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REFORMA 1517 - 2017

Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 748 – Março de 2017

As noventa e cinco teses: O único e suficiente mediador Lutero ainda revela ter alguma consideração e respeito para com o pontífice romano, mas além de alertá-lo com respeito aos que estão mais próximos dele, deixa muito clara não só a mediação única de Jesus para o perdão dos pecados bem como a impossibilidade de se obter tal “indulgência” por méritos do próprio pecador.

De quem é o Evangelho?

O evangelho não é de direita, centro ou esquerda. O evangelho é de Cristo. Não proclama a glória dos homens, mas a de Deus. PÁGINA 4

Evangelizando o Brasil

Edição de 2017 acontece no Rio de Janeiro, e conta com 13 oficinas para o treinamento de líderes de educação cristã de todo o Brasil. PÁGINA 8

Cada vez mais brasileiros apóiam o ministério dos Gideões Internacinais no Brasil. O objetivo é aumentar as distribuições de Novos Testamentos. PÁGINA 10


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EDITORIAL

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Encurralados

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xodo 13.17–14.31 é uma das passagens mais impressionantes da Escritura . O povo de Israel já havia saído do Egito. Estavam na entrada do deserto. Era só avançar, alcançar Canaã e ocupar a terra prometida. O Senhor, porém, ordena que recuem “e se acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar”. Como previu o Senhor, esse movimento aparentemente errático levou Faraó a pensar que os israelitas estavam sem rumo. Enraivecido pela severa humilhação sofrida, o rei foi atrás dos escravos fujões com sua tropa de elite: seiscentos carros de guerra do último modelo e mais toda a força militar com a nata do oficialato egípcio no comando para encurralar e destruir Israel. Fica evidente que Deus armou a situação para o

Faraó, que caiu facilmente na armadilha. E por que o Senhor faria isso? Essa pergunta nos leva a Êxodo 5.2, quando, diante da comunicação de que, por ordem de Yahweh, deveria deixar os israelitas adorá-lo no deserto, o Faraó fez uma grave pergunta e uma abusada afirmação: “Quem é Yahweh, para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço Yahweh, nem tampouco deixarei ir a Israel”. A eloquente resposta divina veio com as dez pragas, mas Faraó continuou dominado pelo espírito da incredulidade. Então Deus lhe preparou o tira-teima do mar Vermelho. Um encontro final e fatal. De um lado, o poderio militar e a melhor tecnologia do primeiro mundo antigo. Do outro lado, o ainda desconhecido de Faraó. Após esse

episódio, os egípcios saberiam que Yahweh é Deus. Não foi a última vez que Israel se viu acuado, como se constata por diversos relatos bíblicos. Não foi a última vez que o povo de Deus se viu encurralado, como ocorreu tantas vezes ao longo da História. O que haveria de prevalecer? Os recursos humanos da grande potência? Soprou um forte vento oriental. Os materialistas dizem que foi uma ocorrência comum, nada sobrenatural. Falta acrescentarem que o serviço de meteorologia mosaico previu a hora exata do fenômeno e reuniu o povo ali no momento certo. E ventou muito. E as águas foram divididas. O ruah (vento, em hebraico) nos remete ao Espírito (ruah, em hebraico). Tudo o que a tecnologia de ponta

egípcia conseguiu foi deixar os carros de guerra atolados até que a água os cobrisse, mas o Ruah de Deus pôs seu povo a salvo. É que não se pode acuar o vento. Não se pode encurralar o Ruah de Deus. Como brasileiros, vivemos acuados nestes dias. Já nos havíamos postado atrás de grades de segurança há muito tempo, mas agora, encurralada, a população não pode sequer sair às ruas. O que nos livrará? Tecnologias de última geração, soluções humanas, ou o Ruah? Devemos orar em favor das autoridades, para que a população tenha vida tranquila. Peçamos que Deus opere o livramento do nosso país, para que o nome de Yahweh seja glorificado. Os cristãos sabem que o Ruah de Deus não pode ser encurralado.

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Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

www.ipb.org.br Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações

Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) Alexandre Henrique Moraes de Almeida (Secretário) André Luiz Ramos Anízio Alves Borges José Romeu da Silva Mauro Fernando Meister Misael Batista do Nascimento Conselho Editorial da CEP fevereiro 2016 a fevereiro 2018 Antônio Coine Cláudio Marra (Presidente) Heber Carlos de Campos Jr. Marcos André Marques Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho Ulisses Horta Simões Conselho Editorial do BP fevereiro 2016 a fevereiro 2018 Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Márcio Roberto Alonso Edição e textos

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Ano 56, nº 748 Março de 2017

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Cibele Lima E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação Aristides Neto

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GOTAS DE ESPERANÇA

Soli Deo Gloria, o supremo propósito da vida “(...) quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Hernandes Dias Lopes

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cristianismo difere frontalmente do humanismo. Este, aplaudido e festejado por nossa geração, coloca o homem no centro do universo. O homem é a medida de todas as coisas. Tudo vem dele, acontece por meio dele e existe para ele. A busca movida pelo prazer tornou-se o vetor que governa o homem. A realização de sua soberana vontade tornou-se agenda imperativa. Para atender a esse propósito, as filosofias besuntadas de antropocentrismo idolátrico, repaginaram as artes, a música, o entretenimento, a moda, a cultura enfim, para

que tudo contribua para o máximo prazer do homem. O hedonismo emergiu com força das entranhas dessa cosmovisão. Na contramão dessa visão antropocêntrica, o cristianismo, conforme o entendimento dos Reformadores, proclama que Deus é o centro do universo e não o homem. A vontade Deus é que deve ser feita na terra como é feita no céu e não a vontade do homem. O propósito da vida não é o prazer desmedido do homem, mas a glória de Deus. O grande paladino da Igreja Cristã, no período patrístico, Aurélio Agostinho, em seu livro Confissões, disse: “Senhor, tu nos criaste para ti, e nos-

sa alma não encontrará repouso até que se volte para ti”. O homem é um ser vulnerável e dependente. Não tem vida em si mesmo e nem pode manter-se de pé escorado no bordão da autoconfiança. Ele não basta a si mesmo nem encontra sentido na vida alimentando-se dos deleites passageiros deste mundo. Dinheiro, sexo e poder não preenchem o vazio do seu coração. Nem todo o ouro do mundo pode satisfazer os reclamos de sua alma. Nem todas as taças dos prazeres terrenos pode saciar os anelos do seu coração. Nem toda a força dos exércitos da terra pode dar segurança à sua vida. O homem depende de Deus e não encontra sentido em sua jornada a não ser que se volte para Deus, para viver na presença de Deus e fazer tudo para a glória de Deus.

O apóstolo Paulo, o grande bandeirante do cristianismo, no texto mencionado, diz com transparente clareza que, desde as coisas mais básicas da vida como comer e beber, às mais complexas, devemos fazer tudo para a glória de Deus. Não vivemos nem morremos para nós mesmos. Nascemos para a glória de Deus. Estudamos para a glória de Deus. Trabalhamos para a glória de Deus. Casamo-nos para a glória de Deus. Criamos filhos para a glória de Deus. Fazemos tudo para a glória de Deus. A glória de Deus é o vetor que governa todas as áreas da nossa vida. Se perdermos esse foco, a vida perde o sentido. Adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas é a nossa máxima prioridade. Se abandonarmos esse ideal, nós nos esqueceremos de Deus, ama-

remos as coisas e usaremos as pessoas. Só quando Deus ocupa o primeiro lugar em nossa vida, as outras áreas se encaixam em seu devido lugar. Só quando fazemos tudo para a glória de Deus, fazemos com excelência e temos propósito no que fazemos. Só quando fazemos tudo para a glória de Deus, nossas palavras e ações deixam de ser egoístas para se tornarem abençoadoras. Só quando fazemos tudo para a glória de Deus transformamos as pequenas coisas – como um copo de água fria dado ao sedento – em uma liturgia de adoração ao Senhor. Eis nosso maior privilégio, nossa maior responsabilidade, nossa maior plataforma de vida: Soli Deo Gloria! O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.

O programa Verdade e Vida é uma iniciativa da Igreja Presbiteriana do Brasil, que tem a missão de adorar a Deus e propagar o Evangelho de Jesus Cristo de forma autêntica e fiel às Escrituras Sagradas. Para realizar esse projeto de evangelização referente à televisão, é necessário o apoio financeiro. Ser um “parceiro em missão” é ajudar na veiculação do programa Verdade e Vida, que tem esse claro propósito de evangelizar o Brasil. Assista todos os domingos, às 11h45, na Band. Saiba mais: www.verdadeevida.com.br


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REFLEXÃO

De quem é o Evangelho? Ronaldo Lidório

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evangelho não é de direita, centro ou esquerda. O evangelho é de Cristo. Vejo com preocupação as tentativas de associar e submeter o evangelho a sistemas culturais, científicos, políticos ou partidários. É certo que, como cristãos, devemos votar, apoiar, protestar e nos envolvermos com os sistemas sociais que apresentam afinidades com os valores do evangelho. Não para protegermos nossas posições em um movimento de corporativismo religioso, mas por entendermos que o evangelho e seus valores promovem a verdade, a liberdade e a justiça, visto que não nos cega, mas aguça a nossa cidadania – “Dai (...) a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Lc 20.25). Entretanto, o evangelho não se conforma a sistemas sociais, pois “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Ele não foi manifestado por Deus somente para melhorar a sociedade, mas para redimi-la. Não traz tranquilidade, mas paz. Não provê sucesso, mas obediência. Não se contenta com a tolerância, mas promove o amor. Não se conforma, mas transforma. Não proclama a glória dos homens, mas a de Deus. Tentativas de igualar os

valores do evangelho aos sistemas sociais (culturais, científicos, políticos ou partidários) resultarão em frustrações e distorções, pois não se consegue confinar os raios do sol em caixinhas de papelão. No início do século 4º, os cristãos se encantaram com o apoio e os favores do imperador Constantino, associando o evangelho ao império romano. No colonialismo dos séculos 15 e 16, a Igreja cristã promoveu o evangelho associando-o a um sistema cultural, no caso o europeu, proclamando-os como complementares. Em dias atuais, o evangelho tem sido comumente associado a estruturas culturais, linhas de pesquisa científica e posicionamentos sociopolíticos. Nos últimos meses, ouvimos amplas discussões norte-americanas sobre os valores democratas e republicanos e aquilo que mais se assemelharia ao evangelho. Precisamos nos lembrar de que o evangelho não se conforma com o mundo, mas o confronta, expõe, redime e julga. O evangelho não é de direita, centro ou esquerda. Não é petista ou peessedebista, republicano ou democrata, comunista ou capitalista. Não é da zona sul ou norte, dos países ricos ou pobres. O evangelho é de Deus, tem origem em Deus, é manifesto por Deus, pela graça e justiça

de Deus, para julgar o mundo e redimir um povo que dê glória a Deus. Participei recentemente de um grupo de estudos cristãos em que a temática era o evangelho e a cultura. Alguns cristãos apresentaram posições científicas demonstrando como as ciências sociais re-

mas sociais não são o crivo de avaliação do evangelho, mas sim o contrário. Em uma perspectiva bíblica, devemos avaliar todas as coisas, em qualquer área da existência, pela régua do evangelho. Sistemas sociais colaboram para que o homem compreenda a si

conhecem, em alguma medida, as verdades de Deus. A ciência social naquele caso era a antropologia e os elementos apresentados apontavam para a ética universal, o reconhecimento de que a humanidade possui verdades universais, não apenas particularismos culturais. Entendo que, semelhante a esse caso, o cristão tem o privilégio de encontrar em diferentes sistemas sociais diversos valores que tenham alguma afinidade com o evangelho, como políticas que promovem a liberdade e a paz, ou iniciativas privadas de assistência aos desabrigados. Entretanto, os siste-

mesmo e desenvolva padrões saudáveis de vida e relacionamento, mas não o redimem. Apenas o evangelho o faz. Na Palavra Sagrada, o evangelho é apresentado por uma história – a maior e mais impressionante: Deus criou a humanidade para com ele se relacionar, mas a humanidade se perdeu, corrompida pelo pecado, cobiçando ser algo diferente da sua natureza e se afastando do Criador. Movido por profundo amor e indizível graça o Eterno se encarnou em homem, Jesus, para pagar o preço do nosso pecado, nossa impagável dívida. Ele se fez

maldição em nosso lugar, morreu crucificado e o seu sangue comprou para Deus pessoas de todas as tribos, povos, línguas e nações, dando paz aos homens para que eles possam lhe dar glória. A morte não o segurou, pois ressuscitou, sendo ele Rei dos reis e Senhor dos senhores, Salvador de todo aquele que nele crê. Está presente, pelo Espírito Santo, que conduz a sua Igreja a amar, seguir e proclamar a todos sobre o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Voltará para julgar vivos e mortos e levar os seus, finalizando esse impensável plano de amor, sacrifício, perdão, redenção e glória (Gn 1.1; Rm 3.23; Jo 3.16; Rm 1.15; Mt 16.27; Ap 5.9) Em qualquer esfera de relacionamento, trabalho, estudo, engajamento político, social ou desenvolvimento científico, coloquemos o evangelho em tudo o que somos, falamos e fazemos. E lembremo-nos: o evangelho jamais se conforma. Se a mensagem que proclamamos não confronta e constrange o mundo – e também nossos próprios corações – precisamos rever o que de fato estamos pregando. O Rev. Ronaldo Lidório é pastor presbiteriano, antropólogo e missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT). É organizador de “Indígenas do Brasil; avaliando a missão da igreja” e “A Questão Indígena – uma luta desigual”.


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TEOLOGIA E VIDA

A riqueza final da Igreja: veremos a Deus Hermisten Costa

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visão é o meio mais importante de contato e interpretação da realidade. Em nossa linguagem coloquial, por vezes ela assume até a condição de outro sentido quando, por exemplo, provamos determinado alimento e dizemos: “não vi nada de mais”. Juntamente com a visão, a Escritura enfatiza o ouvir. A salvação vem por meio de ouvir a Palavra; os discípulos de Cristo são aqueles que ouvem a sua Palavra (Rm 10.17; Jo 10.27). Por vezes encontramos uma conexão estreita entre o ouvir e ver (Lc 24.30-32; 44-45). No Sermão do Monte, Jesus Cristo instrui os seus discípulos e faz uma promessa: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). O desejo de ver a Deus deve ser da mesma intensidade do desejo de sermos puros, ter um coração íntegro. O fundamento de nossa integridade depende da Palavra de Deus. A nossa sinceridade não pode se autorreferendar como critério avaliativo de verdade, se justificando a si mesma. Como Hendriksen nos lembra, “os de coração limpo” no salmo 73.1, estão entre aqueles que com sinceridade são guiados pelo Conselho de Deus (Sl 73.24) e que “a

fé sem hipocrisia” (1Tm 1.5) adere à “sã doutrina” (1Tm 1.24). Os puros verão a Deus. Nessa bem-aventurança, Jesus está se referindo à pureza do coração, o centro vital de nossa existência, de onde partem nossos conceitos, nossos sentimentos e nossa vontade. Daí o salmista dizer: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119.11; 37.31;119.2,57,69; Pv 2.10-12). O verbo guardar tem o sentido de guardar com atenção, considerá-la em todo o nosso ser, sendo ela a norteadora do nosso sentir, pensar, falar e agir; a Palavra deve estar sempre no cerne essencial do homem. Paulo recomenda à igreja de Colossos: “Habite ricamente em vós a palavra de Cristo” (Cl 3.16). A pureza de coração só se torna possível a um coração justificado e santificado por Deus. Ele nos limpa pela Palavra. A pureza da Igreja reside no fato de ela pertencer a Cristo e, ao mesmo tempo, infere-se que a preservação dessa pureza está associada ao apego a essa mesma palavra purificadora: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). Quando pecamos, nos arrependemos e confessamos os nossos pecados a Deus, podemos ter a certeza de seu perdão amparado

na obra remidora de Cristo (1Jo 1.9). O caminho da visão de Deus é o da santificação: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Devemos suplicar a Deus que crie em nós um coração puro (Sl 51.10). O ver a Deus tem dois sentidos básicos: a) Com o coração purificado pela Palavra temos maior discernimento

a face. Aqui ainda temos a influência do pecado que obscurece os nossos olhos; na eternidade já não mais teremos esse impedimento, contudo, continuaremos sendo criaturas. Nessa condição poderemos ter uma visão perfeita dentro da grandeza e limitação do que nos for revelado. Ou seja: não conheceremos tudo ‒ Deus é infinito e inesgotável ‒, no entanto, o que pudermos conhecer, o conheceremos com toda

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8)

para ver a ação divina na Criação e em nossa vida. O que parece banal ao homem natural, para nós é a manifestação sobrenatural do cuidado e da disciplina de Deus (Hb 12.6-7). Nós só vemos o que somos capazes de ver. Como Davi, podemos ver aspectos da manifestação gloriosa de Deus na Criação (Sl 8.1; 19.1). b) Ao mesmo tempo, e este é o ponto que queremos destacar, essa bem-aventurança aponta para o futuro, quando nos encontraremos com o Senhor. Agora o vemos pela fé; na eternidade, o veremos face

intensidade e legitimidade, sem a contaminação do pecado (1Jo 3.2). Quando Cristo concluir a sua obra, consumando a aplicação de nossa salvação por meio do seu Espírito, poderá então concretizar o motivo pelo qual orou antes de sua morte: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam (percebam, considerem, contemplem, experimentem) a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). Nessas palavras temos o consolo de uma

esperança que nos alimenta enquanto aguardamos o pleno cumprimento de sua promessa. Devemos nos aproximar de Deus com o desejo de ser purificados por ele mesmo; somente ele pode fazer isso e nos conduzir ao céu (Tg 4.8; 2Pe 3.14). Desse modo, entendamos que a maior de todas as heranças é o próprio Cristo. Estaremos para sempre com ele, em comunhão e plenitude de sua gloriosa presença. Essa será a nossa maior riqueza. (1Jo 3.2). Essa perspectiva confere um novo sentido à nossa vida hoje, aqui e agora (1Jo 3.3). Portanto, se desejamos de fato ver a Deus, devemos lutar para nos conservar puros. Quando se despede dos presbíteros de Éfeso, Paulo apresenta o caminho seguro para a perseverança da igreja: confiar em Deus, obedecendo à sua Palavra: “Agora (...) encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados” (At 20.32). Esse é o caminho que devemos seguir. O apóstolo orou nesse sentido. O mesmo devemos fazê-lo, buscando na Palavra a direção de nosso caminhar. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP de São Bernardo do Campo e é pastor-efetivo da IP do Jardim Marilene, Diadema, SP.


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MISSÕES

Projeto Missão Caiuá 2016 Sínodo Sudoeste Paulista No dia 11 de novembro um grupo de irmãos (cerca de 200 pessoas) na sua maioria do Sínodo Sudoeste Paulista, saíram de suas casas com um único objetivo: servir ao próximo na Missão Evangélica Caiuá.

Wagner dos Santos

P

ara muitos era a primeira vez, para outros já era parte de sua vida, visto que nos últimos 10 anos isso tem se tornado rotina. Sob a direção de Deus e a condução do Presbítero Clodoaldo Furlan, ali chegamos depois de mais de 15 horas de viagem, cansados, mas motivados para falar, e principalmente viver os princípios do Reino de Deus. Fomos recebidos com grande alegria pelos líderes da Missão, Rev. Beijamin Bernardes e do Rev. Nivaldo Wagner Furlan. Debaixo de um sol escaldante, começamos nosso trabalho de divisão de

equipes e logística para que no domingo pudéssemos realizar o ”Mackenzie Voluntário”. Com a chegada de um caminhão baú que nos acompanhava com os donativos arrecadados em nossas igrejas, começamos uma longa, cansativa e alegre tarde e noite de trabalho. No sábado, ainda dia 12, tivemos um momento de culto à noite na Primeira Igreja Indígena Presbiteriana dentro da aldeia de Dourados. Foi pregador o Rev. Sérgio Roberto Bispo dos Santos da IP de Ourinhos. Logo após o término do culto, fomos brindados com uma apresentação cultural pelos irmãos ali residentes. Muito nos emo-

cionou ver o amor pela sua cultura. No domingo de manhã, depois de uma devocional, realizamos o Mackenzie Voluntário em dois lugares distintos: um grupo na base da Missão e outro na Primeira Igreja Indígena Presbiteriana. Terminamos o nosso domingo com alegria louvando ao Senhor num culto. Foi pregador o Rev. Weslei Damaris Eller da IP Central de Itapeva. Isso foi um pouco daquilo que realizamos, mas o que mais me marcou nessa viagem não foi apenas ver o a ação de Deus na vida de nossos irmão indígenas, foi também na vida daqueles que dirigi-

ram nossos ônibus. Como disse um deles “A minha vida nunca mais será a mesma, porque eu vi um povo unido, sem acepção

de pessoas, com um único objetivo”, servir a Deus. O Rev. Wagner Aparecido dos Santos é pastor da 2ª IP de Rio Claro–SP.

Congresso Nacional Apecom 2017 Inscreva-se para o Congresso Nacional Apecom! Nos dias 30 de junho, 1 e 2 de julho, na cidade de Águas de Lindóia (SP). Preletores: Rev. Augustus Nicodemus, Rev. Hernandes Dias Lopes, Rev. Jeremias Pereira, Rev. Ronaldo Lidório. Consulte preços e condições no telefone (11) 32557269, ou por e-mail: congresso@ipb.org.br


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RESENHA

Mensagem aos conformados Alexandre Henrique Torres

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om seu novo filme “Até o último homem”, Mel Gibson volta à direção após dez anos, trazendo um trabalho forte, tanto na forma como na mensagem. Ele narra a história de Desmond Doss, um soldado que, por causa de suas convicções religiosas, se recusa a pegar em armas e mesmo assim vai para o campo de batalha, lutando a terrível guerra no Pacífico Sul. Recusar-se a “pegar em armas” aqui é no sentido literal. Doss nem ao menos toca em um rifle. Durante seu treinamento, ele é visto como um covarde ou alguém que não seria capaz de defender seu compa-

nheiro em campo de batalha. Sofrendo todo tipo de hostilidade, vinda de todas as patentes, ele é testado ao limite em sua convicção. No terceiro ato do filme iniciam-se os combates e o filme muda de tom. O humor e o romance dos primeiros atos dão lugar à mais crua violência e terror. A guerra é mostrada com horror, com diversas cenas envolvendo corpos despedaçados, vísceras espalhadas e cadáveres de toda espécie. Os estragos feitos por tiros são realistas e repugnantes. E por falar em realismo, o filme utilizou efeitos práticos, e não computação gráfica, com as explosões acontecendo muito perto dos atores. O resultado é fantástico.

Nem tudo é perfeito. Algumas cenas são típicas do ufanismo heróico dos filmes de guerra e até um pouco cafonas, mas nada que comprometa o resultado final. Mais do que um filme de guerra, “Até o último homem” é uma grande história a ser contada e Mel Gibson o faz com maestria. Ali, a verdadeira batalha se dá no choque dos valores e no sustento das convicções, nada mais atual. Em certo momento, nos colocamos ao lado de um personagem que implora a Doss que ao menos balance um rifle de um lado para outro, e ele nos ensina que se abrir mão do que acredita, não será o mesmo homem. Em um mundo que pende

para a relativização da moral, aqueles que defendem os “antigos” valores são tentados, todos os dias, a fazer esse tipo de pequenas concessões, a suavizar discursos e a omitir opiniões. São pequenos desafios que nos levam a “balançar o rifle” e, sem que percebamos, vamos nos transformando em pessoas diferentes, mais conformadas ao status quo. Ponto para Mel Gibson. A coragem do soldado é uma metáfora para a coragem do diretor, que olha de frente para o expectador e coloca na boca do personagem um discurso de fé que nada contra a maré do politicamente correto. O filme termina com depoimentos dos perso-

nagens reais. Se o enredo já nos havia despertado simpatia por Doss, ouvi-lo falar com fé e humildade nos leva a profunda admiração. Estamos diante de um verdadeiro herói, tanto pelos atos realizados, quanto pela fortaleza de virtudes e caráter demonstrados. “Até o último homem” é um tapa na cara de cada cristão que enfraquece suas bases para se adequar ao discurso mais fácil, vende seus valores em troca de aceitação e não se lembra que, historicamente, homens e mulheres defenderam a fé com a própria vida.

Adauto Lorenço, Rev. Gaspar de Souza, pastor da IP Guararapes (PB), Inez Augusto Borges, membro da IP da Penha, Rev. José Mario, pastor da IP Campina Grande (PB), Rev. Calvino Rocha, pastor da IP Campina Grande (PB), Rev. Davi Charles Gomes, pastor da IP Paulistana (SP) e Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rev. Mauro Meister, pastor da

IP Barra Funda e Diretor do Andrew Jumper. Os preletores presbiterianos já participaram de outras edições do evento da VINAAC. De acordo com a organização, manter um alto padrão bíblico e teológico, com centralidade nas Escrituras, durante as palestras e debates é o objetivo principal. O ensino das Escrituras precisa alcançar cada vez mais espaço.

Alexandre Henrique de Souza Torres, casado com Patrícia e pai de três filhos, é membro da IP do Guará II.

CONFERÊNCIA

“A tua Palavra é a Verdade” C

om a participação de 16 preletores presbiterianos, aconteceu de 23 a 28 de fevereiro a 19ª Consciência Cristã na cidade de Campina Grande (PB). Com o tema “A tua Palavra é a Verdade”, o encontro foi promovido VINACC – Visão Nacional para a Consciência Cristã – uma organização evangélica interdeminacional, não governamental e sem fins

lucrativos, dedicada a desenvolver atividades e encontros para a propagação do genuíno evangelho. Dentre os preletores convidados para a 19ª edição, estavam presentes Rev. Augustus Nicodemus Lopes, vice-presidente do Supremo Concílio da IPB, Rev. Hernandes Dias Lopes, Diretor Executivo de Luz para o Caminho e apresentador do programa Verdade e

Vida, Rev. Heber Carlos de Campos, professor no Andrew Jumper, Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, pastor da IP São Bernardo do Campo, Rev. Jailson Santos, pastor na IP Aliança em Limeira, Rev. Leandro Lima, pastor da IP de Santo Amaro, Rev. Orebe Quaresma, pastor da IP Ponta D´Areia (Niterói), Simone Quaresma, missionária e conferencista, Presbítero


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EDUCAÇÃO CRISTÃ

Congresso Regional de Educação Cristã Edição de 2017 acontece no Rio de Janeiro, e conta com 13 oficinas com assuntos práticos para o treinamento de líderes de educação cristã de todo o Brasil

E

m maio, o Congresso Regional de Educação Cristã da IPB, será realizado com a iniciativa do Conselho de Educação Cristã e Publicações (Cecep). Com o tema “Ensino e Aplicação: Educação e vida com base na Palavra”, o congresso será re-

alizado na cidade do Rio de Janeiro – Universidade Mackenzie Rio – nos dias 26 e 27 de maio. O valor de investimento é de R$80,00 até 30 de abril e de R$140,00 a partir de 1º de maio. A inscrição só será efetivada após confirmação de pagamento (cartão de crédito, cheque no-

minal, boleto ou depósito identificado/ TED). Os palestrantes convidados serão Rev. Heber Carlos de Campos Jr., pastor da IP de Limeira (SP) e Rev. Roberto Brasileiro, presidente do SC da IPB. Além das preleções dos dois pastores presbiterianos, a programação conta

OFICINAS

O Ensino na Classe de jovens Alexandre Henrique Moraes de Almeida O presbítero e o ensino na igreja Cláudio Marra Organização curricular na sua ED Eduardo Assis Ensino nas classes de adolescentes Haveraldo Vargas Jr. As aplicações e a prática cristã Heber Carlos de Campos Jr.

Preparação do adolescente para a faculdade Joel Theodoro O culto das crianças José Maurício Nepomuceno Discipulado para adolescentes Leninha Maia Didática para o ensino de crianças (oficina em 2 períodos) Márcia Barreto Como ler a Bíblia para preparar a lição Mauro Meister Como preparar estudos bíblicos a partir de livros Misael Batista do Nascimento Ensino de pré-adolescentes e juniores (oficina em 2 períodos) Roberta Fonseca Didática de aulas para jovens e adultos (oficina em 2 períodos) Sandra Marra

com a participação especial de Rev. Cláudio Marra (Editora Cultura Cristã), Rev. Haveraldo Vargas Jr. (IP das Américas – RJ), Rev. Mauro Meister (Diretor do Andrew Jumper) e Márcia Barbutti (Editora da Cultura Cristã). O congresso oferece 13 oficinas práticas na programação,

e cada participante poderá escolher até 4 oficinas ao inscrever-se. As inscrições já estão abertas no site www.editoraculturacrista.com.br/ congresso/ . Mais informações e programação completa, também no site do evento, ou pelo telefone 0800-0141963.


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O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 748 – Março de 2017

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A igreja católica do século 16 Alderi Souza de Matos

Em junho de 1520, na bula Exsurge Domine, que ameaçava Martinho Lutero com a excomunhão, o papa Leão X declarou que “um javali da floresta” estava tentando destruir a vinha do Senhor. Na realidade, havia muitos outros problemas que vinham assolando a Igreja Romana há um bom tempo e que chegaram ao ápice no século 16. No ano de 1500, o limiar desse novo século, enquanto a Igreja Grega ou Ortodoxa imperava na Europa oriental, a Igreja Católica Romana possuía o monopólio do campo religioso no Ocidente e exercia enorme influência no âmbito político. Esse fenômeno de grande poderio da igreja e de forte uniformidade religiosa é conhecido como “cristandade”. Tal monopólio da esfera religiosa, isto é, a ausência de concorrentes, produzia na igreja uma atitude de complacência quanto a certas questões, a começar da situação do sacerdócio. Muitos clérigos eram mal preparados bíblica e teologicamente, e apresentavam fortes deficiências na sua vida moral. A violação da regra do celibato era frequente e muitos sacerdotes viviam abertamente em

concubinato. Era generalizada a prática da “simonia”, ou seja, a compra e venda de altos cargos eclesiásticos, como os bispados e a direção dos grandes mosteiros. Como tais cargos eram altamente lucrativos, tornavam-se objeto de disputa das famílias mais ricas e influentes. Na alta direção da igreja reinavam os chamados “papas do renascimento”, grandes patrocinadores de artistas como Bramante, Bernini, Rafael e Michelângelo. Esses pontífices estavam mais interessados em realizar projetos artísticos e arquitetônicos do que em se dedicar às responsabilidades pastorais do seu ofício. Alexandre VI ficou conhecido pela prática do nepotismo e de desenfreada corrupção; Júlio II foi um papa guerreiro que comandava pessoalmente o exército pontifício em defesa dos territórios da igreja; Leão X, ao ser eleito, teria dito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”. A religiosidade característica do final da Idade Média tinha como fulcro a busca incessante da salvação. A vida cristã era entendida como uma peregrinação: os fiéis que fizessem bom uso dos recursos oferecidos pela igreja, em

especial os sacramentos, e se dedicassem à realização de boas obras, obteriam de modo crescente a graça de Deus e assim alcançariam a salvação de suas almas. Essa piedade tem sido descrita como contábil: de um lado havia débitos na forma de pecados e, do outro, créditos na forma de obras meritórias. Um saldo positivo asseguraria a posse do reino dos céus. Auxiliavam nesse processo as peregrinações, a veneração de relíquias, o culto a Maria e aos santos. A eclosão da Reforma Protestante veio abalar fortemente esse cenário. Os reformadores questionaram os dogmas tradicionais em duas esferas particularmente sensíveis: o entendimento da salvação e o

conceito de igreja (soteriologia e eclesiologia). O impacto da Reforma produziu um forte despertamento na Igreja Católica, que teve duas manifestações: a Contrarreforma e a Reforma Católica. Por um lado, a igreja se voltou com crescente agressividade contra o novo movimento. Foram expressões desse esforço a Inquisição, a ação dos jesuítas (ordem monástica oficializada em 1540) e as guerras religiosas. Por outro lado, a liderança católica procurou corrigir alguns erros apontados pelos protestantes, notadamente nas áreas moral e administrativa, promovendo uma importante reforma interna. A maior expressão da Reforma Católica foi o Concílio de Trento (1545-

1563), que definiu com maior precisão os dogmas católicos e rejeitou explicitamente as posições protestantes. Outra consequência desses eventos foi o grande fortalecimento do poder papal. Esse catolicismo mais autoconsciente, rígido e militante ficou conhecido como tridentino (derivado de Trento) e ultramontano (além dos montes, os Alpes, uma referência ao papado). Finalmente, no restante do século 16 essa igreja revitalizada se empenhou num vasto programa missionário, visando levar a fé católica aos novos e vastos territórios que estavam sendo colonizados pelos países ibéricos, Espanha e Portugal. O Rev. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB.


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A centralidade das escrituras resgatada pela Reforma Protestante

Março de 2017

Esposas de Reformadores

Martinho Lutero e Catarina de Bora

Jubal Gonçalves

A Reforma teve por base o princípio da centralidade da Bíblia, destacando a necessidade e importância de uma exposição fiel ao texto sagrado. Princípios como Sola Deo Gloria, Sola Gratia e especialmente Sola Scriptura foram fruto de um estudo profundo das Escrituras. Martinho Lutero, por exemplo, se converteu em meio a seus esforços para aprender e expor o texto bíblico. O conceito calvinista e reformado acerca da natureza da pregação é derivado do conceito reformado de Palavra de Deus, que é o seguinte: a Bíblia é a Palavra escrita; Cristo é a Palavra encarnada; a Santa Ceia é a Palavra represen-

tada e a Pregação é a Palavra proclamada. A partir desse princípio conclui-se que pregação deve conformar-se ao texto sagrado. Calvino considerava que a atividade primordial do pastor é expor com simplicidade e fidelidade as Escrituras, sendo voz de Deus. Daí o reformador ter ensinado que o pregador é o servo da mensagem. Entretanto, não há dúvidas de que a leitura e a exposição das Escrituras devem estar no centro do culto público. O programa todo deve estar baseado na mensagem pregada. Os cânticos e as orações têm sua importância fundamental no culto público, mas a pregação é que deve orientar cada parte

da liturgia, de modo que a leitura e exposição do texto bíblico sejam o clímax da adoração pública. Os cânticos e hinos é que devem estar de acordo com a mensagem e não o contrário. O tempo da mensagem é prioridade e não as demais partes. As Escrituras são a Palavra de Deus e nada há mais importante no culto público do que sua leitura e exposição. Que a pregação continue sendo o centro de nossas celebrações. Que os pastores se esmerem nesse trabalho e que a igreja anseie pela mensagem pregada em nome de Jesus. Amém. O Rev. Jubal Gonçalves, mestre em Pregação pelo Centro Presbiteriano de Pós - Graduação Andrew Jumper é pastor da 4ª IP Carapicuíba – SP.

As esposas dos Reformadores são exemplos de engajamento pela causa. A mais conhecida é, certamente, a esposa de Martim Lutero, Catarina de Bora (1499-1552). Devido à sua personalidade forte e suas qualidades administrativas, Lutero a chamava por vezes de “meu senhor Käthe”, e ela o chamava respeitosamente de “senhor Doutor”. Catarina teve que ser forte, considerando que teve seis filhos, dos quais dois não alcançaram a idade de adultos. Mas além dos próprios filhos, o casal chegou a criar mais oito filhos de parentes próximos. No grande convento, em que a família morava, sempre havia estudantes de teologia que alugavam quartos. Também eram acolhidas pessoas idosas e doentes, além de muitos visitantes dos mais diversos lugares que vinham a Wittenberg, para conversar com o Reformador. Lutero prezava a forma como Katharina gerenciava a casa, mas ele também a amava como educadora dos filhos e, não por último, como esposa que o animava em momentos de dificuldade e depressão. Catarina foi a primeira “esposa de Pastor” luterana (Pfarrfrau – Frau Pfarrer), e tiveram a primeira “casa pastoral evangélica”, modelo para as próximas gerações. Mas há outras mulheres que se destacaram, como Wibrandis Rosenblatt (1504-1564), que esteve casada consecutivamente com três reformadores: João Oekolampad, na cidade de Basileia, Suiça, Wolfgang Capito e Martin Bucer na cidade de Estrasburgo. Somando os filhos do primeiro matrimônio, deu à luz a onze filhos. Contudo, sua tarefa não foi apenas a criação dos filhos, mas também a gerência da casa com os muitos hóspedes, os quais não raras vezes eram refugiados, perseguidos por não terem “a fé certa”. (Fonte: http://www.luteranos.com.br)


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Março de 2017

Tyndale e a divulgação da escritura Alderi Souza de Matos

William Tyndale (c.14941536) foi um dos primeiros líderes da Reforma Inglesa e ficou conhecido pelo seu grande esforço em divulgar a Bíblia entre o seu povo, o que finalmente o levou ao martírio. Educado em Oxford e Cambridge, ele ficou perplexo com a ignorância tanto do clero quanto dos leigos acerca das Escrituras. Desejoso de tornar a Bíblia acessível na língua materna, e não obtendo o apoio do bispo de Londres, deixou a Inglaterra para nunca mais voltar. Em 1524, visitou Martinho Lutero e no ano seguinte publicou em Colônia e em Worms, na Alemanha, uma excelente tradução do Novo Testamento baseada no texto grego publicado por Erasmo de

Roterdã e na Bíblia Alemã de Lutero. Logo um grande número de cópias dessa tradução chegou à Inglaterra, recebendo especial acolhida em Londres, entre os comerciantes e nas células de irmãos lolardos, que advogavam uma rigorosa “religião da Bíblia”. Das 6.000 cópias dessa edição, somente duas ainda existem. Muitas foram intencionalmente destruídas. Os líderes do catolicismo inglês, a começar do arcebispo de Cantuária, voltaram-se contra Tyndale com fúria implacável. Agentes secretos foram enviados para seguir os seus passos e prendê-lo. Ele continuou a revisar o seu Novo Testamento e publicou traduções do Pentateuco e de outras partes do Antigo Testamento. Ao

mesmo tempo, escreveu comentários bíblicos e um grande tratado teológico. Tyndale foi um pioneiro das traduções inglesas da Bíblia a partir das línguas originais, sendo considerado o verdadeiro pai da Bíblia Inglesa. Cerca de 90% de suas palavras foram adotadas na Versão do Rei Tiago. Hoje o seu estilo literário é amplamente reconhecido. Ele viveu em relativa segurança junto a comerciantes ingleses em Antuérpia, mas em 1535, após ser traído por um compatriota, foi preso em Vilvorde, perto de Bruxelas. No ano seguinte, foi estrangulado, sendo o seu corpo queimado na fogueira. Segundo consta, suas últimas palavras foram: “Senhor! Abre os olhos do rei da Inglaterra”.

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Wycliffe, sua Bíblia e os lolardos

Marcone Bezerra Carvalho

Mais de um século antes de Lutero, o inglês John Wycliffe (1328-1384) ergueu sua voz e condenou os abusos do catolicismo romano. Prolífico escritor e professor de filosofia e teologia na Universidade de Oxford, seu período de vida coincidiu com o estabelecimento do Papado em Avignon, França, e o “Grande Cisma”, a crise na qual dois papas – um em Avignon e outro em Roma – disputaram o poder entre si. Wycliffe se opôs à doutrina da transubstanciação, às indulgências, à hierarquia eclesiástica, ao papado, às ordens monásticas e defendeu a Bíblia como a suprema autoridade da igreja. Seu entendimento das Escrituras o fez antecipar medidas reformistas que, no século 16, foram encampadas pelo movimento protestante. Um de seus maiores feitos foi o de ter liderado a tradução da primeira Bíblia completa em inglês, a Bíblia de Oxford (1384), tornando, assim, a Palavra de Deus acessível aos seus compatriotas. Seus últimos anos foram vividos em Lutterworth, onde cuidou da igreja local e treinou um grupo de pregadores leigos, os lolardos. Enviados por seu mestre, esses homens foram os responsáveis pela evangelização de diversas vilas no interior da Inglaterra. Adeptos de um estilo de vida simples, vestidos de campesinos, com bastão em pulso e de dois em dois, os lolardos carregavam folhetos bíblicos, que eram lidos, explicados e distribuídos às multidões, motivo pelo qual são lembrados como os precursores dos modernos colportores. Em 1408, as ideias de Wycliffe e sua Bíblia foram condenadas e a pregação sem licença episcopal foi proibida pelo arcebispo de Canterbury. Por sua vez, em 1415, um decreto do Concílio de Constança o considerou herege e, anos depois, seus restos mortais foram queimados e as cinzas lançadas no rio Swift, na baía de Lutterworth. Condenado dentro e fora da Inglaterra, John Wycliffe foi um reformador antes que houvesse imprensa e sua atuação faz jus ao título que lhe é dado de “a estrela matutina da Reforma”. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho colabora regularmente com o Brasil Presbiteriano.


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Março de 2017

As noventa e cinco teses: O único e suficiente mediador Djaik Neves

Um dos assuntos recorrentes nas teses do reformador alemão é justamente o papa, naturalmente por conta da ligação entre ele e as indulgências. Lutero ainda revela ter alguma consideração e respeito para com o pontífice romano, mas além de alertá-lo com respeito aos que estão mais próximos dele, deixa muito clara não só a mediação única de Jesus para o perdão dos pecados bem como a impossibilidade de se obter tal “indulgência” por méritos do próprio pecador. Lutero inicia sua abordagem quanto ao papa destacando, nas teses 5 a 7, a limitação da autoridade do papa, que não se estende a penas ou castigos que ele mesmo não tenha estabelecido (nas teses 20 e 21 ele trata do mesmo assunto), mostrando que suas prerrogativas são de ofício, não inerentes, ou seja, ele é apenas um instrumento para apontar o que Deus mesmo estabeleceu, deixando também claro que o perdão passa pela sujeição àqueles que Deus mesmo estabeleceu como autoridades entre o seu povo, como se pode inferir de Mateus 18.17. Já nas teses 33 a 35, além de confirmar que as indulgências são para “satisfação sacramental”, que são determinadas e, sem dúvida alguma, limitadas por seres

humanos, Lutero toca ponto fundamental de que não são as indulgências que reconciliam o homem com Deus e que a contrição de qualquer cristão “tem remissão plena da pena e da culpa” (tese 36), mesmo sem alguma carta de indulgência. O mais importante, no entanto, é que na tese 37, o reformador deixa bem claro que, estando vivo ou morto, todo cristão usufrui de “todos os benefícios de Cristo e da igreja”, ainda que não possua uma indulgência. Falando dessa forma, o monge agostiniano, talvez já bastante convencido pela teologia do Agostinho, coloca o homem no seu devido lugar, incluindo ele mesmo e o papa, que são investidos de autoridade, para, de alguma forma preservar o “lugar de Deus” e, mais precisamente, o de Cristo no que se refere aos perdão dos pecados e

à salvação nesta e na outra vida. “A intercessão feita por Cristo é a causa permanente da justificação dos crentes; aliás, de acordo com Goodwin, ‘a cada momento nossa permanência na graça se deve ao fato de ele estar sentado no céu e estar intercedendo continuamente’”. Conforme a citação acima, os puritanos confirmam a interpretação ainda embrionária de Lutero sobre os benefícios de Cristo para todo cristão, sem a necessidade de indulgências, visto que é a intercessão de Cristo a “causa permanente da justificação dos crentes”. O que significa que todas as outras causas ou são excluídas ou devem servir meramente como instrumentos para que o fiel saiba e usufrua de tal provisão. Daí e, finalmente, como deixa claro na tese 38 o corajoso reformador, o perdão que o papa distribuía era na verdade uma “declaração da remissão divina” e, tão somente por isso não deveria ser desprezado. Desse modo, então, se aplica devidamente Mateus 18.18, onde se diz: “o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo que desligardes na terra terá sido desligado nos céus”, confirmando que o “poder das chaves” de que Jesus falara, dirigindo-se a Pedro, em Mateus 16.19 se referia, na verdade, à igreja representada por suas autoridades e oficiais.


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Março de 2017

MEMÓRIA PRESBITERIANA

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AÇÃO SOCIAL

Mackenzie Voluntário 2017 Doutrina Para que a salvação, que tem por base a morte de Cristo, nos aproveite, é mister que o Espirito Santo prepare e habilite nossos corações a aceitá-la. PROVAS 1Cor. 2:14: O homem animal não percebe aquelas coisas que são do Espírito de Deus João 3:5... quem não renascer... do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus João14:17 O Espírito da Verdade a quem o Mundo não pôde receber, porque o não vê, nem o conhece. João 16:7 Ele arguirá o mundo do pecado e da justiça, e do juízo. João 16:13. Ele vos ensinará todas as verdades. Rom. 8:14 Todos os que são levados pelo Espírito Deus, estes tais são filhos de Deus. ORAÇÃO Salmos 142:10 [na versão usada na época] “Ensina-me a fazer a tua vontade, porque Tu és o meu Deus; Que o teu Espírito que é bom me conduzirá a terra de retidão”. (Jornal Imprensa Evangélica – 03/06/1865)

Projeto “dia colorido na casa da Graça” – Higienópolis/ SP, 2013.

O

Mackenzie Voluntário é um projeto institucional do Mackenzie. Implantado em 2004, tem como principal finalidade sensibilizar, mobilizar e integrar todos os seus dirigentes, gestores, colaboradores, professores, alunos, antigos alunos, fornecedores, parceiros, amigos e familiares em um movimento de aproximação das comunidades que abrigam os seuscampi. O programa promove a participação social como forma de aprendizagem e exercício da cidadania, o incentivo à geração de conhecimento específico e de contribuição qualificada para o desenvolvimento social. Além disso, busca proporcionar aos milhares de voluntários a oportunidade de conhecer e conviver com a realidade social de várias comunidades carentes, valorizando a experiência do trabalho voluntário e consolidando comportamentos e atitudes solidárias

de participação social. Em 2017, com o tema “Gestos de Bem”, o Mackenzie convida novos e antigos voluntários para mais uma

edição de bons projetos e amor. Acesse www.voluntario.mackenzie.br , descubra como fazer diferença na sua comunidade, e inscreva-se.

Gestos de

BEM Você está convidado a participar do Mackenzie Voluntário, um dos maiores programas de voluntariado do país. Acesse nosso site e descubra como fazer o bem na sua comunidade. atendimento: (11) 2114-8588 inscrições: voluntario.mackenzie.br redes sociais: /mackvoluntario


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Março de 2017

PRESBITERIANOS DO BRASIL

Evangelizando o Brasil “O que semeia, semeia a Palavra” (Mc 4.14)

A

o ter acesso à Palavra de Deus, as pessoas podem conhecer as boas novas do evangelho e aceitar a salvação em Cristo. Esses novos cristãos podem, por sua vez, ao estudar as Escrituras, crescer espiritualmente e usá-las para compartilhar sua fé em Cristo com outras pessoas. O Gideões Internacionais têm como objetivo distribuir exemplares de Novos Testamentos com Salmos e Provérbios. Essas Escrituras são impressas em 99 línguas e oferecidas direta e gratuitamente às pessoas, ou colocadas em locais públicos selecionados, onde

Maurício Meneses, há 33 anos membro do Gideões, presidente sete vezes, incluindo a atual gestão, a evangelização tem total relação com a missão da IPB. “Em 1953, o pastor presbiteriano Rev. Gutemberg Campos, recebeu em Belo Horizonte (MG) os primeiros irmãos do ministério gideônico e lhes deu 10 minutos de palavra durante uma reunião ordinária, com trinta pastores. Em tempos de grande perseguição religiosa, o encontro foi suficiente para que mais pessoas entendessem a seriedade do trabalho dos Gideões e, naquele momento, o mi-

muitos que estão buscando respostas encontrarão a Palavra de Deus. Na presidência dos Gideões Internacionais do Brasil, está um presbiteriano que afirma estar o ministério gideônico muito ligado à IPB. Para o Presbítero

nistério ganhou força, recebeu apoio e teve um início muito importante para todo o Brasil”, conta presb. Meneses. Em Belo Horizonte foi instalado o primeiro campo (ou unidade) do trabalho gideôncio, em 1958. Em

2018, comemoramos os 60 anos dessa importante iniciativa em terras brasileiras. Ainda de acordo com presidente, os Gideões são um braço da igreja, adentrando locais onde, por vezes, a igreja é barrada, como escolas, hospitais, creches, órgãos públicos, presídios, faculdades não confessionais, quartéis, etc. Meneses conta que a grande luta no momento é a manutenção das entregas dos exemplares de NT. “Vivemos, hoje, uma crise nos Estados Unidos, onde há pouquíssimas pessoas de faixa etária jovem/ adulto que buscam manter e envolver-se no trabalho gideônico. As igrejas estão cada vez mais vazias. Os pouco membros são idosos. Isso afeta diretamente o orçamento dos Gideões, já que 49% do valor recebido, vêm dos Estados Unidos. “Temos pensado em novas estratégias e, acima de tudo, colocado toda a obra na mão do Deus vivo! Todo dinheiro levantado é unicamente utilizado para os NT. Lançamos este ano, o projeto “Alcance Brasil”, com novas estratégias, e estamos confiantes de que vamos evangelizar cada vez mais o país”, conta animado. Atualmente, no Brasil, o trabalho gideônico é mantido com 51% de recurso

Presb. Maurício Meneses - Gideões nas Forças Armadas

próprio, oriundo de apoio dos cristãos doadores e igrejas comprometidas. Com a crise eclesiástica norte-americana, a necessidade de pensar em uma forma de assumir todos os custos neste ministério, tem crescido com urgência. Para participar do ministério Gideões ou colaborar com ele é necessário preencher alguns requisitos de conduta cristã, obediência às autoridades e uma vida cristã como exemplo aos demais, já que “as pessoas envolvidas no ministério, vão entregar muito mais do que Novos Testamentos, entregam uma oportunidade de conhecer a Cristo”, afirma Maurício. Em uma das belas histórias do Gideões, há o caso de um homem que recebeu um NT na prisão e, por meio dessa leitura, con-

verteu-se a Cristo. Trata-se do Rev. Nelson Abreu Júnior, atualmente vinculado ao presbitério de Cuiabá. “Sem dúvida, esse é apenas um dos casos que representa que devemos continuar. É a Palavra de Deus sendo enviada. Isso enche o coração de alegria”, celebra Meneses. Atualmente os Gideões no Brasil estão presentes em 744 unidade, 590 municípios brasileiros, e têm entregue de 7 a 7,5 milhões de Novos Testamentos por ano. Com o apoio de importantes nomes da IPB, como Rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio, os presbiterianos têm, cada vez mais, buscado envolvimento neste ministério de propagação do evangelho. Para saber mais, acesse www.gideoes.org.br/


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CELEBRAÇÃO

Igreja em festa “Alegrei-me quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor”. - Salmos 122-1.

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o dia 19 de fevereiro, a Igreja Presbiteriana da Penha (SP) completou 61 anos de história. O culto de gratidão contou com a presença do Rev. Emanuel Menezes, da Igreja Presbiteriana 12 de Agosto, em Aracaju (SE). Houve também a participação dos 3 coros da IP Penha, Coral João Calvino, Coral Jovem e Coral Perfeito Louvor (crianças). A Igreja Presbiteriana da Penha iniciou suas ativida-

des, ainda como congregação, no ano de 1948. Por causa de dificuldades de local, houve uma interrupção em 1950, sendo os trabalhos retomados em 11 de maio de 1951, sob a liderança do Pr. Alfred Stein, da Igreja Presbiteriana do Brás. Deus havia concedido uma grande benção, que fora a aquisição do atual terreno. A congregação se reuniu até sua organização como Igreja, no dia 19 de fevereiro de 1956, através

de uma reunião presidida pelo Rev. Boanerges Ribeiro.. Deus havia operado um avivamento naquela congregação que, em cinco anos, cresceu muito. A alegria e o fervor eram marcas da Igreja, que já contava com sociedades internas, como a SAF organizada desde 1951 e também o Coral João Calvino, formado em 1954. Atualmente a IP Penha tem cerca de 600 pessoas,

IGREJA PERSEGUIDA

Cristão é preso ao compartilhar o evangelho

S

ahat* estava caminhando pelas ruas do Tajiquistão quando um homem estranho o abordou e começou a conversar com ele. Aproveitando a oportunidade, o cristão começou a falar sobre Jesus Cristo e os planos de salvação. O homem se mostrou interessado e passou a fazer várias perguntas. Ele também queria saber qual a fonte para mais informações sobre o assunto, ao que Sahat indicou o “Injil” (Novo Testamento). O termo árabe usado pelo cristão quer

dizer “evangelho original de Jesus”. Mas se tratava de um oficial de segurança disfarçado que planejou aquele diálogo somente para levá-lo à prisão. Ele tirou de sua bolsa o livro para entregar ao homem, que imediatamente se transformou. Sahat foi preso. No Tajiquistão, país que ocupa a 35ª posição na Lista Mundial da Perseguição, a legislação não permite distribuição de literatura religiosa ou qualquer tipo de propaganda em locais públicos. Existe muito preconceito

contra os cristãos, principalmente os ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo e, embora a pressão sobre a igreja tenha diminuído em relação ao ano passado, o ambiente social ainda é tenso para quem se decide por Cristo. As atividades religiosas são totalmente controladas pelo governo. Mesmo assim, a igreja permanece firme em seus propósitos de evangelizar e salvar vidas. Fonte: Portas Abertas *Nome alterado por motivos de segurança.

e Deus tem dado a alegria de contar com irmãos comprometidos, talentosos e dotados pelo Espírito Santo, cujo exercício dos dons

tem edificado a igreja mais e mais. E ela segue em paz, crescendo em número e sendo edificada no temor do Senhor.


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O CONSULTÓRIO BÍBLICO REVISITADO

A Bíblia e a reencarnação Editoria assinada primeiramente pelo Rev. Galdino Moreira (1889-1982) e em seu último formato redigida desde 1977 pelo Rev. Odayr Olivetti até seu falecimento (1928-2013) Odayr Olivetti

Pergunta – “À luz de Mateus 17.9-13, João Batista era Elias reencarnado?” Resposta – Não. Vejamos: 1. Elias exerceu seu ministério séculos antes da vinda de Jesus Cristo, e realizou tremenda obra de correção e purificação do povo (1Rs 17–2Rs 2). 2. Por meio do profeta Malaquias, Deus anunciou a vinda do profeta Elias como precursor do Messias (Ml 4.5-6). 3. Na mensagem angélica a Zacarias, anunciando o nascimento e a missão de João Batista, o anjo afirmou que João viria “no espírito e poder de Elias” (Lc 1.17), e os termos empregados pelo mensageiro celeste lembram os termos da citada profecia de Ml 4.5-6. A interpretação e a aplicação de Malaquias 4.5-6 feitas pelo anjo não são que

Elias ressuscitaria antes da vinda de Cristo, nem que Elias se reencarnaria, mas, sim, que viria o poder espiritual e a influência moralizadora e reformadora daquele profeta antigo. As palavras de Jesus em Mateus 17.11-12 (Mc 9.1213) confirmam as profecias de Malaquias 4.5-6 e de Lucas 1.17, e confirmam o seu cumprimento. Elias não só viria, mas de fato veio. 4. A conversação sobre Elias foi sugerida pelo que acontecera pouco antes: o aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração (Mt 17.1-3). 5. Dentre as leis que regem a doutrina herética da reencarnação, para aqueles que nela crêem (crença de certos ramos do espiritismo), há uma que afirma que o homem não pode retrogredir; os espíritos estão sempre em progresso (ver O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, p. 308-309).

Ora, deixando de lado outros argumentos que poderiam ser utilizados, e tomando a reencarnação por hipótese, apenas para simples argumentação, suponhamos: 1° – Elias viveu e morreu. 2° – Reencarnou-se em João Batista. 3° – João Batista morreu (Mt 14.1-12; Lc 9.9). 4° – Elias apareceu no Monte da Transfiguração (Mt 17.1-3; Lc 9.28-31). Se tivesse sido reencarnação, estaria quebrando uma “lei da reencarnação”, e estaria quebrando um princípio da lógica, pois o lógico seria aparecer no Monte da Transfiguração João Batista, e não Elias. 6. Com relação a fatos que sucedem depois da existência de uma pessoa na terra, a Bíblia se refere a estes: (1) Morte. (2) Trasladação (sem passar pela morte: Gn 5.24;

2Rs 2.9-13) – Enoque e Elias. (3) Ressurreição provisória (Exs.: 2Rs 4.18-20, 3236; Lc 7.12-15; 8.49-55; Jo 11.41-44; Mt 27.52,53). (4) Ressurreição definitiva: a. Cristo: 1 Co 15.20. b. Crentes em Cristo: 1 Co 15.23. c. Ímpios: Jo 5.29. (5) Transformação dos crentes que estiverem vivos quando da Segunda Vinda

de Cristo (1Co 15.52; 1Ts 4.17). (6) O juízo final (Hb 9.27. Ver Mt 25.31-46). (7) Dois destinos: castigo eterno e vida eterna (Mt 25.46). (8) É importantíssimo, pois, que todas as pessoas atendam ao evangelho e acatem as palavras ditas pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Jo 5.39,40; Mc 1.15; Jo 3.16,36; 11.25,26).

15o Encontro da Fé Reformada – Pastores e Líderes De 24 a 27 de outubro, acontece na Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia (GO) o 15º Encontro da Fé Reformada, com especial enfoque nos 500 anos da Reforma Protestante. Com o tema “500 anos da Reforma e agora?”, o objetivo é receber pastores e lideres como público-alvo. Os preletores são Rev. Miguel Núñez, Rev. Hermisten Maia, Rev. Augustus Nicodemus Lopes e Rev. Heber Campos Jr. Informações, programação completa e inscrições no site www.fereformada.com.


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IGREJA EM AÇÃO

Terceira Idade em Recife

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Igreja do Presbiteriana no Prado (Recife) realiza programações com o Grupo da Terceira Idade, com culto de adoração e, posteriormente, momentos de comunhão entre irmãos. Rev. Marcos Cesar, pastor da igreja, ministra uma palavra para os presentes. De acordo com Raquel Francisca Alves de Farias, coordenadora do Grupo da Terceira Idade, o objetivo do grupo é falar ao coração dos idosos, mostrando que ser da terceira idade é um privilégio de Deus, e

Projeto para idosos no Acre

que a vontade de Deus permanece sendo boa, perfeita e agradável, em qualquer faixa etária, independente das mudanças físicas e emocionais. “Desde o ventre de nossas mães, passamos por várias mudanças em nossa vida, até alcançar a terceira idade. Muitos nem chegam. Mas aqueles que chegam, têm motivos para agradecer a Deus por cada etapa, cada momento da vida, pela prova de amor que Deus nos dá, pelo privilégio de alcançarmos a graça”, afirma.

A

Igreja Presbiteriana em Rio Branco (Acre) desenvolve nas dependências da igreja, um projeto psicoterapêutico para idosos, e realiza encontros com o grupo todas as sexta-feiras. O grupo tem uma equipe com duas psicólogas, três assistentes e um diácono para apoio. Além disso, oferecem transporte com uma van, que busca os idosos em suas casas e os devolve no final do encontro. Atualmente participam do grupo

23 idosos da igreja e da comunidade. No dia 22 de outubro de 2016, o grupo comemorou o Dia do Idoso e contou com a participação de 26 idosos, com café da manhã, seguindo de exposição de talentos, palestras e sorteios de brindes. Na ocasião foram ministradas duas palestras, uma bíblica e outra sobre a prevenção de demências. O trabalho segue com o propósito de alcançar cada vez mais idosos da região, levando a mensagem de salvação em Cristo.

PROJETO SARA

Família na igreja da reforma “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade. Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força” (Sl 8.1-2ª). Raquel de Paula

C

onta-se que João Calvino estabeleceu que os salmos deveriam ser cantados durante o culto, tanto matutino quanto o vespertino de cada domingo. Em Genebra (1541) insti-

tuiu a introdução dos salmos para convidar toda a congregação a orar e louvar a Deus, começando pelas crianças, e depois, toda a Igreja. O culto é um momento muito especial na vida da igreja, pois reflete sua

intimidade com o Senhor. Todo o povo de Deus se reúne para adoração, leitura da Palavra, oração e para entoar louvores ao Senhor. O programa é dirigido de tal forma que temos a oportunidade de manifestarmos nossa fidelidade ao Senhor na entrega de nossos dízimos, nossa comunhão com os irmãos ao nos reunirmos e servirmos ao nosso Deus em família. As crianças têm um lugar importante na liturgia. Elas

devem ter também um momento de se expressar diante da igreja e diante de Deus toda a alegria de pertencerem ao corpo de Cristo e reconhecerem o privilégio de pertencerem à família da Aliança. Calvino valorizava a presença das crianças no culto cristão e promovia a participação ativa no culto. Os louvores eram ensinados a toda congregação pelas crianças, com uso dos salmos e melodias especiais que expres-

sassem toda majestade e glória do nosso Deus. Que possamos promover momentos tão especiais para nós e nossas crianças na vida da igreja, de modo que possam ter um instante especial de manifestação de toda graça recebida de nosso Senhor, todo louvor e adoração a ser demonstrado em gratidão por tudo que o nosso Pai tem feito por nós e ainda há de fazer. Raquel de Paula é membro da IP Praia Grande (SP)


Brasil Presbiteriano

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MISSÕES

Missões em Angola Com o objetivo de capacitar cada vez mais líderes de Luanda, missionária da APMT aplica cursos de formação teológica, com apoio de pastores angolanos e brasileiros

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esenvolvendo um trabalho missionário há 2 meses em Angola, a missionária da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais), Eliane Machado, compartilha suas experiências ministeriais. Formada recentemente pelo Seminário José Manuel da Conceição (JMC), em São Paulo, e membro da Igreja Presbiteriana de Manaus, Elaine dedica-se em tempo integral na evangelização deste país. Durante o tempo que está na Angola, tem visitado as Igrejas Presbiterianas de Luanda. De 5 a 27 de janeiro foi realizado um curso de capacitação (aulas todos os dias, manhã e tarde), de líderes das províncias, com vários pastores, pres-

bíteros e evangelistas, presentes, além de professores de EBD de Luanda (47 pessoas no total). Eliane esteve envolvida juntamente com o Pr. André (angolano), e apoio dos pastores Bento Mussaqui. “A sala estava bem diversificada, pois os da província não possuíam nenhum conhecimento teológico. Tivemos a participação e contribuição do Ev. Gelvan Sevidanes, da IP de Manaus, fazendo devocional via Skype com os alunos no seminário, durante a o curso de formação”, conta Eliane. Foram abordadas as seguintes disciplinas na 1ª fase: teologia sistemática, constituição, credos e confissões, apologética, vocação e espiritualidade,

As crianças, curiosas com a cor da missionária, pedem para tirar fotos

homilética, liderança, ética cristã, hermenêutica e preparação para um sermão expositivo. “Muitos obreiros tiveram dificuldades, pois desconheciam também a Confissão de Fé, os jovens aprenderam com maior facilidade. Compramos 50 unidades do livro “Símbolos de Fé”, na Editora Cultura Cristã, distribuímos para todos na sala de aula. A Igreja aqui necessita urgentemente de líderes preparados com conhecimento da Palavra de Deus, só assim, teremos mudanças”, afirma a missionária. Essa foi a 1ª fase da formação, e o objetivo é planejar as demais fases com próximos passos: Capacitação de professores

Sr. Antonio Neves, fundador da Igreja Presbiteriana de Angola

Com líderes na IP Vitória

Local de culto

de EBD; aulas nos Instituto Bíblico (com Pr. André), e grade de ensino da APMT para os pastores de Luanda, com apoio de alguns pastores presbiterianos do Brasil.

Eliane com irmãos angolanos

“Continuo pedindo suas orações. Muitos são os desafios, mas o nome do Senhor está sendo glorificado, e temos experimentado grandes bênçãos”, concluiu.


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Março de 2017

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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Encontro Regional Sudeste – UMP D

e 20 a 23 de abril, acontece o Encontro Regional Sudeste de 2017 em Campinas (SP) com o tema “Servos na reconciliação”, com base em 2Coríntios 5.18-21: “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de

Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo suplicamos: reconciliem-se com Deus. Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus”. Estão confirmados como palestrantes Héber Carlos de Campos Jr, Carlos Eduardo Aranha Neto, José Carlos Piacente Jr, e Wendell Lessa Vilela Xavier. Os cânticos serão dirigidos pelo Coral Jovem Unido de São Paulo, além de Ban-

das de Campinas. Momentos especiais de evangelização e lazer, serão realizados para maior comunhão. As inscrições já estão abertas e poderão ser realizadas até 14 de abril. O investimento é de R$250,00 por pessoa e o pagamento poderá ser realizado diretamente pelo site (PagSeguro), boleto ou depósito. O Encontro Regional Sudeste será realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie – Campinas. Inscrições e mais informações no site www.ump.org. br/eventos.

PLANTAÇÃO DE IGREJAS

Conferência para Plantadores e Revitalizadores de Igrejas

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e 9 a 11 de maio o Plano Missionário Cooperativo da Igreja Presbiteriana do Brasil (PMC/IPB) realiza uma Conferência para Plantadores e Revitalizadores de Igrejas. A iniciativa tem apoio dos seguintes órgãos: Seminário Presbiteriano do Norte/JURET-Norte-Nordeste, Sínodo de Pernambuco, Sínodo Central de Pernambuco, Sínodo do Sesquicentenário, Sínodo Agreste Sul de Pernambuco, Sínodo de Garanhuns, IP das Graças, Primeira IP do Recife e APECOM – Agência Presbiteriana de Evangelização e Comunicação. Preletores: Roberto Brasileiro Silva, Frans Leonard Schalkwijk, Augustus Nicodemus Gomes Lopes, Elias dos Santos Medeiros.

Oficinas: • Processos e Etapas na Revitalização de Igrejas Jedeias de Almeida Duarte • O Plantador e sua vida devocional Marcos Antônio Serjo da Costa • O proponente de Projetos e o PMC Djalma Henrique Hack • Desenvolvendo uma Filosofia de Plantação de Igrejas Arival Dias Casimiro • Erros e Acertos de um plantador de Igrejas Haveraldo F. Vargas JR As inscrições estão abertas no site www. ipb.org.br/conferencia. Mais informações com o Rev. Marcos André Marques: eventosspn@gmail.com

No BRASIL E NO MUNDO

Correios: 500 anos da Reforma com selo

No dia 13 de abril os Correios do Brasil lançarão um selo e um carimbo comemorativos dos 500 anos da Reforma Protestante. Produzido em parceria com o serviço postal da Alemanha, o material será quase igual nos dois países. O selo trará o retrato de Lutero com os dizeres “No princípio era a palavra” em português e alemão e na parte de baixo a inscrição “500 anos da reforma brasil 2017”. A imagem escolhida é a mesma para as duas edições. É obra do pintor alemão Ernst Wilhelm Hildebrand, que retrata Martinho Lutero diante do imperador na Dieta de Worms. Ambos os carimbos estamparão a Rosa de Lutero, símbolo tradicional que era utilizado pelo Reformador para autenticar suas cartas e obras. Na versão brasileira há o texto “500 anos da reforma luterana” e, abaixo, “ Correios, Brasília-DF, 13.04.2017, 1º Dia de Circulação”. A página de filatelia do site dos Correios anuncia que o lançamento será feito em cerimônias especiais nas cidades de Brasília/DF, Porto Alegre/RS, Cuiabá/ MT, Curitiba/PR e Marechal Cândido Rondon/PR. Após o lançamento oficial, em 13/04, os produtos poderão ser adquiridos na loja virtual dos Correios. Esta é a segunda vez que os Correios prestam homenagem a Lutero. Em 1983, foi lançado um selo alusivo aos 500 anos do nascimento de seu nascimento.


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Boa Leitura A história de Rute (Robert B. Chisholm Jr.)

Março de 2017

Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

A perícia de Chisholm ilumina exegética e teologicamente o livro de Rute para os dias de hoje. Ouvindo atentamente o texto ao interagir com o melhor da erudição, o autor mostra o que o texto significou para o antigo Israel e o que isso significa para nós hoje. Além de seus comentários perspicazes sobre o texto bíblico, ele examina uma série de temas, tais como a tipologia cristológica. Chisholm oferece segura e perceptiva orientação para pregadores e professores que desejam preparar uma série de mensagens ou sermões sobre o livro de Rute, e os cristãos em geral serão edificados por essa leitura, individualmente ou em grupos de estudo. Este é o nosso Deus (org. por Kathleen B. Nielson e D. A. Carson) A Escritura registra vários casos em que Deus visivelmente se revelou a seu povo com um vislumbre de sua indescritível glória. Essas manifestações inspiradoras da sua presença, conhecidas como “teofanias”, nos proporcionam maravilhosas percepções do ser divino. Nesta coleção de exposições bíblicas, oito mestres proeminentes expõem passagens-chave em que Deus se apresentou em maravilhosa revelação. A partir da promulgação da lei no Monte Sinai até a transfiguração

gloriosa de Cristo, as passagens examinadas neste livro nos desafiam a olhar de novo ao nosso Deus, para que o possamos verdadeiramente conhecer, amar e servir. Mulheres Discípulas (Kathy McReynolds, Boyd Luter)

Quando pensamos em discípulos do Novo Testamento, não é comum que mulheres venham à nossa mente, mas devia ser. As mulheres estavam entre os primeiros discípulos de Cristo. Elas não ficaram no “banco de trás” no desenvolvimento da igreja e não se comportaram segundo esperava a cultura de seu tempo. Esta obra é uma correção oportuna que tem a Bíblia como guia e base para cosmovisão. Boyd Luter e Kathy McReynolds usam exemplos de mulheres durante o ministério de Cristo, e da igreja primitiva, para desenvolver um padrão de discipulado para as mulheres de hoje.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Até o último homem (2016) O filme retratas as ambiguidades da guerra. Durante o difícil período da Segunda Guerra Mundial, um médico do exército, chamado Desmond T. Doss (Abdrew Garfield) se recusou a pegar em uma arma e matar pessoas, contrariando as ordens expressas. Durante a Batalha de Okinawa, considerada a maior batalha marítimo-terrestre-aérea da história, que ocorreu de abril a junho de 1945, o médico trabalhou incessantemente, salvando mais de 75 homens que foram gravemente feridos na guerra. Por seu excelente trabalho, Doss foi condecorado, e tornou-se o primeiro Opositor Consciente da história norte-americana, a receber a Medalha de Honra do Congresso. Um bom filme para palestras, Escola Dominical, e reuniões de pequeno grupo.

Wesley – Um coração transformado pode mudar o mundo (2009) Em 1732, tempo de declínio espiritual na Inglaterra, o país vivia um grande abismo entre ricos e pobres. Querendo alcançar o céu por meio de suas obras, um jovem sacerdote anglicano chamado John Wesley (Burgess Jenkins) investe tempo visitando prisões, estudando a Bíblia e orando. O jovem Wesley é, então, convidado a servir como capelão da comunidade recém-estabelecida de Savannah, Geórgia. John parte em direção à América, mas, durante viagem, uma terrível tempestade quase afunda o navio, e Wesley vê sua fé abalada. Por meio da amizade de um jovem missionário morávio, John finalmente encontra a manifestação da graça que ele sempre procurou.

O som do coração (2007) AAugust Rush (Freddie Highmore) é um garoto de aproximadamente 11 anos, que é órfão e cresce em um orfanato, de forma precária. Ele é dotado de um dom musical impressionante, com a capacidade de compor facilmente, além de aprender rapidamente a tocar instrumentos. Em busca de sustento, August se apresenta nas ruas de Nova York, com amigos de sua idade, e com um adulto que “o adota” temporariamente, o divertido Wizard (Robin Williams). Contando apenas com seu talento musical, August decide usá-lo para tentar reencontrar seus pais. Enquanto ele luta para alcançar seus objetivos, uma surpresa musical o faz ir mais longe, e alcançando muito mais do que deseja.

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