Brasil Presbiteriano 763 - Junho 2018

Page 1

Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 58 nº 763 – Junho de 2018

MOCIDADE A Confederação Nacional de Mocidade Presbiteriana teve nova diretoria eleita durante congresso realizado em Brasília no início de abril. Página 11

5º CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

VIDA UNIVERSITÁRIA

SUPREMO CONCÍLIO

Jovens e liderança da IP Jardim Paraíso em Botucatu (SP) realizam trabalho de acolhimento e apoio aos universitários cristãos que chegam para estudar no campus da UNESP.

Confira as recomendações para a RO - SC/IPB2018 que acontece em julho no Hotel Monte Real, em Águas de Lindóia - SP.

COMUNICADO IMPORTANTE Caros irmãos No momento em que a situação de abastecimento e transporte no Brasil tornou-se completamente imprevisível, o CECEP decidiu adiar a realização do 5º Congresso Nacional de Educação Cristã, que ocorreria no Mackenzie Higienópolis, de 31 de maio a 03 de junho deste ano. O evento foi remarcado para 06 a 09 de setembro próximos, com culto de abertura na quinta-feira à noite, no Mackenzie Higienópolis, capital Paulista. O preletor internacional convidado, Dr. Daniel Doriani, já confirmou sua presença na nova data. O CECEP lamenta os inconvenientes involuntariamente causados por essa medida e, certo de sua compreensão, pede a todos que continuem a orar por nossos país. Para maiores informações acesse <www.editoraculturacrista.com.br> ou entre em contato pelos números: São Paulo (11) 3207-7099 | Demais localidades 0800-0141963.

Página 10

EDITORIAL

Quem será o sumo sacerdote? Quem desejamos que seja?

Página 6

Página 2


Brasil Presbiteriano

2

Junho de 2018

EDITORIAL

Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós

Q

uem será o sumo sacerdote? Quem desejamos que seja? No relato de Números, pouco depois do frustrante relatório dos espias e da consequente punição divina – 40 anos no deserto e a certeza para os mais velhos de que não veriam Canaã – lemos sobre a revolta de Coré. Moisés era o líder e seu irmão Arão o sacerdote, mas isso desagradou Coré (Nm 16.1-50). Havia um clima de ciúmes familiar na questão. Coate, segundo filho de Levi, teve Anrão, Jizar, Hebron e Uziel. Moisés era filho caçula de Anrão, o primogênito de Coate. Coré (ou Corá) era o primogênito de Isar (ou Jizar), segundo filho de Coate, e entendeu que o ofício deveria ser seu. Se os cargos seriam espalhados na

base aliada da família teria de haver melhor distribuição, não podia ficar tudo com os filhos de Anrão. Outro grupo em Israel também reagiu mal à concentração de funções. Datã e Abirão, filhos de Ruben, talvez se achassem indevidamente preteridos. Afinal, Ruben havia sido o primogênito de Jacó. Por que seus descendentes não ocupariam posições de destaque? Tudo começou por causa de ambição pelo direito de mando. Claro que os sublevados não admitiriam isso, ao contrário, de saída acusaram Moisés e Arão: “por que (...) vos exaltais sobre a congregação do SENHOR?” (Nm 16.3). Em Miqueias 6.4 o Senhor recorda a seu povo: “(...) enviei adiante de ti Moisés,

Arão e Miriã”. A liderança do povo de Deus é assunto do Senhor. Invocado por Moisés nesse episódio, o Senhor mostrou a Israel a sua glória e os rebeldes foram duramente punidos. Na esteira desse evento terrível, os israelitas ainda se queixaram de seus líderes, mas o Senhor insistiu em mostrar-lhes a sua aprovação dos seus escolhidos (Nm 17.8). Anarquia nada tem a ver com os planos e métodos divinos. O Senhor deixou com Israel sua lei e também designou líderes para conduzir seu povo na prática de seus estatutos. O Novo Testamento traz instruções claras à igreja a esse respeito. O apóstolo Paulo tratou de promover a designação de presbíteros nas igrejas por onde passava e ele mesmo

ocupou-se de instruí-los a respeito de seu perfil e ofício. A leitura dessas instruções revela a necessidade de líderes firmes, tementes a Deus, conhecedores da Escritura, sensíveis ao povo pastoreado, mas também prontos a confrontar o erro e a rebeldia que jamais deixam de rondar a igreja. Conhecedor dessas orientações bíblicas, o Supremo Concílio da IPB reúnese para tomar importantes decisões, desde a eleição de sua mesa até a jubilação dos ministros que se retiram da vida eclesiástica, passando por muitas outras da maior importância para o Reino de Deus. Tudo segundo a vontade divina. “(...) pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28).

Brasil Presbiteriano Ano 58, nº 76 Junho de 2018 Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

www.ipb.org.br

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) André Luiz Ramos (Secretário) Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges José Romeu da Silva Mauro Fernando Meister Misael Batista do Nascimento Conselho Editorial da CEP Março 2018 a março 2020

JORNAL BRASIL PRESBITERIANO

Assinatura Anual – Envio mensal

Faça sua assinatura e/ou presenteie seus familiares e amigos.

• Individual (até 9 assinaturas): R$ 27,00 cada assinatura.

Nome CPF Igreja de que é membro Endereço Bairro Cidade Email Mês inicial da assinatura

Somente com depósito antecipado ou cartão VISA.

RG

• Coletiva (10 ou mais assinaturas): R$ 24,00 cada assinatura. CEP UF

Telefone Quantidade de assinaturas

Formas de pagamento:

Grátis! Depósito bancário (anexar ao cupom o comprovante de depósito) Uma assinatura para Banco do Brasil Banco Bradesco Banco Itaú pacotes de 10 ou mais C/C 2093-1 C/C 80850-4 C/C 51880-3 assinaturas. Ag. 5853-X Ag. 0119-8 Ag. 0174 Cartão VISA Nº do cartão Nome do titular

Validade Código de segurança

Após efetuar o depósito, informá-lo pelo telefone (11) 3207-7099 ou email assinatura@cep.org.br

Antônio Coine Carlos Henrique Machado Cláudio Marra (Presidente) Filipe Fontes Heber Carlos de Campos Jr Marcos André Marques Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho Conselho Editorial do BP Março 2018 a março 2020 Anízio Alves Borges Ciro Aimbiré Moraes Santos Cláudio Marra (Presidente) Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Jailto Lima do Nascimento Natsan Pinheiro Matias Edição e textos Gabriela Cesário E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação Aristides Neto Impressão


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

3

GOTAS DE ESPERANÇA

A gloriosa doutrina da eleição “(...) nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Ef 1.4). Hernandes Dias Lopes

A

doutrina da eleição não provém de especulação humana, mas da revelação divina. Não é uma doutrina criada pela igreja, mas dada a ela para seu deleite espiritual. Muito embora seja uma verdade pouco compreendida e fortemente resistida, constitui-se num dos pilares da fé cristã ao longo dos séculos. Patriarcas, profetas, apóstolos, mártires, reformadores, puritanos, e fiéis servos do Senhor ao longo dos séculos têm erguido essa tremulante bandeira. Longe de estimular o descuido espiritual, a doutrina da eleição incentiva a santidade (2Ts 2.13). Longe de apagar o ímpeto evangelístico da igreja, é sua garantia de pleno êxito. O apóstolo

Paulo foi encorajado a pregar em Corinto, porque Deus tinha muito povo naquela cidade (At 18.10). Algumas verdades devem ser aqui enfatizadas, em relação a esse assunto: Em primeiro lugar, o autor da eleição (Ef 1.4). Deus é o autor da eleição (2Tm 1.9). Não é o homem quem escolheu a Deus, é Deus quem escolhe o homem (Jo 15.16) Não fomos nós quem amamos a Deus primeiro, foi ele quem nos amou com amor eterno e nos atraiu com benignidade (1Jo 4.10; Jr 31.3). Nosso amor por Deus é apenas um refluxo do fluxo de seu amor por nós. Deus não nos escolheu porque previu que nós iríamos crer em Cristo; nós cremos em Cristo porque nosso Deus nos destinou para a vida eterna

(At 13.48). A fé não é a causa de nossa eleição, mas o seu resultado. Jesus foi enfático: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (Jo 6.44). Em segundo lugar, o agente da eleição. Deus nos escolheu em Cristo (Ef 1.4). Não há eleição fora de Cristo nem redenção fora de sua obra vicária. A eleição divina não excluiu a obra expiatória de Cristo, realizada na cruz. Ao contrário, ele morreu por todos aqueles que o Pai lhe deu antes da fundação do mundo. Jesus morreu pelas suas ovelhas (Jo 10.11). Ele comprou a igreja com o seu sangue (At 20.28). Sua morte não apenas possibilitou nossa salvação, mas sobretudo garantiu nossa salvação, pois ele morreu como nosso substituto. Ele morreu em nosso lugar, em nosso favor, para nos dar a vida eterna. Jesus garante salvação a todos aqueles que recebeu do Pai: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de

MEMÓRIA

BP ano 1 – Edições no 8 e 9 Momentos marcantes na história da IPB incluem a Campanha de Evangelização do Centenário da IPB, a criação do Museu Presbiteriano no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas – SP e a fundação do Seminário Teológico Presbiteriano do Centenário em Jequitibá.

Educação Cristã sempre foi um assunto de importância para a IPB, debatido e estudado em cursos e congresso. E continua a ser assim. De 06 a 09 de setembro próximo acontecerá o 5º Congresso Nacional de Educação Cristã, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Higienópolis.

modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). Em terceiro lugar, o tempo da eleição (Ef 1.4). Deus nos escolheu em Cristo para a salvação e isso antes da fundação do mundo, antes dos tempos eternos (2Tm 1.9). O universo ainda dormia na mente de Deus, na eternidade, quando ele já havia colocado o seu coração em nós e nos escolhido em Cristo (Rm 8.2930). A eleição divina, portanto, é incondicional. Deus não nos escolheu por qualquer mérito que em nós pudesse existir, pois nem nós ainda tínhamos vindo à existência. A base da eleição não é o mérito humano, mas a graça divina. Não fomos eleitos por causa de nossa fé, mas para a fé. Não fomos eleitos porque cremos; cremos porque fomos eleitos. Em quarto lugar, o propósito da eleição (Ef 1.4). Deus nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis. Deus nos escolheu para

a santidade e não por causa dela. Deus nos escolheu para as boas obras e não em virtude delas (Ef 2.10). A eleição divina precisa ser confirmada e a única maneira de fazê-lo é demonstrando uma vida de santidade. A doutrina da eleição, longe de servir de base para uma vida mundana, é o fundamento de uma vida santa. Somos eleitos para a fé (At 13.48). Somos eleitos para a santidade (Ef 1.4). Somos eleitos para a obediência (1Pe 1.2). Somos eleitos para as boas obras (Ef 2.10). Concluo, portanto, dizendo que, em vez de ficarmos especulando sobre essa verdade bíblica, deveríamos nos humilhar sob a poderosa mão de Deus, dando a ele toda a glória por sua graça inefável, que por amor a nós, não poupou o seu próprio Filho, antes o entregou para ser nosso Redentor. O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.


Brasil Presbiteriano

4

Junho de 2018

TEOLOGIA E VIDA

Revelação e conhecimento de Deus (Ef 1.17) Hermisten Costa

A

despeito de nossas limitações, da loucura de nossa tentativa de pensar autonomamente, Deus, o Senhor glorioso e majestoso, torna-se conhecido por nós, paradoxalmente não pelos nossos esforços, mas, porque ele graciosamente se dá a conhecer de forma acessível à nossa capacidade. Conhecer a Deus pela fé é se relacionar com ele. Não é um conhecimento a respeito de Deus, antes, é uma relação pessoal, de confiança, obediência e amor. Esse é um conhecimento único, diferente de todos os outros conhecimentos, porque Deus é único e singular. É possível ter um conhecimento especial de algo comum, porém, conhecer a Deus é sempre algo especial, porque Deus é singular em sua essência, existência e revelação. Somente Deus é o Senhor! Portanto, nunca poderemos ter um conhecimento real e, ao mesmo tempo banal de Deus. Banalidade e majestade são termos que se excluem quando tratamos de Deus. Aliás, só há majestade em Deus e, ao mesmo tempo, não há nada de comum e banal em nosso glorioso Senhor. Por isso, poder conhecer a Deus é sempre uma iniciativa da graça divina. Não somos nem nunca seremos o padrão de verdade, antes,

precisamos sempre validar o nosso pensamento na Palavra, que é a verdade (Jo 17.17). Os nossos sentimentos, por mais nobres que sejam, não podem se constituir em fundamento de nossas decisões e ensino. Só pensamos verdadeiramente quando pensamos à luz da Palavra. É por isso que conhecer a Deus é algo sem paralelo, porque somente Deus é soberano e, somente a partir dele podemos conhecê-lo. Qualquer tentativa de analogia que pensemos em fazer para aplicar a Deus, é sempre tacanha, pobre e temerária. Por isso mesmo, a revelação de Deus sempre é uma autorrevelação consciente, majestosa e objetiva. Deus na expressão de sua natureza gloriosa, traz beleza variada e harmoniosa à Criação. Conhecer a Deus em sua soberania e beleza, portanto, é um dom da graça do

soberano Deus. Esse conhecimento, por sua vez, nos liberta para que possamos conhecer genuinamente a nós mesmos e as demais coisas da realidade, possibilitando-nos ter uma dimensão adequada de todas as coisas. Insistimos: sem a revelação de Deus pelo Espírito nós jamais o conheceríamos. “Tudo quanto diz respeito ao genuíno conhecimento de Deus constitui um dom do Espírito Santo”, declara Calvino. Como mais um ingrediente de cautela, devemos entender que o nosso conhecimento de Deus por meio de sua revelação é um “conhecimento-de-servo” delimitado pelo próprio Senhor, considerando, inclusive, o pecado humano. Em outras palavras: “É um conhecimento acerca de Deus como Senhor, e um conhecimento que está sujeito a Deus como

Senhor” (John M. Frame, A Doutrina do conhecimento de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 56). O nosso conhecimento nunca é autorreferente com validade própria e por iniciativa nossa. A nossa perspectiva é relativa ao que realmente somos: finitos e limitados. O reformador João Calvino sustentava que a revelação de Deus é um ato gracioso de sua condescendência para com o ser humano. Ele entendia que Deus, na sua Palavra, “se acomodava à nossa capacidade”, balbuciando a sua palavra a nós como as amas fazem com as crianças. Assim, Deus adapta-se à linguagem humana e “ao nível humano de compreensão”. No texto que destacamos, vemos que a oração do Apóstolo é no sentido de que Deus “vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Ef 1.17).

A ignorância sabida e insatisfeita pode ser um ingrediente maravilhoso em nosso desejo por santificação. Sei que não sei, mas, preciso saber. A ideia é de que sei o suficiente para saber que não sei e preciso saber. Isso nos impulsiona a crescer. Esse sentimento conduzido pelo Espírito, sem dúvida, é esplêndido para a vida cristã. Esse tipo de raciocínio e conclusão já é uma operação da graça de Deus em nossa mente e coração. A consciência de nossa ignorância a respeito de Deus acompanhada pelo desejo sincero de conhecê-lo mais e mais, é graça. Sozinhos, não assistidos pelo Espírito, tendemos a achar que nos bastamos. O que é um grande equívoco de perspectiva e de conclusão. Ou, por outro lado, podemos ser levados por um espírito depressivo de ignorância e impossibilidade de avançar em qualquer direção. Tanto a autossuficiência arrogante como a inação melancólica e depressiva, são sentimentos nocivos porque não correspondem à realidade de nossa vida e ao propósito de Deus para o homem criado à sua imagem. Deus deseja que nos alegremos nele, em seu conhecimento e comunhão obediente (Fp 3.1; 4.4). O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP.


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

5

CELEBRAÇÃO

Ultimato comemora 50 anos N

o dia 14 de abril, a família Ultimato, formada por colaboradores, ex-funcionários, assinantes e amigos, celebrou os 50 anos de fundação da revista, em um evento especial na editora. A programação incluiu uma recepção durante a tarde com café, queijo e doce de leite. Os visitantes puderam conhecer o prédio da editora, caminhar pelo jardim de oração e conversar com alguns funcionários. Entre o grupo estavam o casal de missionários George e Gizele Corrêa, que moram em Lábrea, AM, e são representantes do projeto Paralelo 10; a professora Isabel Brandão, ex-funcionária da editora, que veio de Vitória da Conquista, BA; o pastor Wilson

Costa, diretor executivo da Aliança Cristã Evangélica Brasileira; o designer Rick Szuecs, criador das capas da revista Ultimato, e a esposa Priscila Sathler, artista plástica; e Silêda e Valdir Steuernagel, colunistas da revista há 24 anos. À noite, cerca de 400 pessoas se reuniram para o culto de gratidão a Deus na IP de Viçosa com preleção do Rev. Valdir Steuernagel. Na ocasião, Marcos Bontempo, diretor editorial da Ultimato, contou um pouco da história da revista, mencionando alguns fatos importantes como o primeiro jornal evangélico da América do Sul, criado por Ashbel Green Simonton, em 1864; a primeira edição do jornal Ultimato (1968); a mudança de jornal para

revista (1976), a primeira capa em cores (1995), o falecimento do fundador, Rev. Elben César (2016) e a primeira edição da revista Ultimato sem ele (2017). Outras comemorações Além do evento na editora, os 50 anos de Ultimato também foram comemorados no Som do Céu 2018. Com o tema De Volta às Origens, o Som do Céu dedicou a tarde do dia 31/03 à celebração do aniversário da revista. Na ocasião, foi realizado um bate-papo sobre igreja, cultura e política com Carlinhos Veiga, mediador da conversa, Guilherme Kerr, Marcos Bontempo e Klênia Fassoni, representando Ultimato, Gladir Cabral, Vavá Rodrigues e Marcelo Gualberto.

Presbitero Marcos Bontempo, editor, relembra história da Ultimato

Durante a noite, o talkshow Som do Céu, apresentado por Marcelo Gualberto, contou com a presença de Marcos Bontempo e Klênia Fassoni para contar momentos marcantes de Ultimato.

Ainda na ocasião, Gladir Cabral e Carlinhos Veiga interpretaram as canções Ultimato e Mineiro com Cara de Matuto em homenagem à revista e ao Rev. Elben César, fundador de Ultimato.

isso é maravilhoso, é um milagre! Deus usou Moisés para dizer ao seu povo: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração...” (Dt 6.4-6). Várias vezes lemos no

livro de apocalipse: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espirito diz as igrejas”. Ouvir o vento passar, ouvir o canto dos pássaros, o barulho da chuva, mas sobretudo, ouvir a voz daquele que criou todas as coisas e nos criou, nos faz dizer: “vale a pena viver, que benção ter nascido!”.

CONFLITOS

Que benção ter nascido Sérgio Roberto dos Santos

O

uvir significa entender, perceber os sons pelo sentido do ouvido, da audição, escutar. Ouvir, assim como enxergar, falar, é algo tão comum que muitas vezes não damos a devida importância. O poeta Fernando Pessoa, disse: “as vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.

Algumas pessoas nascem sem poder ouvir. Não ouvem o canto dos pássaros, o barulho da chuva, o som de um piano, um hino cantado por todas as vozes de um coral. Outras nascem sem nenhuma dificuldade, mas com o passar do tempo vão perdendo a capacidade auditiva, mesmo com o auxílio de aparelhos. Há também pessoas que

mesmo sem nenhuma limitação vivem como se não ouvissem, como se fossem surdas. Já não ouvem mais a voz e o clamor dos filhos, já não ouvem mais os conselhos dos sábios, já não ouvem mais sua consciência, já não ouvem mais a voz do Espírito, já não ouvem mais a voz de Deus. Todavia, há muitos que, com toda limitação, conseguem ouvir sem ouvir,

O Rev. Sérgio Roberto Bispo dos Santos é pastor da IP de Ourinhos, SP.


Brasil Presbiteriano

6

Junho de 2018

SUPREMO CONCÍLIO 2018

Informações sobre a hospedagem da RO-SC/IPB-2018 “(...) dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 8.36) Clodoaldo Waldemar Furlan

1. BOAS VINDAS – O presbiterianismo paulista está muito feliz pela oportunidade de hospedar a 39º Reunião Ordinária do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. Pedimos que Deus derrame sua graça e sua bênção sobre os participantes. Todos são muito bem-vindos. 2. REFEIÇÕES – As refeições serão servidas no mesmo hotel em que se hospeda cada participante (café da manhã – almoço – jantar). 3. REUNIÕES – As reuniões do Supremo Concílio ocorrerão no Hotel Monte Real. Haverá transporte entre os hotéis e o Hotel Monte Real. Todos ficam bem próximos do Hotel Monte Real e por não haver trânsito intenso na cidade os deslocamentos ocorrerão de modo rápido e eficiente. 4. TRANSLADO AEROPORTO – No dia 22/07/2018 (domingo) haverá transporte gratuito de ônibus (Aeroportos – Águas de Lindoia). Também no dia 29/07/2018 (domingo) haverá transporte gratuito de ônibus (Águas de Lindoia – Aeroportos). Os transportes ocorrerão somente nos dias 22 e 29/07/2018. Essa cortesia é restrita apenas aos que se locomoverão por via aérea. 5. HORÁRIO DO TRANSLADO – O translado do dia 22 de julho ocorrerá a par-

tir das 8h00 da manhã, e do dia 29 de julho a partir das 13h00. Os demais horários do translado ao longo do dia 22 serão estabelecidos conforme os horários de chegada dos voos informados por todos que utilizarão o transporte aéreo. O mesmo valerá para o translado do dia 29 de julho. Importante contatar a Secretaria Executiva do SC-IPB e informar os horários de seu voo através do e-mail: sc2018@executivaipb. com.br, conforme já solicitado. 6. DISTÂNCIAS AEROPORTOS – Distância e tempo de viagem aproximados dos aeroportos à cidade de Águas de Lindoia: a. Aeroporto Internacional de Viracopos, Campinas – SP Distância 120 km – 1h30 b. Aeroporto Internacional de São Paulo, Guarulhos – SP Distância 160 km – 2h30 c. Aeroporto Congonhas, São Paulo – SP Distância 200 km – 2h30 7. AUTOMÓVEIS – Todos os hotéis dispõem de amplo estacionamento para os automóveis. A utilização desse serviço é gratuita. 8. DESPESAS VIAGEM – A Tesouraria da IPB custeará as despesas de alimentação e hospedagem dos deputados durante a realização do evento. As despesas de viagem ficam a cargo dos Presbitérios ou dos Órgãos representados. 9. CULTOS SEGUNDA A

SÁBADO – Do dia 23 ao dia 28 de julho, para os visitantes e acompanhantes haverá culto, sempre às 20h00, em um auditório a ser informado, no Hotel Monte Real. 10. APLICATIVO SECRETARIA EXECUTIVA – Visando agilidade nos processos de chamada e de votação ao longo da Reunião, solicita-se aos Secretários Executivos dos Presbitérios que verifiquem que os Deputados de seus Concílios têm o Aplicativo ipbCONNECT, que pode ser baixado gratuitamente na App Store e no Google Play, a partir de 1º de janeiro de 2018. Para o eficiente uso dessa ferramenta é preciso que o aparelho smartphone tenha como sistema operacional as versões Android 5.0 ou iOS 8.0. O Aplicativo não terá funcionalidade até a abertura da Reunião, com o Ato de Verificação de Poderes. As instruções para o uso do sistema serão disponibilizadas na chegada dos deputados à Reunião. 11. DÚVIDAS – Para dirimir qualquer dúvida, o contato da Comissão de Hospedagem está à disposição através do e-mail: sc-2018@ipb.org.br. Acesse: https://www.youtube.com/ watch?v=MbkXyeyQIjo&feature=share Presb. Clodoaldo Waldemar Furlan é Presidente Comissão Hospedagem RO-SC/ IPB-2018

PROGRAMAÇÃO Dia 22/07 – Domingo • Chegada dos conciliares. Acesso à hospedagem a partir das 15h00 • Culto às 18h00 • Jantar de boas-vindas, às 20h30 (No respectivo hotel em que cada conciliar está hospedado) • LOCAL DO CULTO: Auditório do Hotel Majestic Av. das Esmeraldas, 160 – Jardim Paraíso, Águas de Lindoia – SP, 13940-000 Dia 23/07 – Segunda-feira • Ato de Verificação de Poderes, às 8h00 • Sessão Preparatória, às 10h00 • Primeira Sessão Regular • LOCAL PLENÁRIO: Auditório do Hotel Monte Real R. São Paulo, 622 – Centro, Águas de Lindoia – SP, 13940-000 Dias 24 a 28/07 – Terça-feira a sábado • Sessões Regulares • LOCAL PLENÁRIO: Auditório do Hotel Monte Real R. São Paulo, 622 – Centro, Águas de Lindoia – SP, 13940-000 Dia 29/07 – Domingo • Culto de Gratidão às 10h00 • Almoço de Encerramento, às 12h00 (No respectivo hotel em que cada conciliar está hospedado) • LOCAL PLENÁRIO: Auditório do Hotel Monte Real R. São Paulo, 622 – Centro, Águas de Lindoia – SP, 13940-000


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

7

TESTEMUNHO

Cristãos são chamados a fazer diferença na política Palestra de ex-ministro da Agricultura marcou comemoração de aniversário do Presbitério de Volta Redonda Mariana Ribeiro

“A

política é um tema espinhoso e a Igreja tem se afastado do assunto. Mas não podemos nos omitir.” Foi o alerta do presbítero da IP de São José do Rio Preto (SP), ex-ministro da Agricultura (1990-1992) e ex-secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (19951996), Dr. Antônio Cabrera Mano Filho, durante a palestra “Fazendo a Diferença na Política” no dia 26 de abril, em comemoração aos 31 anos do Presbitério de Volta Redonda. O palestrante trouxe vários exemplos bíblicos de intervenção política ao longo da História. Como em Gênesis 41.33-37, quando José aconselhou o

Faraó, e em Daniel 4.25, quando Daniel confrontou o rei Nabucodonosor. “Ambos exerceram influência política, cada qual em sua época, foram testemunhas e servos fiéis de Deus. Em Mateus 10.18 encontramos mais uma referência à importância da participação dos cristãos na política quando Jesus diz: ‘(...) por minha causa sereis levados à presença de governantes e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios’”, citou o Dr. Cabrera. De acordo com o exministro, precisamos nos posicionar como sal e luz no mundo. “Somos chamados a ser testemunhas, a aconselhar as autoridades e, se necessário, confrontá -las. Não podemos ser mais

um no rebanho político. Temos de ter uma posição, a Igreja não pode se omitir. O cristão tem de entender que Deus não fica restrito na vida da Igreja. Ele está na família, na escola e, como não poderia ser diferente, ele está política”, afirmou Cabrera. “(...) é uma obrigação cívica a nossa participação. Não só com o voto que é obrigatório no país, mas também na divulgação das ideias e dos nossos valores cristãos. Porque uma sociedade prospera, avança e você traz dignidade para a vida humana se esses valores estiverem sendo aplicados. Então, quando um cristão adentra a política, ele traz a política saudável. Não essa política que nós assistimos por aí. E

Presbítero Mauro Lúcio, reverendo Márcio Cunha, presbítero Dr Antônio Cabrera, reverendos Fernando Reis e Otávio de Souza, e presbítero Josias Sessa

Foto: Rafael Queiroz

Dr. Antônio Cabrera

essa é uma oportunidade de levarmos a Palavra de Deus e os valores da Palavra a toda sociedade, de maneira geral, através de uma boa educação, de uma boa saúde, de um governo honesto, correto e justo”, destacou o ex-ministro. Para o presidente do Presbitério de Volta Redonda, o presbítero Josias Sessa, o encontro trouxe mais clareza aos munícipes. “Todos temos uma vocação. Assim como Deus vocaciona alguns para a música e o ensino, também capacita para a política. A palestra nos trouxe clareza sobre o tema e espero que tenha contribuído muito para a ampliação do conhecimento de todos”, disse Josias. O pastor da Nona IP de Volta Redonda, Rev. Fernando Luiz Fernandes Reis, anfitrião do evento, agradeceu a participação da popu-

lação e afirmou estar feliz pelo objetivo alcançado. “A ideia dessa palestra era chamar a atenção dos cristãos e de toda sociedade para a importância de termos uma consciência política e eleitoral que realmente faça a diferença. E estou muito feliz, pois o palestrante conseguiu sintetizar tudo isso de forma clara e objetiva”, comemorou. Além da palestra, a comemoração de aniversário contou com cânticos, leitura da Bíblia, homenagens e apresentação do Coral do Presbitério que encerrou o encontro com o coral “Aleluia” de G. F. Handel. Estiveram presentes pastores das cidades fluminenses de Volta Redonda, Piraí, Rio de Janeiro, Saquarema, entre outras. Mariana Ribeiro é jornalista, atua com mobilização missionária e é membro da Nona IP de Volta Redonda.


Brasil Presbiteriano

8

Junho de 2018

EDUCAÇÃO CRISTÃ

Professor que é professor Nesta edição, a oitava da série, veremos que o bom professor conhece uma variedade de métodos pedagógicos, começando com os ....

Métodos Centrados no Professor Cláudio Marra

L

eia e avalie com cuidado o texto a seguir. Meu propósito é que você seja capaz, ao final, de definir o que são métodos centrados no professor; descrever três deles; mencionar os cuidados a se tomar ao usá-los e, claro, empregar esses métodos em suas aulas. O melhor método de ensino é o que for mais eficaz para se alcançar o objetivo da lição. À vezes, um método é usado demais por tradição ou inércia; pela limitação dos dons pessoais do professor ou, simplesmente por facilidade. Porém, o uso apropriado de vários métodos melhora o ensino. Vejamos alguns: I. Preleção – Tem suas vantagens. Ela poderá ser recomendada em função do tamanho da classe, da posição das cadeiras ou bancos, da extensão do conteúdo, do caráter novo ou técnico da matéria, da habilidade extraordinária do preletor, ou pelo fato de o professor desconhecer outros métodos. • Se, porém, você desconhece o material da lição, não é bem organizado e

tende a divagar, se teme uma discussão livre e aberta ou não fala claramente, a preleção não funcionará. • Para ter certeza de que a classe o acompanha, use a preleção apenas quando apropriado, prepare os alunos com leituras e pesquisas, apresente recursos audiovisuais durante a sua fala e module sua voz para não de tornar monótono. • Para ter certeza de que a classe o acompanhou, nunca deixe de dar aos alunos, em momento oportuno, oportunidade de se expressarem quanto ao que ouviram, corrigindo o que não ficou claro. II. Contar histórias é método importante para crianças e para adultos. Jesus é nosso modelo também como contador de histórias. • Para começar, é preciso tomar um grande cuidado. Ocorre que os episódios bíblicos se encaixam na grande história da redenção. Não foram registrados apenas para sermos bonzinhos como José ou Daniel. Apenas tomar personagens da Escritura como exemplo

de moral é um erro, porque ninguém é perfeito e há outras lições na história. A Cultura Cristã tem livros que o ajudam nesse sentido, como Ele nos Deu Histórias (R.Pratt), Interpretação dos Livros Históricos (R.Chisholm), Pregando Cristo a partir do AT (Greidanus), a série O Evangelho segundo o AT (vários autores) e outros (www.editoraculturacrista.com.br). • Isso resolvido, vamos contar histórias. Elas atraem e prendem a atenção da classe, permitem que os alunos se identifiquem com os personagens e são didáticas. • Preste atenção ao nível

de percepção de seus alunos, que pode variar muito. Desenvolva sua técnica narrativa. Tenha em mente o foco e objetivo. Não se estenda demais, concentre-se no que é essencial, enfatize com a voz, com gestos e com suas expressões facial e corporal. Pratique antes, para não ter de ler. Leitura, só mesmo para trechos muito curtos. III. Ilustrações. Para que servem? Não vale dizer que servem para ... ilustrar! É claro, e elas fazem isso explicando o que não havia sido compreendido, comprovando o que não havia sido acei-

to, e aplicando o que não se sabia para o que servia. • As ilustrações podem ser vistas ou ouvidas. Podem ser uma parábola – como as de Jesus –, uma frase ou expressão comparativa (o que, aliás, inclui a própria parábola). Pode incluir dados históricos, biográficos, informações literárias ou culturais, bem como ocorrências comuns do cotidiano. • Mas é preciso cuidado, para que as ilustrações sejam compreensíveis, objetivas, interessantes, diretas, apropriadas para o ensino bíblico (nada de mau gosto) e que não dominem a aula. Se, no fim, tudo o que fica na memória é a ilustração, então ela não serviu. Preleção, contação de histórias, e ilustrações. Temos de adotar a melhor solução, não apenas aquela à qual estamos acostumados. Não convém rejeitar nenhum método, mas também não empregar sempre apenas um. E olhe que ainda não falamos sobre os métodos centrados nos alunos. Fica para a próxima. O Rev. Cláudio Marra é autor do livro A Igreja Discipuladora, professor de Homilética e Pregação no JMC e o Editor da Cultura Cristã


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

9

NOTAS

Encontro da Família IP Vila Jardim e Comunidade Reina PC Sousa

A

IP de Vila Jardim e a Congregação Comunidade Presbiteriana Reina da cidade Rio de Janeiro (RJ), realizaram no dia 20 de maio uma confraternização com as famílias das igrejas, comemorando o mês do lar. Na ocasião, o Rev. David Marques da Silva, pastor auxiliar da Igreja de Vila Jardim e responsável pela

Comunidade Reina, foi o responsável pela devocional e cânticos, seguindo-se almoço preparado em conjunto por famílias da IP de Vila Jardim. Estiveram presente na confraternização todo o Conselho da igreja e os reverendos Francisco Knowblock e David Marques. PC Sousa é diácono da Congregação Comunidade Presbiteriana Reina.

2º Encontro da Família – Luz para o Caminho

Santidade sim senhor!

O

Christofer Freitas O. Cruz

A

IP de Mineiros (GO) organiza, todos os anos, dois acampamentos: o de Carnaval, destinado à família, e o de jovens e adolescentes, no segundo semestre. “Santidade sim senhor” será o tema da próxima edição do acampamento de jovens e adolescentes que acontecerá nos dias 6 a 9 de setembro, no Acampamento Presbiteriano Salmo 23, pertencente à igreja. O preletor do evento será o Rev. Pedro Silva, pastor auxiliar da IP de Vila Formosa, em Anápolis (GO), que já é conhecido entre os presbiterianos do sudoeste goiano por seu trabalho com jovens e com capelania hospitalar. Para esta edição do acampamento, as inscrições serão divididas em três lotes, sendo o primei-

ro lote em junho (R$ 80), o segundo em julho (R$ 90) e o terceiro em agosto (R$ 100). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (64) 3661-4009 ou do telefone celular/WhatsApp (64) 9 9953-3456. Christofer Freitas Oliveira Cruz trabalha com jovens, adolescentes e música na IP de Mineiros, GO.

Ministério Luz Para o Caminho realizará de 19 a 21 de outubro de 2018, em Águas de Lindóia (SP) no Vacance Hotel, o 2º Encontro da Família. Com preleção pelos reverendos Augustus Nicodemus e Hernandes Dias Lopes, o encontro também contará com ministração especial para crianças por Danilo Mendes Tescarollo, evangelista na IP Central de Limeira (SP) e cânticos por Marcos Zaro e banda. As famílias participantes do encontro terão hospedagem dividida em três hotéis: Vacance Hotel, Hotel Majestic e Grande Hotel Glória, com translado incluso. Informações sobre investimento e inscrições podem ser encontradas no site oficial do 2º Encontro da Família, <http://lpc.org. br/encontrodafamilia/> ou pelos números 0800 119105/(19) 3741-3000.

1º Encontro da Mocidade PVRP

N

o dia 19 de maio, na IP de São José do Rio Pardo, a Federação de Jovens do Presbitério Vale do Rio Pardo realizou o 1º Encontro Intercâmbio da Mocidade do PVRP. Cerca de 120 jovens estiveram presentes representando as cidades do presbitério:

São José do Rio Pardo, Mococa, Cabo Verde, Casa Branca, Guaxupé, Guaranésia, Santa Cruz das Palmeiras, Itobi e Aguaí. O encontro visa gerar entrosamento entre os jovens e debater sobre O que é o evangelho?, tema dos eventos de 2018 da Federação de Jovens do PVRP.


Brasil Presbiteriano

10

Junho de 2018

VIDA UNIVERSITÁRIA

O desafio de acolher um calouro Jônatas B. Rodrigues

O

s jovens da IP Jardim Paraíso em Botucatu, SP, sob a coordenação do evangelista Felipe, e com o apoio da ABUB (Aliança Bíblica Universitária do Brasil), têm procurado alcançar o jovem crente que sai da “barra da saia” dos pais e da igreja de origem para o início de sua caminhada acadêmica, hoje claramente direcionada para o ateísmo e relativismo moral. Botucatu tem população estimada de 140 mil habitantes (IBGE, 2016), fica a 235 km da capital do Estado, com 163 anos de emancipação política. Seu nome origina-se do tupi ybytukatu, que significa “vento bom”, por isso, é conhecida como “a cidade dos bons ares”, possuindo um clima ameno, com uma temperatura média de 22°C. Está entre as cidades mais seguras e desenvolvidas do estado, uma das melhores cidades para se viver. A sua indústria inclui grandes empresas. O turismo de aventura tem crescido bastante. Com mais de setenta cachoeiras, tem uma geografia peculiar conhecida como Cuesta, que facilita a prática de esportes radicais. A história da Igreja Presbiteriana se funde com a história da própria cidade. Esse foi um dos trabalhos pioneiros da IPB, com início em 1870, quando George Chamberlain e Edward

Campus da faculdade de Medicina da UNESP - Botucatu

Lane começaram a evangelizar a região. Em 1881, George Anderson Landes (1850-1938) passou a residir em Botucatu, “na fronteira das terras habitadas pelos índios”. Atualmente temos oito igrejas, e a central é conhecida na cidade como “Igreja Preta”, por causa do revestimento externo do templo, feito de pedras escuras. Botucatu tem dois campi da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), com mais de dez cursos de graduação, incluindo Medicina (uma das mais concorridas do Brasil), Física Médica, Agronomia, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, entre outros, além de oferecer uma variedade de opções de cursos de pósgraduação. Também estão em Botucatu a Fatec (Faculdade de Ensino Tecnológi-

co), várias faculdades particulares e grande quantidade de polos de universidades para EaD. Especialmente por causa dos cursos oferecidos pela Unesp, a cada ano chegam cerca de 600 novos alunos para residir em Botucatu, apenas nos cursos de graduação. Esses novos moradores encontram grande alternativa de festas. As mais concorridas são as oferecidas pelas repúblicas, regadas a bebida, drogas e sexo. No início de cada ano há grande ocorrência de jovens sendo levados ao prontosocorro por coma alcoólico. Muitos ainda são adolescentes, estão saindo de casa pela primeira vez, e são mais facilmente influenciados, abandonando, muitas vezes, princípios e valores ensinados por suas famílias, bem como a própria fé. Nosso objetivo é que o

jovem crente que chega à cidade sem qualquer vínculo, encontre na igreja um lugar de aconchego, que se una a outros cristãos, tendo boas opções de relacionamentos para permanecer firme na fé. Antes, tínhamos a facilidade de entrar em contato com os novos alunos e com seus pais nas semanas de matrículas, mas atualmente, as matrículas são todas feitas à distância, o que nos

Vista aérea de Botucatu-SP

dificulta. Os veteranos não cristãos, porém, se aproximam oferecendo vagas gratuitas nas repúblicas por algum tempo, e já estabelecem contato, fazendo com que os novatos participem das festas, e em muitas repúblicas esses novos alunos passam por situações humilhantes. Entendemos que a Igreja pode fazer diferença. Recebemos esse novo aluno antes do início das aulas, ajudamos os pais a conseguir um lugar seguro para ele, e novos amigos que compartilham da mesma fé. Os jovens da ABUB têm nos ajudado, como uma ponte muito importante. A Aglaia, jovem vinda de João Pessoa (PB), faz residência em cirurgia torácica e relata: “Vim de longe, saindo de casa pela primeira vez, e não sabia se ia conseguir ficar longe da minha família tanto tempo. Logo que cheguei, fiz contato com a igreja, fui respondida rápido e logo na primeira visita fui acolhida pelo pas-


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

tor e pelo grupo de jovens. Me senti em casa, e em pouco tempo o grupo de jovens se tornou um grupo de amigos, que agora considero como minha segunda família. Sair de Botucatu pra ir em casa ver minha família, me deixa com saudade. É um grupo sério, de gente disposta a sentar e estudar a Bíblia com afinco, e ao mesmo tempo, disposta a brincar e rir junto, chorar junto, e compartilhar das dificuldades e vitórias da rotina de trabalho e estudo de cada um. Louvo a Deus pela igreja, que é minha segunda casa aqui em Botucatu”. O Vicente faz mestrado

em Agronomia, e veio de Maceió: “A IPJP me chamou atenção primeiro pelo acolhimento. Desde o início, tanto o Rev. Jônatas quanto Felipe, o evangelista e líder de jovens, demonstraram preocupação com minha instalação em Botucatu, sempre se dispondo a me ajudar. Os demais jovens da igreja também são acolhedores e zelosos por nós. Isso, somado ao ensino bíblico de qualidade nas reuniões de jovens e EBD, que nos prepara para uma vida cristã de forma plena, me firmaram e me animam à comunhão e ao serviço na igreja”. Nosso desejo é oferecer

11

Encontros de jovens universitários na IPJP

às famílias, e de forma prioritária, as famílias presbiterianas, o suporte espiritual, emocional e logístico para os adolescentes e jovens que vêm para Botucatu. Para isso, precisamos do apoio, especialmente dos pastores, para que ao sabe-

rem da aprovação de algum jovem de sua igreja, façam o contato conosco, para que possamos mostrar algumas alternativas mais seguras, inclusive, para a hospedagem inicial. Você pode se informar mais assistindo o vídeo

“Ministério de Jovens da IPJP” no site <www.conexaoparaiso.org.br>, ou então entrando em contato conosco em <www.facebook.com/ipjpbotucatu>. O Rev. Jônatas B. Rodrigues é pastor da IP Jardim Paraíso de Botucatu, SP.

FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Nova diretoria da Confederação Nacional de Mocidade Presbiteriana Matheus Souza

N

o congresso com maior número de delegados após a reorganização da Confederação Nacional de Mocidade Presbiteriana (CNM), jovens das cinco regiões do país se reuniram entre os dias 29 de março e 1º de abril no Colégio Mackenzie em Brasília para juntos planejarem e discutirem os próximos passos da União de Mocidade Presbiteriana. Noites mal dormidas, ou quase não dormidas, relatórios, comissões, oficinas, votos e eleição, longe de

casa, dormindo no chão, com fila para almoço, fila para o banho e fila até para discussão. Uma loucura aos olhos humanos, mas um prazer em Cristo. As mensagens, baseadas no tema do quadriênio “Servos uns dos outros pelo amor”, dos preletores Presb. Alexandre Almeida, Rev. Heber Campos Jr, Rev. Emílio Garofalo e o Rev. Juarez Marcondes Filho, reaqueceram nossos corações lembrando quem somos e a quem servimos. E certos de que somos servos de um Deus eterno, que controla todas as coisas,

foi eleita a diretoria para os próximos quatro anos: Presidente, Diác. Matheus Souza; Vices, Gustavo Goes (Norte), Presb. Jushab Mello (Nordeste), Presb. Hélio Marco (Centro-oeste), Presb. Pablo Nogueira (Sudeste), Paula Camargo (Sul); Secretário Executivo Presb. Fábio Barcelos; 1ª Secretária, Jamily Lourenço, 2º Secretário, João Guilherme Valadão e a Tesoureira, Renata Gerhardt. Nosso desejo é que continuemos a escrever essa história, pois “somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras,

as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10), tão somente para que o nome dele seja glorificado. Que a nossa motivação esteja em Cristo Jesus e que, para além de uma data memorá-

vel, vivamos num mundo velho, servos de um Senhor eterno. Que sejamos testemunhas de um evangelho libertador todos os dias da nossa vida. Matheus Souza é o presidente da CNM 2018–2022


Brasil Presbiteriano

12

Junho de 2018

EDUCAÇÃO

“Colégio Buriti” agora é “Escola Técnica de Buriti” “Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres” (Sl 126.3). Djaik Souza Neves

A

FUEPB, formada por seis igrejas presbiterianas da Grande Cuiabá e a própria IPB, existe para administrar os bens e a missão herdadas de missionários presbiterianos norte-americanos que, através da antiga “Missão Brasil Central”, fundaram o antigo Colégio Buriti em 1923, no município de Chapada dos Guimarães (50km de Cuiabá). A escola chegou a acolher, em regime de internato, 650 alunos entre meninos e meninas. A escola fechou suas portas oficialmente em 2003. Desde então, o patrimônio da fundação foi mantido por meio de arrendamentos de parte de suas terras e alugueis de suas instalações para eventos. Após muitas tentativas de projetos, análises de propostas, vislumbrou-se a possibilidade de termos novamente uma escola nas dependências de nossa querida “Fundação Buriti”. Uma comissão da Secretaria de Ciência e Tecnologia, e a Prefeita do município de Chapada dos Guimarães (onde está sediada a Fundação), visitaram as dependências da Fundação e ofereceram à FUEPB a oportunidade de

um Comodato para abertura da Escola Técnica de Buriti. A Assembleia da Fundação anuiu por unanimidade à solicitação e aprovou o Comodato com duração de 20 anos para a (re)abertura da tão sonhada Escola em Buriti. O acordo e contrato firmados implicam a cessão pela Fundação de uma área de, aproximadamente, 04 hectares, em regime de comodato, que inclui o antigo prédio escolar, o ginásio, dois campos e uma casa. No comodato firmado, o governo do Estado através da SECITEC, se comprometeu a concluir a reforma do prédio onde funcionaria a escola (promessa já cumprida no final de 2017). A primeira parte da reforma já havia sido feita pela própria fundação, com o auxílio considerável da IPB (com verba de cerca de R$150 mil reais) e também com os irmãos do Projeto Mão na Massa da UPH que, em trinta dias, fizeram a reforma de quase metade do prédio (eximindo a fundação de um gasto de quase R$ 80 mil de mão de obra). Estão previstos, ainda para o ano de 2018, vários cursos abertos a toda a comunidade, tais como: informática, inglês e espanhol, agroecologia,

guia de turismo, fabricação de doces, dentre outros. Está previsto no comodato que a Escola, por meio do seu Diretor e da Fundação, tem total liberdade para preservar e disseminar sua confessionalidade e cosmovisão cristã: realizar cultos, fazer orações, distribuir material evangelístico e também preservar a história do Buriti para a nova geração de alunos. Já no início das aulas, foi firmado um convênio com a Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os alunos foram presenteados com uma Bíblia e a escola ganhou materiais para a biblioteca e para serem usados nas devocionais e momentos específicos que forem planejados. Outros materiais também podem ser solicitados à SBB. Além da aprovação da Assembleia da Fundação para o Comodato, o acordo teve o apoio do presidente do Supremo Concílio da IPB, Rev. Roberto Brasileiro, que acompanhou as negociações e, inclusive, esteve na ocasião com o

governador do Estado de Mato Grosso, Pedro Taques, que, de forma efusiva agradeceu ao nosso presidente pela oportunidade de abertura da Escola junto com a FUEPB e a IPB. Fomos também assessorados pelo Gerente de Responsabilidade Social do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Rev. Joer Correa Batista; o Mackenzie também continuará colaborando com a Fundação em seus demais projetos, que incluem Escola de Música e Projeto de Esportes em geral. O presidente da Fundação, na ocasião da assinatura do comodato, Rev. Djaik Souza Neves, foi convidado pelo Conselho Deliberativo para assumir a direção da nova escola, deixando assim a presidência. Foi escolhida como coordenadora a irmã Rosiley Ferrari, membro da IP do Tijucal em Cuiabá-Mt. Em tempo, ressaltamos que o comodato e a escola que funciona nas dependências da fundação, implicam apenas uma

parte insignificante (04 hectares) do imenso patrimônio que o Buriti possui (3 mil hectares) e, assim, o Conselho Deliberativo continua envidando esforços para a preservação e bom uso do patrimônio para as demais finalidades estatutárias e cooperação para o avanço do Reino de Deus. Além de continuar arrendando algumas pequenas partes de suas terras, alugando suas instalações para eventos, dentre outras atividades, sendo toda a renda voltada para manutenção da instituição, a fundação possui dois ante -projetos de Esportes e de Música a fim de cumprir com sua finalidade social. Ademais, agradecemos à nossa amada IPB e a todos os irmãos que oraram e lutaram conosco para que esta instituição voltasse a cumprir a sua missão. Continuamos contando com as orações e apoio de toda a igreja. Rev. Djaik Souza Neves é o Diretor da Escola Técnica de Buriti e Presidente do Sínodo Centro América


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

13

PRESBITERIANISMO EM FOCO

Alexandre Vinet Marcone de Carvalho

O

movimento reformado tem abrigado, desde os seus primórdios, alguns personagens cuja importância excede suas fronteiras temporais e geográficas. Um deles é Alexandre Rodolphe Vinet (1797-1847), já descrito como “Schleiermacher suíço”, “Pascal protestante” e “o reformador dos tempos modernos”. Segundo J. Baubérot e J-P. Willaime, “é o principal teólogo protestante de língua francesa do século 19”. Vinet nasceu em Ouchy, perto de Lausanne, no Cantão de Vaud, que integra, com os Cantões de Genebra

e Valais, a região de fala francesa que recebeu muitos reformados da França nos séculos 17 e 18. Ele viveu durante a primeira metade dos anos oitocentistas, quando o protestantismo francófono se deparava, por um lado, com a emergência do liberalismo teológico e a crescente laicização da sociedade e, por outro, com a atmosfera de avivamento que se fez notar em Genebra e Vaud entre 1810 e 1830. Essa lufada de frescor, “Le Réveil”, manifestou-se por intermédio de pregadores estrangeiros (R. Wilcox, R.Haldane, H. Drummond), de grupos particulares que funcionavam fora da igreja

oficial (influências do metodismo e do darbismo) e do pietismo dos irmãos morávios. Descendente de reformados franceses, Vinet foi educado com vistas ao ministério pastoral. Estudou letras (1812-1815) e teologia (1815-1817) na Universidade de Lausanne, vindo a ser professor de língua e literatura francesas em Basileia (1817-1837). De temperamento sensível, às vezes vítima de melancolia, lamentava a mera religiosidade tão comum em sua época. Foi ordenado ministro da Igreja Reformada em 1819, mas nunca chegou a exercer o pastorado, embora pregasse frequentemente na Igreja de Basileia. Casouse nesse mesmo ano. Em 1820, sofreu um acidente que comprometeu definitivamente sua saúde. Gravemente enfermo em 1823, experimentou uma decisiva crise espiritual. A partir de então, mais amadurecido e piedoso, e em alguma medida influenciado pelo despertamento espiritual, começou a fazer-se conhecido por seus escritos. Obtém, em 1826, o prêmio da Société de la Morale Chrétienne, de Paris, por seu ensaio Mémoire em faveur de La liberte dês cultes. Colaborador semanal da revista parisiense Le semeur desde 1831, seu nome ganhou projeção no mundo francófono. Educador à frente de seu tempo,

Vinet foi um eloquente pregador e manteve ativa correspondência ao longo da sua vida, sendo conselheiro de muitos escritores. Em 1837, regressou à sua região natalícia para ensinar teologia pastoral na Universidade de Lausanne. Nessa fase, já reconhecido como crítico literário e teólogo, com algumas obras publicadas, Vinet recebeu o título de Doutor honoris causa das faculdades de teologia de Basileia (1837) e Berlim (1846) e passou a exercer forte influência no Cantão de Vaud. Por defender a separação da igreja e do Estado e por participar do movimento que deu origem à Église Évangélique Libre du Canton de Vaud (1845-47), foi demitido da universidade em dezembro de 1846. Cansado e debilitado, faleceu em maio de 1847. Escritor prolífico, a maior parte de sua obra veio a lume após sua morte. Suas ideias foram, até meados do século 20, influentes no mundo protestante francófono e, por meio de traduções, alcançaram o público de língua inglesa. Com exceção do Essai sur La manifestation dês convictions religieuses et sur La séparation de l’Église et de l’État (1842), não deixou tratados teológicos. Era, por excelência, um ensaísta, e a originalidade de seu estilo tem sido atribuída à capacidade de reunir o

Vinet, o mais destacado teologo suico do seculo XIX

legado da literatura francesa e a piedade evangélica. Grosso modo, sua produção se enquadra entre dois eixos: literatura e teologia. Entre 1908 e 1964, a Société d’Édition Vinet publicou sua obra em 30 volumes. Vinet é um pensador cuja teologia escapa à qualquer classificação. Ao mesmo tempo em que foi influenciado pelo movimento avivalista, criticou algumas de suas ênfases e práticas. Filho da Igreja Reformada Suíça, ergueu sua voz contra o fato dela ser uma denominação sob o controle do Estado e foi o principal mentor da Église Libre de Vaud. Saudado como teólogo evangélico em seu tempo, hoje teria alguns de seus pontos de vista reprovados por parte da comunidade protestante. Pouco conhecido fora do mundo francófono e anglo-saxão, a contribuição de Vinet para o campo da teologia pastoral o inclui na lista de autores clássicos. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é pastor da 1a IP de Santiago, Chile, e colunista do Brasil Presbiteriano


Brasil Presbiteriano

14

Junho de 2018

IGREJA PERSEGUIDA

China proíbe venda e acesso à Bíblia online S eguindo novas regras de controle religioso, o governo chinês proibiu no último mês a venda/acesso de Bíblias online. A ação se alinha com um esforço para limitar a influência do cristianismo no país. Entre as principais religiões da China, que incluem o budismo, taoísmo, islamismo e as crenças populares, o cristianismo é o único cujo texto sagrado não poderá ser acessado através de canais online, sendo disponível legalmente apenas em livrarias das igrejas locais.

Desde 2014, o governo chinês vêm colocando em práticas ações de controle religioso, principalmente em relação ao islamismo e cristianismo. Ao mesmo tempo, a política governamental encorajou práticas que considera tradicionais, como a música taoísta, peregrinações religiosas populares e o budismo – definido pelo presidente em vigor como o essencial para a vida cultural e espiritual do povo chinês. A maioria das religiões na China tem crescido. O

número de adeptos do budismo e do taoísmo não foi contado, pois são religiões que não têm listas de membros, mas seu crescimento pode ser observado pelo crescente número de templos: 13.000 templos budistas em 1997 e 1.500 taoístas. Atualmente são 33.500 e 9.000, respectivamente. Nesse mesmo período, o número de católicos no país passou de 4 milhões para 6 milhões, enquanto o protestantismo aumentou de 10 milhões para 38 milhões de adeptos. Os especialistas

Ataques contra igrejas na Indonésia deixam 13 mortos

A

o menos 13 pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas no dia 13/05, em uma série de atentados contra igrejas na Indonésia realizados por seis membros de uma mesma família. O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria das ações. Os atentados foram cometidos em três locais, com dez minutos de intervalo entre eles. A primeira explosão foi registrada às 7h30 (21h30 de sábado em Brasília), relatou a polícia de Surabaya, segunda maior cidade da Indonésia, no leste da Ilha de Java. Um porta-voz da polícia,

Frans Barung Mangera, confirmou que 13 pessoas morreram e 41 ficaram feridas. “Três ataques suicidas” causaram mortos e feridos “entre os guardas das Igrejas e cristãos na cidade de Surabaya”, afirmou um site de propaganda jihadista. Uma família – pai, mãe, dois filhos de 16 e 18 anos, e duas meninas de 9 e 12 anos – é responsável pelo ataque, segundo o chefe da Polícia Nacional, Tito Karnavian. O grupo era ligado ao movimento radical Jemaah Ansharut Daulah (JAD), inspirado no EI. Os ataques foram lançados dias antes do início do

Ramadã (feriado islâmico) na Indonésia, que está em alerta após os atentados registrados nos últimos anos. A polícia desarmou duas bombas que não detonaram na Gereja Pantekosta Pusat Surabaya, a igreja pentecostal do centro da cidade. A intolerância religiosa aumentou nos últimos anos na Indonésia, país onde quase 90% de seus 260 milhões de habitantes são muçulmanos, mas onde também vivem minorias como cristãos, hindus e budistas. Fonte/Adaptado de Estadão Internacional

acreditam que esses números representam apenas metade do real número de protestantes no país, pois o relatório não leva em conta

as igrejas perseguidas que realizam cultos e encontros de maneira clandestina. Adaptado do The New York Times Online

NOTAS

Dia do Jovem Presbiteriano 2018

No dia 19 de maio, mais de mil jovens se reuniram na Universidade Presbiteriana Mackenzie – Campus Higienópolis para comemorarem o Dia do Jovem Presbiteriano (#DJP18). O culto oficial em comemoração ao #DJP18, que teve como tema Para que todos sejam um, aconteceu no Auditório Ruy Barbosa e pregou o Rev. Haveraldo Jr. Além da celebração, o evento contou com oficinas ministradas por capelães da universidade e por membros da diretoria recém-eleita da Confederação Nacional da Mocidade, arrecadação de alimentos e mais de 1400 peças de roupas que serão doadas para instituições e projetos de caridade.


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

15

FÉ CRISTÃ

Não esperemos que o amado se vá! Jaime Marcelino

P

ara mim, uma das coisas intrigantes é a maneira do ser humano guardar para si, somente, seus bons sentimentos sobre os outros. Então, no geral, só quando o Senhor toma para si aqueles pelos quais nutríamos admiração é que deles falamos aos quatro ventos. Ora, bendizer as pessoas que partem desta vida é biblicamente bom. Afinal, o exemplo de Davi o comprova, pois se referiu aos guerreiros Saul e Jônatas, mortos na batalha, como está escrito: “Pranteou Davi a Saul e a Jônatas, seu filho, com esta lamentação, determinando que fosse ensinado aos filhos de Judá o Hino ao

Arco, o qual está escrito no Livro dos Justos. A tua glória, ó Israel, foi morta sobre os teus altos! Como caíram os valentes!” (2Sm 1.17-19) Contudo, não esperemos que aqueles quem amamos se vá para, então, abrirmos nossos lábios honrando-os, sem que eles o saibam! Digo isso, fundamentado na Bíblia que demonstra quanto o Senhor honra os que o amam: “(...) aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos” (1Sm 2.30b). Por isso, o apóstolo Paulo disse aos seus irmãos: “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, prefe-

rindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.9-10). E disse o apóstolo Pedro: “(...) sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança” (1Pe 3.8-9). Devemos atentar para o apelo dirigido aos crentes de Corinto: “Falamos abertamente a vocês, coríntios, e lhes abrimos todo o nosso coração! Não lhes estamos limitando nosso afeto, mas vocês estão limitando o afeto que têm por nós. Numa justa

compensação, falo como a meus filhos, abram também o coração para nós” (2Co 6.11-13 – NVI). Filhos e esposos, considerem, pois, qual deve ser a sua atitude, dia a dia, para com aquela que “edifica a sua casa”, como está escrito: “Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas” (Pr 31.2829). Esposas e esposos, aproveitem enquanto o Senhor os conservar em vida, para dizer um ao outro: Ela: “O seu falar é muitíssimo doce; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu

amado, tal, o meu esposo, ó filhas de Jerusalém” (Ct 5.16). Ele: “Quão formosa e quão aprazível és, ó amor em delícias!” (Ct 7.6). Irmãos e irmãs, sigamos o exemplo de Paulo que se expressou dizendo: “(...) meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor” (Fp 4.1). Desse modo, busquemos honrar aos que nos parecem honráveis, tanto em vida, quanto ao partirem, e, assim, agradaremos ao Senhor, que disse: “(...) amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Jaime Marcelino é pastor da Igreja Presbiteriana Cidade Nova, Manaus, AM

ATÉ O ÚLTIMO POVO

Os mais isolados do mundo no oeste amazônico Aefe Noronha

O

jovem caminhava com sua irmãzinha pela floresta fechada e úmida. O cabelo tinha forma de meia cuia, raspado da metade da cabeça para trás. Estavam cobertos quase que somente por barro, para espantar os mosquitos. O rapaz segurava uma lança com a ponta envenenada, suja também do sangue do macaco que o garoto, orgulhoso da caça, levava

amarrado em suas costas. A menina usava um colorido bracelete de tucum. Caminhavam calmos, enquanto o irmão contava para a irmã o que havia escutado de visitantes matis, na aldeia. Os matis falavam de lugares longínquos, para lá dos rios. Falavam também de uma família de gente branca como a banana, que tinham vindo de longe para morar com eles. Chegaram na aldeia e

entraram na maloca em que moravam com seus pais, tios e primos. Era uma estrutura arredondada feita de paxiúba. Lá dentro eram protegidos do agudo sol do norte do Amazonas. As redes se movimentavam, presas por estacas. Ao lado delas, as poderosas bordunas descansavam também. Foram elas que fizeram seu povo ser nomeado de caceteiros. Eles são os korubo, um dos grupos indígenas mais isolados do mundo.

Vivem no extremo oeste do Amazonas, nas confluências dos rios Ituí e Itaquaí, no Vale do Javari. As estimativas mais otimistas dizem haver mais ou menos quinhentos deles, mas é difícil saber. Vivem de plantar macaxeira, banana, pupunha e milho. Caçam e pescam com zarabatana, arco e flecha, borduna e lança. O jovem rapaz adora tati, uma bebida feita de um tipo de cipó, que diziam

deixá-los fortes para a caça. Eles estão isolados, não apenas do mundo, mas principalmente do evangelho. Não conhecem a Cristo, e sequer sua língua está preparada para ter a Bíblia traduzida, já que ela é apenas falada. Que acha de separar um tempo para orar pelo trabalho missionário entre os korubo? André Filipe (Aefe) Noronha é presbítero da IP de Higienópolis e editor do moravios.org


Brasil Presbiteriano

16

Junho de 2018

REFLEXÃO

A mais alta das autoridades

No BRASIL E NO MUNDO

Antônio Cabrera

U Grupo separatista basco ETA pede desculpas a vítimas antes de dissolução Milhares foram feridos durante mais de 50 anos de campanha violenta para criar um Estado independente no norte da Espanha e no sudoeste da França O grupo militante basco Euskadi Ta Askatasuna (ETA, sigla em basco para País Basco e Liberdade) pediu desculpas nesta sexta-feira pelo mal causado a suas vítimas e familiares durante uma campanha violenta de meio século para criar um Estado independente no norte da Espanha e no sudoeste da França. Espera-se que o grupo anuncie sua dissolução definitiva no início do próximo mês, pouco mais de um ano depois de encerrar sua campanha separatista armada ao entregar suas armas e explosivos. A organização declarou um cessarfogo em 2011 e entregou seus estoques de armas em abril de 2017, colocando fim à última grande insurgência armada da Europa Ocidental. “Estamos cientes de que, durante este longo período de luta armada, provocamos muito sofrimento, inclusive muitos danos para os quais não há solução. Queremos mostrar respeito pelos mortos, pelos feridos e pelas vítimas das ações do ETA… pedimos desculpas sinceras”, informou um comunicado publicado no jornal basco Gara.

O governo espanhol saudou o pedido de desculpas e disse que o grupo foi derrotado “com as armas da democracia”. “As vítimas, sua memória e sua dignidade foram decisivas para derrotar o ETA. O ETA deveria ter se desculpado pelos danos causados de maneira sincera e incondicional muito tempo atrás”, disse o gabinete do primeiroministro Mariano Rajoy. A organização foi fundada em 1959 e surgiu da revolta e da frustração dos bascos, que têm sua própria língua e cultura, com a repressão política do então líder espanhol, o general Francisco Franco. A campanha basca, que incluiu assassinatos políticos e ataques com bomba visando a população geral, escalou nos anos 1960 e enfrentou uma violência recíproca do ditador. (Fonte Reuters e Veja Brasil)

ma vida pode valer a pena se ela se dedica às boas lutas de nossa existência. Neste ponto, tenho sido um ferrenho defensor da ausência do governo na vida dos seus governados. O que o mundo mais precisa é de homens e mulheres que não considerem o governo como a mais alta das autoridades. Frequentemente, essa burocracia anônima toma a forma de uma cruel tirania. Li agora que um tribunal britânico condenou na última instância Alfie Evans, uma criança de 2 anos, portadora de uma grave doença, a morrer. Seus pais simplesmente queriam transferi-lo de um hospital britânico para um hospital italiano para procurar um tratamento experimental. E o sistema judicial bri-

tânico recusou. Na sua decisão, o juiz declarou que os melhores interesses de Evans não são atendidos pelas tentativas de seus pais em salvar sua vida. Em vez disso, o menino seria privado de suporte vital, deixado para morrer sem oxigênio ou água, “representando o último capítulo da vida dessa criança”. Triste! Uma elite burocrática que coloca o controle dos pais abaixo do poder governamental na escala de prioridades não é uma sociedade civilizada. Sim, um capítulo encerrado pela burocracia britânica. Mas não pelos seus pais, aqueles que, em razão dessa decisão, terão de gravar seu epitáfio e visitar seu túmulo. RIP Alfie Evans

O Dr. Antônio Cabrera Mano Filho, presbítero da IP de São José do Rio Preto (SP), foi Ministro da Agricultura do Brasil no governo Collor e é membro do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Aconteceu em Junho 1867 – Primeira partida de futebol na América do Sul. Ela aconteceu em Buenos Aires. 1962 – A Seleção Brasileira de futebol vence a Tchecoslováquia por 3 a 1 e conquista o bicampeonato na Copa do Mundo do Chile. 1990 – O Parlamento da Rússia aprova a Lei de Imprensa e outros meios de comunicação, a primeira que garante a liberdade de imprensa e dos direitos dos jornalistas do país. 1999 – O grupo do G-7 se reúne na cidade alemã de Colônia para aprovar

o perdão de mais de US$ 6,5 bilhões de dívida externa das nações mais pobres e endividadas do planeta. 2013 – Protestos expontâneos ocorridos no Brasil em 2013, conhecidos como Manifestações dos 20 centavos, Manifestações de Junho ou Jornadas de Junho, surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público nas principais capitais. Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tratouse de um momento sociológico, não político.


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

17

PASTORAL

Parousia “Certamente, venho sem demora. Vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20). Aldenir Lopes

A

palavra grega parousia tem vários significados: presença, vinda ou chegada de pessoas. Paulo se alegrou com a chegada de Estéfanas (1Co 16.17) e foi consolado com a parousia (chegada) de Tito (2Co.7.6). Parousia também é usada para a chegada de um imperador, rei, governante ou presidente de uma nação. A vinda de um rei exige que tomemos algumas providências, que tudo esteja preparado para a sua chegada. Nós também, sal-

vos, estamos aguardando a parousia, a vinda, a chegada, a volta da pessoa mais importante que pisou neste planeta, o Rei dos reis, Senhor dos senhores, Criador de tudo. Para tanto precisamos estar preparados. Apocalipse 16.15 nos exorta: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes”. No momento de angústia, opressão, perseguição, Jesus aparecerá. Ele vem como ladrão. A ideia aqui não é de astúcia, sutileza ou enganação. O ponto em destaque é que a segunda

vinda de Jesus será inesperada. A volta de Cristo será gloriosa, visível e vitoriosa. Na volta dele todas as injustiças serão corrigidas. Na sua primeira vinda ele veio como Salvador e continua salvando, mas na segunda ele virá como Juiz de todos. O holandês Louis Berkhof (1837-1957), escritor reformado, afirmou: “Com base nas Escrituras, deve-se afirmar que a Segunda Vinda do Senhor será em um único evento”. Em João 5.28-29, lemos: “Vem a hora em que todos os que se acham nos tú-

mulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo”. E o apóstolo Paulo nos exorta: “O Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para

sempre com o Senhor” (1Ts 4.16-17). Qual deve ser nossa atitude enquanto Jesus não volta para buscar os salvos? Vigiar, estarmos atentos, manter nossas vestes limpas, buscar a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor. “A Salvação tira o homem do mundo, a Santificação tira o mundo do homem” (John Wesley). Façamos a obra de Deus, preguemos a sua Palavra. Estejamos orando sempre e desejando a volta do nosso Amado Salvador. Aldenir Lopes é presbítero da 1ª IP de Taguatinga – DF

MEDITAÇÕES

Cidade de refúgio “Estas cidades vos serão para refúgio do vingador...” (Nm 35.12). Frans Leonard Schalkwijk

U

m dia, no deserto, depois de Israel sair do Egito, uns meninos sairam da tenda para apanhar o maná. De repente, voltaram correndo: Joel tinha brigado com um menino vizinho, que queria roubar sua tijela quase cheia. Tinha dado uma surra no rapaz, que ficou estendido no chão.

Os anciãos decidiram que não havia sido uma tentativa de homicídio, mas Joel teve que pedir perdão, e o pai deveria sacrificar um cordeiro pelo filho. Sairam juntos, Joel carregando a ovelha. Um sacerdote levou-os até ao grande altar. Explicou que Joel deveria colocar suas mãos sobre a cabeça do animal, como se transferisse a sua culpa para o cordeirinho. Feito isto, a

ovelha foi imolada, e podiam voltar para sua tenda. Claro, esse caso é imaginário. Todavia nos admoesta a colocar nossas mãos firmemente sobre o Cordeiro. Aquela ovelha não valia mais do que o menino, porém da mesma maneira que uma cédula monetária aponta para o tesouro nacional, assim a ovelhinha apontava para o Cordeiro de Deus, o Substituto, morto por nossa culpa (1Co 5.7). Os anos se passaram e, agora já na terra prometida, Joel, adulto teve outro

problema. Ao rachar um tronco, o ferro do machado se soltou atingindo seu amigo na cabeça ... Joel, pensando que a ferida seria mortal, fugiu para a cidade de Silo, onde estava o tabernáculo. Entrou ofegante e, agarrando uma das pontas do altar, sabia que, por enquanto, estaria seguro. Quando o caso foi julgado, os juízes concluiram que não havia sido proposital e, seu colega estando vivo, deixaram Joel voltar para casa. Como Joel se refugiou

junto ao altar, segurando um dos chifres (cf. 1Rs 1.50), nós também podemos nos esconder no refúgio ao pé da cruz quando o diabo nos acusa de pecados (Ap 12.10). Finalmente, se Joel morasse longe do tabernáculo, ele podia abrigar-se numa das cidades refúgio, símbolos e extensões do altar do holocausto (Nm 35.11). Assim também o nosso refúgio sempre está perto (Fp 4.5). Extraído de Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.


Brasil Presbiteriano

18

Junho de 2018

VIDA CRISTÃ

A diferença que faz a presença Djaik Souza Neves

Q

uando o Espírito de Deus se retirou de Saul e um espírito maligno o atormentava, um dos seus servos teve a ideia de chamar alguém para tocar uma música e acalmar o rei. Os conselheiros de Saul deviam ter temor de Deus, pois não só perceberam o tormento espiritual do rei, mas também que tanto a música quanto o tocador não poderiam ser qualquer um. Daí a sugestão de um deles: “conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o Senhor é com ele.” (meu destaque). Como o servo de Saul sabia que Deus era com Davi? Não é difícil identificar alguém que toca bem, que seja forte e valente, bom de argumentos e bonito; mas perceber a presença e a benção de Deus sobre alguém é

algo que exige mais percepção. As conjecturas são quase inevitáveis, mas tentarei resistir, visto que, além da falta de evidências mais claras sobre o tema no contexto imediato, o princípio mais fundamental da hermenêutica bíblica nos ensina que a Escritura interpreta a Escritura. E, conquanto os versos próximos digam pouco, o testemunho posterior do “mavioso pastor de Israel” diz muito e as Escrituras ampliam sobremaneira o tema para nossa compreensão. Muito antes, Deus já havia dito a Abraão: “anda na minha presença e sê perfeito”, sem dúvida prevendo a diferença que o seu servo faria como “amigo de Deus” em meio a um mundo pagão e distante do Altíssimo. Séculos mais tarde, Paulo convocou o jovem Timóteo a fazer diferença nos tempos difíceis que marcariam os últimos dias, com o famoso “tu, porém”, que indicava

tanto a fidelidade de Timóteo até ali (“tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança”) como o desafiava à perseverança (“permaneça naquilo que aprendeste e de que foste inteirado”); o que o apóstolo traduziu em termos práticos: “exercita-se pessoalmente na piedade”. José é outro exemplo do bom testemunho que leva outros a perceberem que “o Senhor é conosco”. Tudo em que José colocava a mão prosperava, o que o fez benquisto como escravo e depois mordomo da casa de Potifar, e, mesmo condenado injustamente, ainda próspero na masmorra junto a outros presos, chamando a atenção do carcereiro e dos demais. Mais tarde, diante do discernimento sobrenatural que lhe foi dado, o Faraó não pode encontrar outro homem mais sábio do que ele para governar o Egito: “acharíamos, porventura, homem como este, em

que há o Espírito de Deus”. Não posso deixar de mencionar a diferença que fazemos por andarmos com Deus e, antes disso, por Deus andar conosco. Conforme o livro dos reis de Israel, Eliseu passava pela residência de um casal que o hospedava; após algumas visitas, a esposa resolveu construir um quarto para ele e o motivo expresso por ela é o que nos interessa quanto ao nosso tema: “vejo que este que passa por aqui é santo homem de Deus”. O que ela percebeu, sem dúvida, foi o temor e a piedade do profeta e não deixou de honrá-lo e se alegrar com sua presença. Finalmente, destaca-se nos primeiros discípulos de Jesus o impacto transformador da presença do Mestre com eles. As autoridades judaicas, ao verem homens de cultura comum falarem com tanta intrepidez, não puderam deixar de reconhecer: “estes homens estiveram com Jesus”.

Diante do piedoso Davi, que serviu a sua geração, e da confirmação escriturística de muitos com quem Deus esteve e da diferença que fizeram por conta da “Presença”, não pude deixar de refletir sobre o tipo de testemunho que tenho dado e se aqueles que me conhecem, mais próximos ou mais distantes, com quem me encontro ou que me veem, percebem que “o Senhor é comigo” e se minha existência e caminhada são definidas pela graça e pelo poder dele. Aprouve a Deus nos conscientizar de que, antes de qualquer coisa grandiosa aos olhos humanos, cada um desses homens foi diferente e fez diferença porque “Deus era com eles”. Viveram e foram sustentados por sua confiança dependente no Todo-Poderoso e assim deram “bom testemunho por sua fé”. O Rev. Djaik Souza Neves é Pastor da IP Jardim Guanabara/Cuiabá-MT e Presidente do Sínodo Centro América.

SBB organiza Concurso Literário 2018 para pessoas com deficiência visual

C

om o tema Bíblia Sagrada: o livro da esperança, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) lança o Concurso Literário 2018 – uma das ações comemorativas do Ano da Bíblia no Brasil. O concurso de contos e poesias é voltado exclusivamente a pessoas com deficiência visual, com o objetivo de mobilizar os participantes quanto à importância da Bíblia, estimular a prática da leitura do Livro Sagrado e destacar a relevância dos

valores bíblicos para a família e sociedade, além de promover a autonomia da pessoa cega. As inscrições poderão ser feitas até o dia 10 de agosto pelo e-mail acaosocial@sbb.org.br ou enviadas pelos Correios no seguinte endereço: Sociedade Bíblica do Brasil – Avenida Ceci, 706 – Tamboré – Barueri, SP – 06460-120. O regulamento completo do concurso está disponível no site <www.sbb.org.br>.

Os autores poderão inscrever-se, simultaneamente, nas duas modalidades, contos e poesias, com no máximo, um trabalho em cada. Os textos poderão ser digitados em computador ou escritos à caneta ou em braile. Os prêmios serão entregues em mãos aos ganhadores, por meio de um representante da Secretaria ou Unidade Regional da SBB, no dia 22 de setembro.


Brasil Presbiteriano

Junho de 2018

19

SÉRIE CUIDADOS PARA UMA VIDA FELIZ

Cuidado com os sonhos Cláudio Marra

A

propósito da violência cometida pelo Estado Islâmico, um jornalista escreveu que o erro do Ocidente foi supor que aqueles bárbaros não representam corretamente a fé islâmica, são apenas fanáticos criminosos. Para o jornalista, a fé muçulmana é aquilo mesmo, tem a ver com escravizar, decapitar ou crucificar os inimigos. Isso seria uma expressão legítima do que ensina o livro sagrado daquela religião, tudo muito arcaico e superado pela civilização. Para ele, aliás, todas as religiões são igualmente arcaicas, Deus é arcaico. Nesse caso, por que

jovens de classe média de países supostamente mais civilizados deixaram o conforto de seus lares para fazer parte daquele domínio do terror? O jornalista diz que, depois dos horrores das guerras do século 20, houve um retrocesso e a sociedade deixou o caminho da crença na ciência e no desenvolvimento humano para abraçar soluções religiosas, místicas. A sociedade, sustenta ele, deixou de sonhar. É preciso, porém, ter muito cuidado com os sonhos. Um dia, a humanidade sonhou um impressionante projeto de desenvolvimento e grandeza. Percebendo o potencial da união dos esforços de todos, o homem imaginou a construção de uma

“Cuidado com os sonhos, que eles podem virar pesadelo.”

grande torre, com a cobertura nos céus. Seria o Paraíso perdido, isto é, recuperado, porque na vida comunitária poderiam providenciar tudo de que todos necessitavam e, de quebra, teriam acesso a Deus, que os tinha expulsado do Éden. Quem precisa de Deus,

quando se pode sonhar? Agora não haveria mais limites para tudo o que desejassem fazer. Só que o sonho de Babel, como relatado na Bíblia, em Gênesis 10, não se concretizou. Tudo virou confusão. E a humanidade voltou a sonhar. Nos anos 60 ouvimos falar do flower power, o sonho de uma sociedade sem Deus e sem guerras. John Lennon (1940-1980) o expressou assim: – Imagine que não há nenhum céu (...) nenhum inferno (...) nenhuma religião também, imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz (...) sem ganância ou fome. Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único.

Espero que um dia você se junte a nós, e o mundo será como um só. John Lennon não viveu muito, mas o bastante para reconhecer que “o sonho acabou”, aquele sonho de uma sociedade justa e pacífica sem Deus. Cuidado com os sonhos, que eles podem virar pesadelo. Como o jornalista mencionado, como o pessoal de Babel e como John Lennon, há os que convidam a sonhar com paz sem Deus, “(...) enganando (...) dizendo: Paz, quando não há paz” (Ez 13.10). Cristo é a nossa paz (Ef 2.14). O Rev. Cláudio Marra é o Editor do Currículo Cultura Cristã e autor do livro A Igreja Discipuladora.

PROJETO SARA

À espera de novos pais “Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo SENHOR” (Sl 27.14). Raquel de Paula

A

Congregação Ocian da IP de Praia Grande tem realizado um trabalho de buscar crianças no abrigo da cidade para participarem da ED. Todos os domingos vão à igreja cerca 28 crianças que estão aguardando serem adotadas. A

missionária local, Sueli, e o Rev. Nathan, mantêm esse vínculo com a instituição Serviço de Acolhimento de Crianças e Adolescentes, com muita responsabilidade e compromisso de constantemente trazer essas crianças para conhecerem o amor Deus. No último mês de maio

comemoramos o Dia das Mães e ficamos muitos felizes com todas as mulheres que realizaram esse sonho de ser mãe. Porém, existem muitas mulheres que não conseguiram. Algumas estão na fila para adoção e não sabem quanto tempo essa espera vai demorar. Do outro lado, existem crianças que também estão aguardando o dia de irem para casa, com seus pais. É uma espera difícil. A criança não chega, anos vão

se passando e o sonho não se concretiza. A espera não será de 9 meses, pode durar anos e o casal por vezes fica angustiado e desanimado com essa aparente demora de Deus. A Bíblia, porém, nos ensina a esperar confiantes, animados e fortes pela vontade de Deus que sabe quando a criança irá para o seu novo lar. E nós, como igreja do Senhor, precisamos orar por essas crianças e adolescentes que estão nos abrigos do nosso

país, bem como pelos lares que os receberão. Que Deus continue abençoando esse ministério dos nossos irmãos Rev. Nathan e Sueli, um exemplo e incentivo para que mais igrejas também se disponham a servir a Deus levando a mensagem de amor e esperança a essas crianças, além dos funcionários que as acompanham. Raquel de Paula é membro da IP Praia Grande, SP, e colaboradora do Brasil Presbiteriano.


Brasil Presbiteriano

20

Boa Leitura Faça alguma coisa – Kevin DeYoung

Junho de 2018

Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

Como entender a vontade de Deus para nossa vida? Melhor: por que Deus não revela sua vontade especial para nossa vida? Em Faça alguma coisa, DeYoung nos apresenta a simples resposta para questionamentos que muitas vezes nos perturbam, já que na hora de tomar decisões de maneira piedosa, preferimos ouvir a voz ainda pequena nos dizer o que fazer, do que a voz (em alto e bom som) das Escrituras. Desmascarando maneiras não bíblicas de entender a vontade de Deus, este livro é um apelo para obtermos sabedoria, ser santo, viver livremente e desenvolver um relacionamento profundo com Cristo, para assim entender a boa, perfeita e agradável vontade do Pai para nossas vidas. Como salienta Albert Mohler, presidente do The Southern Baptist Theological Seminary, “o falso entendimento da vontade de Deus infecta muito o cristianismo popular. A igreja precisa de um resgate dessa confusão. Felizmente, Kevin DeYoung oferece isso aqui.” Aconselhamento segundo o evangelho – Robert W. Kellemen Um livro com inúmeros critérios exegéticos, abrangente, que com muita clareza desloca-se da Escritura para a alma e de volta à vida real comunicando a esperança de Cristo aos nossos corações. Um livro que deve estar na estante de todo pastor! A obra de Kellemen desenvolve todos os tópicos de aconselhamento dentro do drama da redenção e na esperança do evangelho, e dirige-se a conselheiros apontando o caminho que devem seguir: andar ao lado de outros com o mesmo evangelho de que todos nós necessitamos desesperadamente. Repleto de critérios bíblicos ricos e

exemplos dos muitos anos de ministério pastoral e de aconselhamento bíblico de Bob, Aconselhamento segundo o evangelho é uma fonte valiosa (e obrigatória) de estudo que beneficiará a todos que anseiam ajudar a outros a viverem com fidelidade alegre ao nosso Deus. Rumo a Canaã – Oren R. Martin

Rumo a Canaã nos apresenta um olhar abrangente sobre a promessa da terra na Bíblia, demonstrando como, dentro do quadro redentor-histórico do plano de Deus, a promessa da terra avança para o lugar do reino que se perdeu no Éden. Para gerar entendimento sobre a terra da promessa no plano redentor de Deus, Oren nos leva a uma viagem do Éden à Nova Jerusalém, apontando que como Gênesis começa com a criação, em que os seres humanos vivem na presença de seu Senhor, Apocalipse termina com uma nova criação ainda mais gloriosa, onde todos os redimidos habitarão com o Senhor e seu Cristo. Dirigindo-se a questões-chave na teologia bíblica, Rumo a Canaã é um esforço criativo para ajudar os cristãos a entender melhor a Escritura.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Amnésia (2000)

Capitão Fantástico (2016)

Intriga Internacional (1959)

Atualmente somos bombardeados por Fake News em nossas redes sociais. Graças a tecnologia e nossa memória capaz de identificar pequenas pontas soltas nessas informações, conseguimos (quase sempre) identificar o que é real daquilo que é inventado para nos manipular. Agora, imagine tentar descobrir o que é falso e verdadeiro quando sua memória é falha? Difícil. Amnésia (2000) nos apresenta a história de Leonard Shelby (Guy Pearce), depois da morte da mulher, fica incapacitado de guardar novas informações em sua memória. Com isso, Leonard passa a tirar fotografias com uma Polaroid a todo tempo, fazendo sempre anotações sobre o que fotografou no verso para que consiga entender tudo o que acontece em sua vida. Pautas interessantes a ser debatidas tendo o filme como pano de fundo: fake news e vingança. Por que nossa natureza pecaminosa a deseja tanto?

Engana-se quem acha que Capitão Fantástico faz parte da lista de filmes de heróis lançados nos últimos anos. O longa de 2016 aborda questões reais e cotidianas como consumismo e criação de filhos. O filme conta a história de dois pais que, preocupados com o rumo do mundo, decidem se isolar no meio do mato. Isolados da vida urbana, eles criam seis filhos, ensinando noções de liberdade e direitos civis, além de técnicas de sobrevivência na selva. Algo que não é muito bem visto pelos avôs das crianças. Capitão Fantástico é divertido, dramático e levanta questionamentos como: criar nossos filhos dentro de uma bolha é realmente a saída ou é melhor deixá-los crescer e aprender com a realidade do mundo? Estar no mundo e viver em uma bolha ou estar no mundo, saber aquilo que nos convém e fazer a diferença?

Intriga Internacional conta a história do publicitário Roger Thornhill (Cary Grant), que é confundido com o agente George Kaplan e sequestrado pelos capangas de Phillip Vandamm (James Mason), que está tentando colocar as mãos em segredos do governo e vem sendo investido pelo agente Kaplan. Depois de escapar e ser desacreditado por todos ao seu redor em relação ao que está acontecendo, Roger tenta descobrir quem é o homem com quem está sendo confundido, mas ele acaba se envolvendo em situações ainda piores, que o fazem ter de fugir não só de Vandamm, mas da polícia também. Intriga Internacional é a história de um homem comum que se vê envolto em acontecimentos muito maiores que ele. Assim como nós, homens comuns envoltos em uma história real muito maior que nós e que nos muda completamente, a história da Salvação.

Curta nossa página no facebook e receba notícias do que está sendo realizado pela IPB.

www.facebook.com/jornal.brasilpresbiteriano


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.