Realidade e utopia na capital de minas gerais bh v4

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Lugares da realidade e da utopia em Belo Horizonte Hoyuela Jayo, José Antonio TERYSOS do Brasil, Ltda; direccion@terysos.com Doutor Arquiteto Universidade de Valladolid. Arquiteto e Urbanista pela UFMG. Diretor gerente da TERYSOS do BRASIL, Ltda. Membro de ICOMOS do Brasil

RESUMO Belo Horizonte foi a primeira capital do novo Regime Republicano. As abordagens sobre este tema têm sido pouco exploradas pelos estudiosos na visão do espaço temporal das transformações paisagísticas e territoriais. O presente texto descreve o processo de construção da nova capital, desde sua dimensão espacial e paisagística em termos de arqueologia do passado e arqueologia da paisagem. Esse processo de construção da capital mineira é descrito e sintetizado no texto a partir da analise geral da cidade e também do Parque Municipal. Focaremos nos conceitos emergentes de paisagem e desenvolvimento sustentável analisados desde uma perspectiva contemporânea e holística (Hoyuela Jayo, 2013). Olhando para o futuro, queremos propor um cenário que se aprofunde nas bases ecológicas e sustentáveis do projeto focando na área original. Queremos propor um modelo de desenvolvimento sustentável de preservação e recuperação dos valores culturais e naturais do Parque, da cidade, e de seu entorno. Finalmente, apoiados na historia, no patrimônio cultural e natural, ambiental, ecológico, ou botânico (Burle Marx, 1996), na arte (Burle Marx, y otros, 2004) é nos mapas históricos, nos arquivos e no uso das novas tecnologias gráficas e geográficas, integraremos esses conceitos e valores através do uso de plataformas digitais e de redes sociais. Procuramos com isso a difusão e a participação cidadã no processo. A metodologia utilizada para essas tarefas inclui a digitalização dos mapas, planos históricos, modelização 3D, construção de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), e o debate através do uso das redes sociais. Palavras-chave: Documentação, Utopia, Comissão Construtora da Nova Capital, Belo Horizonte, Cartografía, Paisagem, Paisagens da Nova Capital, Passado, Presente, Futuro, Parque Municipal, Desenho paisagístico, Planejamento sustentável.


Realidade e Utopia na cidade de Belo Horizonte José Antonio Hoyuela Jayo

1. Causas e métodos para uma análise espaço-cultural da Cidade de Belo Horizonte. Belo Horizonte pode ser definida como um modelo de cidade utópico e ideal. Do ponto de vista urbanístico e paisagístico vai enfrentar dificuldades desde o início, em relação ao seu plano fundacional, como também enfrenta hoje e enfrentará no futuro. Queremos, através desta proposta, visualizar o passado, o presente e o futuro da cidade, em particular desde á analise do Parque Municipal. Queremos integrar nesse processo os conceitos de desenvolvimento sustentável, paisagem, e gestão, como fundamentos do paradigma do planejamento do s. XXI (Hoyuela Jayo, 2014 c).

Figura 1 .- Planta do Arraial, o Curral del Rey, do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte e radiografia do Curral del Rey e do mapa de Aarão Reis. Fonte: Mapa Histórico Digital de BH (A. Hoyuela).

As abordagens sobre o processo de invenção da cidade de Belo Horizonte tem explorado pouco a visão espaço temporal. Sempre estiveram mais focados na

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sociedade, na economia ou na cultura do período (Hoyuela Jayo, y otros, 2015 f). As transformações paisagísticas e territoriais propostas pelo projeto da nova capital nem sempre saíram do papel, mas mesmo assim fazem parte da historia, da cultura e da paisagem da capital de Minas a través dos documentos históricos. O debate sobre a transformação da paisagem desde essa nova perspectiva vai nos ajudar a compreender não só o passado, mas também a planejar e antecipar o futuro. Trabalhamos com informações e pesquisas derivadas dos projetos do Mapa Histórico Digital da cidade de Belo Horizonte (Hoyuela Jayo, 2015 g) e do Plano Diretor do Parque Municipal (Hoyuela Jayo, 2015 d), indo do geral para o particular. A partir de uma seleção dos documentos do acervo da Comissão Construtora da Nova Capital (CCNC) (MHAB, APCBH, APM, 2001) procedemos a georreferenciar as principais plantas, digitalizando acima desses mapas varias camadas de informação (prédios, infraestruturas, paisagem, hidrografia, topografia,…). Apoiados na triangulação da CCNC como base geométrica, ligamos a cartografia histórica (topográfica e de coordenadas relativas) com a cartografia contemporânea (geodésica e de coordenadas absolutas), com o apoio dos SIG. Serão importantes nesse processo às referencias, dos pontos geodésicos, elaboradas pela PRODABEL. O projeto BHMAP (PRODABEL, 2010) também produz outras camadas como as edificações, as infraestruturas ou a topografia. Modelamos tudo em três dimensões para conseguir entender as bases territoriais e as propostas que aconteceram. Os conteúdos e os documentos utilizados são de caráter histórico, cartografias digitais contemporâneas, projetos, loteamentos, fotografias, memorias, relatórios, planos e novas propostas (PDU, OUC…) disponíveis nos arquivos municipais, regionais, federais, particulares e nas webs das secretarias da prefeitura.

Como referência

pesquisamos também nos documentos informativos, no diagnóstico e na proposta do Plano Diretor do Parque Municipal Américo Rennê Giannetti elaborado pela TERYSOS do Brasil e dirigido por Antonio Hoyuela (Hoyuela Jayo, 2015 d). Nele são revisados os princípios e os conceitos, os instrumentos de planejamento, as ferramentas tecnológicas (Hoyuela Jayo, 2008) e as possibilidades de ordenamento e gestão.

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2. Passado: o desenho da nova capital e de sua paisagem. "A herança dos planos em quadrícula remonta aos acampamentos romanos. A base do plano como uma malha e como uma forma urbana durável e atraente é baseada em cinco características principais: ordem e orientação regulatória, no espaço e nos elementos componentes, simplicidade e facilidade do desenho, que garante a velocidade do projeto, e capacidade de adaptação às circunstâncias" (Geddes, 1949).

Os elementos fundamentais para poder entender os princípios de qualquer sistema de planejamento são dois: por um lado, o lugar, e por outro lado, a geometria. Às vezes são definidos como vernáculo e erudito (Teixeira, y otros, 1999), como natureza e cultura, ou como tradição ou razão (Hoyuela Jayo, 2015 c). Vamos tentar fazer uma re-leitura da proposta da CCNC para a cidade de BH e do paisagista Paul Villon para o Parque Municipal para concretizar o passado (Magalhães, 2015 págs. 99-130)i. O barroco em Belo Horizonte nasce e se propõe como o símbolo moderno de uma nascente Republica (Lemos, 1998). O Plano para a nova capital de Minas Gerais de Aarão Reis procura a modernidade que é definida por Baudelaire como: “Ele busca esse algo, ao qual se permitirá chamar de Modernidade (...). Trata-se, para ele, de tirar da moda o que esta pode conter de poético no histórico, de extrair o eterno do transitório” (Baudelaire, 1988).

A construção da nova capital seria uma oportunidade de integrar a modernidade e o progresso e também de construir a ideia de uma utopia como representação e como capital política da jovem República (Linhares Borges, 2005 a). Mas também e, sobre

tudo, uma possibilidade de incorporar um parque público para melhoramento da qualidade do ar (“pulmão urbano”), da qualidade de vida (“refazer forças… em lugares amenos e aprazíveis”), da saúde, e das relações sociais (Segawa, 1996)ii. Entre as localidades escolhidas pelo Congresso (Juiz de Fora, Várzea do Marçal, Barbacena, Paraúna e o arraial de Belo Horizonte), após acaloradas discussões, foi escolhido o antigo ‘Curral del Rey’ (Governo de Minas Gerais, Commissão d'Estudos das Localidades indicadas para a Nova Capital, 1893). A salubridade, a capacidade de abastecimento, as possibilidades de captação de agua, derivadas dos mananciais, e a facilidade da distribuição e de construção de redes de esgotos, dum suave relevo, e as paisagens das aguas existentes, foram fatores cruciais para a escolha da localidade. O arraial, entre córregos do Acaba Mundo e do Leitão (Borsagli, 2011)iii, apresentava uma fertilidade notável. A permeabilidade do solo favorecia o escoamento com seus leitos de pedra, cascalhos e areias. O arraial apresentava uma oportunidade de ligar o homem e a natureza numa utopia (Choay, 1992 (1ª ed. 1965)), numa “arcadia” ideal (Thoreau, 2001; Marsh, 1965 (1ª ed. 1862)) e saudável.

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Problemas políticos, financeiros, de tempo de execução, de logística, e de falta de materiais e mão de obra, atrasaram os trabalhos. Eles forçaram a execução parcial dos projetos previstos no plano sem as devidas garantias de qualidade e sem atingir os objetivos iniciais (Hoyuela Jayo, y otros, 2015 f; Mesquita, 2013; Mesquita, 2014; Hoyuela Jayo, y otros, 2015 b)iv. Figura 2 .- A georreferenciação da topografia original, dos lotes, edificações e caminhos de Curral del Rey, e os Planos de Aarão Reis e Saturnino de Brito, assim como o projeto de Paul Villon para o Parque original vão nos permitir visualizar as mudanças mesmo em 3D. Fonte: dados da PRODABEL, PBH, e elaboração própria a partir das plantas da CCNC do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte.

A

cidade

foi

inaugurada

oficialmente em dezembro de 1897

como

inacabada.

uma

Alguns

proposta elementos,

como a edificação (a forma arquitetônica),

não

foram

definidos nos planos da proposta inicial. Só os lotes e seus usos foram desenhados deixando a formulação final à vontade dos promotores e proprietários. O objetivo

inicial

desenhada

a

com

que

foi

cidade

foi

de

abrigar uma população de 200 mil

habitantes

com

abastecimento e esgoto. Aos pês da Serra do Curral o Arraial vai se transformar numa nova capital moderna e desenvolvida, na cidade de Belo Horizonte. O plano original da Cidade, denominado “Planta Geral da Cidade de Minas”, expressa o projeto urbanístico de Aarão Reis, na data de Março de 1895 (Governo de Minas Gerais, 1895), aplicando suas concepções de sociedade, de progresso e de civilização, bem como expressou os conhecimentos de urbanismo adquiridos pelo seu

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promotor, Aarão Reis, na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, e na sua prática profissional (Arruda, 2012 p. 107; Dourado, 2008 pp. 111-116). Muitas das soluções urbanísticas criadas por Aarão Reis remetiam formalmente ao urbanismo barroco (Arruda, 2012 p. 112), mas também ao positivismo, a “engenharia sanitária” (Águas Urbanas e Urbanismo na passagem do século XIX ao XX: o trabalho de Saturnino de Brito, 2013 p. 9). O tipo de zoneamento demonstra preocupação técnica,

racionalidade

é

progresso

social,

mas

acabou

promovendo

uma

hierarquização social e um usufruto diferenciado e altamente excludente do espaço citadino (Arruda, 2012 p. 113). A cidade nasceu de uma tradição onde a centralidade da paisagem urbana vai ser transferida do espaço do poder “real”, a residência da coroa, para o espaço cívico, a cidade dos cidadãos. O passo do espaço público como cenário do poder para a cidade como centro da vida pública e política (Espinha Baeta, 2013; Vasconcellos, 2004) será uma transferência que se sustentará no uso das praças, dos logradouros e fundamentalmente dos parques, cenários do encontro das classes emergentes. Esse movimento de apropriação nasce com a revolução francesa e estendesse nos jardins de Londres de John Nash, apropriados pela burguesia e alugados pela aristocracia, e no Paris de Hausmann e dos parques de Alphand (Alphand, y otros, 1867-1873). A relação da urbe planejada com o seu entorno e com a natureza nasce assim desde o primeiro traçado da cidade dividida em três áreas: urbana, suburbana e sítios. A superfície ocupada se dividia em uma área urbana, central, de uns 815.000 m2; outra suburbana de 24.930.803 m2; e os sítios com 17.474.619 m2 (Governo de Minas Gerais, 1895 pág. 59). No SIG, na projeção WGS84, os resultados são: Sítios: 21.783.094; Suburbana: 24.982.608; Urbana: 10.621.139 (m2). A análise pode observar-se nas imagens em baixo. Nos cálculos queda excluída a área de Meneses Lagoinha que ocupa 525.267,35 m2 e estaria situada em área Suburbana. A cidade de Belo Horizonte, a Nova Capital, foi pensada no contexto do Parks Movement e da construção do Central Park e dos parques de Paris. E, desde o inicio, como uma utopia “cidade jardim”, donde não só a cidade, mas também o cinturão rural foi pensado desde os primeiros croquis. A cidade tinha uma função monumental com função representativa, de ornamento e de riqueza, como suporte da memoria e como patrimônio coletivo (Choay, 2001; Choay, 1992 (1ª ed. 1965); Castriota, 2007 a). Começava o reconhecimento combinado de monumento histórico e natural que vai permear as legislações de fim do século XIX, e inicio do sec. XX nos EEUU, na Suiça (Constituição Federal Suiça de 1874), no Japão (Lei sobre a preservação de Sitios Históricos e Pitorescos e dos Monumentos Naturais de 1919), na França (Lei 02 Maio

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de 1930 de proteção dos monumentos naturais e sítios de valor artístico, histórico, científico, lendário ou pitoresco), e mesmo no Brasil anos mais tarde, a partir de 1934, na própria Constituição Federal (Scifoni, 2006 págs. 30-32; Castriota, 2007 b).

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Figura 3 .- Radiografia dos planos do Arraial e da proposta de Aarão Reis: Triangulação, Topografia, Equipamentos, Edificações, Paisagens, e Avenidas Sanitárias. Desde a unidade do conjunto, o projeto analisa as diferentes componentes previstas na metodologia. Fonte: http://www.mapahistoricodigitalbh.com.br/

Nos primeiros anos da capital, cinco colônias de imigrantes europeus e agricultores brasileiros, conformaram um cinturão verde, para produção de alimentos (Rodrigues de Aguiar, 2006 pág. 48). Foram ativadas fazendas como granjas produtivas, chamadas de “colônias agrícolas”, para produção de carne e outros produtos derivados (leite, queijos,…), como a do Cercadinhov, hoje casarão de Santa Luzia (Borsagli, 2012; Borsagli, 2011). Um corredor viário organizaria o transporte no redeador da área urbana da cidade isolando-a da área suburbana ou rural. Parques e praças identificaram a cidade enchendo de natureza os espaços centrais, no interior da área urbana, tais como o Parque Municipal com 60 Ha, o Jardim Zoológico, a Praça da Liberdade, o Mercado Municipal, e outras pequenas áreas. Já na área exterior seria proposto um grande hipódromo, hoje Academia da Policia Militar e o Cemitério, entre outros. As avenidas arborizadas converteriam o arraial numa “capital verde” através dos desenhos de Paul Villon (Dourado, 2008 pág. 113). Para a nova cidade o próprio Paul Villon vai definir uma proposta de arborização para as avenidas e um viveiro. O engenheiro considera 5500 exemplares de Lataniaborbónica, 3000 de Dillenia Speciosa, 1000 Pau d’Alho, 275 Orbinia Lydia, 100 Seminário Paisagens Arquitetônicas Contemporâneas Belo Horizonte, de 16 a 17 de dezembro.


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Ysolobium, 4000 Labral umbraculifera (Corypha umbraculifera), 4000 Palma Flexuosa (Mauritia flexuosa), y 2000 Martinezia Lindenea, chegando a um total de 19875 exemplares. Hoje o novo levantamento que esta sendo efetivado pela prefeitura considera mais de 3.0 Milhões de exemplares dentro da área urbanizada do município que sumam umas 180 espécies. Já o Parque tem mais de 230 espécies de árvores. Podemos confirmar que, mesmo com um importante manejo, e alteração das espécies, a cidade e o parque crescem em diversidade graças às aves, as borboletas (Soares, 2012), e outros animais e insetos; e crescem em diversidade de origem (plantas exóticas) pela chegada de mudas e plantações que durante todos esses anos estiveram acontecendo com as diferentes políticas de arborização (Hoyuela Jayo, 2015 d). Nichos ecológicos e hábitats de interesse foram criados dentro do Parque e hoje devem ser preservados e valorizados (Souza, 2009). Entre os rios da Nova capital, os córregos do Acaba Mundo, Serra e Leitão foram ignorados pela Comissão Construtora da Nova Capital (CCNC) e somente o ribeirão Arrudas permanecia com um traçado natural nos planos definitivos. Não obstante, a canalização só vai acontecer da maneira que foi projetada posteriormente, de forma intensiva, a partir dos anos 20 com o maior crescimento da cidade. A justificativa da ordem, do envelhecimento, e do controle das enchentes e da saúde (urbanismo sanitário) justificaram essas obras. A prioridade para a canalização foi o Ribeirão Arrudas cujas obras foram concluídas, no trecho urbano, somente em 1940 na administração JK (Borsagli, 2010). A agua que deveria ser um símbolo de vida transformou-se em esgoto e a impermeabilização dos solos contribuiu a aumentar as enchentes e obrigou a realização de importantes investimentos para a gestão e para a prevenção dos riscos associados (Borsagli, 2010). Já no âmbito do Parque Municipal vão se encontrar o córrego do Acaba Mundo e o ribeirão Arrudas. No desenho inicial esse “encontro das águas” vai ser fundamental para a idealização do Parque nas ideias do Paul Villón. A canalização dos cursos de água, a impermeabilização do solo, a diminuição da cobertura vegetal e das áreas de conexão com os aquíferos e o freático, e o desvio do seu leito natural, contribuem para o aumento da velocidade da água, sua vazão, e incrementam os problemas das enchentes nas áreas mais próximas da sua foz. A recuperação ambiental e possível e necessária, não só dos leitos dos rios, córregos, e canais, mas de todo o fundo de vale, entendido como elemento geomorfológico de máximo interesse e vulnerabilidade. A gestão municipal ia sentir-se impotente para fazer frente à lógica da produção do espaço numa cidade capitalista periférica.... (Barci Castriota, 2007)

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Se desenvolvendo contra a natura, se produz o aterro dos rios e córregos, a expansão não planificada, o adensamento, a ocupação das áreas livres, e a falta de espaço público, construindo áreas verdes como ilhas desconectadas. Fechando as portas para a natureza (a questão das grades, da ocupação do parque, e dos problemas de segurança,...) o parque vai perdendo espaço e possíveis conexões com as áreas rurais ou naturais do exterior da cidade.

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Figura 4 .- Modelo 3D com os planos de Aarão Reis e Curral del Rey. Elaboração própria sobre Google Earth dentro do projeto do Mapa Histórico Digital.

Essa conexão com a natureza é sua expressão são analisados por Cristiane Magalhães no artigo da sua tese titulado “Elementos Decorativos dos Jardins Brasileiros” (Magalhães, 2015). Nele descrive os elementos como grotas, cachoeiras e cascadas, chafarizes, gradis e portões, quiosques, etc… que são inseridos no modelo do Parque elaborado no projeto do Plano Diretor (Hoyuela Jayo, 2015 d). Mas como foi já falado, o plano não da atenção à integração ambiental ou ecológica dos rios ou córregos que são planejados para serem soterrados. Saturnino de Brito propõe uma alternativa mais respeitosa com os córregos que não será considerada. Saturnino desenhou um traçado alternativo para Belo Horizonte privilegiando critérios sanitários e criando avenidas que acompanhavam o trajeto dos rios. Na sua obra “Notes sur le trace sanitaire des villes”, publicada em Paris em 1916 (De Brito, 1943 (1ª ed. 1916)), ele demonstra como o traçado geométrico das cidades que não levam em consideração a hidrografia e a topografia da região causam enormes problemas. O autor liga esgotamento sanitário e à saúde dos rios da urbe. Nesse traçado alternativo

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propõe avenidas sanitárias nos fundos dos vales, acompanhando o traçado natural dos córregos. Os rios não receberiam o esgoto in natura produzido pela cidade porque haveria canalizações alternativas. Sua visão, como reconhece Monteiro de Andrade, irá muito além das considerações sanitaristas, pensando o artefato urbano como um complexo, desde uma perspectiva holística: “(Saturnino de Brito)… preconizava o planejamento como modo de assegurar uma dinâmica de desenvolvimento harmônico do crescimento das cidades. Não lhe bastava a execução de reformas localizadas, incorporando os princípios do urbanismo nascente aos antigos centros históricos, mas sim uma mudança da cidade como um todo, redefinindo o conjunto de sua estrutura urbana” (Monteiro de Andrade, 2012 págs. 7778)

Mesmo sendo uma crítica realizada a posteriori, para o autor, a planta de Saturnino demostra que os rios de Belo Horizonte poderiam ter outro destino. Integrados à vida urbana, por meio das avenidas sanitárias, eles não seriam um mero anexo da paisagem e contribuiriam ainda com a salubridade e a qualidade de vida. Não podemos dizer que a proposta de Saturnino teve uma motivação ambiental, pois todas as suas justificativas eram de caráter sanitário, mas, mesmo assim, não se pode negar que esse engenheiro foi um dos primeiros a defender outro destino para os córregos da cidade (Mesquita, 2014). Dessa forma, cultura e o meio ambiente dialogam desde a primeira fase de formação de Belo Horizonte. “... aquele pedaço de terreno rudemente cultivado, onde vicejavam laranjeiras, jabuticabeiras, coqueiros la mesmo plantados e a vegetação quase rastreira dos mandiocais, lavoura predileta dos habitantes do antigo arraial. Os aspetos desordenados da natureza a pouco a pouco... (para que) os acidentes ásperos do terreno se harmonizem em alamedas largas artisticamente coronadas...(por) tabuleiros de relva, lagos com aves, cascatas, repuxos, grutas, viveiros de plantas e de pássaros”. Memoria do Plano da Comissão Construtora da Nova Capital (Governo de Minas Gerais, 1895).

Saturnino será o defensor de uma nova paisagem, bela e sã, distinta daquela da cidade colonial, compartilhada e socializada (Hoyuela Jayo, y otros, 2007), associada com a recuperação e o reuso do espaço público. Também acredita na utopia e na integração da alma e do corpo da cidade. Seu plano será à base da nossa proposta que agrega outros valores derivados do paradigma da sustentabilidade, como a diversidade, a integração social, ou a gestão sustentável.

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3. Presente: o desenvolvimento do plano e o plano municipal como referencia da paisagem. Belo Horizonte já ocupa 331 km², muito acima dos 57 km² do primeiro plano da CCNC. Nos anos 70 a cidade em pleno processo de metropolização atinge um milhão e duzentos mil habitantes, atualmente o município superou os 2.5 Milhões e a área metropolitana 5.7 Milhões de habitantes, e ocupa uma superfície de 9468 km². Um município relativamente pequeno para o tamanho e a importância demográfica da área metropolitana que representa 40% da economia do estado e 25% da povoação. BH tem o 4º PIB entre os municípios brasileiros que representa um 1,4% do PIB brasileirovi o que a situa entre as 50 melhores cidades do mundovii. Nesse contexto queremos contribuir com uma proposta de desenvolvimento sustentável baseada no uso da paisagem, uma proposta que não comprometa o futuro e integre os sistemas naturais e culturais no desenho da cidade (Hoyuela Jayo, 2014 a), e seja mais participativa e integrada, desde uma leitura do passado, da historia e do patrimônio (Lüscher, 2011) sempre a través da paisagem (Lemos, 1998). Hoje esses dois conceitos, o desenvolvimento sustentável e a paisagem, serão fundamentais. Entendemos o desenvolvimento sustentável como aquele que permite satisfazer as necessidades das gerações atuais (qualidade de vida) sem comprometer as possibilidades de uso desses recursos no futuro. Um conceito baseado em dois pilares fundamentais, a proteção dos valores culturais e naturais do território (Roger, y otros, 2007), e o desenvolvimento de projetos que respeitem os limites e capacidades do território e inclusive agreguem valor melhorando a qualidade de vida. A Paisagem deve ser considerada como patrimônio coletivo, e integrada nos seus valores ecológicos, ambientais, estéticos, sociais, éticos, culturais, etc… sem esquecer seus valores económicos, seu passado, sua historia e suas pegadas no território (Associação Brasileira de Arquitetos da Paisagem, 2012). A paisagem se estabelece, na Carta da ABAP como um direito cidadão, uma necesidade que garantiza a sobrevivencia das cidades: Considerar o respeito à paisagem e o direito à paisagem como meios de garantia da cidadania e da própria sobrevivência das cidades (Associação Brasileira de Arquitetos da Paisagem, 2012).

O conceito da paisagem hoje é predominantemente visual e mediático, um objeto que se analisa e se descreve, mas não se integra nos processos de planejamento. Temos a intenção de defender a sua transformação em sujeito, em instrumento básico para o planejamento sustentável.

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Vivemos em um momento importantíssimo, tendendo a transformar a realidade, o meio ambiente, através da revisão dos instrumentos de planejamento territorial e urbano e a integração da paisagem especialmente aquelas de interesse cultural.

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Figura 5 .- Primeiros projetos de Paul Villon para o Parque Original e situação atual. Reconstrução 3D a partir dos planos originais da CCNC, do Paul Villon, e imagens do Parque do Campo da Acclamação, obra de Paul Villon de 1880. Fonte: Plano Diretor do Parque Municipal e Mapa Histórico Digital de Belo Horizonte (diretor, Antonio Hoyuela).

A tecnologia assim como os conceitos de espaço e sociedade, aplicadas nas formas urbanas e nas formas de viver e de se relacionar, estão mudando (Santos, 1994). Mas teremos as ferramentas necessárias para gerenciar essa mudança? Há ferramentas capazes de enfrentar este desafio? Pode ser o planejamento da paisagem um caminho rumo ao desenvolvimento sustentável? A análise da paisagem, o "julgamento territorial", que nos ajuda a compreender seu caráter, a entendê-lo como lugar, além de uma análise científica e racional, reflete a ideia de estilo, beleza e excelência. Uma ideia que em todas as épocas, é alterada, não apenas pela passagem do tempo ou pelas mudanças no espaço, ou "país" em que ocorre, mas, acima de tudo, pelas mudanças do ponto de vista da sociedade que o habita e a valoriza (Tojo Fariña, 2008). A análise e projeto da paisagem é um exercício de síntese, não de análise. O planejamento da paisagem deve ser um exercício de simplificação da complexidade, Seminário Paisagens Arquitetônicas Contemporâneas Belo Horizonte, de 16 a 17 de dezembro.


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um exercício de coerência, equilíbrio, participação social, inovação e consulta permanente. A paisagem é, necessariamente, um conceito complexo, holístico e dinâmico que tentamos integrar suas múltiplas dimensões (Battle i Durany, 2011; Hoyuela Jayo, 2008).

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Figura 6 .- Mapa de Utopia. Elaborado por TERYSOS do Brasil a partir dos planos de Aarão Reis, e Saturnino de Brito, com critérios atuais de sustentabilidade e com uma visão de um urbanismo mais ecológico baseado numa “infraestrutura verde”. Fonte: www.mapahistoricodigitalbh.com

A condição de movimento metafórico, incerteza, e complexidade contemporânea, devem encontrar um lugar no território na forma de uma proposta de síntese elaborada a partir da paisagem. A repartição dos limites tradicionais da cidade torna as estruturas e infraestruturas geográficas e ecológicas em elementos essenciais e característicos do território sobre o qual se constrói um lugar mais sustentável. Através da lógica territorial e da lógica histórica do local e dos grandes sistemas territoriais de transportes, energia, comunicações, verde e azul, e equipamentos pré-existentes criaremos a base sobre a qual se deve repensar a paisagem sem sacrificar a capacidade de expressão contemporânea das especificidades do nosso tempo criando “territórios inteligentes, ecológicos e inovadores” (De Las Rivas, y otros, 2004). A globalização mais do que nunca requer um compromisso com a resposta local à homogeneização e à concorrência global. O ordenamento do território deve escolher para trabalhar e jogar em todas as escalas, desde o satélite até a lupa, como proposto

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por Enric Battle (Battle i Durany, 2011). Nossas Paisagens estão descaracterizadas pela predominância da mobilidade universal, das comunicações intemporais e onipresentes, e pelos desafios energéticos e ambientais. Por isso nestas diferentes escalas deveremos trabalhar para moldar as paisagens culturais decorrentes da sociedade da informação (sociedade do conhecimento) e para integrar suas múltiplas dimensões. A paisagem deve recuperar sua base na lógica geográfica, ecológica, histórica e estética, a partir do conceito de lugar. Também deve se adaptar num contexto contemporâneo que atue como uma resposta ao esquecimento do lugar que atua fora do padrão topográfico, influenciado pela globalização e pela perda da identidade local (Casanovas Lopez, 2005), e derivado de uma sociedade da informação que propõe uma ruptura entre os conceitos de tempo e espaço, uma certa perda de identidade. A paisagem é um produto do tempo e muda com o ritmo, com os processos naturais, sociais e econômicos. Não é possível parar ou fixar a imagem da paisagem ou da cidade (Lynch, 1985). O Planejamento da paisagem orientada desde a perspectiva cultural deve ser um processo de constante revisão e estar em constante debate e contar com a participação pública prevista sob o paradigma do desenvolvimento sustentável desde o reconhecimento do lugar, do sitio (Lynch, 1980). Nessa ideia, a partir da análise da formação de Belo Horizonte e levando em consideração as questões de patrimônio cultural (Winte, 2007) e do meio ambiente queremos remarcar a importância do meio físico para os projetistas da cidade e a consolidação do verde como patrimônio ambiental, junto com a historia, a cultura e a arte. Entre a utopia, o modelo ideal, e a realidade, a proposta quer criar pontes entre os sonhos e as possibilidades reais, uma utopia possível.

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4. Futuro. Um plano diretor para o parque municipal como patrimônio cultural e ambiental e como paradigma. “Um projeto é sempre a explicitação de um futuro desejável. Aqui entra a forma concreta de se aproximar desta utopia necessária, o futuro” (Nogueira do Carmo, Novembro 2014)

O Parque é um referencial tanto simbólico como de uso para toda a população de Belo Horizonte e mesmo para a região metropolitana. Por isso, o Plano Diretor, tem que agir em todas as escalas de abrangência, seja em termos espaciais como temporais (Hoyuela Jayo, 2014 b), seja desde a perspectiva cultural ou ambiental, num horizonte de utopia e desde o paradigma do desenvolvimento sustentável. A partir do conceito de Parque Histórico Urbano definimos primeiramente os âmbitos espaciais e temporais de referência: na escala de bairro, o Parque (200 m2), na escala urbana o Parque Original (700 mil m2), e na escala metropolitana o território da cidade e seu entorno. Vamos tentar recompô-los através de uma releitura da paisagem histórica planejada, mas com instrumentos da paisagem contemporânea, num “contexto cambiante” (Castriota, 2007 b). A paleta inclui mudanças nos usos do solo e nos materiais, jardins verticais, parklets, depósitos de tormenta, políticas de arborização, ou revitalização do córrego Acaba Mundo e do ribeirão Arrudas. Voltaremos no tempo, no Plano Original, a través dos instrumentos que oferecem o paisagismo e especificamente a engenharia da paisagem (Sangalli, y otros, 2015; La Ingeniería Biológica y la restauración del Paisaje, 2005). O instrumento deve ser executável, transparente e sólido, mas também flexível, viável e eficiente. O Parque Municipal Américo Renê Giannetti já tinha suas funções e os seus valores culturais e ambientais definidos no desenho original (Schmidt, y otros, 1990). Apesar de sua dimensão físico-territorial ter sido reduzida ao longo da expansão da cidade, seus valores acrescentaram-se. Para criar um projeto de futuro, uma utopia, reconhecemos o Parque como um espaço com valor social, onde, por meio do recreio, propicia o encontro de todos os cidadãos; um espaço com valor ético e moral, onde são preservados códigos específicos de conduta coletiva é cidadania; um espaço que faz parte da história da arte e da cidade (Carlo Argan, 1993; Benjamin, 1994), da sua origem e da sua vida cotidiana, onde são guardados vestígios da natureza e as suas transformações ao longo dos tempos; um espaço com valor estético por contribuir na configuração física espacial da cidade por meio do contraste com o espaço edificado; é também um espaço com valor ecológico onde os sistemas naturais e artificiais convivem e permanecem para usufruto das futuras gerações através de conexões visíveis e invisíveis com outros sistemas ambientais.

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O Parque está localizado na parte central de Belo Horizonte, onde recebe direta e continuamente todos os impactos próprios dos espaços públicos: depredações, sobrecarga do uso público, e transformações cênicas constantes. Passou por várias reinvenções paisagísticas objetivando a sua adequação e ordenamento tentando acompanhar a dinâmica social da cidade (Cardoso Maciel, 2002). As questões atuais de ordem socioeconômicas e biofísicas demandam novas condutas para a sua gestão, para o uso público e para as reservas naturais (Matos, 2011). O Plano Diretor quer desenvolver o conceito da paisagem no século XXI como um guarda-chuva e um rumo em longo prazo que permita integrar as ações (Planos, Programas e Projetos) necessárias para desenvolver suas propostas (Hoyuela Jayo, y otros, 2015 b). A proposta deve também considerar as duas dimensões de qualquer projeto ou plano urbanístico, a ideia como ordenamento e a gestão como a garantia de viabilidade das propostas. Também as propostas devem ser inseridas em uma dimensão ecológica e de sustentabilidade, tomando conta das diferentes dimensões, social, económica, e ambiental. Também da dimensão perceptiva, as “vivencias”, situações de choque, que se superpõem nesse espaço e criam tempos diferentes (Castriota, 2012). Para isso escolhemos dois argumentos: centralidade e diversidade (Carmo, 2014). O somatório das dimensões temporais e espaciais do Parque o caracteriza como uma centralidade. Em termos físicos e funcionais, esta centralidade é integrada tanto pelo Parque em si como pelos elementos urbanos situados em seu entorno – a Avenida Afonso Pena, a região contígua do bairro Floresta, o corredor Arrudas, é a Área Hospitalar – que necessariamente devem ser considerados como formando um conjunto orientador do Plano, no sentido de garantir a eficácia das ações propostas. Ressalte-se que este conjunto corresponde, aproximadamente, ao espaço ocupado pelo Parque Original de Aarão Reisviii, o que implica na possibilidade de potencializar a dimensão histórica, hoje pouco presente no imaginário da população que utiliza o espaço, e projetar o desejo de mudança e integração desse espaço em várias dimensões, tempos e experiências (Castriota, 2012). Uma priorização que deve acontecer juntando no espaço, no tempo, e nos objetivos e fins, aquelas ações que são complementares. O papel de síntese e referencial do Plano Diretor exige abranger as dimensões da cultura, da história, do meio ambiente, do lazer, do paisagismo e da afetividade de forma simultânea. Trabalhar desde perspectivas diferentes para garantir a sustentabilidade. Tratar de forma integrada e hierárquica significa tornar as ações mais econômicas, eficientes e eficazes, mas significa também fomentar a diversidade como valor e como objetivo.

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Basicamente, para melhor compreensão, essas propostas foram definidas nas três escalas: o Parque Hoje, o Plano Original (AAREI) e as propostas de escala urbana ou metropolitana (CIDADE). O Parque Original foi dividido em cinco grandes áreas que são: a Área Hospitalar, o Supermercado Extra e entorno, e a Avenida dos Andradas, a Ferrovia, e a Floresta. Cada uma delas divide-se igualmente em outros pequenos setores que permitem identificar as atuações e as diretrizes que deverão ser incluídas nos instrumentos urbanísticos e nos planos de desenvolvimento. O Plano tenta responder a esses desafios culturais e ecológicos desde a perspectiva do século XXI (ONU-Habitat, 2015). Essas respostas devem envolver a proteção dos valores ambientais e culturais, matérias e imateriais, mas também a integração de propostas inovadoras de desenvolvimento, sempre dentro dum processo participativo, colaborativo e compartilhado (Hoyuela Jayo, 2014 c). Mesmo reconhecendo a condição de “natureza expurea”, o Paisagismo Ecoeficiente leva em consideração a cultura e a história, mas tambem a fauna, a diversidade da flora e da arborização, a qualidade das águas, do ar e dos solos, sempre desde uma perspetiva sistêmica

(Castriota, 2007 a). Sua referência, mais uma vez, está no

paisagismo francês, dessa vez nas obras contemaporaneas de Gilles Clement. Mas o holismo ja aparece nas obras de Burle Marx (especialmente nas obras conjuntas com Melo Barreto), de James Corner (High Line), Helen Dillon, Piet Oudolf (Hauser&Wirth, Serpentine Gallery,…), Marta Schwartz (Marina Linear Park, Beirut Waterfront,…) e outros paisajistas contemporaneos, no exterior e no Brasil (Macedo Soares, 2003). Na obra deles, o desenho integra a preocupacao pela beleza, pelo compromiso social e ambiental, pela saude, e pela vitalidade das paisagens. A implantação de modelos de paisagismo ecológico que integrem a dimensão verde (lazer, esporte, pedestres) com a dimensão ecológica (flora diversa, habitats) torna-se uma prioridade. O aumento da arborização deverá ser objeto de um projeto específico dentro do plano de manejo a ser desenvolvido. Esse Plano estabelecerá as espécies e as condições de plantação baseado nos objetivos do Plano. Aproveitará o futuro viveiro como centro para criação de mudas e de experimentação. Serão prioritários para essas intervenções de regeneração os princípios de biodiversidade e de integração cultural e social, a melhora e reforço dos hábitats caraterísticos da região (podem ser considerados os do Parque até a disposição de estudos mais detalhados), a traves do uso das mudas e das plantas adequadas. O Plano considera um método já consolidado no planejamento. Começa pela definição das estruturas, conceitos e objetivos, para continuar pelas diretrizes gerais (por temas) e particulares (por âmbitos ou lugares). Só depois propõe diretrizes e sistemas de

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gestão e monitoramento (como a IDE), e um anexo com propostas setoriais, urbanísticas e territoriais (metropolitanas) que vão permitir inseri-lo nas OUC em andamento, no PDU, e no Plano Metropolitano (Hoyuela Jayo, 2015 d). As diretrizes gerais têm uma aplicação horizontal, sem áreas ou espaços concretos onde serem aplicadas. O principal objetivo dessas diretrizes e aportar uma visão transversal e transdisciplinar na gestão do patrimônio, das edificações e das atividades. Essa visão inclui o meio ambiente, o patrimônio cultural, a paisagem, as infraestruturas ou a arquitetura (edificações e suas condições de execução). Entre elas, um bom exemplo são as propostas das melhorias da gestão da água. O Plano propõe começar pela proteção das nascentes (Hemominas), assim como pela restruturação da gestão das águas (irrigação, depósitos, recuperação das aguas pluviais,…). A proteção da área de recarga do aquífero das nascentes da área hospitalar não pode ignorar as ligações desse projeto com a gestão dos poços artesianos nem com os usos do atual estacionamento da área. Ações nesse sentido confluem para melhoras nas áreas de saúde, meio ambiente e qualidade de vida. Por outro lado, as diretrizes particulares são intervenções de caráter arquitetônico, urbanístico ou paisagístico dentro de âmbitos homogêneos delimitados no Plano. Elas pretendem responder a necessidade de flexibilidade integrando as propostas desde uma visão mais ampla do território urbano (Castriota, 2007 b). Um exemplo seria a proposta de zoneamento baseada nos dois pilares, preservação e inovação, proteção dos valores e procura da viabilidade na gestão (integração com a OUC e com o FURB). A proposta apoia-se nas leis 9.985/2000, no Estatuto da Cidade (Presidência da República, 2001), no PDU (de Belo Horizonte), no Plano Metropolitano, nas propostas da OUC, e também em seus objetivos específicos, derivados de uma pesquisa científica, técnica e participativa. Dessa forma o plano propõe um ordenamento baseado em quatro grandes grupos: Zonas de Interesse Ecológico, Natural ou Ambiental; Zonas de Uso Extensivo (gramados, canteiros de plantas ornamentais) orientadas fundamentalmente ao descanso e o lazer; Zonas de Uso Intensivo (praças, largos, vias) orientadas a cultura, saúde, esporte e lazer; e Zonas Especiais para Administração e Equipamentos de Interesse Público (Dussart, 1977; Presidência da República, 2000).

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Figura 7 .- O Parque Municipal e as propostas de Zoneamento (diretrizes particulares) e diretrizes gerais de infraestruturas do PD PM ARG. Fonte: Plano Diretor, Antonio Hoyuela.

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Entre as diretrizes particulares existem grupos de ações sobre viários, equipamentos, sinalização e informação, ambientes (praças, largos, alamedas, gramados...), ações sobre o meio ambiente (hidrologia, ecossistemas, habitats, biomas,...) e finalmente intervenções nos canteiros e na paisagem (arvores e plantas ornamentais). O viveiro no Bosque da Amizade deverá se transformar no coração do Parque, centro produtor de mudas, de pesquisa, e área para a educação ambiental e cultural. No entorno imediato do Palácio das Artes estão previstas obras de reintegração como parte da revitalização do traçado do córrego Acaba Mundo e do ribeirão Arrudas. O Plano Diretor inclui propostas de modelos de ocupação do solo a serem desenvolvidas nos instrumentos urbanísticos (PDU, Nova BH, Plano Diretor da Área Hospitalar,...) que permitam a integração das residências, indústrias e equipamentos. Também estão previstos novos equipamentos culturais (quadra da Serraria como grande equipamento cultural, uma feira agroecológica, ou equipamentos para promoção cultural na Floresta), a redução do transito, e novas tipologias que liberem ou façam mais “verdes e arborizadas” as plantas baixas das quadras. Considera prioritária a integração do Parque com a cidade, com a Serra e com o Parque das Mangabeiras através da Avenida Afonso Pena, e com o sistema verde através de conexões verdes (passarelas, vias pedestres e ciclo viárias) e ecológicas dos Andradas, e das avenidas verdes. Conexões com o sistema de Parques e arborização da cidade (Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, 2005), malha verde e azul (RMBH, 2014), com o sistema hidrológico (UFMG, 1995) e com as infraestruturas de transporte contribuíram superpõem-se no Plano Diretor. Também se incluem a construção de duas passarelas sobre a ferrovia e sobre o Arrudas, no fim da Rua Itambé (ligando com a área hospitalar), e na rua Aquiles Lobo (ligando Floresta diretamente com o Parque e com o quarteirão da Serraria). Para a efetivação do Plano, as diretrizes principais vão ser incluídas em um “Perímetro Urbano de Proteção” e numa das “Áreas de Diretrizes Especiais” através da modificação das existentes ou da criação de uma específica. Acompanhando os modelos propostos na OUC Antônio Carlos, o Plano Diretor propõe diretrizes para a integração dos quarteirões do Parque Original. Essas diretrizes deverão ser desenvolvidas através de operações urbanas e dos instrumentos urbanísticos previstos no Estatuto da Cidade. Novas praças e espaços livres são previstos na ideia de incrementar o verde na região. O Ordenamento e a Gestão aproveitaram as ferramentas existentes (ambientais, patrimoniais, urbanísticas e até territoriais) até do ponto de vista financeiro (fundo

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urbano da OUC, p.e.). O desenvolvimento do Plano se estrutura em três níveis, o primeiro, em curto prazo factível (2015-2020), o segundo, a meio prazo, a consolidação (2030), o terceiro, ao qual não renunciamos, é o de a utopia (2050).

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Figura 8 .- Diretrizes gerais de infraestruturas do PD PM ARG. Ações originais no Parque (área fora do Parque). Área 1: Área hospitalar: A1.1 "Jardim da Saúde" área verde de descanso, para a saúde e a recarga ecológica das fontes do parque, A1.2 Conexão entre a Avenida Ezequiel Dias (Parque) e o jardim da saúde, A.1.3. Coberturas e fachadas verdes na área hospitalar (eficiência energética e verde); Área 2: Quadra do Supermercado Extra: A2.1 Estacionamento entre 3000 e 4000 veículos (cobertura verde e espaço público), A2.2 Operação de usos mistos, estacionamentos e nova centralidade, A2.3 Novos jardins, praças e telhados verdes transitáveis, A2.4 Coberturas e telhados verdes, jardins verticais e energias renováveis; Área 3: Quadra da Cultura do Estado: A3.1 Abertura da Praça da Cultura de Minas Gerais, A3.2 Redesenho da sede da Rádio Bandeirantes e TV Minas, A3.3 Cine LED ao ar livre, área de exposições, eventos e exibições, A3.4 Administração cultural na área norte dos trilhos da ferrovia, A3.5 Nova sede do Centro Mazagão estudos teatrais; Área 4: Quadras de Andradas – Ferrovia: A4.1 Aplicação das ordenanças de quadra - aberta com construções sobre pilotis e novas áreas públicas (praças e jardins), A4.2 Duas passarelas: rua Itambé - Área hospitalar e da rua Aquiles Lobo – Parque; Área 5: Bairro de Floresta: A5.1 Parklets, áreas verdes e de reforço da floresta, A5.2 EPIC Espaço Inovação e Promoção Cultural, A5.3 Feira Agroecológica, A5.4 Novos espaços livres entre a CEMIG e Itambé e a Ferrovia.Parque Municipal. P1. Revitalização Rio Acaba Mundo: a. Trecho inicial: jardim de borboletas – naturalização, b. Trecho central do parque aquático, c. Trecho final de caráter ecológico, macrófitas, saneamento, d. Arrudas rio recuperação; P2. Transferência do Viveiro Municipal para a área da Floresta da Amizade como novo "coração do parque"; P3. Novo Espaço Multiuso (desenhado por Gustavo Penna); P4. Centro Operacional (autoria Marieta Cardoso); P5. Conexão verde: passarela entre Avenida Alfonso Pena e Espaço Multiuso: "o parque de cima", uma nova perspectiva ecológica; P6. Museu - jardim ao ar livre: Arte e Natureza; P7. Reabilitação do Palácio das Artes, no contexto do Plano Diretor da Fundação Clóvis Salgado e Serraria; P8. Restauração e recuperação do mercado das flores para uso de café em frente ao Coreto.

A seção dedicada à gestão traz contribuições e propostas específicas para os instrumentos de regulamentação do Plano Diretor. Inclui uma proposta de princípios, normas e incentivos, e uma compilação de órgãos de gestão existentes e propostos e suas responsabilidades. A Infraestrutura de Dados Espaciais têm como objetivo Seminário Paisagens Arquitetônicas Contemporâneas Belo Horizonte, de 16 a 17 de dezembro.


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colocar a disposição dos usuários, através de Internet, informação georreferenciada sobre aspectos socioeconômicos, ambientais, culturais, paisagísticos, territoriais e de governança que permitam acompanhar e avaliar a sustentabilidade dos modelos. A IDE facilita a exploração, a difusão dos dados, a integração, a análise, e a inclusão da mapas percepção (mapeamento de informação das redes sociais) baseado no uso informação cartográfica básica e temática produzida pelos organismos responsáveis da gestão do território num cenário de interoperabilidade e colaboração real. O projeto constitui uma oportunidade para a PBH de inovar no campo da gestão da informação e indicadores de sustentabilidade e gestão ambiental no contexto da IDE Local (BHMap) e da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais INDE do Brasil e da IDE Regional em andamento (Geominas). A ideia proposta e cumprir os Standards internacionais na parte do hardware, software e geodados, para que a informação e serviços que proporciona estejam disponíveis, estandardizados e possam ser analisados, geridos e explorados por qualquer usuário em qualquer lugar do mundo. Por tanto, em decisões que atingem na área de ordenação do espaço e do território, as IDE fomentam a participação pública, favorecendo o diálogo, aproximando a sociedade civil e o governo. Igualmente promovem a colaboração e a cooperação entre diferentes atores e administrações públicas, nos diferentes níveis, ao requerer uma reorganização e redistribuição da produção cartográfica. Respondem assim ao mandato do Estatuto da Cidade que exige: “estimular a mudança para o desenvolvimento sustentável, proporcionando à sociedade uma informação relevante e fidelizada” (Presidência da República, 2001)

Para construir a infraestrutura de dados espaciais, utilizamos as camadas fundamentais: propriedade e estrutura dos quarteirões e canteiros, com plantas baixas, meias (arvores pequenos), e arborização (meio, grande e muito grande porte); infraestruturas de iluminação e energia elétrica, esgoto, agua e irrigação; terreno (solos, topografia, modelos digitais de elevações), sinalização e a informação do Parque; prédios e construções; fauna e flora (habitats, canteiros, árvores,), etc… a partir do conhecimento das árvores e plantas e seus valores ecológicos, econômicos e sociais (Lorenzi, 1995 a; 2002 a; 1995 b; 2002 b; 2003) reconhecidos e consolidados no parque municipal (Brasil Filho, y otros, 2011).

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5. Conclusões. A nossa proposta propõe um modelo de interpretação do plano original da cidade, que chamamos de utopia, e uma proposta concreta de integração do parque municipal através do Plano Diretor. A partir da análise das áreas verdes previstas nos projetos da nova capital de Aarão Reis e de Saturnino de Brito, bem como os planos de arborização e jardinagem, repensamos e redesenhamos a paisagem contemporânea. Sem esquecer os usos nem as edificações existentes, e levando em consideração uma analise das influencias históricas que influenciaram os diferentes planos e propostas, vamos propor e concretizar esses dois modelos ou visões inovadoras da cidade.

Mediante uma análise mais aprofundada do Parque Municipal, de seus projetos e mudanças ao longo dos anos (Cardoso Maciel, 2002; Schmidt, y otros, 1992; Schmidt, y otros, 1990), bem como das suas dimensões ambientais, culturais e sociais, o estudo pretende explicar a dimensão holística e o papel fundamental do parque como “coração” da cidade. Um modelo que poderia servir de base para um replanejamento não só dos espaços livres, mas da cidade como um todo, a través de uma arqueologia da paisagem e do desenvolvimento sustentável, que nos permita repensar a paisagem contemporânea de Belo Horizonte, desde a ecologia e desde a inovação.

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6. Índices 6.1.

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6.2.

Índice de figuras.

Figura 1 .- Planta do Arraial, o Curral del Rey, do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte e radiografia do Curral del Rey e do mapa de Aarão Reis. Fonte: Mapa Histórico Digital de BH (A. Hoyuela)................................................................................................................................... 2 Figura 2 .- A georreferenciação da topografia original, dos lotes, edificações e caminhos de Curral del Rey, e os Planos de Aarão Reis e Saturnino de Brito, assim como o projeto de Paul Villon para o Parque original vão nos permitir visualizar as mudanças mesmo em 3D. Fonte: dados da PRODABEL, PBH, e elaboração própria a partir das plantas da CCNC do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte. .......................................................................................... 5 Figura 3 .- Radiografia dos planos do Arraial e da proposta de Aarão Reis: Triangulação, Topografia, Equipamentos, Edificações, Paisagens, e Avenidas Sanitárias. Desde a unidade do conjunto, o projeto analisa as diferentes componentes previstas na metodologia. Fonte: http://www.mapahistoricodigitalbh.com.br/ .................................................................................... 7 Figura 4 .- Modelo 3D com os planos de Aarão Reis e Curral del Rey. Elaboração própria sobre Google Earth dentro do projeto do Mapa Histórico Digital. ........................................................... 9 Figura 5 .- Primeiros projetos de Paul Villon para o Parque Original e situação atual. Reconstrução 3D a partir dos planos originais da CCNC, do Paul Villon, e imagens do Parque do Campo da Acclamação, obra de Paul Villon de 1880. Fonte: Plano Diretor do Parque Municipal e Mapa Histórico Digital de Belo Horizonte (diretor, Antonio Hoyuela). ..................... 12 Figura 6 .- Mapa de Utopia. Elaborado por TERYSOS do Brasil a partir dos planos de Aarão Reis, e Saturnino de Brito, com critérios atuais de sustentabilidade e com uma visão de um urbanismo mais ecológico baseado numa “infraestrutura verde”. Fonte: www.mapahistoricodigitalbh.com ................................................................................................ 13

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Figura 7 .- O Parque Municipal e as propostas de Zoneamento (diretrizes particulares) e diretrizes gerais de infraestruturas do PD PM ARG. Fonte: Plano Diretor, Antonio Hoyuela. ... 19 Figura 8 .- Diretrizes gerais de infraestruturas do PD PM ARG. Ações originais no Parque (área fora do Parque). Área 1: Área hospitalar: A1.1 "Jardim da Saúde" área verde de descanso, para a saúde e a recarga ecológica das fontes do parque, A1.2 Conexão entre a Avenida Ezequiel Dias (Parque) e o jardim da saúde, A.1.3. Coberturas e fachadas verdes na área hospitalar (eficiência energética e verde); Área 2: Quadra do Supermercado Extra: A2.1 Estacionamento entre 3000 e 4000 veículos (cobertura verde e espaço público), A2.2 Operação de usos mistos, estacionamentos e nova centralidade, A2.3 Novos jardins, praças e telhados verdes transitáveis, A2.4 Coberturas e telhados verdes, jardins verticais e energias renováveis; Área 3: Quadra da Cultura do Estado: A3.1 Abertura da Praça da Cultura de Minas Gerais, A3.2 Redesenho da sede da Rádio Bandeirantes e TV Minas, A3.3 Cine LED ao ar livre, área de exposições, eventos e exibições, A3.4 Administração cultural na área norte dos trilhos da ferrovia, A3.5 Nova sede do Centro Mazagão estudos teatrais; Área 4: Quadras de Andradas – Ferrovia: A4.1 Aplicação das ordenanças de quadra - aberta com construções sobre pilotis e novas áreas públicas (praças e jardins), A4.2 Duas passarelas: rua Itambé - Área hospitalar e da rua Aquiles Lobo – Parque; Área 5: Bairro de Floresta: A5.1 Parklets, áreas verdes e de reforço da floresta, A5.2 EPIC Espaço Inovação e Promoção Cultural, A5.3 Feira Agroecológica, A5.4 Novos espaços livres entre a CEMIG e Itambé e a Ferrovia.Parque Municipal. P1. Revitalização Rio Acaba Mundo: a. Trecho inicial: jardim de borboletas – naturalização, b. Trecho central do parque aquático, c. Trecho final de caráter ecológico, macrófitas, saneamento, d. Arrudas rio recuperação; P2. Transferência do Viveiro Municipal para a área da Floresta da Amizade como novo "coração do parque"; P3. Novo Espaço Multiuso (desenhado por Gustavo Penna); P4. Centro Operacional (autoria Marieta Cardoso); P5. Conexão verde: passarela entre Avenida Alfonso Pena e Espaço Multiuso: "o parque de cima", uma nova perspectiva ecológica; P6. Museu - jardim ao ar livre: Arte e Natureza; P7. Reabilitação do Palácio das Artes, no contexto do Plano Diretor da Fundação Clóvis Salgado e Serraria; P8. Restauração e recuperação do mercado das flores para uso de café em frente ao Coreto. ......................................................................................................................................... 21

6.3.

Notas

i

Uma interessante reflexão sobre o papel e as ligações entre Francia (e Europa) e o Brasil no século XIX da mão das obras de paisagistas como Jean Batitste Binot, Grandjean de Montigny, Pierre Pézérat, ou também outros europeios como Ludwin Riedel, Jhon Tyndale ou João Dierberger. ii Hugo Segawa planteia vários temas de interesse, como o jardim como metonímia da natureza, a transformação da praça em jardim (apropriação pública), na transformação da cidade da monarquia na cidade dos cidadãos, no passo do Éden Americano para o Salubrismo e o Sanitarismo e, hoje, para o desenvolvimento sustentável. iii Borsagli faz uma interessante analise através da cartografia e dos relatórios da CCNC. iv Yuri Mesquita trabalha os planos da comissão construtora na sua tese v O debate entre Cercadinho ou Fazenda de Illidio Ferreira da Luz tem sido levantado no projeto de nossa autoria para a reabilitação do próprio Casarão disponível na Diretoria de Patrimônio da FMC, PBH, a partir dum texto de Alessandro Borsagli titulado: “A Fazendinha do Aglomerado Santa Lúcia: o "rural" na região centro sul de Belo Horizonte”, no blog do Curral del Rey. vi Fonte: Plano Metropolitano de Belo Horizonte: http://www.rmbh.org.br/ (consultado em dezembro de 2015). vii Portal Terra. "Belo Horizonte, a grande roça mineira":. Consultado em 1 de fevereiro de 2016. viii A denominação que utilizaremos no texto será justamente essa: “Plano Original” ou “Plano de Aarão Reis” de aqui em diante.

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