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Alinhamento conceitual: patrimônio cultural, paisagem, território e sistemas

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Notas

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“A proteção de paisagens culturais pode contribuir para técnicas modernas de uso sustentável e o desenvolvimento da terra, ao mesmo tempo conservando ou melhorando os valores naturais da paisagem... Esta busca por compreender, de forma associada, as dimensões materiais, imateriais, culturais e naturais dos patrimônios, mesmo focada nos ambientes rurais ou periurbanas, tem exigido uma abordagem integrada de gestão e a participação das comunidades locais, tornando-as agentes imprescindíveis à preservação” (Bello Figueiredo, O Patrimônio e as Paisagens: novos conceitos para velhas concepções?, 2013, pág. 107)

Valores, atributos e caraterísticas dos bens devem ser pensados para aproximar o patrimônio cultural aos cidadãos e aos gestores. É a partir deles que devemos fomentar a pactuacão das políticas orientadas a sua preservação, conservando-os e requalificando-os. Os entornos definem o patrimônio cultural a través da paisagem e agregam elementos fundamentais para a construção dos sistemas territoriais, e, com eles, dos diversos territórios e identidades. As paisagens são os elementos definidores da ambiência, do caráter do lugar. Por isso, a adequada integração das paisagens garante a sustentabilidade do modelo a serem aplicado para a conservação dos valores e para sua requalificação.

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Tentaremos concretizar os instrumentos, estratégias, e metodologias para as novas abordagens paisagísticas e territoriais e para a normatização e gestão do Patrimônio Cultural. Partiremos da experiencia desenvolvida junto ao DEPAM no Rio de Janeiro. Para isso vamos desenvolver quatro conceitos fundamentais, o patrimônio cultural; a paisagem e os elementos, ecossistemas e processos “culturais” associados; o território e seus sistemas territoriais, patrimoniais ou complementares; e as narrativas como elementos integradores que integram história, arte, técnica e cultura com o espaço.

Queremos propor uma visão mais ampla do conceito de patrimônio cultural que integre o conceito de lugar, de ‘genius loci’, e de paisagem. Um conceito que vai além dos valores materiais e imateriais e dos processos culturais e naturais, integrando a percepção e a participação dentro dessas leituras. Essa visão de síntese nos apoia na hora de ordenar e planejar nossas cidades e nossos territórios desde a perspectiva e o paradigma da sustentabilidade. Mesmo nos espaços donde o valor cultural seja primordial, para seu reconhecimento como paisagem cultural, também devemos integrar as suas outras múltiplas dimensões económicas, sociais e ambientais. Processos mais integrados de participação e percepção tem que acompanhar essas propostas vinculando o planejamento com movimentos sociais, com ecossistemas e hábitats locais, com os processos econômicos e com a consciência e a identidade do “lugar”.

Na gestão compartilhada de bens culturais protegidos, nos diversos âmbitos ou esferas de governo, temos que refletir sobre o caráter da paisagem contemporânea, é do conceito de paisagem cultural (IPHAN, COPEDOC, 2008). Devemos faze-o seja desde a perspectiva específica do patrimônio cultural, e sua evolução para modelos mais sustentáveis e contemporâneos (Castriota, 2007; Hoyuela Jayo, A paisagem como instrumento para um planejamento sustentável: uma visão dialética entre Europa e o

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