D. PEDRO II

23

1.2 A SEGUNDA FUNDAÇÃO: FERROVIAS E INDUSTRIALIZAÇÃO 1.4 POLÍTICAS RODOVIARISTAS: O PARQUE FRAGMENTADO

13 27

INTERPRETAÇÃO 2.1 TECITURA DOS PONTOS DE FORÇA

33

2.3 DA INDUSTRIALIZAÇÃO À INFORMAÇÃO

47

2.2 MAPEAMENTO DO PONTO SENSÍVEL

41

TRANSFORMAÇÃO 3.1 A QUADRA E OS ELEMENTOS ARTICULADORES

51

3.3 BALÃO N.01: TEATRO DE ARENA

76

3.2 EDIFÍCIO SEDE E CASA DOS MEDIDORES: RUÍNAS 3.4 BALÃO N.02: MIDIATECA 3.5 LÂMINA: BIBLIOTECA

70 80 94

CONSIDERAÇÕES FINAIS

101

BIBLIOGRAFIA

119

ARQUIVO

CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS

103 121


Nada

velho

renasce

alguma

vez.

Mas

nunca

desaparece

completamente.

Tudo o que jรก existiu sempre reemerge de forma nova. Alvar Aalto


INTRODUÇÃO

Em meio à paisagem plana que se estende a partir da margem leste do Rio Tamanduateí, dois arcabouços metálicos de proporções monumentais anunciam a chegada ao antigo bairro industrial do Brás. Estas estruturas são os resquícios dos gasômetros da Praça dos Balões onde está localizado atualmente o núcleo operacional e administrativo da COMGÁS - um espaço subutilizado e desconectado da cidade. Através de um sistema de relações entre o território e seus resíduos históricos busca-se a formação de uma unidade identitária e a construção de uma memória coletiva. A investigação consiste em um processo interativo entre apreensão, interpretação e transformação que não tem a pretensão de alcançar uma resposta única e imutável, e sim, gerar um debate em torno da arquitetura e o urbanismo. A princípio nos aproximamos da área através da leitura de suas configurações ao longo do tempo. Em seguida, lançamos um olhar interpretativo sobre o território, gerando hipóteses a partir do que é previamente colocado por ele. No terceiro momento, é apresentada a atividade propositiva, não como produto final, mas como um percurso projetual da tentativa de construção de um sentido.

07




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1.1 A PRIMEIRA FUNDAÇÃO: ACRÓPOLE E VÁRZEA DO CARMO

Desde

sua fundação em 1554 até meados do século XIX, a cidade

de São Paulo permaneceu circunscrita dentro dos limites do

seu núcleo urbano original, a colina triangular cujos vérti-

ces eram os conventos de São Francisco, São Bento e o Carmo. A escolha do sítio deu-se em razão de sua situação geográfica, visto que a colina se elevava cerca de 30m em relação aos cur-

sos d’água que a delineava, o Rio Tamanduateí e o Córrego do Anhangabaú, atribuindo ao assentamento primitivo uma condição de acrópole.

A leste da colina, a Várzea do Carmo desempenhava a função

de porta de entrada da cidade, onde instalavam-se atividades periféricas ao núcleo urbano, tais como:

lavagem de roupas,

pouso de tropas, estacionamento de mulas, comércio de abastecimento e pequenos portos.

Apesar do Rio Tamanduateí ser a

mais importante via de transporte fluvial da época, ele também

representava uma barreira natural à expansão urbana, já que em seus períodos de cheia provocava enchentes na área pantanosa, dificultando sua transposição.

“Na várzea também se pescava e caçavam-se frangos d’água, lavava-se roupas. Era comum a presença de muitas lavadeiras junto às pontes que cruzavam o

09


Planta e corte da topografia da área central de São Paulo.

10


Rio Tamanduateí e, contraditoriamente lá, atirava-se o lixo doméstico ou qualquer outro tipo de detrito que precisasse ser expurgado da cidade; e por ser um local pitoresco era comum o seu uso, em épocas de seca, como área de lazer da população, para banhos no rio e passeios.” (DUARTE, 2005: 18)

Por conseguinte, no final do século XVIII, o poder municipal começou o processo de retificação do rio para drenagem. Todavia a precariedade dessas intervenções ocasionava o represamento de água em valas mal feitas, e a população passou a enxergá-la como um “foco de transmissão de doenças”. As obras de melhoria da Várzea, além de mal executadas, se arrastaram por muitos anos. Maiores transformações viriam somente entre 1885 e 1890, após o desenvolvimento da produção cafeeira, quando investidores privados se interessaram em realizar algumas obras de serviço público para a cidade.

Vista geral da cidade de São Paulo. 1827 - Debret.

11


Vista da Várzea do Carmo.

Lavadeiras na Várzea, ao fundo o Pátio do Colégio. 1862 - Militão Azevedo

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1.2 A SEGUNDA FUNDAÇÃO: FERROVIAS E INDUSTRALIZAÇÃO

Durante a administração do presidente da província João Xa-

vier de Matos (1872 -1875) houveram diversos programas de

modernização urbana a fim de transformar a capital em um centro econômico. Devido ao grande número de realizações, esse período é identificado pelos historiadores

como

a segunda

fundação de São Paulo. A remodelação do tecido urbano davase através da implantação de sistemas infraestruturais tais como: drenagem, abastecimento de água, esgotos, serviços de

eletricidade e transporte urbano – em sua maioria com o envolvimento de empresas inglesas.

Desde 1867, com a implementação da ferrovia São Paulo Railway, a paisagem dos bairros à leste da várzea vinha sendo trans-

formada. A presença do transporte aliada à topografia plana

favoreceram a instalação de indústrias ao longo da linha e, consequentemente, o

crescimento de bairros operários como o

Brás, a Mooca e o Belenzinho.

Em 1872 a companhia inglesa The São Paulo Gas Co inaugurou o que viria a ser uma nova referência urbana - a Casa das Re-

tortas. A fabricação e distribuição do gás canalizado tornaram viável a iluminação pública da cidade, e 13

pode-se dizer


que seu progresso espelhava-se na capacidade produtiva deste. Com crescimento da demanda e do consumo fez-se necessária a criação da Praça dos Balões, em 1889. Na mesma época foram feitas obras de drenagem e aterro parcial da Várzea do Carmo, além da execução da “Ilha dos Amores” - a primeira tentativa de dar à várzea um uso de parque urbano.

14


À direita: Ilha dos Amores. Abaixo: Várzea alagada com gasômetro ao fundo.

15


16


Construção do Balão N. 1, 1890.

17


Inundação da Várzea do Carmo. 1918 - Aurélio Becherini

18


Retificação do Rio Tamanduateí, 1920.

19


À esquerda: Mapa de Jules Martin e Francisco de Albuquerque, 1877. À direita: Mapa de Jules Martin, 1890.

20


21


São Paulo em 1925, com destaque para a Praça dos Balões.

22


1.3 O PLANO BOUVARD: NASCE O PARQUE D. PEDRO II

A remodelação física da área central segundo os padrões europeus era um objetivo comum da elite cafeeira nas últimas déca-

das do século XIX. Em 1911 o arquiteto francês Joseph Antoine

Bouvard fora convidado para estudar um plano de melhorias e

expansão para o centro histórico. Após cerca de quarenta dias na cidade, Bouvard apresentou suas conclusões ao então prefeito Raymundo Duprat, sendo contratado logo em seguida.

A proposta pode ser dividida em três temas centrais: inter-

venções viárias, criação de um centro cívico e a implantação de dois parques circundando a colina histórica, um sobre o Vale do Anhangabaú e outro sobre a Várzea do Carmo.

O plano do parque da Várzea do Carmo já previa a implantação do Palácio das Indústrias, como grande pavilhão de exposições, e do novo Mercado Municipal.

Para a execução das obras fora proposta a arrecadação de re-

cursos através do loteamento da várzea, conforme descrito por Rosa Kliass:

“Dividida em 25 áreas de terreno, totalizando 554.146,07 m. A 25 área, com 451.800,00 m, se destinava ao parque sobrando, portanto, 102.346,07m. Dessa

23


área, 90.899,95m seriam comercializados e os terrenos restantes deviam ser designados para outros usos públicos”

(KLIASS, 1993: 119)

O desenho do parque ficou ao encargo de outro arquiteto francês, Francisque Cochet. Este era caracterizado por grandes extensões gramadas e incluía áreas de esporte, pavilhão de música, cine-teatro entre outros equipamentos. Apesar de nunca ter sido inteiramente concluído, o projeto foi inaugurado em 1922 e nomeado Parque D. Pedro II.

Parque D. Pedro II: projeto de Bouvard com desenho revisto por Cochet.

24


Parque D. Pedro II recém implantado, à direita Praça dos Balões, 1925.

25


Mapa de Sara Brasil, 1930.

26


1.4 POLÍTICAS RODOVIARISTAS: O PARQUE FRAGMENTADO

Elaborado em 1924 pelos engenheiros Francisco Prestes Maia e Ulhôa Cintra, o Plano de Avenidas norteou os investimentos públicos nas sucessivas décadas promovendo a reestruturação do tecido urbano através do sistema radial-perimetral que privilegiava o transporte sobre pneus. Durante sua gestão como prefeito da cidade de São Paulo (1938 – 1945), Prestes Maia teve a oportunidade de implantar algumas propostas de seu plano. Dentre elas, fora executado o Perímetro de Irradiação: um anel de largas avenidas para o tráfego intenso de automóveis que circundava a área central. A implantação desse anel impactou diretamente o Parque D. Pedro II e deu início ao seu processo de transformação com a continuidade da adoção das políticas rodoviaristas pelas gestões posteriores. “As alterações no parque iniciaram-se

com o alargamento da Avenida Rangel

Pestana (no trecho que atravessa o parque) e da Rua Santa Rosa, destruindo o traçado original desse setor. Parte da área que envolvia o Palácio das Indústrias também foi subtraída pela ampliação do sistema viário.” (ENOKIBARA, 2003: 243)

A eliminação de áreas verdes em prol do tráfego seria justificada pela criação de um sistema de “avenidas- parque” que 27


Foto Aérea Parque D. Pedro II, 1958.

28


Foto Aérea Parque D. Pedro II, 2003.

29


conectariam o Parque D. Pedro II aos Parques do Pari (não executado) e da Independência. Contudo, as avenidas do Estado, Independência e Tereza Cristina foram executadas sem a sua arborização. Mas o pior ainda estava por vir, como afirma Kliass (1993: 130), “finalmente na administração do prefeito Faria Lima (1965-1969), o Parque teve decretada a sua sentença de morte”. Durante sua gestão, Faria Lima implantou no parque um intrincado complexo viário: a Avenida do Estado, que passa pelo centro do parque junto ao Rio Tamanduateí; Viaduto 25 de março que une os dois segmentos da Avenida Rangel Pestana; Viaduto Mercúrio que liga o Viaduto 25 de Março à Rua Ana Rosa; Viaduto Diário Popular que cruza a Avenida do Estado por detrás do Palácio das Indústrias e desemboca no início da Avenida Mercúrio; Viaduto 31 de Março que corta Avenida do Estado no extremo sul do parque; e o Viaduto Glicério que promove as ligações oeste-leste com a Radial Leste. Já na década de 70 iniciou-se o processo de transformação do parque em área de transbordo com a construção do Terminal D. Pedro II (1971), Estação de Metrô D. Pedro II (1979) e o Expresso Tiradentes (1997). A sobreposição destes elementos infraestruturais seccionou a área original de parque, desarticulando-a espacialmente. Além do mais, a falta de organização e desenho projetual destes elementos (comprometidos apenas com o escoamento do tráfego) resultaram numa paisagem urbana caótica e complexa.

30


Fotos da configuração atual do Parque D. Pedro II, Nelson Kon.

31




2


2.1 TECITURA DOS PONTOS DE FORÇA

Como visto anteriormente, o progresso metropolitano orientado

por políticas rodoviaristas comprometera o funcionamento do Parque D. Pedro II enquanto espaço público de lazer e contem-

plação. Mesmo que localizado ao lado do centro histórico, o parque desprovido de seus

atributos urbanos e paisagísticos,

tornou-se uma lacuna em meio à cidade.

Embora descaracterizado, a memória do lugar ainda reside em

alguns elementos periféricos que referenciam-se à história de sua transformação. Contudo, desde o seccionamento do parque

por obras viárias, estes elementos encontram-se ilhados em áreas residuais e,

apesar da proximidade física,

já não es-

tabelecem uma relação simbiótica (espacial e funcional) para com ele - uma “relação amorfa de partes justapostas sem vín-

culos entre si”, conforme descrito por Nelson Brissac em seu texto Cidade Desmedida.

Na porção leste, estão situadas a Casa das Retortas (1870) e a Praça dos Balões (1889), verdadeiros documentos materiais da antiga indústria do gás canalizado. A desativação destas es-

truturas em 1972, deu-se em razão da obsolescência do processo de obtenção do gás a partir do carvão. Desde então, a Praça 33


HÊctor Zamora, Errant,Parque D. Pedro II, 2010. Com curadoria de Guilherme Wisnik,o trabalho discute o lugar do rio na cidade e o espaço que se desenvolveu ao redor dele.

34


dos Balões entrou em processo de degradação, até que fora res-

taurada em 2007 para abrigar o núcleo operacional da COMGÁS

(Companhia de Gás de São Paulo). Apesar do projeto incluir um memorial aberto à visitação, os altos muros que o cercam inibem sua comunicação com o entorno e a aproximação do público.

Por sua vez, a Casa das Retortas, permanece desocupada embora esteja incluída em um plano de 2010 idealizado pelo Governo do Estado, que prevê a sua transformação em Museu da História de

São Paulo. A mesma estratégia fora adotada para o Palácio das

Indústrias (1920), que abriga atualmente o Museu de Ciências Catavento Cultural. Todavia, a configuração atual do edifício negligencia sua implantação original em meio ao parque, restringindo seu acesso pela avenida Mercúrio.

Do outro lado do rio Tamanduateí, o Mercado Munici-

pal (1933), é a única das edificações que ainda resguarda sua função original, recebendo diariamente um grande número de visitantes. Aberto em todo seu perímetro, é um potencial ca-

nalizador do fluxo de pedestres da zona atacadista para as imediações do parque. Em contrapartida, o Quartel da Tabatinguera, localizado no outro extremo, é um conjunto de nove

edificações fechadas em si mesmas e voltadas para um pátio interno. Apesar dos planos de transformá-lo em Museu Histórico

da Polícia Militar, o conjunto encontra-se em desuso desde 1992 devido à precariedade de seu estado de conservação. 35


Brás

Colina Histórica

Mercado Municipal R. 25 de Março Mosteiro São Bento

Palácio das Indústrias Casa das Retortas

Terminal Parque D. Pedro II

Praça dos Balões

Pátio do Colégio

Estação D.Pedro II

Praça da Sé Quartel da Tabantiguera

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De certa forma, estes resíduos históricos ainda demarcam o

perímetro do antigo parque e por isso foram entendidos como pontos de força que, se rearticulados com o contíguo, seriam capazes de tecer uma nova urbanidade.

“A exploração intensa de localidades singulares e vizinhanças delicadas, lugares particulares cujo afastamento garante a dimensão global do mapeamento.

Por prolongamentos curtos ou mais longos, um fluxo que constrói o

mundo lugar por lugar (...) Apenas pela justaposição, pelo desdobramento de uma coisa a outra , por linkagens paulatinas e progressivas, vai-se abarcando uma área mais extensa. Uma tessitura que liga lugares vizinhos e os distribui para longe.”” (BRISSAC, 1997: 50)

Supõe-se que a união dos vértices seria responsável pela transformação do Parque D. Pedro II em um núcleo condensador de fluxos, atravessado por inúmeras arestas virtuais.

Através

da sobreposição de uma nova trama à malha existente, o passar por é somado ao estar em, fazendo com que o local deixe de

ser apenas uma área de transbordo para tornar-se novamente um ponto de interesse.

“Da rápida velocidade (que não toca os lugares) para o movimento (como permeabilidade no corpo a corpo com os lugares), há uma mudança de escala e ritmo de mobilidade. As cidades buliçosas constroem pouco contato. Isso é uma evidente uma contradição nos termos dessa mobilidade.” (BOGÉA, 2009: 195)

37


2013

1930

4 3 2

1 5

Pontos de Força

Vértices + Arestas (Fluxos)

38

Nova Tecitura


Mas, para que isso aconteça, é necessário que os pontos de força sejam entendidos como subsistemas que busquem articulações para além de si próprios. A estratégia colocada pelo Governo do Estado sugere a transformação destes fragmentos históricos em objetos isolados: museus de temáticas específicas e desconexas que não estabelecem vínculo algum com o seu entorno. A requalificação desejável para a área não seria aquela que não a do uso esporádico e sim a da construção da cotidianidade? A investigação parte do princípio da (re)criação de um centro para os habitantes da cidade e não somente para os olhos do estrangeiro, por meio de programas de caráter democrático que abrangessem uma maior diversidade de públicos. Sendo assim, a nova configuração do parque divergiria muito daquela que fora concebida por Bouvard – este já não é o refúgio da cidade, e sim, sua afirmação enquanto gerador de cultura metropolitana.

39


40


2.2 MAPEAMENTO DO PONTO SENSÍVEL

Em seu livro De Cosas Urbanas, Manuel de Solà-Morales propõe uma nova leitura do tecido urbano através de uma analogia com a epiderme. Segundo a acupuntura, a epiderme é um sistema por-

tador de energia, onde através de pontos sensíveis é possível

agir sobre qualquer parte do organismo - atuando-se sobre a orelha, pode-se por exemplo, curar o pulmão. Do mesmo modo, o tecido urbano é uma superfície de natureza sistêmica a partir da qual o arquiteto pode acessar e manipular estruturas mais

complexas - inclusive em termos socioeconômicos, simbólicoculturais, infra-estruturais ou histórico-políticos.

“La piel de la ciudad no es un envoltorio plano. Es en si mesma y, en tanto que piel, una red cualitativa, una membrana de diferencias sobre la que caben intervenciones y estratégias, matices y brusquedades. (...) Intervir en la piel de la ciudad tiene, así, cierte analogia con la acción de la acupuntura. No por el uso de las agujas o incisiones de pequeño tamaño, sino por entender la naturaliza sistémica de la epidermis” (SOLÀ-MORALES, 2008: 24)

Na arquitetura bem como na acupuntura, a identificação do

ponto sensível é o primeiro passo para o tratamento. Durante a leitura do território, a Praça dos Balões fora eleita como 41


A Praça dos Balões e a linha elevada do metrô, 1979.

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área de intervenção, dentre outras razões, por ser o único dos pontos de força que se encontra sob o poder da iniciativa privada e, portanto, mais distante de ser incluído em um plano integrado para os mesmos. Outro aspecto motivador foi a relação de proximidade com o metrô: além da Estação Parque D. Pedro II estar localizada defronte à Praça, sua linha em elevado atravessa a quadra gerando interessantes visuais dos balões aos passageiros. Apesar da forte presença das estruturas metálicas na paisagem, os muros que as cercam prejudicam a perspectiva do pedestre que encontra-se no Parque D. Pedro II. Percebeu-se que se reintegrados ao território, com o rompimento dessas barreiras, os personagens da praça estabeleceriam um contínuo espacial com o parque. Intervir no local era portanto uma oportunidade de incorporá-los ao repertório urbano, alterando seu significado e despertando o imaginário coletivo.

43


44


Vistas do conjunto a partir linha elevada do metr么.

45


Gas么metros B茅lgica, Alemanha, Inglaterra Bernd e Hilla Becher, 1965 - 1992.

46

e

EUA.


2.3 DA INDUSTRIALIZAÇÃO À INFORMAÇÃO

Devido à proximidade com a Estação D. Pedro II, fora pressu-

posto que o novo equipamento deveria servir como suporte aos

usuários do metrô. Se transformada em uma estrutura urbana

aberta, a Praça dos Balões conformaria um prolongamento do parque e seria contaminada pela movimentação diária de seus passageiros.

“Naturalmente, essas áreas ganham uma vida que conta com a passagem desses personagens em trânsito, agregam uma rua vitalizada por personagens de apoio. (...) Esses locais atraem o forasteiro e deveriam permitir o contato, para construir, talvez, acessibilidade – aquilo que, um dia, os ímãs próprios da vida nas cidades configuraram (...) Novas praças, geradas por uma centralidade dos deslocamentos, nós de rede a (re)configurar o desenho das cidades.(...) Acessível como circuito, resiste como convívio e contato” (BARTALINI apud BOGÉA, 2009: 195)

Além de atender as pessoas que frequentam diariamente a região, a facilitação de seu acesso por meio do transporte pú-

blico também era um potencial para atrair moradores de outras localidades.

47


Vista do conjunto em 1980.

48


“(...) constituem o lugar onde o ‘forasteiro’ encontra o ‘residente’ (às vezes o ‘forasteiro’ da mesma cidade, de outro bairro, por exemplo) e para onde

os

eventos

imprevistos

afluem.

Novas praças, geradas por uma centralidade dos deslocamentos, nós de rede a (re)configurar o desenho das cidaCroqui da intervenção

des.” (BOGÉA, 2009: 196)

Era claro que o programa deveria atender a maior multiplicidade de usuários possíveis - em termos de faixa etária, classe social e até mesmo línguas. Fora nomeado Informateca por compilar diversas formas potentes de mídias - auditivas e visuais. Biblioteca, midiateca, cinemas, teatro e espaço de exposições são potencializados por programas de menores escalas vinculados à praça, promovendo assim diversos eventos simultaneamente. A proposta para a Praça dos Balões, marca de uma sociedade industrial, simboliza sua transição para uma era da informação e comunicação. E os balões, cujos os movimentos de inspiração e expiração nutriam de combustível os lampiões das ruas, praças e máquinas, agora seriam responsáveis por nutrir culturalmente os cidadãos. 49




2


3.1 A PRAÇA E OS ELEMENTOS ARTICULADORES

A praça é a matéria invisível responsável por orquestrar os elementos que nela estão localizados e, consequentemente, por agenciar ritmos temporais totalmente distintos: o tempo do metrô, o tempo do lazer, o tempo da leitura, o tempo do obser-

var, etc. Sua eficiência se dá por meio da interação espacial, programática e funcional que fazem dela um arranjo complexo,

onde as edificações perdem sua autonomia para dar ênfase ao conjunto.

“Un sistema es un conjunto de elementos heterogéneos (materiales o no), de distintas escalas, que están relacionados entre sí, con

una organización

interna que intenta estrategicamente adaptar-se a la complejidad del contexto y que contituye un todo que no es explicable por la mera suma de sus partes.” (MONTANER, 2008: 11) “(...) para continuar, para numa época de combinatórias e variáveis atravessar uma temporalidade além do presente, os edifícios e as cidades devem estar organizados em sistemas coordenados e compostos por componentes articuláveis e não mais por corpos autônomos em sua totalidade estanque e autossuficiente.” (BOGÉA, 2009: 164)

51


A primeira preocupação era fazer com que a linha elevada do metrô não constituísse uma fratura, subdividindo a praça em dois lados não articulados. Era preciso aprender a olhar este ruído na tentativa de não anular a sua presença, mas abrigá-la dentro de um raciocínio total. Para tal, fora implantada uma lâmina que atravessa o eixo do metrô e conecta visualmente as porções norte e sul da quadra. A horizontalidade de seus 165 metros lineares dá escala ao conjunto e compõe um fundo para a vista de quem encontra-se no Parque D. Pedro II.

Primeiras experimentações.

Ainda na operação de equilíbrio e organização da praça, sentia-se a necessidade de contrabalancear a monumentalidade das pré-existências com a

52


Marquise

Metrô Lâmina Pré-Existências

Porção Norte

Porção Sul

53


EXPO 70, OSAKA. Concebida como uma cidade suspensa, a estrutura projetada por Kenzo Tange constituia o espaço central da Expo 70. Flutuando a 30 metros do chão, a Grande Cobertura (108x292m) abrigava no interior de sua treliça espacial diversas cápsulas concebidas por arquitetos vanguardistas da época. Sob a cobertura, a Praça do Festival projetada por Arata Isozaki recebia os visitantes. Esta fora descrita pelo arquiteto como um monumento invisível, onde ocorriam os mais diversos eventos.

1

Alexei Gutnov

2

Giancarlo de Carlo

3

Kisho Kurokawa

4

C.Alexander

5

Metabolistas

6

Yona Friedman

7

Moshe Safdie

8

Koji Kamiya

9

Archigram

10

Hans Hollein

11

Kiyoshi Awazu

12

Fumihiko Maki

3 8

5

2 10

6

1

4

7

9

11

12

54


criação de um novo marco ao lado sul. Buscava-se uma solução que dialogasse com a leveza e elegância da linguagem industrial - traduzida pelo projeto em uma marquise de treliças metálicas. Uma das sustentações desta marquise é a caixa de circulação que emerge da lâmina e alcança um percurso sobre as treliças, de onde é possível avistar a colina histórica e o início da zona leste. A estrutura espacial também permite diversas possibilidades de apropriação já que é possível acoplar outras estruturas à ela, tais como sistemas de som, luz e projeção. “ Flexíveis quanto a escala, formato e possibilidade de ocupação em seus desenhos, adições como passarelas, escadas, marquises, ‘suportes’ vazios (...), as infraestruturas passam aqui a ser indispensáveis na concepção, construção, organização e funcionamento dos espaços principais; apesar de soarem por vezes desnecessárias ou secundárias, exteriores à estrutura principal, parecendo pouco ‘adequadas’ ou exageradas para a função que deveriam desempenhar, são utilizadas, às vezes, de forma intensa, apropriadas de maneiras diferentes e por diferentes autores, propícias aos surgimentos dos ‘eventos’, os acontecimentos inesperados, dos quais nos fala Derrida. Como observado, espaços constituídos por esses elementos infraestruturais são capazes de absorver e registrar vidades

as mais diversas manifestações, ati-

e, no instante seguinte, voltar a sua condição infraestrutural,

ou seja , de suporte, de auxílio ao ‘bom funcionamento’ do conjunto arquitetônico. “ (GUATELLI, 2012: 104)

55


Elementos Articuladores: l창mina, marquise e dobra.

56


A marquise também demarca a entrada para o percurso subterrâneo. Através de um suave declive, a chamada “dobra” cria um fluxo ininterrupto entre a praça e o subsolo. Por seu dimensionamento generoso transcende a função de elemento de transição para tornar-se uma circulação habitável. A chegada ao subsolo é recepcionada por um saguão que organiza e distribui os fluxos. Conformou-se um anel que interliga subterraneamente sequências programáticas: cinemas, café, auditório, salas de aula, jogos, internet, leitura de periódicos, entre outros. O anel conclui-se com a abertura de duas ruas internas que conectam os elementos da informateca ao metrô. A descoberta de um ramal abandonado no subsolo da Estação D. Pedro II (onde passaria a linha sudeste-sudoeste) era a deixa para articular diretamente a Praça dos Balões ao Parque D. Pedro II. Deste modo criou-se um instigante caminho alternativo para os pedestres em vista da dificuldade de transposição da R. da Figueira. “Parte-se da premissa da importância da constituição de microssitemas programáticos, urbanos ou internos às arquiteturas, que se formam e se desfazem a partir de rastros, o “quase” ausente no território mas ainda suficientemente capaz de produzir o imprevisto e diferenças pela mistura, pelo contágio e pelo movimento.” (GUATELLI, 2012: 64)

57



NÍVEL +20.60 Mirante

NÍVEL +3.00 Biblioteca Midiateca

NÍVEL 0.00 Teatro de Arena Jardim Café Livraria Estação D. Pedro II NÍVEL -5.00 Cinemas Jogos Auditório Café Salas de aula Periódicos Espaço de exposições


7

1

aze

ved

o j r.

4

3 5

rua

2

rua

capit達o faustino de lima

60

6


rua

da figueira

1

Infantil

2

Acesso Mirante

3

Restaurante

4

Dobra

5

Acesso Biblioteca

6

Livraria

7

Acesso Midiateca

8

Café Edifício Sede

9

Ping Pong

10

Teatro de Arena

11

Redes

12

Ruínas-Jardim

13

Caixa d’água

14

Bicicletário

aven ida

8

esta el p

rang

12

na

13

10

9

14

11

Planta Térreo (0.00) escala 1:1250


1

13

12 11

2

4

3

5

62

6

7

8

9

10


1

Exposições

2

Cinemas

3

Acesso Mirante

4

Jogos

5

Internet

6

Auditório

7

Café Biblioteca

8

Acesso Biblioteca

9

Salas de Aula

10

Administrativo

11

Recepção Midiateca

12

Café Midiateca

13

Periódicos

Planta Subsolo (-5.00) escala 1:1250


Subsolo da Estação D. Pedro II em construção, 1977.


Subsolo da estação em desuso, 2013.

Corte Geral escala 1:1000


1930

2013


Proposta

Desenho do piso = 1930 + Proposta

Elevação escala 1:1000




3.2 EDIFÍCIO SEDE E CASA DOS MEDIDORES: RUÍNAS

Datados respectivamente de 1889 e 1930, a Casa dos Medidores e o Edifício Sede ilustram os diferentes métodos construtivos de suas épocas: o primeiro é erguido em alvenaria estrutural enquanto o segundo tem estrutura independente em concreto armado. Durante o projeto buscou-se preservar e enaltecer a integridade estrutural destas edificações por compreender a beleza e força que estas carregam. Despir o Edifício Sede de todos seus elementos de fechamento e envolvê-lo com uma nova pele translúcida foi uma maneira encontrada para revelar ao exterior seu conjunto de pilares e as elegantes tesouras metálicas. Com a retirada do telhado, o último pavimento tornou-se um jardim à céu aberto, gesto que tornou-se possível em razão da estrutura que fora calculada para carregar grandes cargas. Outra estratégia fora adotada para a Casa dos Medidores, a mais antiga das edificações da Praça dos Balões. Neste caso, ao invés de revelar a estrutura interna com a retirada dos elementos externos, o interior é esvaziado restando apenas sua 70


casca: as paredes de tijolos que constituem simultaneamente fachada e estrutura. A intervenção se afasta de uma visão preservacionista que pretende retroceder a história por meio de restauros. A preservação da memória é dada no outro sentido: a aceleração do tempo e a transformação destas edificações em ruínas.

Edifício Sede em 1932.

Casa dos Medidores em 1929.

71


Edifício Sede antes da intervenção. escala 1:500

Edifício Sede após a intervenção: nova pele e térreo livre. escala 1:500

72


Casa dos Medidores antes da intervenção. escala 1:500

Casa dos Medidores após a intervenção. escala 1:500

73


EdifĂ­cio Sede em 1932.

74


Edifício Sede após a intervenção: jardim aberto.

75


3.3 BALÃO N. 1: TEATRO DE ARENA

O projeto para o Teatro de Arena manteve a permeabilidade visual das estruturas metálicas a fim de criar um espaço aberto que se comunicasse diretamente com a praça e atraísse as pessoas para o seu interior. A forma circular do balão culminou na distribuição (não-hierárquica) dos assentos em semi-círculos concêntricos. O palco é orientado para o oeste, de maneira que a tarde o palco seja iluminado e os espectadores não recebam luz direta no rosto. “(...) é de se observar: os autos da Idade Média eram apresentados nas praças, o público de pé e andando. Os teatros greco-romanos não tinham estofados, eram de pedra, ao ar livre e os espectadores tomavam chuva, como hoje nos degraus dos estádios de futebol, que também não têm estofados. Os estofados apareceram nos teatros áulicos das cortes, no Setecentos e continuam até hoje no comfort da Sociedade de Consumo”. (BO BARDI, 2009: 152)

As configurações de palco e plateia foram inspiradas no Teatro Total, projeto de Walter Gropius em 1927. O espaço sugere diversas possibilidades para a criação teatral através de mecanismos móveis: 76


“Uma transformação completa do edifício é obtida ao se fazer a plataforma do palco e parte da orquestra girar cento e oitenta graus. Em seguida, o palco italiano anterior transforma-se numa arena central totalmente cercada por fileiras de espectadores! Isto pode ser inclusive devido a representação. (...) Esse ‘ataque’ ao espectador, alterando sua posição quando a peça está sendo encenada e mudando inesperadamente a área do palco, transforma a escala de valores vigente, colocando o espectador diante de uma nova consciência do espaço e fazendo com que ele participe da ação.” (GROPIUS apud FRAMPTON: 167)

Teatro de Epidauro, Grécia.

77


TEATRO TOTAL, WALTER GROPIUS.

A. Palco Italiano

B. Palco Projetado

C. Arena

78


Situação B

Situação A

79


3.4 BALÃO N. 2: MIDIATECA

O projeto cruza distintos momentos cronológicos ao preencher o interior do antigo balão industrial com um novo conteúdo o gás que ali fora abrigado é substituído por outro elemento imaterial: o virtual. A Midiateca constitui-se no interior do balão através de uma estrutura independente que emerge desde o subsolo. Conforme o edifício ascende, a rígida malha de pilares desmaterializa-se em razão do desencontro das lajes. Este desenho, que proveio da ligação entre as arestas da estrutura pré-existente, conforma um vazio central banhado de luz pela abertura zenital. O fechamento externo em chapa de latão fora escolhido para remeter aos antigos tambores que foram removidos após a desativação da fábrica. Suas pequenas perfurações auxiliam na iluminação do ambiente interno sem prejudicar o efeito criado pela marcante luz central para onde tudo converge.

80


Estrutura Existente

Estrutura Proposta

Circulação

Fechamento

Cobertura

Midiateca

81



Laje 01 420.5m2 Laje 02 420m2

Laje 03 534.5 m2 Laje 04 315.9 m2

Laje 05 534.5 m2

Vazio


Planta Acesso (0.00) escala 1:400

84


Planta Audio (+4.70) escala 1:400

85


Planta Infantil (+8.35) escala 1:400

86


Planta Biblioteca Digital (+12.00) escala 1:400

87


Planta Video (+15.65) escala 1:400

88


Planta Cyber CafĂŠ (+19.30) escala 1:400

89


Corte AA escala 1:400

90


Corte BB escala 1:400

91


92


93


3.5 LÂMINA: BIBLIOTECA

A lâmina de 165 metros lineares proporciona em seu térreo livre áreas de sombreamento e estar além de abrigar um café e uma livraria. Em seu espaço interno está a Biblioteca, que em contraposição à Midiateca, possui organização muito clara e linear.

94


As áreas de leitura nas laterais são caracterizadas pela atmosfera intimista criada pelo baixo pé-direito e pela luz difusa que adentra entre os brises verticais. As estantes, por sua vez, estão concentradas na área central. Estas foram dispostas transversalmente ao espaço para que os corredores fossem iluminados sem prejudicar a conservação dos livros. A estrutura concebida em concreto protendido apoia-se sobre pilares centrais a cada 15 metros, conectados por duas vigas longitudinais. Vigas transversais

a cada 7,5 metros susten-

tam a laje inferior através de tirantes metálicos.

Planta Biblioteca (+3.00) escala 1:500

95



Cobertura Estrutura

Base



Corte Perspectivado escala 1:50


100


CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Compreender a cidade em movimento significa aceitá-la como corpo que se (re)organiza no tempo e não simplesmente se substitui. Compreender a arquitetura nesses mesmos termos significa reconhecer corpos que, a cada mudança proposta, em vez de simples substituições de materialidades, permitem (re) organizações no tempo.” (BOGÉA, 2009: 26)

Na contramão de uma arquitetura auto-suficiente e ensimesmada, o projeto procurou constituir-se por meio de articulações, fusões e inscrições para além de si próprio. Guiado pelo raciocínio sistêmico, ele encontra-se numa linha tênue entre a arquitetura e o urbanismo: um subsistema capaz de trabalhar as questões inseridas no contexto da metrópole. O estudo não partiu da negação, e sim da compreensão da complexidade atual, tentando subvertê-la a seu favor e gerando novas dinâmicas a partir do que é previamente colocado pelo território. 101




2


I N F O R M A T E C A

D O

G A S Ô M E T R O

1915: balões e casa dos medidores

1977: estação d. pedro ii em construção

1980: vista aérea do conjunto

1979 - vista do conjunto com destaque para o balão no 2

implantação 2013: subsolo da estação d. pedro ii em desuso

escala 1:1500

Pranchas apresentadas em 22/05/2012

103


rua da figueira

ida ra

aven

8

ngel pest ana

12

7 4

13

10

edo

jr.

1

azev

14

rua

3 5

2

9 6

11

rua capitão faustino de lima

1 2 3 4 5 6 7

infantil acesso mirante restaurante acesso subsolo acesso biblioteca livraria acesso midiateca

8 9 10 11 12 13 14

café edifício sede ping pong teatro de arena redes ruínas - jardim caixa d’água bicicletário

planta térreo (0.00) escala 1:500

elevação rua capitão faustino de lima escala 1:500

1930

2013

proposta

104

proposta

pré-existências

desenho do piso = original + proposta


biblioteca

midiateca

r. da figueira

estação d. pedro ii

av. do estado

rio tamanduateí

parque d. pedro ii

corte urbano escala 1:500

1

nível +20.60 mirante

nível +3.00 biblioteca 13 12

11

2

nível 0.00 teatro de arena jardim café livraria estação d. pedro ii

4 6

3

7

5

8 9

10

nível -5.00 1 2 3 4 5 6 7

exposição / conexão estação d. pedro ii cinemas acesso mirante jogos internet auditório café biblioteca

8 9 10 11 12 13

acesso biblioteca salas de aula admnistrativo recepção midiateca café midiateca periódicos

cinemas jogos auditório café salas de aula midiateca espaço de exposições

planta do subsolo (-5.00) escala 1:500

105


biblioteca

edifício sede

BIBLIOTECA

vidro laminado sobre perfil de aço de chapa dobrada manta termoplástica alwitra para impermeabilização

laje de concreto armado viga de concreto protendido

cobertura

vidro laminado com caixilhos de aço tirante

brise soleil vertical de concreto

estrutura

piso de granilite preto com juntas de dilatação de alumínio laje de concreto protendido

base

ampliação corte perspectivado_biblioteca perspectiva isométrica estrutural

escala 1:50

planta_biblioteca (+3.00) escala 1:200

CASA DOS MEDIDORES_JARDIM

BALÃO 01_TEATRO DE ARENA

elevação norte escala 1:250

elevação leste

elevação leste

escala 1:250

escala 1:250

diagrama situação a

diagrama situação b

proposta

proposta

s/escala

s/escala

escala 1:250

escala 1:250

106

EDIFÍCIO SEDE_CAFÉ TERRAÇO

proposta escala 1:250


BALÃO 02_MIDIATECA

midiateca

estrutura existente

planta_acesso (0.00)

planta_audio (+4.70)

escala 1:200

escala 1:200

geometria de sobreposição das lajes

+

estrutura proposta

+

corte_aa

planta_infantil (+8.35)

planta_biblioteca digital (+12.00)

escala 1:200

escala 1:200

escala 1:200

corte_bb

planta_video (+15.65)

planta_cyber café (+19.30)

escala 1:200

escala 1:200

escala 1:200

circulação

+

pele

+

cobertura e iluminação zenital

=

107



Prancha apresentada em 09/10/2012



Prancha apresentada em 10/09/2012



Processo da maquete: cedro, concretagem e soldagem


Diรกrios de bordo

114


115


116


117



BIBLIOGRAFIA

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In RUBINO, Silvana; GRINOVER, Mari-

na. Lina por escrito: textos escolhidos de Lina Bo Bardi. São Paulo: Cosac & Naify, 2009. BOGÉA, Marta. Cidade Errante. Arquitetura em movimento. São Paulo: Senac, 2009. BRISSAC, Nelson. Cidade Desmedida. In BRASMITTE – Intervenções Urbanas. Publicação realizada pelo projeto Arte/Cidade e Instituto Goethe. Patrocinada pelo Governo do Estado de São Paulo,1997. BRUNO, Ernani Silva. História e Tradições da Cidade de São Paulo. Volume I. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1953. DUARTE, Gerson Moura. Um parque Fragmentado: Propostas de Intervenção Urbana para o Parque Dom Pedro II. São Paulo: Mackenzie, 2005. (Dissertação de Mestrado) ENOKIBARA, Marta. Para além do vazio. As propostas elaboradas para a Várzea do Carmo na Cidade de São Paulo: séculos XIX e XX. São Paulo: FAU-USP, 2003. (Dissertação de Doutorado) FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

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GUATELLI, Igor. Arquitetura dos Entre-Lugares. São Paulo: Senac, 2012. KLIASS, Rosa Grena. Parques urbanos de São Paulo. São Paulo: Pini, 1993. KOOLHAAS, Rem; OBRIST, Hans Ulrich. Project Japan: Metabolism Talks. Colônia: Taschen, 2011. MEYER, Regina Maria Prosperi; GROSTEIN, Marta Dora. A leste do centro: territórios do urbanismo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010. MONTANER, Josep Maria. Sistemas Arquitectónicos Contemporáneos. Barcelona: Gustavo Gili, 2008. RISPA, Raul (org.). Arquitecturas Ausentes Del siglo XXI. Madrid: Tanais Ediciones, 2005. SEGAWA, Hugo; MAGNANI, Luís Antônio. Complexo do gasômetro: a energia de São Paulo: Via das Artes, 2007. SOLÁ - MORALES, Manuel. De cosas urbanas. Barcelona: G. Gili, 2008. SOMEKH, Nadia; CAMPOS, Candido Malta. A Cidade que não pode parar:

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120


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TRANSFORMAÇÃO Página 54_ KOOLHAAS, Rem; OBRIST, Hans Ulrich. Project Japan: Metabolism Talks. Colônia: Taschen, 2011. Página 64_Acervo Fundação Patrimônio Histórico Energia e Saneamento. Página 71_SEGAWA, Hugo; MAGNANI, Luís Antônio. Complexo do gasômetro: a energia de São Paulo: Via das Artes, 2007. Página 78_RISPA, Raul (org.). Arquitecturas Ausentes Del siglo XXI. Madrid: Tanais Ediciones, 2005.

123


124


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