1 ANTÓNIONOSSASVIDAAGOSTO2022SFERNANDES
2 SINOPSE VIDAS pretende ser uma breve resenha sintética de usos e costumes sociais em tempos distintos, o habitat Humano na sua forma de vida e de expressão relacional, mas também geracional, fora do ritual prosaico, em que, a rima, assume a constante procura por um modelo político e social perfeito. Entenderão alguns ser esta, uma forma utópica de abordar temática tão abrangente e Entendouniversal. eu; ser um exercício introspetivo discutível, mas que submeto ao critério Braga,coletivo.16 de agosto de 2022
Sobre a linha do horizonte há um mar imenso, de tal forma, intenso, que brota no fio da fonte as vontades perdidas nas ondeescarpasafragas são o alento das vidas feitas sobre os escombros de uma certa dignidade perdida na ansiedade que se carrega nos ombros,
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e de neblina se envolve feita tempo com nevoeiro pensando chegar primeiro a tudo aquilo que serve, ou se serve, para enganar os caminhos imperfeitos, escondidos os defeitos, nos barrancos por escalar, até ao topo da vontade rompida pelo vento norte sempre forte, sempre forte, no pico da ansiedade,
5 para contornar obstáculos feitos de nada, primários, simplesmente, imaginários, a mente, fez deles factos, e os dá por desdedenosavolumandoconsumados,ailusãodamentiraserrazãoatosjáperpetrados,comosearodadavidahorizonteahorizonteanascenteàfontesejacaminhosemsaída.
Deixa um traço ligeiro do que poderia ser se a entrega e o entender não fossem ar passageiro, egoísmo exacerbado do eu primeiro que o tu somente porque o nu é o íntimo desnudado,
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Um emaranhado tal onde não cabe o amor porque se não tiver sabor não faz bem. Só faz mal.
da vontade soberana que dita e tudo manda, até mesmo na debanda, ruína de uma chama, perdida no nevoeiro por debaixo da caruma onde tudo se esfuma quando já não é verdadeiro, mas, de que sobra a saudade do que a intensidade sentiu, se esfumou, e partiu, quiçá, porque era verdade...
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na luz do olhar intenso, na largura do riso franco, nas cores da vida, o branco, onde adormece sonho imenso, em comum acordo lavrado no tronco do velho carvalho, sol posto, caía já o orvalho, hora de alimentar o gado, o ranger já não se ouvia o semeador recolhido o arado esquecido no querer lavrado um dia.
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9 III É uma viagem sem tempo à partida já marcado por força, ou por pecado, e que corre, em cada momento, com uma rosa na mão onde os espinhos aguçados são as agruras dos fados na luta por melhor pão, o Sol arde, traz a luz, depois do negro da noite, a chuva alimenta a sorte da semente que produz
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alimentos e flores a casa, a rua, a cidade, as condições da idade, os ódios e os amores, o riso franco da criança, as hesitações na juventude, adultos com e sem virtude, nos idosos a esperança no cravo feito alimento símbolo da liberdade democracia e verdade corroída pelo tempo,
11 como se corrói a relação nas rotinas do dia a dia que esmagam a alegria canta letra numa canção, mas também canta e encanta desvarios daquela rotina que faz da mulher menina e constrói na vida uma dança onde o moço sem idade transporta riso no olhar no saber capaz de amar, auréola de sã vaidade.
12 IV deixou pedaços de pão no caminho percorrido mesmo quando ferido segurou sempre a razão, escorreita na perseverança de todas as forças naturais, que nunca sendo de mais, estreitam toda a confiança, na certeza do caminho o pão comido pelas aves, eram naus, hoje são naves, era o monte, era o maninho,
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eram campos, eram ribeiros, eram silvas com amoras, mato, giestas, as ágoras, bem no meio dos pinheiros, onde a fogueira das roças em crepitação permanente juntava do trabalho a gente faúlha de chama nas moças vindas dos povoados, da missa, das desfolhadas, das mondas, das enxadas, corações apaixonados
14 traziam o riso solto sobre os acordes do vento a alegria e o sentimento num frenesim revolto talvez o amanhã lhes traga o mar e a areia, de sonhos, uma mão cheia, e uma vida sã para que a romaria faça sentido divino e o mais novo, menino, a essência da alegria,
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16 POR NADA Ficaste parada na curva da ruga que vinca o sorriso Arrumaste o siso naquela fuga da vida feita estrada Por nada. Por nada. no dia que madruga e faz do palco piso para que o riso se inspire na fuga de vida feita estrada, por nada, por nada, na sorte que tudo muda e torna o caminho mais liso. Braga, 24 de agosto de 2022
17 UMA BRANCA Uma branca já alonga por entre cabelo negro carinho, ternura e amor, como se fora uma flor de um verde cardo preso entre pedras, e as vença, onde o mato já alcança a copa do perliqueiro para lhe adoçar a dor, e oferecer o sabor daquele beijo primeiro pleno de esperança, alicerce da confiança na raiz de um pinheiro epicentro do esplendor! Braga, 24 de agosto de 2022
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PASSADO Mas, o tempo que passa ao sabor do acontecimento, há muito que deixou o sonho nos picos de um medronho, no sentir o sentimento, que cala da vida, a graça, e o sofrimento ultrapassa sem um único lamento ou roupa suja escorrida, inspira e expira a vida, na espiral do vento, de uma rua, ou de uma praça, onde não cabe da desgraça o mais pequeno elemento a que o íntimo dê guarida. Braga, 26 de agosto de2022
19 Braga,porquedqueaodeixandoemquantoANDIFERENÇAindiferençadóidóiadiferençacadadiaquepassa,marcasnatraçadaperdadeesperançaporquemói,porquemói,amago,aestimacorrói,vacilaaperseverança,sóoperfilacumulaaraçavenceaqueladesgraçaincrustadanabonançaeumesboçoqueencontreiespalhadoporaí,nasgentessemconfiançanãoacreditamemsi!26deagostode2022
20 ÉDEN Levo no olhar as cores; azul, verde, cinzento, e o amarelo também, talvez, porque ninguém, conseguiu parar no tempo o seu brilho e odores. Levo na alma os amores, as pessoas e cada momento, os afetos e o desdém, toda a gente, e ninguém, aonde houver sentimento, e vida de todas as cores, ano a ano, nas flores, no canteiro, instrumento, seja jardim, ou éden. Braga, 28 de agosto de 2022