uma publicação mutante
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Brasil. Para muitos, tudo começa com um golpe. Mas a urgência confunde. O início é anterior, comprova o calendário. Uma gradual ação de confrontamento e desmonte, agora assumida em forma de objetiva destruição política de instituições e desvalorização dos artistas e da cultura. Não é estrita a uma expressão, nem a alguém. É contra todos que proponham aceitação às diferenças, aproximações entre lados distantes, reflexões críticas, aberturas a novas percepções, ampliações de vocabulários simbólicos. É sobre a dimensão da Cultura na construção da liberdade, diversidade, sociabilidade e humanização. Esse especial ainda está em construção. Dia-a-dia levantamos cada caso, acontecimento, ação, contra-ação, reações, através dos dados oficiais, jornais, envolvidos. A coleção, infelizmente, só tende a aumentar. Serve essa publicação, portanto, como alerta e memória, pois acreditamos ser fundamental nos mantermos atentos. Leia, releia, perceba, entenda, estude, converse sobre, investigue, some, ligue os pontos. Somente conscientes iremos além dos riscos e seguiremos adiante em estado de ação e criativamente capazes de descobrir respostas e saídas. Acima de tudo, artistas são seres criativos. Então criemos. Na Arte é quando somos mais inesperados e impossíveis de controlar.
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arte não arte não arte não
arte
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serve a nada se enquadra a nada ĂŠ obrigada a nada
traz Ă tona antro+ X
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em ? qu 6
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realização
especial produzido por
Ana Carolina Marinho Márcio Tito Maria Teresa Cruz Patrícia Cividanes Ruy Filho
aqui anonimato não tem vez. quem tem voz, tem também nome e é sempre bem-vindo
ANTRO POSITIVO é uma publicação digital, com acesso livre, voltada às discussões sobre cênicas, arte e política cultural.
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O que estรก acontecendo ? por ruy filho
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ão me parece, em nenhum momento, que a indignação sobre a performance no MAM seja por falta de informações e conhecimentos em arte. Ninguém que aja motiva-
do por isso atravessaria uma cidade como São Paulo, nada fácil de se locomover, e iria ao museu bater no rosto de uma mulher. O que pode ser sim uma deformação induzida sob o argumento de pedofilia (que nunca existiu na performance, nem nada próximo), traz contorno mais confusos quando quem bateu fora também uma mulher. O que me faz pensar sobre o quanto essas pessoas não aceitam a pedofilia e sim a agressão às mulheres. Não é estranho, se percebido ser o porta voz do dia um homem que, em rede nacional, se divertiu contando sua aventura quando estuprou e sufocou uma mãe de santo até o desmaio, correndo sim o risco de perder o controle na ação e causa-lhe danos irreversíveis ou morte. Nada disso incomoda as que lhes seguiram pelo Ibirapuera, nem mesmo as senhoras, como sendo um verdadeiro homem santo rumo à expurgação dos pecadores. Estavam lá os que se nomeavam médicos, professores e entendidos em geral e, usando aqui de seus próprios argumentos, quem age dessa forma, violentamente sobre o outro, quem se utiliza do sexo para se impor ao outro, não o faz uma única vez. Estranhamente o estupro confesso não foi levado ao Ministério Público.
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deformação induzida não diz respeito à performance. Esta foi apenas um acaso oportuno. Muitas dessas pessoas nunca estiveram em museus, não frequentam
teatros, duvido que leiam sobre, e é a partir dessa ignorância
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assumida (as pesquisas mais recentes revelam percentuais impressionantes dos não frequentadores de espaços culturais, que confirmam não terem interesse mesmo havendo oportunidades), que alguns se apropriam de seus imaginários para construir por eles discursos de ódios e revoltas. O que parece ser genuíno, não o é. A situação do Brasil expos toda a classe política e boa parte da elite empresarial como a mais corruptas entre mais de 180 países. É preciso moralizar as escolhas e determinar limitem, insistem. No entanto, aqueles autoproclamados corretos ao ofício, os reais líderes desses movimentos, são, tanto quanto os políticos, investigados por fraudes, irregularidades e crimes financeiros. É para lhes trazer mais riqueza e sustentar suas corrupções que serve essa massa disforme induzida ao ódio. Assim, a luta contra a corrupção tem sido utilizada por alguns para validar corrupções ainda mais escondidas. Qual será a condição psicológica dessas pessoas, quando se perceberem manobra dessas lideranças: revolta ou depressão? Estou certo, descobriremos em breve, mais cedo do que imaginam. Afinal, a perda de controle de um lado, descontrolou também o outro, e as coisas começam a vir à tona.
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por que essas pessoas serem incapazes de se livrar de líderes duvidosos, aproveitadores oportunistas e intelectuais de fachada é simples: Educação. Já no final do
governo FHC e depois no primeiro de Lula, institutos identificavam o paradoxo fundamental: ao tempo em que crescia exponencialmente a presença de crianças e jovens em sala de aula e caminhava-se para diminuição do analfabetismo, surgiam gerações de analfabetos funcionais incapazes de compreender estruturas mais complexas de pensamentos, de identificar, traduzir e ressignficar linguagens, de relacionar e comparar informações. O
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projeto de deseducação pós-ditadura, que previa a banalização da escola como comércio, depois a submissão do estudante aos contextos tecnicistas - quais independiam de maior amplitude à formação -, chega ao seu máximo hoje, ao assumir o ensino religioso como presença formativa às crianças e o que cabe na manipulação do argumento da urgência de uma escola sem partido - ou seja, sem pensamento ideológico. Nada diferente do já feito pelos jesuítas aos índios; só que pelas bocas de algumas correntes neopentecostais. Algumas, pois não são todas, mas sobretudo aquelas cujas figuras públicas alcançaram destaque promovendo exatamente discursos de ódio e intolerância por depoimentos e ações apelativas e patéticas.
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or estar no cerne dos dilemas recentes proibições em forma de censura, há que compreendermos a dimensão do caos pretendido, pois não se trata de dar contornos, limi-
tes ou moralizar, por mais que a massa creia nessa falácia. Destruiu-se diversos setores da nossa sociedade nas últimas décadas. Diariamente somos submetidos a desconfiar de instituições e a detestá-las. E foi pela deformação, através da introdução sistemática de corrupções, que essas sucumbiram ao desprezo público. Assim, todo policial é um monstro, todo político é corrupto, todo professor é vendido, toda a justiça é manipulada, toda a imprensa é má. Em outras palavras, passamos a descrer das reais possibilidades de estarmos seguros e protegidos, o que nos exige agir por conta própria; dos instrumentos de representação, o que nos impõe desconsiderar a presença de qualquer outro; das formações intelectuais a partir de parâmetros plurais, o que nos obriga a definir o que ensinar para controlar o pensamento distinto; das respostas do Estado, levando-nos a desconsiderar a
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utilidade das leis e regras de convívio como postas; de serem as informações plausíveis, produzindo uma massa de discordantes eternos até mesmo dos fatos mais óbvios. Nos últimos anos, dois novos sistemas foram incluídos a essa lista: a cultura e o artista. De forma gradual, iniciou-se um movimento de desvalorização da Cultura que se estendeu à manifestação pública pelo fim do Ministério (quase ocorrido oficialmente, mas que de fato ocorre com a aprovação de menos de cem projetos junto à Rouanet neste ano– principal sistema de financiamento da Cultura pelos setores privados e para as instituições -, quando em anos anteriores alcançavam dezenas de milhares). Por conseguinte, também do artista como um problema a ser resolvido.
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conclusão não é tão difícil: sem respeito pelo Estado, pelas Leis, pelo outro, sem acreditar na representação e no pertencimento, sem aceitar esclarecimentos, sentindo-
-se desamparado e em risco constante, o atingido maior não fora o indivíduo – esse é apenas massa de manobra, útil enquanto for útil -, mas a sociabilização por si. Dessa maneira, erguem-se fronteiras em cada esquina nessa guerra aparentemente inevitável, resultantes de um excelente dispositivo de marketing para destruir a tudo e a todos. A arte e os artistas são nisso a cereja do bolo. Porque são, inevitavelmente, a contraposição às trincheiras, aos terrores, aos desesperos, oferecendo experiências ao indivíduo para sentir e descobrir um viver diferente ao que lhe está sendo subliminarmente imposto, o que o levaria a escapar e encontrar novas maneiras de reação. É preciso, portanto, impedir o acesso simbólico, o convívio com utopias, a ampliação do vocabulário crítico capaz de abranger distâncias e diferenças como valores democráticos.
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ntre as artes mais perigosas às estratégias de destruição da sociabilidade e da sociedade como aí estão, as que propõem ao observador diálogos individuais são as gran-
des inimigas e precisam ser silenciadas e destruídas. Cabe à arte o papel de produzir ruídos que fujam das estruturas de controle e libertem o imaginário ao anseio crítico, principalmente sobre as próprias certezas. Esse processo de individualização, de pessoalização pelo encontro com a obra e artista, de dúvida, distancia inevitavelmente do propósito manipulatório dos líderes na construção das massas, e mediante a propagação de ódio e horror, em uma espécie de alerta sobre sua existência futura, cega-se a massa com imensa eficiência ao ponto de tornar a individualização pela arte impossível. O corpo, por ser único e intransferível, atua sobre o outro como discurso e possibilidade. Os neurônios
espelhos, que todos possuímos, assimilam de imediato como experiência própria ao reconhecer aquilo que ocorre no outro. Ao ter o corpo do artista ou a representação do corpo como algo plausível de confrontamento ao ditames estabelecidos, o observador e o espectador podem ser atingidos inconscientemente por uma experiência simbólica de reação e passarem a ser estimulados a reagir aos controles impositivos. A arte é, por fim, um enorme risco ao projeto de deformação induzida em andamento, sobretudo humana, e precisa urgentemente ser combatida.
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enhum desses aspectos é relativamente novo, ainda que os mecanismos das redes sociais e o anonimato permitido pela virtualização da identidade auxiliem a dinami-
zar e acelerar as atitudes. Décadas atrás, os mesmos recursos de criação de medo em relação ao futuro e ódio aos que lhe provocavam (incluindo também os artistas como malfeitores da
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sociedade) foram utilizados aqui pelos militares sob o argumento da apropriação das propriedades, das posses, dos direitos e das liberdades pelos comunistas. O projeto em andamento é exatamente o mesmo, pois as ações recentes possuem dois argumentos finais sempre aos discursos: financiamento do Estado de acontecimentos artísticos e serem as exposições, espetáculos, livros tentativas da esquerda em dominar o país. Basta trocar Comunismo por Esquerda e o discurso é percebido igual, uma linha contínua, qual esquecemos de acompanhar crescer sonhando com o Brasil como nos fora vendido, agora descoberto farsa. A inversão irônica é proposital e consciente. Ao produzir a distorção, invertendo a lógica do domínio, cria-se o entendimento de o quanto alguém dominar o país seria ruim a quem pensa de outro modo. A solução é dominar antes, e para isso as massas desesperadas são fundamentais que permaneçam como massa e em desespero, ainda que não percebam o quanto já estão dominadas e submissas sem seus próprios consentimentos.
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or fim, um projeto político é revelado: a disposição do exército para apoiar a moralização do país e das famílias, pelo bem comum, pela nossa segurança, pelo nosso futuro
como nação e cidadão, rumo a um desejo esdrúxulo conservador com aprisionamento e proibição de qualquer participação popular. Ao ser dito pelo general, que estariam dispostos a agir, dependendo dos resultados das eleições; ao não ser punido pelo representante máximo das forças militares junto ao Executivo Federal, levando o coronel a confirmar essa disposição em programa televiso para todo o país, os líderes que atuam na destruição da sociabilidade ganharam força descomunal, e a massa se sentiu suficientemente forte para impor sua vontade, mesmo distorcida. Então nada disso
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é sobre performance, sobre criança, sobre pedofilia, sobre zoofilia, sobre censura, sobre instituições, sobre artistas, sobre certos e errados, sobre direitos, sobre proteções, sobre fé. É única e exclusivamente sobre poder. E sobre permitir a alguns tomar o poder para que aqueles que os financiam e promovem possam continuar chafurdando em suas corrupções e enriquecimentos. No fundo, é tudo mais banal e estúpido, ainda que radicalmente perigoso.
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ão há saída, não há como modificar quem não quer ser modificado (e isso seria agir como eles, modificando os diferentes); não há como conversar com quem perdeu a
lucidez. Essas me parecem ingênuas tentativas de voltar a algo, recuperar algo, e o passado está onde está. É preciso pensar adiante, para frente, olhar ao que virá, como virá e como agiremos. Nós, sendo esse nós construído por todos os que não se renderam à massa histérica deformada, distorcida, manipulada por argumentos calculados e programáticos ao desenvolvimento do caos, enquanto as lideranças dançam sobre suas fortunas diariamente acumuladas sem se exporem a qualquer risco. Os líderes mais diabólico são assim mesmo. Não são os que gritam na linha de frente, esses são patetas servis iludidos, mas sim os que se escondem no submundo pelas sombras daqueles que produzem a multidão. Olhar adiante, então. E não se abalar com as perspectivas apocalípticas que chegam. Reagindo da maneira mais eficiente que nos cabe: existindo. Sem desistir, sem temer, sem calar. Nunca o país precisou tanto dos artistas. E o medo deles pela arte é a melhor prova disso. Ainda é possível transformar trincheiras em guetos criativos e surpreendê-los por nos divertirmos pela mera condição que nos exige o que mais gostamos fazer: criar. Sigamos.
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todas as informações contidas nesta publicação são verdadeiras e podem ser comprovadas pelas reportagens dos principais jornais do país.
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Diego Bargas quem?
Danilo Gentili
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Folha de S. Paulo
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jornalista Diego Bargas entrevistou Danilo Gentili, durante exibição para jornalistas de seu filme “Como se Tornar o Pior
Aluno da Escola”, coproduzido pela Warner Bros e Paris Filmes. Frente as muitas escolhas polêmicas do roteiro, que incluem pedofilia e bullying, a matéria publicada no caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo, dia 13, trouxe apontamentos sobre os estímulos oferecidos aos jovens e crianças para que agridam e humilhem umas as outras, além de comparar a produção a outras clássicas. A crítica que segue no mesmo caderno do jornal é de outra jornalista e não Bargas. Mesmo assim, Gentili reagiu pelo Twitter convocando seus seguidores (cerca de 15 milhões) a atacarem-no. Barga precisou bloquear suas redes sociais, inclusive por tentativas de roubo de suas senhas. Não se sabe através de quem, Gentili adquiriu uma cópia do vídeo da entrevista feita pelo jornalista e a tem usado para difamá-lo e promover o filme. Após a reação violenta, a Folha de S. Paulo optou por não defender Bargas e o demitiu sem maiores explicações aos leitores.
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foto faetusa tezelli
DNA de DAN quem?
Polícia Militar
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Museu Nacional da República, Brasília
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performer paranaense Maikon K. foi detido e teve a instalação performática destruída por policiais militares durante a apresentação na parte
externa do Museu Nacional da República, em Brasília. A apresentação fazia parte da programação do Palco Giratório do SESC. Na performance, Maikon K. está nu dentro de uma estrutura que se assemelha a uma bolha, coberto por resina líquida. O artista demorou a entender o motivo da prisão e os policiais se negaram a abertura de diálogo. Maikon K. foi levado à delegacia desacompanhado, no “chiqueirinho” do camburão, descalço e sem documentos. Enquadrado por ato obsceno, foi obrigado a assinar os papéis da ocorrência sob ameaça de ficar detido de um dia para o outro na carceragem, enquanto delegado e escrivã ridicularizavam o artista e trabalho. O inquérito policial gerou o processo em andamento. A performance já tinha passado por diversos locais, como Curitiba e Rio de Janeiro. Maikon K. Realizou depois uma “foto-protesto”, com 155 outras pessoas nuas deitados, ao redor do artista também despido e em pé ao centro. Em outubro, o artista voltou a apresentar a performance durante o Festival de Dança de Londrina, quando policiais apareceram para prendê-lo por atentado ao pudor, após diversas denúncias e uma representação criminal, do vereador Felipe Barros (PRB), que ameaçou pedir explicações ao Secretário da Cultura, caso haja envolvimento de recursos públicos. Maikon K., já vestido, foi ajudado pelo público a se confundir como espectador e salvo da prisão. A coordenadora do festival, Danieli Pereira precisou ir ao 4a. DP prestar depoimento.
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342 artes quem?
artistas
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Rio de Janeiro
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aula Lavigne junto a artistas das artes visuais e diversos setores culturais anunciou que irão entrar na justiça contra
políticos e grupos que enganam o público manipulando-o com difamações sobre os recentes acontecimentos artísticos e artistas. Para o “342 artes” trata-se de um movimento “para dizer que exigem respeito”. Dentre os aproximadamente 100 convidados reunidos no apartamento da produtora, Adriana Varejão explicou que “por mais absurdo que seja o MP ir a um museu para verificar, este fato demonstra claramente que estas acusações são falsas, é uma campanha de difamação passível de processo”. O grupo decidiu reagir após a divulgação dos vídeos atacando instituições e artistas dos prefeitos de São Paulo, João Dória (PSDB), e Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB). Diversos artistas já gravaram vídeos defendo a arte e se colocando contrários à censura. No dia 9 de outubro, porém, a página mantida no Facebook pelo movimento parecia ter saído do ar sem qualquer explicação.
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foto divulgação
CurtoCircuito quem?
Secretaria Municipal Cultura do Rio
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Castelinho do Flamengo
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ob o argumento de graves problemas na instalação elétrica”, a exposição e dois espetáculos – “Bicha Oca” e “Nascitu-
ros” –, foram canceladas no dia 5, quando deveria ocorrer a abertura. O evento contava ainda com a participação de 50 artistas ligados ao universo LGBTQ, como meio de aproximar e ampliar as discussões sobre gênero ao público. Artistas estiveram presentes no local e divulgaram vários registros das luzes acesas, computadores funcionando, sem qualquer problema elétrico aparente que exigisse o cancelamento. Segundo nota oficial da Prefeitura, o evento poderá voltar a ocorrer se tudo for resolvido a tempo. Já a Secretaria Municipal Cultura divulgou buscar transferir a exposição e espetáculos. Segundo artistas participantes, já durante a montagem algumas obras foram retiradas da exposição mesmo tendo sido selecionadas. Após a não-abertura, verificou-se que diversas outras obras haviam sumido, sobretudo as com contextos sexuais e nudez. Segundo a Prefeitura, elas estariam guardadas em outro lugar, separadas por conta do risco de incêndio. No dia 6 de outubro, artistas de diversas áreas se reuniram no local para protestar e questionar as explicações.
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Faça você mesmo sua Capela Sistina quem?
parlamentares mineiros
onde?
Palácio das Artes (BH)
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exposição de Pedro Moraleida, com obras iconoclastas sobre líderes políticos (Fidel Castro, Lincoln, Mao Tsé-
-Tung, entre outros) e outras que tratam da dualidade entre sexo e religião, foi acusada de incentivar a pornografia e pedofilia pelo Deputado Estadual João Leite (PSDB) e o Vereador Jair de Gregório (PP). Jair definiu como “horripilante”, “exposição maldita” e definiu como “pornografia chamada de arte” ao vivo pelas redes sociais. Cerca de 30 manifestantes fecharam a Avenida Afonso Pena por 40 minutos e tentaram impedir o público de visitar a exposição, iniciando uma confusão. Em homenagem ao artista falecido aos 22 anos, em 1999, músicos do Instituto 25 de Março Sérgio Miranda cantaram no local a canção de Alexandre Salles e Ulisses de Andrade que leva seu nome. Caetano Veloso visitou a exposição durante o final-de-semana e falou sobre durante o show: “Essa exposição é um orgulho para os mineiros. Acho que os mineiros devem ficar orgulhosos de terem reagido, com mais nitidez do que em qualquer outro lugar do Brasil, a essa tentativa obscurantista de censurar as obras de arte”.
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foto humberto araĂşjo
La Bête quem?
Alexandre Frota e MBL
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MAM SP
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pós a abertura do 35o Panorama de Arte Brasileira, imagens em foto e vídeo circularam pela web expondo Wagner Schwartz durante a realização da performance. La
Bête tem como princípio aplicar a seu corpo nu a mesma disponibilidade que Lygia Clark propunha aos Bichos - esculturas articuladas oferecidas ao público para serem manuseadas. A sala, devidamente sinalizada sobre a nudez e isolada no interior do museu, reuniu pessoas de diversas idades, incluindo crianças. A interação com a mão e pés do artista por uma delas, devidamente acompanhada pela mãe. Junto ao artista e instituição, a mãe foi acusada de promover atos de pedofilia. Ainda que diversos especialistas, juristas e artistas tenham negado qualquer intencionalidade na performance, manifestantes foram ao MAM por duas vezes. Na última, agrediram o rosto de duas funcionárias do museu, gerando o boletim de ocorrência registrado no 27o DP de São Paulo, por calúnia, difamação, injúria e lesão corporal. As investigações continuam agora pelo 36o. Outro boletim foi registrado pela instituição por ameaças de danos ao patrimônio. Artistas se envolveram por todo o país contra as acusações e em defesa aos envolvidos. No entanto, o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), e o Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão (em encontro com parlamentares capitaneado por Marco Feliciano), condenaram a performance, após o Ministério Público iniciar as investigações, antecipando e tentando conduzir as conclusões, o que tem sido alertado por juristas como plausível também de ações criminais. Os inquéritos seguem na justiça com os lados sendo ouvidos.
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Pedofilia quem?
Deputados Estaduais do Mato Grosso do Sul.
onde?
Campo Grande
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s parlamentares Coronel Davi (PSC), Paulo Siufi (PMDB) e Herculano Borges (SD) registram o boletim de ocorrência
contra a pintura de Alessandra Cunha, “Pedofilia”, exposta no Marco – Museu de Arte Contemporânea, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. O quadro estava em uma área reservada a maiores de 18 anos e guardado por películas escuras que impediam os frequentadores enxergarem a obra sem que estivessem no ambiente reservado à contemplação. Após os deputados entenderem a obra como apologia à pedofilia, Fábio Sampaio, delegado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), compartilhou da suspeita e apreendeu a obra. A tela voltou para a exposição no dia 16, sob a alegação que um quadro prescinde de certos cuidados que a delegacia não poderia oferecer, e permaneceu até o final da exposição.
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O evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu quem?
juiz Luiz Antônio de Campos Júnior, da 1ª Vara Cível do Foro de Jundiaí
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SESC Jundiaí (SP)
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apresentação do espetáculo, da autora inglesa transexual Jo Clifford, com a atriz também trans Renata Carvalho, foi can-
celada por decisão judicial assinada pelo juiz Luiz Antônio de Campos Júnior. O magistrado alegou: “a exibição vai de encontro à dignidade cristã, posto apresentar Jesus Cristo como um transgênero, expondo ao ridículo os símbolos como a cruz e a religiosidade que ela representa” e definiu a montagem como “extremo mau gosto”, mesmo sem tê-la assistido. A diretora da peça, Natalia Mallo, se manifestou pelas redes sociais acusando políticos locais, organizações religiosas e a TFP (tradição, família e propriedade) de serem os articuladores. A peça se apresentou em seguida em Porto Alegre. O juiz José Antônio Coitinho não aceitou o pedido de suspensão, usando como argumento a liberdade de expressão e o episódio do atentado na redação do jornal francês Charlie Hebdo. No dia 3 de outubro, o desembargador José Luiz Mônaco da Silva derrubou a liminar que mantinha a peça proibida de ser exibida em Jundiaí. Ainda não há uma nova data para apresentação. O espetáculo segue se apresentando dentro e fora do país, sofrendo tentativas de impedimento, e defesas de magistrados.
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Queer museu quem?
Santander Cultural
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Porto Alegre
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rupos ligados à políticos e religiosos e também frequentadores da exposição denunciaram ao Ministério Público a ex-
posição realizada no Santander Cultural, em Porto Alegre, de fazer apologia a pedofilia, zoofilia e blasfêmia. As obras Criança Viada, de Bia Leite, e Cena do Interior, de Adriana Varejão, foram as mais atacadas. Manifestantes contrários à exposição ameaçavam verbal e fisicamente os visitantes, inclusive quando acompanhados de crianças, e a exposição foi encerrada cerca de um mês antes da data prevista, diante da repercussão da polêmica. O MP realizou a análise das obras e
recomendou a imediata reabertura da exposição, declarando que “as obras que trouxeram maior revolta não tem apologia ou incentivo à pedofilia”. O Santander se recusou a atender. A Queermuseu buscou novos espaços em outras cidades e o Museu de Arte do Rio (MAR) declarou-se interessado. Contudo, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) declarou: “Se vier para o MAR, vai ser pro fundo do mar. No Museu de Arte, não”. No conselho do museu, a prefeitura conta com apenas dois dos nove votos. Ainda assim a exposição foi vetadada. O Parque Laje se dispôs a abrigar a exposição, confrontando o prefeito, mas não se tem, até então, a confirmação se acontecerá.
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A princesa e a costureira quem?
Grupo JundiaĂ pela Vida
onde?
Sala JundiaĂ, Complexo Fepasa
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espetáculo infantil, que tem como trama o amor entre duas mulheres, causou polêmica na 4ª Semana da Diversidade
Sexual em Jundiaí. O “Grupo Jundiaí pela Vida” iniciou uma petição online pedindo o cancelamento da apresentação por acreditar promover a sexualização precoce. O prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB) declarou: “Como prefeito de Jundiaí, acredito e sempre defenderei princípios que dizem respeito à família jundiaiense. Em relação à inclusão da peça ‘A Princesa e a Costureira’ em eventos promovidos por uma ONG esta semana, cuja temática é contrária ao que eu sustento como pai, esposo e prefeito, quero aqui afirmar que não existe qualquer verba pública investida diretamente na realização desta atividade; e que não permitirei nenhuma distribuição de material em escolas de nossa rede municipal de ensino”. Após a declaração, houve uma mobilização para que a peça acontecesse e, na noite de apresentação, o teatro esteve lotado.
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Selvática Ações Artísticas quem?
Polícia Civil do Paraná
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Departamento de Narcóticos
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o início de 2017, policiais civis do Denarc (Departamento de Narcóticos) do Paraná arrombam e invadem a Casa Selvática,
sede do grupo teatral, para cumprir um mandado de busca e apreensão de drogas, procurando por tráfico Paulo Adriano Reis. A ordem judicial partiu da juíza Carmen Lucia de Azevedo e Mello, da 2ª Vara Criminal de Curitiba. A casa estava fechada desde 14 de dezembro, quando o grupo encerrou as atividades para o recesso de fim de ano. O produtor Gabriel Machado e a performer e iluminadora Semy Monastier só entenderam o arrombamento quando viram a cópia do mandado. A polícia alegou que, por escutas telefônicas e câmeras, teriam chegado ao endereço porque ali indicava alguma atividade ligada a drogas, mas não sabia dizer se era consumo ou tráfico. Todos os integrantes afirmam nunca terem ouvido falar no nome do acusado. A polícia retornou a Casa Selvática em julho, interrompendo o show “Sextas Etrukas”, conduzido por Stéfano Belo, e apreendendo o equipamento de som, justificando-se ser parte da ação “Patrulha do Sossego”. Segundo o grupo, a polícia chegou às 21h28, horário ainda permitido pela legislação atual que prevê diminuição do ruído a partir das 22h. O produtor Gabriel Machado foi obrigado a assinar um termo circunstancial na delegacia.
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Enquanto o sono não vem quem?
Ministro da Educação Mendonça Filho (DEM)
onde?
território nacional
quando?
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Ministro da Educação do governo Temer mandou recolher 93 mil exemplares do livro de contos “Enquanto o sono não
vem”, voltados a estudantes do 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental de escolas públicas, como parte do Programa de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Segundo o SEB (Secretária de Educação Básica), um dos textos - “A triste história de Eredegalda” -, é inadequado para a idade das crianças, por tratar de incesto. Na história, um rei deseja casar com uma das filhas, que rejeita a proposta e acaba sendo morta. O livro havia sido selecionado três anos antes, no processo PNLD/Pnaic, em 2014, e foi avaliado e aprovado pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. O parecer técnico diz: “As crianças no ciclo de alfabetização, por serem leitores em formação e com vivências limitadas, ainda não adquiriram autonomia, maturidade e senso crítico para problematizar determinados temas com alta densidade, como é o caso da história em questão”. Os livros foram redistribuídos em bibliotecas públicas.
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Baile Funk quem?
Marcelo Alonso
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m projeto de lei de iniciativa popular que proíbe baile funk em todo o país após conquistar 21.985 assinaturas foi envia-
do ao Senado Federal. O necessário seriam 20 mil apoios até o dia 24 de maio. Na justificativa, o autor do proposta, o webdesigner Marcelo Alonso, diz: “é fato e de conhecimento dos Brasileiros, difundido inclusive por diversos veículos de comunicação de mídia e internet com conteúdos podres alertando a população e o poder público, do crime contra a criança, o menor adolescentes e a família. Crime de saúde pública desta falsa cultura denominada funk”. Ele criou, alguns anos atrás, o site “Funk é lixo”. No âmbito estadual, diversas iniciativas desse tipo também surgiram. No dia 16 de fevereiro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, regulamentou por decreto uma lei de 2015, dos deputados Coronel Camilo e Coronel Telhada, que permite que policiais impeçam a música alta na rua e, por consequência, os chamados “pancadões”. A lei prevê aplicação de multa de R$ 1 mil para quem descumprir.
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Cine PE quem?
alguns cineastas brasileiros
onde? Recife
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participação de dois filmes com direcionamentos ideológicos à direita no festival Cine PE provocou reações de
sete cineastas que decidiram retirar seus filmes da programação. O documentário “O Jardim das Aflições”, de Josias Teófilo, tem como figura central o filósofo conservador Olavo de Carvalho; e a ficção “Real – O Plano por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, aborda como foi a criação do Plano Real na gestão de Fernando Henrique Cardoso, quando ainda Ministro da Fazenda. Um dos argumentos foi trazido pelo cineasta Josias Teófilo: existir uma “proibição tácita de se fazer um filme sobre Olavo de Carvalho”. A diretora do Cine PE, Sandra Bertini, assumiu o festival após seu marido tomar posse como Secretário do Audiovisual, durante os primeiros meses da gestão Temer. Ela nega favorecimentos ideológicos estratégicos ao presidente, e chegou a anunciar o cancelamento do evento por falta de tempo hábil pra montá-lo. O Cine PE aconteceu com atrasos e “O Jardim das Aflições” ganhou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Montagem e Júri Popular.
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Liga nas de Cem quem?
TV Cultura
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programa “Cultura Livre�
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abril de 2017
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banda Aláfia, durante apresentação no programa “Cultura Livre” da TV Cultura, teve parte de sua música editada. O
trecho da música cortado fazia críticas ao prefeito João Dória e ao governador Geraldo Alckmin., ambos de São Paulo e do PSDB. A edição do programa fez um corte brusco na música, saltando da penúltima estrofe para o fim instrumental, deixando o trecho a seguir de fora: “Liga nas de cem que trinca / Nas pedra que brilha / Na noite que finca as garra / SP é fio de navalha / O pior do ruim / Dória, Alckmin / Não encosta em mim playboy / Eu sei que tu quer o meu fim”. A TV Cultura, administrada pelo governo de São Paulo, alegou em nota que a edição foi feita já que o canal tem “a constante preocupação de não difundir ideias ou fatos que incentivem a polarização, independentemente do indivíduo a quem esse discurso se destina”.
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foto hive miner
Palhaço ZÊ Cenoura quem?
Prefeitura de SP
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Parque do Povo
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fevereiro de 2017
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apresentação de Fábio Angelus, como palhaço, no Parque do Povo, espaço público da cidade de São Paulo, foi in-
terrompida de forma gratuita por seguranças do local, e o artista sofreu ainda ofensas e ameaças. A plateia era sobretudo de crianças. A ação é consequente ao programa “Cidade Linda”, iniciado pelo prefeito nos primeiros dias do mandato, pela qual justifica ser necessário limpar, organizar e cuidar da cidade, o que o levou a se vestir de gari e varrer ruas da cidade, como divulgação da decisão. Os órgãos públicos não quiseram se pronunciar após o ocorrido. Para Angelus, “passar o chapéu e receber a contribuição espontânea do público é tradição milenar”, e nas redes sociais escreveu a todos: “Ao público presente, eu peço as mais sinceras desculpas pelas cenas lamentáveis e pela forma como o Palhaço Zé Cenoura foi tratado pela equipe do parque. A todas as crianças presentes, espero que fique a lembrança das risadas e da diversão do começo do show”.
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foto fernando cavalcanti
Grafites de diversos artistas quem?
Prefeitura de SĂŁo Paulo
onde?
SĂŁo Paulo
quando?
2013, 2016 e janeiro de 2017
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m maio de 2013, funcionários da prefeitura da gestão Fernando Haddad (PT) apagaram os grafites assinados por “Os
Gêmeos”, no Viaduto do Glicério, região Central, dentre outros. Os artistas foram até o local e deixaram mensagens, iniciando novos desenhos, levando a administração a se reunir com os irmãos na tentativa de entrar em acordo e dirimir qualquer mal-estar. Em abril de 2016, a situação se repetiu, dessa vez nas pilastras de sustentação do Elevado João Goulart, o Minhocão, quando um conhecido espaço de exposição de grafites e colagens totalmente aberto e popular foi coberto de cinza, sob a alegação das obras estariam cobertas por pichações. Artistas da região se reuniram e recomeçaram o trabalho de grafitar as paredes. Em 2017, já na gestão de João Doria (PSDB), o prefeito ordenou o apagamento dos grafites do corredor da Avenida 23 de Maio, considerado o maior mural de arte urbana a céu aberto da América Latina. No lugar, criou um jardim vertical com cerca de 6 km de extensão, pronto em agosto deste ano, como contrapartida às árvores derrubadas em terreno cedido para empreendimentos imobiliários. O Ministério Público, no entanto, contesta a metragem do jardim sob o argumento de ser insuficiente para cumprir as legislações atuais.
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MinistĂŠrio da Cultura quem?
Michel Temer
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Governo Federal
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janeiro de 2017
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extinção do MinC foi levantada já pelo governo de Dilma Rousseff. Na ocasião, protestos dos setores culturais e o início de seu afastamento interromperam o
processo. No primeiro dia como presidente interino, Michel Temer rebaixou a pasta da Cultura para Secretaria submetida ao Ministério da Educação. Como reação, manifestantes ocuparam quase 20 edifícios culturais públicos por todo o país e artistas protestaram incessantemente exigindo o status de Ministério e independência de volta à Cultura. O presidente interino cedeu e o MinC ressurgiu. O primeiro a ocupar o cargo máximo fora Marcelo Calero, que se demitiu e denunciou pressões do Ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Viera Lima (PMDB), para que intervisse e liberasse a continuação da construção irregular de um empreendimento imobiliário em Salvador com problemas junto ao Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -, departamento submetido ao MinC. Geddel também fora Ministro da Integração Nacional (Lula). Recentemente preso pela Polícia Federal, após descobrir um apartamento com R$ 51 milhões em malas e caixas com suas digitais. Roberto Freire (PPS) assumiu o Minc. Quase seis meses depois, também se demitiu, após a delação e denúncia contra Temer pela JBS, sendo substituído interinamente pelo Secretário-Executivo do MinC, João Batista de Andrade. Em julho, Sérgio Sá Leitão assumiu definitivamente o Ministério criticando o clima de radicalização que tomou o país. Recentemente, em outubro, reuniu-se com a bancada evangélica e católica capitaneada pelo deputado Marco Feliciano (PSC), a quem foi entregue uma lista de sugestões para limitar e proibir o uso da Lei Rouanet (lei de incentivo federal à cultura) por projetos culturais, argumentando com preceitos religioso, moralista e conservadores. Segundo o Ministro, as propostas são bastante objetivas e pertinentes. antro+ X
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casos apurados até o momento
NO ÁPICE DA TRAGÉDIA, QUANDO OS ACONTECIMENTOS MAIS PROFUNDOS SE APRESENTARÃO, O RITMO DA NARRATIVA SE ACELEaRA ATÉ QUASE O INSUPORTÁVEL, JÁ NOS EXPLICAVAM OS GRANDES DRAMATURGOS GREGOS DA ANTIGUIDADE.
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Blitz o império que nunca dorme quem?
Polícia Militar
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Praça dos Andradas, Santos (SP)
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outubro de 2016
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m 30 de outubro, a Trupe Olho da Rua apresentava o espetáculo que tem como temática a violência de Estado, quando
a peça foi interrompida por policiais militares que deram voz de prisão aos atores e reprimiram o público. O espetáculo foi criado após ser contemplado pelo Proac, edital de apoio à Cultura do Governo do Estado de SP, e circularia, em uma primeira fase, por pelo menos 11 municípios paulistas. A estreia da peça aconteceu em setembro de 2016, e a PM já a havia assistido. Caio Martinez Pacheco, ator e diretor da companhia, foi algemado e levado na viatura para a delegacia. Após o registro do boletim de ocorrência, teve que assinar um termo circunstanciado por ter sido enquadrado por desrespeito aos símbolos nacionais, além de desobediência e resistência a prisão. O grupo foi ao Ministério Público e, no início de 2017, a Polícia Judiciária do Estado de São Paulo considerou que os cinco policiais envolvidos cometeram abuso de autoridade. O inquérito foi assinado pelo juiz corregedor Edmundo Lellis Filho, que cita os abusos: interromper a peça, algemar o diretor teatral, apreender o celular de um espectador, proibir o público de filmar a ação, e reconhecimento do crime por parte do comando da PM. Cabe, agora, à Promotoria mover a ação civil pública do caso.
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recorte sobre foto de gabriela korossy
Artista ĂŠ vagabundo quem?
Marco Feliciano
onde?
Redes sociais
quando?
maio de 2016
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Deputado
Federal
Marco
Feliciano
(PSC), em vídeo divulgado em sua página no Facebook, posicionou-se em
relação aos artistas brasileiros que protestaram contra o fechamento do Ministério da Cultura por Michel Temer, no início de seu governo provisório. Chamando os artistas de vagabundos, o pastor sugeriu que os artistas “procurassem o Ministério do Trabalho pra arrumar o que fazer” e “parem de ficar sugando nas tetas do governo”. A fala foi respondida por artistas de diversas áreas indignados com a acusação. Em 2012, a Câmara Federal oficializou a jornada de um deputado em três dias semanais, e as sessões ordinárias marcadas apenas entre terça e quinta-feira, ficando as segundas somente para sessões de debates. O salário de um deputado federal é de R$ 33.763,00, auxílio moradia de R$ 4.253,00 ou apartamento gratuito, verba de R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários, de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 mensais para despesas, além de dois salários no primeiro e último mês da legislatura como ajuda de custo e ressarcimento de gastos com saúde.
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Delegado Tobias quem?
denúncia anônima
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território nacional
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setembro de 2015
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O
escritor Ricardo Lísias foi intimido sob a acusação de falsificação e uso de documento público pela Polícia Federal,
nos cinco e-books de “Delegado Tobias”, após denunciado de forma anônima à Justiça Federal, gerando um processo criminal contra o autor, para investigar o uso dos documentos. O crime está previsto nos artigos 297 e 304 do Código Penal. Contudo, os documentos anexos reunidos em um dos livros são ficcionais. Exemplo de documento ficcional foi o publicado por Lísias como sendo um pedido do Tribunal Regional Federal da 3a Região para retirar de circulação os livros e devolução dos comercializados e proibindo o uso do termo auto-ficção. Segundo a Polícia Federal real, não lhes cabe investigar obras de ficção, mas, frente o pedido do Ministério Público, tinham “o dever de iniciar uma investigação criminal” e que “a finalidade do inquérito policial é responder à questão: houve crime? E, em caso positivo, quem o cometeu?”. Para Lísias, não houve censura, tratava-se de outra situação que nem mesmo ele entendia qual seria.
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Palhaço Tico Bonito quem?
PolĂcia Militar
onde?
29 o Festival de Teatro de Cascavel
quando?
agosto de 2015
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eônidas Quadra se apresentava na rua, à convite do festival, em Cascavel, Paraná, quando comentou a presença de
policias, ironizando que esses eram os palhaços do Governador, que só cuidavam dos ricos. O artista recusou a ir à delegacia. Após os policias pedirem reforços e três outras equipes e outros policiais da cavalaria se unirem, foi detido e conduzido à força. A presença ostensiva da polícia levou o público e transeuntes próximos a tentarem impedir a prisão. O fato ocorreu na frente inclusive de crianças que assistiam a apresentação. Quadra justifica sua fala como uma crítica baseada na situação do país e do Estado. A PM argumentou não ter havido truculência e que, caso o artista comprove, poderia fazer uma reclamação formal no batalhão. Para André Luiz Dutra, coordenador do festival, o ocorrido não passou de um mal-entendido, e poderia ter sido diferente se o diálogo fosse outro.
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Hasard quem?
PolĂcia Militar do ParanĂĄ
onde?
rua de Curitiba
quando?
abril de 2013
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companhia Erro Grupo, de Florianópolis, durante a segunda apresentação de Hasard, no calçadão da 15 de novem-
bro, no Festival de Curitiba, teve a apresentação interrompida por pelo menos 10 policiais militares. O motivo seria uma cena de nudez. O diretor Pedro Bennnaton explicou, na época, que a peça tratava de um jogo de azar que incluía sortear possíveis finais e, em um deles, os participantes tirariam peças de roupas. Um dia antes, na primeira apresentação, a PM já havia feito ameaça, por ter notado a nudez de participantes, mas não conseguiu fazer o flagrante. No dia seguinte, retornaram ao local e, com quatro viaturas e armas em punho, impediram a continuação da apresentação sob a alegação de que cometiam atentado ao pudor, justificando a presença da PM com “diversas reclamações de moradores sobre a ocorrência de nudez”. A PM argumentou ter orientado os atores a usarem roupas íntimas. O Erro Grupo, por sua vez, alegou que a nudez não tinha conotação sexual. O espetáculo era realizado pelo grupo desde 2011, e também foi alvo da polícia em Porto Alegre, uma única vez, sob a alegação dos comerciantes quanto ao barulho e tumulto e nunca por nudez.
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Edifício London quem?
Ana Carolina Oliveira
onde?
Espaço Os Satyros I
quando?
março de 2013
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O
grupo Os Satyros, a editora Coruja e o dramaturgo Lucas Arantes receberam uma liminar proibindo a realização da peça, na véspera da
estreia, denunciada na Justiça por Ana Carolina Oliveira que exigia interdição da obra, peça e livro, sob a alegação de a retratarem como “uma mulher despreocupada com a prole e envolvida com a vulgaridade” e por fazer “remissão direta ao homicídio que sua filha foi vítima”, incluindo no processo detalhes de cenas que não constam na dramaturgia original e sem ter visto os ensaios. O caso recusado por alguns magistrados, chegou ao desembar-
gador Fortes Barbosa, que conclui haver dano irreparável em caso de exibição da peça, violando os direitos de personalidade de Ana Carolina e Isabella. A decisão da juíza Fernanda de Carvalho Queiroz, da 4ª Vara Cível de São Paulo, de setembro de 2014, determinou que Lucas Arantes indenizasse a mãe em R$ 20 mil, alegando direitos de personalidade e que “obras de ficção que usam fatos facilmente identificáveis após exposição na mídia violam o direito de privacidade, pois o público “mediano” não consegue separar “licença poética” de acontecimentos reais”. A proibição da peça Edifício London incluiu a editora Coruja. Em setembro, a mesma juíza ordenou a retirada da matéria do site Consultor Jurídico, republicada, dez dias depois, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello. A peça jamais entrou em cartaz e o livro segue proibido. Lucas ainda responde ao processo em andamento, enquanto Os Satyros foram retirados das acusações.
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foto divulgação
Oficina Uzyna Uzona quem?
Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz
onde?
PUC SP
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dezembro de 2012
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diretor José Celso Martinez Correa e os atores Tony Reis e Mariano Mattos Martins foram processados pelo padre Luiz Carlos
Lodi da Cruz, de Anápolis (GO), após encenarem um trecho de “Acordes” em frente a PUC-SP, apoiando a manifestação contra o totalitarismo na escolha da nova reitoria. Na visão do religioso, a cena desrespeitava a crença e símbolos católicos. Na ação, acusava-os tomando por base o artigo 208 do Código Penal. A montagem, baseada em Ber-
tolt Brecht, trazia um boneco semelhante ao papa Bento XVI, que acabava decapitado. Na defesa, Zé Celso afirmou ter a apresentação anuência da universidade e a liberdade de expressão ser prevista na constituição. Segundo o promotor que acusou: “arte não passa de um esconderijo para cometer violência e dizer impropérios”. Durante o processo, o grupo disse ter sido coagido para que identificasse os demais atores mascarados que participaram da performance e que não foram reconhecidos. Em audiência realizada em 2014, os artistas recusaram assumir culpa. Em junho de 2015, o grupo teatral contestou e o juiz José Zoega Coelho, do Juizado Especial Criminal, absolveu os artistas de todas as acusações argumentando que “nenhuma igreja está imune à crítica, por qualquer meio ou forma de expressão, notadamente a teatral. Ademais, não é incomum a crítica a religiões, a igrejas e a fôrmas de manifestações do sentimento religioso”.
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foto nan goldin
nan goldin quem?
Oi Futuro Flamengo
onde?
Oi Futuro Flamengo
quando?
novembro de 2011
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exposição com obras da fotografa americana Nan Goldin foi cancelada, mesmo tendo sido selecionada pelo Oi
Futuro em seu edital de patrocínio. As discordâncias entre artista e instituição iniciaram com o pedido de supressão das imagens que continham nudez infantil. Nan Goldin concordou e reelaborou a narrativa da exposição. Depois exigiu-se a supressão das imagens que continham crianças vestidas. Dessa vez, a artista se recusou e o contrato não foi assinado, inviabilizando a realização e levando ao seu cancelamento. Ainda em 2011, a mostra composta por uma série de 24 fotos e três slide shows, totalizando mais de mil imagens, incluindo nudez, cenas de sexo e uso de drogas em NY, foi acolhida pelo Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, que sinalizou a sala e manteve seguranças para atestar a maioridade dos visitantes. Nan Goldin participou com suas fotos documentais na 29o Bienal de São Paulo, em 2010, sem qualquer manifestação contrária do público.
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A Serbian Film quem?
Caixa EconĂ´mica Federal
onde?
territĂłrio nacional
quando?
julho de 2011
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Caixa Econômica Federal, patrocinadora do Festival RioFan, impediu a participação do filme durante o festival. Proi-
bido de estrear no Brasil por ordem judicial, o diretor Srdjan Spasojevic, afirmou: “o filme trata de uma alegoria acerca da trágica e violenta história recente da Sérvia”. Depois, no dia anterior a sessão especial no Odeon, Raffaele Petrini, distribuidor do longa, recebeu a informação por um advogado do DEM e oficial de justiça que iriam apreender os negativos, através da liminar decorrente da ação civil pública expedida pela 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio. Segundo o escritório regional do partido, o filme fazia “verdadeira apologia à prática de crimes contra as crianças” e “fomento à pedofilia”. A juíza Katerine Jatahy Kitsos Nygaard afirmou: “não se pode admitir que, em favor da liberdade de expressão, um pretenso manifesto político exponha de tal forma a degradação do ser humano a ponto de violar um recém-nascido”. Em 2012, a 3° Vara da Justiça Federal de Minas Gerais liberou o filme para todo território nacional com a classificação etária Maiores de 18 anos.
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Inimigos quem? OAB
onde?
29 a Bienal de SP
quando?
setembro de 2010
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série de desenhos de Gil Vicente, pela qual retratava ele próprio assassinando diversas personalidades políticas e o
Papa Bento XVI foi identificada pela OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – como apologia ao crime, sob a justificativa de “ainda que uma obra de arte expresse a criatividade de seu autor livremente e sem limites, deve haver determinados limites para a sua exposição pública”, pedindo sua imediata retirada da 29a Bienal de SP. Os outros personagens que dividem os autorretratos de 2005/2006 são Fernando Henrique Cardoso (a quem dispara uma arma), Lula (sendo degolado), o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, e o ex-primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon. A instituição, no entanto, se recusou a retirar as obras e argumentou que as mesmas “traduzem um incômodo do artista diante dos modos de representação política vigentes”. As obras permaneceram durante o período de exposição, mesmo com tentativas insistentes da OAB para que fossem excluídas.
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foto erika garrido
A alma nunca pensa sem imagem quem?
Fundação Bienal de São Paulo
onde?
29 a Bienal de SP
quando?
setembro de 2010
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artista argentino Roberto Jacoby convidado a participar da Bienal de SP teve sua obra impedida de ser apresentada
ao público. Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, a instalação composta por um pequeno palanque e duas grandiosas fotos, sendo uma de Dilma com chapéu de cangaceiro e outra de José Serra com semblante carrancudo, cometiam crime eleitoral, por se tratar de época de eleição. O artista pretendia ainda abertamente panfletar a favor de Dilma, com assistentes vestidos com camisetas vermelhas com o escrito “Brigada Argentina por Dilma”, e justificou: “A discussão política no mundo da arte não existe”. No entanto, os organizadores da Bienal disseram estar surpresos, pois “seria uma instalação que representaria, de forma fictícia, o momento das eleições presidenciais no Brasil, sem qualquer tendência política a partido ou mesmo a algum candidato” e não uma “campanha política”. Não se sabe se o artista mentiu ou manipulou a instituição, ou se foi excesso de controle da PRE. No dia da abertura, as fotos estavam tampadas.
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foto wanderlei almeida
Carro alegórico sobre o Holocausto quem?
Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro
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Carnaval Rio de Janeiro
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janeiro 2008
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carro alegórico da escola de samba Viradouro, representando o Holocausto, foi proibido de desfilar, em liminar con-
cedida pela juíza Juliana Kalichsztein , da Justiça Estadual do Rio de Janeiro, frente ao pedido da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro. A federação que soube do carro pela imprensa buscou solucionar com a escola, mediante a inclusão de uma faixa com os dizeres “Holocausto nunca mais”, contextualizando a alegoria. Entretanto, um sambista representando Adolf Hitler foi entendido como falta de respeito com judeus, homossexuais, ciganos e outros atacados durante a Segunda Guerra. A escola foi multada em R$ 200 mil se o carro desfilasse e mais R$ 50 mil para cada componente com fantasias que remetessem ao ditador. Para o carnavalesco Paulo Barros, tudo foi ofensivo e questionou a decisão de que se tivessem pagado a multa poderiam desfilar, concluindo ser apenas sobre dinheiro. O carro que antes era sobre o horror da guerra, se tornou sobre a intolerância e a falta de liberdade de expressão. A escola terminou em 7o lugar e não se classificou para o Desfile das Campeãs.
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Roberto Carlos em Detalhes quem?
Roberto Carlos
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territรณrio nacional
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fevereiro de 2007
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biografia não-autorizada, escrita por Paulo César de Araújo, foi lançada em 2006 pela Editora Planeta do Brasil. O
cantor entrou na Justiça exigindo a retirada do livro de circulação, com apoio de importantes artistas, argumentando trazer fatos particulares que não gostaria de ver divulgados. Em fevereiro de 2007, o juiz Maurício Chaves de Souza Lima, da 2ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro, dá ganho de causa a Roberto Carlos, em caráter liminar, e arbitra multa de R$ 50 mil caso a decisão fosse desrespeitada, embasando-se pelo art. 5º, inciso X, da Constituição – que dispõe serem invioláveis a intimidade, a vida privada e a imagem das pessoas. Após nova tentativa de acordo, os livros foram apreendidos. Os recursos de Paulo não foram atendidos pela Justiça. Em 2014, a Câmara aprovou o projeto de lei 393/2011, que permite escritores publicarem biografias mesmo sem autorização do biografado, mas nunca passou pelo Senado para ser levado à sanção presidencial e virar lei. Em 2015, o STF decidiu pela liberação da publicação e venda de biografias sem autorização dos personagens e de seus herdeiros.
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Desenhando em terços quem?
direção do Banco do Brasil
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CCBB Rio de Janeiro
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abril de 2006
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obra “Desenhando em Terços”, da artista plástica Márcia X., foi retirada da exposição no CCBB, no Rio de Janeiro,
após o Banco do Brasil receber reclamações. A obra integrava a exposição “Erótica - Os Sentidos na Arte”. No desenho de 39,5cm x 30cm, a artista plástica constrói com terços dois pênis que juntos formam uma cruz. A assessoria do Banco do Brasil alegou que preferiu retirar a obra porque não teve intenção de ferir a religião católica, tampouco a Igreja. O ex-deputado Carlos Dias Filho (autor da lei que institui o ensino religioso nas escolas do Estado do Rio de Janeiro) registrou uma queixa-crime contra os organizadores da exposição na 1ª DP, alegando ser uma afronta à religião e que a exposição era vista por crianças. Diversos artistas se manifestaram contra a censura do Banco do Brasil. Gilberto Gil, na época Ministro da Cultura, divulgou nota a favor da exposição e contra a decisão de retirada da obra.
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façam obr não se aut lutaremos a arte Ê n 150
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ras importantes to-censurem s com a criatividade nossa melhor reação antro+ X
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socieda valorize valorize valorize valorize 152
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ade: a arte a informação a reflexão a verdade antro+ X
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agradecemo apoiamos to artistas que um mundo m sua voz e s 154
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os e odos os e lutam por melhor com sua arte. antro+ X
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est enqua a p nt ubl o a ica ar çã te o s for erá at atu aca aliz da ada
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Esta é uma publicação independente e sem fins lucrativos. Procuramos creditar todos os fotógrafos, mas nem todos os créditos foram encontrados. Se você tem alguma informação sobre isto, entre em contato conosco.
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