CONTRAMESTRE Ninguém de quem eu goste mais do que de mim próprio. Vós sois um conselheiro. Se Conseguirdes votar estes elementos ao silêncio e impor paz à tempestade, não tocaremos Num cabo mais. Usai a vossa autoridade. Se não conseguirdes, dai graças por terdes Vivido tanto e preparai-vos, na vossa cabine, para o infortúnio do momento, no caso de Ele se dar. Ânimo, meus bravos! Fora do caminho, já disse!
ÁRIEL Há mais trabalho? ÁRIEL Se me dás tantos encargos, deixa-me lembrar-te o que me prometes-te. ÁRIEL E não cumpriste ainda. PRÓSPERO Vais amuar? Que queres pedir-me? ÁRIEL A minha liberdade.
CALIBÃ Deixa-me jantar. Esta ilha é minha, por Sicorax, minha mãe, E tu roubaste-ma. Quando para cá vieste, Acarinhaste-me e prometeste-me mundos. Deste-me água com ginja, ensinaste-me O nome da grande luz e da mais pequena, Que brilham de dia e de noite. Amei-te, então, E mostrei-te todas as riquezas desta ilha, Fontes, salinas, terras férteis e estéreis. Maldição! Que minha mãe te lance os piores feitiços, Que sapos, baratas, morcegos te cubram! Sou o teu único servo quando já fui Meu próprio rei; e aqui me encarceras, Neste rochedo frio, enquanto me privas Do resto da ilha.
GONÇALO Na minha república vigoraria a lei Dos contrários. Proibiria o comércio De toda a espécie e também a instrução. Nada de magistrados, riquezas, pobrezas, Criados, contratos, heranças, fronteiras, Limites de propriedade, lavoura, vinhas! Nada de metais, cereais, vinho, azeite. Nada de ocupações: todos ociosos, todos, As mulheres também, mas inocentes e puras. Nada de soberania. Tudo em comum a natureza produziria Sem suor nem empenho. Traições, crimes, Espadas, lanças, facas, pistolas, armas Enfim, não existiriam. A natureza Providenciaria tudo em abundância Para alimentar o meu inocente povo.
PRÓSPERO Desatai agora com as vossas mãos o nó que aperta Este vosso serviçal. Fazei do bom vento meu aliado Não deixeis meu plano ser gorado Tudo o que queria era agradar. Que falta me fazeis agora - Espíritos para animar, artes para encantar -, Não vim por este caminho fora Para perder vossa indulgência. Mas sei o poder da oração, Ela trespassa o coração puro, Desperta a piedade e liberta o homem puro. Tal como gostaríeis de a ter para vós, senhores, Eu vos peço clemência.
CALIBÃ Vou mostrar-te as melhores nascentes, colher-te amoras. Para ti, pescarei e apanharei lenha. Que a peste leve o tirano que agora sirvo! Não mais lhe levarei galhos para a fogueira. Sigo-te, homem maravilhoso! Deixa que te leve onde nascem os caranguejos. Com as minhas unhas desenterrar-te-ei trufas. Hei-de mostrar-te o ninho do gaio, levar-te a Apanhar saguis, trazer-te carradas De avelãs. Irei por vezes caçar, para ti, Aves desde aquele rochedo. Virás comigo?
De William Shakespeare Tradução Fátima Vieira Alunos do 3ºAno do Curso de Teatro 2011/12 14 a 18 de Dezembro às 21h30 16 Dez às 16h (sessão para escolas) Teatro Helena Sá e Costa
Encenação Lee Beagley Assistência de Encenação Catarina Santos Direcção de Cena & Produção Carlos Vidal, Luísa Dinis, Maria Pires Cenografia Bruno Capucho, Carina Gaspar, Guillem Feixas, Sílvia Fagundes Figurinos Joana Reinales, Patrícia Chambino, Sara Soares Luz & Som Filipe Rebelo, Pedro Nabais Músicos Bernardo Soares, Ricardo Casaleiro, Rémi Kesteman
Interpretação Adriana Vaz de Carvalho, Ana João Regueiras, Ana Lúcia Magalhães, Diana Barnabé, Elena Guillamón, Elsa Pinho, Gianna Pargätzi, Helena Carneiro, Inês Barros, Joana Africano, Luís David, Mª Isabel Quaresma, Sérgio Rocha, Silvana Brochado, Sílvia Barbosa, Simão Pedro Ramos, Sofia Magalhães, Tero Kaipanen, Tiago Moreira, Vítor Alves da Silva Design Gráfico André Santos behance.net/andresantos
+ info www.esmae-ipp.pt
Professores Responsáveis Diogo Franco, Elisabete Leão, Joaquim Madaíl, José Topa, Nick Redgrave, Pedro Leitão,
reservas 22 519 37 60 96 163 13 82 thsc@esmae-ipp.pt
Sónia Santos Agradecimentos Cármen Regueiras, Carolina Mano, Marcelo Lafontana, Mariana Barros, Miguel Gomes, Sara Ribeiro, Sofia Peralta
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