Revista Noise - artigos sobre o Funk Carioca

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_SERGIO DIAS, MC LEONARDO, RAUL SEIXAS, ROCK ROCKET, XUXA, EMICIDA..

LOUCURA DE SER UM SUJEITO NORMAL.”

“As bandas que hoje em dia ocupam o espaço do rock na midia simplesmente não são de rock, isso é uma merda. Minha esperança é que seja uma modinha passageira. Paralelamente a isso a gente continua fazendo nosso trampo e conseguindo se virar sobrevivendo de pequenos golpes.” Noel | Rock Rocket, que tá na revista.

Raul Seixas

“Uma vez fomos tocar em Porto Alegre e eu acordei dois dias depois, tatuado, sem saber o que tava escrito.”

“A ARTE DE SER LOUCO É JAMAIS COMETER A

Alan | Rock Rocket

“O BRASIL PRECISA EXPLORAR COM URGÊNCIA A SUA RIQUEZA - PORQUE A POBREZA NÃO AGÜENTA MAIS SER EXPLORADA.” Max Nunes

“Cobrar do funk puritanismo, ética... é uma piada. Ele não teve nada disso. O governo nunca deu um real pro baile funk acontecer, e o baile funk continua acontecendo, se mostrando pro mundo. Então a gente tem que saber a quem interessa calar a nossa voz. Nós não vamos aceitar isso” MC Leonardo | Logo ali, na matéria sobre o funk carioca.

“Se eu soubesse cantar mesmo seria sambista.” Emicida | Rapper que tá na matéria de capa. 9 noize.com.br


_texto MARIA JOANA AVELLAR funk

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funk carioca all stars

| 20 anos de funk brasil

Bárbara, a Babi, dançava funk muito bem. Ela era minha prin-

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do colégio. Fomos nós que apresentamos, anos mais tarde, a musa Tati Quebra Barraco para o resto da turma. Não estava com ela quando franzi a testa para M.I.A e Diplo na MTV, mas perguntei no telefone, ingênua: “Será que existe mesmo pancadão no Sri Lanka?”+1.

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os dois, funk e macumba, não tivessem se encontrado,

aos braços de europeus e norte-americanos, sinto-me Jesus Brown

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discothéque disco nantes e pela sociedade. As duas sofreram mutações ao -

+2.

[+1] “Bucky Done Gun” é o 1º single do album Arular, da sengalesa M.I.A, com a base sampleada de uma música da funkeira carioca Deise Tigrona. O trabalho foi produzido pelo DJ Diplo, um dos primeiros gringos a se interessar pelo funk carioca. [+2] Um bom exemplo de artista que juntou as duas vertentes foi Michael Jackson com “Dont Stop Till You Get Enough” e “Beat It”.

35 >> noize.com.br


funk

36 Mas uma centelha especial acendia nos Estados latinos da Florida, em Miami, incrementavam ainda mais

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[+3] Em uma visita ao Brasil, o americano Africa Bambaataa, codinome de Kevin Donovan, conheceu a cena funk carioca e se disse apaixonado: “Essa é a parada de verdade. Me lembrou as festas de quarteirão dos velhos tempos, onde as pessoas dançavam, enlouqueciam, faziam o que tinham vontade”.

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Funk Brasilis | Com o nascimento do Funk puramen-

+3

Eu fui atrás de conhecer as

[+4]

Sonhando com Miami |

[+5] Edu K, é um produtor musical conhecido como vocalista e guitarrista da banda de rock Defalla. Agora, tem carreira solo internacional voltada para maximal, fidget house e funk carioca. myspace.com/edukfrenetiko [+6] O Bonde do Rolê começou como um quarteto, em 2005, e ficou famoso pelas letras bizarras e por misturar samples de rock, axé music e forró com bases de funk carioca. O grupo fez sucesso no exterior e segue na ativa com duas vocalistas na substituição da original.

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Funk Brasil 1+4, em ência ainda era toda norte-americana, de brasileiro não tinha nada. Eram praticamente versões para as musicas -

+5

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Broncas Legais bailes funk. Ele não começou nas favelas, começou no supoliciamento nem linha de ônibus para atender às mi-

+6, são

os três elementos fundamentais


+7

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Play that funky music, white boy | Muitos pen-

Se não fosse o funk |

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pessoa antenada. Ele foi na minha casa, na Rocinha, e me -

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pro baile funk acontecer, e o baile funk continua aconte-

aceitar isso, vamos continuar cantando, continuar falando, -

[+7] Diplo cresceu ouvindo Miami Bass e diz se identificar com o funk por considerá-lo muito parecido com o dirty south, estilo desenvolvido onde nasceu, no sul dos EUA. É o produtor do documentário Favela Bolada (2007), que mostra a explosão cultural do funk diretamente das comunidades pobres do Rio. Atualmente, o DJ se dedica à cena músical dos guetos mexicanos. myspace.com/diplo


_texto fernando correa, livio vilela, fernando rosa e bruno nogueira brasil independente

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qualquer coisa

minha colecao

FREDI CHERNOBYL ENDRES FALA SOBRE...

15 anos de rap brasil .: GUSTAVO MINI_

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mostrando os discos dos Commodores para seus produtores musicais caretas, e foi, há 15 anos atrás, para o Rap Brasil. Rap Brasil -

Golden Greats, melhor trabalho solo do Ian Brown. Lançado em 1999, faz muito bem a passagem dos anos 90 para os anos 00.Tem músicas com gênero absolutamente indefinido, que misturam elementos de rock clássico com toda a cultura da dance music e umas pitadas de esquisitices aqui e acolá, o que viria a ser o modelo de música dos anos 00. É um disco funky, sexy e com um um frescor inegável.

redescoberta

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.: TIM MAIA_ Tim Maia foi certeiro ao nomear Nuvens um de seus discos menos conhecidos e mais deliciosos. Lançado em 1982 de maneira independente pelo selo Seroma, de propriedade do próprio síndico, é uma deliciosa celebração do groove, da voz rouca e aveludada e da irreverência de Tim. Em medidas proporcionais, que não perdem em nada para álbuns consagrados, misturam-se o funk, o disco, o suingue e o soul.“Ninguém gosta de se sentir só” representa muito bem este último, com o refrão delicioso e o tom confessional que convenceria e emocionaria mesmo sem letra.“Haddock Lobo, Esquina Com Matoso” saúda Roberto, Erasmo e Jorge num funk sincero e bem arranjado que conta onde e como “toda a confusão começou”. Nuvens termina com a exuberante “Sol Brilhante”, em uma metáfora exata da sensação que o disco deixa ao acabar. 51 noize.com.br



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