BRASIL PRESBITERIANO - 767 - OUTUBRO DE 2018

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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 58 nº 767 – Outubro de 2018

5° Congresso Nacional de Educação Cristã

Evento reuniu cerca de 500 professores durante o feriado da Independência. O congresso contou com palestras e oficinas que colocavam em foco A verdade na prática - Interpretação, ensino e aplicação da Escritura. Páginas 9, 10 e 11 IX EMOLIM

Missão Caiuá

Com o lema A serviço do índio e para a glória de Deus, a Missão Evangélica Caiuá comemora 90 anos de trabalhos entre os povos indígenas. Página 6

Aniversário da Reforma

Evento organizado pela APMT e JMN aconteceu no dia 15 de setembro em Campinas (SP), com programação voltada para a mobilização da igreja local.

De Genebra para o mundo, a Reforma Calvinista inspirou o protestantismo em toda parte e exerceu poderosa influência no seu desenvolvimento.

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Família e contemporaneidade – Principal núcleo da nossa civilização, a família é o maior desafio cultural da sociedade e que vem sendo bombardeada pelo sistema.

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EDITORIAL

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Enquanto Tutancâmon não vem (ou vai...)

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Bíblia conta que quando os israelitas já eram escravos no Egito havia mais de quatro séculos, “(...) morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó” (Êx 2.23-24). Vejam só. Já naquele tempo, o povo imaginava que a situação melhoraria com a troca de governante. Grande engano. Afinal, alguns faraós tinham se revezado no governo desde o início do cativeiro sem qualquer vantagem para os escravos. E a situação teria continuado igual por outros séculos, mas Deus “lembrou-se de sua aliança”.

Não que ele andasse esquecido, mas foi com base nas suas promessas aos patriarcas que o Senhor decidiu tirar seu povo do Egito. As eleições animam o povo a pensar que “agora vai”. Ou costumava ser assim, mas a corrente falta de opções leva até os mais ingênuos a desconfiar que desta vez teremos mais do mesmo, ou pior. A Bíblia nos orienta a usar “(...) a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm 2.1-2). Para isso não temos de esperar as eleições. Ou não adianta

candidatou-se a um cargo público para mostrar que o crente pode engajar-se na política. Muito bom, mas o brasileiro cristão precisa engajar-se na sociedade em todos os níveis para botar um pouco de cloreto de sódio nessa massa. Começando no condomínio e no bairro, alcançando a escola dos filhos, o local de trabalho, os sindicatos e que associações mais houver. Um dia o crente assim calejado chegará às casas legislativas e ao poder executivo com condições de não nos fazer passar (mais) vergonha. E vamos orando porque, morrendo ou não o faraó, de Deus é que dependemos para ter uma “vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito”.

esperar por elas. Se a malta que se dispõe a ocupar os cargos públicos tem sempre o mesmo perfil, a troca não vai ajudar, como tem ocorrido neste país desde Cabral (o outro...). “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura?” pergunta retoricamente Jó 14.4, e a resposta vem direta: “Ninguém!”. Para haver alguma mudança em nossa sociedade terá de haver algum tempo de investimento saudável em educação e em civismo. Como esse investimento também depende dos mesmos, não reparem se eu me mostrar um pouco cético. A fé tamanho grão de mostarda terá de agir enquanto salgamos a sociedade pelas bordas. Certa vez, um pastor anglicano brasileiro

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Brasil Pres biteriano da Igreja é Presbiter órgão oficial Ano 58 nº 765 – iana do Brasil Agosto de 2018

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Ano 58, nº 767 Outubro de 2018 Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

www.ipb.org.br

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) Alexandre Henrique Moraes de Almeida Anízio Alves Borges Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) Hermisten M. P. Costa José Romeu da Silva Misael Batista do Nascimento Walcyr Gonçalves Conselho Editorial da CEP Março 2018 a março 2020 Antoine Coine Carlos Henrique Machado Cláudio Marra (Presidente) Filipe Fontes Heber Carlos de Campos Jr Marcos André Marques Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho Conselho Editorial do BP Março 2018 a março 2020 Anízio Alves Borges Ciro Aimbiré Moraes Santos Cláudio Marra (Presidente) Clodoaldo Waldemar Furlan Hermisten Maia Pereira da Costa Jailto Lima do Nascimento Natsan Pinheiro Matias Edição e textos Gabriela Cesário E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação Aristides Neto Impressão


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Aniversário da Reforma

A Glória de Cristo como Cabeça da Igreja Hermisten Costa

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glória de Cristo se tornará plena e completa por meio da Igreja, quando ele mesmo consumar a obra, enchendo a igreja e sendo cheio por ela em alegria e amor (Ef 1.23). Jesus Cristo ressurreto evidencia a supremacia do poder do Pai e do Filho, sendo constituído o cabeça sobre todas as coisas e, como evidência disso, o Pai o deu à Igreja (Cl 2.9-10). A Igreja é comandada por Cristo como o cabeça e, ao mesmo tempo tem a sua vitalidade nele como a cabeça. Ele é quem dirige a Igreja e é quem a completa em um Corpo. Aqui temos um sentido escatológico visto que “Cristo não pode ser perfeito como um Cristo místico, a menos que seus membros sejam ressuscitados com ele”. (Thomas Watson, A Fé Cristã, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 351). Quando Paulo usa a metáfora da Igreja como Corpo, aplica a singularidade do nome de Cristo: “(...) assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (1Co 12.12). A força e vitalidade da Igreja estão na cabeça que é Cristo. Paulo não trata da glória da Igreja divorciada da glória de Cristo porque isso seria

impossível. Por isso é que antes de falar da igreja ele já tratou da Pessoa de Cristo (Ef 1.3-13). Sem essa compreensão, a Igreja se perderá em seus descaminhos fruto de uma compreensão errada de sua natureza e propósito. A Igreja está unida a Cristo em uma perpétua união. Por isso, “toda teologia, quando alienada de Cristo, é não só vã e confusa, mas também nociva, enganosa e espúria” (Calvino, Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2015, v. 2 [Jo 14.6], p. 93). Não podemos falar do corpo em detrimento de sua cabeça. Fazer essa separação significa esquartejar o Corpo de Cristo e, consequentemente a Cabeça. Sem Cristo a igreja está morta. Não há vida real fora do cérebro. Do mesmo modo, na Igreja, não há vida fora de Cristo. Não há independência. Tratar da igreja à revelia de Cristo é fazer uma autópsia de um corpo morto. A nossa união não é mecânica, antes, é orgânica e vital. Somos unidos e guiados pelo mesmo Espírito, em um só corpo, cuja cabeça é Cristo. Todas as bênçãos da vida cristã emanam do fato de estarmos unidos a Cristo. Jesus não é uma peça decorativa, antes, dele provém toda glória, poder e autoridade. A criação foi estabelecida nele e para ele (Cl 1.16-18).

Com o pecado, a condição de Cabeça da Criação assume aspecto redentivo. O Senhor que comprou a Igreja com o seu próprio sangue, nos conduz de volta a Deus. Ele mesmo nos comunica as bênçãos adquiridas para nós por meio de sua morte e ressurreição. Todos os servos de Deus,

"...os momentos de maior fortalecimento da Igreja na História sempre estiveram associados à compreensão da natureza gloriosa de Cristo."

por mais proeminentes que sejam ou tenham sido, não têm vida em si mesmos. Independência é morte (Jo 15.1-8). “Nossa verdadeira plenitude e perfeição consiste em estarmos unidos no Corpo de Cristo”, exulta Calvino (Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998 [Ef 4.12], p. 124). Portanto, não podemos separar o que Deus uniu desde a eternidade. A visão correta a respeito da Igreja passa pela compreensão de quem é o Cristo, o Filho de Deus. Por isso, uma Cristologia defei-

tuosa gera uma eclesiologia distante das Escrituras, tão adequável a manipulações estranhas a elas. E, ao mesmo tempo, produz uma visão míope da realidade e de nosso papel na sociedade como povo de Deus. Considerar a Igreja fora de Cristo é um exercício de necropsia, não de teologia. Ao longo da História, a igreja tem enfrentado os mais variados ataques. No entanto, Cristo supre a Igreja com tudo o que é necessário para a sua existência e crescimento. Ele a prepara para os momentos de paz e também para as perseguições. A igreja nunca viveu sem oposição e, paradoxalmente, essa costuma ser a sua melhor fase. Segundo a A Confissão de Westminster, “As igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm degenerado ao ponto de não serem mais igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, haverá sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo” (XXV.5). O Senhor, o único cabeça da igreja a tem preservado, mesmo quando tudo parece perdido, como foi no período que antecedeu à Reforma (1517), durante o Iluminismo na Europa (1650-1800) e mesmo, de forma muito mais sutil, com o ecumenismo nos anos de 1960 e na

falta de sentido de verdade do homem contemporâneo e mesmo em determinados círculos evangélicos. Deus, o Cabeça da Igreja evidencia de forma poderosa o seu governo por meio de uma volta às Escrituras. O Senhor não abandona a sua Igreja a despeito dos mais violentos e sutis ataques de Satanás. Ele está no controle. Portanto, a Igreja que pretende ter outro cabeça não pode ser a verdadeira Igreja de Cristo. Não temos outro chefe ou cabeça, senão a Cristo, o Senhor: “Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser o Papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus” (CFW XXV.6). Isso significa que os momentos de maior fortalecimento da Igreja na História sempre estiveram associados à compreensão da natureza gloriosa de Cristo. Por outro lado, a Igreja entra em profunda decadência espiritual, a sua pregação se desvia das Escrituras, quando ela perde a dimensão da glória, grandeza e singularidade de Jesus. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, ensina teologia no JMC, é membro do CECEP e do Conselho Editorial do Brasil Presbiteriano


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PROFESSOR QUE É PROFESSOR

Métodos didáticos (2) Nesta edição, a décima segunda da série, apresentamos ao professor uma segunda lista de métodos diversos coletados em diversas fontes. Cláudio Marra

Continuando com os métodos. Apresentações – Alguns alunos apresentam materiais ou objetos para outros de modo a lhes permitir compreender melhor o texto bíblico. Brasão – Alunos desenham em forma de brasão três ou quatro figuras que representem aspectos da vida de personagens bíblicos. Colagem – Composição com vários materiais como papel, madeira e tecido colados em uma superfície de modo a ilustrar ou apresentar um conceito bíblico.

Colóquio – Membros de pequenos grupos apresentam perguntas a um indivíduo de referência que não participa da classe. Essa pessoa responde às perguntas e apresenta conteúdo relevante adicional. Debate – Membros da classe recebem pontos de vista opostos sobre assuntos controversos e defendem-nos individualmente ou em grupos. Demonstração – Indivíduos mostram como usar determinada aptidão, e seus observadores treinam o que viram. Diário – Alunos fazem anotações para o diário imaginário de um perso-

nagem bíblico a fim de ter uma percepção mais profunda das atitudes e dos sentimentos do indivíduo que estão estudando. Discussões – Interação entre os membros da classe e o professor em torno de determinado tema. Existem diversas formas de discussão. Dramatização – Alunos dramatizam situações da Bíblia ou da vida com a finalidade de adquirir ou testar seu entendimento das Escrituras e de sua aplicação à vida. Exposições – Alunos examinam objetos e materiais relacionados ao tema da lição.

Investigação – Alunos recebem uma pergunta, um problema, etc., e precisam decidir como lidar com ele. Devem investigar não apenas a solução para o problema, mas também a forma de abordá-lo. Leitura dramatizada – Alunos leem de forma dramatizada textos selecionados das Escrituras ou de um roteiro preparado de antemão. Rabiscos – Alunos interagem com uma canção, uma narrativa, uma palestra, etc., ao esboçar figuras que representem o que ouviram e que os ajudarão a lembrar-se melhor do conteúdo.

Redação – Alunos usam diversos tipos de projetos de redação para ajudá-los a expressar sentimentos, ideias ou considerações acerca do texto bíblico. Revisão desenhada – Crianças fazem desenhos em resposta a perguntas. Símbolos – Alunos usam uma imagem gráfica ou simbólica para expressar sentimentos, ideias, histórias ou objetivos pessoais. Continuaremos com outras sugestões de métodos didáticos na próxima edição. O Rev. Cláudio Marra é autor do livro A Igreja Discipuladora, professor de Homilética e Pregação no JMC e o Editor da Cultura Cristã

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Campanha para restauro da fachada da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro

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ocalizada no centro da cidade, a Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro iniciou projeto de restauração da fachada do templo visando barrar deterioração e desprendimento de elementos arquitetônicos, como arestas, quinas e ornatos. Para isso, a Catedral espera receber doações dedutíveis do Imposto de Renda para realização do restau-

ro, cujo valor total é de R$ 2.158.651,60. A ideia é mobilizar doadores “pessoa física” que podem dispor de até 6% do Imposto de Renda devido até 28 de dezembro de 2018. Para quem tem imposto a restituir, o valor doado será adicionado à restituição do próximo ano; já quem tem a pagar, o valor será subtraído da quantia a ser paga no ano seguinte.

O passo a passo completo sobre como fazer a doação está disponível no site da campanha: www.abrace. catedralrio.org.br. Empresas podem patrocinar o projeto com 100% de isenção fiscal por meio da Lei Rouanet e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e doações diretas na conta da Catedral Presbiteriana também serão muito bem-vindas – infor-

mações no link informado acima. Exemplar de arquitetura religiosa, em estilo neogótico, a Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro foi inaugurada em 1943. Como um inquestionável reconhecimento da sua importância, o Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro (Inepac) tombou a igreja em 2008.

Sua ficha de tombamento assim descreve o prédio e sua relevância: O valor do templo para a sua comunidade religiosa pode ser atestado pela persistência em concluí-la de acordo com o projeto original. A implantação da Catedral em local de grande visibilidade e o estilo neogótico de sua edificação, fazemna um marco da área da Praça Tiradentes.


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VIDA DE OVELHA

Como expressar apreço pelo seu pastor? “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a Palavra de Deus” (Hb 13.7) Valdeci Santos

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onta-se que certa vez John Owen, pastor congregacional, homem admirado por suas habilidades intelectuais como teólogo, exegeta e expositor das Escrituras, disse a um amigo que estaria disposto a trocar todos os seus talentos pela apreciação que a igreja de John Bunyan demonstrava a este. Se essa história é verdadeira, podemos conjecturar duas coisas básicas: (1) Owen se ressentia pela falta de elogios e encorajamentos e/ou (2) a igreja que ele pastoreava não era sábia a ponto de expressar sua apreciação pelo pastor que tinha. A história de Owen continua sendo verdadeira em relação a muitos pastores e igrejas nos dias atuais. Poucas atitudes são mais ofensivas e alimentam mais o descontentamento de um líder que a falta de estima e encorajamento. Poucos deveres são mais negligenciados pela igreja contemporânea que o mandamento bíblico de honrar e apreciar seus líderes (cf. 1Tm 5.17, 1Ts 5.12-13, Hb 13.7 e 17). Mas essa realidade não necessita ser perpetuada. Toda cultura estabelecida pode ser mudada e melhorada à luz das Escrituras.

Dessa forma, é importante que cada membro de uma igreja local aprenda a valorizar e expressar apreço pelo seu pastor. O ministério pastoral vai muito além da mera pregação de sermões e algumas visitas. O pastor é aquele que vela pelas almas e cuida do crescimento espiritual das ovelhas que lhe foram confiadas (cf. At 20.28 e Hb 13.17). Nesse sentido, ele dedica várias horas aconselhando alguns, confrontando outros e mediando situações que ninguém mais parece querer tratar. O pastor orienta casais em situações de separação, adultério, crises e intercede (até com lágrimas) pelas famílias de seu rebanho. De fato, ele se angustia quando um membro da igreja está enfermo fisicamente e se inquieta muito mais quando um deles está doente espiritualmente. Muitas vezes, não se considera como fica o coração de um pastor quando há a necessidade de oficializar um funeral, inclusive de bebês. Ainda assim, nesse momento, ele precisa consolar os aflitos ao redor. Além do mais, o estado emocional desse homem pode ser alterado de um momento para outro, quando logo após um funeral, ele precisa ministrar

um casamento. Quem é suficiente para essas coisas? O fato é que trabalho do pastor é mais difícil do que se pensa. Quando alguém avalia seriamente algumas dificuldades do trabalho pastoral, pode até se questionar o porquê de muitos pastores continuarem nesse ministério. Porém, é fato que pastores fiéis ao Senhor amam o que fazem, pois servem ao rebanho como expressão de sua devoção e amor ao Senhor. A questão não é se os pastores apreciam seu trabalho ou suas ovelhas, e sim que eles também gostariam de ser apreciados e expressar estima é um preceito bíblico para a igreja de Cristo. A Secretaria Nacional de Apoio Pastoral da Igreja Presbiteriana do Brasil gostaria de motivar você a expressar apreço pelo seu pastor atual ou alguém que tenha sido seu pastor no passado. Nesse sentido, os pastores jubilados devem ser especialmente lembrados. Alguns deles nem imaginam como Deus os usou como instrumentos nas mãos do Redentor para abençoar inúmeras vidas, inclusive a sua. Dessa forma, considere algumas sugestões que, apesar de simples, são significativas e podem ser facilmente realizadas. Que o Senhor Deus continue abençoando seu rebanho: pastores e ovelhas!

1. Ore pelo seu pastor – inclua o nome dele e de sua família em suas orações regulares. Ore pela vida emocional, saúde física e sustento espiritual do seu pastor. 2. Escreva cartas ou e-mails de encorajamento para ele – todo pastor gosta de saber como ele foi usado por Deus para abençoar suas ovelhas. Uma boa maneira de registrar essas informações é pela escrita. Nessas cartas ou nesses e-mails podem ser incluídos: a informação pessoal de como ele foi usado por Deus para abençoar sua vida, um verso bíblico de encorajamento e a maneira como você ora por ele. 3. Procure se integrar no trabalho da igreja local – muito do trabalho do pastor seria diminuído se cada membro da igreja se comprometesse com as atividades da mesma. Quando a missão é compartilhada, ela não se torna pesada. 4. Desenvolva um relacionamento pessoal com seu pastor e com a família dele – amizade também é importante para eles. Faça isso individualmente com o pastor, promovendo oportunidade de um diálogo despretensioso, um café talvez. Mas também promova algo com a família, convidando seu pastor para ir até sua casa em determinada ocasião. 5. Fale bem do seu pastor – muitos pastores sofrem pelos comentários maldosos de alguns membros. Há pessoas que parecem focalizar defeitos ao invés de virtudes. Com essa atitude, além de quebrarem o nono mandamento, perdem uma excelente oportunidade de valorizar o pastor que têm. 6. Defenda o seu pastor – as Escrituras ensinam que os pastores devem ter boa reputação (1Tm 3.7). Dessa forma, assuma o compromisso de garantir que a reputação do seu pastor será protegida. Se alguém difamá-lo perto de você, defenda-o e proteja-o dos males de uma língua ferina! 7. Ofereça ajuda com alguma tarefa pessoal que ele tenha – as muitas demandas do ministério acabam contribuindo para que o pastor sempre deixe suas tarefas pessoais ou deveres da casa para depois. Se um membro da igreja se oferece para auxiliá-lo nesse casos, além de uma motivação para ele, pode também ser uma excelente oportunidade para o desenvolvimento da amizade entre vocês. O Rev. Valdeci da Silva Santos é pastor da IP Campo Belo, São Paulo, e Secretário Nacional de Apoio Pastoral.


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MISSÕES

Missão Caiuá – 90 anos Ildemar Berbert

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Missão Evangélica Caiuá comemorou 90 anos de trabalhos entre os povos indígenas em agosto. Para celebrar a data, um dia especial de festividades aconteceu na Sede da Missão Caiuá em Dourados (MT). A história da Missão Caiuá começou no dia 28 de agosto de 1928, no templo da Igreja Metodista Central, em São Paulo. Na ocasião, estiveram presentes representantes de igrejas evangélicas históricas, entre eles Dr. Benjamin H. Hunnicut, da federação de escolas evangélicas, o Rev. Albert Sidney Maxwell, representante da Missão Presbiteriana dos EUA, a East Brasil Mission; o Rev. Alfredo Borges Teixeira, representante da IPI do Brasil; o Rev. Epaminondas Moura, Dr. Elias Escobar Júnior e Dr. Nelson de Araújo, representantes da Igreja Metodista; o Rev. William Kerr, representante da IPB; o Pr. Joaquim da Silveira Bueno, representante da Igreja Batista e Salomão Ferraz, representante da Igreja Episcopal. Com o lema A serviço do índio para a glória de Deus, a preparação para o início dos trabalhos da Missão Caiuá contou com uma diretoria formada por Dr. Elias Escolbar, Presidente; Dr. Benjamim Hunnicut, Secretário Executivo; Dr. Willian Kerr, tesoureiro.

Coreto da Missão na Aldeia Jaguapiru

No final de março de 1929, chegaram em Dourados os primeiros missionários dessa honrada Missão. No dia 15 de abril realizaram o primeiro culto na cidade, e a partir dessa data se estabeleceram definitivamente ali, onde continua até o dia de hoje pregando o evangelho aos indígenas, além de levar saúde e educação. Os missionários, Rev. Beijamin Bernardes, atual Secretário Executivo da Missão, e sua esposa, Dª.

Entrada da Missão Caiuá

Hospital Porta de Esperança

Margarida, são pessoas dedicadas à causa e incansáveis nos trabalhos da Missão em Dourados e Região. Juntamente com eles, há um forte time de missionários e profissionais que trabalham na obra. Hoje soma-se a eles um grande número de indígenas, membros da IP Indígena, e juntos mantêm os trabalhos nas aldeias de Dourados e do Estado do Mato Grosso do Sul. O trabalho realizado na região é responsável pela organização de seis igrejas, vinte congregações em aldeias; formação de missionários indígenas no Centro de Formação; apoio e fundação de escolas infantis e ao Hospital Porta da Esperança, que atende famílias das tribos; além de apoio e incentivo à Igreja Indígena, que completou dez anos e já conta com três pastores, dezoito famílias indígenas e um expressivo número de presbíteros e membros nas comunidades locais, todos engajados na obra do evangelho e no bem estar de nossos irmãos indígenas. Parabenizamos a Missão Evangélica Caiuá pelos seus 90 anos de trabalhos e convocamos todas as igrejas irmãs a orarem pelos povos indígenas, e apoiar as famílias que sofrem os vários males sociais e espirituais nas aldeias. A Deus toda a glória. O Rev. Ildemar Berbert é pastor da IP Central de Dourados e Presidente do Presbitério de Dourados.


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MISSÕES

APMT e JMN organizam IX EMOLIM em Campinas Evento intensivo teve programação voltada para a mobilização da igreja local Pedro Fernandes

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o último sábado, 15, aconteceu o IX EMOLIM – Encontro de Mobilizadores e Líderes de Missões, no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas – SP. O evento foi promovido pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) em parceria da com a Junta de Missões Nacionais. Contou com uma programação completa de capacitação e mobilização para a igreja local, com minicursos, palestras e pregações abertos a todos os públicos. O evento deste ano foi o primeiro a ser realizado em Campinas e contou com mais de 150 participantes, entre líderes, missionários e pastores, em sua maioria. A equipe que trabalhou desde o dia 14, foi formada principalmente por alunos do Curso de Formação Missionária da APMT. A proposta foi, além da motivação e renovação espiritual, contextualizar os líderes de missões e demais envolvidos a respeito do trabalho de mobilização em que as igrejas podem se envolver como parceiras da APMT e JMN. Para isso, foram expostos os panoramas de trabalho e expansão dessas duas organizações da

IPB, a partir de seminários explicativos e testemunhos pessoais de obreiros, mobilizadores e missionários. O encontro contou com a participação do Rev. Marcos Agripino, executivo da APMT, e Rev. Carlos Aranha, secretário executivo da JMN, que informaram os participantes a respeito da atuação e perspectivas de trabalho das organizações no cenário de missões nacionais e internacionais. Essa troca de experiências é muito importante para os missionários e pastores envolvidos com a IPB, uma vez que durante o dia a dia da igreja nem sempre é possível ter um contato direto com o trabalho do missionário no campo. E segundo os organizadores do evento, o objetivo do EMOLIM é promover uma aproximação entre igreja, missionário e agências em prol da ação mobilizadora missionária da IPB. O Diretor do Seminário Presbiteriano do Sul, Rev. Carlos Henrique Machado, ressaltou a importância do contato de alunos de teologia com o contexto missionário. "Se eles não têm o chamado para campos distantes, ao reconhecer que têm o chamado para os campos de Cristo, eles mobilizam sua igreja local", afirmou.

150 participantes de diversos Estados

A mobilização da igreja local foi um dos temas mais presentes no encontro. Se, por um lado, é de extrema importância a capacitação pessoal dos já vocacionados, não se pode ignorar a relevância do despertamento das igrejas locais. Para a organizadora do encontro e missionária de base da APMT, Simone Alvarez, “a ideia é concentrar as pessoas que são envolvidas com missões nas igrejas locais para criar um

Rev. Carlos Aranha, falou sobre os avanços e perspectivas da JMN

diálogo e dar capacitação para que eles continuem”. Os minicursos foram peças chave para essa questão. "Profissionais e Negócios em Missões", conduzido por Paulo Humaitá, e "Vencendo as Barreiras do Departamento de Missões", ministrado por Mauricio Pitorri, são exemplos de temas abordados que estão presentes não apenas no campo, mas também nas igrejas. A sra. Irani Nonato, da IP Central de Ceres, em Goiás, levou 12 horas para chegar ao encontro e participou ativamente de toda a programação. Ao explicar que tinha ido ao EMOLIM para representar sua igreja, ressaltou seu objetivo: "Repassar à igreja o aprendizado que recebi aqui". O encontro serviu também para informar sobre o contexto do cenário missionário global. Para Ana Carolina Assoni, da IP de Higienópolis, em São Paulo, “a igreja tem o dever

de saber o que tem acontecido em missões pelo mundo e o EMOLIM tem esse papel”. O EMOLIM acontece a cada dois anos, para que cada edição seja elaborada a partir dos desdobramentos da mobilização missionária em cada igreja participante. Dessa forma, o evento é sempre atual e contextualizado, oferecendo um conteúdo que faça parte dos desafios que os líderes de missões enfrentam em seus ministérios. Fique atento às informações divulgadas pela APMT e JMN sobre a próxima edição do encontro. É imprescindível que cada igreja da IPB envie seus representantes, a fim de que as informações e desafios apresentados no encontro possam se multiplicar em suas respectivas regiões, e somando forças, seja possível mobilizar as igrejas do Brasil. Pedro Fernandes é colaborador do Depto. de Comunicação da APMT


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ANIVERSÁRIO DA REFORMA

A Reforma Calvinista De Genebra para o mundo

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oão Calvino (15091564) nasceu em Noyon, na França. Declarou-se protestante em 1533, e logo teve de fugir de Paris. Esteve três anos em Basileia, na Suiça, onde publicou As Institutas, que o fez um dos líderes do protestantismo. O livro foi muito útil aos protestantes como instrumento na sua luta para alcançar novos conversos; e também como uma defesa das suas crenças contra as falsas acusações. Certa noite, em Genebra (1536), Guilherme Farel ouviu que Calvino estava na cidade. Os dons de Calvino o tornavam o homem de quem a cidade necessitava. Insistindo, Farel conseguiu que ele se decidisse à grande obra reformadora que ali o esperava. O trabalho de Calvino, porém, fracassou, e a forte oposição resultou em sua expulsão, com Farel. Após três anos em Estrasburgo, os habitantes de Genebra reconheceram sua capacidade e dignidade, insistindo para que ele voltasse. Calvino aceitou e decidiu tornar Genebra uma cidade cristã modelo, dirigida pelo cristianismo, uma fonte de inspiração para o movimento da Reforma. Os meios para atingir seus objetivos foram a

reorganização total da igreja, leis biblicamente orientadas e educação modelo. Obviamente, a igreja de Genebra incluía todos os habitantes. A

pode separar religião e educação. Seus planos resultaram no estabelecimento de um sistema escolar livre e completo, culminando pela Acade-

dos alcançados com dificuldades. A vitória final foi devida parcialmente a muitos protestantes refugiados de perseguições, vindos de outros países,

Calvino inspirou o protestantismo em toda parte e exerceu poderosa influência no seu desenvolvimento.

cidade decidira abraçar o protestantismo, então a reorganização da igreja afetaria toda a cidade. Os planos de Calvino para a igreja incluíam um ministério bem educado e escolhido. Ele cuidou também do rigoroso exercício da disciplina na igreja e da beneficência na cidade. Para Calvino, não se

mia, instituição de grau universitário a que não faltassem os cursos de teologia. Calvino trabalhou vinte e três anos em Genebra. A cidade antes dissoluta tornou-se notável por sua ordem, por sua cultura, por seu cristianismo ardoroso e pelas condições morais excelentes, resulta-

que se tornaram cidadãos de Genebra. Nos últimos nove anos da sua vida, ele foi o governador da cidade. Por sua obra em Genebra, Calvino alcançou três benefícios para o protestantismo em geral. A vida moral da cidade foi um exemplo do que a fé reformada podia reali-

zar, e daí o poder de sua propaganda. Genebra foi a cidadela de refúgio para os perseguidos por causa da Reforma. Para essa cidade livre, veio gente da França, Holanda, Alemanha, Escócia e Inglaterra. Os refugiados nela encontravam um lar apropriado. Foi também um lugar de preparo sólido para os líderes do protestantismo. Na sua Academia e no ambiente da cidade, foram preparados ministros devotados, instruídos e destemidos que se espalharam como missionários da Reforma em seus de origem, fortalecidos por sua estada em Genebra e por seu contato com Calvino. Um deles foi o escocês João Knox, o pai do Presbiterianismo. Pelo testemunho dos refugiados em Genebra e por seus escritos, Calvino inspirou o protestantismo em toda parte e exerceu poderosa influência no seu desenvolvimento. Suas ideias predominaram nos movimentos da Reforma na França, Holanda, Escócia e em muitas partes da Alemanha, como também na Inglaterra. O mundo deve muito aos protestantes, e muito devemos todos a João Calvino. Adaptado de História da Igreja Cristã, de R.H. Nichols, da Cultura Cristã.


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EDUCAÇÃO CRISTÃ

A verdade na prática Interpretação, ensino e aplicação da Escritura

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a noite de quinta-feira (06/09), véspera do feriado da Independência do Brasil, teve início o 5º Congresso Nacional de Educação Cristã da IPB, sob a liderança do Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) da IPB. A abertura do 5º Congresso foi realizada no Auditório Ruy Barbosa da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) com culto em que pregou o Rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio, que levou os presentes a refletirem sobre despertamento e avivamento por meio do genuíno ensino da Palavra de Deus. Ainda na quinta-feira, os congressistas ouviram a primeira palestra do escritor e professor norte-americano Daniel Doriani sobre a importância da interpretação e o modo da aplicação da Palavra na vida e cultura na qual estamos inseridos. Participaram do Congresso cerca de 500 pessoas, representando todas as regiões do país. Também compareceram dois professores enviados de Moçambique (Marcelino e Isaías). As mais de 30 oficinas e palestras voltadas para o desenvolvimento do ensino aconteceram no Prédio 45 do campus Higienópolis da UPM,

Membros do CECEP com Editor, Preletor, Carlos Henrique do SPS e Daniel Santos

e foram momentos de significativos ensinamentos teóricos e práticos. Entre os palestrantes estavam os autores cujos livros foram disponibilizados e autografados: Cláudio Marra (segunda edição de A igreja discipuladora), Daniel Santos (Integridade apesar de tudo), Filipe Fontes (Educação em casa, na igreja, na escola), além de Daniel Doriani (Educação na justiça, Encarnação nos Evangelhos, Mulheres e ministério e O homem segundo o coração de Deus). Após as oficinas, pela manhã e à tarde, o Dr. Daniel Doriani ministrou palestras especiais no auditório da Universidade. O tema A Verdade na Prática foi explorado de maneira excelente visando o crescimento

espiritual e o treinamento dos obreiros presentes. O Coral Intersinodal Majestade participou do Culto de Abertura, sob a competente regência da maestrina Hozéa Strobel. O pastor e musicista Índio Mesquita dirigiu os cânticos nos demais encontros. O encerramento do evento aconteceu na manhã do dia 09/09 com a última palestra de Daniel Doriani. A Editora Cultura Cristã sorteou, no último dia, livros e Bíblias para os participantes. Além disso, um ponto de venda da editora abasteceu os presentes com livros voltados à Educação Cristã e com os lançamentos ocorridos durante o congresso. A TV Mackenzie disponibilizou

Coral Intersinodal Majestade de São Paulo

Presbítero Clodoaldo Furlan, presidente do CECEP, na condução do evento

em seu canal do YouTube (www. youtube.com/user/tvmackenzie97), todas as palestras de Daniel Doriani. Além disso, a agência de comunicação, Candeeiro da Vida (CDV), viabilizou vídeos especiais com os oficineiros, preletores e participantes do eventos, é possível conferir o material em www.youtube. com/watch?v=sOes05_KX3w&list=PLW2pQaRqO8bbds-uCMP7wntvghoSWHUv9. O 6º Congresso Nacional de Educação Cristã deverá ocorrer dentro de dois anos no mesmo local, em data a ser escolhida pelo CECEP. Antes disso, o plano é realizar ano que vem em Florianópolis um congresso regional.


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EDUCAÇÃO CRISTÃ

Roberto Brasileiro, Presidente do Supremo Concílio da IPB, pregando no culto de abertura

O Presbítero Anízio Borges dirige- Roberta Fonseca, Prése ao Congresso adolescentes e Juniores

Profa. Márcia Barbutti - editora do material infantil

Dario Cardoso e o Cuidado das Famílias

O preletor Daniel Doriani

Misael Nascimento dirige devocional

Profa. Sandra Salum, Oficina de Didática

Eduardo Assis e o Currículo Cultura Cristã

Daniel Santos interpreta Daniel Doriani

Wilson do Amaral, Andragogia

Heber Jr interpreta Daniel Doriani

Sandra e Cláudio Marra trazem ao preletor um presente para a sra. Doriani

Profa. Valéria Toledo – classes de a


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JR Vargas e Mídias Sociais

Profa. Flávia Coelho - EBF

José Mauricio Passos e o Culto das Crianças

André Silvério, Classe de Casais

Donizeti Ladeia, Ideologia de Gênero

Jailto Lima, a Vida Devocional do Edaci Camargo e a Organização Professor do Departamento Infantil

adolescentes

Carlos H. Machado e Educação Integrada

Ciro Aimbiré e Os Rumos da ED

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Joel Theodoro, Preparando o Adolescente para a Faculdade

Giuliano Coccaro, Comunicação Contemporânea do Evangelho

O músico Índio Mesquita conduziu os cânticos


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NOTAS

Santidade, sim senhor!

Christofer Cruz

N

os dias 6 a 9 de setembro, a IP Central de Mineiros (GO) realizou mais uma edição do seu acampamento anual de jovens e adolescentes, no Acampamento Presbiteriano Salmo 23, local de retiros pertencente à referida igreja. O evento, cujo tema foi “Santidade, sim senhor!”, teve a participação de jovens e adolescentes de

Mineiros, Portelândia, Rio Verde e Jataí. Com palestras de irmãos da IP Mineiros e do preletor oficial, o Rev. Pedro Silva, da IP de Vila Formosa (Anápolis, GO), os jovens e adolescentes ali reunidos foram instados a observar a ordenança divina da busca diária pela santidade, evidenciando-a nas várias áreas da vida. Além das palestras, uma das noites temáticas foi a Noite

Plantio e Revitalização de Igrejas

do Século 21, na qual os participantes assistiram a uma apresentação e foram instruídos quanto à importância de uma música de qualidade, à luz da visão reformada. Agradecemos a Deus por mais um acampamento, e rogamos as mais ricas bênçãos sobre a vida de cada participante e de cada colaborador. O Rev. Christofer Freitas Oliveira Cruz é pastor-auxiliar na IP de Mineiros (GO).

Esperança para Viver e para Partir

O

rganizada pelo Grupo de Cristãos – São Bernado do Campo (SP), palestra Esperança para Viver e para Partir foi realizada no dia 02 de outubro na Casa do Advogado de São Bernardo do Campo (OAB). Com preleção de Eleny Vassão Aikten, presidente da Associação de Capelania Evangélica Hospitalar e escritora com mais de 20 títulos publicados (entre eles Esperança para Viver e para Partir pela Editora Cultura Cristã), o evento contou com a participação musical de Nathalia Valência. Na ocasião, os presentes ajudaram a Creche Betel com a doação de alimentos não perecíveis.

Rev Ronaldo Lidorio e turma presente no ultimo CFM Mônica Mesquita

E

ntre 10 e 14 de setembro, em São Paulo, o Centro de Formação Missiológica (CFM) da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) realizou seu 12° módulo do ano (de um total de 17), com o tema Plantio e Revitalização de Igrejas. A turma de 30 alunos apreciou os profundos e desafiadores conceitos sobre o assunto apresentados pelo professor do módulo, Rev. Ronaldo Almeida Lidório. O livro-texto foi Plantando

Igrejas, de autoria do professor, relançado neste ano pela Editora Cultura Cristã. A 12º turma do CFM São Paulo se formará em 24 de novembro. Dentre os alunos deste ano, há candidatos em preparo para os seguintes campos missionários: Bolívia, Tadjiquistão, Povos Indígenas, Oriente Médio, Croácia, Moçambique, dentre outros. Além dos módulos em São Paulo, o curso é oferecido desde 2016 no Recife (PE). A Profa. Mônica de Mesquita é coordenadora do curso e missionária da APMT

Conferência de Avivamento e Reforma Espiritual “(...) derramarei água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e minha bênção sobre os teus descendentes” (Is 44.3).

C

om o tema Sedentos pelo Avivamento do Espírito Santo, a Conferência de Avivamento e Reforma Espiritual acontecerá entre os dias 17 e 20 de fevereiro de 2019. O evento está sendo organizado pela IP de Pinheiros, e acontecerá na sede da igreja, localizada em São Paulo (SP). Entre os preletores do evento estão Arival Dias Casimiro, Augustus Nicodemus, Hernandes Dias Lopes, Paulo Júnior e Sang Sub Yoo. Para realizar a inscrição (no valor de R$70,00) basta acessar o link bit.ly/confavivamento2019.


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CRESCIMENTO INTEGRAL

Um novo presbitério no Rio Grande do Sul Daniel Costa

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o dia 17 de agosto de 2018, na cidade de Santa Maria (RS), nasceu o Presbitério Gaúcho (PRGA), com a missão de continuar a pregação do evangelho nas terras dos pampas, plantando igrejas e promovendo o reino de Deus. A história do crescimento do presbiterianismo no Rio Grande do Sul é bem recente, pois durante quase um século a IPB não tencionou trabalhar nesse Estado. Quando finalmente se voltou para o extremo sul do país, em meados da década de 1950, começou a perceber o tamanho do desafio. Apesar das grandes riquezas naturais e dos altos índices de desenvolvimento, educação e cidadania, o Rio Grande do Sul possui tendências religiosas como o cristianismo nominal (catolicismo e luteranismo), paganismo, espiritismo kardecista e principalmen-

te as religiões africanas das matizes do candomblé e umbanda (a maior quantidade de terreiros de macumba, ou de batuque, como é geralmente conhecido, estão hoje no RS). Preocupada com a evangelização naquela região, a IPB tem lutado para recuperar o tempo perdido e avançar diante do enorme desafio de plantar igrejas saudáveis nos 497 municípios do vasto Estado. Para isso, parcerias missionárias foram celebradas e aos poucos temos visto a IPB avançar no solo gaúcho. As primeiras igrejas organizadas no Estado a par-

Santa Maria, RS, onde começamos

tir de 1963 pertenciam ao Presbitério de Florianópolis (SC). Somente em 1991 surge a autonomia gaúcha com a criação do Presbitério Rio Grande do Sul (PRGS) e em 2003 uma parceria da IPB e IRLH (Igreja Reformada Libertada da Holanda) inicia e financia o plantio de até 20 novas igrejas. Em 2010 o PRGS, que possuía 9 igrejas, é desmembrado, criando o Presbitério Vale dos Sinos (PRVS), dividindo assim a missão de evangelização no Estado. Ano seguinte (2011) é criado o Sínodo Sul do Brasil (SSB) contando com o Presbitério Oeste Catarinense (PROC) para somar esforços pelo avanço do reino. Em 2014 o Sínodo Sul do Brasil em parceria com o PMC e IRLH e outros órgãos da IPB, elaborou e aprovou seu planejamento estratégico para o período de 2014 a 2024, estudando as melhores oportunidades e avaliando o trabalho presbiteriano no RS. Desse

estudo acurado e depois de várias reuniões, o Sínodo Sul do Brasil aprovou por unanimidade em maio de 2018 o desmembramento dos presbitérios jurisdicio-

RS, através do plantio de novas igrejas, revitalização e multiplicação de igrejas, compromisso com a evangelização do Estado, investimentos missionários, recrutamento e preparação de obreiros locais para o trabalho, etc. Devemos agradecer ao Senhor por participarmos desse processo de expansão do Reino, e interceder para que o Senhor continue mandando trabalhadores para sua Seara, a fim de vermos as cidades do Rio Grande do Sul sendo tomadas pelo evangelho.

Culto em Ação de Graças pelos 159 anos do Presbiterianismo no Brasil – IP Canoas

nados e criação de mais um Presbitério, que é batizado com o nome que revela sua missão e alvo de expansão: Presbitério Gaúcho. Hoje o presbiterianismo no Rio Grande do Sul possui 35 pontos localizados em 32 das 497 cidades do Estado. Só nos resta glorificar a Deus pelo crescimento do evangelho no

Que essa história do crescimento do presbiterianismo no Rio Grande do Sul sirva, como declara o hino rio-grandense, “de modelo a toda a terra”. Que em cada cidade do Brasil o evangelho avance e o conhecimento do Senhor encha a terra para a sua glória. O Rev. Daniel Alves da Costa é Secretário Executivo do SSB.


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FALECIMENTOS

Dr. Benjamim Spadoni: "Agora Deus pode me levar” Eudóxio Santos Jr.

Dr.

Benjamin Benoni Martins Spadoni faleceu no dia 27 de agosto de 2018, aos 82 anos, no Hospital Presbiteriano Dr. Gordon, onde foi Médico, Cirurgião, Diretor e Administrador. Presbítero Emérito da IP Aliança, foi presidente do Presbitério Sudoeste de Goiás por várias vezes. Um irmão e amigo. A Deus nossa gratidão pela vida do Dr. Benjamin e de sua esposa Dona Nelci, e de seus filhos: Lenise Maria, Bruno, Joel Marcos, Lila Maria e Valdeci e Yara Marília. A toda família, o consolo de Deus. Seu relacionamento com o Hospital Presbiteriano Dr. Gordon iniciou antes mesmo de se formar médico. Em suas férias da faculdade, Benjamin vinha para Rio Verde trabalhar e aprender o ofício de médico com Dr. Gordon e Dr. Carlos Patrício. Logo que se formou em Medicina, pela Universidade Federal do Paraná em dezembro

de 1962, mudou-se para Rio Verde em janeiro de 1963 juntamente com sua esposa Nelci Spadoni para trabalhar no Hospital Evangélico. Nessa época o hospital contava com 20 leitos, divididos em 3 enfermarias: masculina, feminina e pediatria. De 1966 e 1967 foi enviado pela Missão Presbiteriana do Brasil Central ao Saint Francis Hospital in Whichita, Kansas, para estudar Patologia e Citologia. Tal fato foi importante para o Hospital para fortalecer ainda mais os exames realizados no laboratório. No período em que residiu nos EUA, foi aprovado no ECFMG (Educational Commission for Foreign Medical Graduates) exame que habilita o médico estrangeiro a praticar a medicina naquele país. Quando retornou ao HERV, foi professor da Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul por longos anos. Assumiu a Direção do Hospital por 25 anos, alternando-a com os médicos Dr. Paulo de Tárcio Álvares e Dr. José Marques Ferreira. Nesse período foi construída a ala nova do hospital, inaugurada em 15 de dezembro de 1979.

Quando a Missão Presbiteriana do Norte dos Estados Unidos se retirou do Brasil, as doações americanas destinadas ao hospital cessaram e por isso tornouse necessário credenciar o hospital ao INPS e também criar o Serviço Social nos moldes do Hospital São Camilo (SP) e do Hospital Geral de Goiânia. Foi um dos idealizadores e motivador da construção da UTI no hospital. Nos anos que dedicou ao hospital exerceu a Medicina com dignidade e excelência principalmente como Cirurgião, palavra com a qual gostava de se apresentar. Sem dúvida, é difícil separar sua imagem de Médico e Cirurgião. Sua habilidade foi reconhecida pelos colegas, motivo pelo qual o Centro Cirúrgico foi nomeado em sua homenagem. Participou em 1984 do terceiro Encontro de Casais da IP Nacional de Brasilia, DF, e com ajuda de outros casais, em 1986 inicia o Minitério de Encontro de Casais da Primeira IP de Rio Verde, onde foi Presbítero por mais de 35 anos. Foi também presidente do Presbitério Sudoeste de Goiás, por várias vezes,

sempre ajudando e apoiando os pastores e a obra de Deus. Trabalhou no HPDG até 2002, totalizando 39 anos de dedicação exclusiva ao hospital. Diretor Clínico e Administrador do Hospital Evangélico de Rio Verde por mais de 25 anos, dele recebeu o título de Diretor Honorário. Foi membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, assim como anestesista certificado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Foi Diretor Presidente da FESURV e professor de Filosofia no curso de Ciências Contábeis na referida instituição. Mestre em Educação Religiosa pelo Instituto Andrew Jumper da Universidade Presbiteriana Mackenzie, defendeu a dissertação sobre Tratamento da Dependência por Drogas. Foi tutor do curso de Medicina da UniEvangélica em Anápolis, onde também exerceu a Medicina no ambulatório da Missão Vida. Aposentado, voltou para Rio Verde, com esposa e família, e se dedicou a escrever livros, o que levou a publicar O Forasteiro, O Forasteiro 2, Caminhos da Vida, Alcoolismo e Drogas –

Dr. Benjamin Spadoni 1936–2018 Orientações práticas, Pão e Vinho e outros. Em 2016 recebeu da Câmara Municipal de Rio Verde o Título de Cidadão Rio-Verdense, e em 2017 foi eleito Presbítero Emérito pela IP Aliança, Rio Verde, GO. Assim que recebeu o título de Presbítero Emérito disse: “Agora Deus pode me levar”. O Rev. Dr. Eudóxio Santos Jr. é Presidente do Presbitério Sudoeste de Goiás e Capelão do Hospital Presbiteriano Dr. Gordon.

Servo bom e fiel Sílvio Balbino

N

o dia 25.08.2018, nosso Pastor Supremo chamou o amado Presbítero Sérgio de Oliveira à casa eterna. Nosso irmão estava em sua residência em Santo André (SP) quando adormeceu tranquilo nos braços do Pai aos 85 anos de idade. O Sr. Sérgio se converteu na vida adulta por meio do ministério do Rev. Oscar Chaves e desde então combateu o bom

combate, sendo constante e fiel na vida cristã. Foi membro atuante da IP 11 de Junho, Santo André, e um dos fundadores da IP Maranata na mesma cidade, onde também serviu como diácono. Mais recentemente era membro da IP Filadélfia em São Caetano do Sul. O maior destaque da vida de nosso irmão foi sua liderança sensível e amorosa pelo falar e principalmente por seu exemplo de vida. Seus frutos são notórios para os que conviveram

com ele no trabalho secular, na igreja e principalmente em sua própria casa – sua família carinhosa, unida, respeitosa às autoridades, temente a Deus e serva fiel do Senhor. Todos viam nele um modelo a ser seguido pois na sua simplicidade demonstrou o que é o viver cristão em amor e o valor da família para Deus e para a sociedade. Não foram poucos os que o consideravam como um segundo pai ou avô. Deixa sua esposa, nossa

irmã Lourdes Lobato de Oliveira, com quem celebrou 61 anos de casado um mês antes de sua partida. Também deixa as filhas Isabel Cristina e Fátima , os netos Fernanda Cristina e Carlos Eduardo e os agregados Luís Fernando , Felipe e Andreia que o tiveram como pai e avô querido. Também deixa três filhos do coração, José Soares, João Soares e Nilson Baroni, que pela convivência o adotaram como Pai. Nosso irmão deixa muita

saudade pois era muito querido também por irmãos de várias igrejas. Em seu sepultamento muitos desses estiveram presentes, inclusive pastores que o amavam e respeitavam. Que sigamos seu exemplo de diligência, tranquilidade e alegria cristãs. Louvamos ao Senhor pela vida e ministério desse servo fiel. A Deus toda a glória! O Rev. Sílvio Balbino é o pastor da IP Filadélfia de SCS, SP.


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REFLEXÃO

Família e... racismo “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). Antônio Cabrera

A

família é o principal núcleo de nossa civilização e é hoje o nosso maior desafio cultural. Eu diria que a família é o molho secreto do Ocidente. E por isso é bombardeada a todo o momento. A maior ameaça não está nos ataques abertos do marxismo, mas na nossa apatia para com ideias que parecem inofensivas. É o caso de um artigo publicado no The Atlantic com o desavergonhado título “Família”, “Como famílias brancas bem intencionadas podem perpetuar o racismo”. O problema, segunda a

autora, é que amamos os nossos filhos e queremos o melhor para eles. Ela afirma que os pais “usam esses recursos para criar a vida de seus próprios filhos de maneira a dar-lhes a melhor educação, os melhores cuidados de saúde, as melhores coisas”. Enfim, “ser um 'bom pai' significa exatamente isso – fornecer as melhores oportunidades que você puder para o seu próprio filho”. Há até uma foto cativante na matéria. Mas então como eu e você somos racistas? É que esse tipo de vida, diz o artigo, “pode acontecer às custas dos filhos de

outras pessoas”. A solução é que quando você se preocupa menos com seus filhos, você passa a se preocupar mais com o coletivo, a se preocupar mais com os filhos dos outros e com a “justiça social”. Esse é o ponto! Se o marxismo perdeu a guerra econômica, a estra-

tégia agora é que você deve colocar a “igualdade” acima da educação de seus filhos e quem sabe enviar o seu filho para uma escola de alta criminalidade e violência. Essa ideia de que o bem de seus filhos vem às custas dos filhos de outras pessoas é a coisa mais estúpida que já li.

E nada disso tem realmente a ver com racismo. Trata-se de usar a raça como um aríete contra os valores ocidentais e assim o racismo somente será eliminado quando vier a igualdade da “revolução”. Nada é mais profundamente contra a natureza humana do que pedir a um pai que não se importe com o seu próprio filho. Isso é herança dos regimes totalitários. Bem que esses acadêmicos poderiam educar seus filhos, se é que os tem, na Venezuela. Ou em Cuba. O Dr. Antônio Cabrera Mano Filho é presbítero da IP de São José do Rio Preto (SP).

DESAFIO

Transbordar Sérgio Roberto dos Santos

T

ransbordar significa sair das bordas, extravasar, derramar-se, espalhar-se em torno. No sentido figurado significa manifestar-se impetuosamente, ultrapassar os limites estabelecidos. O que tem transbordado do seu coração? Entendo que a ação de transbordar é involuntária, ou seja, é espontânea você não consegue dominar. O

conteúdo do que é transbordado, é próprio de cada pessoa, e espalhar-se, onde cada um está, trazendo consequências diretas. Paulo, o apóstolo, foi transbordante um homem de Deus: • Entregou-se obedientemente ao chamado de Deus, à vontade divina para sua vida. • Amou a Cristo de todo o seu coração. • Cuidou das igrejas por ele estabelecidas como

muito zelo, vendo-as como rebanho comprado pelo sangue de Jesus. • Promoveu a paz entre alguns irmãos. • Resistiu os falsos profetas que queriam corromper o evangelho. • Testemunhou do amor de Deus. • Serviu ao Senhor com toda humildade. • Considerou o ministério mais precioso do que a sua própria vida.

• Suas partidas, após apoio pastoral às igrejas, foram regadas de muita emoção. Era um homem que deixava saudade por onde passava. • Por que tudo isso transbordava naturalmente da vida do apostolo? Porque ele estava cheio delas... Na verdade, ele estava cheio da presença do Espírito, cheio da presença de Cristo, cheio da presença do Pai. Cheio de Deus! Deus transbordava de sua vida e

ultrapassava os limites impostos pela cultura, pela nacionalidade e até pelo diabo. Era algo que ainda que quisesse nem mesmo Paulo conseguiria conter. Veja o que ele diz em 1Timóteo 1.14: “Transbordou (...) em mim, a graça do nosso Senhor”. Minha oração: Transborda em nós Senhor, para que possamos transbordar. O Rev. Sérgio Roberto Bispo dos Santos é pastor da IP de Ourinhos, SP.


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PROJETO SARA

O senhor sabe quando o tempo está favorável "Quanto a mim, porém, Senhor, faço a ti, em tempo favorável, a minha oração. Respondeme, ó Deus, pela riqueza da tua graça; pela tua fidelidade em socorrer" (Sl 69.13) Raquel de Paula

O

Projeto SARA é um desafio de constantemente estarmos orando ao nosso Deus pelos nossos maridos, se estendendo a todos os nossos queridos familiares. O fato é que Deus renova suas misericórdias a cada manhã e nos sustenta com sua graça. Davi se sente sufocado pelo momento de perseguições, angústias e aflições que está vivendo naquela

fase de sua vida, reconhece suas faltas, suas culpas e ainda não pode contar com sua própria família (v.1-8). Mas volta-se para Deus, clama por sua presença e reconhece o senhorio de Cristo. A questão é que o tempo de Deus para nos aliviar dos sofrimentos nem sempre é imediatamente correspondente ao tempo do nosso clamor. Abraão esperou 25 anos pela promessa de que teria um filho (Gn 15.4;

21.1). Entretanto Neemias esteve orando e jejuando alguns meses, enquanto era copeiro do rei, para ir a Jerusalém e reconstruir seus muros (Nm 1.4). Quanto tempo estamos dispostos a esperar no Senhor a sua vontade? Dias, meses ou anos.... Por vezes, oramos e já queremos a resposta. Jejuamos uma só vez e achamos que é o suficiente. Mas o detalhe da atitude de Neemias é que ele esteve orando e jejuando. Não foi somente uma vez. Davi faz sua oração e aguarda o tempo favorável do Senhor, porque ele reconhece que Deus é quem sabe o melhor momento para nos dar aquilo de que precisamos.

Estamos diante do nosso Deus, que pode nos dar muito mais do que pedimos ou pensamos. Precisamos aguardar bons tempos, conforme o seu poder que opera em nós (Ef 3.20-21). O desafio é estarmos em constante oração, com súplicas, orações, intercessões e ações de graças, em favor de todos os homens... para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador (1Tm 2.1-3). Não bastar sabermos e conhecermos essas verdades bíblicas e promessas maravilhosas do nosso Senhor. É necessário buscarmos ao Senhor cons-

tantemente, dependermos de fato de seus cuidados e direcionamentos no nosso dia-a-dia, para vivermos de modo digno do evangelho a que fomos chamados, para honra e glória do nosso Deus. Oremos diariamente, sem cessar, sem esmorecer pelos nossos maridos e por nossas famílias. Oremos pelas famílias de nossas igrejas e irmãos em Cristo. Oremos pelas famílias de nosso país. A nossa esperança está em Deus, que realiza todos os seus desígnios e sua vontade soberana, que é boa, agradável e perfeita. Raquel de Paula é membro da IP Praia Grande, SP, e colaboradora do Brasil Presbiteriano.

VIDA CRISTÃ

O gracioso paradoxo da missão Djaik Souza Neves

M

esmo após a ressurreição, os discípulos insistiram na falta de entendimento da sua missão e também foram reincidentes quanto à fragilidade de sua fé. Repetidamente, eles duvidaram dos relatos da ressurreição do Senhor. Ainda expressavam um equivocado anseio por um reino visível e mundano, em vez de espiritual e eterno, como Jesus já havia ensinado. Em Marcos 16, especialmente, temos uma triste se-

quência de dúvidas e incredulidade, mesmo diante do testemunho e da evidência. As mulheres que chegaram ao túmulo primeiro, lá não foram por crerem na ressurreição, mas para cuidarem do corpo do Salvador e a apreensão quanto a quem removeria a pedra comprova sua descrença. Mesmo depois de se encontrarem com o anjo e serem orientadas a avisar os demais, não o fizeram por medo. Maria Madalena foi a primeira a ser encontrada pelo Jesus ressurreto e ela mesma se encarregou de relatar

aos demais discípulos, mas eles, chorosos e tristes, não lhe deram crédito. Os outros dois discípulos, a quem Jesus apareceu no caminho de Emaus, logo retornaram a Jerusalém e anunciaram a boa nova aos amedrontados discípulos. Ainda assim eles não creram. Finalmente, o próprio Jesus apareceu aos onze e os repreendeu por não crerem e por sua dureza de coração. De acordo com Lucas, não foi só o famoso incrédulo Tomé que Jesus convidou a apalpá-lo e precisou vê-lo comer um pedaço de peixe

e mel a fim de vencer-lhes a falta de fé. O evangelista Mateus também narra que, dentre “os onze” que se encontraram com ele na Galileia, alguns o adoraram, mas outros também duvidaram. Ainda assim, foi para esses líderes e discípulos “lerdos para crer”, infiéis e desqualificados que ele pronunciou o “ide, fazei discípulos”. Nesse aspecto, Marcos e Lucas se mostram mais sinóticos do que nunca, e ambos parecem fazer questão de demonstrar que foi aos medrosos, fracos e “incrédulos” discípulos que ele confiou a grande obra de

impactar o mundo com o evangelho da graça de Deus (Mc 15.12-15; Mt 28.16-20). Louvado seja o Senhor porque, além de nos alcançar quando sequer o desejávamos e, muito menos ainda, o merecíamos, combinando com seu modus operandi de agir com graça, Deus está disposto a nos usar para que, no poder da ressurreição do Redentor e do seu Espírito, testemunhemos de Jesus, conduzindo muitos à sua presença. O Rev. Djaik Souza Neves é Pastor da IP Jardim Guanabara/Cuiabá-MT e Presidente do Sínodo Centro América.


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SÉRIE CUIDADOS PARA UMA VIDA FELIZ

Cuidado com o medo Cláudio Marra

O

medo pode salvar vidas. Medo de perigos concretos que leva alguém a ser cauteloso. Outros medos são pura insegurança. O Egito escravizou Israel por medo. Os israelitas causaram uma explosão demográfica que assustou o Faraó (Êx 1.7). Ele imaginou aquela gente se aliando a invasores e lutando contra o Egito. Sua suspeita era razoável. Era preciso prevenir e daí veio a ideia de escravizar os hebreus antes que fosse tarde. A falta de fé alimentou o medo no caso dos homens enviados por Josué para conferir Canaã. O tamanho da moçada canaanita

os assustou e, com exceção de Calebe e Josué, votaram contra a ocupação (Nm 13.27-33). Esse medo – humanamente razoável, mas infundado em face das promessas divinas – causou um atraso de 40 anos. Falta de fé também alimentou o medo no caso dos discípulos de Jesus em meio à tempestade. Ele estava dormindo, mas eles o acordaram apavorados: "Mestre, não te importa que pereçamos?" Jesus acalmou o vento e o mar e lhes perguntou por que estavam com tanto medo. “Como é que não tendes fé?" Ele os tinha convidado a passar para a outra margem, não para o fundo do mar (Mc 4.3540). Mais tarde o medo bateu de novo. Jesus já

havia saído da sepultura, mas eles estavam escondidos, trancados, com medo dos judeus (Jo 20.19). Davi – que na adolescência enfrentou perigos concretos, animais ferozes que ameaçavam o rebanho e um gigante de 2,90m que ameaçava Israel – experimentou às vezes um medo enorme: “Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me salteiam; temor e tremor me sobrevêm, e o horror se apodera de mim” (Sl 55.45). O que fez diferença, porém, foi precisamente a fé: “O Senhor está comigo, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Sl 118.6). O medo bate em todos, inclusive em quem menos esperamos. Foi o caso

de José de Arimateia. O homem era autoridade entre seu povo, muito rico, membro do Sinédrio, a assembleia mais elevada dos judeus, mas “(...) era discípulo de Jesus (...) ocultamente pelo receio que tinha dos judeus” (Jo 19.38). Que lamentável. A favor dele, porém, vamos lembrar que sua fé o transformou. Após a crucificação de seu Mestre, José de Arimateia “dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus (Mt 15.43). O medo era generalizado. Jesus sempre esteve no controle da situação (Mt 26.53; Jo 10.17-18), mas pode-se dizer que quem o matou foi o medo. O procurador romano temia as autoridades religiosas

judaicas, que poderiam acusá-lo de não ser amigo de César se ele se recusasse a condenar o “rei dos judeus” (Jo 19.12). As autoridades religiosas judaicas temiam o Império Romano, que poderia tirar os seus privilégios se ocorresse um levante provocado por um agitador. Você terá motivos racionais para ter medo, mas tome providências razoáveis e ore com a Escritura: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?” (Sl 27.1). E você testemunhará: “Busquei o Senhor, e ele me respondeu; livroume de todos os meus temores” (Sl 34.4). O Rev. Cláudio Marra é o Editor do Currículo Cultura Cristã e autor do livro A Igreja Discipuladora.

IGREJA PERSEGUIDA

Pesquisa revela: mais de 200 milhões de cristãos são perseguidos nos mundo

P

ortas Abertas é uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos. Ela faz isso desde a década de 1970, e anualmente divulga a Lista Mundial de Perseguição com o intuito de rastrear e medir a extensão da perseguição cristã no mundo. Os critérios de avaliação da lista incluem os seguintes aspectos: Individualidade, se a pessoa tem

a liberdade de escolher a religião que quer seguir ou não; Família, se a perseguição vem por meio de parentes que insistem que o cristão volte à antiga fé; Comunidade, observa se o cristão sofre pressão por meio de atitudes preconceituosas, leis e cultura na qual está inserido; Nação, quando não há leis que garantem a liberdade de culto e de prática da fé; Igreja, avalia se há impedimentos para registrar e cons-

truir igrejas e realizar atividades comunitárias. Violência não é a forma predominante e mais invasiva de perseguição, afinal, a opressão muitas vezes tem efeito ainda mais devastador do que atos de violência física. O dia 27 de maio de 2018 foi marcado como o Domingo da Igreja Perseguida, iniciativa da Portas Abertas para conscientizar e motivar a igreja brasileira a agir

sobre esta situação e orar pelos 200 milhões de cristãos perseguidos no mundo, principalmente nos 10 países listados abaixo: 1º Coreia do Norte; 2º Afeganistão; 3º Somália; 4º Sudão; 5º Paquistão; 6º Eritreia; 7º Líbia ; 8º Iraque; 9º Iêmen; 10º Irã. Na Lista Mundial da Perseguição encontramos também dois países da América Latina, sendo eles México (39º) e Colômbia (49º). Ore pela igreja perseguida.


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EXEMPLOS DE FÉ

Aconteceu em Outubro

Febe Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à Igreja de Cencreia (Rm 16.1). Aldenir Lopes de Oliveira

F

ebe não era judia e sim de origem gentílica, provavelmente grega. Neste texto, Paulo elenca grandes verdades e preciosos ensinamentos. Em Romanos 16, a partir de meros nomes, encontramos grandes tesouros. O último capítulo de Romanos estimula os relacionamentos pessoais de amor na Igreja. Vejamos dois ensinamentos: I – FEBE É NOSSA IRMÃ (1a) – “Recomendovos a nossa irmã Febe” O tratamento que Paulo dá a Febe é igual para todos: “Nossa irmã”. Essa mulher distinta é nossa irmã em Cristo, logo é filha adotiva do Pai. Tanto é verdade que o capítulo 16 de Romanos é iniciado com uma mulher honrada. Calvino, Moody e John Stott concordam que foi ela quem levou a carta de Romanos à Igreja de Roma. Viajou mais de 1000 km de Cencreia a Roma para isso. Logo, para os romanos, Febe foi importantíssima e recebeu uma missão de muita responsabilidade. Nossa irmã em Cristo – esse tratamento afetuoso de Paulo é usado para com seus colaboradores. Irmão, no grego é adelphós e refere-se aqui a pessoas que professam a mesma fé em Cristo. Indica também: amor mútuo, compromisso, compaixão, misericórdia, respeito por aque-

les que confiam em Jesus. Em Romanos 12.10 lemos: Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal. II – FEBE É SERVA(1b) – “Febe, que está servindo à Igreja de Cencreia.” Paulo sabe o que é servir. Além de teórico, é prático. Inicia a carta afirmando: Paulo servo de Jesus Cristo (Rm.1.1). Em Romanos 16 ele relaciona mais nove mulheres cooperadoras, incluindo Febe. Durante o seu ministério, várias mulheres o ajudaram e estenderam-lhe a mão. Lídia, comerciante, temente a Deus, depois que ela e toda sua família foram batizadas, hospedou Paulo em sua casa. Áquila e Priscila também o hospedaram. Febe servia a Deus, ao próximo, à Igreja em Cencreia e apoiou o apóstolo. Precisamos ter a disposição que essa irmã teve. Seus pés estavam firmados na terra, e sua mente e coração conectados ao céu. Suas mãos estavam abertas para abençoar o próximo em suas necessidades. Charles Erdman afirma que Febe era uma mulher rica, mas suas finanças não eram só para o seu bem-estar. Também serviam para socorrer o próximo e ajudar a Igreja. Jesus disse em Mateus 6.19-21: Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, mas ajuntai tesouros no céu, onde a ferrugem não corrói,

e ladrões não roubam. Essa mulher extraordinária ia à Igreja para adorar a Deus e saía para servir ao próximo. Febe era uma serva comprometida com Deus, com a Igreja e com os necessitados. Ela usava suas finanças para apoiar a Igreja e os irmãos. Mulher altruísta e desapegada das coisas materiais. Em 2017, um terremoto atingiu o México, mais de 300 pessoas morreram e muitos ficaram desabrigados. A IPB, por meio do Conselho de Ação Social (CAS), deflagrou o SOS México e se mobilizou para socorrer as vítimas, manifestando solidariedade aos mexicanos; disponibilizou uma verba para compra de cestas básicas, produtos de limpeza, água, colchões, cobertores, etc. Essa ação só foi possível porque as igrejas enviam o dízimo mensalmente ao Supremo Concílio. Naquela oportunidade, a IPB teve o privilégio de ser usada para atender ao ensinamento de Lucas, que afirmou em Atos 20.35: Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber. Que o exemplo da irmã Febe continue motivando nossas vidas, a sermos fiéis a Jesus em tudo. Aldenir Lopes de Oliveira é presbítero da 1ª IP de Taguatinga – DF

1517 – No dia 31 de outubro, Martinho Lutero fixou na porta da Igreja do Castelo as 95 teses para debate sobre certas práticas da Igreja Católica, dando início ao movimento da Reforma Protestante. Em 2017, a Reforma completou 500 anos. 1879 – Em 21 de outubro, Thomas Edison apresentou a lâmpada elétrica, feita com filamento de carvão, que ficou acesa por 45 horas. Sua invenção vinha de seu desejo de fazer pequenas lâmpadas que pudessem ser usadas no lar, como um substituto do gás, principal meio de iluminação naquele tempo. 1906 – O brasileiro Santos Dumont realiza em Paris um vôo de 70 metros, com o 14-Bis, avião construído por ele. Sua vantagem sobre os norte-americanos irmãos Wright, tidos como os pais da aviação, foi que seu 14-Bis decolou regularmente, enquanto o aparelho dos Wright foi catapultado. 1928 – O dirigível alemão Conde Zeppelin levanta vôo para a primeira viagem aos Estados Unidos. Em uma viagem que durou 111 horas, praticamente quatro dias e meio, o balão fez o percurso de Friedrichshafen, na Alemanha, até Nova York. 1930 – A Revolução de 30 culmina com a deposição do presidente Washington Luís, encerrando o período da República Velha. 1931 – Em 12 de outubro, a estátua do Cristo Redentor é inaugurada no Corcovado, no Rio de Janeiro. 1955 – Em 11 de outubro, D. Nady (Secretária Geral da SAF em 1955) comemorou seu aniversário oferecendo um presente à mulher presbiteriana: um boletim informativo em formato de revista. É por isso que comemoramos o Dia da SAF em Revista todo 11 de outubro. D. Nady, Celso Werner e Ailton Rodrigues foram os responsáveis pela edição e distribuição da revista até 1960. A partir de 1961, e por determinação do Supremo Concílio, a CEP passou a ser a responsável pela administração, publicação e distribuição da revista, enquanto a edição continuou com a liderança do trabalho feminino nacional, como ainda é. 1957 – Em 4 de outubro, a URSS surpreendeu o mundo ao lançar o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1. A esfera de metal, do tamanho de uma bola de praia, tinha quatro antenas que transmitiam sinais de rádio, inclusive um bip contínuo. Ficou 96 dias em órbita e incendiou-se no retorno à Terra. 1962 – No dia 28 de outubro, o chefe de Estado e comunista Nikita Khruchov cedeu à pressão norte-americana, retirando de Cuba os mísseis e admitindo uma inspeção da ONU. Kennedy garantiu que não faria novas tentativas de invasão a Cuba. A crise foi a maior demonstração de força da administração de Kennedy. 1994 – Em 14 de outubro, três dos maiores representantes políticos de seus países receberam o Nobel da Paz. Shimon Peres e Yitzhak Rabin, de Israel e Yasser Arafat, da Palestina. 1988 – No dia 5 de outubro, o presidente da Assembléia Nacional Constituinte Ulysses Guimarães promulga a nova Constituição brasileira. 1999 – Nasce o indivíduo seis bilhões do planeta Terra. 2001 – Estados Unidos e Reino Unido iniciam ataques contra o Afeganistão, em represália aos atentados contra o World Trade Center, de Nova York com ataques a Kabul, Jalalabad e Kandahar.


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PRESBITERIANISMO EM FOCO

Toyohiko Kagawa Marcone Carvalho

“A

póstolo do amor”, “São Francisco do Japão”, “Santo protestante”, “Schweitzer japonês”. Esses foram alguns dos apelidos dados ao presbiteriano Toyohiko Kagawa. Trata-se de um dos religiosos mais influentes no século 20, internacionalmente reconhecido e respeitado por suas ideias, piedade e altruísmo. Kagawa foi um evangelista, líder cristão e reformador social duas vezes indicado ao Nobel de Literatura (1947-1948) e quatro vezes ao Nobel da Paz (195456 e 1960). Nascido em Kobe (1888), desde cedo teve que acostumar-se ao luto, ao sofrimento e à solidão. Filho bastardo de um influente homem de negócios, ficou órfão de pai e mãe aos 4 anos. Foi criado pela madrasta, em um ambiente carregado de hostilidade e tratamento abusivo. Educado em uma escola protestante, conheceu a Cristo aos 15 anos por intermédio dos missionários presbiterianos Harry W. Myers e Charles A. Logan. O próprio Kagawa narra como foi sua conversão: “É verdade que homens cruéis perseguiram Jesus, bateram nele, cuspiram na sua cara?” “É verdade”, disse Myers. “É verdade que, quando morreu na cruz, perdoou a todos os que lhe tinham feito mal?” “É verda-

de”, afirmou Myers. “Que eu seja capaz de imitar Jesus Cristo!”, declarou Kagawa, ajoelhado e com o rosto por terra. Convertido, foi renegado por sua família. Acolhido pelos missionários, o menino japonês foi profundamente tocado pela piedade deles. Anos depois, disse: “Não foi só a Bíblia que me ensinou o que o cristianismo significa, mas o amor presente em seus lares”. Disposto a ser pastor, Kagawa realizou seus estudos teológicos na Universidade Meiji Gakuin (Tóquio) e no Seminário Presbiteriano (Kobe), formando-se em 1911. Em 1909, sensibilizado pela pobreza que assolava grande parte da população, decidiu ser missionário entre os mendigos, prostitutas e desempregados. Instalado em uma pequena barraca e, vivendo na periferia da cidade, pôde pregar-lhes o evangelho e ajudá-los em suas dificuldades. Casouse em 1914 e, nesse mesmo ano, mudou-se para os EUA, onde, no Princeton Theological Seminary, estudou técnicas de combate à pobreza. Durante esse período, também estudou embriologia, genética, anatomia e paleontologia em centros universitários da região. Ao regressar ao Japão, dedicou-se à filantropia, ao ativismo político e à educação cristã, sem jamais dissociar sua pregação da prática de

Toyohiko Kagawa – 1888-1960

boas obras e da justiça social. Em 1919, Kagawa foi ordenado pastor pela Igreja de Cristo no Japão, denominação que havia sido fundada pelos missionários presbiterianos. Ainda em 1919, organizou a Federação Japonesa do Trabalho. Viveu na periferia de Kobe até 1924 e foi um dos membros fundadores do Partido Socialista. Líder do movimento sindical, testemunhou, em 1925, o governo reconhecer o direito de existência dos sindicatos e, em 1926, a promulgação da lei que aboliu a vida em barracos e lugares indignos. Viajou por todo o Japão, reivindicando melhores condições aos trabalhadores e organizando cooperativas, sindicatos, igrejas, escolas e hospitais. A partir de então e pelas décadas seguintes, devi-

do à sua capacidade de liderança, inteligência, escritos e ativismo político, constituiu-se em uma das vozes mais influentes em seu país e um grande promotor do ecumenismo protestante. Em 1932, o missionário batista William Axling escreveu sua biografia (Kagawa), fato que foi determinante para projetá-lo internacionalmente. Reconhecido como evangelista e reformador social, despertou a atenção do mundo ocidental, com vários de seus livros traduzidos a outros idiomas. Ao todo, em suas conferências na Europa e EUA, estima-se que tenha falado a mais de um milhão de pessoas. Prolífico escritor, Kagawa é autor de 169 livros. Eis alguns lançados em inglês: Antes do amanhecer

(sua autobiografia), Cristo e o Japão, A canção das favelas, Economia da fraternidade, Eis o homem, Amor: a lei da vida e Propósito cósmico. Suas obras abordam uma variada gama de temas, e guardam relação com diferentes disciplinas (sociologia, economia, filosofia, religiosidade e literatura). Pacifista inveterado, em 1940, organizou a Liga Anti-guerra, que promoveu uma corrente internacional de oração e que contou com o apoio de renomados líderes protestantes, tais como Stanley Jones. Após a II Guerra, muito trabalhou pelo estabelecimento de cooperativas e pela paz mundial. Seus últimos anos foram prejudicados devido à sua precária saúde. Hospitalizado, suas últimas palavras aos que o rodeavam foram: “Por favor, façam o seu melhor pela paz mundial e pela igreja no Japão”. Seu falecimento, em 1960, foi lamentado por pessoas das mais diversas expressões religiosas. Após sua morte, o Imperador conferiu-lhe a Ordem do Tesouro Sagrado, uma das mais altas condecorações que um cidadão japonês pode receber. “Oh, Deus, faz-me semelhante a Cristo”, disse uma vez Toyohiko Kagawa. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é pastor da 1ª IP de Santiago, Chile, e colunista do Brasil Presbiteriano.


Brasil Presbiteriano

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Boa Leitura Mulheres e Ministério – Dan Doriani

Daniel Doriani foi o preletor do 5º Congresso Nacional de Educação Cristã da IPB, organizado pelo CECEP, e expôs princípios acerca da aplicação da Palavra, de seu livro A Verdade na Prática (também publicado pela Editora Cultura Cristã). Sempre muito atual, em Mulheres e Ministério Doriani analisa as bases bíblicas e históricas para os papéis de homens e mulheres na igreja. Tendo como pontapé o questionamento “Deus amou as mulheres o suficiente para enviar seu Filho para viver e morrer e viver novamente por elas, mas o que isso significa para os que ministram às mulheres?”, o autor oferece um guia prático sobre as muitas maneiras pelas quais as mulheres podem servir hoje na igreja. Doriani traz luz aos pastores, líderes de igreja e especialmente para mulheres que desejam usar seus dons espirituais para o avanço do reino de Deus. O Sentido do Texto – David M. Howard Jr. e Michael A. Grisanti (organizadores)

Lançamento da Editora Cultura Cristã, O Sentido do Texto nos apresenta uma coleção de ensaios que abrange os quatro principais períodos da história de Israel

com o intuito de nos ajudar a compreender e usar textos do Antigo Testamento. Para isso, os organizadores da obra, David M. Howard Jr. e Michael A. Grisanti, especialistas do Antigo Testamento, exploram as dimensões teológicas, literárias, históricas e arqueológicas de cada época para nos fazer entender os ensaios apresentados e destacando a atividade interpretativa envolvida na busca do sentido. A obra é de leitura imprescindível para os líderes cristãos, pois oferece insights que os auxiliarão a explicar claramente o que a Palavra de Deus está dizendo. Algo que vale não apenas para os textos históricos do Antigo Testamento, mas para qualquer outra parte das Escrituras e suas leis.

Outubro de 2018

Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

Atos dos Apóstolos – J.B Lightfoot/ Organizadores: Ben Witherington III e Todd D. Still

Joseph Barber Lightfoot (1828–1889) foi um erudito inglês, teólogo, professor e pregador que se mostra um tutor contemporâneo. Seus escritos incluem ensaios sobre a Palavra e história, comentários sobre cartas paulinas e estudos sobre os Pais Apostólicos, bem como quatro volumes de sermões postumamente publicados. Publicado pela Editora Cultura Cristã, Atos dos Apóstolos nos apresenta um comentário recém-descoberto sobre o livros de Atos que difere de qualquer material da atualidade sobre a carta paulina, pois conta com o conhecimento enciclopédico de Lightfoot da literatura grega antiga, um conhecimento provavelmente inigualável até os dias de hoje por qualquer expositor do Novo Testamento. Afinal, J.B Lightfoot era um léxico ambulante de todo tipo de literatura grega, e não era incomum ser capaz de citar paralelos definitivos a usos do Novo Testamento que eram decisivos em questão do significado de uma palavra ou frase.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Mary Poppins (1964)

Sierra Burgess é uma Loser (2018)

Ao Mestre com Carinho (1967)

A divulgação do trailer do remake de Mary Poppins dominou as redes sociais nos últimos dias. Sem deixar de lado a leveza e as músicas clássicas, a nova versão do musical promete ser um sucesso para a família assistir e aprender junto. Mas enquanto Mary Poppins Returns não chega as telinhas, recomendamos marcar uma sessão com os amigos e familiares para ver o filme de 1964. Mary Poppins nos conta a saga da família Banks para encontrar a babá perfeita. George e Winifred Banks são os pais de Jane e Michael, duas crianças travessas que desejam uma babá gentil e doce, diferente dos pais que, envolvidos com trabalho e questões sociais, buscam uma babá mais rígida. Nesse cenário, Mary (literalmente) caí do céu e junto com Bert ajudará os Banks a reencontrar a harmonia da família. Mais do que uma experiência divertida e encantadora, o longa nos oferece momentos de reflexão sobre as coisas que realmente importam na vida, entre elas a comunhão com a família. O musical está disponível em algumas plataformas online, entre elas o NOW.

O filme adolescente do Netflix estreou durante o feriado da Independência e gerou discussões relevantes sobre o seu tema. Sierra Burgess é uma estudante do ensino médio que sofre por conta de problemas de autoestima e bullying. Um dia ela recebe uma mensagem enviada por engano para seu celular, dando início ao romance virtual entre uma nerd e um atleta. Acontece que ele acha que está falando com Verônica, uma popular líder de torcida, não com Sierra. A história pode parecer bobinha, mas é excelente para debatermos sobre as consequências do catfish (quando uma pessoa que possui um perfil falso redes sociais mantém um relacionamento online com alguém que não sabe sua verdadeira identidade), autoestima e empatia pelo próximo, temas atuais e pertinentes na vida de nossos jovens e adolescente. O filme vem gerando debates positivos sobre os temas abordados em fóruns da internet, por isso seria interessante marcar uma sessão de Netflix com o grupo de jovens e adolescente de sua igreja para assistirem e debaterem sobre o longa.

Com o 5º Congresso Nacional de Educação Cristã e os Dias dos Professores (15/10), é impossível não indicarmos um filme que fale sobre a importância do papel do educador. Seja dentro de uma classe de Escola Dominical ou em escolas e faculdades, os professores são fortes formadores de opinião e, muitas vezes, grandes amigos e discipuladores de seus orientandos. O clássico Ao Mestre com Carinho nos apresenta a história de um engenheiro recém-formado que tenta melhorar sua condição de vida mudando-se para Londres para trabalhar como professor. Na capital londrina ele se depara com uma turma de alunos problemáticos que precisam de mais do que conhecimento científico, precisam também de alguém que ande junto com eles, que os discipule. Mesmo sendo um filme dos anos 60, a realidade apresentada expõe situações ainda atuais, como falta de atenção e carinho de amigos e familiares, crises financeiras, entre outras. Além disso, o filme nos revela a importância do investimento em preparo para nossos professores exercerem com excelência seu chamado.

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