110 minute read

Informações

Next Article
Em Rede

Em Rede

TMW Telecom lança plataforma de TV ao vivo e streaming

ATMW Telecom, operadora com sede em Arroio dos Ratos, na região metropolitana de Porto Alegre, RS, e atuação em 30 municípios da região Sul desde 2002, está lançando o TMWPIX ISP, uma plataforma de transmissão de TV ao vivo e streaming para provedores de Internet interessados em agregar novos serviços a seus assinantes, aumentar o tíquete médio e ter as vantagens da redução da carga tributária com SVA – serviços de valor agregado.

A solução foi totalmente desenvolvida pela equipe de engenharia e programadores da TMW, com objetivo inicial de atender seus clientes da base. O projeto começou há cerca de 10 anos e há cinco anos o serviço é oferecido aos assinantes. “Com o sucesso do negócio, decidimos apresentar a solução para outros provedores no país, para que também possam ter as vantagens de oferecer mais do que conexões de banda larga”, diz Rodrigo Mattos, CEO e fundador da TMW Telecom.

Segundo ele, o TMW PIX ISP conta com mais de 100 canais, incluindo os lineares de TV das principais emissoras nacionais, em full HD, como SBT, Record TV, Band, Rede TV, ideais para localidades com dificuldades de transmissão aberta ou sem cobertura, além de 25 emissoras de rádio, 5000 horas de filmes, documentários, shows, animações e lançamentos de cinema dos estúdios Sony, Marvel e Warner. “A negociação já está feita com os programadores e estúdios. O provedor não precisa ter custos com consultores, associações ou entidades para intermediar as negociações de distribuição de canais e conteúdo”, diz o CEO.

O provedor também não precisa investir em headend. Toda a infraestrutura do TMWPIX ISP está pronta para uso, incluindo middleware IPTV, CAS e DRM e segurança exigida pelas programadoras e estúdios. “Há uma redução de 60% nos custos operacionais”, afirma.

Os serviços são transmitidos em qualquer dispositivo do cliente, com aplicativo para smartphones, tablets, computadores, smart TVs com Android, TVs da Samsung e LG, além de set top box do TWMPIX. A transmissão é no formato unicast, que possibilita a entrega ponto a ponto sem limitação na rede, utilizando a banda somente quando o usuário estiver assistindo. “A tecnologia é compatível até mesmo com provedores que utilizam acesso via rádio, a partir de 5 Mbit/s. A maioria dos sistemas no mercado utiliza o formato multicast, que tem limitação de rede e só pode ser implantado com a presença de um técnico na casa do assinante”, diz Mattos. A TWM realiza a monitoração 24 horas da recepção dos canais e a distribuição dos conteúdos sob demanda (VOD).

Os valores básicos partem de R$ 29,90 o pacote com 48 canais e dois acessos simultâneos. O modelo funciona por meio de tokens, que são adquiridos em combos, ou seja, o provedor compra um determinado número de acessos, que serão revendidos para sua base de assinantes. “Sugerimos valores mínimos, mas o provedor fica à vontade para trabalhar e colocar seu preço. Um estudo interno mostrou que o provedor já pode ter um bom lucro se vender no mesmo valor da TMW”, diz o gerente Thiago Pereira. Quando os serviços de streaming são inseridos em combos de serviços ao assinante, a carga tributária pode ser reduzida.

Para desenvolver o mercado de streaming e realizar as revendas junto aos provedores, a TMW atuará por meio de distribuidores. Foi assinada uma parceria com a Infortel Telecom, de Canoas, RS, fornecedora de equipamentos com atuação nacional. “A TWM atende somente os consumidores finais. Então os distribuidores ficarão responsáveis por fazer toda a negociação com os provedores”, finaliza o CEO.

Plataforma conta com mais de 100 canais

TMWPIX - Tel. (51) 2011-0020 Site: https://tmwpix.com/

EiTV permite ao provedor montar o próprio hub de conteúdo de streaming

AEiTV, fornecedora de tecnologia para a transmissão de conteúdo online, com sede em Campinas, SP, quer firmar acordos de parceria com provedores de Internet para a oferta da EiTV Connect, uma plataforma aberta de publicação e distribuição de TV online, rádio, canais de áudio, filmes, séries e documentários via streaming na modalidade white label, que permite ao parceiro usar a sua própria marca para fidelizar e aumentar a base de clientes.

“Entregamos a plataforma digital totalmente pronta para o uso, além de capacitarmos o provedor e sua equipe para realizar a operação”, diz Rodrigo Cascão Araújo, CEO da EiTV.

Segundo ele, a EiTV Connect é uma plataforma simples de manipular, entregue personalizada com as cores, nome, logotipo e URL personalizada. Pode rodar on premises ou na nuvem da AWS. “O provedor poderá oferecer o serviço de OTT de acordo com as características de seus clientes e modelos de negócios mais adequados à sua região”, diz. A autonomia é acompanhada de recursos avançados para a entrega de vídeo on demand e outros materiais, entre eles conteúdo opcional - SVOD ilimitado e sem custos de armazenamento, catálogo de filmes para alugar (TVOD), capacidade multitelas, ambiente de interação com assinantes e gravação de programas. Não requer set-top box para funcionar, pois pode ser acessado de TV box compatível com Android TV e dispositivos como Roku, FireTV e Apple TV. Além dos mais de 70 canais de TV e catálogo com mais de

Rodrigo Cascão Araújo, CEO da EiTV: opção de canais próprios ou de captação regional

Vinícius Borges, CEO da ALLREDE: novas aquisições em negociação

2 mil filmes de estúdios como Sony e Warner, a plataforma EiTV Connect permite ao provedor construir seu próprio hub de conteúdo de streaming e de TV, incluindo canais de captação local, ou criar canais de conteúdo próprios ou patrocinados por empresas, organizações religiosas, instituições de ensino, clubes, entre outras fontes.

De acordo com o executivo, a tecnologia garante autonomia para o provedor como agregador de conteúdo público da Internet e permite incorporar à plataforma mais de 1000 mídias e canais lineares públicos externos, como Dailymotion, Vimeo e Youtube, portais de e-commerce, cursos online, modalidades esportivas, jogos eletrônicos, e-Sports e outros serviços digitais, garantindo a entrega de maior valor agregado (SVA) aos clientes. “A plataforma aberta permite a criação de novas frentes de atuação e de receitas a partir de canais exclusivos, tornando os provedores independentes de plataformas e serviços OTT ‘amarrados’ em contratos desvantajosos e que não evoluem com a velocidade que os negócios exigem. Eles poderão expandir cada vez mais o seu portfólio para além do streaming dentro da nossa plataforma”, acrescenta.

Segundo o CEO, os produtos da EiTV se diferenciam por possuírem a maior parte da tecnologia concebida pela própria equipe de pesquisa e desenvolvimento. “Conseguimos realizar rapidamente modificações, melhorias e aprimoramentos conforme necessidade dos clientes”, afirma.

A proposta de parceria EiTV Connect inclui desenvolvimento, customização da marca, apoio de marketing, treinamento operacional e de vendas, criação de aplicativos para celular e smart TV, além do site e landing page. “O provedor não precisa gastar com desenvolvedor. Temos uma equipe formada com profissionais especializados, em áreas multidisciplinares, com nível de graduação, mestrado e doutorado nas mais respeitadas universidades brasileiras”, afirma o CEO, lembrando que a empresa acompanhou todo o processo de digitalização da TV brasileira, desde 2007.

EiTV – Tel. (19) 3579-0744 Site: www.eitv.com.br

ALLREDE incorpora Master Telecom, do Mato Grosso

Poucos meses depois de somar os ativos de nove operações no Centro-Oeste, a ALLREDE anuncia agora a incorporação da Master Telecom, que atua há 15 anos no Mato Grosso. Somados os esforços, a ALLREDE alcança o total de mais de 200 mil clientes e cerca de 12 mil km de backbone óptico de alta capacidade.

A Master Telecom foi pioneira nas operações de FTTH na região, sendo a primeira a fazer cobertura de fibra em perímetro urbano. Atualmente conta com a maior infraestrutura de rede do Mato Grosso, com mais de 7000 km de fibra de

longa distância, formando um cinturão digital no Estado. Recentemente inaugurou uma rede DWDM, rede coerente e ROADM de grid flexível com capacidade instalada de 1,3 Tb e expansão para mais de 100 Tb, suportando a demanda nos próximos 10 a 20 anos. “A Master Telecom está presente com operação de fibra óptica em 19 cidades do estado e conta com rede em mais outros 50 municípios do Mato Grosso, atendendo a clientes corporativos, rurais, governo, operadoras e outros provedores”, diz Vinícius Borges, CEO da ALLREDE.

A ALLREDE conta com mais de 700 mil homes passed e presença em mais de 120 municípios, interligados por um backbone óptico de alta capacidade. “Investimos na qualidade dos serviços prestados, no relacionamento com os clientes e na inovação em tecnologia, com um time formado por cerca de 1600 colaboradores. A ALLREDE se posiciona como o principal braço de consolidação do mercado na região”, diz Borges.

Segundo ele, com mais essa operação, a ALLREDE continua atuando para alcançar a marca de 300 mil clientes ainda no fim de 2022, tanto de forma orgânica quanto pela aquisição de novos negócios. “Estamos em negociação com provedores locais, preparando para a entrada na operação nos próximos meses”, finaliza o executivo.

ALLREDE – Tel. 0800 771 3000 Site: https://allrede.com.br/

NetPon: ativos e passivos last mile para redes FTTH

ANetPon, empresa com sede em Birigui, SP, atua no desenvolvimento, aprovação e homologação de ativos e passivos de última milha para redes FTTH.

Fundada em 2017, a companhia fornece conectores e canetas de limpeza para fibra óptica, OLTs e ONUs, alças e roldanas, clivadores e máquinas de fusão, splitters, CTOs e roteadores de fabricantes como Totolink, Yokogawa e Fujikura.

“É uma empresa que respira tecnologia. Estamos sempre em busca de inovações para oferecer o que há de melhor no mercado para os clientes”, afirma Juliana Scopel, diretora da NetPon.

Os produtos são fabricados na China, local onde a NetPon é representada pela NetPon-China. Além de cuidar do fornecimento de equipamentos, a unidade asiática utiliza três unidades fabris em Shenzhen, Shangai e Ningbo para produzir cabos de fibra óptica drop flat, comercializados no Brasil com marca própria.

Cabo de fibra óptica drop-flat fabricado pela NetPon

O processo de importação é assegurado pela NetPon, que conta com uma equipe especializada em logística, bem como parceiros despachantes, agentes de carga e tecnologia para realizar todos os trâmites.

Em 2020, a companhia fechou uma parceria com a GPON Soluções. Também com sede em Birigui, a empresa é especializada na manutenção e reparo de equipamentos, atuando como assistência técnica da importadora.

“Os produtos adquiridos pela NetPon passam pelo crivo técnico da GPON Soluções. Testamos os equipamentos para certificar que o usuário está recebendo um produto funcional”, explica Anderson Spigotti, diretor da GPON Soluções.

Recentemente, a GPON Soluções foi escolhida pela Unifique para auxiliar no reparo de seus equipamentos. Para isso, a companhia abriu uma unidade em Florianópolis, SC, para ficar mais próxima do provedor.

Além do reparo de equipamentos, a GPON Soluções ministra cursos técnicos para o setor de telecomunicações. Entre os treinamentos oferecidos estão Mikrotik – administradores de redes e routers, Análise de redes ópticas, implantação de redes FTTx e projetos de redes FTTH. Todas as aulas são realizadas in company e ministradas por Anderson Spigotti.

“Tenho formação em redes e atuei por muitos anos em provedores. Até dezembro, pretendo ampliar a gama de cursos oferecidos pela GPON Soluções, incluindo treinamentos em DWDM e redes pré-conectorizadas”, projeta o diretor.

Com aproximadamente 2 mil clientes, a NetPon fornece equipamentos para todo o Brasil e conta com uma unidade em Itajaí, SC.

GPON Soluções – Site: www.gponsolucoes.com.br NetPon – Site: www.netpon.com.br

MultTV oferece canais de TV via streaming para provedores

AMultTV, empresa com sede em São Paulo, ampliou o seu portfólio de serviços. Conhecida no mercado pelo compartilhamento de headend, a companhia lançou um middleware próprio, com opções de canais abertos e fechados via streaming.

Os novos produtos foram planejados para atender a demanda de TV em regiões onde não há o serviço ou em áreas onde o acesso à programação de qualidade é considerado caro.

“A TV por assinatura satelital está muito atrelada a grandes operadoras. Já os canais por streaming são mais viáveis para pequenos e médios provedores. Montamos uma rede de CDNs para os contratantes receberem o conteúdo já codificado”, explica Osmir Henrique Petrini, presidente da MultTV.

O middleware permite ao provedor oferecer uma programação aberta para tombamento de base, além de uma solução de canais fechados personalizáveis na modalidade white label, com preço final acessível para o

usuário. Já o streaming passa a ser uma opção importante no portfólio da empresa. Segundo dados do PNT - Painel Nacional de Televisão, as assinaturas da modalidade cresceram 27% no Brasil em 2021.

A empresa oferece aos provedores a possibilidade de os clientes assistirem programação ao vivo, transmitida naquele momento, também via streaming, onde o assinante estiver, seguindo a grade de programação dos canais parceiros da MultTv. O usuário pode acessar o conteúdo com o aplicativo instalado em um smartphone ou tablet, e quando retornar para casa, continuar vendo o mesmo programa em sua TV ou computador.

“Acreditamos que existe público para todos os produtos. Muitas pessoas descansam assistindo a TV usual. Já

outras preferem o streaming pelo fato de poderem acompanhar o que querem em qualquer dia e horário. Temos visto um crescimento interessante quando o provedor põe a TV como um SVA, pois ele acaba vendendo outros produtos junto, como Petrini, da MultTV: Internet”, afirma Petrini.opções de conteúdos de TV para provedores O aplicativo da MultTV também está disponível na plataforma Roku, sendo uma possibilidade para usuários que não possuem SmartTV e que queiram adquirir o serviço de streaming com o seu provedor de Internet. Atualmente, a empresa atende 100 provedores espalhados pelo Brasil e obteve um crescimento bimestral de cerca de 32% desde janeiro. MultTV – Tel. (11) 4720-0005 Site: www.multtv.com.br

WGC Sistemas fornece plataforma de gestão para provedores

AWGC Sistemas, empresa mineira desenvolvedora de projetos em tecnologia da informação, comercializa um ERP voltado para provedores. Com sede em Belo Horizonte, a companhia também atende marcas atreladas aos segmentos de comércio e prestação de serviços.

“Hoje, 90% dos clientes são do mercado de telecomunicações, principalmente provedores regionais e operadoras de telefonia”, afirma Flávia Silveira, sócia e diretora administrativa da WGC Sistemas.

O ERP apresenta 12 módulos que podem ser aplicados em provedores. Um deles é o BI, uma ferramenta que compila os dados existentes, criando informações gerenciais de alto valor e fazendo o monitoramento de acordo

com a área de negócios e resultados financeiros.

Existem ainda ferramentas que auxiliam o provedor no fluxo de compras realizadas pela empresa, integradas ao módulo de estoques de produtos. No primeiro caso, o software permite a parametrização do fluxo. Já o gerenciamento de estoque viabiliza o controle desde a matéria-prima até o produto final, incluindo estoques virtuais e permitindo a integração com ferramentas de e-commerce.

Segundo Flávia, o ERP é comercializado em um pacote completo pelo fato dos recursos funcionarem de maneira autônoma ou integrada. “Na negociação com o cliente, realizamos um diagnóstico de suas necessidades e oferecemos um pacote de serviços adequado para aquele momento. Posteriormente, o contratante pode realizar upgrades de acordo com o seu crescimento”, explica. Flávia Silveira, da Para WGC Sistemas: dispositivos agilidade e móveis, a WGC inteligência na Sistemas criou gestão de provedores os aplicativos W-SAC e W-YOU. Disponíveis para sistemas Android e IOS, o primeiro é voltado para o usuário final, possibilita o acesso a documentos financeiros, abertura de chamados, entre outras funcionalidades. Já o segundo é aplicado no atendimento técnico, onde o colaborador pode receber ordens de serviço, colher assinaturas de clientes e realizar baixas nos estoques. A companhia também comercializa o W-PAC, solução independente que pode ser integrada a diversas plataformas de gestão para a automação de portabilidade numérica de telefonia fixa e móvel.

Com 300 clientes, a WGC Sistemas tem crescido nos últimos anos. Em 2021, a alta na receita foi de 25%.

Infovista lança solução de monitoramento em nuvem para redes

AInfovista, companhia especializada em automação do ciclo de vida de redes, incluindo o 5G, lançou o Ativa, um conjunto de aplicativos nativos em nuvem voltado para garantia e operações automatizadas de redes fixas, sem fio e IP.

O conjunto de aplicações aborda a complexidade do gerenciamento de rede e serviço para fornecer uma única fonte de visibilidade 360°, interoperabilidade e automação preditiva, do usuário ao recurso de rede, e infraestrutura subjacente.

“Empresas que utilizam nossas soluções para redes móveis e fixas poderão consolidar todos os dados com o Ativa”, explica Michel Araújo, vice-presidente da Infovista na América Latina.

A tecnologia compreende recursos avançados de automação, incluindo AIOps, configuração sem toque, garantia ativa e automação com fluxo de trabalho. Isso permite a geração de novos centros de operações de serviços automatizados baseados em nuvem capazes de auxiliar os provedores na melhora da qualidade dos serviços prestados, bem como na redução de custos por meio da consolidação do sistema.

As soluções automatizadas pré-configuradas fornecidas pela Ativa incluem garantia para operadoras que fornecem serviços 3G, 4G, 5G-NSA e 5G-SA, como fatias 5G apoiadas por SLA, serviços de sobreposição, vídeo, voz e domínio cruzado. O 5G, por sinal, é visto pela empresa como um divisor de Michel Araújo, VP da águas no salto Infovista: novas tecnológico possibilidades de previsto para os próximos anos. negócio com a chegada do 5G

“A rede móvel de quinta geração permite conectar bilhões de dispositivos por conta de sua densidade. Falando especificamente do Brasil, o país tem um papel importante na definição de tendências na América Latina. Se aplicarmos a tecnologia com êxito,

outros continentes passarão a olhar com mais atenção para a região como um todo”, afirma Araújo.

Com mais de 1700 clientes ao redor do mundo, sendo que 23 das 30 maiores operadoras móveis utilizam suas soluções, a companhia está presente em 150 países em todos os continentes e atende a cerca de 400 service providers. Recentemente, a empresa fechou o balanço correspondente ao período de 2021-2022, tendo obtido um crescimento de 70% na América Latina.

Infovista – https://www.infovista.com/

Câmeras ao vivo nos municípios aumentam vendas de planos de provedores

Depois que instalou as câmeras da Clima ao Vivo nas nove cidades de sua cobertura, a LinkCariri, provedor de Internet com sede em Juazeiro do Norte, CE, recebeu mais de 900 mil visualizações das câmeras ao vivo em suas cidades de atuação. Apenas em 2021, o site do provedor recebeu mais de 14,8 mil acessos vindos por meio do mapa de localização das câmeras, e como resultado da campanha de venda direta de planos através de vídeos publicitários no portal, o “call to action” para o whatsapp do setor comercial do provedor gerou 4308 cliques de leads no ano, ou seja, uma média de mais de 350 pessoas por mês se interessaram pela oferta anunciada em vídeo e foram levadas diretamente para o canal de vendas da empresa.

A Clima ao Vivo é uma plataforma de monitoramento de tempo e clima através de câmeras IP que fornece toda a tecnologia para que provedores de acesso transmitam suas cidades ao vivo. Alcançou, nos últimos 12 meses, mais de 40 milhões de visualizações. “Atualmente transmitimos mais de 170 cidades em 24 estados do país. Além de imagens ao vivo, produzimos vídeos e notícias que fomentam mídia em cada cidade ativa, conectando as empresas que receberam as câmeras à população local através de conteúdo”, diz Denilson Rocha, CEO da Clima ao Vivo. Segundo ele, informações sobre clima e tempo estão entre os conteúdos mais acessados na Internet. Por isso, oferecer imagens ao vivo que mostrem as condições climáticas de qualquer cidade, a qualquer hora do dia, pode multiplicar os acessos e visibilidade do provedor, abrindo um canal de comunicação em vídeo.

O provedor não precisa investir em infraestrutura, pois as câmeras IP são enviadas pela própria Clima ao Vivo com garantia vitalícia, e toda a solução de streaming, storage, produção e compartilhamento de conteúdo ocorrem por conta da empresa. Há apenas uma mensalidade para manutenção do serviço, que varia de acordo com o número de câmeras ativadas por cidade. Em termos de banda, cada câmera consome algo entre 1 e 2 Mbit/s de upload.

A produção do conteúdo na plataforma também fica a cargo da Clima ao Vivo, que agrega o nome do provedor ao serviço prestado. “Temos equipe para monitorar os eventos e produzir vídeos de interesse, que são replicados em mídias distintas. Isso conecta o público ao provedor, enquanto este se mantém fiel ao seu negócio: entregar conectividade e tecnologia”, diz Rocha.

As câmeras ficam ligadas o tempo todo. Mostram a evolução do tempo (passado e presente) em time lapse e formações climáticas em vídeos que podem ser compartilhados pela Defesa Civil em suas redes de comunicação com a população. As câmeras conseguem captar imagens exclusivas de tempestades, nuvens raras, meteoros, dentre outros fenômenos e eventos naturais, que geram um número elevado de visualizações e compartilhamentos em redes sociais, sempre associando o nome do provedor e gerando visitas ao portal.

Um outro segmento de forte crescimento para a Clima ao Vivo é o de hotelaria. Em 2021, foram registradas 7,9 milhões de visualizações a partir de câmeras posicionadas em empreendimentos hoteleiros. E a representatividade dos hotéis que transmitem ao vivo quadruplicou no período. Apenas em 2021 foram contabilizados mais de 41 mil usuários enviados aos sites dos hotéis. E outros 14,5 mil usuários foram levados diretamente aos motores de reserva dos hotéis, através do canal de captação da plataforma. “Trata-se de serviço gratuito e útil para quem planeja viajar para um desses destinos. E o portal entrega mais que previsão meteorológica, agimos diretamente na experiência do hóspede”, afirma o CEO.

Da mesma forma que faz com os provedores, a startup envia as câmeras e fornece a tecnologia necessária para que resorts, hotéis de rede, pousadas e hostels criem um canal de comunicação em vídeo com milhões de usuários.

Além da Clima ao Vivo, o CEO Denilson Rocha criou em 2020 a startup adiau, para a transmissão de velórios online. A adiau oferece a solução completa “as a service” para o segmento do luto e é a única empresa do país 100% especializada em transmissão de velórios ao vivo. Oferece a solução completa, desde o envio de câmeras IP com áudio até a integração dos servidores de streaming ao próprio site ou APP da funerária ou cemitério, com gerenciamento total pelas empresas que contratam o serviço. Dessa forma, o setor funerário pode oferecer às famílias a possibilidade de participar das cerimônias de despedida ao vivo, de forma simples e segura via Internet. Nos últimos 12 meses a adiau transmitiu mais de 7900 cerimônias de velórios ao vivo em todo o país, alcançando praticamente 200 mil

Nos últimos 12 meses a adiau transmitiu mais de 7900 cerimônias de velórios ao vivo em todo o país

acessos às transmissões por sua plataforma. “Estes números têm um significado muito grande para nós. Permitimos que milhares de pessoas possam estar presentes com seus familiares e amigos em um dos momentos mais marcantes na trajetória de um ser humano, que é a perda de alguém amado. Através da tecnologia e inovação, geramos inclusão e agregamos grande valor a todo o ecossistema envolvido”, diz o executivo, que no passado era diretor de tecnologia da Vertentes Telecom, provedor de Oliveira, MG, e hoje se dedica integralmente ao desenvolvimento de soluções digitais inovadoras.

Clima ao Vivo – www.climaaovivo.com.br adiau – www.adiau.com.br

American Tower apresenta solução para expansão da rede de fibra para provedores

A American Tower, fornecedora de infraestrutura para telecomunicações, conta com uma nova solução para expansão da rede de fibra óptica baseada no portfólio já existente da companhia. A solução, chamada collo hut, consiste em um gabinete instalado pela American Tower, que permite a instalação de equipamentos por parte dos provedores para expansão da conectividade via fibra óptica.

De acordo com Janilson Junior, diretor de Novos Produtos da companhia, a proposta visa auxiliar os provedores com a aceleração da rede e gestão da infraestrutura necessária para a eficiência da conexão.

“Por meio da solução compartilhada, podemos fazer a gestão e a manutenção dessas estruturas, utilizando quaisquer dos nossos mais de 23 mil sites já instalados pelo território brasileiro. Isso faz com que não seja necessário aos provedores fazer a locação de novos terrenos para instalação da infraestrutura, além de prover a facilidade da gestão do equipamento com toda a segurança e expertise que já oferecemos”, explica o diretor.

A instalação é viável para provedores de qualquer tamanho. Além disso, o produto também terá possibilidade de integrar, futuramente, soluções para conexão 5G.

“Com a evolução do 5G, a abrangência da fibra óptica será cada vez maior e mais necessária. Nosso modelo de cessão de solo e infraestrutura é uma opção agregadora que contribui para essa expansão em um movimento de modernização de redes inovador”, acrescenta.

Collo hut: gabinete instalado nos sites da American Tower para instalação de equipamentos de provedores

American Tower – Tel. (11) 4766-4100 Site: https://americantower.com.br/pt/ index.html

DPR desenvolve aplicativo para capacitação técnica de provedores

A DPR demonstrou o APP DPR Training, um aplicativo desenvolvido em parceria com o Centro Universitário Facens para oferecer aos provedores uma ferramenta de capacitação técnica para suas equipes. O app atua de maneira didática e intuitiva por meio de vídeos, materiais de estudo em PDF, quiz, desafios entre os usuários e uma demonstração da rede em realidade aumentada. O objetivo é permitir aos

Ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Facens

técnicos absorver conhecimento de forma mais ágil, melhorando a produtividade em suas atividades diárias. A ferramenta já está disponível nas lojas de aplicativos.

A empresa também anunciou novidades na linha de produtos, como a nova CTO-C-DPR – Caixa de Terminação Óptica para Cordoalha com troca de módulo, desenvolvida para acomodar e proteger emendas e divisores ópticos por fusão e conectorização em campo sem precisar contar com o compartilhamento de postes, pois toda a aplicação é na cordoalha, e o lançamento de novas topologias de rede semi-pré-conectorizada modular, com redução de custo e aumento de produtividade em campo.

Em parceria com a Nokia, a DPR oferece o Digital Truck, uma casa digital itinerante construída dentro de um caminhão show de 11 metros. Ao fechar um projeto turnkey, o cliente pode obter a solução com intuito de apoiar os provedores na inauguração de redes, realizando uma demonstração prática de conectividade na cidade.

DPR – Tel. (11) 3934-2000 Site: www.dpr.com.br

Shoreline Telecom investe em fábrica em Minas Gerais

A Shoreline Telecom, empresa brasileira de equipamentos passivos e ativos para redes ópticas, de Carandaí, a 130 km de Belo Horizonte, MG, está montando uma fábrica em sua sede, que será inaugurada ainda neste ano.

ONT WiFi AC1200 é o carro-chefe da empresa

Fundada há 10 anos por Leonardo Oliveira e Tadyson Souza, a empresa iniciou as atividades com importação de cabos e hoje conta com um portfólio de cerca de 100 produtos, incluindo ONTs, caixas de emenda, conectores, adaptadores, splitters e cabos ASU e drop. “Nosso CEO Leonardo Oliveira tem também um provedor na cidade e sentia na prática a falta de produtos com qualidade e bom custo/benefício”, conta Bruno Lima, coordenador de Marketing da Shoreline. O executivo fundou a Shoreline e passou então a desenvolver as peças com foco na realidade das redes brasileiras, mas com produção terceirizada na China, sob suas especificações. A aposta deu certo. O carro-chefe são as ONTs WiFi AC1200. “Estamos vendendo muito em todo o país. A demanda cresce a cada dia e por isso decidimos trazer a produção para o Brasil”, diz o coordenador.

As máquinas estão chegando da China e a ideia é que sejam produzidas inicialmente de 15 mil a 20 mil ONTs por mês. A produção será junto de sua matriz. Hoje com 80 funcionários, o plano é ter um quadro de 200 a 300 pessoas no prazo de um ano.

Além da instalação da fábrica, a Shoreline continua investindo no desenvolvimento de novos produtos, incluindo a linha WiFi Mesh, caixas de emenda pré-conectorizadas e OLTs. “Queremos oferecer uma solução fim a fim para a operadora, desde o data center até a casa do cliente”, afirma Lima.

Segundo ele, a nacionalização trará diversos benefícios, como a redução de custos, a entrega mais rápida dos produtos. “Teremos produção contínua e manteremos os estoques dos distribuidores sempre abastecidos”, finaliza.

Shoreline – Tel. (47) 3170-0175 Site: https://shorelinetelecom.com.br/

Dicomp fortalece atuação como fornecedora multissoluções

A Dicomp, distribuidora de produtos para telecomunicações, com sede em Maringá, PR, está fortalecendo sua atuação como fornecedora multissoluções. Desde o ano passado, a empresa vem atuando em novas verticais no mercado de tecnologia B2B, com destaque para os sistemas de energia fotovoltaica. “Muitos clientes, que são integradores e atuam com telecom e segurança eletrônica, passaram a nos solicitar produtos de energia solar”, conta Filipe Favoto, CEO da Dicomp.

A demanda também cresceu junto aos provedores de Internet, que representam cerca de 50% de seu faturamento, interessados em reduzir as despesas com energia e oferecer novos serviços a seus assinantes, como de segurança eletrônica.

A aposta deu certo. No primeiro ano da vertical de energia solar na Dicomp, a representatividade chegou a aproximadamente 30% do faturamento da empresa. “Acreditamos que esse número possa chegar até 50% em 2022, principalmente com o aumento de produtos na linha off-grid e de inversores de maior potência”, diz Favoto.

Com um portfólio de mais de 6000 itens, a Dicomp está há 24 anos no mercado e conta com um centro de distribuição em Itajaí, SC, com as facilidades da logística e proximidade com o porto. “Cerca de 70% de nossos produtos de alta tecnologia são importados”, diz o executivo. Além da distribuição de marcas como Ubiquiti e Tenda Networks, a empresa tem uma linha de produção de equipamentos ópticos na China, com marca própria Nazda, como conectores, caixas de emenda, caixas de atendimento, splitters, ferramentas, máquinas de fusão e roteadores.

De acordo com o diretor, com o cenário de fusões e aquisições, hoje o mercado de provedores está mais competitivo. “Diferente do passado, o provedor quer mais estabilidade, buscar parceiros sólidos, com melhor suporte técnico, atendimento mais robusto e uma logística mais eficiente. Oferecemos Filipe Favoto, CEO da esses Dicomp: provedores diferenciais”, demandam novas soluções afirma Favoto. A empresa vendeu mais de 70 mil km de fibra óptica em 2021, além de ativos de rede e roteadores Wi-Fi, alimentados pela busca de empresas e pessoas por sinais sem fio e com mais potência e eficiência. “A Dicomp está ranqueada entre as cinco melhores em distribuição de materiais para telecomunicações, energia solar, automação industrial e segurança eletrônica no país”, diz o executivo.

Na vertical de segurança eletrônica, a Dicomp conta com produtos no segmento de câmeras IP, controles de acesso, altofalante IP, além de uma novidade capaz de oferecer diversos serviços simultaneamente, utilizando o sistema fotovoltaico. “Diferente de empresas que trabalham com apenas uma tecnologia, nós oferecemos um mix de soluções, e uma rápida entrega”, finaliza o diretor.

Banrisul inaugura data center em Porto Alegre

Com investimentos de R$ 83 milhões, o Banrisul - Banco do Estado do Rio Grande do Sul inaugurou em maio, em Porto Alegre, RS, um novo data center construído especificamente para a função. Com área de 3 mil m2 e data hall de 500 m2, a estrutura tem capacidade total de 6 petabytes de processamento, passando de 25 milhões de instruções por segundo. São dois mainframes IBM Z15, que suportam até 23 CPUs e 8 TB de memória cada.

O empreendimento, que levou cerca de três anos para ficar pronto, foi desenvolvido para elevar os níveis de infraestrutura para disponibilização dos serviços do banco cada vez mais digitais. “Estamos em linha com as mais modernas edificações do país, projetadas para funcionamento ininterrupto, mesmo durante procedimentos de manutenção ou falta de fornecimento de energia elétrica. Isso eleva a qualidade do atendimento prestado aos nossos 4 milhões de clientes”, afirma o diretor de Tecnologia da Informação e Inovação do Banrisul, Jorge Krug. Segundo ele, o projeto e a instalação foram desenvolvidos conforme especificações de Tier 3. A Hersa Engenharia, de São Paulo, foi a empresa contratada para a execução da obra.

O novo data center foi projetado para operar com o menor consumo possível de ar condicionado. O sistema de chillers instalado utiliza a refrigeração a ar, dispensando o consumo e desperdício de água potável para esse fim. Há, ainda, a captação da água da chuva para uso em banheiros. Para viabilizar a climatização adequada, o prédio emprega o sistema free cooling, possibilitando o uso do ar externo para refrigeração, reduzindo significativamente o consumo de energia.

Os sistemas de automação permitem a análise em tempo real de todos os parâmetros do data center. Em caso de incêndio, o problema é detectado de forma precoce, com

rápida resposta, a fim de prevenir riscos a pessoas e danos aos bens protegidos. Como agente extintor, foi escolhido o gás inerte Inergen, que não agride a camada de ozônio e não tem nenhum potencial como causador de efeito estufa.

De acordo com Krug, o processo de moving, que é a transição das operações de um data center para outro, foi certamente um dos maiores cases do Brasil. Envolveu várias ondas de migração nos finais de semana por seis meses, entre setembro de 2021 a março de 2022, sem nenhum incidente ou interrupção operacional. “O processo como um todo foi muito complexo. Por ser um banco público, chegamos a ter mais de 20 editais de fornecimentos em paralelo, que precisavam estar sincronizados”, conta.

Adicionalmente ao ambiente operacional do data center o Banrisul usa também serviços em nuvem, mas o core bancário continuará on premises. “O core do sistema computacional continua processando interno porque é extremamente complexo”, afirma Krug. Fundado em 1928, o banco é quase centenário e tem clientes com idade média de 53, 54 anos. “Temos o desafio de manter os serviços presenciais, de caixa, e ao mesmo tempo, receber os correntistas das novas gerações. Ou seja, precisamos oferecer tanto os serviços tradicionais como os digitais. E esse mundo precisa conversar. Dentro dessa estrutura então podemos colocar muitos serviços na nuvem, mas não o core bancário”, afirma.

A instituição tinha seu data center primário no oitavo andar do prédio administrativo. Como o local não foi construído para essa função, o edifício sofreu adaptações ao longo dos anos para suportar o ambiente computacional. Com o novo projeto, o data center primário tornou-se o site secundário. Os dois locais ficam a uma distância de 10 quilômetros, ligados por rotas redundantes de fibra (uma margeando o Rio Guaíba e outra por dentro da cidade).

A nova estrutura tem capacidade de 6 petabytes de processamento

Banrisul – Site: www.banrisul.com.br

Redes abertas e desagregadas

O amadurecimento do setor de telecomunicações mostra a tendência natural de operadoras e empresas de adotarem o conceito de redes abertas. As redes FTTH – fiber to the home também podem ser desagregadas, com a substituição de equipamentos legados proprietários, como OLTs, por hardware white box. A reportagem a seguir mostra a evolução da tecnologia, as implantações no mundo e as soluções já disponíveis no mercado.

Sandra Mogami, da Redação da RTIRTI RTIRTI RTI

Com a crescente demanda por largura de banda, impulsionada pela conectividade e digitalização em todos os lugares, o setor de telecomunicações é desafiado a projetar e construir suas redes de maneira sustentável. Atualmente, o principal caminho para o desenvolvimento das infraestruturas de nova geração são as arquiteturas abertas, desagregadas e virtualizadas, capazes de garantir a expansão dos sistemas com menores custos de operação, flexibilidade e agilidade no provisionamento de serviços.

A ONF - Open Networking Foundation, consórcio sem fins lucrativos que promove a adoção de redes de dados definidas por software (SDN, na sigla em inglês), é uma das principais organizações a liderar esse movimento. Fundada em 2011 nas Universidades de Stanford e Berkeley, nos EUA, a ONF atua globalmente no sentido de promover uma revolução no mercado de equipamentos de rede, nos moldes do que representou a migração dos mainframes para a área de computação, por meio da construção colaborativa das próximas gerações de redes móveis e de banda larga. Entre seus mais de 200 associados estão as maiores operadoras e empresas de tecnologia do mundo, como Telefônica, AT&T, Intel, China Unicom, Deutsche Telekom, Google, NTT Group e Türk Telekom, além de fornecedores de equipamentos e integradores de sistemas.

“A ONF iniciou suas atividades com o desenvolvimento do OpenFlow para programação de redes e desde então tem feito vários avanços, não apenas em termos de tecnologia, mas também em projetos, sempre com foco no que o mercado de operadoras precisa”, diz Amanda Espíndola Raymundi, engenheira de telecomunicações e há dois anos embaixadora da ONF no Brasil. Os embaixadores são profissionais do setor que ajudam na divulgação dos trabalhos e aproximação com a comunidade técnica nos respectivos países. No Brasil, a entidade conta com cinco representantes voluntários, até o momento.

A proposta da ONF se baseia na separação do fluxo e da gestão do tráfego de dados, com o segundo sendo guiado por um padrão aberto, operando em uma camada externa aos equipamentos. O conceito se aplica a diversas áreas, como networking (switches e roteadores), banda larga fixa FTTH – fiber to the home, com OLTs virtualizadas em

Fig. 1 - Diagrama da arquitetura do teste SD-RAN na Deutsche Telekom modelos white box, e O-RAN – Open RAN nas redes 5G. Nessa abordagem, o hardware, o sistema operacional e as aplicações deixam de ser vendidos em um pacote monolítico, reduzindo a complexidade e os custos dos equipamentos proprietários.

“A arquitetura desagregada permite que as operadoras escolham componentes de diferentes fornecedores, dando-lhes flexibilidade ao longo da vida útil da implantação. Isso resulta em economias significativas e uma melhor experiência geral para o cliente. Já os equipamentos fechados são como uma caixa preta. Não sabemos o que acontece dentro deles e, muitas vezes, para realizar evoluções em termos de arquitetura, é preciso trocar todo o sistema, demandando processos de compra que podem levar meses nas grandes empresas”, diz Amanda.

Especificamente para a rede de acesso fixo, a ONF desenvolveu a SEBA, arquitetura de referência habilitada para SDN, construída com componentes e suporte a tecnologias de acesso virtualizado, como PON e G.Fast, e o VOLTHA - Virtual OLT Hardware Abstraction, que oferece uma abstração da camada de hardware para os equipamentos, possibilitando o uso das OLTs white box (o controlador da OLT é centralizado na SDN). Nas arquiteturas de rede legadas, o hardware OLT é tão fortemente acoplado ao software que as operadoras dependem do ritmo de lançamento dos fornecedores de equipamentos para evolução de suas redes. Por isso, vários grupos vêm trabalhando no desenvolvimento de arquiteturas para transformar as redes legadas, com base em SDNs, virtualização de funções de rede (NFV) e tecnologias de nuvem. Além da ONF, destacam-se as iniciativas do OCP - Open Compute Project, do TIP - Telecom Infra Project, além de organizações de padronização como a BBF - Broadband Forum. Na ONF, o período entre 2011 e 2016 foi considerado a fase 1, com a padronização do protocolo OpenFlow para separação dos planos de dados e controle da rede e implementações SDN baseadas em desagregação e código aberto. Já a fase 2, de 2016 a 2021, foi marcada pelo desenvolvimento de plataformas pelo time interno de engenharia da ONF e testes por algumas operadoras Tier 1. E agora, em abril de 2022, teve início a fase 3, que consiste na adoção crescente e avanço da comunidade de desenvolvedores de projetos. Para isso, a ONF abriu o código fonte de todo o seu portfólio de plataformas prontas para produção. “Antes, quem desenvolvia o código era a equipe de engenharia da ONF. Agora o trabalho é feito em conjunto com a Intel. Nesta nova fase, espera-se maior adoção e contribuição no desenvolvimento desses códigos pela comunidade open source”, diz Amanda.

“Os projetos da ONF atingiram a maturidade e adoção no mercado. É hora de serem lançados na comunidade de código aberto. Estamos satisfeitos com o progresso que fizemos em direção a redes mais abertas e interoperáveis. Com a nossa equipe de desenvolvimento se juntando à Intel, estamos otimistas de que as contribuições continuarão a crescer”, diz Andre Fuetsch, chairman da ONF e vice-presidente da AT&T e CTO de Rede.

A transição inclui as quatro áreas de desenvolvimento da ONF. Além da banda larga definida por software (SEBA/VOLTHA), há ainda a 5G pública (SD-Core, SD-RAN), redes 5G privadas (Aether) e redes programáveis P4 (SD-Fabric, PINS), todas já com implantações ou pilotos em andamento, conforme detalhado a seguir.

Alguns projetos da ONF em implantação

Telefônica Brasil e Radisys

A Radisys, dos EUA, pertencente ao grupo indiano Reliance, tem trabalhado com a Telefônica Brasil em testes de campo de rede óptica passiva (PON) com o Connect Open Broadband para demonstrar os benefícios do software aberto e do hardware white box. “Esta é a primeira implementação no país e estamos muito felizes com os resultados até o momento”, informaram as empresas em comunicado oficial.

Ainda segundo a Radisys, a arquitetura atendeu às necessidades de rede da Telefônica e forneceu um caminho de atualização para o XGS-PON. “O Connect Open Broadband permite que os provedores de serviços implementem

uma integração programática de novos equipamentos em vez de uma total remoção e substituição, à medida que suas necessidades de rede e tecnologia evoluem”.

Nos testes brasileiros, a Telefônica implantou suas próprias unidades de gateway nas instalações dos clientes. Como o hardware da Radisys é uma OLT white box, os provedores de serviços podem combinar soluções em suas redes sem enfrentar problemas de interoperabilidade. Além disso, o provisionamento e as atualizações podem ser feitos por meio do RMS - Radisys Management System, um sistema de gerenciamento de elementos que dispensa a necessidade de realizar fisicamente o trabalho em campo.

Um dos principais benefícios das soluções de banda larga desagregadas abertas é a capacidade de mover o controle e o gerenciamento da rede para a nuvem. Ao introduzir a virtualização nessas funções, o RMS permite que os provedores de serviços integrem seus sistemas de suporte a operações (OSS), sistemas de suporte empresarial (BSS) e componentes de rede de vários fornecedores em uma única interface baseada na web com operações simplificadas. Como parte dos testes, a Telefônica instalou a OLT RLT1600X da Radisys, uma solução certificada pela ONF que suporta GPON e XGS-PON sem necessidade de trocar ou atualizar o hardware PON, simplificando a rede com operações de baixo custo.

Deutsche Telekom: oito fornecedores participam de testes de campo com SD-RAN 4G/5G

Em outubro de 2021, a ONF e a operadora alemã DT - Deutsche Telekom anunciaram o lançamento do SD-RAN Berlin Trial, na Alemanha, o primeiro teste de campo que implementa RAN aberto totalmente desagregado usando a plataforma de software RAN Intelligent Controller (RIC) da ONF, conforme definido pela arquitetura O-RAN.

As operadoras estão investindo em RAN aberta para permitir uma nova geração de soluções 5G modulares e personalizáveis para acelerar a inovação e permitir a combinação dos componentes de oito fornecedores: AirHop, Edgecore, Facebook, Foxconn, Intel, Radisys, Supermicro e Wiwynn.

O teste ao vivo (figura 1) apresentou hardware desagregado horizontalmente, bem como componentes de software desagregados verticalmente, incluindo um RIC de código aberto (nRT-RIC) e xApps provenientes do projeto SD-RAN do ONF. “Ao integrar componentes proprietários e de código aberto, o teste foi um exemplo de como as futuras implantações de RAN aberto devem tomar forma”, informou a ONF.

A Deutsche Telekom também oferece solução de banda larga desagregada aos clientes em Stuttgart desde dezembro de 2020 por meio da plataforma Access 4.0 (A4), que combina componentes de código aberto e proprietários de fornecedores em uma solução otimizada para fornecer serviços FTTx.

Kajeet: rede 5G privada Aether da ONF

A Kajeet, fornecedora de conectividade sem fio, soluções de software e hardware para mais de 3000 empresas, escolas e distritos e governos estaduais e locais nos EUA, anunciou que adotará a plataforma 5G privada Aether de código aberto desenvolvida pela ONF. A solução Kajeet fornece uma plataforma baseada em nuvem para serviços LTE e 5G privados, tanto internos quanto externos, com mobilidade entre redes celulares públicas e privadas e serviço gerenciado na nuvem pronto para uso.

A ONF implantou e demonstrou os recursos do Aether em vários locais globais em conjunto com seus

Fig. 2 – Previsão de crescimento anual médio de tráfego de dados. Fonte: Pesquisa ACG Research 2021 para a Infinera

principais parceiros de fornecedores e operadoras. Lançada em 2020, a solução oferece configurações para que universidades, municípios, indústrias e empresas tenham acesso a uma plataforma 5G privada segura e baseada em nuvem para conectar mais facilmente pessoas, locais e dispositivos.

A plataforma 5G privada da Kajeet fornece gerenciamento de SIM baseado em nuvem, gerenciamento de dispositivos e rede e fatiamento de rede inteligente fim a fim com garantia de QoS e SLA – acordo de nível de serviço. Crescimento do mercado

A norte-americana Infinera, uma das maiores fornecedoras de equipamentos de redes ópticas de transporte verticalmente integrada, com 40 anos de atuação e uma herança das empresas que adquiriu, como Tellabs e Coriant, aposta nas redes ópticas abertas para suportar a crescente demanda por largura de banda. A tendência é confirmada pelo recente estudo feito pela ACG Research e patrocinado pela companhia junto a 52 provedores de serviços de comunicação e provedores de webscale. Segundo o relatório, todos os segmentos de rede projetados apontam para um crescimento anual de tráfego entre 46% e 39% até 2025 (figura 2), o que representa uma forte motivação para os provedores de serviços reavaliarem suas arquiteturas e adotarem redes ópticas abertas.

“Nosso objetivo é responder ao momento atual de evolução do setor, em função da chegada do 5G ao mercado e aos investimentos eminentes na América Latina”, diz Andrés Madero, CTO da Infinera para América Latina e também embaixador da ONF.

Outra aposta é que as redes ópticas abertas se tornarão um requisito, devido à oferta de uma variedade de tecnologias de motor óptico provenientes de vários fornecedores implementados em ambientes heterogêneos, com diversos elementos de rede, incluindo roteadores e transponders ópticos. “O grande desafio é a integração e operacionalidade, que podem ser solucionadas com uma boa implementação de software e automações que possibilitem aos operadores simplificar os processos de rede. Isto porque uma das grandes vantagens de adotar as redes abertas é que o ciclo de inovação será muito mais rápido e

Fig. 3 - Benefícios da rede óptica aberta. Fonte: ACG Research 2021 para a Infinera

ágil, o que permitirá às operadoras diminuir seus investimentos e manterem-se competitivas dentro do mercado latino-americano”, acredita Madero.

Além disso, as tecnologias modulares compactas assumirão múltiplas personalidades. “Com motores ópticos coerentes em todos os tipos de tamanhos e pacotes, incluindo motores ópticos plugáveis 400G ZR e 400G ZR+ e motores incorporados 800G, 2022 é o ano em que revisitaremos o sistema de linha óptica para garantir que ele possa suportar de forma econômica comprimentos de onda com diversas capacidades”, diz Madero.

A pesquisa da ACG mostrou que 78% dos entrevistados preveem a implementação da tecnologia de motores ópticos 800G até o final de 2022. A pesquisa também explorou o tempo previsto para a adoção de plugáveis 400G, bem como a tecnologia de motor óptico embarcado 800G. “Com a demanda de capacidade de rede dobrando quase a cada dois anos e uma necessidade crescente de transportar serviços ao cliente 400G de forma econômica, o acesso pronto à mais recente tecnologia de motores ópticos nunca foi tão importante”, diz. O motor óptico 2x800G ICE6 da Infinera tem apresentado um crescimento de implantações em todo o mundo, incluindo a Telstra no Pacífico Asiático e Sparkle na Europa.

Para lidar com o aumento da complexidade operacional, uma das principais barreiras que impedem os provedores de serviços de adotar totalmente a rede óptica aberta, a solução é a automação de software. No estudo, 78% dos entrevistados indicaram que terão implantado o controle SDN em suas redes de transporte óptico até o final de 2022, incluindo 63% que já foram implantados em 2021 ou antes.

Fornecedores de OLT white box no Brasil

Edgecore Networks

Com sede em Taiwan, a Edgecore Networks é uma subsidiária do Accton Group, uma das maiores empresas do mundo na fabricação de equipamentos de rede em ODM/OEM. “Somos pioneiros em Open Networking e reconhecidamente líderes mundiais em tecnologias de redes desagregadas para projetos de grande escala”, diz Victor Fernando Proscurchin, diretor da Edgecore Networks LATAM.

Segundo ele, a Edgecore Networks possui um trabalho ativo nas principais comunidades de tecnologias de rede desagregada e, além de ser parceiro platinum da OCP - Open Compute Project e TIP Telecom Infra Project, é um dos parceiros

originais da ONF. “Desenvolvemos os primeiros equipamentos desagregados, como switch para data center, roteador cell site para backhaul 5G e DWDM IP, além de uma linha completa de pontos de acesso open WiFi”, afirma.

A Edgecore Networks oferece dois modelos de OLT white box já usados em clientes como AT&T e Turkish Telecom: a ASGvOLT64, com 64 portas de alta capacidade; e a ASXvOLT16, primeira OLT virtual XGS-PON aberta de 16 portas 10G com 4 portas fixas QSFP28 de 100G/40G. Todas as portas 10G operam em velocidade padrão e suportam transceptores XGS-PON padrão. As portas QSFP28 suportam modos de operação de 100G e 40G, além de serem configuráveis como modos de 4 x 25 GbE ou 4 x 10 GbE usando cabos breakout.

OLT e switches de código aberto da Edgecore

Radisys

A Radisys tem provas de conceito e implantações em mais de 60 operadoras no mundo. No Brasil, as principais operadoras estão realizando testes com a tecnologia, que devem durar até o final do ano. “O open broadband é um modelo totalmente inovador e diferente do que o setor está acostumado, mas será o padrão das redes daqui a alguns anos. Por isso, precisamos desenvolver o mercado desde já e estar prontos para quando esse momento chegar”, diz Sergio Fabiano Siqueira, Head de produtos e desenvolvimento à frente do segmento na Tellescom, empresa responsável pelo desenvolvimento do mercado e comercialização da solução no Brasil. Com 14 anos de existência, sede em São Paulo e fábrica em Manaus, AM, a Tellescom é um grupo de sete empresas de controle 100% nacional e vem acompanhando os testes nas operadoras, que buscam integrar o novo padrão ao legado de equipamentos e sistemas.

A Infinite IT Consulting, de São Bernardo do Campo, SP, empresa que atua desde 2013 com projetos de transmissão óptica, oferece suporte técnico da linha Radisys na América Latina. A OLT 1600C

tem 16 portas híbridas, podendo aceitar tanto GPON (SFP C+, C++) como XGSPON (SFP N1, N2, E1, E2). Vem com duas portas de 25 e 100 Gbit/s e 4 portas de 10 e 25 Gbit/s. “O throughput de saída pode chegar a 300 Gbit/s para o núcleo em apenas 1U, padrão pizza box”, afirma Matheus Plastino, CEO e fundador da Infinite IT Consulting, que gerencia a infraestrutura xPON e/ou WDM/OTM de mais de 250 provedores.

O sistema da OLT foi desenvolvido em cima de Open Network Linux, Kubernet, Docker e Containers. “Se o usuário quiser alterar um módulo, basta atualizar o container em específico, sem precisar comprar novos equipamentos”, afirma Plastino. O software de gestão contém toda a pilha de APIs e microsserviços necessários para controlar as white boxes. “O fabricante precisa apenas enviar o container, o código novo e o cliente simplesmente sobe no controller da OLT, de forma simples e rápida”, diz.

OLT 1600C da Radisys. Foto: Infinite IT Consulting Venko Networks

A Venko Networks, empresa brasileira com sedes em Porto Alegre, RS, e Curitiba, PR, foi fundada há dois anos para oferecer soluções disruptivas de conectividade, sob as premissas de liberdade de escolha, padrões abertos, desagregação dos equipamentos e aplicações, tendo o software como protagonista na definição da arquitetura tecnológica, com destaque para o XGSPON e SD-WAN.

Membro ativo da ONF, a Venko montou uma rede global de parcerias com fabricantes de OLTs e CPEs universais de arquitetura aberta (white box) e fornecedores de plataformas de virtualização e orquestração de redes. “O ambiente desagregado tem por definição oferecer a opção de escolha de elementos individuais, priorizando a interoperabilidade, evitando o ‘vendor lock in’ e permitindo o acesso a produtos com valores mais competitivos. Por isso estruturamos um ecossistema completo de soluções que apoiarão o cliente nessa transição”, diz o CEO Ricardo Pianta.

Os produtos oferecidos pela Venko são modulares, com variada gama de capacidade e performance, homologados pela Anatel e com suporte e garantia local. Na linha de OLTs virtualizadas de 1U, a empresa trabalha com as marcas Zyxel, Edgecore e Radisys. Alguns modelos já oferecem o recurso da sinalização de clock 1588/ SyncE, padrões que permitirão a integração futura do transporte do 5G com as redes de acesso XGS-PON. Outras versões têm como diferencial o maior volume de tráfego e densidade de portas. “É preciso estudar cada caso. Nosso objetivo é nos posicionar como uma plataforma que entrega todas essas possibilidades de acordo com a intenção do cliente de longo prazo”, diz o executivo.

OLT plugável da Tibit, fornecida no Brasil pela Venko Networks

Outro destaque é a OLT plugável da Tibit (micro OLT), que também funciona em arquitetura aberta. “Através de uma OLT XGS-PON em formato SFP+ plugável, é possível transformar switches e roteadores com soquetes SFP+ em uma OLT XGSPON de alta performance e densidade”, afirma.

Para realizar a gestão das redes, a Venko firmou parceria com a Netsia, empresa de tecnologia da Türk Telekom, maior operadora da Turquia, para oferta da BB Suite, plataforma baseada no modelo SEBA/VOLTHA da ONF com integração de backend, incluindo OSS/BSS com recursos de nível de operadora e gerenciamento completo do ciclo de vida dos dispositivos de acesso. Na Türk Telekom, a solução atende 1 milhão de famílias com serviços triple-play (voz, dados e TV) sobre GPON e está preparada para os próximos requisitos das redes 5G.

E por fim, para endereçar a gestão de serviços de rede em ambientes heterogêneos, a Venko firmou um acordo com a Intraway, da Argentina, desenvolvedora da plataforma Symphonica, solução de orquestração de redes e provisionamento de serviços sem código, nativa da nuvem, que permite a provedores de serviços automatizar todo o ciclo de vida em várias redes e tecnologias. “Trata-se de uma solução ideal para o momento de consolidação do mercado brasileiro, no qual, cada vez mais, lida-se com múltiplos serviços, de múltiplos fornecedores, com múltiplas tecnologias e equipamentos”, diz Pianta, lembrando que a migração para uma solução aberta desagregada não ocorre de uma hora para outra. “É preciso integrar o legado num primeiro momento. O Symphonica resolve essa questão criando uma capa sobre a rede virtualizada para que ela possa também operar com o legado”, afirma.

Para demonstração da plataforma e equipamentos em operação, a Venko montou uma estrutura de serviços PON virtualizados no seu laboratório de Curitiba. “O ambiente é colaborativo e aberto, tanto para clientes quanto fornecedores. Estamos conversando com várias operadoras e provedores do Brasil para que realizem testes no local. Como mostram as experiências internacionais, a padronização e a adoção de redes abertas são uma tendência inevitável”, finaliza o CEO.

Zyxel Networks

Com sede em Taiwan e subsidária no Brasil, a Zyxel Communications desenvolveu a OLT white box SDA 3016SS 1U pizza box 16 portas All-In-One, que faz parte do Programa de Certificação Continuada da ONF - Open Networking Foundation para VOLTHA. Segundo a empresa,

OLT SDA da Zyxel

o produto conquistou a certificação VOLTHA ONF atendendo a um conjunto de padrões relacionados ao desempenho, agilidade e interoperabilidade. A OLT será introduzida juntamente com o lançamento do VOLTHA versão 2.10 da ONF, que aumenta a escala e o suporte para FTTB - Fiber to the Building, além de modelos e APIs para integração com a estrutura BBF - Broadband Forum.

O Zyxel SDA3016SS suporta simultaneamente as tecnologias XGS-PON, GPON e Combo PON. Possui design compacto com 1U de altura, 260 mm de profundidade e acesso frontal. Incorpora chipsets e um módulo de CPU x86 comercial, capacitando os provedores de serviços a construir plataformas PON abertas e programáveis. Compatível com software baseado em ONF VOLTHA, BBF OB-BAA ou proprietário de terceiros, o equipamento permite aos provedores reduzir o tempo de lançamento no mercado e estender suas redes de acesso sem atrasos relacionados à padronização. Conta com duas portas 100G QSFP28 e 25G SFP28 na interface de uplink. Além disso, as portas SFP28 oferecem a flexibilidade de adotar transceptores 25G SFP28 ou 10G SFP+ com custo competitivo.

“O equipamento permite que a rede de acesso PON evolua além das arquiteturas monolíticas tradicionais, onde o plano de controle e encaminhamento são hospedados no mesmo dispositivo”, diz Giovani Pacifico, diretor de produtos e vendas da Zyxel no Brasil. Com a rede de acesso desagregada, os provedores de serviços podem controlar várias caixas OLT como se fossem placas em um chassi enquanto dimensionam e personalizam os serviços com base nas necessidades do cliente.

SERVIÇO

Infinite IT Consulting – www.infiniteconsulting.com.br Edgecore - www.edge-core.com Infinera - www.infinera.com Intraway – www.intraway.com Netsia – www.netsia.com ONF - https://opennetworking.org Radisys – www.radisys.com Tellescom – www.tellescom.com.br Venko Networks – www.venkonetworks.com Zyxel - www.zyxel.com/br

Pequenos data centers: os desafios atuais

Os data centers de pequeno porte continuam sendo uma demanda comum nas empresas. As soluções de mercado mais indicadas para essas aplicações são as salas seguras, as salas cofres e os contêineres. Mas, apesar da praticidade das soluções padronizadas, o suporte de empresas especializadas é fundamental para garantir o atendimento a normas técnicas e a continuidade das operações e negócios.

Cláudio Cardoso, Senior Consultant da C3 Consulting

Oprojeto, implantação e operação de data centers de pequeno porte no Brasil voltaram a ser um desafio relevante nos últimos três anos a partir dos impactos de quatro eventos – uns intempestivos e outros nem tanto: a migração em massa da força de trabalho corporativa para o regime de homeoffice durante a pandemia da Covid-19; o aumento exponencial dos ataques cibernéticos nas operações de todas as verticais de mercado da economia global; a promulgação da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, com exigências sobre o armazenamento e gestão dos dados de milhões de brasileiros; e também aqui no Brasil o aumento da edge computing (computação de borda), com o início da operação do 5G e expansão do uso de IoT – Internet das Coisas.

Esses quatros grandes eventos que se desenvolveram quase que concomitantemente e em menos de uma década passaram a figurar entre as principais preocupações das organizações sobre suas infraestruturas de TIC e, consequentemente, na forma como os data centers são geridos, em especial, os de menor porte.

Os data centers de pequeno porte continuam sendo uma demanda comum nas empresas e são denominados geralmente de data centers enterprise (de uso próprio). Na grande maioria das vezes são implantados na modalidade on-premises, ou seja, internamente a uma ou mais unidades de operação das empresas.

A adoção dos data centers enterprise/ on-premises continua a representar mais de 50% do número de data centers espalhados pelo mundo. No Brasil esse percentual ainda figura em torno de 70% do ecossistema nacional. O cenário brasileiro é resultado seja da intenção das empresas em manter o controle sobre toda essa estrutura crucial para o seu funcionamento, seja por políticas de segurança internas e regulamentação de mercado ou ainda, seja pelo incipiente parque de data centers colocation/data centers hyperscale e sua distribuição geográfica no país. Essa adoção ocorre ainda que represente um nível elevado de custos para implantar, operar e dar manutenção a uma infraestrutura própria.

Soluções de mercado

As mais usuais soluções de mercado para pequenos data centers são as salas seguras, as salas-cofres e os CDCs Container Data Centers, cuja escolha depende de diversos fatores vetorizados pelo tipo de organização (pública ou privada), pela relação da empresa privada com o mercado (capital fechado ou aberto) e pelo território coberto por suas operações (local, nacional ou internacional).

Tratando das organizações privadas, uma vez que a estratégia de negócios descarte a operação do workload (carga de TIC) em colocation ou cloud e decida que um pequeno data center enterprise/on-premises deva ser implantado na empresa – seja ela uma PME em expansão ou uma nacional de grande porte ou a operação local de multinacional – o desafio passa a ser conciliar o nível de missão crítica do data center com o investimento inicial

Fig. 1 - Percentual de data centers próprios no mundo. Fonte: Uptime Institute Survey 2020. Tradução livre: C3 Consulting

demandado para sua implantação (Capex) e com o consequente custo de operação (Opex) durante a vida útil do data center.

Concluída essa conciliação, caso a escolha técnica seja pela adoção de salacofre ou CDC, o desafio de conceber a melhor infraestrutura de TIC deve ser empreitado com empresas muito especializadas, que oferecem soluções de mercado padronizadas por arquiteturas baseadas em normas e regulamentos específicos que limitam o design à definição da quantidade de racks no piso branco (white space) e sua ocupação com plano de face (bay-face) para determinar a dimensão dos data centers que são modulares no caso das salas-cofres –painéis blindados – e monolíticos no caso dos CDCs – contêineres de 20 e 40 pés.

Caso a escolha técnica seja por uma sala segura, ou seja, pela construção de um ambiente físico dentro dos espaços corporativos da empresa por métodos de construção civil convencionais, o desafio de design, implantação e operação torna-se oneroso para o time de TIC interno da empresa e, necessariamente, passa a demandar o engajamento de empresas especializadas na consultoria, engenharia e construção de ambientes de TIC, que mantêm corpos técnicos certificados nas principais entidades nacionais e internacionais e atualizados nas tendências técnicas. Projetando salas seguras

O design de um data center começa na análise de risco e definição da criticidade da operação compatível com o nível de continuidade dos negócios esperada para a infraestrutura de TIC e termina na elaboração dos projetos executivos de construção e montagem detalhados.

A abordagem mais eficiente em termos de design é trazer para o nível dos pequenos data centers enterprise a mesma metodologia empregada no nível dos data centers de grande porte, mas empregando as normas técnicas e as boas práticas (benchmarks) para uma realidade de investimento sem geração de receita direta. Sem essa abordagem, as soluções propostas em um projeto podem inviabilizar a adoção das melhores práticas e levar ao proprietário do data center à adoção de soluções de performance inferior aos requisitos mínimos das normas.

As principais normas que deveriam ser consideradas no design e implantação dos pequenos data centers são as seguintes: • ISO-IEC 22.237 • NBR 10.636-1, 16.965 e 16.945 • NBR 15247 • TIA/EIA 942B Edge e 568 • ASHRAE 90-1 • ASHRAE 90-4 • NFPA 72, 75, 101 e 2001 • NIST 800

Na concepção de um pequeno data center, os principais itens a serem avaliados em tempo de design são: • Programa de demandas – obter do proprietário o dimensionamento da carga de processamento, armazenamento e transmissão de dados e sua tradução em ativos de rede (LAN, SAN, etc.). • Nível de disponibilidade – definir com o proprietário o tempo de downtime anual aceitável para a operação do data center para que a classificação da norma TIA/EIA 942 B a ser definida – Rated Tier I, II, III ou IV. • Localização geográfica – colaborar com o proprietário na escolha da melhor unidade da empresa para implantação do data center, ou seja, na sede corporativa ou em uma das plantas de operação. • Locação na edificação – na unidade definida para a implantação, escolher com o proprietário o melhor local para construção –andar e bloco corporativo disponíveis. • Layout do piso branco – dimensionar o white space para acomodar o bloco de MDA e EDA unificados de um pequeno data center. • Layout do piso cinza (demanda de utilidades) – dimensionar o gray space para as demandas de energia elétrica, telecomunicação e climatização, definindo salas para UPS e baterias, operadoras de telecomunicações e máquinas de ar condicionado, entre outras. • Demanda de segurança física –definir, em função de uma avaliação de riscos ambientais e humanos, os sistemas eletromecânicos de proteção contra incêndio especiais (detecção, alarme e extinção de incêndio, proteção passiva, etc.), sistemas de segurança eletrônica (controle de acesso, monitoramento de vídeo e alarme de intrusão) e automação predial de missão crítica (gerenciamento de infraestrutura de TI – DCIM).

• Prazo de implantação – definir o prazo para o go-live, que pode impactar nas soluções a serem adotadas no projeto e construção do data center.

A avaliação bem-sucedida desses itens permite a seleção das tecnologias a serem projetadas para o data center e que sejam vencidos os desafios de projetar uma infraestrutura que atenda à criticidade da missão com nível de investimento adequado ao proprietário.

As disciplinas que compõem um projeto executivo que se aplicam à construção de um data center de pequeno porte são, no mínimo: • Arquitetura – layout e método construtivo - plantas, cortes, vistas e detalhes. • Instalações elétricas – energia comum e essencial, iluminação e aterramento –plantas, diagramas unifilares e trifilares, detalhes e memória de cálculo de cargas elétricas. • Instalações de lógica (dados e voz) –cabeamento de cross connect, cabeamento horizontal e backbones –plantas, plano de face (bay-face), diagramas de bloco e lista de pontos. • Climatização – ar condicionado de precisão e de conforto – plantas, cortes, detalhes e memória de cálculo de carga térmica. • Instalações hidráulicas – drenos e outras demandas hidráulicas de ar condicionado e proteção contra incêndio – plantas, cortes, isométricos e detalhes. • Sistemas de proteção contra incêndio especiais – detecção e alarme de fumaça e fogo, extinção por agentes limpos e inertes, combate por sprinklers ou watermist, proteção passiva, etc. – plantas, cortes, detalhes, isométricos e diagramas elétricos. • Sistemas de segurança eletrônica –controle de acesso por biometria e/ou

cartões, CFTV digital IP e PoE –Power over Ethernet e alarme de intrusão – plantas, cortes, detalhes e diagramas elétricos. • Sistemas de automação predial –monitoramento e controle ambiental com ou sem aplicação DCIM – plantas, cortes, detalhes, diagramas de bloco e lista de pontos. Sucesso na implantação Fig. 3 – Execução de data center enterprise de Ato contínuo ao projeto pequeno porte – Fonte: Black Box do Brasil e C3 executivo, a execução da salaConsulting segura de um projeto de data center de pequeno porte será tanto mais bem-sucedida quanto mais aderente às especificações técnicas do projeto for o escopo de fornecimento contratado com as empresas especializadas em construção e montagem de data centers e, fundamentalmente, o envolvimento de empresas fiscalizadoras e certificadoras de normas e padrões de TIC que observarão o atendimento das premissas de projeto executivo. Na pós-construção, os seguintes serviços são fundamentais à avaliação da construção e ajuste fino das instalações e sistemas:

• Comissionamento e teste de confiabilidade para todos os sistemas eletromecânicos. • Laudo de CFD - Computacional Fluid Dynamic para o sistema de climatização. • Certificação de estanqueidade (Fan Door Testing) para sistema de proteção contra incêndio. • Partida e operação assistida mínima de 30 dias.

O pequeno data center em operação

• Plano de otimização e expansão da operação baseado em ferramentas de DCIM.

Vencendo os desafios do pequeno data center

Fig. 4 – Estudo de CFD. Fonte: Zienz Eficiência Energética e C3 Consulting

A operação do data center pequeno é outro momento do desafio de afastar o downtime. Neste momento, o dimensionamento e a capacidade técnica da equipe de operação de TIC determinam quão bem aproveitadas serão a soluções e tecnologias projetadas e implantadas no data center para as expectativas de alta disponibilidade definidas no plano de continuidade de negócios da empresa.

Os itens imperativos da operação de um pequeno data center são: • Operação por equipe técnica de TI próprio capacitada continuamente. • Suporte técnico para as utilidades elétricas, de dados e voz, de climatização e de segurança físicas por terceiros competentes. • Manutenção preditiva, preventiva e corretivas por terceiros homologados nas soluções e tecnologias embarcadas no data center. Para vencer os desafios da concepção, implementação e operação de pequenos data centers on-premises atualmente, as empresas devem perseguir designs que atendam às normas técnicas e boas práticas de mercado de um lado e que sejam consideradas soluções técnicas que permitam viabilidade econômica na implantação e operação adequados a cada negócio do outro lado, em especial em um cenário macroeconômico de recuperação dos eventos mundiais dos últimos anos e, principalmente, de recuperação de recessão e instabilidade política do Brasil.

Guia de produtos para CFTV IP e controle de acesso

Segundo a ABESE – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, o mercado faturou R$ 9,24 bilhões em 2021 e cresceu 14%, superando os resultados do ano anterior. Os números refletem o aumento da adesão de soluções inteligentes durante a pandemia, como as bodycams (câmeras corporais), os equipamentos touchless e câmeras com reconhecimento facial, o rastreamento de frotas e veículos, bem como a retomada de projetos que estavam paralisados ou que surgiram nos últimos 12 meses. Para este ano, a expectativa é de uma expansão superior a 18%, com todos os segmentos em curva de ascensão. No guia a seguir, o leitor poderá conhecer a oferta dos fornecedores de câmeras fixas e móveis, soluções de gravação (NVR, DVR e VMS), intercomunicadores, dispositivos e analíticos de áudio e vídeo, bem como seus recursos e funcionalidades.

Empresa Telefone E-mail Câmeras IP fixas Câmeras móveis Resolução

Fixa Dome fixo Bullet Térmica Panorâmica Modular Multissensor Para áreas classificadas Corporais – Bodycam Dome PTZ PTZ topo de poste HDTV (1MP) Full HDTV (2MP) >5 MP 4K PoE IEEE 802.3aX Entrada de cartão memória Segurança IEEE 802.1x Módulo TPM H.264 H.265 Outro Gravação em nuvem Armazenamento na borda Administração remota dos dispositivos Firmware LTS Analíticos na borda IR adaptativo

Recursos

Compressão

Zoom digital

Alca (44) 3023 0333 n alcanet@alcanetwork.com.br •• ••• •• • • •• •• • •• • •• • •• • •• •• • Dahua Technology (11) 3251-1871 suporte.br@dahuatech.com •• ••• •• • • •• • •• • •• • • • •• • • •• • Fermion (21) 3609-8890 rleao@fermion.com.br •• ••• •• • •• • •• • • •• • • •• • Gerp IP (11) 99118-7170 n contato@gerpip.com.br •• • • •• •• •• • • • • • • • Hikvision (11) 4020-4458 rodrigo.camilotti@hikvision.com •• ••• • • • •• • •• • •• • •• • •• •• •• • Intelbras 0800 724 5115 dario.santos@intelbras.com.br •• ••• •• •• • •• • •• • • • • • • •• •

Meltech

Multilaser

Tecnidan

Tellycom Tenda

TP-Link

TRENDnet WDC 0800 081 0098 contato@meltech.com.br •• ••• •• • • •• • •• • •• • •• • •• • •• •• • (11) 3198-5890 suporte.tecnico@multilaser.com.br •• • • • • • • •

(54) 3028-4999 n comercial@tecnidan.com.br •• ••• •• • • •• • •• • •• • •• • •• • •• •• • (85) 4042-1245 n comercial@tellycom.com.br •

(11) 4007-1784 comercial@tenda.cn •• • • •• • •• • • • •• • • • • • •• • • (11) 4007-2172 suporte.br@tp-link.com • • • • • • • • • • •

0800 047 4191 suporte.brasil@trendnet.com •• • •• • •• • •• • • • • • •

(11) 99538-0391 n janaina.prado@wdcnet.com.br •• ••• •• • • •• • •• • •• • •• • • • •• •• • (11) 99966-5833 n bwolak@terra.com.br •• • •• • •• • • • • • • • • (31) 9585-1689 n comercial.brasil@zkteco.com •• • • • •• • •• • • • • • • •• •

Empresa Telefone E-mail Intercomunicadores

Áudio IP Áudio e vídeo IP Controle de acesso Software de controle de acesso Soluções de gravação

Gravadores DVR Gravadores NVR VMS Solução de áudio IP Analíticos de vídeo Dispositivos de sistemas

Analíticos de áudio Switches de rede Módulos de E/S Decodificadores Radar Cartão de memória

Alca (44) 3023 0333 n alcanet@alcanetwork.com.br • • • • • • • • • • • • • • • Dahua Technology (11) 3251-1871 suporte.br@dahuatech.com • • • • • • • • • • • • • • Fermion (21) 3609-8890 rleao@fermion.com.br • • • • • • • • • • • • • • Fiberwan (11) 97119-8742 n contato@fiberwan.com.br • Gerp IP (11) 99118-7170 n contato@gerpip.com.br • • • • • • • GPR Digital (43) 3032-6176 comercial@gprdigital.com.br • • • • Hikvision (11) 4020-4458 rodrigo.camilotti@hikvision.com • • • • • • • • • • • • • Meltech 0800 081 0098 contato@meltech.com.br • • • • • • • • • • • • • • • Multilaser (11) 3198-5890 suporte.tecnico@multilaser.com.br • • • • • • • Tecnidan (54) 3028-4999 n comercial@tecnidan.com.br • • • • • • • • • • • • • • Tellycom (85) 4042-1245 n comercial@tellycom.com.br • Tenda (11) 4007-1784 comercial@tenda.cn • • • • • • • TP-Link (11) 4007-2172 suporte.br@tp-link.com • • • • TRENDnet 0800 047 4191 suporte.brasil@trendnet.com • • • WDC (11) 99538-0391 n janaina.prado@wdcnet.com.br • • • • • • • • • • • • • • • Wolak (11) 99966-5833 n bwolak@terra.com.br • • • • • • • • • • • • ZKTeco (31) 9585-1689 n comercial.brasil@zkteco.com • • • • • • • Zyxel (11) 3078-2345 comercial@zyxel.com.br • Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 146 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Redes, TRedes, T Redes, TRedes, T Redes, Telecom e Instalações elecom e Instalações elecom e Instalações elecom e Instalações elecom e Instalações, agosto de 2022. Este e muitos outros Guias RTI RTI RTI RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Fibra ribbon rolável reduz espaço ocupado em data center

Luís Domingues, engenheiro sênior responsável pela área de engenharia de sistemas da CommScope para o Brasil

As infraestruturas de dutos estão cada vez mais congestionadas nos data centers. A nova tecnologia de fibra óptica ribbon rolável (rollable ribbon) possibilita maximizar o espaço ao permitir a colocação de até o dobro de fibras no mesmo diâmetro dos cabos flat tradicionais. Para um data center que aluga espaço para múltiplos usuários, essa é uma grande vantagem, pois quanto mais fibra puder colocar dentro de um duto, maior será a receita.

Com estrutura flexível, os MTDCs – Multi Tenant Data Centers se especializaram em fornecer espaço disponível configurável e de alta qualidade, designs de rede ágeis e conexões cruzadas para diferentes provedores de serviços e cloud. O rápido aumento no tráfego da borda para o núcleo está aumentando a necessidade de faixas maiores de largura de banda, a começar pelas interconexões de data center.

A rede de sites do MTDC representa um fluxo de receita recorrente, assim como a energia, os serviços e a disponibilidade de espaço que fornece aos usuários e provedores. Quanto mais fibra puder ser colocada dentro de um duto, maior será a receita. O desafio é que a capacidade disponível no interior do duto está literalmente limitada, cercada por concreto em uma vala.

Em uma típica instalação de MTDC, os diâmetros internos mais comuns de duto de DCI – interligação de data center têm 1¼, 2 ou 4 polegadas. A BICSI - Building Industry Consulting Service International sugere uma taxa de ocupação de preenchimento não superior a 70%. Por precaução, a maioria das instalações atuais opta por uma taxa de 50%. Dessa forma, ao usar um típico cabo de 288 fibras, um data center pode acomodar 33 cabos (9504 fibras) em eletroduto com 4 polegadas de diâmetro interno. No entanto, as demandas por largura de banda estão forçando os limites do cabo tradicional de 288 fibras. Muitas instalações de MTDC estão mudando para cabos de 864 e 1728 fibras, maximizando rapidamente a capacidade de seus dutos de sites.

Como o aumento da capacidade do duto envolve custos significativos, para aumentar a quantidade de fibras e atender aos crescentes requisitos de receita, os MTDCs precisavam encontrar alguma forma de acomodar mais fibras em seus atuais dutos.

Cabo de fibra ribbon rolável

Surgiu então um novo método que reduz significativamente o diâmetro geral do cabo de fibra, permitindo que os MTDCs acomodem com segurança o dobro de fibras em um duto padrão, em comparação com os cabos loose tradicionais.

O cabo ribbon rolável é, em parte, baseado no desenvolvimento anterior do cabo ribbon de matriz de tubo central, que apresentava camadas de fita com até 864 fibras dentro de um tubo. As fibras são agrupadas e continuamente ligadas em toda a extensão do cabo, o que aumenta sua rigidez. Embora isso tenha pouco efeito ao usar o cabo em uma aplicação externa em um data center, o cabo rígido não é adequado, devido às restrições de roteamento que apresenta.

Já no cabo ribbon rolável, as fibras são ligadas de forma intermitente, criando uma teia solta. Essa configuração torna a fita mais flexível e permite a flexão das fibras de maneira independente umas das outras. As fibras podem ser “enroladas” em um cilindro, aproveitando melhor o espaço em comparação com as fitas planas. Até seis cabos de 3456 fibras ribbon roláveis podem ser acomodados em um duto de 4 polegadas, mais que o dobro da densidade das fibras convencionais.

A estrutura de teia ligada em pontos intermitentes também reduz o raio de curvatura, facilitando a manipulação desses cabos nos limites do data center. Dentro do cabo, a fibra ribbon rolável apresenta as características físicas do tipo loose, flexionando-se e dobrando-se facilmente para aumentar o roteamento em espaços restritos. Além disso, o cabo ribbon rolável utiliza um design completamente livre de gel que ajuda a reduzir o tempo necessário para preparar a emenda, com custos mais baixos de mão de obra.

Emendas e pré-provisionamento mais rápidos

O novo design de fibra com maior capacidade também tem pelo menos mais uma vantagem. A ligação intermitente mantém o alinhamento das fibras e reduz a distância entre a primeira e a última da fileira. Isso permite que os instaladores posicionem as fibras naturalmente em uma seção transversal menor, tornando-as perfeitas para emendas. Todas as fibras podem ser colocadas rapidamente em uma máquina de fusão em massa, sem a necessidade de emendar cada uma individualmente. Dessa forma, 12 fibras de fita podem ser emendadas no mesmo tempo necessário para emendar uma fibra de fio simples. Esse detalhe é importante, pois os MTDCs trabalham para acompanhar o aumento no número de links entre as salas de clientes que devem ser préprovisionados.

Cresce a demanda do mercado

Com o aumento na quantidade de fibras no data center, a fibra ribbon rolável está se tornando mais comum em todo o ecossistema de data centers. Isso inclui os clientes com os quais os MTDCs devem interagir, como data centers hyperscale, cloud e provedores de serviços. Especificamente, surgiram três usos principais: • interconexões urbanas de data center que exigem quantidade muito alta de fibra e acesso frequente. • redes de longa distância construídas em lugares que exigem desempenho superior. • redes que exigem cabos com alta quantidade de fibras, adequados para vias de roteamento congestionado com curvas acentuadas.

Conclusão

Alguns proprietários de data centers ainda estão um pouco atrasados em termos de conscientização a respeito da tecnologia de fibra ribbon rolável e de como e quando implementá-la. Os MTDCs, em particular, se encontram em uma posição interessante para colher os benefícios dessa inovação. À medida que mais dados são criados e consumidos na borda, os data centers hyperscale e na nuvem buscam cada vez mais os sites baseados na borda para ajudar a atender ao tráfego. O cabo de fibra rollable ribbon permite que os gerentes de rede de MTDCs atendam às necessidades de largura de banda atuais e futuras de seus clientes de hyperscale e serviços na nuvem, além de maximizar a receita de seus dutos de DCI. O resultado é que mais links de clientes e provedores de serviços podem ser adicionados, oferecendo mais oportunidades de receita.

Qualidade da energia em provedores regionais

As redes de comunicação dos provedores regionais comportam sistemas de gerenciamento complexo, que precisam contar com um fornecimento de energia confiável e de qualidade para maximizar sua eficiência e o tempo de funcionamento. O projeto dessas redes deve incorporar dispositivos capazes de garantir a integridade dos ativos de rede contra falhas no sistema elétrico.

José Maurício S. Pinheiro, da Ratio Consultoria e Treinamentos

Um dos requisitos mais críticos no projeto de rede elétrica de um provedor regional é a proteção da integridade da informação quando esta trafega através de um meio sujeito a distúrbios elétricos. Nesse aspecto, blindagem eletromagnética e aterramento elétrico são itens mandatários para garantir a integridade dos dados.

As ameaças mais comuns para os equipamentos eletrônicos são os ruídos elétricos, variações e transientes de tensão, interrupções no fornecimento, entre outros. A figura 1 exemplifica a possível corrupção dos dados transmitidos entre os componentes A e B através da rede de computadores C devido a uma descarga atmosférica D sobre um sistema elétrico não devidamente protegido.

As soluções para os distúrbios na energia podem ser aplicadas em três níveis: aterramento apropriado, proteções elétricas e sistema alternativo de fornecimento.

Por meio do planejamento da infraestrutura elétrica, associado com um projeto que inclua sistemas de aterramento e dispositivos de proteção, é possível eliminar ou pelo menos minimizar bastante as consequências que os distúrbios de eletricidade podem causar à rede do provedor regional. Nesse sentido, é inquestionável a necessidade de um sistema que forneça energia de qualidade e confiabilidade e, através dele, obter uma rede com imunidade suficiente para operar sem degradação na presença de distúrbios eletromagnéticos.

Qualidade da energia

Está relacionada ao conjunto de alterações que podem ocorrer no sistema elétrico e que podem ser representadas por qualquer problema manifestado nos valores de tensão, corrente ou nas variações de frequência, resultando em falha ou má operação de equipamentos. Tais alterações podem ocorrer em várias partes, seja nas instalações do provedor, dos usuários ou no próprio sistema elétrico da concessionária de energia.

A qualidade da energia fornecida é relevante para aplicações críticas em todas as condições operacionais do provedor regional. Entretanto, a energia fornecida pelas concessionárias pode, ocasionalmente, sofrer instabilidades, oscilação, surtos e transientes além dos limites operacionais tolerados pelos equipamentos. Isto se deve a alterações na demanda da transmissão de energia afetada por falhas de projeto ou por novas necessidades de conversão dos consumidores na rede elétrica. A realidade é que os problemas na qualidade da eletricidade ocorrem

constantemente e por diferentes razões. Entre elas duas se destacam: • Instalação de cargas não lineares – Uso de equipamentos que aumentam os níveis de distorções e podem levar o sistema a condições de instabilidade durante o fornecimento da energia. • Maior sensibilidade – Os equipamentos eletrônicos estão cada vez mais sensíveis aos efeitos dos distúrbios oriundos de fontes de alimentação elétrica.

Além dos problemas ocasionais no fornecimento de energia (quedas de tensão, apagões, entre outros), a ocorrência dos impulsos elétricos de alta intensidade e de curta duração, geralmente provenientes das descargas atmosféricas, é extremamente prejudicial a todo tipo de equipamento eletrônico usado no ambiente dos provedores regionais. Isto ocorre porque os equipamentos eletrônicos são cada vez mais sensíveis a problemas de qualidade de energia e mais poluidores também, provocando distúrbios que podem afetar outros dispositivos próximos.

O ambiente eletromagnético de um provedor pode ser encarado como o resultado do funcionamento dos diversos elementos adicionados ao ruído ambiente no qual estão inseridos. Pode ser definido pelos seus diversos equipamentos e sistemas constituintes, tais como a rede elétrica, tipo de edificação e cabeamento, infraestrutura, equipamentos instalados e pelo ambiente externo que o circunda, que também sofre alterações à medida que ocorrerem reformulações no layout dos dispositivos, do cabeamento e, principalmente, na instalação elétrica.

Fig. 1 – Efeitos dos distúrbios elétricos

Interferência eletromagnética

A interferência eletromagnética, também conhecida como EMI Electromagnetic Interference, é a interferência ou ruído gerado nos sistemas eletroeletrônicos resultado das características inerentes aos dispositivos instalados. A EMI é um obstáculo à melhoria dos níveis de confiabilidade dos equipamentos utilizados no provedor regional, afetando diretamente seus usuários. Vem se tornando uma das maiores causas de falhas nas transmissões de dados, imagens, monitoração remota, etc. Na figura 2, são apresentados dois exemplos típicos de EMI que se propaga através da rede de energia elétrica (1) ou ainda por meio de ondas eletromagnéticas. No exemplo, as duas formas de EMI provenientes do funcionamento do motor do compressor podem interferir no funcionamento adequado do equipamento eletrônico (computador). Essa forma de interferência é um dos maiores causadores de falhas em equipamentos das redes de comunicação, principalmente quando são utilizados protetores, cabos e acessórios inadequados para o sistema elétrico. Ela pode ocorrer de forma interna ou externa ao sistema de comunicação, mas sua causa sempre se origina nas perturbações eletromagnéticas. Para eliminar problemas de EMI, as questões relativas à infraestrutura da rede devem ser levantadas durante o projeto. O cabeamento metálico, por exemplo, é um dos principais responsáveis pela conexão física entre os diversos dispositivos e acessórios que compõem uma rede de comunicação. Algumas providências básicas podem ser tomadas para evitar que o ruído elétrico afete o funcionamento dos equipamentos a partir do cabeamento.

Dentre os métodos de redução de ruídos destacam-se o balanceamento dos níveis de tensão nas extremidades dos cabos, a blindagem das estruturas por onde passa a rede de comunicação e, principalmente, o cuidado com a conexão dos cabos e o aterramento elétrico.

Fig. 3 - Estrutura básica de fornecimento de energia com UPS Condicionamento de energia

Condicionar energia significa estabelecer padrões de comportamento (continuidade no fornecimento, limites especificados, isenção de distúrbios) previsíveis para que a energia fornecida pelo sistema público de distribuição seja utilizada pelos consumidores de forma eficiente e sem riscos de acidentes pessoais e materiais.

Um dispositivo para condicionamento de energia recebe a eletricidade fornecida pela concessionária (normalmente carregada de distúrbios e eventos potencialmente destrutivos e imprevisíveis) e a transforma em energia condicionada com um comportamento previsível e aceitável para a maioria das cargas que dela dependem.

Os dispositivos para condicionamento de energia visam corrigir um ou mais desvios no fornecimento da eletricidade para as cargas. Podem ser divididos em três categorias básicas: • Filtram ou regulam o fornecimento de energia da concessionária –Transformadores isoladores, dispositivos para proteção contra surtos, reguladores de tensão,condicionadores de linha e filtros harmônicos. • Regeneram a energia fornecida pela concessionária ou geram a sua própria –GMG – grupo motor-gerador. • Dispositivos de alimentação ininterrupta – UPS - Uninterruptible Power Supply ou Uninterruptible Power Source.

O condicionamento da energia para um sistema de comunicação pode ser conseguido pela utilização de quatro dispositivos básicos: • UPS – Diante de queda ou interrupção da rede elétrica, a energia é suprida por um conjunto de baterias, que através de circuitos específicos, converte a energia da forma contínua para alternada. A figura 3 apresenta a estrutura básica de um UPS. • Estabilizadores de tensão - Mantêm a tensão fornecida aos equipamentos dentro dos limites especificados, indicados como um valor percentual da tensão de operação (nominal). • Filtros – Filtram os ruídos de alta frequência provenientes da rede elétrica, como as interferências de radiofrequência (RFI) e eletromagnéticas (EMI). • Protetores de surto - Destinados a suprimir tensões perigosas da rede elétrica (proteção contra surtos de tensão e sobrecarga, tensões induzidas por descargas atmosféricas, contatos acidentais de linhas elétricas de diferentes potenciais, indução, etc.).

O nível de criticidade do sistema elétrico que atende ao provedor regional pode ser determinado através da análise das necessidades dos equipamentos, da infraestrutura existente e da qualidade da energia elétrica fornecida. Pode-se classificar esse nível de criticidade do sistema elétrico em: • Alto – Quando os equipamentos necessitam de 100% de confiabilidade e disponibilidade de energia. • Médio – Quando os equipamentos necessitam de 100% de confiabilidade de qualidade de energia condicionada, porém pode ser interrompida, desde que seja de uma forma programada. Em uma situação de ausência de energia de entrada, o dispositivo de fornecimento e condicionamento deve ter autonomia suficiente para manter os sistemas em funcionamento por um tempo mínimo para o seu desligamento programado. • Baixo - Quando os equipamentos necessitam apenas de confiabilidade na qualidade de energia condicionada, porém não sofrem e nem geram prejuízos com as interrupções prolongadas de energia. É o caso de sistemas de iluminação, onde as variações da má qualidade de energia, como microinterrupções, transitórios e oscilações ou mesmo na falta de energia prolongada, simplesmente se desligam sem danos ou prejuízos ao sistema.

Sistemas de missão crítica

A evolução da tecnologia e a integração entre as redes de comunicação e corporativas criaram um novo desafio no projeto das instalações elétricas para os

sistemas de comunicação: o aumento de cargas sensíveis e aplicações de missão crítica. Todo e qualquer equipamento que necessite de proteção contra distúrbios da rede elétrica é considerado uma carga sensível.

Já a expressão “aplicações de missão crítica” faz referência aos sistemas que necessitam estar disponíveis 24 horas por dia durante os 365 dias do ano, como os sistemas de comunicação de um provedor regional.

Quanto mais críticos e importantes forem os sistemas, maior será a exigência de redundância e segurança da infraestrutura da rede de suporte. Assim, há a necessidade de redundância de equipamentos de mesma função para garantir o suprimento de energia das cargas críticas. Nesses casos, devem ser usados sistemas de energia ininterrupta do tipo UPS e GMG, além de rede elétrica adequada.

A inspeção é outro quesito essencial nas instalações elétricas de sistemas de missão crítica e deve ser realizada mesmo que voluntariamente. O ponto que garante a harmonia de todo o projeto é a manutenção, que aumenta a vida útil da instalação e reduz os riscos. Essa manutenção deve seguir alguns procedimentos padrão, estabelecidos de acordo com a NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão, e deve ser realizada com uma periodicidade definida.

A NBR 5410 cobre os diversos tipos de instalações elétricas de baixa tensão, como edificações residenciais, comerciais e industriais em geral, sendo aplicável também no projeto elétrico das redes de comunicação.

Gerenciamento e economia de energia

O termo “gerenciamento de energia” ou Power Management é utilizado em diversos contextos. Os mais comuns fazem referência aos controles de recursos e do consumo da energia elétrica, envolvendo o monitoramento de equipamentos para condicionamento e fornecimento ininterrupto de energia. São os EMS – Sistemas de Gerenciamento de Energia (Energy Management System), como mostra a figura 4.

A instalação desses sistemas cria um ambiente protegido contra falhas de energia e, do ponto de vista dos sistemas de comunicação do provedor regional, tem um propósito maior: preservar os dados que trafegam na rede e que são utilizados por diversos usuários. Para que isso seja possível, no entanto, é preciso que os equipamentos sejam constantemente monitorados e que, em caso de alterações no fornecimento de energia, os sistemas implicados sejam adequadamente desligados antes que o corte efetivamente aconteça.

Uma boa parte dos equipamentos utilizados nos projetos de sistemas de comunicação possui algum tipo de recurso de gerenciamento de energia que permite colocá-lo em algum estado de consumo reduzido. De qualquer maneira, depende de o usuário configurar o que se chama de políticas de consumo, diretrizes que definem os limites de tempo utilizado para assumir quando o equipamento está ocioso e o estado de consumo em que ele deve ser colocado.

Entretanto, a necessidade de intervenção do usuário para a configuração e habilitação desses mecanismos de controle pode se tornar um problema ao gerenciamento de energia na rede do provedor regional, tendo em vista o número de equipamentos envolvidos. Nesse tipo de estrutura é pouco produtivo configurar cada dispositivo individualmente. Além disso, pode ser necessário estabelecer políticas de consumo para períodos distintos do dia ou mesmo optar por não habilitar o gerenciamento de energia para evitar acidentes durante procedimentos não programados, em que determinados equipamentos (servidores de rede e estações de trabalho) precisam estar acessíveis na rede.

Uma forma para contornar esses problemas é centralizar as operações que normalmente seriam executadas em cada máquina através de um sistema remoto de gerenciamento. Desse modo, não só o administrador teria condições de configurar políticas de consumo para todos os equipamentos a partir de um ponto único, como poderia fazê-lo de maneira a não interferir com o andamento de outros processos na planta.

Outro aspecto no qual a economia de energia pode desempenhar um papel importante é o de redes cujos equipamentos são alimentados através de UPS. Nesse caso, pode ser extremamente útil estender o tempo de “sobrevida” proporcionado pelas baterias do UPS. O propósito de estender esse tempo de autonomia é permitir o desligamento correto e ordenado dos equipamentos da rede em caso de falha prolongada no fornecimento de energia.

Para que esse processo seja eficiente, além de um elemento central capaz de monitorar as condições do fornecimento da energia e acionar remotamente o desligamento dos equipamentos ou sua entrada em modos de baixo consumo, também é necessário um sistema elétrico corretamente dimensionado e confiável.

Alguns requisitos mínimos devem ser observados para a correta instalação dos equipamentos: • Ambiente físico – Área reservada para os equipamentos, distâncias de paredes para ventilação, temperatura de operação, umidade relativa, presença de partículas na atmosfera, área de manutenção. • Dispositivos de proteção - Devem ser dimensionados os condutores de entrada e saída, bem como os respectivos dispositivos de proteção nos quadros de energia com seus graus de seletividade corretamente dimensionados. • Cabeamento – Os cabos de energia devem ser conectados com terminais adequados e protegidos através de canaletas de acordo com as normas vigentes em relação às cores e seções mínimas para a redução das perdas de tensão. • Aterramento - Deve apresentar boas condições de conexão, com resistência ôhmica baixa, e principalmente deve ser executada a equalização de potenciais, ou seja, a interligação de todos os condutores terra a um barramento comum, a fim de evitar diferenças de potencial nas diversas áreas de trabalho. • Documentação e identificação – Uma documentação atualizada é fundamental para a adequação das cargas e futuras manutenções ou expansões da planta. A identificação dos quadros e numeração dos circuitos auxilia na rápida detecção de defeito no caso de emergências.

Conclusão

As instalações elétricas para uso nas redes de comunicação dos provedores regionais devem ser projetadas para suportar uma infinidade de equipamentos que, além de funcionarem de formas bem diferentes, exigem um fornecimento de energia constante e de qualidade.

Os prejuízos relativos ao consumo de energia fora de condições ideais de fornecimento não se limitam aos gastos não orçados com a manutenção da infraestrutura elétrica em si. É essencial conhecer detalhadamente a estrutura do sistema elétrico que serve as redes de comunicação e, a partir dessa informação, mapear as possíveis causas dos problemas e se prevenir por meio de políticas de manutenção adequadas.

Entendendo a velocidade e o atraso de propagação de sinais em cabos metálicos

Paulo S. Marin, Doutor em EMI/EMC aplicada à infraestrutura de TI

Neste artigo são discutidos os conceitos fundamentais sobre a transmissão de sinais em cabos de cobre, diretamente relacionados a sistemas de cabeamento estruturado e que afetam os resultados dos testes de certificação em campo, com destaque para a velocidade de propagação, que é a velocidade com a qual um sinal elétrico viaja pelo cabo entre um transmissor e um receptor, em m/s. Esse parâmetro depende de vários aspectos construtivos dos cabos e características do material do dielétrico.

Avelocidade de propagação de um sinal por um meio físico é exatamente o que o nome sugere, ou seja, a velocidade (em metros por segundo) com a qual um sinal se propaga entre um transmissor (Tx) e um receptor (Rx), conforme esquematizado na figura 1.

O conceito ilustrado na figura 1 é a propagação de uma forma de onda com um nível de tensão (sinal), que pode ter um mecanismo de codificação correspondente (situação mais comum na prática) ou não, por meio de um canal de comprimento (l) em um intervalo de tempo (Δt) expressa, portanto, em metros por segundo (m/s).

Em cabos metálicos, a velocidade de propagação de sinais elétricos é dada em relação à velocidade de propagação da luz no vácuo, referida como NVP (nominal velocity of propagation) ou velocidade nominal de propagação, em português. A NVP é um dado de catálogo, expressa como, por exemplo, 67%, 70%, 72%, etc. (da velocidade da luz).

Um pouco de teoria

A velocidade de propagação (v) de uma linha (ou canal) é expressa em m/s. O símbolo utilizado amplamente na literatura técnica para esse parâmetro é v (minúsculo, em itálico). Essa quantidade, para um meio sem perdas inserido no vácuo perfeito, costuma se aproximar da velocidade da luz (cerca de 3 x 108 m/s). No entanto, na prática, como o meio oferece uma resistência ao fluxo de corrente elétrica, não está inserido no vácuo e há a presença de materiais magnéticos ou dielétricos próximos aos condutores, essa velocidade é reduzida. Para condutores envolvidos por materiais dielétricos homogêneos, a velocidade de propagação pode ser expressa como:

(1)

Onde: • v é a velocidade de propagação de um sinal elétrico (m/s); • c é a velocidade de propagação da luz no vácuo (3 x 108 m/s); • ε

v=

c √εr μr

r é a permissividade elétrica relativa do dielétrico ou constante dielétrica do material utilizado no dielétrico, para linhas ideais sem perdas (teórica) ela é uma quantidade puramente real; • ε r é a permeabilidade magnética relativa do dielétrico, para linhas ideais sem perdas ela é uma quantidade real.

Como a transmissão de sinais por cabos em sistemas de comunicação ocorre por meio de cabos com dielétricos não magnéticos, a permeabilidade magnética relativa do dielétrico é igual a 1 (μr=1) e a velocidade de propagação pode ser simplificada para:

Tal simplificação para o cálculo de v é válida na prática. Como há correntes fluindo através dos condutores, haverá alguma perda associada. As ondas que se propagam por esses condutores sofrerão os efeitos de tal perda. Entretanto, esse efeito é tão insignificante que pode ser desprezado para altas frequências.

Portanto, uma vez conhecido o valor de ε r, podemos calcular a velocidade de propagação de um determinado meio. Como exemplo, vamos considerar um cabo cujo dielétrico é feito de PVC. Como a permissividade elétrica relativa do PVC varia entre 2,5 e 6,5, vamos determinar a velocidade de propagação de condutores isolados com PVC com ε = 3

r

com base na expressão (2).

vPVC = 3.108 √3,0 =1,7321.108 m/s

Uma breve retrospectiva histórica

(3)

No início das comunicações telefônicas de longa distância, há pouco mais de 100 anos, os cabos eram fabricados com condutores isolados com papel impregnado em óleo ou parafina, cujo ε r = 4,25 (em média). Por curiosidade, vamos determinar a velocidade de propagação para esse tipo de cabo: m/s

Fig. 1 – Representação da velocidade de propagação de um sinal por um canal

vpapel = 3.108 √4,25 =1,4552.108 m/s (4)

Ao compararmos os resultados obtidos em (3) e (4), torna-se evidente a influência do material do dielétrico na resposta do cabo para a velocidade de propagação de um sinal elétrico. O cabo cujos condutores são isolados com PVC oferece uma velocidade de propagação superior àquele isolado com papel impregnado em óleo ou parafina. Embora isso possa nos dar uma noção da diferença dos comportamentos entre ambos os tipos de dielétricos, uma comparação prática direta é pouco significativa. Isso porque, na época em que os condutores eram isolados com papel impregnado, a escala de frequência utilizada para as transmissões era infinitamente menor que a escala atual. Ainda, a resposta do cabo sofria os efeitos de sua capa geral, que precisava de

uma proteção contra umidade do ambiente muito mais complexa que as atualmente disponíveis.

Assim, voltando ao tema central, conforme mencionado anteriormente, a velocidade nominal de propagação é normalmente referida como uma porcentagem da velocidade da luz no vácuo e pode ser calculada de acordo com a seguinte expressão:

(5)

Portanto, para determinar a NVP de um cabo com velocidade de propagação de 1,7321.108 m/s (exemplo calculado na expressão 3, para PVC), teremos:

(6)

Da mesma forma, para o cabo com condutor isolado com papel impregnado em óleo ou parafina, com velocidade de propagação de 1,4552.108 m/s, teremos: Tab. I – Limites de atraso de propagação em frequências críticas

FrequênciaFrequência FrequênciaFrequência Frequência (MHz)(MHz) (MHz)(MHz) (MHz) 100 D Atraso de propagação máximo (ns) Atraso de propagação máximo (ns) Atraso de propagação máximo (ns) Atraso de propagação máximo (ns) Atraso de propagação máximo (ns) Classe de aplicação Classe de aplicação Classe de aplicação Classe de aplicação Classe de aplicação

E

EA 491

250 500 600 1000 N/S

N/S

N/S

N/S: não especificado para essas classes de aplicação. N/S 490 F

490

FA

489

489

(7)

A expressão (5) apresenta uma forma bastante eficiente para a determinação da NVP com base na velocidade de propagação da luz no vácuo (c), na permissividade elétrica relativa do dielétrico (ε r) e na permeabilidade magnética relativa do dielétrico (μr), ela pode ser também facilmente obtida por relações diretas entre as velocidades de propagação para cada cabo considerado nos exemplos acima e a velocidade da luz, conforme mostrado abaixo:

(8)

(9)

O leitor pode estar se perguntando se há uma aplicação prática para a velocidade nominal de propagação de uma linha (ou canal). A resposta é sim.

Fig. 2 – Efeitos de reflexão de sinal com a linha aberta e em curto-circuito

A NVP é utilizada pelos equipamentos de testes em campo para a determinação do comprimento do canal pela utilização de uma técnica conhecida como TDR (time domain reflectometry) ou reflectometria no domínio do tempo, em português.

Antes de seguirmos com a discussão sobre como a NVP é utilizada para a determinação do comprimento de um canal, vamos revisar os efeitos de reflexão de sinal em linhas de transmissão.

Reflexão de sinais “Medição” do comprimento da linha ou canal

Agora que conhecemos os conceitos de velocidade de propagação (v) e velocidade nominal de propagação (NVP) e também a técnica de reflectometria no domínio do tempo (TDR), podemos entender como o comprimento de um canal é determinado em um teste de campo. Note o leitor que a palavra medição no subtítulo acima está entre aspas. Isso não é por acaso.

Embora os equipamentos de testes em campo reportem o valor do comprimento de um segmento de cabo, esse comprimento é calculado com base na medição da reflexão de um sinal de teste e não medido de fato. Para isso, o sinal de teste é transmitido ao longo do canal sob teste e a técnica de TDR aplicada. Assim, os tempos de ida (sinal original) e volta (sinal refletido) são medidos e o comprimento é calculado a partir desses tempos e da NVP do cabo.

Usando o esquema da figura 2a como referência, quando o sinal de teste é aplicado ao canal sob teste, o tempo T0 = 0 marca o início do teste. Quando o sinal refletido retorna ao equipamento de teste, o tempo T1 é registrado. Subtraindo-se T0 de T1, obtemos o tempo total de propagação dos sinais de teste e refletido. Como a NVP do cabo é configurada no equipamento de teste, o comprimento equivalente é então calculado. Vejamos um exemplo de aplicação a seguir.

Quando um sinal elétrico que se propaga por uma linha (ou canal) alcança o final dessa linha, ele pode ser refletido ou absorvido. Se a linha não estiver terminada com sua impedância característica, o sinal será refletido parcialmente (ou completamente, se a linha estiver aberta ou em curtocircuito). Com a linha aberta, o sinal será refletido e a fase do sinal originalmente transmitido será mantida (figura 2a). Quando a linha estiver em curto-circuito, o sinal transmitido será refletido e a fase do sinal originalmente transmitido será defasada em 180 graus (figura 2b).

Quando a linha estiver terminada com uma carga de mesmo valor de sua impedância característica (Z0), o sinal transmitido não sofrerá reflexão, conforme mostrado na figura 3.

A técnica de TDR consiste exatamente na aplicação de um sinal de teste à linha (ou canal) e identificação do ponto (ou pontos) de reflexão relevante. Em seguida vamos entender como utilizar essa técnica para a determinação do comprimento de uma linha.

Exemplo de aplicação

Consideremos o esquema apresentado na figura 4 para um teste de comprimento do canal.

Conforme mostrado no esquema da figura 4, um sinal de teste é aplicado a um segmento de cabo em T0 = 0. O sinal refletido é registrado em T1 = 430 ns e a NVP do cabo é 72%. Em resumo, o equipamento de teste “aciona um cronômetro” quando o sinal de teste é transmitido (T0 = 0) e “para a contagem” quando o sinal refletido retorna ao equipamento de teste (T1 = 430 ns).

Dados do teste: T0 = 0, T1 = 430 ns => T1 – T0 = 430 ns NVP = 72% = 72% . c = 0,72 x 3 x 108 = 2,16 x 108 m/s

Cálculo do comprimento do canal

(10)

De acordo com o exemplo acima, notamos a importância do valor da NVP para a determinação do comprimento de um segmento de cabo. Conforme mencionei antes, esse valor está disponível nas especificações do cabo; é um dado de catálogo. De qualquer maneira, o valor da

Fig. 4 – Esquema de teste do exemplo

NVP não varia muito entre diversos fabricantes para cabos de mesmas características. No entanto, se uma aferição precisa do comprimento for necessária, a NVP correta deve ser utilizada.

Medição da NVP

Embora dados de catálogo da NVP possam ser utilizados para a determinação do comprimento de canal em um teste do cabeamento, assim como os valores default utilizados pelos equipamentos de testes em campo, ainda existe a possibilidade de medição desse valor com um equipamento de teste adequado, ou seja, um equipamento de certificação do cabeamento de cobre que tenha a capacidade de medir a NVP. Para a medição da NVP, os seguintes passos são, em geral, necessários:

1. Retire um segmento de cabo da bobina (ou caixa) com comprimento entre 20 e 30 metros (esse comprimento pode ser medido com uma trena ou obtido por meio das marcas sequenciais impressas na capa do cabo). Quanto maior o segmento do cabo sob teste, mais preciso será o valor medido da NVP; 2. Termine umas das extremidades desse segmento de cabo com um plugue modular estilo RJ45; 3. Conecte a extremidade terminada com o plugue RJ45 ao equipamento de teste e

execute um “teste de NVP”; 4. O valor da NVP será mostrado no display do equipamento de teste.

O método de teste de NVP varia entre os fabricantes de equipamentos de testes em campo. Há casos em que o instalador precisará entrar com o comprimento do cabo sob teste manualmente e então executar o teste de NVP. Há casos em que o equipamento de teste mostrará o comprimento do cabo sob teste e a NVP medida. Nesse caso, o comprimento reportado pelo equipamento poderá ser diferente daquele medido fisicamente pelo instalador, que precisará fazer os ajustes necessários para encontrar a NVP correta.

Comprimento de onda e velocidade de propagação

O leitor pode ter notado que o comprimento de onda (λ) não apareceu nas discussões sobre a velocidade de propagação. Isso pode parecer estranho, Tab. II – Limites de desvio de atraso de propagação em frequências críticas

Classe de aplicação Classe de aplicação Classe de aplicação Classe de aplicação Classe de aplicação Frequência (MHz) Frequência (MHz) Frequência (MHz) Frequência (MHz) Frequência (MHz) Desvio de atraso de propagação máximo (ns) Desvio de atraso de propagação máximo (ns) Desvio de atraso de propagação máximo (ns) Desvio de atraso de propagação máximo (ns) Desvio de atraso de propagação máximo (ns) D 100 44

E

EA F 250 500 600 26

FA 1000

pois a velocidade de propagação costuma derivar do comprimento de onda pela aplicação da fórmula clássica a seguir, para uma onda senoidal.

Onde: • λ é o comprimento de onda (m); • f é a frequência (Hz). (11)

Como o comprimento de onda é dado em metros (m) e a frequência em hertz (ciclos por segundo), a velocidade de propagação será dada em metros por segundo (m/s). Desenvolvendo um pouco mais a expressão (11), teremos o seguinte:

(12)

Onde: • b é a constante de fase (rad/m); • f é a frequência (Hz).

Usando a fórmula clássica da constante de propagação (γ), podemos determinar a constante de fase (β), em função dos parâmetros primários da linha de transmissão ou canal.

Fig. 5 – Representação do atraso de propagação e desvio de atraso de propagação em cabos balanceados de quatro pares

(13)

Com alguma manipulação que não vou detalhar aqui por não ser meu objetivo neste artigo, o valor de b pode ser determinado.

(14)

R, L, G e C (resistência, indutância, condutância e capacitância) são os parâmetros primários do canal.

Como sinais digitais reais são compostos pela superposição de várias senoides (séries de Fourier), a melhor maneira de representar a velocidade de propagação de um sinal por um canal é por meio do atraso de propagação de grupo, que será menor que a velocidade de propagação devido à dispersão e ao deslocamento de fase. A velocidade de propagação de grupo é dada por:

(15)

Portanto, a especificação da velocidade de propagação de um cabo balanceado por meio de sua NVP é uma abordagem conservadora, ou seja, qualquer que seja a velocidade de propagação de grupo de um dado sistema de comunicação digital, ela estará dentro das especificações do cabo.

V

prop.grupo =Vprogramação λ

dVprogramação= dω

dλ dβ

Atraso de propagação e desvio de atraso de propagação

viaja ao longo do canal, em m/s, o atraso de propagação expressa o tempo, em ns (nanossegundos) que um sinal leva para se propagar entre um transmissor e um receptor por meio do canal. Conforme a discussão conduzida até aqui, sabemos que há relação direta entre o atraso de propagação e a NVP do cabo.

As normas de cabeamento estruturado especificam limites para o atraso de propagação, por ser um efeito importante em sistemas digitais de comunicação, que são sensíveis a isso. Em outras palavras, um ciclo de transmissão (propagação de um sinal entre um transmissor e um receptor) deve acontecer dentro de um intervalo de tempo predeterminado pelo sistema de comunicação. Por esse mesmo motivo, em sistemas de comunicação digital nos quais uma informação é dividida em blocos (ou “pacotes”) e transmitida simultaneamente (em um mesmo ciclo de transmissão) por pares diferentes em um canal constituído por cabos balanceados de quatro pares, a diferença entre os atrasos de propagação do par “mais rápido” e “mais lento” é de extrema importância. Essa diferença é referida como desvio de atraso de propagação (delay skew). Seu controle é importante, pois quando o primeiro bloco (ou “pacote”) de informação chega ao receptor, começa a contagem do tempo durante o qual todos os outros blocos precisam chegar para completar o ciclo de transmissão. Caso contrário, um erro será gerado e um novo ciclo será iniciado.

A figura 5 mostra ambos os efeitos, também denominados parâmetros de testes.

O desvio de atraso de propagação é controlado no processo de fabricação de cabos balanceados.

As normas de cabeamento estruturado especificam tanto o atraso de propagação quanto o desvio de atraso de propagação para as configurações de testes de enlace permanente e canal.

Algumas normas especificam o atraso de propagação em função da quantidade de conexões presentes no enlace permanente ou canal, ou em configurações de piores casos (com o maior número possível de conexões), em frequências críticas, conforme mostrado na tabela I, derivada da norma ISO/IEC 11801-1.

Os limites especificados para o desvio de atraso de propagação para configurações de piores casos em frequências críticas são mostrados na tabela II, derivada da norma ISO/IEC 11801-1.

Conclusões

Neste artigo discutimos conceitos fundamentais sobre a transmissão de sinais em cabos metálicos, diretamente relacionados a sistemas de cabeamento estruturado e que afetam os resultados dos testes de certificação em campo, como no caso da medição (ou avaliação) do comprimento de um canal.

Estudamos a velocidade de propagação, que é a velocidade com a qual um sinal elétrico viaja pelo cabo entre um transmissor e um receptor, em m/s. Esse parâmetro depende de vários aspectos construtivos dos cabos e características do material do dielétrico, como sua permissividade elétrica relativa ou constante dielétrica ε r e sua permeabilidade magnética relativa (μr). Portanto, o material do dielétrico exerce uma influência importante na resposta em frequência do cabo, para uma ampla escala de frequências de operação. Um exemplo ilustrativo da influência do material do dielétrico foi apresentado para cabos modernos com capa de PVC e cabos antigos, com capa de papel impregnado em óleo ou parafina.

A velocidade de propagação de sinais elétricos em cabos metálicos é especificada como uma porcentagem da velocidade da luz no vácuo e referida como NVP (velocidade nominal de propagação). Como a NVP é um dado de catálogo do cabo balanceado (60%, 65%, 70%, etc.), ela é conhecida. Com base nessa informação e na física de propagação e reflexão de sinais, os equipamentos de testes em campo determinam o comprimento de um canal.

Portanto, o uso da NVP adequada leva a uma avaliação mais precisa do comprimento de um canal. Vale lembrar que a NVP pode ser medida pelo operador do teste, caso necessário.

Para finalizar, estudamos os parâmetros de testes atraso de propagação e desvio de atraso de propagação, ambos importantes para assegurar que os cabos sejam fabricados para permitir que uma ampla gama de aplicações seja suportada nos sistemas de cabeamento estruturado com cabos de cobre, cujos canais são limitados a 100 metros de comprimento. Os sistemas de comunicação digital operam com valores de atraso de propagação e desvio de atraso de propagação críticos.

Revertendo a tendência de crescimento de custos com interrupções

Com as organizações dependendo cada vez mais de seus data centers, as indisponibilidades devem ser quase zeradas. O artigo traz estratégias para minimizar a exposição ao downtime, incluindo novos enfoques à redundância e escalabilidade de UPS, melhor monitoramento e acesso remoto, baterias de íon-lítio e técnicas para distribuição de energia de alta disponibilidade.

Embora a velocidade e eficiência do capital sejam necessárias no atual mercado altamente competitivo de data centers, essas metas devem ser colocadas no contexto da disponibilidade do site.

Uma pesquisa do Ponemon Institute, intitulada Downtime em Data Centers de Core e de Edge: Uma Pesquisa sobre Frequência, Duração e Ações, revela que os 132 data centers de núcleo incluídos no estudo tiveram uma média de 2,4 paradas totais por ano e mais 10 eventos de inatividade (downtime) isolados em racks ou servidores específicos. Além disso, os 1667 sites de edge tiveram uma média de 2,7 paradas completas não planejadas em um ano.

O que é particularmente alarmante sobre as descobertas da pesquisa é o aumento da duração das indisponibilidades em comparação com o último estudo realizado em 2016. A duração média de uma parada total em um data center de núcleo aumentou para 138 minutos, um acréscimo de 8 minutos. Com as empresas dependendo cada vez mais de seus sites e expandindo redes de edge, elas não estão apenas passando por uma alta frequência de indisponibilidades, mas também levando mais tempo para se recuperar delas.

Embora os participantes do estudo estejam nas Américas, os resultados são corroborados pela pesquisa 2020 Global Data Center Survey, realizada pelo Uptime Institute. A análise identificou que indisponibilidades ocorrem com uma frequência preocupante e que as maiores estão se tornando mais nocivas e caras. O estudo também aponta que os ganhos com processos avançados e engenharia foram parcialmente neutralizados pelos desafios de manter sistemas mais complexos.

O gerenciamento de data centers envolve diversos desafios, incluindo a pressão para implementar capacidade com maior velocidade e ótima relação custo/benefício. A disponibilidade é de tal importância que não pode ser relegada a uma menor prioridade. Este estudo propõe estratégias para minimizar a exposição a interrupções, incluindo novos enfoques à redundância e escalabilidade de UPS, melhor monitoramento e acesso remoto, baterias de íon-lítio e estratégias para distribuição de energia de alta disponibilidade. Vertiv

Avaliando as ações que afetam a disponibilidade

Além de quantificar a frequência e a duração das interrupções no núcleo e no edge, o estudo do Ponemon Institute também explora as ações organizacionais relacionadas a fatores que podem afetar a disponibilidade do data center (figura 1).

Nos dois tipos de instalação, a contenção de custos parece ser um dos

Fig. 1 – Comparação dos atributos dos data centers de núcleo e edge

principais motivos para os downtimes. Cerca de 69% dos participantes disseram que o risco de inatividade não planejada aumento em seu data center de núcleo como resultado de redução de custos, enquanto 62% apontaram o mesmo em relação às suas instalações de edge. Além disso, apenas a metade dos respondentes disse que sua alta direção fornecia suporte aos seus esforços para evitar downtimes, tanto no core quanto no edge.

Tanto as instalações de core como as de edge não estavam bem equipadas para se recuperar de uma indisponibilidade não planejada. Apenas 38% dos participantes acreditavam ter recursos suficientes no edge para retomar o funcionamento da instalação caso uma indisponibilidade não planejada ocorresse. Isso é de alguma forma esperado, uma vez que essas instalações são muitas vezes remotas e sem a presença de pessoas. Mas foi surpreendente ver que apenas 43% dos respondentes acreditavam ter esses recursos disponíveis nos data centers de núcleo, provavelmente contribuindo para os tempos maiores de recuperação encontrados na pesquisa deste ano.

Data centers de edge são mais propensos a utilizar melhores práticas do que os de núcleo, embora em nenhum caso os percentuais sejam particularmente altos. Aproximadamente 46% dos participantes disseram usar melhores práticas em seus data centers de núcleo, comparado com 54% em suas instalações de edge.

Essas atitudes estão aparecendo no design dos data centers de edge. Pela óptica da disponibilidade, estamos vendo uma maior redundância. Enquanto os sites de núcleo podem estar trocando para N+1, o edge é visto como a linha de frente da disponibilidade e muitas vezes é implementado como 2N.

Lidando com as causas raiz

As principais causas de interrupções não planejadas identificadas pelos participantes da pesquisa do Ponemon Institute incluem ciberataques, falhas em equipamentos de TI como UPS e erro humano. Considerando essas causas raiz, é importante pensar nos resultados do estudo do Uptime Institute, que relatou

que três em cada quatro participantes afirmaram que seus mais recentes eventos de paradas eram evitáveis.

Muitas falhas de equipamentos de TI poderiam ser evitadas através do monitoramento e troca antes da falha? A mesma pergunta pode ser feita sobre erros na bateria do UPS. Sistemas de monitoramento de baterias, quando implementados adequadamente, podem identificar prováveis paralisações antes que elas ocorram.

Claramente, as contenções de custos impostas sobre os responsáveis pela disponibilidade das instalações e o uso limitado das melhores práticas estão tendo influência na frequência relativamente alta dos eventos de interrupções.

Segundo a pesquisa do Uptime Institute, não está claro se as operadoras estão realmente aprendendo com seus problemas de processo ou culpando seus gestores. Também é possível que os gestores culpem os operadores, ou todos podem estar culpando os investidores por não aplicar recursos suficientes. De qualquer forma, as descobertas apontam para uma oportunidade clara: com mais investimentos em gerenciamento, processos e treinamento, a frequência das indisponibilidades certamente teria uma redução significativa.

Eventos de inatividade representam uma situação de crise. O foco sempre é colocar o data center para funcionar o mais rápido possível. Mas, muitas vezes, parece que a recuperação não é seguida por planejamento e investimentos suficientes para fortalecer a infraestrutura crítica de forma a reduzir a probabilidade de eventos futuros.

Estratégias para reduzir a frequência e a duração da indisponibilidade

O ano de 2020 foi desafiador para o gerenciamento de data centers. Várias empresas tiveram uma demanda para aumento de capacidade devido à pandemia global, ao mesmo tempo em que precisaram implementar novos protocolos e trabalhar com orçamentos reduzidos. Esses fatores não podem ser aceitos como desculpas para o aumento de inatividade. A disponibilidade dos serviços é mais importante do que nunca.

A situação atual também criou oportunidades para fortalecer a infraestrutura contra falhas futuras. Estamos vendo mais organizações planejando upgrades significativos na infraestrutura conforme se preparam para capitalizar sobre a recuperação econômica. As estratégias a seguir podem ajudar a garantir que esses upgrades entreguem a maior disponibilidade possível: redundância da infraestrutura, monitoramento da infraestrutura e gerenciamento remoto de TI, escalabilidade do UPS, baterias de íon-lítio e design de distribuição de energia.

Redundância da infraestrutura

Avaliar redundância e oportunidades para fortalecimento do sistema é um investimento que pode oferecer um

retorno positivo ao reduzir a frequência de paradas. O desafio é alcançar o nível certo de redundância de UPS da forma mais simples e eficiente possível. As necessidades de redundância devem ser consideradas sob a óptica da necessidade dos SLA - Acordos de Nível de Serviço. Pode haver a necessidade de aumentar a resiliência para 2N em alguns casos ou a oportunidade de reduzir para N em outros. A análise e o fortalecimento no nível do sistema também podem reduzir a vulnerabilidade com relação às interrupções a partir de eventos relacionados com o UPS.

Em instalações maiores, arquiteturas de reserva estão sendo implementadas para reduzir os custos de capital e aumentar a eficiência dos sistemas UPS. Estas arquiteturas caem em duas principais categorias: reserva de bloco e reserva distribuída. Configurações com reserva de bloco implementam uma STS - Chave Estática de Transferência e simplificam o gerenciamento da carga. Elas em geral são recomendadas quando os SLAs exigem alimentação para ambas as linhas. Arquiteturas de reserva distribuídas cada vez mais não implementam uma STS e demandam maior atenção para o gerenciamento da carga de forma que não excedam os níveis de redundância. Elas podem ser usadas onde os SLAs exigem alimentação apenas para uma linha. Tecnologias mais recentes de UPS utilizam redundância interna para eliminar a complexidade do design de sistemas UPS multi modulares.

Monitoramento de infraestrutura e gerenciamento remoto de TI

Da telemedicina ao comércio eletrônico e home office, a pandemia da Covid-19 acelerou a velocidade da transformação digital. O monitoramento da infraestrutura do data center e o gerenciamento remoto de TI são outros exemplos disso. Essas tecnologias não apenas estão ajudando as organizações a se adaptar às situações em que o acesso às instalações críticas é limitado devido às restrições da pandemia, mas também são ferramentas críticas para responder mais rapidamente a indisponibilidades e proteger contra a falha de equipamentos críticos.

Ao monitorar os sistemas de infraestrutura em tempo real, as organizações podem muitas vezes identificar precocemente sinais de alertas de falhas iminentes e tomar as medidas corretivas antes que ocorram. Esses sistemas também coletam os dados necessários para aproveitar as análises preditivas e a transição para uma estratégia de manutenção proativa. Conjugar dados em tempo real com estratégias de serviço e de manutenção que correlacionem a manutenção com o tempo médio entre falhas (MTBF) permite a realização de serviços mais efetivos e eficazes nos equipamentos. Esses recursos são particularmente valiosos na medida em que proporcionam visibilidade em sites de edge remotos e simplificam o gerenciamento de múltiplos sites de edge.

Além disso, sistemas de monitoramento e gerenciamento de infraestrutura podem dar suporte a relatórios regulares sobre o estado do data center para garantir que servidores e outros equipamentos estejam operando em condições que não contribuirão para falhas. Eles também possibilitam modelagem para garantir que uma nova capacidade tenha o suporte de alimentação e ambiental antes de ser implementada.

Sistemas de gerenciamento remoto de TI, como consoles seriais e KVMs, reduzem a necessidade de interação física com os sistemas de TI ao mesmo tempo em que simplificam o gerenciamento, a identificação e resolução de problemas e a recuperação. Aproximadamente 80% das falhas dos equipamentos de TI são relacionadas ao software ou ao firmware. Nesses casos, engenheiros usando ferramentas de acesso remoto podem

geralmente resolver a situação rápida e remotamente para minimizar a duração de interrupções.

A capacidade do UPS pode ser uma limitação do site. Quando eventos como a pandemia criam uma demanda inesperada que excede a capacidade do UPS, ela pode levar diretamente a interrupções.

Baterias de íon-lítio

Baterias tradicionais de chumbo-ácido são muitas vezes consideradas o elo fraco na cadeia de energia do data center. Portanto, não é surpreendente que sejam a principal causa das paradas. Com strings e strings de baterias necessários para dar suporte às modernas instalações, pode-se prever que uma falha está para acontecer a qualquer momento. Esses equipamentos tendem a ser de alta manutenção, pesados e com necessidade frequente de trocas. Os avanços no monitoramento, gerenciamento e manutenção ajudaram a aliviar um pouco esses problemas, mas nem todos os data centers têm a vantagem de ter os recursos.

As baterias de íon-lítio surgiram como uma alternativa viável para as baterias de chumbo-ácido e deveriam ser consideradas por operadores de data centers que buscam limitar os riscos de parada. Elas têm uma vida útil consideravelmente maior do que as de chumbo-ácido, necessitando de menos manutenção e serviços. Algumas baterias também provaram ter reduzido as necessidades de refrigeração, resultando em custos operacionais menores. Talvez o mais importante seja que, quando usadas com um sistema UPS, essas baterias utilizam um gerenciamento integrado para melhorar a operação e reduzir o risco de falhas e paradas não planejadas.

As baterias de íon-lítio têm, de fato, um custo inicial maior, mas a sua maior vida útil resulta em um menor custo total sobre a vida da bateria, mesmo sem levar em conta os prejuízos de possíveis interrupções.

Para as organizações que não estão em uma posição de fazer a transição para as baterias de íon-lítio, implementar uma solução de monitoramento de baterias para as de chumbo-ácido proporciona a visibilidade no desempenho necessária para minimizar ou eliminar indisponibilidades devidas a falhas.

Conclusão

Há diversas opções para gerenciar a distribuição da alimentação de energia no data center, desde o uso de grandes unidades de distribuição centralizada até unidades menores.

Fazer as mudanças necessárias para minimizar os riscos de interrupções requer uma mudança de abordagem reativa para uma proativa, na qual as infraestruturas críticas e as práticas para suportá-las são avaliadas e investimentos são feitos para endereçar as causas raiz. Em vários casos, isso incluirá a substituição de equipamentos antigos por novos e a implementação de sistemas de gerenciamento e monitoramento remotos. Embora o investimento necessário possa ser percebido como significativo, ele deve ser colocado em perspectiva ao considerar-se os custos de interrupções ao longo dos anos.

This article is from: