BRASIL PRESBITERIANO 759 FEV 2018

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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 58 nº 759 – Fevereiro de 2018

Missão Caiuá

11ª edição do Projeto Missão Caiuá aconteceu de 01 a 05 de novembro de 2017, em Dourados (MS). O projeto visa promover apoio ao trabalho da Missão Evangélica Caiuá, saiba mais Página 9

O valor da família

Saiba como os eufemismos estão ganhando a guerra pela redefinição da família no Brasil e no mundo

Colégio Paraguaçu

Conheça o saudoso Profº Célio Rodrigues Siqueira e o Colégio Paraguaçu, em Paraguaçu Paulista, responsáveis pela formação de homens vitoriosos, como o Presb. Nataniel Firmino de Bauru (SP)

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EDITORIAL

Inscrições abertas. Maiores informações no site www.editoraculturacrista.com.br

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Viva a liberdade de expressão. Ou não.

A liberdade de expressão é um dos assuntos mais debatidos da atualidade. Afinal, até que ponto ela é um dádiva? Reflita sobre o tema na Página 3


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2 CELEBRAÇÃO

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O Ano da Bíblia

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proposta da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) é que 2018 seja um ano para celebrar o Livro Sagrado. A iniciativa tem como objetivo destacar a importância desse livro, o maior best-seller de todos os tempos, e também comemorar em 10 de junho os 70 anos da SBB. Com o lema Bíblia

Sagrada: o livro da esperança, as festividades começaram no último Dia da Bíblia, no segundo domingo de dezembro de 2017, e serão encerradas no Dia da Bíblia desse ano vigente. As igrejas serão convidadas a realizar maratonas de leitura, ciclo de palestras sobre o Livro Sagrado, cul-

Fevereiro de 2018

tos especiais, exposições, festivais de música, passeios ciclísticos e carreatas, entre outras atividades. Esta é a segunda edição do Ano da Bíblia no Brasil. A primeira celebração ocorreu em 2008 e teve como tema Bíblia Sagrada – Um livro para todos. SBB PressRelease.

Ano 58, nº 759 Fevereiro de 2018 Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

MEMÓRIA

BP ano 1 – Edição no 5

www.ipb.org.br

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esde ano passado estamos relembrando a história do jornal Brasil Presbiteriano, órgão oficial da IPB que nasceu em setembro de 1958, em Recife. Essa história foi marcada por edições de grande importância para a história da Igreja Presbiteriana do Brasil, como as edições que comemoraram os 100 anos de trabalhos em solo brasileiro – e a edição nº 5 ao lado – e outras, que abordaram temas de grande importância tanto nos anos 50 quanto atualmente. Além disso, desde o seu início, o BP busca informar seus leitores sobre os acontecimentos e marcos importante da IPB – como a realização da 18ª Assembleia Geral da Aliança Presbiteriana Mundial no Brasil. Ainda nos próximos meses, publicaremos outras capas das primeiras edições do BP, como um modo de mantermos viva e relembrarmos a história de nosso jornal e da IPB.

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) André Luiz Ramos (Secretário) Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges José Romeu da Silva Mauro Fernando Meister Misael Batista do Nascimento Conselho Editorial da CEP fevereiro 2016 a fevereiro 2018

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Antônio Coine Cláudio Marra (Presidente) Heber Carlos de Campos Jr. Marcos André Marques Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho Conselho Editorial do BP fevereiro 2016 a fevereiro 2018 Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Márcio Roberto Alonso Edição e textos

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EDITORIAL

Viva a liberdade de expressão. Ou não. C

onforme amplamente noticiado na ocasião, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi entraram armados na redação do semanário satírico Charlie Hebdo em Paris, dia 7 de janeiro de 2015, às 11h30, assassinaram 12 pessoas e feriram 11. O motivo alegado foi o tratamento desrespeitoso dado pelo jornal ao islamismo, o que, aliás, fazia e faz de modo grosseiro com todos os grupos e religiões. O ataque ao Charlie Hebdo foi uma das ações de terror que maior comoção provocou dentre todas as ações terroristas contemporâneas, seguindo o ataque às torres gêmeas de Nova York a 11 de setembro de 2001, que fez 2606 vítimas, além de 157 pessoas mortas nos aviões usados pelos bandidos. Os irmãos Kouachi se identificaram como pertencentes a um grupo terrorista islâmico. Uma grande ameaça feita em seguida levou à descoberta dos suspeitos, que trocaram fogo com a polícia. Os irmãos foram mortos no confronto. Em 11 de janeiro de 2015, cerca de dois milhões de pessoas, incluindo mais de 40 líderes mundiais, reuniram-se em Paris em uma manifestação de revolta e de pesar. Mais de 3,7 milhões de pessoas participaram de manifestações em toda a França. A frase

de solidariedade Je suis Charlie (Eu sou Charlie) era recorrente em comícios e nas mídias sociais. As manifestações, porém, demonstraram não ser sempre motivadas pelo apreço à vida humana. Para muitos, inaceitável foi o atentado à liberdade de expressão. A então presidente do Brasil manifestou seu pesar pelo ataque à liberdade de expressão. A revista Veja perdeu a linha – ou a manteve – e publicou que “é preciso mesmo ofender”. Fez mais, publicou uma charge de Jesus absolutamente grosseira e gratuita só para afirmar – de modo que teria sido infantil se não fosse doentio – sua liberdade de expressão. Esse endeusamento patológico da liberdade de expressão e sua classificação acima do respeito pelo

próximo e por suas ideias, mesmo discordando-se delas, denuncia o caos em que a sociedade se colocou. Porque, um dia, alguém vai se expressar contra uma das ideias correntes mais caras e, então, adeus liberdade de expressão. A deusa incensada será colocada de lado em favor de outro ídolo atual, o grito contra a discriminação. Fica claro que liberdade de expressão é a minha, e discriminação será qualquer expressão discordante, que, portanto, não poderá circular livremente, deverá ser discriminada. Nesse contexto caótico é que fomos envolvidos com uma notificação do Ministério Público ao Hirota por haver essa rede de supermercados distribuído o que denominaram preconceituosamente

de “cartilha que ofende gays”. O que a rede Hirota distribuiu, porém, foram cópias do devocionário presbiteriano Cada Dia, que, em uma de suas mensagens, refere-se ao casamento homossexual como “distorção da criação”, o que, segundo a Escritura, ele é mesmo. Para muitos não cristãos e para o Ministério Público, os cristãos não têm liberdade de pensamento e tampouco de expressão: para os cristãos vale a discriminação, a mesma de que acusam a “cartilha”. Como reagir, em circunstâncias como essa? Primeiro, é preciso recordar o ensino bíblico. Vários pastores presbiterianos fizeram isso e não podem parar, para o fortalecimento da fé e instrução do povo de Deus.

Mas eu me lembro do que fez o apóstolo Paulo ao confrontar debatedores que não aceitavam as Escrituras como autoridade. Ele não as citou primeiro, mas usou o conhecimento e cultura deles como ponto de contato. Foi assim em Atenas (At 17.22-31). Em Filipos, depois de aprisionamento e açoites injustificados, diante de uma informal ordem de soltura Paulo reagiu apelando para a lei romana: “Sem ter havido processo formal contra nós, nos açoitaram publicamente e nos recolheram ao cárcere, sendo nós cidadãos romanos; querem agora, às ocultas, lançarnos fora? Não será assim; pelo contrário, venham eles e, pessoalmente, nos ponham em liberdade” (At 16.37-38). O sofrimento da tortura não poderia ser deletado, mas as autoridades teriam de vir e desculpar-se, o que fizeram. Agora, vejam o absurdo. Pessoas que não creem que Deus criou todas as coisas vão sentir-se ofendidas por afirmarmos – com as Escrituras – que o casamento homossexual é uma distorção da criação que eles creem que não aconteceu. Viva a liberdade de expressão. Sem ela, porém, não expressaremos outra coisa. Foi assim que a igreja chegou até aqui.


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ACONSELHAMENTO

A preparação para a morte Eleny Vassão

Gente comum em final de vida Ao olhar para a paciente, pensei ter entrado em quarto errado: ela não parecia estar em seus últimos dias de vida. Lídia estava recostada em sua cama fazendo crochê, com um doce sorriso nos lábios. Quando elogiei seu trabalho, fez questão de me mostrar quantas coisas já havia feito. Presentes para as amigas e casaquinhos para o nenê de seu pastor. Em seu semblante não havia medo ou amargura, só um misto de tristeza e paz. Perguntei-lhe a razão. Sorrindo em meio às dores, confessou: “Jesus. Eu sei para onde irei depois que fechar meus olhos aqui. Ele está comigo agora e depois estarei com ele, eternamente viva, na presença do Amado da minha alma”. Minha história em Cuidados Paliativos Meus primeiros contatos com pacientes à morte voltam ao tempo em que era capelã evangélica titular do Hospital das Clínicas da FMUSP, e já se passaram 36 anos! A morte e o morrer tornaram-se parte de meu ministério diário, ampliando-se ao assumir a Capelania do Hospital Emílio Ribas, em meados da década de 80, auge da AIDS. Os pacientes eram jovens em sua maioria, e

estavam apavorados diante do curto tempo de vida que restava. Muitos clamavam a Deus por misericórdia. A medicina pouco podia fazer, mas a busca de Deus trazia arrependimento e restauração da alma. Morrer faz parte da vida? Entre os médicos paliativistas é usual ouvirmos que a morte é algo normal, natural. Sofrimento, lágrimas e dor fazem parte da vida e devem ser aceitos. Mas não é isso que vemos no rosto dos que se descobrem diante de uma doença progressiva e incurável. Esse não é o sentimento deles, pois não está de acordo com a verdade de Deus. Ele criou todas as coisas e disse que tudo era bom (Gn 1.31). A morte foi introduzida depois da Criação, por causa da queda. É comum a todos os seres criados, mas nem por isso é natural. Fomos feitos para a vida. A Bíblia nos diz: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem” (Ec 3.11 a). Quem morre melhor Vi na revista Veja a declaração da Dra. Ana Cláudia Arantes, budista e brilhante médica geriatra e paliativista do Hospice do Hospital das Clínicas da FMUSP. Ela é coordenadora geral do Casa do Cuidar, pales-

trante internacional e autora de muitos artigos científicos e livros e deu seu parecer sobre a espera da morte: “O ateu costuma lidar melhor com a morte. Ele não culpa ninguém, não terceiriza as decisões. O sagrado para ele é a vida em si. Os que seguem uma religião podem querer barganhar com seu deus na hora H” (VEJA 2561 de 20/12/2017). O que dizem as pesquisas científicas A maioria das pesquisas científicas sobre Medicina e Fé traz dados comprovados sobre o impacto da fé, principalmente a fé cristã, sobre a saúde física e mental, como lemos em Medicina, Religião e Saúde, do Dr. Harold Koenig: Depressão – “Pesquisas científicas constataram que maior religiosidade indica menos sintomas depressivos.” Otimismo e esperança – “Os ensinamentos religiosos com frequência promovem uma visão posi-

tiva do mundo que engloba esta vida e a vida após a morte.” A morte do ateu Para quem não crê em Deus, a morte é o fim de tudo, mas Deus fala ao coração do crente e lhe oferece conforto diante do sofrimento, ajudando-o a viver com qualidade e paz até o fim. Como viver e como partir John Eaves, no livro Antes de Partir, da Editora Fiel, registrou seu preparo para a morte: “Kay e eu revisamos a nossa situação financeira e fizemos ajustes aos nossos testamentos... assinamos a transferência de automóveis e imóveis. Entrei em contato com o diretor da funerária e preenchi toda a papelada... Tendo completado a tarefa de me preparar para morrer, eu estava totalmente liberado para viver e me concentrar no ministério que Deus havia me dado”.

Um dia de cada vez Reconhecer o fato de estar morrendo e poder falar sobre isso pode aliviar o paciente do jugo de tentar parecer forte. Podemos, portanto: 1. Ajudá-lo a falar sobre sua história, família, sonhos, esperanças, arrependimentos, sentimentos e temores; 2. Incentivar o seu olhar “além das nuvens”; 3. Assegurá-lo da presença de Deus (Rm 8.35-39; Hb 13.5), que é Soberano e conhece os nossos limites. Ele é misericordioso e tem um propósito. A cura física nem sempre é possível, mas sim a cura da alma. Vida eterna, o Presente de Deus “... com sua imensa misericórdia e seu amor extravagante, ele nos abraçou. Tirou-nos da nossa vida presa pelo pecado e nos fez vivos em Cristo. Fez tudo isso por conta própria, sem qualquer ajuda da nossa parte! Ele nos tomou para si e nos concedeu um lugar nos altos céus, na companhia de Jesus, o Messias. Não é demais? ... Nossa parte, em tudo isso, é apenas confiar nele o bastante para permitir que aja em nossa vida. É um imenso presente de Deus” (Ef 2.6-10 – Bíblia Versão “A Mensagem”). Eleny Vassão de Paula Aitken, missionária da IPB, é Mestre em Aconselhamento Bíblico, capelã hospitalar e presidente da ACEH – Associação de Capelania Evangélica Hospitalar e coordenadora da Casa do Aconchego.


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GOTAS DE ESPERANÇA

Uma nação atordoada pelos escândalos Hernandes Dias Lopes

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erdemos a capacidade de ficar chocados. Escândalos de toda ordem acontecem com tanta frequência e com tal magnitude, que não dá tempo para ficarmos aturdidos, pois quando explode um escândalo chamando a atenção da nação, noutro dia, outro mais escabroso já acontece, nos fazendo esquecer do primeiro. Os escândalos estão desfilando na passarela do Brasil, sem qualquer máscara, expondo sem qualquer pudor, suas vergonhas. Vejamos: Em primeiro lugar, escândalos no meio político. O Brasil nunca experimentou trégua na sanha da rapinagem. Viemos de um Brasil colônia, passamos por um Brasil império, e então, em 1889, proclamamos a República. Nessa dura saga política, vimos o domínio dos coronéis, a força da baioneta, o poder dos mais fortes e o achatamento dos mais fracos. Um golpe militar, golpeou mortalmente a esperança da democracia. Em 1988, porém, foi promulgada nossa carta magna. Enfim, restabelecemos a plena democracia. Agora sim, temos o governo do povo e para o povo! Ah, quantas esperanças foram gestadas ali! Porém, nesses trinta anos de decantada democracia, assistimos dois presidentes sendo apeados

do poder e uma classe política, com raras exceções, mergulhada no pântano da mais repugnante corrupção. Homens investidos de muito poder, com discursos populistas, saquearam a nação e deixaram à míngua aqueles a quem juravam proteger. Em segundo lugar, escândalos no meio empresarial. As benesses e os favores mais generosos dos bancos públicos foram oferecidos às grandes empresas, tanto na área da construção como do setor alimentício, dentre outras, para que essas pagassem gordas propinas aos partidos políticos levedados pela corrupção e aos seus políticos inescrupulosos. As cifras que dançaram nessa troca de favores são colossais. O enriquecimento ilícito desses representantes do povo foi vertiginoso. Ao mesmo tempo que a saúde, a educação, a segurança pública e as nossas estradas vivem na calamidade, rios de dinheiro irrigaram

as contas insaciáveis desses criminosos de colarinho branco. Em terceiro lugar, escândalos no meio artístico. A arte perdeu o senso crítico. A beleza tornou-se despudorada. Patrocinada pelo dinheiro público, a arte tornou-se mentora da desfaçatez moral, ultrapassando todos os limites da decência. As exposições feitas no Santander de Porto Alegre e no MAM, em São Paulo, fizeram uma desavergonhada apologia à pedofilia, ao homossexualismo, à bestialidade, além de afrontar os símbolos da fé cristã. Há uma conspiração contra os valores morais que sustentaram a família ao longo dos séculos. Pregam uma inversão de valores. Querem impor a ideologia de gênero e um novo modelo à sociedade, a partir das telenovelas, do teatro e das apresentações artísticas. O escândalo está no palco e na tela!

Em quarto lugar, escândalos no meio esportivo. O esporte deixou de ser uma paixão nacional para ser uma vergonha nacional. Alguns dos mais altos comandos do esporte estão mergulhados até o pescoço num charco de lama. Milhões de dólares inspiraram os dirigentes a escolher este ou aquele lugar das Olimpíadas ou da Copa do Mundo. Os novos estádios de futebol, construídos no Brasil, com seu padrão FIFA, encheram os bolsos dos cartolas do poder. Com honrosas exceções, as transações milionários dos craques, escondem acordos debaixo dos panos para driblar o fisco. A arte virou comércio. A ganância tomou o lugar da arte. O amor ao lucro roubou a beleza do esporte. A corrupção entrou em campo e está goleando os amantes do esporte. Em quinto lugar, escândalos no meio religioso. Ah, quem diria, o escân-

dalo explodiu também nos templos religiosos! Homens de Bíblia em punho escondem motivações inconfessas e manipulam os incautos, para se locupletarem. Muitas igrejas tornaramse empresas particulares. Muitos pastores tornaram-se empresários da “fé”. Muitos obreiros fraudulentos, verdadeiros lobos travestidos de pastores, abrem igrejas como se abrem franquias. Buscam lucro. Muitos templos se transformaram num balcão de negócio. Muitos púlpitos fazem promessas de prosperidade aos que alimentam esse esquema da ganância. O evangelho da graça é sonegado ao povo e em troca dão a ele falsas esperanças com o caldo mortífero do sincretismo mais tosco. Pregadores e cantores são tratados como astros de cinema. Muitos cobram gordos cachês por suas espetaculosas apresentações. A corrupção entrou nos templos e jeitosamente vestiu-se com a túnica da piedade. O Brasil precisa de uma faxina moral desde o palácio até ao templo, desde o campo de futebol até às artes, desde às empresas até às cortes, desde ao parlamento até às ruas. Chega de tanto escândalo! É tempo do Brasil olhar para cima e voltar-se, para Deus! O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.


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TEOLOGIA E VIDA

A riqueza da glória de Deus na vida do seu povo Hermisten Costa

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pós falar sobre vários privilégios da vida cristã, o apóstolo ora que os olhos do coração dos crentes efésios fossem iluminados, para saberem “qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1.18). Nenhum mal há, então, em pensar, ocupar a nossa mente com a herança graciosa que nos aguarda. Aqui Paulo retoma o que dissera quanto a ser o Espírito Santo “o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1.14). A vocação de Deus envolve a responsabilidade de nossa santidade, tem também algo glorioso que escapa à nossa compreensão: Deus nos chama à sua herança. No Novo Testamento, além da associação natural do verbo herdar, do substantivo herança e do adjetivo herdeiro com o recebimento de posses da parte dos pais (Mt 21.37-38; Lc 12.13; Gl 4.30), encontramos, com maior ênfase, a conotação espiritual. À luz do Novo Testamento podemos dizer que a oração de Paulo envolve a consciência de: a. Vida eterna (Mt 19.29); b. Salvação (Ef 1.14,18); c. Glória futura (Rm 8.17-18) e d. Bênção escatológica (1Pe 3.9).

No Antigo Testamento, o povo de Israel é chamado de herança de Deus (Dt 9.29). Como os levitas não herdariam qualquer porção da Terra Prometida, sendo isso, aparentemente injusto, no entanto, Deus se declara a sua herança; nada haveria maior (Dt 10.9). Devemos observar que todas essas heranças advêm de Cristo, visto que ele é o herdeiro único e pleno de todas as coisas. Descrevendo aspectos da Revelação progressiva de Deus, o escritor de Hebreus pontifica com Jesus, a Palavra final de Deus (Hb 1.2). Quando se despede dos presbíteros de Éfeso reunidos em Mileto, Paulo fala sobre os lobos vorazes que surgiriam na igreja e que não poupariam o rebanho. No entanto, em sua advertência há uma palavra de grande consolo: “Agora (...) encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados” (At 20.32). Por meio da Palavra Deus nos edifica e nos conduz à herança entre os que são santificados. Os presbíteros não poderiam perder esse alto privilégio, especialmente quando estivessem em dificuldades, lutando pela fé contra lobos vorazes – falsos mestres –, que, certamente com o apoio de

muitas ovelhas ingênuas ou mal-intencionadas, seriam ouvidos, admirados e seguidos. Eles deveriam persistir no ensino da Palavra. Somente por meio dela a igreja seria edificada e conduzida à herança que Deus tem preparada para os santos. Vivemos sob a égide do envelhecimento e morte. A morte é uma consequência de todo organismo material e, portanto, do ser humano. A morte faz parte da vida; acostumamos-nos com isso. Na enfermidade e perseguição parece que essa realidade se configura com maior evidência trazendo maiores consequências para o nosso coração. Como ser humano e pastor, Pedro lida com essas questões. Ele considera a alegria da vocação de Deus

a despeito das tristezas circunstanciais de nossa existência ou, resultantes de nossa fidelidade à vocação celestial. A sua certeza é que o Deus que nos chama, também nos preserva e sustenta nos conduzindo ao seu Reino celestial. Tendo isso em vista, escreve às igrejas perseguidas, duramente provadas (1Pe 4.12-19), trazendo um consolo escatológico. Ele as conforta com a certeza de uma herança pura, que não murcha e é eterna, concedida e preservada por Deus para a sua Igreja (1Pe 1.3-9). A vocação de Deus é para a vida eterna. Deus não frustra os seus propósitos. Precisamos aprender a confiar e descansar nas promessas de Deus. A vocação de Deus é perfeita e para um alvo perfei-

to. Estamos em suas mãos; confiemos nele e, desse modo, no caminho que ele mesmo nos propõe. Pedro, portanto, estimula a igreja perseguida com a certeza de que Deus mesmo tem preservado para os seus uma herança maravilhosa que ultrapassa em muito a nossa capacidade de exaustiva percepção (Ef 3.20). Nas vésperas de sua morte, Jesus fala também da eternidade. Ele ora ao Pai a nosso favor: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). Ele deseja que seus discípulos partilhem da sua glória eterna. A herança de nossa vocação sem dúvida envolve conhecer a Deus, por meio de Cristo, em sua plenitude da glória revelada. O nosso bem maior, a nossa herança está nos novos céus e nova terra criados pelo Senhor, cuja vida e grandeza estarão no Senhor que, com sua presença, comunica vida, alegria e paz a todos os seus habitantes. A nossa herança, a rigor falando, é o próprio Jesus (Ap 21.1-6). Alegremo-nos nessa doce esperança. Amém. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP.


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EDUCAÇÃO

O saudoso Colégio Paraguaçu A homenagem de um discípulo a seu mestre Natanael Firmino

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a manhã do dia 16 de março de 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, na cidade de Paraguaçu Paulista, Alta Sorocabana, o Prof. Célio Rodrigues Siqueira dirigiu a primeira Assembléia de Organização do “Colégio Paraguaçu”, instituição de ensino organizada pelo “Instituto Gammon”, com sede em Lavras, MG. Ele leu o salmo 90, oração de Moisés, e esse salmo foi lido em todas as primeiras e últimas Assembléias de cada ano. Nessa época (1944), não havia Ginásios Estaduais, somente escolas de primeiro grau. O Instituto Gammon atendeu ao pedido de vários representantes do povo de Paraguaçu Paulista, e essa instituição perdurou por 26 anos na cidade. Era um Colégio para o ensino do segundo grau, oferecendo internatos para jovens do sexo masculino e do feminino. Eu fui um deles! As Assembleias eram semanais, no intervalo da segunda para terceira aula, durante vinte a trinta minutos aproximadamente. Nessas reuniões o Diretor, Prof. Célio Siqueira, fazia estudos bíblicos, dava palestras sobre cultura e ética. Sempre termina-

va com oração. Também se aprendia música e os alunos se apresentavam ao piano sob os cuidados de D. Haydée Chaves Siqueira, esposa do Prof. Célio. Essas Assembléias se tornaram uma característica principal do Colégio Paraguaçu. Uma vez por mês eram lidas as notas dos alunos, por classes, e as melhores notas eram informadas a todos. As palestras do Prof. Célio nessas Assembléias abrangiam também histórias de figuras famosas, desde os antigos gregos e sua filosofia até a Idade Média e o progresso científico das ciências e da humanidade, em seus aspectos sócio-econômico, social e político. O Prof. Célio era também Presbítero da Igreja, os alunos internos aos domingos eram levados a assistir o Culto, com líderes que os acompanhavam e os conduziam de volta para os internatos. Depois que se organizou o Ginásio Estadual, mantido pelo Governo, o número de alunos foi decrescendo, mas, por outro lado, passou-se a uma disputa entre os alunos do Colégio e os do Ginásio, na prática de esportes, como basquete, futebol, etc. Também nos desfiles nas datas cívicas

a disputa era acirrada: a melhor fanfarra, quem desfilava melhor, e assim ambas as instituições deram seus frutos no tempo próprio. Tendo surgido o ensino do Estado na cidade, o ensino particular foi perdendo sua missão supletiva com o decorrer dos anos. Vendo se aproximar o encerramento de suas atividades, foram criados a Escola Superior de Agronomia e o Colégio Técnico Agrícola em substituição ao Curso Ginasial mantido pelo Colégio. Posteriormente se criou o Curso Técnico de Contabilidade no período noturno, de caráter particular e que usava as salas do Colégio Paraguaçu. Eu também fiz esse curso, já trabalhava e podia pagar. Em seus 26 anos de existência, o Colégio Paraguaçu marcou sua presença na

comunidade, conquistou seus lugar na história da cidade, “seus antigos alunos são hoje homens vitoriosos no exercício de suas atividades e por certo guardam a memória querida dos anos aqui vividos e de modo especial da Assembleia, às vezes incompreendida, boicotada e combatida pelos internos, mas que tanto contribuiu para a boa formação do caráter e do civismo dos que a ela assistiram” (Prof. Célio R. Siqueira). Quinta-feira, dia 12 de setembro de 1970, o Prof. Célio Rodrigues Siqueira presidiu a última Assembléia, a convite do Professor Nicanor Luciano Gomes, então Diretor do Colégio, e leu, como sempre fazia nos finais de cada ano, o salmo 90, tecendo comentários sobre a grandeza de Deus e a pequenez do homem. Ele umpriu

cabalmente sua missão, tal como Paulo (2Tm 4.7). O Prof. Célio Rodrigues Siqueira foi figura marcante, tinha o dom de ensinar, corrigir e aconselhar. Assim foi comigo em 1961 quando lhe disse que pretendia ir para São Paulo para trabalhar e continuar os estudos. Ele ouviu meus motivos e depois disse “Arranca-te mancebo”! Enquanto viver eu nunca vou esquecê-lo! Foi um jequitibá! Anos depois, em 1983, tive a honra de ser Juiz de Direito em Paraguaçu Paulista. Hospedei-me por uma semana na casa do Professor Célio, enquanto pintavam a casa onde eu moraria. Foi tempo de muita alegria para mim e para ele! Deus seja louvado! O Dr. Natanael Soares Firmino é presbítero da 1ª IP de Bauru – SP.


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EDUCAÇÃO CRISTÃ

Professor que é professor Nesta edição, a quinta da série, veremos que o bom professor...

Leva seus alunos a reconhecer a igreja de Cristo Cláudio Marra

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á vimos aqui que o professor de verdade procura conhecer os seus alunos. Não será possível cumprir bem o seu papel sem aproximar-se deles, buscando o conhecimento direto, bem como tratar de aprender sobre eles de modo indireto, por exemplo com leituras de qualidade a seu respeito. A ideia do professor que cai de paraquedas todo domingo diante da classe e é sugado para fora da sala ao segundo sinal... não pode ser mais do que uma caricatura, com o objetivo de denunciar um dis-

tanciamento não pedagógico e não discipulador, pelo menos no sentido positivo. Os alunos, porém, não são entidades isoladas de uma comunidade. A classe faz parte de uma escola, que faz parte de uma igreja local. Em uma época de individualismo levado à insanidade – uma pessoa decide se é humana ou um jacaré, um macho ou uma fêmea – será positivo cada aluno ver-se como parte do todo. Sua família, primeiro. O professor fará bem em manter contato com pais, filhos, cônjuges e/ou outros familiares de seus alunos, de modo a vê-los sempre

como integrantes de seus grupos primários. Os alunos serão orientados e ver-se como indivíduos responsáveis diante de Deus, a quem respondem nos termos dos mandatos espiritual (sua relação com Deus) e cultural (sua relação com o meio), mas também nos termos do mandato social (sua relação com o outro, a começar em casa). O professor estimulará essas relações e aplaudirá o crescimento alcançado nessa esfera. Em seguida, a igreja, a família da fé. Somos parte de um povo que Deus tem guiado ao longo de milênios. Temos uma história,

que é a história de Deus, uma história de libertação sob a Providência, uma história marcada pelas promessas divinas e pela fidelidade do Senhor em cumpri-las. “Até aqui nos ajudou o Senhor” não é apenas um versículo usado para se responder a chamada, mas uma confiante expressão de fé. Ignorar essa história é fazer pouco caso de toda a misericórdia divina derramada sobre o seu povo desde o princípio. Quando repetimos a declaração “creio na igreja universal”, do Credo Apostólico, estamos afirmando que o povo de Deus

CELEBRAÇÃO

IP de Salto recebe de novos membros Paulo Henrique Amorim

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ano de 2017 foi motivo de festa e alegria para a IP de Salto, pois no dia 03/12 a igreja foi agraciada pelo Senhor com o recebimento de 29 novos membros. A igreja, que desde 2016 é pastoreada pelo Rev. Carlos Antonio Valentim, tem recebido muitas visitas, de não crentes; de desigrejados

e até pessoas descontentes com a forma de o evangelho ser ensinado em suas comunidades. Como fruto do acolhimento pela igreja, 14 novos membros foram recebidos por profissão de fé, 9 foram recebidos por transferência, 3 por profissão de fé e batismo, 2 por jurisdição e 1 por restauração. Na noite de celebração, a Palavra foi baseada em

Lucas 9.62, “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”. A igreja foi convocada a continuar trabalhando pelo reino, para que haja crescimento numérico e espiritual de toda a comunidade e que o evangelho de Jesus Cristo continue sendo anunciado. Paulo Henrique de Azevedo Amorim é membro da IP de Salto

Novos membro da IP de Salto

não se limita a um grupo fechado, a um gueto, como por exemplo o nosso. Os católico-romanos pretenderam encampar a palavra “católica” (universal), para referir-se apenas à sua própria seita. Erraram. E o professor não formará alunos sectaristas, mas cristãos que creem na igreja católica ou universal. É com essa visão de igreja que os alunos serão estimulados a participar do trabalho da igreja. Estarão promovendo o reino de Deus, nada menos, nada menor. O Rev. Cláudio Marra é o Editor do Currículo Cultura Cristã e autor do livro A Igreja Discipuladora.


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MISSÕES

Projeto Missão Caiuá 2017 D

e 01 a 05 de novembro, foi realizado o PROJETO MISSÃO CAIUÁ 2017, na cidade de Dourados, MS. Em sua 11a edição, o projeto teve como objetivo promover apoio ao trabalho missionário desenvolvido pela Missão Evangélica Caiuá. A Missão Caiuá completará no próximo ano 90 anos de existência, e seu trabalho tem sido um diferencial na obra missionária entre os povos indígenas no Brasil. Com vasto trabalho de apoio aos indígenas, especialmente na área de educação e saúde, ela possui o único hospital indígena do Brasil, “Porta da Esperança”, que tem carecido de muito apoio financeiro para continuar o seu atendimento à população indígena. Possui 06 escolas em parceria

com o poder público. Também a Missão forma e prepara missionários indígenas para os campos da Missão em várias tribos, através do “Instituto Felipe Landes”. É uma grande agência missionária para um grande campo de trabalho. O PROJETO MISSÃO CAIUÁ – 2017, concentrou-se em cinco áreas de

O DIA DO MACKENZIE VOLUNTÁRIO foi realizado através de duas equipes, sendo uma na tribo Bororó (nas instalações da 1ª. Igreja Indígena Presbiteriana do Brasil) e outra equipe nas instalações da Missão Caiuá. Os mais de 350 voluntários (voluntários do Estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul) trabalharam muito para propiciar um grande Dia do Mackenzie Voluntários entre os indígenas. Tivemos a participação de mais 2.000 indígenas durante todo o dia, nas duas frentes de trabalho. Segue o resultado das ações:

abrangência: 1) Realização do Dia do Mackenzie Voluntário na tribo Bororó (Dourados-MS) e na sede da Missão; 2) Viagem missionária com a participação de 240 voluntários; 3) Construção de um templo e uma casa pastoral na tribo de Taquara (Jutí-MS); 4) Arrecadação de donativos diversos (62.069 itens doa-

AÇÕES SACOS DE ROUPAS REFEIÇOES HISTORIAS BÍBLICAS FUTEBOL GINCANA PINTURA ROSTO CORTE DE CABELO UNHA PENTEADOS MAQUIAGEM CALÇADA (M2) VOLEI BASQUETE PRIMEIROS SOCORROS (LEVE)

TOTAIS 2.500 1500 1226 528 466 365 312 239 185 137 50 36 10 2 7.556

dos); 5) Apoio aos missionários da Missão. Na arrecadação dos donativos, destaca-se o esmero, parceria, dedicação e empenho realizado anualmente pela Sociedade Auxiliadora

Feminina (SAF). Através das SAF locais, e apoio das Federações e Confederação, o trabalho de arrecadação tem sido um diferencial e uma grande benção para a Missão Caiuá.

Donativos entregues à Missão Caiuá ITENS ROUPAS USADAS FRAUDAS PIRULITOS PRODUTOS DE HIGIENE BOLAS CALÇADOS BOLSAS E ACESSÓRIOS MATERIAL HOSPITALAR CAMA - MESA – BANHO BRINQUEDOS RETALHOS (KG) OUTROS ROUPAS PARA MISSIONARIOS (NOVAS) LEITE E ACHOCOLATADO (KG) LITERATURA BICICLETA INFANTIL CADEIRINHA DE CARRO

TOTAIS 41.578 8972 3500 2805 1200 1061 700 650 599 294 180 223 120 95 88 2 2 62.069


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REFLETINDO

O valor da Família “... serão benditas todas as famílias da terra” Gênesis 12.3 Antônio Cabrera

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a parte de meus avós tenho quatro nacionalidades diferentes. Cada um deles partiu de sua terra natal e aqui, em um país estranho conheceram seus pares e constituíram suas famílias. Mais de 100 anos depois, fazendo um balanço, eu concluo que o grande perdedor de 2017 foi a Família. Foram derrotas acachapantes. Várias prefeituras extinguiram o “dia das mães” e “dos pais”, impondo no lugar o “dia de quem cuida de mim”. O Ministério Público proibiu a distribuição por uma empresa privada de uma devocional da Igreja Presbiteriana exaltando a Família. Já o CNJ, presidido pela Ministra Carmen Lúcia e presidente do STF redefiniu a Família. A partir do primeiro dia de 2018 não há mais o espaço para «pai» e «mãe» em certidões de nascimento, casamento e óbito. Será possível registrar até quatro pessoas no campo “filiação”! Essas e outras medidas do Estado foram baixadas para não constrangerem aqueles que não concor-

dam com o modelo de “família tradicional”. Conclusão: pela primeira vez na história, a Família foi para o banco dos réus quanto à moralidade. Uma mudança tão radical de rumo é, a meu ver, algo inédito na história da moralidade. Essa flexibilização da Família força perigosamente um aumento excessivo do Estado, convocado a se intrometer cada vez mais nos assuntos íntimos. Se o Estado tiver o direito de redefinir Família, ele terá então o direito de fazer o que quiser a qualquer tempo. Lembro-me constantemente de uma reunião familiar quando a minha avó pronunciou: “Deixa eu ver o neto de minha neta!” E aí saiu uma foto de cinco gerações.

Cinco gerações da família Cabrera

Que eufemismo é esse de “família tradicional”? Temos de entender que havia Família quando não havia Estado. As medidas acima são um agigantamento do Estado para controlar algo que nasceu antes dele. Sou um amante de Liberdade e não tenho nada contra a convivência de pessoas fora da instituição da Família, mas não concordo com a imposição de uma visão de mundo que destrói os alicerces da sociedade em troca da priorização da satisfação pessoal de poucos. Não será uma lei que moldará a minha percepção do que é Família. Há de se gastar toda a energia para mostrar que a Família é a principal força modeladora da vida: nela são plasmados os valores, as crenças, a segurança

Dora Cabrera e netos

emocional, o senso de responsabilidade, a maturidade espiritual e é algo que não dá para terceirizar. Pior, estamos rejeitando os benefícios culturais da Família. Ela tem benefícios universais para toda a sociedade. A Família é um porto seguro ligado a níveis mais elevados de saúde e de felicidade e a níveis mais baixos de abuso de álcool e drogas. Famílias estáveis representam menos agressividade, menos suicídio, mais prosperidade e bem-estar do que qualquer outra instituição. Família é o melhor amigo do homem, mas é algo custoso e frágil e precisa de uma cultura forte que a defenda. Sim, precisa de proteção. No final do ano passado,

minha mãe tirou uma foto com os seus netos. Como não defender essa instituição? A Família é um forte bloqueador dos planos de manipulação cultural do Estado. É o palco onde se desenrolam as cenas mais importantes da vida. É onde celebramos as maiores vitórias e choramos as dores mais profundas. É onde aprendemos as mais importantes lições de nossa existência. Um Brasil menos familiar com certeza será um Brasil pior. E hoje estamos vivendo uma batalha sobre a linguagem. Os eufemismos estão ganhando a guerra pela redefinição da Família, contornando o debate central. É viver subjugado pela


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MISSÕES ditadura do relativismo moral. Ah, mas é a modernidade... Ledo engano. A sociedade não está avançando bravamente para o futuro. Está marchando sem prestar atenção ao passado tribal dos desejos pessoais. A todo tempo somos pressionados a aceitar valores que não são nossos. Cultura e culto derivam da mesma raiz; uma cultura é definida pelo que ela adora. O que você adora? Ou quais são os seus valores? A esquerda cultural sabe melhor. É por isso que passaram décadas no projeto de “correção política” para substituir a linguagem clara por eufemismos enganosos. Denegrir a Família é, de fato, lamentar a nossa civilização e seus monumentos, suas conquistas e seu legado. A linguagem é o meio de nossa consciência. Não devemos ceder uma única sílaba ao marxismo cultural destrutivo. A Família não é apenas o seu maior patrimônio, mas é o único. Por isto, nada melhor do que iniciar este 2018 exaltando: Muito obrigado pela minha família! O Dr. Antônio Cabrera Mano Filho, presbítero da IP de São José do Rio Preto (SP), foi Ministro da Agricultura do Brasil no governo Collor e é membro do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Trabalho missionário na Nova Zelândia

O

ano de 2017 trouxe muitas mudanças para o Rev. Cláudio César Gonçalves e sua família. O motivo, a chegada a um novo campo missionário, Queenstown, Nova Zelândia. Lidar com uma nova cultura e língua, conhecer e aprender a amar os novos irmãos em Cristo e a lidar com a saudade dos queridos que ficaram no Brasil, foram algumas das adaptações que a família teve que enfrentar. Os filhos do Rev. Cláudio e Cássia foram os que mais sentiram as mudanças, mas se adaptaram muito bem à nova realidade da família, tanto que Maria Fernanda e João Pedro receberam destaque e elogios da escola onde estudaram. Após quase um ano na Nova Zelândia, o pastor percebeu que a necessidade de revitalização das igrejas kiwis (modo como a nação neozelandesa é conhecida no mundo) é urgente. Os irmãos kiwis são ativos, mas grande parte está na faixa etária de 65 a 95 anos. Há poucos jovens nas igrejas, muitos são estrangeiros (muitos jovens neozelandeses são ateus). Além disso, o secularismo e o liberalismo têm distorcidos valores cristãos entre a população mais jovem, o que dificulta o trabalho missionário na região. Apesar de todos os desafios, o Rev. Cláudio acredita que o trabalho na Nova Zelândia é uma confirma-

Rev. Claudio e sua família

ção de que estão fazendo a vontade de Deus, sob sua direção e dependência. Rev. Cláudio, Cássia, Maria Fernanda e João Pedro pedem que oremos por uma melhor adaptação e aprendizado do idioma local; pelo complemento

financeiro do sustento no campo missionário; pelas crianças, adolescentes e jovens na Nova Zelândia; para novas oportunidades para evangelizar e discipular os kiwis; pela revitalização das igrejas na Nova Zelândia; pela próxima via-

Queenstown, cidade do trabalho missionário da família Gonçalves

gem missionária ao Nepal em abril de 2018. Para maiores informações sobre o trabalho missionário da família, acesse o site <www.claudiogoncalves.org.br>>; acompanhe o canal do Youtube, revclaudiogoncalves; ou entre em contato pelo e-mail revclaudiogoncalves@ gmail.com.


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Aconteceu em fevereiro

No BRASIL E NO MUNDO

Mais assistência é necessária no sul da Síria Pesquisas indicam que incremento da oferta de assistência humanitária é urgente para atender às necessidades de saúde na região

1468 – Falece Johann Gutenberg, inventor da impressora com tipos móveis. 1546 – Falece o Reformador Martinho Lutero. 1582 – Papa Gregório XIII institui o calendário gregoriano. 1794 – A Convenção Francesa aprova a abolição da escravidão em suas colônias. 1807 – Parlamento britânico aprova a abolição do comércio de escravos. 1865 – O ex-padre José Manuel da Conceição torna-se o primeiro pastor presbiteriano ordenado no Brasil. 1985 – Os restos humanos hispano-americanos mais antigos do mundo, com 31 mil anos, são encontrados em um rancho situado a cerca de 60 km de San Luis de Potosí (México). 1997 – O cientista Ian Wilmut, do Instituto Roslin, na Escócia, anuncia a existência da ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado a partir de uma célula de um animal adulto. 2001 – O mapa completo do genoma humano é apresentado oficialmente. 2004 – Pesquisadores da Coréia do Sul se tornam a primeira equipe a clonar com sucesso um embrião humano. Com dados de http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI113332-EI1411,00.html

Nos 40 anos de Lei do Divórcio, 1/3 dos casamentos acaba em separação Situação precária dos postos de atendimento a saúde na Síria

A assistência humanitária para as pessoas que vivem no sul da Síria precisa aumentar significativamente, diz Médicos sem Fronteiras (MSF). A organização humanitária internacional divulgou dois relatórios, Leste de Daraa, Síria – avaliação de base e Leste de Dara, Síria – primeira avaliação de acompanhamento, que destacam as necessidades críticas de saúde das comunidades que vivem no leste de Daraa, uma área no sul da Síria. Usando dados exclusivos, os relatórios permitem o exame do impacto do conflito sírio nas pessoas. Eles revelam como a violência levou ao deslocamento de quase metade da população do leste de Daraa nos anos recentes

e destacam as perigosas lacunas de cuidados de saúde para mães e crianças na área, incluindo índices alarmantes de partos de risco em casa e cuidados pré-natais deficientes. Os relatórios também apontam altas taxas de gravidez e baixas taxas de uso do planejamento familiar na área. Além disso, os relatórios mostram que até 60% das crianças menores de 5 anos não receberam todas as doses necessárias de vacinas contra doenças evitáveis. As pesquisas também descobriram que, em quase metade das famílias que perderam um integrante nos 12 meses anteriores às avaliações, a causa da morte foi um incidente militar. Fonte: www.msf.org.br

Segundo IBGE, desde 1984, os casamentos avançaram 17% e os divórcios aumentaram 269%. Quarenta anos após a instituição da lei do Divórcio no Brasil, um a cada três casamentos termina em separação no país (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Um balanço feito com dados do instituto entre 1984 e 2016 aponta ainda que o número de dissoluções disparou com o passar dos anos. Em 1984, eram cerca de 10% do universo de casamentos, com 93,3 mil divórcios. Essa correlação saltou para 31,4% em 2016 – com 1,1 milhão de matrimônios e 344 mil separações. Apesar de a Lei do Divórcio vigorar desde 1977, os dados sobre o tema só começaram a ser incluídos nas estatísticas anuais de Registro Civil na década seguinte.

Até aquele ano, o desquite era o dispositivo legal, mas não permitia uma nova união formal. O levantamento aponta mais de 7 milhões de dissoluções registradas no país entre 1984 e 2016, ou 580 divórcios por dia, ante 29 milhões de matrimônios. No período, os casamentos subiram 17%. Já os divórcios aumentaram 269%. Adaptado de: < http://brasil.estadao.com.br/ noticias/geral,nos-40-anos-de-lei-do-divorcio-13-dos-casamentos-acaba-em-separacao,70002134487>. Por Fábio de Castro, Felipe Resk e José Maria Tomazela, O Estado de S. Paulo.


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Maior Conferência Menonita deixa a Denominação

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PREPARAÇÃO

39a Reunião Ordinária do SC-IPB

Em outra divisão por conta do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a Mennonite Church USA (Igreja Menonita dos EUA) perde um sexto de seus membros. Dois anos depois de decidir deixar a Igreja Menonita dos EUA (MC USA) devido a desentendimentos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um grupo de quase 180 igrejas, com tendência conservadora, tornou sua divisão oficial no início de 2018. Embora a MC USA continue a definir o casamento como “uma aliança entre um homem e uma mulher para a vida” em sua confissão de fé, alguns opositores ao casamento do mesmo sexo temem que sua posição esteja se afrouxando. A denominação votou uma proposta para afirmar o casamento do mesmo sexo, mas adotou uma resolução de 2015 para estender “graça, amor e tolerância para conferências, congregações e pastores em nosso corpo que, de maneiras diferentes, buscam ser fiéis ao nosso Senhor Jesus Cristo sobre assuntos relacionados a uniões entre pessoas do mesmo sexo “. Como a TC relatou anteriormente, a Eastern Mennonite University e o Goshen College, ambas as escolas afiliadas à MC EUA, adotaram em 2015 políticas para proteger professores nas relações do mesmo sexo. Meses depois, voluntariamente retiraram-se do Council for Christian Colleges and Universities (CCCU) como resultado. Kate Shellnutt, postado em 02 de janeiro de 2018, http://www.christianitytoday.com/news/2018/january/biggest-mennonite-conference-leaves-denomination.html

Presidentes dos Sínodos e Presbitérios do Estado de SP presentes na reunião

Clodoaldo Furlan

N

o dia 28 de novembro de 2017, reuniu-se nas dependências da IP de Pinheiros, a liderança da IPB no Estado de São Paulo. O propósito foi discutir a hospedagem da 39ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB, que se reunirá nos dias 22 a 29 de 2018, na cidade de Águas de Lindóia, SP. A liderança estava representada pelos Presidentes dos Sínodos e Presbitérios do Estado de São Paulo. Também se fizeram presentes lideranças de órgãos e autarquias da Igreja. O Presb. Clodoaldo Furlan, Presidente da Comissão de Hospedagem, explanou sobre os preparativos e o objetivo de termos um evento memorável para a Igreja Presbiteriana do Brasil. A Comissão de Hospedagem tem trabalhado, procurando ofe-

recer o melhor da hospedagem paulista para todos os deputados presbiterianos, que chegarão oriundos de todos os Estados da União e do Distrito Federal. Participou também dessa reunião o Rev. Juarez Marcondes Filho, Secretário Executivo do SC-IPB, e o Presb. José Alfredo Marques de Almeida, Tesoureiro do SC-IPB, que informaram as providências que estão sendo tomadas tanto pela Secretaria Executiva como pela Tesouraria no mesmo objetivo de proporcionar uma reunião de excelência para todos os participantes. Será oferecido transporte de ônibus nos três aeroportos do Estado: Aeroporto Internacional de São Paulo (Guarulhos), Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas) e Aeroporto de Congonhas (São Paulo). O Aeroporto de Viracopos ė o mais próximo, com tempo apro-

ximado de 1h30 até Águas de Lindóia. Os demais têm tempo aproximado de 2h30. Foram reservados sete hotéis, dentro da capacidade da cidade de Águas de Lindóia em sediar grandes eventos nacionais. A RO-SC/IPB-2018 tem previsão da participação de 1.600 pessoas, entre deputados, membros ex-officio e visitantes. A infraestrutura hoteleira e de eventos da cidade de Águas de Lindóia tem a capacidade de hospedar até 6.000 pessoas em um mesmo evento. O presbiterianismo está unido em oração e ações para termos uma profícua e abençoada reunião do Concílio Magno da Igreja Presbiteriana do Brasil no próximo mês de julho. Que o Senhor Deus nos conduza nesse propósito. O Presb. Clodoaldo Furlan é Presidente do CECEP.


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ADORAÇÃO

A música, a Igreja e a Adoração a Deus Jorge Correa

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úsica é a harmonia dos sons, identificados pelas notas e suas junções. Essa música é universal e reverbera pelo tempo e em todos os cantos. Produz encantamento tanto em quem faz música, como em quem a ouve. A música tem a faculdade de acalmar, e também de fazer palpitar os corações. E o melhor de tudo é que Deus fez que fossemos capazes de reproduzir e fazer música de forma plena, e mais, permitiu aos homens a confecção dos instrumen-

tos musicais (Gn 4.21). A música é mencionada na Bíblia como expressão de alegria, confiança, expressão de dor e mesmo de súplicas a Deus (Dt 32; 1Cr 25; Sl 18; 22; 30; 40; 81; 84; 89; 95; 96...). Ela também serve para destacar o feito das pessoas e o reconhecimento do que fizeram. Há um episódio em que a música transtorna o coração de um homem enchendo-o de amargura (1Sm 18.6-16; 21.11; 29.5) e isso não apenas em um momento. A Igreja no Antigo Testamento era representada pelo

povo que Deus escolheu para si, e esse povo, quando se deslocava para suas festas e também para o culto, cantava alegremente nos seus acampamentos. No Novo Testamento encontramos poucos momentos que falam de música, mas o povo que tem o mesmo Deus, ama música e a música serve como expressão de adoração. Infelizmente, não é sempre assim. Temos visto ao longo do tempo, quantas Igrejas têm sido solapadas porque alguns amam mais a música do que a Deus e

a comunhão com os irmãos tem sofrido. Quanta divisão, dissenção, desarmonia. De forma que algumas músicas mesmo destacam essa condição e também no cancioneiro popular há uma música que fala do ‘desafinado’. A Adoração ao Senhor também se utiliza da música, e esta quando bem executada, faz tanto bem e facilita a compreensão de tantas coisas que Deus realiza na vida das pessoas de forma individual e também na coletividade, no corpo; mas, quando não é feita com a qualidade e fidelidade necessária, causa

tantos danos, tantas distorções. E passa da Adoração a Deus para a heresia, a auto -adoração ou mesmo para a deturpação completa dos propósitos de Deus para o seu povo. Toda a Igreja, quando reunida, é o grupo de louvor que na harmonia de vozes dissonantes ou perfeitas, expressa confiança, fidelidade, gratidão, exaltação do Ser de Deus e dos seus propósitos. Que o Senhor seja servido em nos abençoar! O Rev. Jorge Correa dos Santos Filho é capelão do Mackenzie.

CONCÍLIO

Temores de um conciliar na vida conciliar Olivar Alves Pereira

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IPB é conciliar, toma suas decisões por meio de seus concílios: Conselhos, Presbitérios, Sínodos e Supremo Concílio (prefiro o termo “Assembleia Geral”). E ser conciliar não quer dizer nesse caso apenas harmonizar opiniões contrárias, mas, sim, reunir as partes e pontos de um assunto buscando conformidade com as Escrituras Sagradas. Esse deve ser o objetivo da Igreja: tomar decisões inteiramente pautadas na Palavra de Deus. Assim, sendo, cada conciliar pode oferecer um dado, uma informação, uma orientação que possa ter escapado ao olhar do outro conciliar. Tem sido assim desde o

primeiro concílio da igreja, em Jerusalém, conforme Atos 15. A vida conciliar, porém, não é fácil. Ela traz dificuldades, especialmente quando alguém quer fazer sua própria vontade prevalecer. É aí que nascem problemas doutrinários, ofensas, mágoas e cisões no Corpo de Cristo. Como Presbítero Docente, participo de todos os concílios para os quais sou designado. Oro a Deus para me dar sabedoria, pois temo tomar decisões que, apenas motivadas pela amizade, favoreçam colegas, ou pior, na esperança de que um dia, estando em situação parecida, tenha colegas que me defendam. Também temo tomar decisões que prejudi-

quem os colegas, motivado por alguma diferença que possa ter com eles. Em todos esses casos, a Igreja de Cristo sempre será prejudicada – e Cristo não deixará por menos quando sua noiva for afrontada. Temo, no afã de defender a sã doutrina, que aconteça comigo o mesmo ocorrido em Éfeso (Ap 2.1-7), a saber, que – apesar de operoso, perseverante, zeloso pela ortodoxia e ortopraxia, refutando e rebatendo falsos profetas com seus ensinos heréticos, suportando intensas provas por causa do nome de Cristo e não esmorecendo em tudo isso (v.2-3) – eu abandone o primeiro amor (v.4), tornando-me duro, frio e intratável, capaz de desistir de um

irmão por causa de seus erros teológicos e não me esforce para ganhá-lo para a Verdade (cf. Mt 18.15). Mas também temo agir com amor próprio, não tendo coragem de corrigir meu irmão, de apontarlhe o erro com amor bíblico, mas iludi-lo com bajulação e demonstrando assim nenhum amor pela sã doutrina. Temo, e por isso ajo como o apóstolo Paulo disse: “(...) esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1Co 9.27). Oro a Deus para que eu me lembre sempre de que “Temos (...) esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co

4.7), pois, só assim me verei como servo que serve a Cristo enquanto serve à Igreja, e não como seu gerente, e muito menos dono. Oro para ser sempre achado como modelo e padrão para os fiéis “na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm 4.12). Temo na minha vida conciliar, temer aos homens e não a Deus. Temo que minhas ações revelem outros motivos e motivações que não sejam o glorificar e exaltar a Deus. Por isso, conto sempre com suas orações a meu favor e em favor de todos os concílios da nossa amada IPB. O Rev. Olivar Alves Pereira é pastor da IP Jardim Sul, São José dos Campos (SP).


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PRESBITERIANISMO EM FOCO

David Gueiros Vieira (1929-2017) Marcone Bezerra

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ilho e neto de pastor, David G. Vieira nasceu em Garanhuns/PE (12.09.1929). Seu pai, o Rev. Aggeu Vieira da Silva, pastoreou igrejas no interior de Pernambuco e Alagoas e também serviu como professor de Língua Portuguesa e História no Colégio Quinze de Novembro. Por vezes, quando o Rev. Aggeu se ausentava da cidade para dar assistência às igrejas mais afastadas, a mãe, Noêmi Gueiros, organista e superintendente da Escola Dominical, assumia o púlpito. O lar evangélico, o gosto pelos livros e o envolvimento nas atividades eclesiásticas exerceram forte influência nos três filhos do casal Aggeu e Noêmi. Parte de seus estudos primários foram feitos no Quinze, em Garanhuns. Depois, em Caruaru (PE) e em Palmeira dos Índios (AL), David teve aulas particulares. De volta ao Quinze, ali fez o curso ginasial e o científico. Sentindose atraído para o sagrado ministério, foi aluno por um semestre no Seminário Presbiteriano do Norte (1948). Aos 19 anos, tendo proficiência em inglês, foi estudar na King University, em Bristol, Tennessee. Formou-se em História. Em 1952, casado com uma norte-americana, como funcionário de uma empre-

sa exportadora, morou por um ano no Rio de Janeiro. No ano seguinte, voltou aos EUA (Nova York). Devido à Guerra da Coreia, recebeu o treinamento básico e prestou serviço militar por dois anos em New Jersey, Virgínia e Missouri. Tendo obtido a cidadania americana, em 1956, ao sair do exército, voltou para o leste (Richmond, Virgínia) e estudou no Union Theological Seminary. Após um semestre, desistiu dos estudos teológicos por entender que não teria condições de exercer a carreira pastoral. Em seguida, obteve o Mestrado em História na University of Richmond, onde apresentou sua dissertação sobre o Rev. George Butler no nordeste brasileiro (1961). Imediatamente, passou a ensinar na Longwood University, onde permaneceu por cinco anos (19611965). Nessa fase, enfrentou problemas familiares. Sua esposa foi internada, e ele não teve como cuidar das crianças, de 6 e 3 anos de idade. Trazendo-as para o Brasil, deixou-as sob os cuidados dos avós. Regressou aos EUA e retomou o doutoramento em História que havia começado no início dessa década, na The American University (Washington, DC.). Após cinco anos de pesquisas, entregou a tese O Protestantismo, a Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil e obteve

Dr. David ao lado do neto Andrew Vieira. Maio de 2017

o título de PhD em História da América Latina. Em seguida, teve de regressar ao Brasil. Com a morte do pai, a criação dos filhos reivindicava sua presença. Assim, em 1974, casado pela segunda vez, foi contratado pela Universidade de Brasília (UnB). Nessa instituição, foi professor de História de 1974 até 1996. Ao longo desse período, ocupou diferentes cargos e funções ligados à educação e à pesquisa. Dentre outros, citamos: diretor-presidente da FUNDAP (Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá [UNIFAP]), pró -reitor da UNIFAP, diretor-adjunto e chefe de pesquisas do Museu Paraense Emílio Goeldi, presidente da Editora da UnB e criador do programa oral de

doutorado do Departamento de História da UnB. Outro fato interessante em sua biografia diz respeito ao Rio Amazonas. Em 1982, David foi contratado pela Society Expeditions para atuar como conferencista nas viagens que subiam e desciam o Rio, do Amapá a Iquitos, no Peru, e de Iquitos até Belém (PA). Ao todo foram 12 viagens, feitas nos seus períodos de férias, nas quais acompanhou centenas de americanos e europeus pelas águas que cortam a floresta amazônica. A contribuição de David G. Vieira à historiografia do protestantismo brasileiro é reconhecida dentro e fora dos círculos protestantes. Sua tese, publicada pela UnB, é indispensável aos estudiosos do protestantismo no século 19 e também àqueles que se debruçam

sobre a Questão Religiosa no Brasil. Em 2008, publicou o livro Trajetória de uma família – A história da família Gueiros (620 páginas), uma meticulosa pesquisa sobre uma das mais conhecidas famílias presbiterianas em nosso país. David também orientou pesquisas de Mestrado e Doutorado. Uma delas foi a do Rev. Frans Leonard Schalkwijk, que resultou no livro Igreja e Estado no Brasil Holandês: 1630 a 1654, da Cultura Cristã. Após sua aposentadoria, passou a viver em Águas Claras, no Distrito Federal. Nessa fase, frequentou a Igreja Cristã Maranata. Deixou inacabada uma história do Colégio Quinze de Novembro e registrou muitas de suas memórias “por amor aos filhos e netos, para que saibam o que andei fazendo na vida”. Faleceu no dia 30 de novembro de 2017 e foi enterrado dois dias depois no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, em Brasília. Carinhosamente chamado de “Dave” pelos mais íntimos, deixou a esposa Heloísa, quatro filhos e nove netos. Dois dos filhos, David Júnior (em Washington D.C.) e Taylor Vieira (na Flórida), são pastores em tempo parcial na Igreja Cristã Maranata. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é pastor da 1ª IP de Santiago, Chile, e colunista regular do Brasil Presbiteriano.


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NOTAS

Descoberta arqueológicas em 2017 Um vislumbre do importante trabalho de escavação realizado Todos os anos, quase todos os dias, as descobertas arqueológicas nos ajudam a entender melhor a Bíblia e a afirmar seus detalhes sobre pessoas, eventos e cultura. Abaixo estão os principais achados de escavações relatados em 2017, que aumentaram nosso conhecimento do mundo bíblico e da história inicial do cristianismo.

Destruição de Gezer Dez anos de arqueologia em Tel-Gezer terminaram em 2017. Os arqueólogos Steven Ortiz do Southwestern Baptist Seminary e Sam Wolff da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) relataram uma clara sequência de ocupações e destruições datadas da época do faraó egípcio Merneptah (século 13 a.C.) até a conquista assíria (8º século a.C.). A destruição de Merneptah confirma a inscrição na estela de Merneptah no Museu do Cairo, que registra: “Gezer foi capturado; Yano’am é feito inexistente. Israel está destruído e sua semente não existe”. Outro nível de destruição corresponde ao relato bíblico de um faraó que capturou a cidade e a deu como dote para sua filha, que se tornou uma das esposas do rei Salomão (1Rs 9.16).

Impressões de selos e torre redatando a cidade de David A cidade de Davi, a área mais antiga de Jerusalém, continua a revelar novos detalhes da vida nos tempos bíblicos. Em setembro, a IAA exibiu pela primeira vez uma coleção de impressões de vedação de argila (conhecidas como bullae) que vieram de várias escavações. Os selos de argila datam de aproximadamente o tempo do rei Ezequias (700 a.C.) até o fim da monarquia da Judeia (586 a.C.). Uma das vedações tem o nome de Achiav ben Menachem, o que sugere uma conexão com

Acabe, rei do norte. Os arqueólogos acreditam que isso é uma evidência de que os refugiados do reino do norte de Israel encontraram caminho para posições elervadas no reino do sul, a Judeia. Enquanto isso, uma torre que guarda a fonte de Giom no vale de Cedron pode não ser tão antiga quanto os arqueólogos acreditavam. Quando originalmente foi escavado há vários anos, foi datado do período cananeu, 1700 a.C., devido à cerâmica e outras descobertas. Mas uma análise da matéria orgânica pelo Weizmann Institute of Science sugere construção em torno de 800-900 a.C., durante o período do Reino da Judeia.

O campo de cobre de Timna datado do tempo de Davi e Salomão Durante várias décadas, alguns estudiosos da Bíblia sugeriram que a falta de evidências arqueológicas convincentes suscita dúvidas sobre o significado do reinado de Davi e Salomão. Mas a evidência para apoiar uma poderosa autoridade sediada em Jerusalém no 10º século a.C. tem se acumulado. Este ano, arqueólogos da Tel Aviv University anunciaram resultados em testes de esterco de burro descobertos em Timna, um local de antigas minas de cobre ao longo do Vale do Rift, no sul de Israel. O esterco de animais tinha 3.000 anos, e a dieta dos burros indicava que seu alimento veio de Jerusalém – outro exemplo de poder centralizado na época de Davi e Salomão.

Repensando a identidade de Betsaida Cidade natal de três apóstolos (Pedro, André e Filipe), acredita-se que Betsaida ficava exatamente a leste da saída do rio Jordão até o norte da Galileia. Mas sua localização precisa escapou aos estudiosos da Bíblia. O arqueólogo Rami Arav, da Nebraska-Omaha University, sustenta que Betsaida era localizada em et-Tell, um site escavado desde 1987. Mas sua distân-

Arqueóloga trabalhando na escavação de uma nova descoberta

cia – a dois quilômetros da atual costa do lago – sempre levantou questões sobre essa identificação. Este ano, uma equipe liderada pelo arqueólogo Mordechai Aviam do Kinneret College descobriu os restos de uma casa de banho da era romana em el-Araj, muito mais perto da costa. Nenhum dos sites é convincentemente identificado como Betsaida neste ponto; outros arqueólogos pesaram para apoiar cada lado.

Uma relíquia do templo que Jesus conheceu O pórtico de Salomão, a dupla colunata que cercava o templo construído por Herodes, entrou em destaque um pouco mais este ano com a descoberta de um capitel ornamental de uma das colunas. Descoberto pelo Temple Mount Shifting Project, o capitel – o topo que é colocado entre uma coluna e a carga que ela sustenta – indica que a coluna de 12,5m tinha uma circunferência de 76,2cm no topo. Jesus visitou o pórtico de Salomão durante a Festa da Dedicação (Hanukkah) em João 10.23, e a igreja primitiva usou esse ponto como lugar de encontro (At 3.11; 5.12). Por Gordon Govier em dezembro 2017, em http://www.christianitytoday.com/news/2017/ december/biblical-archaeology-top-10-discoveries-2017-israel.html


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ATÉ OS ÚLTIMOS POVOS

Calvino na Arábia: teologia reformada traduzida para o árabe Dedicação amorosa leva para o Oriente Médio a obra máxima da Reforma A maioria dos escritos teológicos que moldaram a sociedade ocidental nos últimos 500 anos não pode ser encontrada nas estantes do Oriente Médio. (...) A escassez de textos religiosos cristãos na quarta maior língua do mundo é especialmente pronunciada no protestantismo, que se desenvolveu em línguas européias, como latim, francês, alemão e inglês. A Reforma mal entrou no mundo de língua árabe, dominada pelo islamismo e onde a maioria dos cristãos locais – cujos números estão diminuindo – são herdeiros das teologias ortodoxas ou católicas. Há quase uma década, George Sabra, presidente da Near East School

of Theology (NEST) em Beirute, teve a ideia de traduzir talvez a escrita mais influente da Reforma, As Institutas de João Calvino, para o árabe pela primeira vez. É um trabalho importante da Reforma, que moldou o protestantismo e as sociedades européias e americanas durante séculos”, disse Sabra. (...) Pouco menos de uma década depois, o sonho se realizou. Por Riffin Paul Jackson, 27 de novembro 2017, em http://www.christianitytoday. com/ct/2017/december/calvin-of-arabia-protestant-theology-translated-into-arabic. html?utm_source=connection -html&utm_medium=Newsletter&utm_term=129999&utm_ content=557888189&utm_campaign=email

Os descendentes de Gengis Khan Aefe Noronha

E

le voltava para sua yurt naquela estepe asiática, depois de deixar uma oferenda de leite em um obo, na colina. Um obo é um montinho de pedras tradicional usado como santuário pelos khalka mongol. Yurt é a tenda tradicional, construída com uma estrutura interna de madeira e coberta por feltro branco. Esse nosso personagem faz parte dos nômades que ainda restam (e não são poucos) entre o seu povo. Ele desata sua tenda para migrar de quatro a cinco vezes por ano, montando-a novamente em campos para pastorear seus cavalos, seu gado e suas ovelhas. No inverno, ele se alimenta de gordura e carne de carneiro, e no verão, de queijo, iogurte e airag, que é o leite de égua fermentado. Ele e sua família são budistas tibetanos, assim como a maioria do seu povo. O khalka mongol é o povo

Yurt, tenda tradicional dos khalka mongol

majoritário da Mongólia, mas também há mais de 65 mil deles na China, mais de 30 mil na Coréia do Sul e 15 mil nos Estados Unidos. Ao todo somam mais de 2,5 milhões de pessoas espalhadas por pelo menos 11 países. Eles se consideram herdeiros diretos do imperador Gengis Khan, e por isso, consideram-se responsáveis por preservar sua cultura. Mesmo assim, mais da metade já vive em centro urbanos, onde padecem com problemas sociais sérios como alcoolismo, violência

FALECIMENTOS

Ivan Ross Faleceu dia 26 de dezembro aos 83 anos em Itajubá, MG, o Rev. Ivan Gilbert Graham Ross. Nascido na Nova Zelândia, a 28 de fevereiro de 1934, professou sua fé e foi batizado a 22 de novembro de 1958. Logo passou a participar de reuniões de oração em favor das missões transculturais. Após seu preparo para o ministério, afiliou-se em 1963 à Missão Internacional (WEC), chegando

ao Brasil a 08 de dezembro do mesmo ano. Trabalhou nas cidades mineiras de Paraopeba e Diamantina (1965 a 1968). A 17 de dezembro de 1965 casouse com a jovem suiça Madalena Büchi, tendo três filhos: Sandra (1969), Samuel (1971) e Cristina (1978). Desligou-se da Missão e foi ordenado pelo Presbitério Belo Horizonte a 18 de junho de 1972. Em 1976, participou da criação do seminário Rev. Denoel Nicodemos Eller, em Belo Horizonte, e o serviu como diretor e professor de Teologia Sistemática. Pastoreou

igrejas mineiras, mas também em Goiânia (1984) e São Paulo (1985). Cooperou nos seminários Brasil Central e Rev. José Manoel da Conceição, também como diretor e professor de Teologia Sistemática. De 1991 a 2000 ajudou no Curso de Preparação para Obreiros (CPO), organizado pela Junta de Missões Nacionais, em Patrocínio (MG). Foi membro da antiga Junta de Educação Religiosa (JER) e escreveu o livro Pública Profissão de Fé, depois transformado em curso para classe de catecúmenos, publicado

pela Editora Cultura Cristã e ainda amplamente adotado por igrejas presbiterianas em todo o país. Expressando gratidão a Deus por seu amado pastor, o Rev. Olivar Alves Pereira escreveu em seu blog dia 09.12.2011 as seguintes palavras: “Ao Rev.Ivan registro aqui minha gratidão. Quero homenageá-lo e agradecer a Deus por ter sido pastoreado por esse gigante da Fé Cristã”. A IPB agradece a Deus pela vida e ministério do Rev. Ivan e confia no Senhor que fortalece o coração de sua família.

e pobreza. Há menos de 2% de cristãos entre todos eles, mas a Bíblia já está escrita disponível para esse povo desde 2003, e também em áudio, e já está disponível o filme de Jesus. Bastam, segundo estimativas, mais ou menos 50 unidades missionárias para se iniciar um movimento pioneiro de plantação de igrejas entre eles. Devemos orar pelo trabalho missionário entre os khalka mongol. Aefe Noronha é presbítero da IP de Higienópolis e editor do do moravios.org.


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EVANGELHO INTEGRAL

Quero te contar uma história Mônica de Mesquita

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onheci o Júnior Caiuá em abril, na Aldeia Amambai. Uma casinha de 6 X 3 metros, onde viviam os quatro membros da família. Construção singela, de tijolos furados e telha de amianto, e um cômodo só. Não há luz elétrica, nem ao menos água encanada, e isso não é lá um problema para eles, já que a maioria esmagadora da Aldeia vive nessas condições. Mas eles tinham um problema. Um de verdade. Em 2015, então com 14 anos, o Júnior foi abordado por uma “gangue” da Aldeia, às 7 da manhã. Eles queriam roubar seu tênis e sua bicicleta, o que fizeram, e ainda assim decidiram espanca-lo impiedosamente. Foi agredido com paus, pedras, chutes e pancadas, durante muito tempo e sem que ninguém pudesse socorrê-lo. Ficou ali como morto, ensanguentado, com ossos quebrados, com a cabeça semiaberta, até que alguém o encontrou e levou-o ao hospital. Garoto tranquilo, bom filho, ótimo aluno, em questão de minutos aquele jovenzinho Caiuá teve sua vida despedaçada, seu futuro se tornou nebuloso e foi aí que os verdadeiros problemas da família começaram. O sonho dele era concluir o Ensino Médio, tornar-se um cidadão digno e poder ajudar a família, uma vez

que seu pai havia se suicidado quando ele ainda era um garotinho. Só que agora isso seria praticamente impossível de acontecer. Quando entrei ali com a Missionária Rosa, impressionei-me com as condições precárias. Após cumprimentar a mãe, cautelosamente, aproximei-me da cama. Para minha surpresa, aquele garoto abriu um grande sorriso, que iluminou não apenas meus olhos, mas também toda aquela casinha, onde quase nenhuma luminosidade havia. Rosa foi logo falando com ele, sem parar: “Tá exercitando as pernas, Júnior? Levante pra eu ver!” Conversamos mais um pouco, entregamos a ele uma mensagem de conforto e esperança, fizemos uma oração e dissemos adeus à família. No caminho de volta, pilotando seu ágil Gurgel, Rosa contou-me mais detalhes. Disse que havia ganhado para o garoto uma cadeira de rodas, e que a mãe o levava para tomar um pouco de sol uma vez por dia. Disse também que, infelizmente, ele nunca havia sido atendido adequadamente pelos órgãos competentes. Simplesmente estava ali, deitado o dia todo, contando com o empenho da sofrida mãe para cuidar dele, e pronto. Um dia atrás do outro... um dia igual ao outro... uma rotina esmagadora e sufocante, que não vislumbrava nenhuma mudança, nem mesmo uma pequenina.

Júnior Caiuá

Minha cabeça começou a ferver e enchi a Rosa de perguntas: “Mas ele poderia estar indo pra Escola, não poderia? Não há um veículo do município que possa busca-lo e trazê-lo todos os dias? Por que ele nunca fez uma fisioterapia? Ele já está há tanto tempo sem ir pra escola, sem receber cuidados médicos e ninguém faz nada?” Bom, o silêncio e o olhar dela foram a resposta que eu não queria ouvir: “Não. Ninguém fazia nada.” Saí da casa do Júnior, mas o sorriso dele não saiu de mim. Por providência divina, três meses depois voltei à Aldeia. Só que dessa vez eu não estava sozinha. Mais de 30 pessoas foram comigo. Parece que um pequeno facho de luz começou a entrar naquele casebre, onde vivia aquele garoto do sorriso bonito. Tínhamos MUITO que fazer: reformar o telhado de uma das casas da Missão; incontáveis visitas a fazer

por toda a Aldeia; distribuir literatura e Bíblias por toda a parte; realizar duas Escolas Bíblicas de Férias para cerca de 700 crianças; programações esportivas, lúdicas e espirituais para jovens e adolescentes; 40 idosos para visitar em um abrigo; ministrar no presídio; realizar uma programação especial para casais; atender programações eclesiásticas na Sede e nas três Congregações; visitar o Capitão da Aldeia. Seriam dias intensos, com pouco tempo para descanso ou para ficar à toa, e o melhor disso tudo é que lá a Internet era praticamente inacessível! Mesmo com uma demanda tão abrangente, aquele menino do sorriso bonito, que tinha um efeito imediato de iluminar os olhos de quem se deparava com ele, não seria esquecido. Na primeira programação para os jovens, nós o buscamos em sua casa e ele participou de tudo atentamente. Ouviu a Palavra de Deus

e os desafios que foram apresentados. Na hora das brincadeiras, quando perguntaram: “Está gostando, Júnior?”, respondeu “Sim! Mas eu queria mesmo era estar lá com eles.” Três dias depois, após termos em mãos a autorização da CESAI, órgão regulamentador da saúde indígena em nosso país, nós o levamos para uma viagem de 200 Km, para consulta com Neurologista. Em todo o trajeto, mesmo com a dificuldade que tem de articular a fala, ele dizia o quanto estava feliz por estar indo ao médico. Como resultado da consulta, a neblina começou a se dissipar... Ele precisará de Fisioterapia e Fonoaudiologia, com a possibilidade de recuperar boa parte da fala e dos movimentos. Surgiu ainda uma possibilidade de ele ser atendido pela Rede Sara Kubitscheck. Ainda não sabemos onde tudo isso vai dar... Estamos fazendo o que nos é possível, e nos articulando para que essa história de esperança chegue a bom termo. Seria tão bom que você se deixasse usar por Deus para propiciar um futuro promissor para o Júnior. Fale com a APMT (apmt@apmt.org. br). O unir de nossos esforços fará toda a diferença na vida dele. A Profª Mônica de Barros Barreto Guimarães de Mesquita é missionária da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) e integra o Centro de Formação Missiológica da APMT (CFM).


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MEDITAÇÕES

Cântico de romagem “Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso estamos alegres” (Sl 126.3). Frans Leonard Schalkwijk

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elo pecado perdemos o Paraíso, mas pela graça podemos reavê-lo! Para isso devemos nos tornar peregrinos espiritualmente. É possível começar nas últimas horas da vida como fez o ladrão na cruz a quem Jesus disse: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Mas tornar-se peregrino cedo é

muito melhor para poder servir a outros e evitar problemas. Sigamos cantando! Os “cânticos de romagem” se ouviam quando o povo subia para Jerusalém. São quinze salmos, curtos e lindos (Sl 120—134). O salmista começa lembrando que é difícil morar no meio de incrédulos (Sl 120), mas confessa que o Guarda de Israel é também

seu guarda (Sl 121). Na hora de receber o convite de ir à casa do FIEL (Sl 122), aparecem também os zombadores (Sl 123). Às vezes é quase insuportável, mas o nosso socorro está em o Nome do SENHOR (Sl 124)! Por isso, peregrinos sabem que sua firmeza está somente em Deus (Sl 125). Apesar dos problemas pelos quais passaram e ainda passam, cantam, pois grandes coisas fez e faz o SENHOR por eles (Sl 126). É interessante que quanto mais anos se passam,

tanto mais os peregrinos reconhecem que é tudo pela graça, embora nem todos os filhos entendam isso ainda (Sl 127). A família sempre será base da sociedade e é uma bênção poder educar sua prole no temor do SENHOR, orando para que cada um deles seja um instrumento da Paz (Sl 128). Finalmente, olhando para trás, percebemos que Deus nos livrou de muitos males (Sl 129) e por isso confiamos nEle também agora, reconhecendo mais do que nunca que somos pecado-

res remidos pela graça (Sl 130). Isto faz com que nos sintamos como crianças (Sl 131), filhos da Aliança por amor do Filho de Davi (Sl 132). Chegando mais perto da casa de Deus, nos alegramos com os outros sobre a Paz que enche nossos corações (Sl 133) e nos faz cantar com os coros terrestres e celestiais (Sl 134): “Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso estamos alegres!” Extraído de Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.

PROJETO SARA

O nosso Deus é um deus de aliança “Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes conservar a vida.” (Js 9.15). Raquel de Paula

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PROJETO SARA continua com o objetivo de conscientizar, despertar e estimular as mulheres da Igreja Presbiteriana do Brasil a orarem diariamente por seus maridos, com o tema “O nosso Deus é um Deus de aliança”. Sob a liderança de Josué, Israel deveria conquistar

a Terra Prometida e lançar fora os moradores de Canaã (Nm 33.50-56). Os povos estavam se ajuntando para lutar contra Israel (Js 9.1-2). Os gibeonitas, porém, usaram de estratégia para enganar Josué, fingindo e mentindo que eram de uma terra distante. Propuseram uma aliança com Israel. O problema é que eles estavam enganando o povo de Deus,

estabelecendo um relacionamento através da mentira e de meias verdades (Js 9.4-13). O pior aconteceu: os israelitas e Josué não consultaram a Deus e fizeram aliança com aquele povo (v. 14). Assim, Deus sela aquele compromisso, de modo que eles deveriam agora proteger os inimigos com os quais fizeram aliança. Mesmo depois de quase 400 anos, Deus preserva a aliança feita com os gibeonitas (2Sm 21) e diz a Davi que Saul não preservou o compromisso que Josué tinha feito com

eles de paz e de lhes conservar a vida. Assim também, a aliança do casamento é selada por Deus. Mesmo que o casamento tenha sido constituído sem consultar a Deus, ele precisa ser preservado. Mesmo que as coisas estejam indo de mal a pior em nossos relacionamentos, temos uma aliança que precisa ser preservada, pois foi confirmada por Deus. Deus é fiel e cumpre a aliança feita com seu povo e assim, o seu povo também precisa ser fiel e cumprir com seus compro-

missos. Oremos pelos nossos maridos diariamente e demos graças a Deus por sua vida. “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1Ts 5.17-18). Assim, veremos as grandes coisas que o Senhor fará no nosso meio. Que Deus abençoe nossos lares neste ano, e que não interrompamos as nossas orações, pois somos herdeiros da mesma graça de vida (1Pe 3.7). Raquel de Paula é membro da IP Praia Grande (SP)


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Boa Leitura Uma igreja complicada – Augustus Nicodemus Lopes

A partir dos primeiros quatro capítulos de 1Coríntios, Augustus Nicodemus nos apresenta um comentário prático sobre a natureza do ministério cristão e a unidade da igreja. A escolha de 1Coríntios 1–4 se deu pela atual crise de liderança no meio evangélico, na qual notamos líderes religiosos se autodenominando “apóstolos”, colocando sobre si mesmos a capa da autoridade apostólica e ensinando muitas vezes (quase que sempre) doutrinas que se desviam do fundamento da Palavra de Deus. Além de Uma Igreja Complicada, O Rev. Augustus Nicodemus já publicou pela Editora Cultura Cristã A Bíblia e seus intérpretes, A Bíblia e sua família, Batalha espiritual e Mantendo a igreja pura. Doze mulheres notáveis – John MacArthur

Numa época em que o discurso

da valorização feminina está em alta, é de extrema importância apresentar para as jovens cristãs mulheres que são referências e celebradas por sua coragem, visão e dons espirituais. A obra de John MacArthur nos traz informações sobre doze mulheres que foram importantes no plano de Deus revelado no Antigo e Novo Testamento, além de nos apresentar a inconfundível cronologia da obra de Deus por meio da vida delas. Mulheres como Sara, Rute, Ana, as irmãs Marta e Maria, Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus, tiveram papel destacado no plano de Deus. Vale apenas conhecê-las.

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Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

A criação dos filhos no poder do evangelho – Willian P. Farley

Livros sobre criação de filhos é algo que não falta jamais, principalmente sobre educação cristã. A obra de Willian P. Farley nos apresenta orientação num mundo em que os parâmetros cristãos na criação de filhos estão em desarranjo. Apresentar uma boa base para nossas crianças é crucial, afinal muitas vezes ela determinará o sucesso ou o fracasso dos pequenos. Além de ser um fator decisivo na relação de futuras gerações e a Igreja de Cristo. O evangelho deve ser o cerne da educação e desenvolvimentos de filhos, a rocha sólida. E Furley nos impulsiona nessa direção em A criação dos filhos no poder do evangelho, da Editora Cultura Cristã.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Para salvar uma vida

Extraordinário

Lawrence da Arábia

O filme pode até ter o tradicional enredo americano de filme adolescente com a turminha popular vs. os excluídos, mas o seu questionamento é diferente. Para Salvar uma Vida vem para nos questionar sobre o que fazemos para salvar a vida de um próximo que em silêncio pede por ajuda. Jake Talor é o clássico jogador de basquete popular com a vida perfeitinha, mas que vê seu mundo desabar ao ver um amigo de infância suicidar frente toda a escola. O motivo: bullying e exclusão social – temas presentes no dia a dia das nossas crianças e adolescentes. O jovem então começa a questionar o que poderia ter feito para salvar a vida de seu amigo. É nessa jornada que Jake sai de sua zona de conforto e conhece um mundo completamente diferente do seu. O filme nos ensina e nos leva a refletir sobre amor ao próximo e em como podemos fazer diferença.

“Faça da gentileza seu modus operandi diário e mude o mundo” – Annie Lenox. Extraordinário é um filme sobre o poder da gentileza, respeito e compaixão ao próximo. Auggie é um menino que nasceu com uma deficiência facial e aprendeu a levar a vida e seus problemas de uma maneira leve e com muito humor. Sua família é a responsável pela criação de um pequeno homem disposto a enfrentar todas as dificuldades da vida sempre sendo gentil com as pessoas. O mundo de Auggie encanta crianças e adultos, nos levando a refletir sobre nossas atitudes e nos lembrando de que ser gentil é sempre a melhor opção. Sucesso mundial, Extraordinário nos conta a história de diferentes pontos de vistas: do próprio Auggie, seus familiares e amigos; uma maneira de nos fazer entender e refletir sobre as diversas realidades que nos cercam e a olharmos todos com amor e gentileza, como o Mestre fez.

T. E Lawrence morreu em 1935, enquanto pilotava sua motocicleta, e é lembrado de várias formas em seu funeral. Com muitos flashbacks, conhecemos a história de um tenente do exército inglês no Norte da África que aceita uma missão como observador na atual Arábia Saudita e colabora de forma decisiva para a união das tribos árabes contra os turcos. Durante o filme vemos o personagem central construir amizades, realizar planos, tornar-se herói e logo em seguida tornar-se violento. Pode parecer loucura, mas a vida de Lawrence pode ser vista como um reflexo das nossas, que são feitas de fases, de ações e reações. Lawrence mudou muito devido à guerra, assim como nós diariamente mudamos em decorrência da nossa realidade. A reflexão que Lawrence da Arábia nos provoca é sobre como lidaremos com nossa vida: de maneira excelente ou com atitudes questionáveis.

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