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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 59 nº 775 – Junho de 2019

Mais um ano de vida Criado pelo Supremo Concílio em 1958, o Brasil Presbiteriano é o órgão oficial da IPB que tem servido a igreja ao longo desses anos para a glória de Deus.

Conferência City to City América Latina

Conferência do STJ aborda Liberdade Religiosa e coloca em foco debates e reflexões sobre escolhas e perseguição religiosa no Brasil. Leia na coluna Reflexão.

Com o tema “Um grande evangelho para uma grande cidade”, conferência sobre plantação de igrejas urbanas da City do City América Latina ocorreu em São Paulo e no Rio de Janeiro e reuniu Tim Keller, Paul Tripp e Augustus Nicodemus.

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Liberdade Religiosa

Recursos da Bíblia de Estudo Herança Reformada

Igreja Presbiteriana Hispânica em São Paulo Com o apoio da APMT, foi alugado um espaço no final do ano passado no bairro Cangaíba, zona leste de São Paulo para o desenvolvimento da Igreja Presbiteriana Hispânica de São Paulo. Os missionários Rev. Jairo e Kênia Rodrigues, estão a frente do trabalha de plantação da nova igreja. Página 13

Coalizão pelo Evangelho lançada no Brasil

A Bíblia de Estudo Herança Reformada apresenta auxílios para a prática devocional individual ou familiar após cada salmo e cada capítulo da Escritura. Página 15

Reunião das Universidades Mackenzie e Colúmbia Em 25 de abril, especialista das Faculdades de Direito Mackenzie e de Colúmbia se reuniram para debater sobre a Operação Lava Jato e suas implicações internacionais. A ação é fruto da parceria entre as instituições para abordar a experiência dos dois países ao combate à corrupção. Página 12

Durante a 34ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes, foi lançado o segmento brasileiro do TGC – The Gospel Coalition (Coalizão Evangélica), rede de pastores e líderes, que já vem realizando conferências e workshops com nomes como John Piper, D.A. Carson e Augustus Nicodemus. Página 10


Brasil Presbiteriano

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EDITORIAL

Brasil Presbiteriano

Mais um ano de vida

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exagenário. Experimentado, mas muito ágil, cheio de ideias. Atento à situação e aos desafios da IPB. Não implica com os veículos virtuais, ao contrário, caminha plugado. O jornal Brasil Presbiteriano é o órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, criado pelo Supremo Concílio em 1958, na esteira da fusão dos jornais O Puritano, fundado em 1899, e O Norte Evangélico, fundado em 1909. Desde que aqui desembarcou em 1859, uma das primeiras e principais preocupações de nosso pioneiro Rev. Ashbel Green Simonton foi com a comunicação, em todos os aspectos. Recusouse a limitar suas mensagens aos falantes do inglês e cuidou de aprender o português,

o que foi se desenvolvendo a duras penas. Comunicar-se era importante e anunciar o evangelho aos brasileiros era indispensável e urgente. Assim surgiu em 1864 o jornal Imprensa Evangélica, que circulou até 1892, 25 anos após o passamento de Simonton (1867). O Rev. Emanuel Vanorden fundou em seguida O Púlpito Evangélico, que foi distribuído até 1875. Os presbiterianos continuavam preocupados com a comunicação e com o anúncio do evangelho. O Rev. Álvaro Reis, com os pastores Antônio Trajano, Erasmo Braga e Franklin do Nascimento, fundou no Rio de Janeiro a 8 de junho de 1899 outro informativo, O Puritano. Dez anos depois, em 1909, surgia em

Ano 59, nº 775 Junho de 2019

informações e decisões oficiais da IPB, bem como de seus concílios nos diversos níveis, de suas autarquias e forças de integração. Aqui também são informadas as ações de novas frentes missionárias, as nacionais e as transculturais, projetos na área da ação social e iniciativas na esfera da educação. Ideias criativas de projetos e eventos contagiam os crentes e seus líderes, sugerindo avanços diversos, principalmente na frente evangelística e social, sem excluir o envolvimento com a cultura à nossa volta. O Brasil Presbiteriano, órgão oficial da IPB, tem servido a igreja ao longo desses anos para a glória de Deus, a quem de coração agradecemos.

Garanhuns uma nova publicação presbiteriana que foi denominada O Norte Evangélico, por iniciativa do Rev. Jerônimo Gueiros, que o dirigiu. A aproximação do centenário do Presbiterianismo em nosso país e os preparativos para as comemorações reforçaram a ideia de um Brasil Presbiteriano, um país alcançado por nossa denominação, ao lado de igrejas irmãs, com a mensagem do evangelho de Cristo. Nada mais coerente do que pensar-se na fusão dos veículos existentes – O Norte Evangélico e O Puritano –, resultando no órgão oficial de comunicação da IPB, o Brasil Presbiteriano. Trata-se do órgão oficial da denominação. Neste veículo encontram-se as

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Órgão Oficial da

www.ipb.org.br Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) José Romeu da Silva (Secretário) Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges Hermisten Maia Pereira da Costa Misael Batista do Nascimento Walcyr Gonçalves Conselho Editorial do BP Março 2018 a março 2020 Cláudio Marra (Presidente) Anízio Alves Borges Ciro Aimbiré Moraes Santos Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Jailto Lima do Nascimento Natsan Pinheiro Matias

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Líderes de igrejas indígenas participa de curs m o plantado para igrejas res de ministrad em Man o aus pelos Revs . Alcedir Sentalin e Rona ldo Lidório, autor do livro Plan Igrejas tando da Edit ora Cultura Cristã.

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Editor Cláudio Antônio Batista Marra Editores Assistentes Eduardo Assis Gonçalves Márcia Barbutti de Lima Produtora Mariana P. Anjos Edição e textos Gabriela Cesário E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação Aristides Neto

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Impressão


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TEOLOGIA E VIDA

O Deus autopoderoso e o socorro de seus servos (1) Um dos aspectos essenciais do poder de Deus é sua autonomia. Somente em Deus há a autonomia total e absoluta. E mais: todo o poder procede dele, que é a sua fonte inesgotável. Hermisten Costa

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purgeon (1834-1892) enfatizava: “Deus é independente de tudo e de todos. Ele age de acordo com sua própria vontade. Quando ele diz: ‘Eu farei’, o que quer que diga será feito. Deus é soberano, e sua vontade, não a vontade do homem, será feita” (C.H. Spurgeon, Sermões sobre a Salvação, São Paulo: PES, 1992, p. 42-43). O poder de Deus é livre. Deus é soberano em si mesmo. A onipotência faz parte da sua essência. Por isso mesmo, para ele não há impossíveis. Apesar de qualquer oposição, ele executa o seu plano. Tudo o que ele deseja, pode realizar (Mt 19.26; Jó 23.13). No entanto, Deus não precisa exercer o seu

poder para ser o que é. Não há em Deus um vácuo entre ato e potência. Ele pode fazer tudo o que desejar. Porém, ele não deseja tudo o que poderia fazer se assim o determinasse. A sua ação é determinada por seus sábios e voluntários decretos. Ontologicamente, Deus não precisa de nada fora de si mesmo. Ele se basta. Deus é “independente e verdadeiramente autopoderoso” (François Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v.1, p.334). A criação nada lhe acrescenta ou diminui. Nenhuma alteração ocorre no seu ser que diminua ou aperfeiçoe a sua essência. Deus se apresenta nas Escrituras como de fato é, o Todo-Poderoso (Onipotente), com capacidade para

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TERÇA

12h

fazer todas as coisas conforme a sua vontade (Sl 115.3; 135.6; Is 46.10; Dn 4.35; Ef 1.11). Ele pode fazer tudo o que quer ou venha a querer, da forma, no tempo e com o propósito que determinar. Deus também se mostra coerente com as sua demais perfeições, ou seja: ele exercita o seu poder em harmonia com todas as perfeições de sua natureza (2Tm 2.13). A sua vontade é ética e santamente determinada. O poder de Deus se harmoniza perfeitamente com a sua vontade. Em outras palavras: “A vontade de Deus é uma com seu ser, sua sabedoria, bondade e todas as suas outras perfeições” (Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Deus e a Criação, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v.2, p.247). A soberania de Deus se manifesta no fato de sua operância em fazer tudo o que faz (poder ordenado) e mesmo aquilo que não realiza visto não ter determinado fazê-lo (poder absoluto). O poder absoluto de Deus

Missão Mundo. Um panorama do que acontece na Igreja Presbiteriana do Brasil e no mundo presbiteriano. Apresentação, rev. Gilberto Barbosa. Um programa APECOM. Toda terça, 12h, ao vivo na IPB3, a rádio com imagem no Youtube, Facebook, Portal IPB e “on demand” também no Podomatic, iTunes, Spotify e no seu agregador de RSS preferido. Não deixe de ver, ouvir e compartilhar.

envolve o seu poder ordenado. E o poder ordenado delimita o poder absoluto pela própria decisão restritiva de Deus: quando Deus decide fazer o que faz, delimitou a sua ação de forma que não mais pode fazer o que não determinou fazer. O poder de Deus é sempre condizente com a totalidade de seus atributos.

"A onipotência faz parte da sua essência. Por isso mesmo, para ele não há impossíveis." Deus exerce o seu poder no cumprimento do que decretou e nas obras da providência. Aliás, as obras da providência consistem na execução temporal dos decretos eternos de Deus. Contudo, o que Deus realiza não serve de limites para o seu poder. “Destas

pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”, adverte João Batista aos arrogantes descendentes da carne, mas, não da fé de Abraão (Mt 3.9). Na Criação e preservação temos uma magnífica amostragem da majestade de Deus e de seu poder, não, contudo, a totalidade. O poder de Deus transcende infinitamente o seu poder revelado. O seu poder é maior do que tudo o que criou. Todavia, o seu poder sempre será, em ato e potência, consoante com as suas eternas perfeições. É esse poder que Deus exerce na vida de seus servos. Paulo ora no sentido de que desfrutemos da consciência da realidade desse poder (Ef 1.15-23). No próximo texto começaremos a demonstrar biblicamente como Deus demonstra o seu poder no sustento de seus servos. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, ensina teologia no JMC, é membro do CECEP e do Conselho Editorial do Brasil Presbiteriano.

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GOTAS DE ESPERANÇA

O perigo mora ao lado Hernandes Dias Lopes

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mundo está atordoado com as marcas da violência silenciosa, gestada no anonimato, mas que age com estardalhaço, ceifando indiscriminadamente inocentes indefesos, em escolas, praças e redutos religiosos. O que aconteceu recentemente em Suzano, São Paulo, e na Nova Zelândia, retrata esse perigo que mora ao lado. Esses agentes do mal crescem no meio da família, da escola, das instituições religiosas, aparentemente inofensivos. Estão no meio do povo, como um do povo, sem dar qualquer aceno de ameaça à coletividade. Num dado momento, porém, o gatilho do desequilíbrio mental é acionado: um gesto mal interpretado, uma injustiça sofrida, uma brincadeira de mau gosto, uma frustração amorosa, uma radi-

calização ideológica, vício virtual ou um preconceito racial ou religioso são suficientes para acionar a mão da violência. São fatores subjetivos, que desencadeiam todo um processo de desequilíbrio que vai sendo aninhado, perigosamente, no coração, culminando num projeto orientado pela desconstrução dos valores morais e da desvalorização da vida, cujo resultado nefasto é o atentado criminoso contra pessoas inocentes. Esses monstros sociais são aparentemente pessoas normais. Convivem com a família, com as instituições de ensino, bem como com as entidades religiosas sem serem notados. Estão inseridos no mercado de trabalho. Vivem a vida comum da sociedade com suas esperanças e desencantos. Identificar esses protagonistas da tragédia

não é tarefa tão fácil, especialmente porque nossas relações são rasas, superficiais e centradas em nós mesmos. Temos mais amigos virtuais do que reais. Convivemos mais com quem está distante do que com quem mora ao lado. Estamos conectados com amigos que nunca vimos e estamos perdendo contato com aqueles que moram dentro da nossa casa. Ademais, nesse universo virtual são muitas as armadilhas perigosas prontas a capturar pessoas com seus truques sutis ou mesmo com suas ameaças descaradas. Basta uma mente aberta, sem os freios morais, para que essa caçada seja consumada. Jogos perigosos, violência exacerbada, promiscuidade sem fronteiras, ideologias nocivas, tudo isso disputa a alma dos incautos, para fazer deles agentes da tragédia.

A família que deveria ser a trincheira dessa vigilância e o território da vitória contra esses ataques, muitas vezes, está desestruturada, sem capacidade de reflexão e sem força moral e emocional para orientação. Não raro, a família tem se tornado a causa principal dessa desestrutura social. Os sinais do perigo aparecem, mas ninguém nota. E se nota, nada se faz para desarmar essas arapucas da morte. As instituições de ensino nem sempre conseguem detectar esses sintomas. A sociedade, por sua vez, refém da violência, só consegue ver, aturdida, as consequências nefastas das tragédias que se repetem. Repudiamos a violência, mas nem sempre nos posicionamos com firmeza contra suas causas. Gritamos de dor quando somos atingidos, mas nem sempre tomamos medidas cabíveis

para evitar novas barbáries. O que fazer diante dessa amarga realidade? Precisamos de famílias mais saudáveis, de relacionamentos mais profundos, de escolas mais humanas, de instituições mais eficazes e de governantes mais responsáveis. Precisamos temer mais a Deus e amar mais as pessoas. Precisamos valorizar mais gente do que coisas. Precisamos cultivar mais os relacionamentos reais do que os virtuais. Precisamos trabalhar mais pela paz do que pela guerra. Precisamos cuidar mais da nossa própria família, para que ela seja lugar de vida e não instrumento de morte. Precisamos do evangelho de Cristo, o único instrumento eficaz para transformar o homem e a sociedade. O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.

NOTAS

Programas da Rádio IPB Programa Classe A Com apresentação de Wilson do Amaral Filho e José Carlos Bertoni, e presença de convidados especiais, o Programa Classe A entre ao ar todas as quintas ao 12h na Rádio IPB. O programa da ANEP — Associação Nacional da Escola Presbiteriana com a Rádio IPB e Apecom aborda temas sobre educação e ensi-

no confessional, com pautas como Educação com princípios cristãos. Programa Manhã IPB Com apresentação de Gilberto Barbosa e produção de Artur Mendes, o Programa Manhã IPB vai ao ar na Rádio IPB3 todos os dias das 10h às 11h.

O Programa da Manhã conta com a coluna Dicas de Leitura, em que o Rev. Cláudio Marra, editor da Cultura Cristã, apresenta, todas as terças às 10h45, as novidades da editora. O aplicativo da Rádio IPB está disponível para Android e iOS, e nos links youtube.com/ ipbtv e facebook.com/ipb.org.br.


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HISTÓRIA E EDUCAÇÃO

Capítulos da História do Mackenzie (3) OS FUNDADORES Alderi Souza de Matos

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endo um grande entusiasta de São Paulo, o Rev. Alexander Blackford provavelmente imaginou que teria um longo ministério na cidade. Todavia, isso não aconteceu. Um fato doloroso acabou por afastá -lo depois de apenas quatro anos – a morte prematura do seu colega e cunhado Ashbel Green Simonton, no dia 9 de dezembro de 1867. Sua lealdade ao companheiro falecido o constrangeu no mesmo mês a substituí-lo no pastorado da igreja do Rio de Janeiro. No entanto, o seu afastamento abriu as portas para que viesse à capital paulista o casal que iria lançar as bases da Escola Ameri-

Mary Ann Chamberlain

cana. Tão logo Blackford se transferiu para o Rio de Janeiro, foram eleitos para substituí-lo à frente da Igreja Presbiteriana de São Paulo dois novos missionários, Revs. Emanuel Pires e George Whitehill Chamberlain. Porém, este último só assumiu o cargo quase dois anos mais tarde. Na sua ausência, o pastorado foi exercido por Pires, auxiliado por um obreiro recém-chegado, Hugh Ware McKee. Por que Chamberlain demorou todo esse tempo para assumir o pastorado em São Paulo? Esse professor tinha vindo para o Brasil em 1862, em caráter particular. Um médico lhe disse que essa mudança seria benéfica para um

problema nos seus olhos. Logo se entusiasmou com o trabalho evangelístico e se revelou valoroso auxiliar dos missionários. Com isso, foi ordenado pelo recémcriado Presbitério do Rio de Janeiro em julho de 1866. Seguiu então para os Estados Unidos, a fim de estudar no Seminário Teológico de Princeton, em Nova Jersey. Retornou ao Brasil em setembro de 1868, recém-casado com Mary Ann Annesley (30/06), mas precisou demorar-se por um ano no Rio de Janeiro, em substituição a Blackford, que seguiu de férias para a pátria. Assim, somente em outubro de 1869 o casal Chamberlain passou a residir em São Paulo. Quem eram eles? George, com 30 anos, era natural de Waterford, na Pensilvânia, o mesmo estado de Simonton. Seu pai, Pierce, tinha sido um pastor presbiteriano que fora criado como quaker. Depois dos estudos superiores em Newark e Nova York, o jovem trabalhou por algum tempo como professor até vir para o Brasil. Mary Ann era filha do proprietário de uma grande loja e galeria de arte em Albany, Nova York. O historiador Vicente T. Lessa a descreveu como “portadora de sólidos conhecimentos pedagógicos”.

Chamberlain não era um novato em São Paulo. Ele já havia residido na cidade de novembro de 1864 a agosto de 1865, tendo presenciado a organização da igreja presbiteriana. Tinha se sustentado trabalhando

acontecer de maneira muito singela poucos meses após se fixarem na cidade. Ao chegarem, vinham acompanhados da filhinha recém-nascida Laura. Depois teriam outros seis filhos. Residiram por quase

Rev. George Chamberlain

como professor de inglês. Assim, possuía duas qualificações significativas: estava familiarizado com a capital paulista e tinha considerável experiência na área da educação. Agora, chegando para assumir o trabalho pastoral e evangelístico, o casal tinha mais um objetivo em mente: iniciar uma escola evangélica em benefício das crianças da igreja, das comunidades imigrantes alemã e inglesa e de outras pessoas interessadas. Isso começou a

vinte anos em São Paulo e mais tarde foram realizar trabalho evangelístico e educacional na capital e no interior da Bahia. Depois de quase quarenta anos de atividade no Brasil, o Rev. Chamberlain faleceu em Salvador no dia 31.07.1902. Mary Ann dirigiu por muitos anos o Colégio Americano na cidade de Cachoeira, retornando em 1906 para os Estados Unidos, onde faleceu em 1930. O Rev. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB.


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CELEBRAÇÃO

77 anos de uma igreja impactante! A

Igreja Presbiteriana de Vila Mariana, São Paulo (IPVM), comemorou no mês de maio seu 77º aniversário de organização. Pregou no dia 26 o Rev. Rosther Guimarães Lopes, pastor da Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo, a igreja-mãe da IPVM. No último domingo do mês pregou o Rev. Roberto Brasileiro, Presidente do SC/IPB e participaram do evento os corais e orquestra da igreja. Um significativo motivo de gratidão a Deus foi a presença e participação no Coral da irmã Floripes Quaglio Papotti, membro da igreja desde a sua organização. A IPVM desenvolve ministério impactante nas redes sociais e fora delas. Com a ferramenta Ao Vivo do Instagram e Facebook, na semana da Páscoa uma série de vídeos com entrevistas e debates prepararam os membros da igreja para a ocasião. “Houve uma

Rev. Roberto Brasileiro pregou na ocasião A IPVM em adoração, conduzida pelo Rev. Gustavo Bacha

repercussão maior do que imaginávamos, (...) segundo as métricas do Facebook foram alçadas 24 mil pessoas durante os oito dias de transmissões”, contabiliza o Rev. Gustavo Bacha, pastor titular da IPVM. A equipe de comunicação (Rev. Marcelo Gomes e seminaristas Arquimedes Oliveira e Bruno Carvalho) trabalha em outros projetos

Orquestra e Coral na celebração dos 77 anos da IPVM

temáticos. Outros especiais online estão sendo realizados e planejados. Maior igreja presbiteriana na cidade, com cerca de 1200 membros comungantes, a IPVM conta com ministérios e sociedades internas criativos e dinâmicos nas áreas infantil, adolescentes, jovens e senhoras, casais e musical (coro infantil, feminino, mascu-

lino, coro jovem e o coral IPVM, além de outros conjuntos e uma orquestra de cordas e sopro). Evangelização e missões são o grande destaque. A IPVM conta com um ministério de acampamento, com sede no Recanto Presbiteriano, em Tietê, SP, uma propriedade de 10 alqueires com estrutura de primeira linha, para encontros, acam-

pamentos, temporadas e outras atividades evangelísticas. “Hoje a IPVM investe cerca de 350 mil reais por ano em missões, são mais de 20 campos e missionários que a igreja apoia e sustenta”, explica o Rev. Gustavo e completa: “Outro destaque é o de plantação de igrejas. Hoje a IPVM possui 9 filhas (na Grande SP) que foram plantadas e já estão dando seus frutos. E participou também da plantação

Dona Floripes, testemunha dos primeiros dias da IPVM. Ao seu lado a Profa. Sandra Marra


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de outras em parcerias”. Um dos projetos missionários e de ação social da igreja é o Celeiro, desenvolvido pelo ministério feminino (SAF). “As irmãs administram arrecadação de alimentos, roupas e também as distribuição desses itens”, além disso, “a SAF confecciona enxovais de bebês e realiza toda terça-feira um bazar no Celeiro (localizado dentro do espaço da igreja). A IPVM ainda realiza distribuição de cestas básicas”.

No último final de semana de junho, a IPVM realizará um dia de ação social e missionária em seu próprio bairro. A ação envolverá todas as sociedades e ministérios da igreja. Haverá atividades para crianças, apresentações especiais dos corais da IPVM e espaço para atendimento médico. A equipe pastoral da IPVM é formada por três obreiros em tempo integral: Rev. Gustavo Bacha, Rev. Marcelo Gomes e o Rev.

Otniel Barbosa; conta também com o Rev. Cláudio Roberto Cardozo, executivo do Conselho de Hinologia, Hinódia e Música da IPB que trabalha na IPVM com a parte musical; e honra os seus pastores eméritos, Rev. Paulo Delage e Rev. Eudes Coelho. Para conferir informações e horários das atividades da IP de Vila Mariana, acesse o site da igreja <http://ipvm. org.br/> ou <facebook. com/ipvilamariana/>.

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Recanto Presbiteriano da IPVM

MOCIDADE PRESBITERIANA

Comemoração Oficial do DJP 2019 Matheus Souza

O

Dia do Jovem Presbiteriano nasceu a partir da decisão do Supremo Concílio em 1936, recomendando que fossem criadas nas igrejas locais as Uniões da Mocidade. É um dia em que jovens presbiterianos de todo Brasil realizam ações que proclamam o evangelho de Cristo. A Confederação Nacional de Mocidades escolhe anualmente uma cidade para a comemoração oficial. Este ano, Macapá sediou o encontro. Nos dias 18 e 19 de maio, jovens do Amapá abriram mão de um final de semana e se dedicaram a obra do Senhor. Um sábado repleto de programações, desde o café da manhã com pasto-

Comemoração oficial da CNM

res e presbíteros do Estado, concomitante com a realização do Mackenzie Voluntário, evento em que centenas de pessoas foram beneficiadas por serviços ligados a saúde e lazer, encerrando com a comemoração oficial dos 83 anos da Confederação Nacional da Mocidade Presbiteriana na 5ª IP de Macapá.

No domingo, o Presb. Alexandre Almeida, secretário Nacional do Trabalho da Mocidade Presbiteriana, ministrou uma oficina com tema Cosmovisão Cristã e aprendemos ainda mais sobre nosso Deus e nossa postura como servos dele. Estiveram presentes da diretoria da CNM os irmãos Matheus Souza,

presidente, Gustavo, vice -presidente da região norte, e Fábio Barcelos, secretário executivo. A comemoração do aniversário da CNM em Macapá representou muito bem o amor, fator marcante e presente em toda história da Mocidade Presbiteriana. Em palavras e ações compartilhamos o evangelho de Cristo.

Desejamos que, assim como os jovens macapaenses, em todo lugar do Brasil, a marca da Juventude Presbiteriana seja Cristo Jesus e que nos alegremos em todas nossas ações, certos de que tudo isso só faz sentido porque nele vivemos. Matheus Souza é Presidente da CNM


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EVANGELIZAÇÃO URBANA

City to City América Latina realiza conferência com Tim Keller, Paul Tripp e Augustus Nicodemus Encontro sobre plantação de igrejas urbanas da City do City América Latina ocorreu em São Paulo e no Rio de Janeiro

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om o tema “Um grande evangelho para uma grande cidade”, a Conferência Internacional City to City América Latina reuniu, entre os dias 20 e 23 de maio, os pastores e escritores Timothy Keller, Paul Tripp e Augustus Nicodemus em encontros sobre o plantio e a revitalização de igrejas urbanas, o desenvolvimento de liderança e a criação de conteúdo para ajudar a levar o evangelho de Cristo às cidades. Tim Keller, fundador da Igreja Presbiteriana Redeemer, em Nova York, escritor de sucesso (bestseller do NYTimes) e porta-voz mundial da necessidade de criar novos tipos de igrejas em centros urbanos para lidar com a rápida transformação da sociedade, foi quem capitaneou o evento dividindo em duas partes: nos dias 20 e 21 de maio em São Paulo e nos dias 22 e 23 no Rio de Janeiro. A cidade de São Paulo foi palco da conferência nos dias 20 e 21 de maio na Universidade Presbiteriana Mackenzie (Auditório Ruy Barbosa), onde estiveram presentes cerca

Tim Keller

de 1200 pessoas de 60 denominações diferentes. A abertura do evento contou com cânticos dirigidos por Paulo César Baruk, cantor, compositor, arranjador e produtor musical, indicado duas vezes ao Grammy Latino, e com a presença de autoridades e membros do Supremo Concílio da IPB, como o Rev. Roberto Brasileiro, presidente do SC/ IPB, e de representantes da City to City América Latina, entre eles o pastor presbiteriano Rev. Leandro de Almeida Pinheiro. Tim Keller e Paul Tripp – este um dos autores publicados pela Cultura Cristã – foram os responsáveis pelas palestras do primei-

Paul Tripp

ro dia do evento no Ruy Barbosa. O Rev. Augustus Nicodemus, vice-presidente do SC/IPB, falou no segundo dia do evento ao lado dos americanos. Além das palestras e workshops, momentos de

Leandro Pinheiro - Coordenador brasileiro do City to City

Augustus Nicodemus

perguntas e respostas com os conferencistas internacionais aconteceram com a interação do público presente na ocasião. Assim como uma mesa sobre plantação de igrejas com a presença de Roberto Brasileiro, Augustus Nicodemus, Leandro Pinheiro, Arival Dias Casemiro e Osni Ferreira. Devido à grande procura por inscrições, a equipe da City to City adicionou uma programação extra em São Paulo, na Igreja Bíblica da Paz com a participação do Timothy Keller, Paul Tripp (que conciliaram os horários do evento extra com o principal no Mackenzie) e o Rev. Hernandes Dias Lopes.

A equipe do City to City desembarcou no Rio de Janeiro no final do dia 21 e nos dias 22 e 23 de maio foi a vez da cidade carioca sediar a conferência na 1ª Igreja Batista do Recreio que, assim como em SP, contou com transmissão ao vivo nas redes sociais da City to City. O evento teve início às 11h com credenciamento dos participantes inscritos, em sequência a abertura contou com a presença do Paulo César Baruk na parte musical e com mensagem do Rev. Augustus Nicodemus, falando sobre uma liderança centrada num grande evangelho. Ainda no primeiro dia, Paul Tripp e Tim Keller

JR Vargas coordenou o evento no Rio de Janeiro


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falaram aos presentes que lotaram o local. O segundo dia da conferência no Rio começou com pregação de Tim Keller falando sobre as polarizações contemporâneas e abordando a necessidade de união. Aconteceu também um debate sobre igrejas e contextos urbanos com mesa formada pelos pastores Leandro Pinheiro, diretor da City to City Brasil, Jay Bauman, diretor da Atos 29, e os pastores Wander Gomes e JR Vargas. Responsável pela última

palestra da Conferência Internacional City to City América Latina – “Um grande evangelho para uma grande cidade”, Paul Tripp ministrou sobre “Vocação perigosa no meio do ambiente urbano” aos presentes na 1ª Igreja Batista do Recreio, alertando sobre os riscos do esquecimento daquilo que recebemos de Cristo. Com palestras e momentos de comunhão enriquecedores, a conferência alcançou milhares de pessoas das mais diferentes denominações e regiões.

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Paul Tripp durante palestra no Mackenzie

LEGISLAÇÃO E JUSTIÇA

O papel da comissão executiva e sua submissão ao respectivo concílio George Almeida

À

luz do art. 104, alíneas “a” e “b”, da CI, as atribuições da comissão executiva (CE) de um concílio são “zelar pela pronta e fiel execução das ordens” que emanam dele ou de concílios superiores, e “resolver assuntos urgentes” que surgem nos interregnos. O parágrafo único desse artigo proíbe a CE de legislar ou revogar resolução do respectivo concílio. Nem mesmo a nulidade ou inconstitucionalidade de norma ou ato do respectivo concílio autoriza a CE a decidir pela anulação ou

revogação. Quando muito, por voto unânime de seus membros, poderá alterar ou suspender a resolução até que o próprio concílio volte a apreciar a matéria – Precedentes: “CE-2016 – DOC. LXXXIX: “[...] a competência para invalidar resolução tomada pelo Supremo Concílio da IPB

é privativa e exclusiva do próprio Supremo Concílio, conforme se observa do art. 104 da CI/IPB [...]”; CE-2002 – DOC. LXI: “[...] a CE não tem competência para anular decisões do Supremo Concílio [...]”. Observe-se que tanto a alteração quanto a suspensão de resolução do concílio exigem unanimidade. A partícula aditiva “também”, encontrada na parte “b” do parágrafo único do art. 104 indica que a suspensão exige unanimidade dos votos –Precedente: “CE-2008 – DOC. CLX: “[...] nos termos do § único do art. 104 da CI-IPB há

necessidade tanto para suspender quanto para alterar resoluções do Supremo Concílio da IPB, da unanimidade dos votantes presentes à Comissão Executiva”. Logo, em nenhuma hipótese a CE poderá afastar em definitivo uma resolução do respectivo concílio. Está proibida de revogar, cassar, anular e tornar sem efeito decisão do respectivo concílio. A inobservância dessa vedação importa violação de vários princípios: autoridade (quebra do 5º mandamento); hierarquia (art. 61, da CI); lealdade confessional; e presunção de

legitimidade dos atos do concílio. Para preservar a sua relevância, a CE deve concentrar-se em seu papel precípuo: executar as ordens do respectivo concílio e resolver assuntos urgentes. Quanto mais zelosa de suas atribuições, tanto mais prestigiada se torna e contribui para a estabilidade das decisões do respectivo concílio e, enfim, para o bem da igreja. O Presb. George Almeida é presbítero na IP de Brotas, em Salvador, Vice-Presidente do Presbitério Litorâneo do Salvador (PSSA), Vice-Presidente do Sínodo Central da Bahia (SCH), 4º Secretário da Mesa do SC/IPB e Relator da Comissão Permanente do Manual Presbiteriano.


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COALIZÃO PELO EVANGELHO

Coalizão pelo Evangelho lançada O The Gospel Coalition (TGC, Coalizão Evangélica) é uma rede de pastores e líderes evangélicos fundada em 2005, nos Estados Unidos, por D.A. Carson e Tim Keller. Os membros do conselho incluem Bryan Chapell, Kevin DeYoung, Ligon Duncan, Erwin Lutzer, Albert Mohler, John Piper, Philip G. Ryken e Sam Storms. A orientação teológica do TGC é Reformada, com ênfase na pregação do evangelho, na conversão pessoal e na transformação cultural. Sua influência se dá através das conferências, de seu website, de publicações e de outros projetos. Franklin Ferreira

E

m 18 outubro de 2018, na 34ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes, foi lançado o segmento brasileiro do TGC, a Coalizão pelo Evangelho. Esta, como diz D.A. Carson, é “uma organizaçao independente – autogovernada, autossustentada e autopromovida [...] ligada a outras coalizões semelhantes ao redor do mundo em seu compromisso doutrinário e ministerial”. Forjada num ambiente de amizade e colaboração ministerial que, em alguns casos, remontam há 25 anos ou mais, a Coalizão é uma aliança para promover a causa do Reino de Deus e sua mensagem central, isto é, “que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3-4). Seus conselheiros são Augustus Nicodemus, Cleyton Gadelha, Davi Charles Gomes, Emilio Garófalo Neto, Euder Ferreira, Franklin Ferreira, Heber

D.A. Carson, um dos fundadores, falando ao Plenário em Fortaleza

Campos Jr., Helder Cardin, Isaque Sicsú, Jonas Madureira, Leonardo Sahium, Luiz Sayão, Mauro Meister, Renato Vargens, Sillas Campos, Solano Portela, Tiago Santos, Valter Reggiani e Wilson Porte Jr. A Coalizão é guiada pelos Documentos Fundamentais do TGC: a Declaração Confessional e a Visão Teológica de Ministério. Ambos são comentados na obra O Evangelho no Centro, publicada pela Editora Fiel. Em 27 e 28 de fevereiro desse ano, a Coalizão realizou, em parceria com o ministério Desiring God e a Editora Fiel, uma conferência em São Paulo, com a presença de John Piper. Ele falou na Universidade Presbiteriana Mackenzie,

Franklin Ferreira, Presidente da Coalizão no Brasil

Augustus Nicodemus fala ao plenário

Conselheiro Emílio Garófalo Neto

para 800 pessoas. Pregou na Igreja Batista Memorial de Alphaville para um público de mais de 3.000 pessoas. Na igreja, durante a tarde, os conselheiros da Coalizão falaram em seis workshops, alguns com 400 pessoas.

Finalmente, de 15 a 17 de maio, ocorreu em Fortaleza, no Ceará, a 1ª Conferência Nacional da Coalizão pelo Evangelho. Nessa ocasião, vários dos conselheiros, junto com D.A. Carson, expuseram a carta do apóstolo Paulo

aos Efésios na íntegra, em oito plenárias. Foi enfatizada, a partir das Escrituras, a unidade do povo de Deus firmada e nutrida no Deus Uno e Trino, que predestina, adota, redime, perdoa e sela, e no evangelho da graça recebida

Conselheiros e voluntários


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LIDERANÇA PRESBITERIANA

a no Brasil

Mauro Meister em palestra

Conselheiro Leonardo Sahium

pela fé somente. Também se promoveu uma compreensão e apreciação da beleza do Corpo de Cristo, enquanto povo oriundo de toda raça, tribo, língua e nação. De igual forma, foi afirmada uma fé santa e vibrante que permeia todas as dimensões da existência humana, e que transcende barreiras denominacionais e tradições locais. Nas plenárias, durante o dia, tivemos cerca de 400 pessoas ou mais, e à noite passaram de 600 – inclusive com a presença de autoridades políticas locais. Ocorreram também 16 workshops, com frequência média de 60 pessoas em cada grupo, que abordaram os mais variados temas relacionados à fé cristã. E contamos com o valioso apoio de uma equipe de cerca de 40 voluntários locais. A conferência nacional da Coalizão pelo Evangelho será bianual. A próxima será realizada em 2021, em local a ser

divulgado posteriormente. Nesse meio tempo, almeja-se fazer conferências regionais pelo país. Há um site, https:// coalizaopeloevangelho. org, onde são publicados textos dos conselheiros, de colaboradores e traduções, e uma página no Facebook: https:// w w w. f a c e b o o k . c o m / coalizaopeloevangelho/. Em breve, será aberta a possibilidades para outros pastores se tornarem membros associados. Pedimos orações e súplicas para que essa Coalizão seja usada pelo Deus Uno e Trino, para que no Brasil os cristãos se firmem nas Escrituras Sagradas, tenham sua devoção pelo Senhor Jesus Cristo aprofundada e seu compromisso com a Igreja fortalecido. Franklin Ferreira, presidente da Coalizão pelo Evangelho, é um dos pastores da Igreja da Trindade e Diretor Geral e professor de Teologia Sistemática e História da Igreja no Seminário Martin Bucer, em São José dos Campos, São Paulo.

1o Encontro de Oficiais e Lideranças do Estado de SP C om o tema Desafios do Oficialato e da Liderança Cristã na Sociedade Contemporânea, o 1º Encontro de Oficiais e Lideranças do Estado de São Paulo acontecerá de 13 a 15 de setembro de 2019, no Hotel Vale do Sol, em Serra Negra, SP. Entre os preletores do plenário estão os Revs. Roberto Brasileiro Silva (Presidente do Supremo Concílio), Augustus Nicodemus (Vice-presidente do Supremo Concílio), os Presb. Antônio Cabrera e Solano Portela. O evento contará com oficinas temáticas como

Perigos e Práticas para Excelência no Exercício da Tesouraria, com Presb. José Alfredo Marques de Almeida; Desafios da Vida Cristã do Líder: Finanças e Redes Sociais, com o Presb. Renato Piragibe; Oficialato: Cargo ou Ministério, com Rev. Davi Charles Gomes (chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie); Desafios de um Casamento nos Padrões Divinos, com Presb. Solano Portela; Práticas e Impedimentos da Ação Social na Igreja, com Presb. Clineu Francisco; Terceiro Setor: ONGS — Desafios e Benefícios da Ação Social, com Rev.

Joer Batista; Estatuto dos Concílios: Registros e Exigências Cartoriais — Atendimento à Luz do Código Civil e da Legislação Eclesiástica, com Rev. Márcio de Marchi; A Influência da Liderança Cristã na Sociedade Contemporânea, com Presb. Antônio Cabrera e Ferramenta para o Líder — Icalvinus: Agilidade e Organização nas Reuniões Conciliares, com Rodrigo Wagner Araújo. Para participar do evento, cujo investimento é de R$780,00 por pessoa, é necessário fazer as inscrições do site <www.executivaipb.com.br>.

NOTAS

Aplicativo Oficial da IPB O lá Presbiteriano! O Aplicativo Oficial da IPB é gratuito e está disponível nas lojas da Apple e Google. Nele você encontra a Bíblia e o Hinário, assiste a IPBTV, acessa os Documentos da IPB, lê o Brasil Presbiteriano e artigos semanais escritos por nossos mestres, recebe comunicados da Presidência do Supremo Concílio, das Confederações Nacionais e muito mais. O Aplicativo, projetado pela CSM-IPB (Comissão de Sistemas e Métodos) por determinação da Comissão Executiva do SC, em parceria com a empresa GETIT Mobile Solutions, foi lançado durante a 39ª Reunião do SC-IPB em julho/2019 e já conta com mais de 50.000 downloads. Não perca tempo, instale

Da esquerda para a direita Thiago Farias (sócio da empresa GETIT), Rev Roberto Brasileiro (Presidente do SC IPB) e Rev Marco Baumgratz (Presidente da CSM IPB)

o seu App IPB e fique por dentro do que acontece em nossa Igreja por todo o Brasil.


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SAL DA TERRA

Faculdades de Direito Mackenzie e de Colúmbia reúnem especialistas para debater corrupção Discussões abordam avanços e futuro da Operação Lava Jato e suas implicações internacionais

E

m 25 de abril, renomados especialistas brasileiros e dos Estados Unidos estiveram reunidos em encontro do Centro para o Avanço das Políticas de Integridade (CAPI) da Faculdade de Direito de Colúmbia (EUA) e da Faculdade de Direito (FDir) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). A ação é fruto da parceria entre as instituições de ensino para abordar a experiência dos dois países quanto ao combate à corrupção. A comitiva mackenzista que participou do encontrou contou com Gianpaolo Smanio, professor do Mackenzie e procurador geral de Justiça do estado de São Paulo, e Felipe Chiarello, diretor da FDir do Mackenzie, que palestrou na ocasião. O evento abordou, especialmente, os avanços e o futuro da Operação Lava Jato e suas implicações internacionais, discutindo o estágio atual, as tendências e desafios no combate à corrupção no Brasil. Como destaca Chiarello, “a participação do Mackenzie em Nova York, debatendo com especialistas mundiais questões da mais alta importância para o Brasil, no ensino jurídico e para os investimentos norte-americanos, mantém a posição da nossa Faculda-

de de Direito na vanguarda das discussões acadêmicas de um dos temas mais relevantes ao desenvolvimento econômico e social do país”. O evento foi coordenado por Antônio Carlos Rodrigues do Amaral, professor do Mackenzie e também professor visitante na Colúmbia. Ele afirma que “essa iniciativa em Nova York, com uma das mais renomadas escolas de Direito do mundo, tem o objetivo de ampliar a integração do Mackenzie com as grandes universidades norte-americanas, debatendo questões acadêmicas atuais e de enorme relevância, principalmente quando o governo brasileiro quer ampliar as relações comerciais com os EUA”, completa ele. Roberto Barroso, do

Columbia University

Superior Tribunal Federal (STF); do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, conhecido por cuidar dos casos envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-Presidente Michel Temer; Maurício Valeixo, diretor geral da Polícia Federal; e de Thiago Bottino, professor da Faculdade Getúlio Vargas do RJ. Prestigiando as apresen-

Antônio César Freitas, Gianpaolo Smanio, Luís Roberto Barroso, Milton Ribeiro, Anizio Alves Borges

tações estavam também os conselheiros do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), Anízio Alves Borges, Antônio César de Araújo Freitas e Milton Ribeiro. A programação ainda ofereceu apresentações do professor de Colúmbia e juiz

federal dos EUA, Jed Rakoff, que julgou o caso envolvendo a Petrobrás em Nova York e é considerado uma das maiores autoridades norte-americanas no campo dos crimes empresariais e contra o sistema financeiro; e dos professores da Colúmbia, Daniel Richman e Jennifer Rodgers, especialistas nos estudos e pesquisas envolvendo corrupção, crime organizado e questões de integridade e compliance governamental e empresarial. https://www.mackenzie.br/noticias/artigo/n/a/i/faculdades-dedireito-mackenzie-e-de-columbia -reunem-especialistas-para-debater-corrupcao/

Ensino (muito) Superior A Columbia University é a mais antiga instituição de ensino superior do Estado de Nova York, a quinta mais antiga dos Estados Unidos, e uma das nove Universidades Coloniais fundadas antes da Revolução Americana (1776). Foi fundada em 1754 como King's College por intermédio de carta régia de George II da GrãBretanha e rebatizada como Columbia College em 1784. Desde sua fundação, a instituição têm formado cidadãos de destaque e figura como uma das mais seletivas instituições de ensino superior dos Estados Unidos. Contando com taxa de admissão de 5.8%, a Columbia University mantém-se como a terceira mais seletiva universidade do país. Ex-alunos notáveis incluem 5 Pais Fundadores dos Estados Unidos – entre os quais, um autor da Declaração de Independência e um autor da Constituição dos Estados Unidos; 9 juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos, 43 Prêmios Nobel; 20 bilionários; 39 vencedores dos Prêmios da Academia e 29 chefes de Estados, incluindo 3 Presidentes dos Estados Unidos. Adaptado de wikipedia.org


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MISSÕES TRANSCULTURAIS

Nasce uma Igreja Presbiteriana Hispânica em São Paulo Refugiados abandonam tudo no país de origem para conseguir sobreviver. Outros buscam uma vida mais confortável. O Brasil recebe elevado número de imigrantes diariamente, principalmente nas grandes cidades. É preciso ajudá-los e evangelizá-los. Emma Castro

É

o caso dos hispânicos, como bolivianos, peruanos, paraguaios e outros. Em São Paulo há cerca de 500 mil bolivianos, em sua maioria dedicados à costura. A maioria está na Zona Leste da capital paulista. Nesse contexto, os missionários da APMT, Rev. Jairo e Kênia Rodrigues, estão começando a plantar uma nova igreja. O casal trabalhou por 22 anos no Peru, onde nasceram seus quatro filhos, Júnior, Kaleb, Thalyta e Thatyane. “Nós sabemos como é viver em outro país que não é o seu. Por isso sabemos como se sente um estrangeiro em nosso país. Podemos ter empatia com eles, pois entendemos sua situação. Cremos que Deus nos trouxe para cá”, diz Kênia, e completa: "queremos que eles encontrem uma porta aberta, onde possam ser acolhidos, e tenham a oportunidade de conhecer a Cristo, sua Palavra e cultuar na sua própria língua." Com o apoio da APMT, foi alugado um espaço no final do ano passado no bairro Cangaíba, zona leste de São Paulo. Uma vez concluídas as reformas, haverá o início oficial dos cultos

e EBD. "Algumas pessoas estão doando seu tempo como voluntários. Já foram realizados dois bazares de roupas e sapatos usados. Com o dinheiro arrecadado, foi possível pagar alguns dias de pedreiros. Ainda falta consertar muita coisa e pintar as instalações”, avaliam os missionários. Jairo conta que no início do ano fizerem distribuição de folhetos e convidaram as pessoas para vir e estudar a Bíblia, porém sem sucesso. Então começaram a pensar num projeto que viesse ao encontro de necessidades deles, e assim, além ouvir de Jesus, fossem também treinados e capacitados com alguma habilidade. “Começamos a oferecer aulas de português, direcionadas a hispânicos. Para nossa surpresa, em pouco tempo completamos a turma de 23 alunos! E o curso poderia ter exatas 23 vagas, pois era o número de carteiras disponíveis”, conta Jairo com empolgação. “Abrimos mais duas turmas em diferentes horários. Hoje já temos mais de 60 alunos no total. Na medida em que apareçam os professores voluntários, será possível habilitar novos cursos”, entusiasma-se ele. Antes de começar cada aula, há um momento de

O modo divino de (e como nós devemos) tratar o estrangeiro e necessitado “Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural, será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19.33-34).

“(...) o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes. Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito” Dt 10.17-19).

leitura e oração. “Com esses contatos já tivemos duas pessoas que marcaram aconselhamento. Além de ouvir e aconselhar sobre a situação apresentada, falei de Jesus. As duas pessoas oraram entregando sua vida a Cristo e querem repetir a visita. Todo domingo às 18 horas dirigimos um estudo bíblico. Alguns já estão se aproximando, mesmo que timidamente”, comemora o missionário. Por ocasião do dia das mães, fizeram um almoço convidando as famílias dos alunos de português e aqueles que estão se aproximando. Estiveram presentes 80 pessoas no evento, que

começou com um momento devocional e homenagem às mães. Todo trabalho missionário têm suas barreiras, dentro ou fora do país. É importante que as igrejas se conscientizem que mesmo estando em São Paulo, um projeto missionário precisa de apoio e parcerias para se desenvolver. Infelizmente, muitas igrejas que durante o tempo deles no Peru foram parceiras do trabalho desses missionários, hoje não contribuem. O trabalho com refugiados precisa de irmãos e igrejas que compreendam a importância desse ministério. Orações pelo cuidado,

capacitação e saúde dos missionários também fazem parte da ideia de parcerias. No dia 18 de maio, o Rev. Jairo caiu da escada. Fraturou as duas munhecas. Já operou o lado direito. Por hora, está com o lado esquerdo engessado. Ore por seu restabelecimento, por sua família e pelas atividades realizadas no local: a reforma, os cursos, os contatos, aconselhamentos e estudos bíblicos. Se desejar se tornar parceiro desses missionários, contribuir para o avanço do projeto, ou ser voluntário para auxiliar nas demandas do projeto, entre em contato com keniayjairo@hotmail. com ou pelo Fone/Whatsapp: Kênia (11) 99580-1810, Jairo (11) 95558-1969. O tema da APMT deste ano é PARCERIA – Juntos na proclamação do evangelho. Nosso desejo é que mais igrejas e pessoas compartilhem desta visão: ser parceiros! E assim, que o trabalho transcultural, tanto fora, quanto dentro do Brasil, avance e dê frutos para glória de Deus. E que todos os povos e línguas, em seus países de origem ou aqui, conheçam a salvação em Cristo. Emma Castro é coordenadora do Departamento de Comunicação APMT/IPB


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VIDA UNIVERSITÁRIA

3 conselhos para quando discutir com o professor incrédulo da faculdade O que fazer quando o professor é incrédulo e nos faz passar por ridículos em uma sala de aula por discordarmos dele, e não conseguimos discutir de igual para igual? Filipe Fontes

N

ão há uma receita pronta para isso. Esse é mais um caso em que estamos diante de uma situação na qual precisamos ser guiados por Deus. Nada melhor do que ter a boca aberta e fechada pelo Senhor. Mas para isso é necessário cuidar de estar em comunhão com Deus. Como princípio geral, eu recomendo que alunos não entrem em grandes debates com professores. Esse é um debate no qual você (aluno) entra em condição muito desigual. Professores têm a caneta, a azul e a vermelha; e isso faz toda a diferença. Mas esse é um princípio geral, e você não deve segui-lo absolutamente. Eu creio que você pode concluir que deve arguir um professor, principalmente quando ele está cometendo injustiças teóricas que podem ser demonstradas. Tenho algumas experiências bem desagradáveis em minhas tentativas de fazer isso, mas também tenho boas experiências. Ao longo de minha vida acadêmica encontrei professores que tinham perspectivas religiosas bem diferentes das minhas, com quem eu tive bons debates. Caso você entenda que deve arguir um professor, minhas sugestões são as seguintes: 1. Seja respeitoso. Reconheça a relação de autoridade e submissão na qual vocês estão envolvidos e procure deixar evidente seu reco-

nhecimento através de sua linguagem. Cuide dos detalhes. Pense na tonalidade da voz, nas palavras a serem usadas, nas ressalvas. Lembre-se de que a maneira como você diz é tão importante quanto o que você tem para dizer, e não apenas para livrar você de possíveis punições, mas por que o princípio de autoridade foi estabelecido por Deus, por que essa é a maneira correta de tratar as pessoas, e o caminho para que a doçura do evangelho seja percebida. 2. Mantenha-se dentro do assunto. Quando são atacadas questões caras à nossa cosmovisão, nós temos uma tendência muito grande de ignorar o ponto da discussão e partir para o ataque de forma genérica para vencer o debate. Procure não fazer isso. Discuta o ponto em questão. Além disso, seja sábio na intensidade e aprenda a alegrar-se com as vitórias possíveis. Em algumas ocasiões, sua fala não surtirá efeito em relação ao professor, mas poderá surtir em relação a um colega. Outras vezes, embora seu alvo seja demonstrar a racionalidade da fé cristã, tudo o que você vai conseguir é que as pessoas comecem a olhar para você como alguém que não é tão irracional. Aprenda a se alegrar com as vitórias possíveis em vez de simplesmente se entristecer por não ter conseguido o ideal. Pequenas vitórias também são vitórias e a alegria experimentada com elas estimula a continuidade da caminhada.

3. Não seja muito insistente. Usando as palavras de Jesus, bem longe de seu contexto: não é pelo muito falar que você será ouvido. Então, procure falar em momentos cruciais e não a todo instante. Quando você fala o tempo

todo as pessoas se cansam de sua voz e tendem a fechar os ouvidos para ela. O Rev. Filipe Fontes é membro do Conselho Editorial da Cultura Cristã e professor do JMC. Texto adaptado do website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados.

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ELE VIVE

Ressurreição “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.10-14). Clodoaldo Furlan

H

oje foi um dia chuvoso em Jerusalém (21.04.2019). Tivemos um pouco de trânsito na

cidade, mas nenhum grande movimento. Estar no domingo de Páscoa em Jerusalém é algo que enche o coração de alegria. São tantas coisas que vem à

mente, emoções e convicções do grande milagre do Deus Eterno operado nesta cidade há mais de dois milênios. Não há comoção por parte dos judeus, pois eles ainda aguardam o Messias. Passamos hoje por um bairro de judeus ortodoxos. Roupas pretas, chapéus diferentes. Interpretações variadas emitidas por rabinos durante a história do judaísmo fazem que existam hoje diversas ramificações de judeus ortodoxos. Oram três vezes ao dia. Estamos no Pessach, a Páscoa judaica. Há muita preparação para essa comemoração. Eles são em aproximadamente 600 mil em Israel e são sustentado pelo Estado. Não só eles, mas as esposas e filhos. Eles

argumentam que, como o exército de Israel, eles são soldados da fé. Passam o dia estudando e orando. No hotel, há um elevador separado do sabbath judaico, que para em todos os andares. O hotel avisa esse desconforto aos hóspedes. As refeições do hotel são preparadas antes do pôr do sol de sexta feira, e são servidas refeições que não envolvam trabalho demasiado ou seja, sem fogo e outras comodidades modernas. Os rabinos estabelecem o que pode e o que não pode ser feito. Esse é o Israel de hoje. Estar aqui em uma data de tanta relevância para a cristandade é algo sublime é maravilhoso, mas de choro e lamento. Lamento porque esse povo não reconheceu

o seu Messias. Lamento porque aguardam aquele que já veio, aquele que caminhou entre eles, e que eles não o reconheceram. Lamento por esse povo de tanta devoção ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó não estar devotando sua vida e tempo a Jesus de Nazaré e as revelações neotestamentárias. Que Deus tenha misericórdia desse povo. Que haja paz sobre Israel! Que esse povo reconheça Cristo Jesus como seu Senhor e Salvador. Que aqueles por quem Cristo morreu neste país se prostrem e digam, como repetimos várias vezes hoje: ele vive! O Presb. Clodoaldo Waldemar Furlan é membro do Conselho Editorial do Brasil Presbiteriano e presidente do CECEP.

VIDA DEVOCIONAL

Recursos devocionais da Bíblia de Estudo Herança Reformada Leia o salmo 1 1. Os crentes devem ser as pessoas mais felizes, pois conhecem Deus, seu amor maravilhoso, suas promessas pactuais, seu perdão abundante e sua presença permanente. Temos tristezas, mas não razão para sermos infelizes. Embora sejamos tentados a desfrutar da companhia e dos prazeres dos

ímpios, a graça de Deus nos torna diferentes deles e nos permite obter todo o prazer da Escritura e do Espírito Santo, que promove santidade em nós. No dia do juízo, escaparemos da ira de Deus e descobriremos como ele cuidou de nós com amor durante a nossa vida. Como isso o encoraja a seguir a Cristo?

2. Cristo é supremamente o homem bem-aventurado (Sl 72.17). Ele é o Rei ideal separado dos pecadores (v. 1; Hb 7.26) e dedicado a cumprir a lei de Deus (v. 2; 40.7-8). Consequentemente, ele é uma árvore frutífera, alimentada pelo Espírito Santo (Is 11.1-2) e cheia de boas obras (Is 4.2; At 10.38). Em união com ele

por meio de uma fé concedida pelo Espírito, também podemos nos tornar frutíferos por causa da sua plenitude. O que isso lhe ensina sobre a verdadeira prosperidade? Após cada salmo e cada capítulo da Escritura, a Bíblia de Estudo Herança Reformada apresenta auxílios para a prática devocional individual ou familiar.


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EDUCAÇÃO CRISTÃ

Congresso Aperfeiçoar 2019 “O que ensina, esmere-se no fazê-lo” (Rm 12.7).

C

om o tema “Capacitando professores para o melhor exercício do dom de ensino”, a 10ª edição do Congresso Aperfeiçoar acontecerá no dia 06 de julho, das 08h às 17h, no Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, em Recife (PE). Com realização da Secretaria de Educação Religiosa do Presbitério Norte de Pernambuco (PNPE) e do Sínodo de Pernambuco (SPE), o evento contará com palestra e workshops em parceria com o M.A.D.I – Ministério de Apoio a Departamentos Infantis da IP da Encruzilhada, que há vinte e dois anos realiza capacitação de professores de crianças, programações especiais e um acam-

pamento anual chamado “Brinque–Criança”. Nos dez anos de realização do Congresso Aperfeiçoar o M.A.D.I já ministrou cursos para mais de dois mil professores. Já conhecidos de outras edições do congresso, os cursos para professores de crianças Iniciantes, Vamos Criar, Berçário no Ministério Infantil e A Arte de Contar Histórias! serão ministrados pelo M.A.D.I. Assim como o novo Currículo com Lições para Escola Bíblica Dominical e as oficinas Dinâmicas de Grupos para Crianças e Diga Não à Violência Infantil. Para os professores das demais faixas etárias da escola dominical, haverá dois cursos (Básico I e

Básico II) abordando como preparar uma boa aula, dinâmicas em grupo, como utilizar recursos audiovisuais e motivar alunos a marcarem presença nas aulas. Para os superintendentes da EBD haverá um curso especial com sugestões de estrutura organizacional. O Aperfeiçoar é uma capacitação para professores de escolas dominicais de todas as faixas etárias. Desde 2008, o congresso já capacitou mais de 2.500 professores de Recife e outros estados, das mais diversas denominações. Na 10ª edição do congresso a equipe M.A.D.I, educadores e pastores de diversas igrejas estarão presentes ministrando os cursos para os participantes.

SERVIÇO Para participar do evento basta realizar a inscrição pelo site <www.ipencruzilhada.org>. A inscrição dá direito a pasta, caneta e almoço no local do evento, este último condicionado à data de inscrição conforme especificação abaixo. INSCRIÇÃO ATÉ 10 DE JUNHO Cursos para Professores das Demais Faixas Etárias – R$ 50,00 Cursos para Professores de Crianças – R$ 60,00 INSCRIÇÃO DE 11 A 26 DE JUNHO Cursos para Professores das Demais Faixas Etárias – R$ 60,00 Cursos para Professores de Crianças – R$ 70,00 APÓS 26 DE JUNHO – SÓ NO LOCAL (SE HOUVER VAGA!) E SEM ALMOÇO Cursos para Professores das Demais Faixas Etárias – R$ 60,00 Cursos para Professores de Crianças – R$ 70,00

CELEBRAÇÃO

40 anos da IP de Castanhal – Pará André Parize de Carvalho

E

stamos em festa. A IP de Castanhal, PA, completou 40 anos de organização no dia 27 de abril. Celebramos juntos com nossos amigos e irmãos essa data tão importante, relembramos os grandes feitos do nosso Deus na vida do corpo de

Cristo nesta cidade. A programação contou com a participação do Missionário Williams Carvalho na condução dos cânticos e a pregação ficou por conta do Presb. Jonas Cunha. Entre membros e convidados, cerca de 60 pessoas estiveram presentes no culto. O momento marcante

foi a narração do pequeno Davi Cunha de 6 anos, citando Efésios 3. 20-21 que exaltam a grandeza de Deus na história da igreja e a esperança de viver grandes coisas provenientes da mão graciosa do Senhor na vida desta comunidade. Rev. André Parize de Carvalho é pastor da IP de Castanhal, Pará

“(...) àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.20-21)


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PROJETO SARA

Você é um crente simpático? Raquel de Paula

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m Atos 2.42-47, encontramos o relato de uma igreja perseverante na doutrina, na comunhão, no testemunho, na assiduidade das atividades da igreja, fazendo tudo para glória de Deus, com alegria e singeleza de coração. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Gostaria de destacar uma característica que lhes era peculiar: eles eram simpáticos. Deus nos chama para nos alegrarmos no Senhor, em tudo sermos agradecidos, orar sempre, buscar o

reino de Deus em primeiro lugar. Somos feitos filhos de Deus, meninas dos olhos de Deus, amigos de Deus, mais que vencedores em Cristo Jesus. Somos uma raça eleita, povo de propriedade exclusiva de Deus, para proclamarmos o amor de Deus em Cristo Jesus. Somos tão especiais pra Deus, chamados para vivermos em novidade de vida, de modo digno do evangelho da salvação, considerando-nos vivos para Deus e em todo momento oferecendo nossa vida para Deus. Qual tem sido nossa atitude para com as pessoas que

convivem conosco. Elas pessoas podem contar com a nossa simpatia? Muitas vezes, demonstramos competências e habilidades espetaculares, mas o modo de nos relacionarmos coloca tudo a perder. Hoje em dia, ficamos surpreendidos com pessoas que conquistaram tantos títulos com honra ao mérito, mas não conseguem reconhecer a graça de Deus em lhes ter concedido tantas bênçãos e por vezes, não conseguem viver em singeleza de coração, dando frutos e abençoando os que os cercam. O cristão precisa ser sim-

pático. Precisa dar sabor à vida, iluminar o caminho que conduz a Cristo e preencher o ambiente que vive com o bom perfume de Cristo. O cristão está caminhando para um futuro certo e brilhante, para ser feliz pra sempre no céu. Precisa levar as boas novas de salvação e falar do amor de Deus. Mas como alguém poderá falar de amor sendo antipático? O povo de Deus precisa vigiar e orar. Depois de passar por toda aquela experiência de salvação e livramento das dez pragas no Egito, quatrocentos anos de escravidão e opressão, pas-

sar pelo mar a pé enxuto, a primeira coisa que fizeram, diante da falta de água depois de três dias apenas no deserto, foi reclamar (Êx 15.22). Que sejamos agradecidos a Deus por nos conceder muito mais do que pedimos ou pensamos e que sejamos simpáticos com nosso próximo, para que sejam constrangidos pelo amor de Cristo e se convertam dos seus maus caminhos. Que a nossa vida seja para honra e glória de Deus em todo tempo. Raquel de Paula é membro da IP Praia Grande, SP, e colaboradora do Brasil Presbiteriano.

CAMINHADA CRISTÃ

Além das nuvens “Eis que o homem não pode olhar para o sol, que brilha no céu, uma vez passado o vento que o deixa limpo” (Jó 37.21) Zuleika Schiavinato

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perspectiva do nosso olhar define como nos sentimos. Se só conseguimos enxergar o que nossos olhos físicos nos mostram, muitas vezes, desanimamos. Ao pé de uma montanha,

limitados pelo nosso tamanho, nosso campo visual só nos mostra um mundo de terra. Difícil acreditar que em um dia completamente nublado, chuvoso, quando tudo fica monocromaticamente cinza, o sol continua no seu lugar, resplan-

decendo com a mesma intensidade. Há uma canção de Kleber Lucas que diz assim: “(...) eu sei que para além das nuvens, o sol não deixou de brilhar só porque a terra escureceu”. Nós sabemos? Será que já nos deixamos convencer de que não voltaremos ver o sol e sentir o seu aconchegante calor? Nossas tribulações são como as nuvens. Se pudéssemos encará-las de cima para baixo ao invés da pers-

pectiva terrena, veríamos que a face de Cristo continua sorrindo para nós. Não há um único momento da nossa vida, por mais nublado que seja, que Deus não esteja reinando Soberano e trabalhando em favor dos seus filhos. O Criador tem nas suas mãos o controle sobre tudo. “Ele é o dono dos montes, do céu e do ar.” É ele quem determina que o sol permaneça brilhando. Basta um sopro de Deus e as densas nuvens que estão

escurecendo o dia serão dissipadas. Minha oração hoje por mim e por vocês é que o Espírito Santo nos leve a romper as nuvens que escurecem nossa alma, para vermos que Deus continua reinando Soberano e que o seu amor jamais deixará de aquecer e iluminar nossos corações! Oro em nome de Jesus. Amém! Maria Zuleika Schiavinato, esposa, mãe, avó e autora, é membro da IP de Pinheiros, em São Paulo.


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18 NO BRASIL E NO MUNDO

Aconteceu em junho 1763 – Nasce José Bonifácio de Andrade e Silva, político brasileiro considerado o patriarca da Independência do Brasil. 1854 – O Partido Republicano é fundado nos Estados Unidos e se declara contrário à escravidão. 1874 – É inaugurado o telégrafo submarino ligando o Rio de Janeiro à Europa. 1890 – A França é a primeira nação europeia a reconhecer a República Velha brasileira. 1903 – Nasce George Orwell, escritor britânico, autor de Animal Farm (no Brasil, A Revolução dos Bichos), crítica do comunismo em que usou a frase “Todos são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros”, referindo-se às condições sob aquele regime. 1907 – Auguste Lumiére apresenta em Paris a fotografia colorida. 1908 – Chegada ao Brasil do navio Kasato-Maru com o primeiro grupo de imigrantes japoneses. 1909 – Primeiro voo em aeroplano com passageiros, realizado pelo aviador francês Louis Bleriot, com duas pessoas a bordo. 1919 – O Tratado de Paz de Versalhes é assinado entre as potências aliadas e a Alemanha, dando fim à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 1944 – Dia D, os Aliados desembarcaram na Normandia. Esse foi o ponto decisivo para a vitória contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Na operação, as forças aliadas tiveram 2.400 baixas contra 1.200 dos alemães. Ao final do dia, 34 mil soldados haviam desembarcado. 1953 – Coroação de Elizabeth II como rainha da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, na Abadia de Westminster. 1963 – O príncipe regente Faisal decreta a abolição da escravatura na Arábia, último país do mundo em que ela existia. 1992 – Líderes de 180 nações iniciam a ECO 92, no Rio de Janeiro. Essa conferência teve grande importância histórica ao chamar a atenção da opinião pública mundial, pela primeira vez, para as ligações entre os problemas ambientais do planeta, as condições econômicas e a justiça social. 2013 – Protestos espontâneos ocorridos no Brasil em 2013, conhecidos como Manifestações dos 20 Centavos, Manifestações de Junho ou Jornadas de Junho, surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público nas principais capitais. Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tratou-se de um momento sociológico, não político. Em 69 cidades 1,55 milhão de pessoas foram às ruas. Fonte: http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI110517-EI1411,00.html

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IGREJA PERSEGUIDA

A única maneira de ser igreja I

mpossibilitados de se encontrar com segurança uma igreja física, os cristãos se juntam aos cultos online da igreja e recebem cuidados pastorais à distância. “Um dos membros da minha igreja acabou de me dizer que o marido começou a ler a Bíblia. Aleluia!”, comemora o pastor Kouroush.* Onde quer que esteja, Kouroush está sempre presente para os membros de sua igreja. Mesmo quando o encontramos para a entrevista em algum lugar fora do Irã. Quando nos sentamos para conversar sobre as pessoas a quem ele serve, os cristãos isolados, ele se torna apaixonado. “Louvamos a Deus que ele se faz conhecido para muitos iranianos”, ele começa, “mas muitos deles estão isolados”. Kouroush compartilha que se tornou mais difícil para os novos cristãos entrarem em contato com outros cristãos nos últimos anos. “O governo proibiu igrejas de cristãos convertidos do islamismo. E enquanto a igreja está indo cada vez mais para o subterrâneo, o governo também começou a se infiltrar lá”, conta. O governo tem criado igrejas domésticas, com agentes infiltrados, para prender cristãos novos convertidos. Para dar aos novos cristãos isolados a oportunidade de crescerem na fé em um lugar seguro, a igreja onli-

Pastor Kouroush tem a missão de reunir cristãos secretos no Irã, recém convertidos, que não podem se reunir em igrejas

ne foi estabelecida. Porém, apesar de relativamente segura, ela não está totalmente fora de perigo. Mas Kouroush sorri quando fala sobre as primeiras reuniões ao telefone com aqueles novos cristãos. “Depois de meses de busca, eles finalmente encontraram um companheiro em quem pudessem confiar. Entrar para a igreja online é apenas o começo da jornada do novo cristão com Jesus”, explica Kouroush. Alguns deles nem mesmo sabem orar, e o conhecimento deles sobre a Bíblia é muito limitado. “É incrível como o Espírito está trabalhando no Irã. Eu sou tocado por isso outra vez. As pessoas ligam para me contar como entregaram sua vida a Jesus depois de saber muito pouco sobre ele. Mas o que sabem ou sentem sobre Jesus é tão forte que dariam qualquer coisa para se aproximarem mais dele.” Na igreja online, os cristãos têm oportunidade para aprender mais e crescer em sua fé, sem ter de revelar sua identidade. “Nossos momentos de oração são

especialmente poderosos”, diz Kouroush, “os membros podem entregar os pedidos de oração via chat e depois oramos juntos. Oramos pela cura dos membros da família ou para Senhor curar nossos próprios corações. E ele nos ouve”. Às vezes, o pastor Kouroush tem a oportunidade de conhecer os novos cristãos pessoalmente. “Não consigo descrever como isso é. Nós nos abraçamos e choramos por alguns minutos”, diz ele. Muitas vezes, os cristãos são batizados por Kouroush durante tal reunião. “Isso é algo que muitos deles desejam desde que começaram a seguir a Jesus. Toda vez que estou em contato com crentes isolados, posso sentir sua fé. Eles são tão fiéis, tão fortes. Estão arriscando muito escolhendo crer em Cristo em seu contexto, mas ainda assim eles o fazem.” Para saber mais sobre a Igreja Perseguida no Irã, acesse https://www.portasabertas.org.br/categoria/ lista-mundial/ira * Nome alterado por motivos de segurança


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REFLEXÃO

Liberdade Religiosa “Quando o Brasil em geral fica difícil de aturar, eu fecho os olhos um instante e me refugio no pedaço do Brasil onde corre o Tuatuari.” Orlando Villas Boas Antônio Cabrera

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stive esta semana no STJ em uma Conferência sobre Liberdade Religiosa. Pode parecer algo simples, mas a liberdade religiosa não é meramente uma questão de tolerância. Na realidade, ela é o exercício de um dos mais fundamentais direito do homem. James Madison defendia que a propriedade é o cas-

telo de um homem. Mas a sua fé é o principal castelo e o governo não pode, jamais, tomar ou invadir essa propriedade. O ser humano precisa exercer a sua fé, seja qual for, pois ela afetará todos os aspectos da vida. Desta forma, fiquei surpreso com um documento apresentado na conferência em que a Funai está exigindo assinatura de todos os que ingressem em terra indígena.

Este afirma que é “terminantemente proibido o exercício de quaisquer atividades religiosas juntos aos povos indígenas, como hinos e cantos religiosos, rezas coletivas, tradução da bíblia (sic), cantos e preces.” Interessante que, na palestra seguinte, conheci um outro palestrante, o índio Cleo, da etnia Macuxi e presidente do Conselho Nacional dos Pastores Indí-

genas, cujo pleito maior era que isso deveria ser uma decisão pessoal dos índios e não uma deliberação unilateral do Governo. Eu não tenho problema em uma pessoa ser contra o evangelho, mas quando uma instituição pública se posiciona contra a liberdade de crença, o que estamos formalizando é a perseguição religiosa. Foi impactante ouvir o testemunho do Cleo invocando essa liberdade fundamental do direito de acreditar. Ele terminou dizendo: “Se quiser, posso ser o que você é, sem deixar de ser quem eu sou.” Um Estado que pratica a coerção contra a crença é um Estado que cauteriza as

consciências de cada cidadão. É como se esse Estado estivesse dizendo a cada um dos indígenas brasileiros que eles não são capazes de formar suas próprias ideias e, assim, esse mesmo Estado tem de criá-las para eles. Muito melhor seria esse Estado permitir aos índios a plena liberdade de consciência. Como ensinou Villas Boas, ouvir o Tuatuari, um riachozinho que depois forma o poderoso Xingu. Aos índios, e a mais ninguém, compete a decisão sobre a sua crença pessoal. O Dr. Antônio Cabrera Mano Filho é presbítero da IP de São José do Rio Preto (SP).

CELEBRAÇÃO

Aniversário de 54 anos da IP de Coelho da Rocha Ari Navega Marne

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os dias 23 e 24 de março, a IP de Coelho da Rocha celebrou o seu 54º aniversário. A igreja foi organizada em 21 de março 1965. O culto de Ação de Graças contou com a presença de membro e amigos da IPCR, músicos, pastores, entre eles o Rev. Evandro

Montenegro, atual presidente do presbitério de São João de Meriti. No sábado dia 23, pregou o Rev. Ivo Mozart, pastor da IP do Méier – Rio de Janeiro, e professor do Seminário Presbiteriano Ashbel Green Simonton. O texto base foi Atos 2.42-47, e o Rev. Ivo enfatizou a necessidade de “revisitarmos” o

modelo de igreja apresentado por Lucas em Atos. Ele exortou à perseverança na doutrina apostólica, à comunhão da igreja, e à prática da caridade para que não aja necessitados no corpo de Cristo. No dia 24, pregou o Rev. Ricardo Narciso, pastor da IP de Vila Norma, São João de Meriti – RJ. O Rev. Ricardo expôs Mar-

cos 2.1-12 sobre visão, missão e valores da igreja, fazendo um paralelo com a experiência do paralítico que foi levado a presença de Jesus por amigos que não mediram esforços para cumprir a missão. Enfatizando ainda a importância de trabalharmos para conduzir pessoas a Cristo, sem nos deixarmos abalar

diante dos obstáculos que surgem. A IP de Coelho da Rocha é atualmente pastoreada pelo Rev. Nilson dos Santos Carneiro, pastor ordenado em 2017 e designado no mesmo ano para estar à frente da comunidade. Ari Navega Marne é presbítero em disponibilidade da IP de Coelho da Rocha


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Boa Leitura Deus não vai embora – Alister E. McGrath 2019 R$ 34,40 (promo)

Alister E. McGrath é autor de A Fé e o Credo, A Vida de João Calvino, Lutero e a Teologia da Cruz, Manual do Semeador (co-autor), O Deus Vivo, Origens Intelectuais da Reforma, Senhor e Salvador: Jesus de Nazaré e Teologia Histórica, publicados no Brasil pela Editora Cultura Cristã. Deus não vai embora – Combate ao Neoateísmo aborda como o fascínio do Novo Ateísmo com a racionalidade o levou a subestimar o anseio pela adoração. Este volume abre com as principais ideias do Novo Ateísmo, segundo Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris e Christopher Hitchens. Em seguida, examina as visões principais do movimento, fazendo referência à sua “comunidade virtual” de sites e blogs. Abordando temas como motivação da religião, natureza humana, fé e esperança em ideais como Novo Iluminismo, Deus não vai embora é altamente instigante e questionador. O Brasil Presbiteriano sugere que seja lido na igreja por grupos de debate em preparação para evangelização. Ungido por Deus – Mark J. Boda 2019 R$ 39,20 (promo)

Com perguntas para estudo individual ou em grupo, Ungido por Deus é um exame da vida de Davi, mostrando como o rei se relacionava com unção, aliança, templo e pecado e como Davi revelou a vinda do Messias. Escrito por Mark J. Boda, professor de Teologia na McMaster University e professor de Antigo Testamento na McMaster Divinity School, Ungido por Deus é útil e acessível, uma excelente contribuição para entendermos a mensagem bíblica da salvação e a relação do homem (Davi) e Deus. Oferecendo exposição confiável e teologia bíblica, Ungido por Deus (e os outros livros dessa série de estudos sobre o Antigo Testamento) é ideal para pastores, pregadores, mestres e cristãos que lutam para mudar o modo de ler o Antigo Testamento, entendendo assim como muitas partes da Bíblia, como a história do rei Davi, se encaixam para formar uma linha de história que culmina na vida de Jesus. Não podemos nos calar – Albert Mohler 2019 R$ 45,60 (promo)

Estudante, calouro, obreiro do campus, líder de jovens, pastor, professor, pais devem se lembrar de que os debates atuais sobre questões LGBQT são parte de uma revolução sexual mais ampla que desafia a moralidade bíblica de maneiras fundamentais. Não podemos nos calar. Com clareza e percepção raras, Albert Mohler Jr. reúne partes do quebra-cabeça da cultura, da política, da história, da teologia e das Escrituras em um mosaico de verdade e realidade, analisando ainda como a cultura moderna redefine sexo, casamento e o próprio significado de certo e errado. Seus argumentos coerentes sobre a questão da identidade e do comportamento sexual e a resposta cristã são uma sabedoria essencial para o crente. Mohler equipa o leitor para enfrentar corajosamente a luta contra o pecado enquanto apresenta compassivamente o evangelho da graça e propõe uma renovada teologia do corpo inerente à doutrina bíblica da Encarnação como base para uma ética contracultural.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

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Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

Gente que vai e volta (2019)

Oranges e Sunshine (2010)

Com 1h30, o filme espanhol é ideal para um programa de lazer com a família. Recém-lançado pelo Netflix, Gente que vai e volta é um drama leve que diverte com cenas de comédias. Baseado no romance de Laura Norton, o longo conta a história de Bea, uma arquiteta que parece ter a vida perfeita e que após um desentendimento com o namorado resolve voltar para sua cidade. Os momentos mostrando o apoio da família para enfrentar a nova fase, dão um tom acolhedor ao filme e são os grandes responsáveis pelas risadas do público, afinal, descobrimos que o pessoal é bem excêntrico. Apesar do roteiro previsível e clichê de comédias românticas, o filme é interessante e leva o espectador a refletir sobre a vida, relacionamentos e a importância de uma boa relação com a família e amigos.

Traduzindo para o português como Laranjas e Sol (bem literal!), o filme estrelado por Emily Watson é baseado em fatos reais. Oranges e Sunshine nos apresenta uma história nada fofa quanto comparado ao título do longa, afinal, aborda um dos maiores escândalos do Reino Unido. Margaret Humphreys é uma assistente social que após uma reunião com grupos de pessoas criadas em lares adotivos, recebe alguns documentos e informações que a levam a investigar para onde estão sendo enviadas as crianças órfãs e de lares desestruturados da Inglaterra. O longa não apenas expõe um grande caso de tráfico e trabalho infantil, mas aborda como relações e vidas foram afetadas por essas ações. O filme é pesado, mas nos emociona e nos leva a questionar o que estamos fazendo por crianças (incluindo as brasileiras) que são submetidas a essas situações.

Os delírios de consumo de Becky Bloom (2009) Rebecca (Becky) é uma jornalista viciada em compras que, por engano, acaba indo trabalhar numa revista de finanças. O filme apresenta de modo divertido como Becky lida com as situações e consequências de não lidar bem com o dinheiro. O filme é clichê, mas sua mensagem é importante e interessante para os pais debaterem e ensinarem seus filhos sobre finanças – assunto que anda em alta nas redes sociais, principalmente pela grande quantidade de influenciadores falando sobre. Além do tema finanças, o longa estrelado por Isla Fisher ainda coloca em foco outras situações e sentimentos recorrentes na vida de jovens e adolescentes que precisam ser tratados e moldados segundo uma visão cristã, como compromisso com a verdade e sua palavra, ambição, poder e vergonha de sua origens.

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