ESTA EDIÇÃO É DA RESPONSABILIDADE DA HDEM, LDA E FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL PÚBLICO DE 06 DE AGOSTO DE 2011 E NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE
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AGOSTO 2011 | REVISTA QUADRIMESTRAL
ISSN 1647-7669
CONVERSAS COM ISABEL PIRES DE LIMA PAINEL DE PROVA BRANCOS 2010 ARTIGOS DE OPINIÃO RUI CORREIA SÉRGIO PEREIRA VINHOS NO FEMININO MARCAS COM HISTÓRIA PERIQUITA GOURMET HENRIQUE SÁ PESSOA
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EDITORIAL
Uma vez mais sentado em frente ao meu computador, numa destas noites em que o Verão parece ter ido de férias, comecei a pensar no assunto que iria abordar mais tarde para o editorial desta edição. Voltar a falar na crise? Não, já chegam os jornais, TV e afins. Porque não falar em algo um pouco diferente? Porque não abordar a área do vinho pelo seu lado mais feminino? É sabido que as mulheres são mais sensíveis, mais responsáveis, mais resolutas. Resolvi então colocar pés ao caminho e falar com diferentes mulheres, meninas, senhoras, que dedicam o seu dia a dia a esta actividade tão conotado com Homens de barba rija. A sensibilidade, alegria e o profissionalismo com que falam sobre o seu trabalho, com que relatam as suas experiências, levam-me a confirmar que são, de facto, grandes mais-valias para as empresas onde trabalham. São mulheres que desenvolvem o seu trabalho e as suas competências em áreas tão diversificadas como a comercial, marketing, consultoria, produção e, claro está, a de enologia. Alguns desses relatos transitaram para esta edição, num artigo elaborado sobre o tema. Recentemente, uma destas portuguesas, a enóloga Filipa Pato, foi galardoada com o prémio “Óscar do Vinho” pelo seu trabalho como produtora. Foi a primeira vez que uma enóloga portuguesa ganhou esta distinção, o que diz muito sobre a evolução, e porque não dizê-lo, revolução que está a acontecer no sector. Por isso, caro leitor, não se esqueça, quando ouvir que, por detrás de um grande homem está uma grande mulher, pode muito bem assumir que, por detrás do grande vinho que está a beber esteve uma grande mulher que ajudou a que essa garrafa esteja na sua mão. Nesta edição, destaque também para a prova de brancos (com um painel de prova exclusivamente composto por mulheres) e para os diversos artigos de opinião que reflectem um pouco as novas tendências do sector. A não perder também a oportunidade de adquirir por um valor reduzido, uma garrafa de um óptimo vinho - Cistus Reserva 2008 - que a DiVinum coloca à venda, em primeira mão. Até à próxima DiVinum. Boas férias e bons vinhos. Hugo Cunha
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ÍNDICE
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Editorial
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Novidades
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Conversas com Isabel Pires de Lima
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Guia de Compras
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Artigo de Opinião - Rui Correia Marketing de Vinhos
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Espaço Blog - copode3.blogspot.com O risco de não arriscar
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Painel de Prova
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Vinho Feminino
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Aveleda
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Herdade de Mingorra
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Marcas com História
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Udaca União Demarcada das Adegas Cooperativas do Dão
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Artigo de Opinião - Sérgio Pereira Gastronomia e Vinhos
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Gourmet Chefe Henrique Sá Pessoa
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C. da Silva
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Herdade da Comporta
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Notícias
Douro Superior, sendo na sua maioria provenientes das vinhas da família Fernandes, detentora da sociedade, com uma área total aproximada de 50 hectares repartidos por seis quintas. Cistus Reserva tinto 2008
A “Quinta do Vale da Perdiz – Sociedade Agrícola, Lda.” é uma empresa familiar que aposta no binómio qualidade/preço com o objectivo de fazer chegar aos consumidores vinhos de qualidade a preços atractivos. O sócio fundador – António Augusto Fernandes – dedicou a vida à vinha e aos vinhos tendo iniciado a produção de vinhos generosos e de mesa no ano de 1989. Constituída em Junho de 2000 com o objectivo de desenvolver a vertente dos vinhos de mesa apostando na melhoria dos métodos e técnicas de vinificação, a empresa vinifica na Quinta do Reboredo, em Torre de Moncorvo. Todos os vinhos da Quinta do Vale da Perdiz – comercializados sob a marca “Cistus” – são produzidos a partir de uvas do
Elaborado a partir das castas Tinta Roriz (40%) ; Touriga Franca (40%) e Touriga Nacional (20%), o Cistus Reserva Tinto 2008, este vinho foi vinificado em cubas de aço inox com controle de temperatura a partir de uvas provenientes de vinhas situadas no Douro Superior. Posteriormente, foi submetido a um estágio em madeira por um período de quinze meses em barricas de carvalho americano, francês e húngaro. É um vinho de cor vermelha profunda com laivos púrpura. Nariz complexo com aromas de fruta muito madura e especiarias bem integrados com a madeira. Na boca apresenta-se envolvente, com boa estrutura, redondo e com acidez afinada num conjunto equilibrado. Termina longo. Companheiro ideal para pratos de carne, caça e queijos. Enologia: Manuel Angel Areal Parâmetros analíticos: Grau Alcoólico: 15%
Herdade das Servas Tinto 2009 e Branco 2010 Herdade das Servas com dois novos topos de gama O produtor alentejano Serrano Mira - Sociedade Vinícola, S.A. | Herdade das Servas, de Estremoz, lança os novos “Herdade das Servas Tinto 2009” e “Herdade das Servas Branco 2010” para os mercados nacional e internacional. Com a chancela da marca topo de gama da Herdade, o branco é uma estreia, criado pela dupla Luís Serrano Mira e Tiago Garcia. Depois do sucesso alcançado com o “Herdade das Servas Tinto 2008”, que esgotou em menos de seis meses, chega agora ao mercado a colheita de 2009. Aragonez (40%), Touriga Nacional (30%), Alicante Bouschet (15%) e Syrah (15%) são as castas que dão estrutura e corpo a este tinto, conferindo-lhe uma cor escura e complexidade de aroma bem integrados com a madeira. É um vinho redondo na boca, concentrado e com um final agradável e persistente, ideal para acompanhar pratos típicos alentejanos. O PVP mantém-se nos € 8,75. Na concepção do novíssimo “Herdade das Servas Branco 2010” estão três castas – Roupeiro (50%), Verdelho (25%) e Viognier (10%); predomina a Roupeiro que provém de uma vinha com mais de 60 anos. Revela-se um branco com cor cítrica aloirada, com aromas a frutos tropicais maduros integrados com algumas notas de mel. Bem estruturado, de enorme complexidade e com boa acidez, num conjunto agradável e de final persistente. O PVP recomendado por garrafa é de € 8,75. Antes mesmo de ir para o mercado, o ‘Herdade das Servas Branco 2010’ alcançado o primeiro prémio na categoria de vinhos brancos no “V Concurso de Vinhos Engarrafados do Alentejo”, realizado no mês de Junho.
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NOVIDADES
Herdade da Ajuda lança o Herdade da Ajuda Rosé 2010 e promove o evento Sun7 by Herdade da Ajuda Rosé Apreciar um vinho, apelando ao convívio, às conversas entre amigos, aos brindes em finais de tarde. Esta será a forma diferente de promover a socialização da marca. É baseado neste conceito que a Herdade da Ajuda fará a promoção do seu mais recente lançamento, o Herdade da Ajuda Rosé 2010. O primeiro SUN7 by Herdade da Ajuda Rosé, aconteceu no passado dia 7 de Julho em Braga no Restaurante Caldo Entornado. O evento tem por base a elaboração de um menu harmonizado com o Herdade da Ajuda Rosé 2010, sugerido aos clientes. A marca será promovida em diferentes restaurantes do país levando assim o vinho directamente ao consumidor, numa lógica de proximidade.
librada com acidez a conferir boa frescura e final de média persistência. Pode ser tomado como aperitivo antes das refeições, ou como acompanhamento de pratos de peixe grelhado e carne branca. PVP: 3,95€
O Herdade da Ajuda Rosé é um vinho de cor salmão profundo, aromas de frutos vermelhos, morango e framboesa. Boca untuosa e equi-
Churchill’s Estates Branco Douro 2010 e Churchill’s Estates Rosé 2010 Vinhos de eleição para um Verão mais fresco A Churchill’s acaba de lançar dois novos vinhos no mercado nacional: “Churchill’s Estates Branco Douro 2010” e “Churchill’s Estates Rosé 2010”. Frescos e vivos são a companhia ideal para os quentes dias de Verão… A Churchill apresenta a colheita de 2010 do “Churchill´s Estates Branco Douro” e do “Churchill’s Estates Rosé”, originais de vinhas situadas na sub-região do Cima Corgo. Produzido exclusivamente com a casta Touriga Nacional, o “Churchill’s Estates Rosé 2010” apresenta uma suave cor salmão e notas de manga e clementinas no aroma. Destaque ain-
da para o palato vivo e delicado, com nuances de pêssego e maracujá, terminando num longo e refrescante final. O “Churchill´s Estates Branco Douro 2010”, composto por duas castas - Rabigato (70%), Viosinho (20%) - e Vinhas Velhas (10%), ostenta uma leve cor lima, ao qual se junta um aroma a notas de limão fresco com nuances de pinheiro e hortelã. Delicado na prova, combina notas resinosas e citrinas com uma acidez bem definida conferindo-lhe um vivo e fresco final. Recomenda-se o “Churchill Estates Branco Douro 2010” como acompanhamento de pratos tradicionais de peixe, como amêijoas à Bo-
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lhão pato, robalo grelhado ou ao sal, sardinhas assadas, dourada grelhada, arroz de marisco ou arroz de tamboril. Uma combinação que permite apreciar como combina e harmoniza a acidez e frescura natural do vinho com os sabores destes pratos únicos e muito portugueses. Para o “Churchill’s Estates Rosé 2010” sugerese como acompanhamentos pratos frios, nomeadamente maionese de peixe ou camarão, salada russa, carnes frias e saladas. O preço destes vinhos da Churchill’s varia entre os €6,00 e €10,00.
NOVIDADES
«Quanta Terra Grande Reserva 2008» e «Terra a Terra Reserva 2010» são os dois lançamentos que a empresa duriense «Quanta Terra» acaba de fazer chegar ao mercado nacional. Um tinto, grande reserva, de 2008 e um branco, reserva, de 2010, são as mais recentes apostas da empresa duriense «Quanta Terra», dos enólogos e sócios Celso Pereira e Jorge Alves. Depois das excelentes criticas, por parte da comunidade enófila, aos anteriores vinhos produzidos pela «Quanta Terra», chegam os novos «Quanta Terra Grande Reserva 2008» e o «Terra a Terra Reserva 2010». No entender dos responsáveis, tratam-se de dois vinhos capazes de surpreender até os mais incautos. O novo tinto, resulta da selecção de quatro das tradicionais castas da Região Demarcada do Dou-
ro, Touriga Nacional (60%), Touriga Franca (23%), Tinta Barroca (11%) e Sousão (6%). De cor ruby, mostra-se estruturado e muito equilibrado na boca. Estagiou durante 12 meses em barricas usadas de carvalho francês. Acompanha na perfeição pratos de carne, caça e toda a cozinha tradicional portuguesa. O preço de venda a público ronda os 18 euros. O outro vinho agora lançado é o branco «Terra a Terra Reserva 2010». Das castas Gouveio, Viosinho e Rabigato, este néctar apresenta-se de cor citrina e boa intensidade aromática, assim como uma excelente acidez. Chega às melhores garrafeiras com um preço de venda a público que rondará os 10 euros.
DELTA Q POWER COFFEE, UM DUPLO SHOT DE ENERGIA APENAS NUMA CÁPSULA. Constituída por ingredientes naturais Café, Ginseng e Guaraná. Com o dobro da cafeína de um expresso normal, a nova cápsula de café Delta Q Power Coffee foi totalmente desenvolvida pelo departamento de Investigação e Desenvolvimento da Delta Cafés, e é ideal para todos aqueles que, por terem uma actividade exigente, necessitam de uma dose extra de energia. A cafeína adicional da nova cápsula advém, em exclusivo, dos ingredientes naturais que a compõem – o Café, o Ginseng e o Guaraná - e ajuda, segundo a EFSA*, a aumentar a concentração, contribuindo também para o aumento da capacidade de resistência e do estado de alerta. Power Coffee junta-se assim a um vasto portfólio de cápsulas Delta Q de diferentes intensidades, constituído por Qalidus, Qharacter, aQtivus, Qonvictus, Qonvivium, deliQatus e deQafeitanus e ainda o único chá espresso do mundo. *European Food Safety Authority
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NOVIDADES
J. Portugal Ramos lança no mercado os seus novos vinhos da marca Vila Santa. A empresa J. Portugal Ramos, lança no mercado os seus novos vinhos da marca Vila Santa. Com uma nova e apelativa imagem, os vinhos Vila Santa Reserva Tinto 2009 e o Vila Santa Reserva Branco 2010, acabam de chegar ao mercado. O Vila Santa Reserva Tinto 2009, foi produzido a partir das castas Aragonez, Touriga Nacional, Syrah, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, tendo estagiado durante nove meses em pipas de carvalho americano e francês. Com um grau alcoólico de 14%, apresenta-se com cor granada intensa. Aroma que sugere frutos pretos muito maduros bem casados com especiaria de barrica. Elegante e encorpado com taninos macios bem presentes. Um vinho carnudo, poderoso e cheio. PVP: 9,99€ O Vila Santa Reserva Branco 2010, foi elaborado com as castas Antão Vaz, Arinto e Verdelho, tendo sido parcialmente fermentado em barricas novas de carvalho francês. É um vinho de cor bem definida com ligeiros tons esverdeados, aroma citrino, frutos exóticos e elegantes notas de especiarias. Sabor complexo, onde a estrutura se combina na perfeição com uma frescura mineral de grande elegância. PVP: 9,99€ C. da Silva lança os novos Dalva Sunrise e Dalva Sunset A empresa C. da Silva, acaba de lançar no mercado os seus novos vinhos da marca Dalva, os novos brancos Sunrise e Sunset. Dalva Sunrise é um vinho leve e aromático que evoca o nascer do dia, podendo ser apreciado como aperitivo ou no acompanhamento de refeições leves. O vinho Dalva Sunset é mais estruturado e complexo, mas igualmente aromático e frutado, com notas de maracujá, e remete para a magia do aparecimento das estrelas, enriquecendo os momentos de partilha e convívio. O PVP de referência para o Sunrise ronda os 5,00€ e para o Sunset, os 6,00€.
Estes dois vinhos têm uma imagem inovadora e apelativa que representa a fusão entre o vinho, a obra do mestre Júlio Resende e a geografia da região, através da transparência de toda a garrafa.
A imagem inovadora que acompanha os novos vinhos é da responsabilidade da agência portuense Omdesign. Os dois rótulos, ambos ilustrados pelo olhar artístico do mestre Júlio Resende a contemplar o Douro, remetem para a personalidade, aromas e momentos que cada um dos vinhos transmite.
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CONVERSAS COM
PIRES DE LIMA É uma mulher do Norte e um dos rostos da Cultura em Portugal, ocupou o cargo de Ministra durante três anos e mesmo quando saiu do poder nunca deixou de defender os interesses da Cultura e da cidade do Porto.
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CONVERSAS COM
to. Aqui consegui sentir o trepidar da cidade real e das gentes, aprendi a gostar do Porto, a ouvir as conversas no eléctrico. A escolha pelas das Letras era algo que já estava definido? IPL -Tenho a noção que o meu caminho foi este mas talvez tivessem sido outros, sempre gostei de artes e sempre gostei de literatura e fui incentivada a ler desde muito jovem. Licenciei-me em Filologia Românica todavia eu tenho a percepção que aquilo que eu na altura procurava era alguma coisa nas ciências sociais, que era uma oferta quase inexistente no Porto, não havia cursos de sociologia, antropologia. Hoje tenho a sensação que era isso que queria porque hesitei imenso em ir para economia e geografia, hoje sei que o que procurava era a parte social dessas disciplinas. Hoje não estou nada descontente com a opção mas sinto que podia ter feito outras coisas. E depois há um amor especial a Eça de Queirós?
Como foi a sua infância? Isabel Pires de Lima -Nasci em Braga, não direi ocasionalmente porque os meus pais acabaram por ir para lá viver durante 20 anos mas não tinha raízes nortenhas muito evidentes. O meu pai tinha crescido no Alentejo e a minha mãe era Madeirense mas foram para Braga por razões profissionais, eu nasci lá e sinto-me ligada à cidade porque passei lá a infância e adolescência, só saí de lá quando vim para o Porto, para a Universidade. Mantém ligações? IPL -Sim, companheiras de liceu e do secundário e ainda famílias amigas que os meus pais tinham e que mantenho hoje.
IPL -Eu gosto sobretudo da literatura portuguesa, e fixei-me no estudo da literatura do século XIX e XX, o Eça surgiu um pouco por acaso, como causa e consequência de uma opção teórica que eu fiz. Interessava-me a sociologia da literatura e acabou por me parecer interessante pegar num clássico realista e analisar nessa óptica. Claro que conhecia boa parte da obra de Eça de Queirós e quando se trabalha num clássico como ele fica-se presa para a vida toda, é difícil não se ser solicitada para falar e continuar a publicar sobre ele. E a entrada na política como aconteceu? IPL -Começa por me aparecer dentro de casa uma vez mais, ao contrário do que acontecia com a maioria das famílias da classe média na minha casa falava-se de política, mais através do meu pai. Depois, na universidade mantive essa atenção ao que se passava e sempre tive a preocupação de ligar o meu trabalho universitário à cidade sobretudo a vida cultural. Estive alguns anos no Partido Comunista como militante na década de 80, durante cerca de quinze anos e isso fez-me estar atenta.
Diferenças entre Porto e Braga, encontrou muitas? IPL -O Porto era uma cidade fechada mas não tanto como Braga. Os Surge depois o convite para deputada? meus pais eram um pouco estrangeiros na cidade por isso as festas de IPL -Por acaso, uma vez mais. Eu deixo a vida andar, não sou muito escape e até o pensamento critico em relação á sociedade vinham sem- ansiosa sou q.b., senão não fazemos nada na vida, mas as coisas aconteceram por acaso o que é um privilégio, consipre de dentro de casa e da família. O poder da “Continuam a fazer-se orçamentos dero-me muito privilegiada. Igreja era pesadíssimo e isso sentia-se na escola Um dia uma amiga telefona-me para casa a pública. Quando vim para o Porto, a cidade era públicos com uma filosofia perguntar se podia dar o meu número ao Nartambém fechada, a oferta cultural era praticaantiquada, onde há cultura ciso Miranda, na altura presidente da Fedemente nula todavia a universidade era um foco cabe o resto do resto do resto” ração do PS, e eu disse que sim. Conhecia-o de abertura, de contestação e de questionamen-
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CONVERSAS COM
por ser Presidente da Câmara de Matosinhos e como ia haver eleições pensei que ia pedir o meu apoio, convidar para mandatária ou qualquer coisa. Na verdade quando falei com ele surge a proposta de integrar as listas para deputados, coisa que nunca me tinha passado pela cabeça. Fiquei atarantada e até pensei dizer que não, mas o facto de estar numa fase avançada da carreira académica foi decisivo para ter aceitado o convite. Como foi a vida política?
solução. O campo da cultura é ingrato porque tendo virtualidades enormes na sociedade contemporânea, a verdade é que ainda não é entendida assim pela maior parte dos executivos europeus, continua a ser a cereja no topo do bolo. Ainda não é reconhecida como factor de inovação, é olhada como um factor de despesa e não investimento. Os últimos dados mostram que há uma economia da cultura que está emergente e de boa saúde mas continuam a fazer-se orçamentos públicos com uma filosofia antiquada, onde há cultura cabe o resto do resto do resto.
IPL -Aprendi muito nesse percurso, sobre o que é a vida, a política e os poderes. Foi uma experiência enriquecedora mas que me fez ver a Foi com mágoa que abandonou o cargo? vida de outra forma. O poder legislativo não me entusiasmou parti- IPL -Não exactamente com mágoa, estava preparadíssima desde os cularmente porque a Assembleia da Republica é uma instituição que primeiros meses que cheguei, isso percebe-se desde logo. Mas ficou a mágoa de não ter finalizado projectos que está mediocremente organizada no sentido “Senti falta de apoio político do tenho a certeza de que iam vingar. Senti em que não são exploradas as virtualidades falta de apoio político do meu primeiroe as capacidades dos deputados. E por isso meu primeiro-ministro, nunca tive ministro, nunca tive interferência nem vemos a opinião pública a tecer duras críinterferência nem pressões nas políticas pressões nas políticas que desenvolvi mas ticas aos deputados sem ter a noção do que que desenvolvi mas também nunca também nunca senti um poder político claé o trabalho dos deputados. Embora tenha senti um poder político claro, não ro, não necessariamente a mim mas à área aprendido muito considero que o poder exeda cultura. Um apoio político dá-se de muicutivo é muito mais interessante do que o necessariamente a mim mas à área da tas formas, não é só a questão orçamental, legislativo. cultura” estar ao lado da Ministra da Educação por exemplo no primeiro dia de aulas é uma forma de demonstrar apoio. Chegar a Ministra da Cultura, como foi? IPL -Surgiu inesperadamente e essa experiência é muito interessante porque permite explorar a área do planeamento que eu aprecio, construir projectos e encontrar meios para os executar. Mas é uma área ingrata? IPL -Claro, o poder executivo no geral e a área da cultura de forma muito particular. Primeiro porque os homens são insatisfeitos e depois porque temos memória muito curta e depois há sempre uma certa ingratidão relativamente ao executor, é sempre o rosto do problema e nunca a
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Como vê o panorama cultural actualmente? IPL -Não tenho uma visão catastrofista, a situação é muito diversa, há sectores em que a cultura está de boa saúde e outros em que está gravemente doente como por exemplo a área do património edificado, a falta de investimento é trágica. É uma vergonha, não tem outro nome, que o Convento de Cristo esteja como está, é uma obra de primeira linha com um valor patrimonial inestimável. Há falta investimento na formação de públicos, por vezes em Lisboa há excesso de oferta para os públicos que temos e é preciso investir
CONVERSAS COM
“Não tenho dúvidas que se vende melhor se for feito em
“Portugal tem que olhar para os mercados emergentes, temos
conjugação, vinhos, turismo e cultura”
um problema de quantidade, não vamos responder à China mas podemos responder a Taiwan ou à Coreia”
nessa área. Agora na área do teatro e das indústrias criativas há uma grande dinâmica. Concorda com a proposta de gestão integrada dos Teatros Nacionais? IPL -Não acho que seja uma catástrofe nacional mas acho que neste momento se tivesse necessidade de o fazer evitaria uma Direcção Nacional centrada em Lisboa, que acho que é o que vai acontecer. Porque o Teatro Nacional S. João tem uma relevância na organização e sustentação do que de teatro se faz no Porto e na área metropolitana. Mas é uma situação difícil para gerir. Falando de vinhos, é consumidora? IPL -Absolutamente. Sou uma consumidora diária, é praticamente o único álcool que bebo. Há medida que os anos passam tendo a consumir mais. É quase raro o dia em que não bebo vinho a uma das refeições. E sou também confrade da Bacalhôa, uma região muito interessante também. Tem preferências? IPL -Douro nos tintos e Alentejo nos brancos mas gosto também dos vinhos da Península de Setúbal. Eu estou muito ligada à fundação Eça de Queirós que produz um vinho de transição que eu aprecio. Quando se tenta internacionalizar a cultura é preciso pensar nos produtos, os vinhos por exemplo. Não tenho dúvidas que se vende melhor se for feito em conjugação, vinhos, turismo e cultura. O Museu do Douro e o parque natural de Vila Nova de Foz Côa são bons exemplos daquilo que pode ser a interligação entre os vários sectores. Portugal tem que olhar para os mercados emergentes, temos um problema de quantidade, não vamos responder à China mas podemos responder a Taiwan ou à Coreia. Diz-se uma privilegiada, o que faz nos tempos livres? IPL -Tento sempre ter tempos livres para ler, ir ao teatro, ver um filme ou uma exposição. E depois ocupo uma parte dos meus tempos livres a fazer exercício físico, faz bem ao físico e à mente. Habitualmente ao fim-de-semana vou para uma casa de aldeia na Serra D´Arga e depois gosto de viajar sempre que posso. Um fim-de-semana rápido para ver alguma exposição ou então viagens mais longas proporcionam uma forma diferente de olhar o mundo e até de viver.
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Pulo do Lobo Regional Alentejano Sociedade Agrícola de Pias BRANCO 2010
Pulo do Lobo Regional Alentejano Sociedade Agrícola de Pias TINTO 2010
Elaborado a partir da casta Antão Vaz. Vinho de cor citrina, com aromas a frutos tropicais. Na boca a fruta tropical está bem presente. Termina médio. Deve ser servido à temperatura de 13ºC, acompanhando pratos de peixe, marisco e queijos com sabor ligeiro.
Elaborado a partir da casta Aragonêz. Vinho de cor granada, com aromas a frutos vermelhos maduros. Na boca é um vinho macio, com boa estrutura. Final de boca persistente. Deve ser servido à temperatura de 18ºC, acompanhando pratos de carnes vermelhas e queijos com sabor ligeiro.
P.V.P. 2,83€
P.V.P. 2,83€
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ARTIGO DE OPINIÃO
POR: Rui Correia (rui.correia@btob.pt)
MARKETING DE
Criar tendências: Pensar “inside the box”
Para um wine lover, um bom jantar em boa companhia é o mote perfeito para abrir uma garrafa de um bom vinho. Quer dizer, para uns basta a boa companhia, para outros, o bom jantar. Outros dirão que não é necessário nada. Um bom vinho é sempre bem vindo. É verdade.
Abrir uma garrafa de vinho é quase sempre um momento solene, envolto em expectativa. Tirar a rolha, verter no copo, provar ou dar a provar. Depois, bem, depois vêm as opiniões. Salvo raras excepções, é difícil não haver opiniões. E um simples movimento do sobrolho já é, em si, uma opinião. O leitor wine lover, provavelmente reviu-se nestes dois parágrafos. Até aqui tudo bem. Mas… e os outros? E aqueles que apenas gostam de vinho? Aqueles a quem o vinho apenas sabe bem ou mal (também acontece) e que apenas querem tirar o prazer puro e simples? Aqueles que bebem vinho mas poderiam beber outra coisa qualquer, como sangria ou cerveja? Esses são a maioria. E o mercado, neste caso, são todos, inclusivamente a maioria! Parece básico. Então vamos falar da maioria, para variar. A maioria, aquela maioria que, por regra, não vai a restaurantes gourmet, nem a lojas gourmet, nem a garrafeiras. Aquela maioria que janta pelo prazer de jantar, que sai á noite para estar com amigos, essa, quer prazer. E consegue-o bebendo vinho, ou sangria, ou cerveja ao jantar. Essa maioria que sai à noite e bebe… sangria, ou cerveja, ou bebidas brancas. Esperem lá, esqueci-me de escrever vinho? Não. Apenas não tive alternativa, porque na noite, esse hábito não está – ainda – implementado. Andamos a promover o consumo de vinho a copo, é verdade, mas fazemo-lo essencialmente nos restaurantes. Porquê? Porque lá o vinho é caro e se o bebermos a copo continuará a ser caro, até será mais caro, mas pelo menos conseguiremos fazer baixar o valor da factura. E só
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ARTIGO DE OPINIÃO
o conseguimos fazer porque reduzimos na mesma proporção ou em proporção superior o consumo. Hoje, como sempre, o consumo está onde estão as pessoas, e numa época em que, apesar de tudo, as pessoas continuam a sair à noite, seja nos grandes centros ou nas cidades de província, o consumo de vinhos tem que ser promovido. Há que criar a tendência. Para mim, essa tendência será mais facilmente criada quando os produtores e representantes do sector deixarem cair os preconceitos e se lançarem no bag-in-box. Para quem não sabe, o bag-in-box são aquelas caixas de cartão que têm uma torneirinha e trazem lá dentro um saco cheio de vinho e que, por efeito de vácuo, permitem que depois de aberto, o vinho se aguente bastante mais tempo, quando comparado com a garrafa. Alguns dos principais produtores nacionais exportam alguns dos seus vinhos nesta embalagem. Os principais mercados são os países nórdicos. Mas também os EUA. Porque não o fazem no mercado interno? É verdade que muitos dos vinhos que hoje aparecem nesta embalagem não são propriamente os melhores exemplos da qualidade que o consumidor procura e merece. Mas é também verdade que falar em bag-in-box é falar de um segmento que cresce a dois dígitos, em contra-ponto com o restante mercado, o qual tem vindo a decrescer e do qual ninguém espera uma inversão da tendência. Além disso, o bag-in-box traz um conjunto de benefícios para o consumidor. É uma embalagem prática, facilmente transportável, que ocupa pouco espaço e que, depois de aberto, conserva o vinho por bastante tempo. Estes mesmos atributos são uma mais-valia para o mercado nocturno. Quer para quem vende, por ser prático e ocupar pouco espaço, quer para quem consome, porque tem a garantia que o vinho está em boas condições. Agora imaginemos que os produtores, dependendo da estratégia que definem, colocam as suas marcas nesta embalagem, ou criam uma nova marca para esta embalagem. E que dentro desta embalagem colocam vinhos de qualidade capazes de conferir prazer àquele consumidor que eu referi atrás e que é a maioria. Imaginemos ainda que essa embalagem é bem decorada, com uma imagem jovem e “trendy” e que até pode ganhar novas formas, mais apelativas. Conseguem imaginar? Conseguem imaginar as pessoas a beberem mais? Conseguem imaginar os jovens a poderem ir ao bar “A” porque gostam da música e do
ambiente e dos vinhos que eles servem lá, que até ficam mais em conta do que as bebidas brancas, e assim, atraí-los para o consumo do vinho? Eu consigo. E consigo mais, consigo imaginar os consumidores a gostarem tanto, que passarão a comprar para ter em casa para que, quando chegam, depois de mais um cansativo dia de trabalho, bebam um copo e relaxem. Não acreditam? Querem que vos fale de uma marca de café que alterou os hábitos de consumo ao criar uma marca e um certo tipo de produto que fez com que as pessoas consumissem mais? Além disso, seria importante que a crítica desse espaço às provas de bagin-box. Nesse sentido, desafio a Divinum a, já no próximo número, levar a cabo uma prova de vinhos DOC ou Regionais disponíveis em embalagem bag-in-box. Quem sabe, não será a Divinum a precursora? E quem sabe não teremos agradáveis surpresas! Recordo-vos agora os dois primeiros parágrafos para vos dizer que se os produtores, distribuidores e retalhistas acreditarem neste caminho, conseguirão não só vender mais e melhor, como ainda vão atrair mais consumidores que se transformam em apreciadores e que nos jantares especiais e em boa companhia vão querer experimentar o ritual de abrir a garrafa. Numa fase posterior, poderemos ainda assistir ao aumento de consumo ao final da tarde, hábito que ainda não existe em Portugal. É o paraíso na terra? Não. É um caminho que considero poder ser percorrido com sucesso e de forma global, o que será também importante. Também não será um caminho de um só produtor, nem será suficiente disponibilizar esta embalagem. Será necessário, claro está, promovêla e transformá-la numa tendência, através de acções nos pontos de venda, através da opinião dos críticos e líderes de opinião, através das festas e eventos onde vão os colunáveis, através dos programas de ficção nacional. Apesar do momento que vivemos, as pessoas não deixarão de consumir. A tendência será consumir produtos mais económicos e um copo de vinho poderá ser bem mais económico que um copo de uma qualquer bebida branca. Infelizmente para os pequenos produtores, estou convencido que serão alguns grandes produtores a iniciarem este caminho. E se os grandes o iniciarem, vão ganhar o espaço no linear, no balcão do bar e na cabeça dos consumidores.
O DE NÃO ARRISCAR... DÁ MAIS DO MESMO.
De volta à escrita dei comigo a pensar nos vinhos que tenho bebido ultimamente, naqueles exemplares que me têm colocado um enorme sorriso no rosto, têm sido alguns enquanto outros deixam-me simplesmente a olhar para o copo e a questionar qual o interesse em lançar para o mercado um destilado de fruta super madura forrada a madeira acabada de cortar… Dito isto é com agrado quando vejo produtores a apostarem num acto de coragem e muita convicção, em castas nativas da sua região, ditas menos nobres e que outros nunca ousaram em utilizar a solo ou mesmo perder tempo com elas, “…ó menino isso é coisa que nunca rendeu vai lá agora vossemecê fazer vinho dessa uva… “ pois bem, a dita uva agora dá origem a vinhos com procura e aqueles que antes torciam o nariz agora até já pensam em fazer um vinhito com aquela casta porque nisto do negócio temos de andar a par do que o
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povo quer… ou será que o povo não sabe mesmo o que quer e bebe aquilo que lhe vendem? Quantas vinhas velhas de Castelão foram e continuam a ser arrancadas com o objectivo de plantar Viognier, Alvarinho ou Touriga Nacional… recentemente uma famosa Cooperativa do Alentejo lançou um Alvarinho e isto tanto se pode falar no Alentejo como em Setúbal/Palmela, Douro ou mesmo no agora Tejo e mesmo Lisboa. Felizmente não vejo no Dão quem ande a plantar Chardonnay, Viognier, Alvarinho ou Sauvignon Blanc… Mas afinal de contas onde param os projectos que arriscam de alma e coração em demonstrar que com aquela casta é possível, basta acreditar e saber trabalhar a dita, dedicando-se a ela, entendendo o que se faz e não caindo na tentação da Enologia de bolso ou do cabular barato e inserido numa perspectiva de produção em série com grandes volumes que torna os vinhos iguais e sem qualquer interesse porque ali o que interessa é apenas e só o lucro. Em Portugal parece que todos querem enriquecer o quanto antes, salvo as devidas excepções no vinho não é diferente, lança-se um vinho e no ano seguinte duplica-se a produção nem que se tenha de comprar uva e com isso comprometer ao de leve a qualidade do vinho que já tinha sido lançado anteriormente… o consumidor estranha e depois a culpa é do tempo que não ajuda mas nunca da ganância de quem decidiu aumentar a produ-
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Em Portugal parece que todos querem enriquecer o quanto antes, salvo as devidas excepções no vinho não é diferente, lança-se um vinho e no ano seguinte duplicase a produção nem que se tenha de comprar uva e com isso comprometer ao de leve a qualidade do vinho que já tinha sido lançado anteriormente…
ção uns milhares valentes de garrafas e uns cêntimos a mais no respectivo vinho. É nesta maré que os jovens enólogos acabam por ser engolidos e até afogados, os projectos ou direi mesmo, as micro adegas em que a aposta em castas nossas e ditas menos nobres são quase uma miragem ou inexistentes em Portugal, em vez disso temos fábricas de vinho e esses mesmos micro projectos que numa escala de produção mais pequena em que o risco de ficar com vinho parado na adega é menor, com poucos hectares onde a aposta em vinhos de puro terroir, com identidade marcada e menos custos respectivos a material da adega e por ventura com uma maior facilidade em escoar o produto a preço competitivo, faz com que seja algo que a meu ver faz falta ao mundo do vinho em Portugal. Onde anda o jovem enólogo que esteve a aprender lá fora e depois quando chegou a Portugal pegou numas vinhas velhas de Castelão perdidas num morro da serra e que resolveu dali fazer um vinho, dando umas meras 600 garrafas de vinho com estágio em inox e passagem por madeira velha e ainda aproveitou a melhor parcela a que chamou Esguelha para fazer 348 garrafas do suposto topo de gama com direito a passar por barrica nova, tudo isto instalado na garagem da casa de campo onde se instalou com a esposa e os dois filhos. Será isto apenas um conto bonito ou é uma realidade que só se pode encontrar fora de Portugal?
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PAINEL DE PROVA
Ana Urbano
Ivone Ribeiro
Um agradecimento especial para o nosso painel de provas, pela disponibilidade e amabilidade com que acedeu ao nosso convite.
A prova desta edição incidiu sobre vinhos brancos de 2010, divididos entre reservas e colheitas. Pretendemos mostrar aos nossos leitores que existe um variado leque de vinhos de preço médio capazes de estar à altura de qualquer desafio. Foram vinhos enviados de todas as zonas vitivinícolas do país o que tornou esta prova abrangente e equilibrada.
Raquel Lopes
CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA
FICHA DE PROVA Tipo de Vinho: BRANCOS DE 2010 Tipo de Prova: Cega Condições de Prova: Realizada no Laboratório da CVR Vinhos Verdes. Vinhos servidos à temperatura ideal. Notas: Foram excluídas as notas de prova dos vinhos, com os quais o(s) elemento(s) do painel possuam qualquer tipo de relação profissional. Os preços de venda ao público referidos são recomedados pelos produtores.
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19-20: Grande vinho de classe mundial. 17-18: Excelente, de grande categoria. 16-17: Muito bom, com personalidade e complexidade. 14-15: Bom, sólido e bem feito, bebe-se com prazer. 12-13: Médio, honesto, simples, correcto. 10-11: Abaixo da média, sem defeitos graves mas também sem virtudes. Menos de 10: Negativo, defeituoso ou desiquilibrado.
PAINEL DE PROVA VINHOS BRANCOS RESERVA 2010 CURVA RESERVA DOC DOURO SOGEVINUS
GRAINHA RESERVA DOC DOURO QUINTA NOVA NOSSA SENHORA DO CARMO
Cor amarelo palha. No nariz nota-se a tosta da barrica e algumas notas florais, na boca é um vinho muito marcado pela presença de madeira, mas tem uma excelente acidez aliada a um bom corpo. Tem um excelente prolongamento de boca.
Cor ligeiramente amarela. No nariz aroma muito intenso a frutos maduros tipo (ameixa). Paladar macio, encorpado. A acidez está bem casada com a madeira que lhe confere algumas notas a baunilha.
€8,00
€11,00
MONTES CLAROS RESERVA DOC ALENTEJO ADEGA COOPERATIVA DE BORBA, CRL
QUINTA DO VALDOEIRO RESERVA DOC BAIRRADA SOC. AGR. E COMERCIAL DOS VINHOS MESSIAS, SA.
POÇAS RESERVA DOC DOURO MANOEL D. POÇAS JÚNIOR - VINHOS, SA.
Cor amarelo palha, no nariz é algo especiado,mas fresco. Na boca tem uma entrada doce, mas depois equilibra com a acidez. Um vinho untuoso, com final longo.
Cor dourada. Aroma com notas de fruta madura e compota que dão complexidade. Na boca, frutos maduros e algumas notas de baunilha que lhe são conferidos pelo estágio em barrica. Final agradável e persistente.
Vinho de Cor citrina. No nariz é floral com notas de mel, na boca tem muita estrutura. É um vinho com um optimo comprimento de boca.
€5,02
€10,00
€7,00
VILA SANTA RESERVA REGIONAL ALENTEJO J. PORTUGAL VINHOS, SA.
QUINTA DA LAPA DOC TEJO AGROVIA - SOC. AGROPECUÁRIA, SA. QUINTA DA LAPA
Cor amarelo dourado, notase a fruta tropical tal como manga e algumas notas de madeira. Na boca é muito suave, mas permanece durante algum tempo na boca, deixando uma boa sensação de frescura.
Aromas intenso a frutos tropicais maduros, marcados pela presença da madeira usada. Mel, alguma baunilha. Na boca tem um bom volume de boca, com uma acidez muito elegante.
€9,99
€4,00
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2010 VINHOS BRANCOS RESERVA PAINEL DE PROVA CONDE DE VIMIOSO REGIONAL TEJO FALUA, SOCIEDADE DE VINHOS, SA.
MONTES ERMOS RESERVA DOC DOURO ADEGA COOP. DE FREIXO DE ESPADA À CINTA
Vinho de cor citrina, com aromas de fruta fresca, com notas citrinas, numa boa intensidade. Na boca a acidez bem presente está integrada com notas de fruta, num bom volume.
Vinho limpo e brilhante. No nariz notas de fruta tropical com pequenas notas verdes. Na boca mostra-se fresco, com presença da fruta e uma boa acidez. Boa persistência.
€1,99
€3,02
CASAL DA COELHEIRA RESERVA REGIONAL TEJO CASAL DA COELHEIRA CENTRO AGR. DO TRAMAGAL
GUADALUPE SELECTION REGIONAL ALENTEJO QUINTA DE QUETZAL SOC. AGRÍCOLA, LDA.
Quinta da Alorna Arinto & Chardonnay REGIONAL TEJO Quinta da Alorna Vinhos, Lda.
Cor amarelo palha, de aroma fresco, com notas de citrino com alguma notas de fumo. Na boca existe bom equilibrio entre acidez, fruta e alguma madeira. Bom final de boca.
Vinho de cor cristalina, com um nariz fresco, com fruta pouca madura, mas boa intensidade. Na boca mostra a mesma complexidade aromática, num bom equilibrio entre a fruta e a acidez. Bom final de boca.
Cor ligeiramente amarelada. Aroma limpo com notas de fruta e algum toque vegetal. Paladar com acidez equilibrada, notas de fruta marcadas pela madeira. Final agradável e longo.
€4,50
€7,49
€4,99
DALVA SUNSET DOC DOURO C DA SILVA VINHOS, SA.
ALFARAZ REGIONAL ALENTEJO HENRIQUE UVA
Cor Citrina. Aroma doce e muito frutado (frutos tropicais). Confirma-se na boca os aromas tropicais, acidez muito equilibrada. Bom final de boca.
Cor Amarelo citrino. No nariz, de notar um aroma algo evoluído, com notas minerais e florais. Na boca, um ataque fresco e boa acidez.
€6,00
€5,20
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PAINEL DE PROVA VINHOS BRANCOS COLHEITA 2010
PORTAL DOC DOURO QUINTA DO PORTAL, SA.
BONS ARES REGIONAL DURIENSE ADRIANO RAMOS PINTO
AJUDA REGIONAL ALENTEJO HERDADE DA AJUDA
Vinho de cor pálida, nariz muito fresco com alguns toques verdes, na boca tem um optimo equilibrio com uma acidez muito elegante.
Cor limpa, brilhante. Um nariz fresco com notas tropicais de fruta pouco madura. Na boca é equilibrado com excelente casamento entre fruta e acidez. Belo final.
Vinho de cor cristalina, num nariz intenso, fruta tropical madura. Atractivo. Na boca mostra-se com a mesma complexidade aromatica, num belo conjunto.
€6,00
€7,90
€3,00
QUINTA DA AVELEDA DOC VINHOS VERDES SOC. AGR. E COMERCIAL QUINTA DA AVELEDA, SA.
QUINTA DO GRADIL VIOGNIER REGIONAL LISBOA QUINTA DO GRADIL, SA.
QUINTA DA LIXA DOC VINHOS VERDES QUINTA DA LIXA, SOC. AGRÍCOLA, LDA.
Cor citrina. Aroma intenso a citrinos (toranja e lima). Paladar fresco, equilibrio entre a acidez e a doçura, a fruta confirma-se na boca. Vinho muito agradável.
Cor citrina, aroma limpo, muito intenso a frutos do tipo laranja e limão. Na boca, fresco, frutado. Muito equilibrado.
Vinho com um nariz muito elegante, onde sobressaem notas florais, na boca este vinho tem um corpo muito bom com uma optima acidez aliada a uma doçura muito discreta, fica uma ligeira gordura na boca.
€3,99
€6,40
€3,09
FOLLIES ALVARINHO/LOUREIRO REGIONAL MINHO SOC. AGR. E COMERCIAL QUINTA DA AVELEDA, SA.
GRANDES QUINTAS DOC DOURO CASA DE ARROCHELLA
ALVARINHO (POUCO COMUM) REGIONAL MINHO QUINTA DA LIXA, SOC. AGRÍCOLA, LDA.
Vinho de cor citrina. No nariz tem notas de limão com alguns toques verdes. Na boca tem um ataque doce com uma boa acidez. Bom prolongamento de boca.
Vinho de cor palida. Nariz muito floral. Na boca é muito equilibrado, ficamos com uma agradavel sensação de frescura na boca.
Nariz limpo, fresco, com boa intensidade. Na boca boa presença de fruta, com alguma untuosidade. Boa acidez e final fresco.
€5,99
€6,99
€4,75
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2010 VINHOS BRANCOS COLHEITA PAINEL DE PROVA
ALTANO DOC DOURO SYMINGTON FAMILY ESTATES VINHOS, LDA.
QUINTA DO CRUZEIRO DOC VINHOS VERDES GONÇALO SOUSA LOPES, LDA.
TONS DE DUORUM DOC DOURO DUORUM VINHOS, SA.
Amarelo citrino, aroma muito intenso com notas de maracuja, na boca tem uma acidez muito bem marcada, tem um final muito elegante.
Vinho de aromas limpos com notas de citrinos. A boca é intensa, com notas de fruta verde e uma acidez elevada. Vinho bem feito.
Vinho de cor amarelada palha, no nariz é floral muito intenso, na boca confirma-se todas as notas florais do vinho, tem uma boa acidez aliada a uma boa gordura de boca.
€3,99
€4,00
€3,59
TRÊS BAGOS DOC DOURO LAVRADORES DE FEITORIA
VAN ZELLERS DOC DOURO LEMOS & VAN ZELLER, LDA.
COMENDA GRANDE REGIONAL ALENTEJO MONTE DA COMENDA AGROTURISMO, LDA.
Nariz completamente marcado pela madeira nova, de tosta intensa. Na boca é untuoso, com boa acidez e final muito agradável.
Cor pálida, no nariz é muito elegante tem alguns toques de maracuja muito suave e muito fresco. Na boca deixa um leve travo amargo que rapidamente desaparece ficando unicamente uma sensção de frescura.
Cor amarelo palha. Nariz floral, com alguma fruta confitada. Na boca é equilibrado, com um elegante final de boca.
€6,90
€8,50
€N/D
POMARES DOC DOURO QUINTA NOVA NOSSA SENHORA DO CARMO, SA.
TRÊS BAGOS SAUVIGNON REGIONAL DURIENSE LAVRADORES DE FEITORIA
MARQUÊS DE BORBA DOC ALENTEJO J. PORTUGAL VINHOS, SA.
Nariz limpo, fresco, com boa intensidade. Na boca, boa presença de fruta, com alguma untuosidade, num bom equilibrio fruta/acidez.
Cor ligeiramente amarelada. Aroma floral muito intenso com nuances de frutos maduros. Paladar ligeiramente frutado. Acidez equilibrada com a doçura, final agradável.
Cor amarelo palha. Aroma ligeiramente evoluído. Na boca a acidez bem marcada dá equilíbrio ao conjunto.
€5,50
€8,50
€5,19
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PAINEL DE PROVA VINHOS BRANCOS COLHEITA 2010
TERRENUS REGIONAL ALENTEJO RUI REGUINGA, LDA.
LOIOS REGIONAL ALENTEJO J. PORTUGAL VINHOS, SA.
PERIQUITA REG. PENÍNSULA SETÚBAL JOSÉ MARIA DA FONSECA VINHOS, SA.
Nariz intenso, com aromas marcados pela madeira. Na boca é fresco, com a presença da madeira,num vinho de estrutura e final de boca médio.
Vinho de cor amarelada palha com os aromas da tosta da barrica a sobressairem. Na boca uma frescura bem presente.
Cor ligeiramente amarelada. Aroma com notas de fruta. Paladar doce, ligeiramente frutado a denotar alguma falta de acidez e estrutura.
€15,00
€2,99
€3,99
SENSES ALVARINHO REGIONAL ALENTEJO ADEGA COOPERATIVA DE BORBA, CRL
TERRA DE LOBOS REGIONAL TEJO CASAL BRANCO, SOC. VINHOS, SA.
QUINTA DO PINTO SAUVIGNON BLANC REGIONAL LISBOA QUINTA DO PINTO, SOC. AGRÍCOLA, SA.
Vinho de cor amarelada. Nariz marcado pela tosta da madeira. Na boca tem uma acidez marcada. Vinho com alguma estrutura.
Amarelo citrino de cor, muito neutro de aroma, na boca tem uma acidez algo desequilibrada.
Cor citrina, aroma a citrinos com notas de espargos verdes. Na boca tem algum açúcar residual que desequilibra um pouco o conjunto. Falta alguma acidez. Tem um final médio.
€5,02
€2,95
€9,00
Feminino
VINHO NO
É um sector marcadamente tradicional e maioritariamente masculino mas aos poucos, o “mundo dos vinhos” está a mudar, as mulheres começam a aparecer e muitas já ocupam cargos de chefias nas empresas nacionais. A RAMOS PINTO, gerida pelas mãos de João Nicolau de Almeida é um bom exemplo disso mesmo, e a prova está no número de mulheres que ocupam cargos de chefia, a direcção de produção dos Vinho do Porto e Vinho do Douro, comunicação, direcção financeira e de marketing, são todos cargos ocupados por mulheres. Ana Rato está há 15 anos na empresa e como directora de marketing há dez e não tem dúvidas das mais-valias para a empresa. “Acho que a Ramos Pinto é um caso verdadeiramente exemplar no que diz respeito a oportunidades para as mulheres. O fundador da empresa, Adriano Ramos Pinto adorava e respeitava as mulheres, basta ver pelos belos cartazes publicitários que mandou produzir, no início do século XX”, acrescenta. Mas voltando um pouco atrás, as coisas nem sempre assim foram, “quando eu comecei atrabalhar, há 18 anos atrás, as únicas mulheres que existiam nos vinhos eram as da contabilidade, as secretárias, análises técnicas e nem existia marketing”, adianta. O contacto do mundo dos vinhos surgiu um pouco por acaso mas para trás estava já um gosto pelo sector, gostava das vindimas, gostava de beber vinho mas muito antes, quando ainda era pequena
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VINHO NO FEMININO
gostava sobretudo de apreciar os rótulos das garrafas que eram trazidas pelo pai. Depois começou por retirar os rótulos e fazer uma pequena colecção, “achava piada, se calhar foi esse o click”, recorda. Ana Rato reforça que nunca encontrou nenhum entrave por ser mulher mas nem sempre isso acontece, “o sector é ainda um pouco tradicional. Só há pouco tempo é que há mulheres em determinados lugares e ainda há muitas empresas, actualmente, em que não há mulheres em cargos de direcção”. É com satisfação que nota que as coisas estão a evoluir e que as diferenças se estão a esbater, mas na memória está ainda a pergunta que lhe foi feita na entrevista antes de integrar a equipa da Ramos Pinto, “Sente-se à vontade para trabalhar num mundo só de homens?”. Ou seja, esse era um facto relevante, era um mundo fechado mais ligado aos homens e portanto uma mulher entrar para um lugar de marketing não era comum. “Claro que respondi que sim, que estava perfeitamente à vontade para trabalhar num mundo de homens”, refere. As diferenças nas formas de trabalhar estão à vista e são fáceis de identificar, “as mulheres são mais práticas, e não podem perder tempo, pois têm mais 50 mil coisas para fazer”, acrescenta. Esta “guerra” de sexos transforma-se muitas vezes num equilíbrio perfeito quando homens e mulheres trabalham em conjunto, as sensibilidades são diferentes, é certo, mas para Ana Rato a questão mais relevante é mesmo a paixão pelo trabalho e pelo sector. RAMOS PINTO COM NOVO ROSTO As mudanças estão já na fase final e vão poder ser vistas a partir de Outubro, a empresa decidiu apostar numa mudança da imagem do Vinho do Porto de forma a estar mais perto dos consumidores.
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A empresa sempre foi forte em comunicação e prova disso é o trabalho que foi desenvolvido por Adriano Ramos Pinto. Foi pioneiro com os cartazes que criou e a empresa tem usado muitas destas imagens para os produtos actuais. O que está para vir é uma “revolução” mas dentro de uma coerência com a história, a tradição e os valores que querem comunicar. A gama de vinhos do Porto praticamente não foi reduzida mas a ideia da mudança partiu de um pressuposto básico, desenvolver uma lógica na óptica do cliente. “Quem chega a uma prateleira e vê onze ou doze tipos de vinho diferentes não sabe o que escolher, não percebe”. A ideia é as pessoas chegarem à prateleira e verem a cor do vinho no rótulo, depois as garrafas possuem o QR code que contém informação para quem tiver um telemóvel que descodifique este tipo de mensagens. Depois o contra rótulo vai conter informações simples, como por exemplo, se é um aperitivo ou digestivo, se a garrafa deve estar de pé ou deitada, e a temperatura a que deve ser bebido. “Informação clara e sucinta, este é o nosso grande projecto”, reforça Ana Rato. As mudanças foram desenvolvidas por toda a equipa, as ideias foram apresentadas aos distribuidores de todo o mundo, foram feitas várias reuniões internas, por isso o resultado é consensual, “é uma gama de todos”. Além das mudanças de imagem, outra das preocupações da empresa está nas exportações, o mercado nacional está muito difícil, por isso as atenções estão voltadas para o exterior. O projecto de diversificar os mercados começou há cinco anos e já começa a dar os seus frutos. “Acho a estratégia fundamental para a nossa sobrevivência e consolidação no mercado, Ásia, Europa de Leste e América do Sul, estamos presentes em bastantes mercados”, adianta a Directora de Marketing.
VINHO NO FEMININO
RAQUEL LOPES_GR Consultores A experiência de Raquel Lopes é bastante diferente, é enóloga trabalha na GR Consultores (de Rui Cunha e Gonçalo Sousa Lopes) e entrou no mundo dos vinhos um pouco ao acaso. Recorda que sempre gostou de ciências, do contacto com a terra e dos animais, por isso o objectivo inicial era mesmo ser veterinária. Ainda no secundário e depois de uma visita á Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro teve uma certeza, “tinha de ir para lá de qualquer forma, até podia ser outro curso”, gostou sobretudo da calma e da natureza envolvente. E assim foi, acabou por ficar em Vila Real mas no curso de enologia. Recorda que nesse ano a maioria dos colegas queria mudar de curso mas um professor aconselhou-os a repensar a ideia, Raquel ficou convencida e não pensou mais no assunto. No final do curso seguiu-se um estágio na Casa de Sezim, outro na Adega Cooperativa de Guimarães e depois uma experiência de trabalho menos positiva em Famalicão. Raquel Lopes desanimou mas logo depois tudo mudou, “Ligou-me uma amiga a dizer que o Gonçalo (Gonçalo Sousa Lopes) precisava de alguém para trabalhar nos vinhos verdes e para fazer a vindima em Famalicão”. Aceitou e seguiu-se o convite para ser
consultora. Confessa que teve algum receio, porque ainda estava a começar, mas reforça, “sempre tive apoio do Rui e do Gonçalo e só tenho a agradecer aos dois”. Sobre a questão de ser um mundo de homens Raquel Lopes diz que quando entrou para a faculdade as coisas já eram mais divididas sendo que no curso já havia muitas mulheres. E no mundo do trabalho nunca notou grandes diferenças. “Sou uma pessoa com sorte, nunca tive problemas com ninguém. Na empresa são três homens e nunca foi entrave para mim, tudo depende da forma como encaras as pessoas e depende das pessoas que encontras”, afirma. Contudo, no dia-a-dia continua a ser um mundo de homens na parte da vinha e das terras. Na questão da sensibilidade feminina a enóloga Raquel Lopes reconhece que há uma percepção diferente das coisas mas que no global não há assim tantas diferenças entre homens e mulheres. Na GR Consultores os serviços de consultadoria em viticultura e enologia são dos mais variados. Podem ir desde projectos de instalação de vinhas, ao acompanhamento do ano vitícola, e depois no final ao acompanhamento da vinificação e evolução dos vinhos. Além deste tipo de trabalhos a empresa lançou-se em 2004 na produção de vinhos de autor, Secret Spot, Sedna, Rhea , Crooked Vines, Pinote, Lacrau e Vale da Poupa.
AVELEDA
CASAL GARCIA
A dar Alegria há mais de 70 Anos… O slogan não engana e associa o Casal Garcia a momentos de festa e celebração. Dias bem passados em família ou com os amigos na companhia de um vinho fresco, frutado e leve. São apenas algumas das características que têm vindo a cativar os consumidores ao longo de várias décadas. É um dos produtos âncora da Quinta da Aveleda que soube evoluir com os consumidores e adaptar-se aos desafios do mercado, e é o ponto de partida para uma conversa com Eng.º António Guedes. O Administrado da Aveleda não tem dúvidas que o Casal Garcia foi o que lançou a casa no mundo dos vinhos, o Brasil deu um grande impulso porque foi um dos primeiros mercados a acolher este vinho verde português. A explicação parece simples, “a colónia Portuguesa era maioritariamente do Norte e do Minho e quando viu chegar um vinho verde branco que se bebia fresco, isto num clima quente foi um sucesso”, recorda. O sucesso não se ficou pelo Brasil e rapidamente foi aceite por outros mercados de forma praticamente consensual. Há vários factores que atestam essa longevidade e aceitação, tem um leque de consumidores muito grande, principalmente nas estações quentes, são vinhos que se adaptam a esses climas e portanto são vinhos refrescantes. “Há uma apetência por este tipo de vinhos, têm mais ocasiões de consumo, podem acompanhar aperitivos, almoço e jantar e proporcionam um tipo de vida mais solta”.
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AVELEDA
Vinho diferente, sobretudo na qualidade. Antigamente a vinha era muito diferente. A tecnologia era incipiente, quando se fez o vinho aqui, foi um técnico francês que cá veio, introduziu uma data de práticas que não eram usuais, a higiene, limpeza das vasilhas, filtrações decantações que na altura eram novidade, fizeram com que se pudesse fazer um produto que era constante ao longo dos anos. Ele veio com esses métodos e deu essa possibilidade. Apesar das adaptações e das melhorias há características que se mantêm praticamente desde o início, o vinho branco dentro do vidro ligeiramente azulado, o rótulo azul, com o rendilhado que era um lenço da bisavó do Eng.º António Guedes, são características que atravessaram gerações. “Há uma intimidade do consumidor com esta marca, como é antiga as pessoas ouvem falar nela desde pequenas, é uma marca que nasce com as pessoas, não é estranha e portanto, isso cria facilidade no consumo do vinho, toda a nossa propaganda é feita nessa base. A marca está aí é sua há muitos anos, é amigo ou não é”, acrescenta António Guedes. A marca Casal Garcia sobrepõe-se por vezes à marca Aveleda mas isso não é um problema, apesar de não as associarem uma à outra, os consumidores reconhecem nas duas a qualidade e notoriedade. Em 2008 surgiu o Casal Garcia Rosé que se revelou um sucesso, as vendas têm duplicado todos os anos, “é um vinho verde rosé, frutado com notas de morango e muito fresco, diferente dos que existem no mercado, adapta-se a vários momentos de consumo”, conclui.
MAIS PELO MESMO PREÇO É uma das mais recentes campanhas da Aveleda a pensar no Verão. Um litro de Casal Garcia ao mesmo preço de uma garrafa de 0.75 cl. Este pequeno mimo para os consumidores obrigou a empresa a desenvolver uma nova garrafa mas com os mesmos padrões de elegância da garrafa de 0.75 cl e a algumas adaptações na linha de engarrafamento.
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AVELEDA
O MERCADO PELOS OLHOS DA AVELEDA O mercado dos vinhos não foge à regra e 2011 pode ser sinal de algumas quebras. Felizmente, para a Aveleda é uma coisa muito ligeira, “fruto da conjuntura, as estatísticas nas vendas dos supermercados está à vista. O cabaz de compras reduz-se ao essencial e é preciso ver que o vinho não é um produto essencial, é dispensável”, acrescenta. Mas no mercado externo a situação é ligeiramente diferente, as vendas da Aveleda subiram 5%, e a tendência é vir a aumentar. O mercado Português está cada vez mais estagnado, o poder de compara tem diminuído e a concorrência é cada vez maior. António Guedes fala de uma guerra de preços, e muitas vezes do salve-se quem poder. António Guedes acredita que a crise vai limpar muita coisa, muitas empresas vão fechar, “vai haver uma grande monda neste país, e estou convencido que no mundo dos vinhos também vai acontecer”, adianta. As empresas que não têm capacidade de exportação aguentam-se pouco tempo a vender a baixo preço por isso se a crise se prolongar essas empresas não vão conseguir aguentar-se. Por outro lado há mercados com possibilidades imensas, os EUA, a Europa, Canadá, Angola, Brasil e África do Sul. Convém não esquecer que logo a seguir ao Vinho do Porto, os vinhos verdes são os que mais exportam. António Guedes reconhece que o Douro tem sido muito falado porque alguns produtores têm feito vinhos excepcionais e de grande qualidade mas reforça que também é importante existirem marcas com grande capacidade de exportação. “ O Douro não tem marcas de guerra e o Alentejo também não. O Vinho verde está aparte, nem é branco, nem tinto é vinho verde, único no mundo, só é preciso saber criar uma história à volta dele”. Uma das mais recentes e vem de Nova Iorque, um jovem Americano contactou a Aveleda para saber se podia pedir a noiva em casamento num dos espaços da quinta. Tudo porque adorou o vinho da Aveleda, decidiu que queria visitar Portugal, saber como é feito o vinho e por fim acabar com um pedido de casamento. A história parece saída de um livro de ficção mas não, é real e vai mesmo acontecer em breve. É um sinal que o vinho toca as pessoas e que está sempre associado a momentos importantes de celebração, festa e amor. É com orgulho que António Guedes partilha esta história e que olha também para o que a Aveleda conseguiu conquistar aos longos dos últimos anos. Quando muitos diziam que os vinhos verdes não eram para exportação a Aveleda mostrou o contrário, “Fomos persistentes e conseguimos, o sucesso dos vinhos portugueses deve-se muito ao Vinho do Porto mas também aos verdes, a universalidade que conseguimos dar é uma satisfação. A qualquer parte do mundo que vamos, não é difícil encontrar os nossos vinhos”. O segredo é estar atento á mensagem dos consumidores, a marca tem passado várias gerações, “foi criada pelo meu pai e o meu avô ainda era vivo, os meus filhos e sobrinhos já aqui trabalham e vão continuar… O espírito mantêm-se”, conclui.
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HERDADE DA MINGORRA
DE MINGORRA
O “M” desenhado subtilmente a dourado, como se de pequenas pepitas de ouro se tratasse deixa adivinhar o conteúdo das garrafas. Uma linha Gourmet com produtos de excelência, um Late Harvest Branco e um Espumante.
Uma das características que o diferencia de outros vinhos do mesmo género é a menor quantidade de açúcar, resultando num excelente balanço entre doçura e acidez. Outra das curiosidades é que para a obtenção deste vinho, as uvas são afectadas pelo fungo “Botrytis Cinerea” (podridão nobre). “Este sim é um verdadeiro desafio na nossa região, conseguir-se, com a longa permanência das uvas na vinha e concentração da polpa, um resultado de qualidade, que já encontrou o seu lugar junto dos consumidores”, destaca.
A ideia de criar uma linha gourmet estava prevista por Henrique Uva desde o inicio do projecto e era partilhada pelo enólogo Pedro Hipólito. “Tínhamos a vontade de produzir um vinho de colheita tardia, na nossa propriedade, sabíamos que à partida seria difícil, mas é um tipo de vinho que é muito do nosso agrado”. Depois de ter sido produzido pela primeira vez em 2009, e reconhecendo nele características únicas que se identificam com o nosso projecto, resolvemos criar uma linha “M” de Mingorra Gourmet, onde colocaríamos produtos com esse perfil: características diferentes, únicas mas que se identificam com a Herdade da Mingorra, acrescenta Henrique Uva. Mas afinal que características diferenciadoras são essas? A resposta surge solta nas palavras de Henrique Uva. O Late Harvest (Colheita Tardia) é um vinho branco doce, feito com uvas sobreamadurecidas, a partir da casta Semillon, vindimadas à mão, em final de Outubro.
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Em relação ao Espumante, a diferenciação também está presente, “elaborámos um vinho fresco e atraente, diferente dos outros tantos produzidos na região”. É feito através do método clássico, é um Espumante Bruto feito a partir de castas locais e de novas variedades introduzidas na propriedade. A vontade de inovar é constante por isso é natural o aparecimento de novos produtos e referências no mercado. Trabalhar em Contraciclo Tem sido assim para a Mingorra nos últimos anos, o crescimento foi superior a 150% e desde 2004 que o crescimento não tem parado. Apesar das adversidades e dos constrangimentos da conjuntura o projecto foi implementado. “Todos os objectivos foram tratados com calma e prudência, uma vez
que engloba uma grande área de vinha e consequentemente um grande investimento na adega, mas também sabemos que temos de ser arrojados para o projecto poder ser viável”, refere Henrique Uva. Determinante foi também o investimento feito nos 140ha de vinha, respeitando as castas e a antiguidade de cada parcela, mas inovando através da plantação de novas variedades. O facto de fazerem uma aposta forte na exportação, tem ajudado na consolidação da empresa. O administrador não tem dúvidas que às vezes parece que estão a trabalhar em contra ciclo. Tanto as adversidades meteorológicas, como as circunstâncias sociais e politicas, nacionais e internacionais, criam incertezas que vão dificultando o caminho inicialmente tracado. Preparados para continuar a crescer e prosperar, têm a consciencia que se devem ir adaptando aos novos cenários que se criam. Essencial para combater todos os obstáculos, é sempre a vontade de continuar e o empenho de toda a equipa. “Tenho de confessar que sempre tive muita esperança e fé no sucesso deste projecto, talvez por ter sido um sonho muito antigo. A calma e prudência que tivemos no inicio, fez-nos criar este projecto de uma forma sustentada. Uma aposta para hoje podermos chegar onde estamos. Mas também sabemos que ainda temos muito para percorrer e para fazer!” A exportação continua a ser um dos grandes objectivos, é preciso manter e incrementar. No entanto, o mercado nacional não tem sido
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descurado, para já cobrem 75% do território nacional e a aposta é para continuar quer através de vinhos com boa relação qualidade-preço, quer através de vinhos diferenciadores. Além da vinha, a Herdade da Mingorra tem um olival de grande dimensão, que permite produzir um azeite próprio, com a marca Alfaraz. Resulta da combinação de diferentes variedades de azeitona, que também o tornam distinto. “A aposta neste produto vai continuar a crescer, vindo no futuro a surgir outras referências dentro desta gama”. O Enoturismo é outra das vertentes a explorar, como não podia deixar de ser esta Herdade Alentejana, a escassos quilómetros da cidade de Beja, tem uma beleza natural que encanta qualquer pessoa que lá passe. Ou seja, características essenciais para desenvolver um projecto de enoturismo. Por enquanto organizam visitas guiadas à adega, acompanhadas por um técnico, provas com uma boa escolha de vinhos e seguidas, ou não, de um almoço harmonizado. “O que pretendemos no futuro é ter uma unidade de turismo rural, com todas as comodidades modernas, não perdendo a essência de uma estadia no campo, com tudo o que é inerente”, revela. Henrique Uva adianta que seguindo uma linha de prudência, o projecto, apesar de já se encontrar bem delineado, só será concretizado a médio prazo. Prevista está também o desenvolvimento da actividade sinegética, uma vez que a caça de salto é uma das principais actividades praticadas na Herdade.
MARCAS COM HISTÓRIA
José Maria da Fonseca Contar a história da marca é contar a história da José Maria da Fonseca, empresa fundada pelo homem que lhe deu o nome. Corria o ano de 1830, na altura José Maria da Fonseca da Fonseca deixou Viseu e resolveu instalar-se a Sul do Tejo, mais precisamente em Nogueira de Azeitão uma aldeia da Península de Setúbal. Foi aí que nasceu um dos mais antigos vinhos de mesa de Portugal, José Maria da Fonseca comprou várias propriedades, entre elas, uma denominada Cova da Periquita em 1846.Nessa terra começaram a ser plantadas as primeiras castas de castelão e cedo se percebeu que a qualidade das uvas era excepcional. De tal maneira que muitos produtores chegaram a pedir varas daquela casta para plantarem nas suas terras. Nascia assim o vinho da Periquita conhecido em toda a região e que viria a ser comercializado com esse mesmo nome. Sobre a data da primeira colheita as dúvidas permanecem até hoje mas é certo que em 1850 o vinho já estava a ser produzido, anos depois, a colheita de 1886, chegou mesmo a ser distinguida com a medalha de ouro na Exposição de Vinhos de Berlim em 1888. Mas não se pense que a produção era descuidada ou até rudimentar, a empresa estava bastante á frente do seu tempo e nada era deixado ao acaso. Os rótulos eram impressos em Paris, as garrafas produzidas em Inglaterra e França, chegando mesmo a ser contratado um perito Catalão para seleccionar as rolhas de melhor qualidade. Em 1880, a produção de Periquita rondava as cinquenta mil garrafas, quando agora vende anualmente quatro milhões e meio de garrafas. O caminho foi feito de altos e baixos, nos anos trinta as exportações caíram de forma acentuada devido à revolução no Brasil e às medidas proteccionistas sendo o moscatel de Setúbal o mais penalizado. Isso fez com que o Periquita se notabilizasse tornando-se o produto líder da José Maria da Fonseca, 1938 foi o ponto de viragem. Todos os anos saía uma nova colheita para o mercado e ainda hoje é um dos vinhos europeus mais vendidos naquele mercado.
A vindima começa a ser feita em meados de Setembro, a fermentação decorre durante aproximadamente 7 dias a uma temperatura controlada de 28ºC. Depois de seis meses o viho é normalmente armazenado em tonéis antigos de 20.000 litros que se encontram na Adega da Mata, localizada na Casa Museu José Maria da Fonseca, no centro de Vila Nogueira de Azeitão. Periquita Reserva e Superyor O Periquita reserva surgiu de um trabalho que começou a ser desenvolvido ainda antes dos anos 90 cerca de 12.000 garrafas, de colheitas excepcionais foram envelhecidas pelo menos durante dez anos e acabaram por chegar ao mercado sob a designação de reserva. O Periquita Reserva afirma-se como “o herdeiro da verdadeira tradição do Periquita e, simultaneamente, uma visão para o futuro”. Também aqui o Castelão é a casta predominante conjugada depois com a Touriga Nacional e a Touriga Franca. O resultado está à vista, um vinho de perfil elegante e despretensioso, extremamente consensual, quer para o consumidor nacional, quer para o consumidor estrangeiro.
PERIQUITA
Mas a marca não ficou por aqui, na colheita de 2008 a empresa teve a oportunidade de criar um novo néctar, o Periquita Superyor, um vinho super-premium nascido da principal casta tinta da Península de Setúbal, o Castelão. As uvas de vinhas velhas, foram pisadas a pés, e o vinho estagia durante 14 meses em barricas novas de carvalho francês. A marca Periquita tem várias referências no mercado entre elas, o Periquita Branco, Rosé, Tinto, Periquita Reserva e Periquita Superyor.
É um vinho tinto produzido predominantemente com a casta Castelão. O blend faz-se com 85% de Castelão sendo o restante completado com as castas Trincadeira e Aragonez. É um vinho único que reflecte as características da Península de Setúbal, que reflete o gosto dos consumidores. A marca soube adaptar-se às exigências dos mercados e passados 161 anos desde a primeira garrafa, e após ligeiras alterações, o Periquita mantém-se moderno e actual.
A marca foi registada por José Maria da Fonseca em 1941, daí o título de mais antiga marca de vinho de mesa Portuguesa. Cedo tornou-se popular em Portugal mas a notoriedade é também reconhecida além fronteiras em mercados como a Suécia, a Noruega, a Dinamarca, o Brasil, o Reino Unido, os Estados Unidos da América e o Canadá.
A maior parte, cerca de noventa e cinco por cento das uvas que constituem o blend do Periquita são produzidas em solo arenoso e cinco por cento em solo argilo-calcário.
Apesar de completar mais de 160 anos, o Periquita tem sabido adaptar-se ás exigências dos consumidores e é apreciado de geração em geração.
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ENTREVISTA
UNIÃO DEMARCADA DAS ADEGAS COOPERATIVAS DO DÃO
Aproveitando o lançamento do Irreverente Rosé, fomos entrevistar Bruno Cardoso, Director Comercial da UDACA – União Demarcada das Adegas Cooperativas do Dão. Para Bruno Cardoso, os primeiros 7 meses de 2011 foram meses bastante positivos para a empresa. Os diversos prémios atribuídos aos Vinhos UDACA (o último dos quais para o Vinho UDACA 2006 como “Melhor Compra” na Feira Guangzhou Interwine 2011, realizada na China, um dos principais mercados da empresa) ajudaram a consolidar a empresa em alguns mercados externos. Recentemente a UDACA recebeu também o estatuto PME líder. A tendência no ano de 2011 tem sido a consolidação dos mercados internacionais que se assumem como uma aposta estratégica da UDACA. Nestes 7 meses o volume de exportação da empresa traduziu-se em 55%.
Porquê o lançamento do Irreverente Rosé? O Rosé assume-se como uma novidade e um produto que a UDACA não comercializava à mais de 15 anos. Optamos em 2011 por retomar a produção de Rosé por acharmos também que este ano conseguimos encontrar o perfil de vinho que já procurávamos à uns anos. Quais as principais características deste vinho? Este vinho é a prova que a Região do Dão tem excelentes condições para a produção de Rosé. Com base nas castas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro Preto, o Irreverente Rosé tem um aspecto cristalino e cor rosada com reflexos cereja. No Aroma apresenta notas delicadas de framboesa, groselha e flor de laranjeira e no sabor demonstra estrutura e acidez equilibradas, requintada frescura e longa persistência 43
Quais são as expectativas de venda? Para a primeira edição a UDACA produziu apenas 13.000 garrafas que estimamos vender na sua totalidade até Outubro. Como está a reagir o mercado? O Vinho encontra-se ainda numa fase de lançamento mas a reacção e receptividade tem sido bastante positiva em mercados como França, Bélgica, Luxemburgo e brevemente para Ásia. Apesar de não ser um produto ao qual os clientes da UDACA estão acostumados, a qualidade dos restantes vinhos UDACA dá garantias aos nossos clientes que o Rosé se pauta pelos mesmos níveis. Quais os principais mercados? O vinho, bem como a grande maioria da comercialização dos Vinhos UDACA, destina-se essencialmente aos mercados internacionais. Os principais mercados para o Irreverente Rosé serão os mercados Europeus bem como Ásia, Estados Unidos e Brasil. Quais os principais projectos que se seguem? A UDACA vai apresentar brevemente uma nova Gama de Vinhos “Feira de São Mateus”. A Feira de São Mateus é a Feira mais antiga de Portugal que se realiza à 619 anos em Viseu. A UDACA foi o parceiro escolhido para apresentar uma gama de 3 Vinhos comemorativa desta conceituada Feira. Os Vinhos estarão à venda na Feira e posteriormente comercializados pela UDACA nos mercados em que actua. Esta nova gama de vinhos, vinificada nas Adegas Cooperativas associadas da UDACA, alia toda a tradição, tipicidade, genuinidade e qualidades dos Vinho do Dão a uma Feira conhecida internacionalmente e que conta com mais de 600 anos. É assim o casamento perfeito entre um dos produtos mais tradicionais da Região e a Feira mais antiga de Portugal.
ARTIGO DE OPINIÃO
POR: SÉRGIO PEREIRA (Escanção & Director Restaurante DocaX, Matosinhos)
Este verão de 2011 que tardou em chegar, e só nestes últimos dias mostrou os seus primeiros raios quentes de sol, tão apetecíveis na hora de ir de férias e que atrasaram talvez as típicas “tainadas” caseiras, churrasquinhos em nossa casa ou de amigos, e aquelas tardes de almoçaradas pela tarde fora ao ar livre.
E com um calores destes, o vinho é um parceiro ideal, que com um consumo cada vez mais acentuado e já crescente nos últimos anos e depois de chegada esta estação do ano primordial para esse mesmo consumo, os vinhos brancos tão versáteis e apelativos existentes no mercado irão ser aqui retratados neste artigo no binómio vinho branco e a comida típica desta pausa de Verão. Um pouco por toda a parte, e nas vozes das opiniões deste e daquele nosso amigo, está hoje de forma merecida e consolidada por prémios e reconhecimentos nacionais e internacionais alicerçadas em vendas crescentes a Região do Vinho Verde, ligada há muito tempo aos gostos e escolhas das prateleiras de garrafeiras e supermercados, bem como dos vastos restaurantes disponíveis pelo nosso território. O Vinho Verde hoje está muito bom e recomenda-se muito, já que além de casas clássicas e de confiança que mantêm uma identidade da região, “saltaram” para o mercado marcas novas e afirmadas, colocando um estilo procurado por um mercado de clientes que cresceu e se tornou muito mais especializado. Não será de estranhar que o frigorífico lá de casa tenha pelo menos uma garrafa de Vinho Verde, prontinha para ser aberta num almoço de saladas ou massas frescas para atacar o calor bem como uns mariscos comprados nas bancas e lojinhas típicas da nossa beira-mar sediadas, acompanhadas por umas tostas e uns vegetais grelhados, que assumem uma refeição descomprometida e divertida com a sensação refrescante trazida pela mineralidade, fruta leve e fresca, característica dos vinhos desta região. Pela região do Douro, já é mais do que usual um complemento aos brancos em madeira e austeros, bons para uns peixes gordos grelhados ou de forno, feita também por brancos sem estágio de madeira, vibrantes, com uma frescura e fruta no aroma facilmente assimiláveis, leves e florais. Para estes vinhos aqueles vários petiscos que possuímos na nossa Gastronomia Portuguesa, como o polvo de coentrada, o recheio de sapateira ou umas costeletas de sardinha panadas levemente temperadas com limão, vão ser um par de sucesso lá por casa. 44
ARTIGO DE OPINIÃO
Numa afirmação recente e que mais bons episódios irão trazer, estão as renovadas regiões do Dão, Bairrada e Beiras, com exemplares minerais, levemente metálicos, de fruta de pomar nos aromas e de boca intuitiva, que com aquela orelha de porco com molho verde, ou até uma alheira na brasa com uns pimentinhos assados vão fazê-lo olhas para estes vinhos com bons olhos. E que vinhos!!
também muito importantes quando abrimos um vinho por casa ou o escolhemos num restaurante, para não tornar o balanço final de boca desconcertante, e que muitas vezes relegam para o esquecimento ou até rejeição futura mais o vinho que se achou mau do que o prato que se diz sempre “Já comi melhor, mas não está mau…”.
Nos vinhos mais a Sul, nas regiões de Tejo, Lisboa, Setúbal e Alentejo, encontramos soluções de fruta mais evidente em aroma e boca, bem como um corpo um pouco mais presente, trazendo por vezes um controverso palato de frescura e calor pela existência de notas mais complexas de alguns vinhos destas regiões. Com segurança, o acompanhamento de uma açorda de coentros ou marisco, de umas tiras de porco preto só com sal na brasa, ou uma salada de queijo Serpa DOP com beldroegas, vão fazê-lo sentir numa “onda” de dois sabores e sensações finais que são
Se com este texto ajudo a “desmontar” a teia de muitos nomes e adjectivos utilizados nos meios da especialidade quando tratam de comida e vinhos, na próxima visita a uma garrafeira pergunte e peça uma ajuda sobre esta temática e por certo a sua confiança vai aumentar. Como digo sempre, liberte-se, erre, pergunte e experimente…Descubra afinal que testar e provar levam ao conhecimento! E ao reconhecimento dos bons vinhos de Portugal!
GOURMET
Sá Pessoa HENRIQUE
QUEM NÃO ARRISCA NÃO PETISCA... FOI NESTE ANTIGO DITADO QUE HENRIQUE SÁ PESSOA PENSOU QUANDO EM 2009, EM PLENA CRISE, DECIDIU AVANÇAR COM O “ALMA”, UM PROJECTO EM NOME PRÓPRIO QUE RAPIDAMENTE SE TORNOU UM LUGAR OBRIGATÓRIO PARA OS AMANTES DA NOVA COZINHA PORTUGUESA.
Chegar ao mundo da cozinha foi um acaso na vida de Henrique Sá Pessoa, a paixão começou por volta dos 15 anos mas tudo ficou mais claro com um curso de cozinha nos Estados Unidos, “percebi que estava na profissão certa e apaixonado”. Daí à profissionalização o caminho foi curto. “Assim que comecei a tirar o curso, adorei! Sabia que seria e será sempre um percurso trabalhoso mas se gostamos do que fazemos é muito gratificante!”, acrescenta. O Chef Sá Pessoa considera que a experiência no estrangeiro foi fundamental, o contacto com outras culturas, formas de estar e pensar, hábitos alimentares e variedade de produtos, “ganhei muita maturidade e comecei a criar um estilo próprio que está em constante crescimento”, acrescenta. Regressou a Portugal e trabalhou em alguns espaços emblemáticos como o Bairro Alto Hotel e o Sheraton em Lisboa e tornou-se conhecido do grande público através de um programa de televisão. Essa foi a forma de entrar em casa da maioria dos portugueses, “a televisão tem esse poder mas o que gosto é da oportunidade de poder partilhar e passar aquilo que sei e aprendi para outros. Fico feliz quando sei que consigo passar o “bichinho” da cozinha para outros”, reforça. Tem noção que pode mesmo ser, para muito jovens, uma inspiração e um modelo a seguir e isso fá-lo ter ainda mais responsabilidade no dia-a-dia confessa que o mais importante é que esses jovens que percebam quais as razões certas para seguir esta carreira. A profissão de Chef de cozinha mediatizou-se e hoje está mesmo na moda para alegria de Sá Pessoa, “Felizmente os Chefs, em tempos recentes, finalmente começaram a ter o reconhecimento merecido do público e dos media. Penso que é uma moda para demonstrar que cozinhar e comer faz parte dos grandes prazeres da vida das pessoas. Os chefs são
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GOURMET
embaixadores deste movimento, mas com as modas também vêm aspectos negativos, hoje em dia alguns jovens querem ser Chef pelo mediatismo e não deveria ser esta a sua motivação”, acrescenta. Sá Pessoa destaca que para singrar é importante ter “determinação, persistência, viajar, e muito, muito trabalho”, sem esquecer claro que “a paixão pela cozinha é a base de tudo isto”, conclui. Para o futuro Henrique Sá Pessoa tem muitos projectos ainda para concretizar, “continuar com o programa de televisão, editar mais 2 livros que já estão agendados e possivelmente avançar com outro projecto de restauração”.
RESTAURANTE ALMA É o primeiro projecto pessoal de Sá Pessoa, surgiu em 2009, em plena crise económica mas isso não o fez demover dos objectivos. “Sabia que era um risco mas como o ditado diz: “quem não arrisca não petisca”. Sabia que com a equipa que tinha e com algum do nome que já tínhamos construído na “praça” seria um risco calculado, o equilíbrio preço, qualidade é fundamental nestes projectos”. A cozinha do Alma continua fiel às raízes de Sá Pessoa e pode definir-se como “moderna com forte inspiração na cozinha portuguesa e nos produtos portugueses, não é tradicional mas respeita as nossas bases, gosto de oferecer um pouco de tudo nos meus menus”. O Alma não é excepção por isso a carta muda de forma sazonal, quatros vezes por ano mas existe sempre uma secção de clássicos que inclui todos aqueles pratos que as pessoas gostam e quase exigem na carta.
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Por Henrique Sá Pessoa
ESPETADA DE GAMBAS EM VAGEM DE BAUNILHA 4 PAX
INGREDIENTES PREPARAÇÃO 8 Gambas 9 vagens de Baunilha Frutas tropicais (1 manga, 1 abacaxi) 1 Malagueta Vermelha picada
4 horas antes de fazer a receita, aqueça numa frigideira a polpa da vagem de baunilha com um fio de azeite sem deixar que ferva. [Sugestão do Chef] Guarde o azeite num frasco durante duas semanas e use para temperar todo o tipo de peixes.
1/2 Lima
Com um espeto de madeira, perfure as gambas e alargue ligeiramen-
1 molho de ervas aromáticas (coentros)
te o furo para colocar de seguida a vagem de baunilha. Tempere com
Flor de Sal q.b. Pimenta q.b. Azeite q.b.
flor de sal e pimenta. [Sugestão do Chef] Pode preparar um tempero de flor de sal com baunilha, que serve para todo o tipo de peixe. Corte uma manga e um abacaxi em pedaços, pique um molho de coentros e uma malagueta. [Segredo do Chef] Retire as sementes da malagueta para ficar menos picante. Junte sumo de lima, tempere com azeite, sal e misture bem todos os frutos. Frite as gambas em azeite baunilhado e regue a parte superior das gambas com o azeite da fritura. [Observação do Chef] O camarão frita muito rápido! Se for verão, grelhe as gambas no carvão.
APRESENTAÇÃO Coloque folhas de alface no prato, temperadas com azeite de baunilha e pimenta, junte a salada tropical e por último a espetada de gambas.
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Por Henrique Sá Pessoa
CREME INGLÊS COM FRUTA CARAMELIZADA 4 PAX
INGREDIENTES PREPARAÇÃO 2 vagens de Baunilha
Coloque o leite com as natas a aquecer num tacho e junte a polpa da
300 ml de Leite
vagem de baunilha. Quando ferver, retire do lume e deixe a baunilha
200 ml de Natas 5 ovos 150g de Açúcar 2 colheres de chá de Farinha maizena
libertar o seu perfume. Bata 5 gemas com 150 g de açúcar. [Sugestão do Chef] Reduza a quantidade de açúcar até 30 g se não quiser que fique tão doce!
1 colher de sopa de Açúcar Mascavado 1 colher de sopa de Manteiga
Quando as gemas estiverem esbranquiçadas, tempere-as com o leite
1 Pêra
para as habituar à temperatura e junte de seguida a gemada ao leite.
1 Maçã
Volte a colocar o tacho no lume para as gemas cozerem e engrossa-
Pimenta preta q.b. Noz Moscada q.b.
rem o leite. Dilua a maizena num pouco de leite e junte à mistura, mexendo devagar. Retire o creme e coloque numa taça. Coloque 1 colher de sopa de açúcar mascavado e 2 cubos de manteiga numa frigideira e acenda o lume. Corte pêras e maçãs às fatias, deite os pedaços de fruta na frigideira e tempere com pimenta preta e noz moscada.
APRESENTAÇÃO Sirva a fruta num prato regando-a com o creme inglês.
C. DA SILVA
Dalva Rosé
APRESENTA-SE NO CIRCUITO DA BOAVISTA
No passado dia 01 de Julho, aproveitando a participação no “Circuito da Boavista 2011”, a C. da Silva apresentou o seu Dalva Rosé. Num evento que contou com a presença de Paulo Ramos da Cocktail Academy, a C. da Silva demonstrou que não há más alturas para degustar um Porto Rosé. Paulo Ramos, World Master Bartender e, um dos maiores especialistas do sector, aceitou o desafio de preparar, em pleno Paddock do circuito da Boavista, alguns cocktails tendo por base o Dalva Rosé. Numa acção que visou dar a conhecer o Dalva Rosé a novos consumidores e potenciar novos momentos de consumo, Paulo Ramos quase não chegava para todas as solicitações, tantos foram os interessados em provar os excelentes cocktails, resultado da mistura do Dalva Rosé com as mais variadas frutas, desde a laranja, o limão, a tangerina, as framboesas, uvas, etc… O gengibre foi também utilizado e até malaguetas se viam na mesa improvisada para o efeito. O calor que se fazia sentir, tornou ainda melhor a experiência. A nota menos positiva vai para o barulho que se fazia sentir no recinto, devido à realização das provas, parte integrante da competição.
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No entanto, nada disso impediu que o evento se transformasse num verdadeiro sucesso. O lançamento deste produto surge com a necessidade de continuar a provocar no consumidor novos desafios, novas tendências, levando à “reciclagem” dos habituais consumidores de Vinho do Porto. Numa lógica seguida por outras empresas do sector, a C. da Silva lança-se numa nova aposta, tentando que este novo produto alavanque as vendas de que o sector tanto precisa. Quanto ao vinho, propriamente dito, trata-se de um vinho elaborado com o mesmo estilo e com as mesmas uvas das usadas no restante vinho do Porto, tendo apenas uma exposição limitada à casca da uva. Somente o suficiente para ganhar a cor rosada. Por norma são vinhos muito frutados que devem ser consumidos muito frios, simples ou com as combinações que desejar. Se juntar uma rodela de laranja e uma folha de menta, veré que o resultado é óptimo. O Dalva Rosé, é um vinho exuberante de aroma a framboesa e morango, com um toque floral. Muito equilibrado na sua doçura frutada, lembrando cereja, mel, toranja. Suave e atractivo.
C. DA SILVA
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HERDADE DA COMPORTA
Comporta
HERDADE DA
Sol, Mar, Areia… e Vinho
Uma combinação perfeita para uns dias de descanso e lazer
O projecto nasceu em 2001, nessa altura foi plantada a vinha e em 2003 começaram a surgir os primeiros vinhos, hoje reconhecidos nacional e internacionalmente. O projecto nasceu em 2001, nessa altura foi plantada a vinha e em 2003 começaram a surgir os primeiros vinhos, hoje reconhecidos nacional e internacionalmente. A proximidade do Atlântico confere aos vinhos da Comporta uma frescura e acidez diferenciadoras, a vinha está plantada num vale, um pouco protegida, é bastante arejada, os solos são arenosos e fáceis de trabalhar. O Eng. Miguel Palma faz as honras e conduz-nos a uma visita guiada pelas vinhas da Herdade, pelo caminho vai explicando pedaço a pedaço, aquilo que vemos, “A nossa vinha está em protecção integrada o que quer dizer que só actuámos na vinha quando é necessário, estamos numa posição privilegiada temos o mar a 2 km e o rio a 7 km, o que produz um microclima e faz com que as maturações sejam muito lentas, quando o Alentejo acaba de vindimar em finais de Agosto nós só começamos na terceira semana de Setembro”, refere. Outro factor importante para garantir a qualidade das uvas está na adega, que tem o dobro da capacidade da vinha. Permite fazer uma vindima muito rápida, já que as maturações lentas fazem com que a vindima comece já numa altura perigosa, com o inicio das primeiras chuvas. “Temos ali castas que se apanham mais humidade nesta fase, reben-
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HERDADE DA COMPORTA
tam e começam a fazer fermentações precoces na vinha, não podemos deixar isso acontecer, este clima é único e dá particularidades únicas aos vinhos”, acrescenta. Voltando um pouco atrás, a empresa começou por apostar numa única marca, a Herdade da Comporta, “primeiro porque quando temos muitas marcas e temos que as dar a conhecer começamos a dispersar capital”. Hoje há uma grande proliferação de marcas por isso a estratégia inicial foi apostar numa única marca para não correrem o risco de ser mais uma empresa no mercado. A aposta foi para os vinhos de qualidade mas com os preços um pouco abaixo da concorrência, o mercado estava difícil e o objectivo era vender mais de 100 mil garrafas. “Como as vinhas eram novas tivemos que fazer concentração de cachos, mandar muitos abaixo, em vez de produzir 8 toneladas, produzíamos 4 por hectare”, recorda. Depois a vinha começou a ganhar maturidade e começaram a ser feitos pequenos lotes de um segmento mais alto com a marca “Parus”, são pequenos lotes de seis, sete mil garrafas. Um vinho extremamente cuidado, colhido à mão quase videira a videira, e onde os cachos são muito escolhidos. Mais tarde, e por uma questão de complementaridade de gama foi lançado o vinho “Chão das Rolas”, é o entrada de gama.
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“Surgiu porque foi solicitado pelos nossos parceiros do Hotel Tivoli, foi feito exclusivamente para eles mas a pressão tem sido tão grande que começamos a lançar para o mercado e já vai nas 60 mil garrafas, não existe na distribuição moderna só no canal horeca”, acrescenta. E as vendas não podiam estar a correr melhor… A Herdade da Comporta começou por vende 40 mil garrafas, no ano passado as vendas foram de 180 mil e todos os anos o crescimento anda na ordem dos 30%. Brancos ou tintos? A escolha não é fácil e Miguel Palma prefere comentar o que ouve: “Já ouvi pessoas muito conhecedoras a dizer que um apreciador de vinhos acaba sempre nos tintos ou então dos tintos vai para os brancos. Até lá não consegue perceber a essência de um bom vinho branco”. Uma coisa Miguel Palma não tem dúvidas, e aqui fala mais alto o lado comercial, bons vinhos são aqueles que se vendem. “Este ano em termos de vendas vamos 40% acima do ano passado, temos subido muito na exportação”. O mercado português está muito parado por isso a estratégia é toda para fora, Canadá, Angola, Alemanha, Suécia e brevemente, EUA e Brasil. Depois vendem um pouco no eixo Asiático, Macau, Hong Kong e China. E
HERDADE DA COMPORTA
se as vendas crescem os projectos vão no mesmo sentido, a área de vinha vai aumentar 5 hectares, três de branco e dois de tinto, num total de 30 hectares, isto a par das reconversões que têm vindo a acontecer. Apresar dos bons resultados, os termos recessão e crise não são esquecidos, são até um incentivo para trabalhar melhor que a concorrência, trabalhar mais, com melhor organização e saber muito bem o que se faz. “Acelerar a exportação é o caminho, existem programas da comunidade europeia que temos que aproveitar, o melhor é aproveitar agora senão nunca fazemos nada”. O final de 2011 pode trazer uma surpresa para os mais chegados, um vinho novo chamado, “Comporta”, um topo de gama, 3 mil garrafas que nem vai chegar a entrar na comercialização. Vai ser destinado a amigos, pessoas mais próximas que vão apreciar este néctar tão especial. Muito para além do vinho… A riqueza da região faz com que o projecto da Comporta seja muito para além da vinha, aliás “o vinho é a cereja em cima do bolo”. O bolo não pára de crescer, os planos de desenvolvimento turísticos andam na ordem dos 50 milhões de euros, e contemplam vários tipos de oferta para que as pessoas visitem a Comporta tanto no Inverno como no Verão. Três campos de golfe, actividades de observação de pássaros, percursos pedestres, existe um projecto para a construção de um centro equestre, tudo isto a juntar a vários eventos que já são realizados na zona. Miguel Palma reforça que o projecto não passa só pelo vinho e que a empresa preocupa-se muito com aspectos sociais e com a agricultura. Além do negócio da vinha existe o negócio da relva, a exploração do pinheiro, a horticultura, e a produção de batata, cenoura e amendoim. Por curiosidade a Herdade da Comporta está a criar um projecto com uma empresa francesa de flores de cheiro para fazer extractos para a perfumaria. “Nós temos aqui um privilégio porque temos terras de areia, um clima óptimo, água” E claro está o vinho...
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NOTÍCIAS Alvarinho QM e Castrus de Melgaço são as sugestões Quintas de Melgaço propõem um Verão premiado. A Quintas de Melgaço sugere, para o tempo quente, os seus vinhos medalahados Castrus de Melgaço e Alvarinho QM, perfeitos para saborear a leveza da casta Alvarinho. Ao todo são seis medalhas para os vinhos que vão marcar a estação quente. São dois vinhos ideais para acompanhar as refeições típicas da estação. O Alvarinho QM é um vinho ideal para acompanhar saladas e pratos à base de peixe, com o seu aroma frutado, notas exóticas e ligeiro floral desta criação Quintas de Melgaço que lhe valeram já quatro medalhas, das quais a mais recente é a medalha de ouro no Alvarinho International Wine Challenge. Para saborear pratos mais condimentados, como peixe assado, ou ainda grelhados, o Castrus de Melgaço é o ideal. De aroma intenso e frutado, com predominância de fruto tropical, foi também premiado com uma medalha de ouro no International Wine Challenge J. Portugal Ramos Azeite Oliveira Ramos Premium Design Inovador Conquista Prémio Internacional’ A Los Angeles International Extra Virgin Olive Oil Competition assinala doze edições, sendo uma das mais prestigiadas em termos mundiais. Este ano contou com a presença de 600 produtos a concurso que foram divididos por diversas categorias de acordo com designações regionais e níveis de intensidade de frutado. Este ano, o azeite Virgem Extra Oliveira Ramos Premium da empresa J. Portugal Ramos, recebeu a medalha de Ouro na Los Angeles International Extra Virgin Olive Oil Competition, na categoria Packaging Design - Innovative De-
PVP Alvarinho QM 2010: 7,99 €
sign. A garrafa desenvolvida para o azeite destaca-se pelo facto de ser foscada e serigrafada com uma mensagem “manuscrita”, em relevo, do produtor João Portugal Ramos com a história ligada à produção deste produto. A embalagem tem uma grande harmonia estética, transmitindo um inegável requinte que lhe confere um posicionamento diferenciado e de prestígio. Para além desta distinção, o azeite Virgem Extra Oliveira Ramos Premium conquistou a medalha de Prata na
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PVP Castrus de Melgaço 2010: 9,50 €
categoria de Delicate que valorizou o seu sabor único que alia frescura, elegância e um frutado intenso. O reconhecimento internacional é muito importante para uma marca que aposta na internacionalização e já se encontra presente em vários países.
NOTÍCIAS
Lavradores de Feitoria com o único vinho português a ser premiado ‘Três Bagos Sauvignon Blanc 2010’ ganha medalha no ‘Concours Mondial de Sauvignon’ A Lavradores de Feitoria (LDF) acaba de ver o seu último lançamento, o “Três Bagos Sauvignon Blanc 2010”, ser premiado com uma medalha de prata no ‘Concours Mondial de Sauvignon 2011’, que teve lugar em Bordéus. Este foi o único vinho português a subir ao pódio. Esta é a segunda edição do ‘Concours Mondial de Sauvignon’, promovido no âmbito e pela organização do ‘Concours Mondial de Bruxelles, juntamente com as entidades Bordeaux Supérieur e ODG de Bordeaux. Um painel de provadores internacionais avaliou 481 vinhos provenientes de 19 países – África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Bulgária, Chile, Croácia, Espanha, França, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Portugal, República Checa, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Suíça e
A empresa lançou o ‘Três Bagos Sauvignon Blanc 2010’ no passado mês de Maio. Tendo sido produzidas 25 000 garrafas. Trata-se de um vinho fresco, com uma cor viva – citrina limão – e um aroma exuberante, com nuances tropicais bastante intensas, lembrando manga, pêssego e fruta mais fresca como ananás. Na boca a entrada é muito fresca, sendo bastante frutado e equilibrado. Com uma boa acidez e final de boca longo. Uma excelente opção como aperitivo e uma boa companhia para pratos de peixe ou marisco, nomeadamente agora que o calor nos conduz a
degustações menos quentes. O PVP deste branco é de € 8,5 Entre os dias 12 e 18 de Agosto, tanto o ‘Três Bagos Branco 2010’ e o ‘Três Bagos Tinto 2007’ poderão ser degustados no Grande Real Villa Itália Hotel & Spa, em Cascais, numa parceria vínica estabelecida entre as empresas. Na recepção à chegada, à beira da piscina, no quarto ou em qualquer um dos fantásticos ambientes do Real Villa Itália, o convite é para que prove gratuitamente os néctares durienses da Lavradores de Feitoria. Estes e outros os vinhos da Lavradores de Feitoria integram a lista do Grande Real Villa Itália Hotel & Spa, podendo ser adquiridos a copo ou em garrafa.
Os vinhos alentejanos da gama Montaria, a grande aposta da Parras Vinhos, têm actualmente um volume de vendas no Reino Unido de 200 mil garrafas por ano, comercializadas apenas pelo canal online do distribuidor Naked Wines. A par dos Montaria marcaram ainda presença, no painel de vinhos escolhido para as sessões de prova, o vinho alentejano Casas Brancas e vinho duriense Rio Real. São já vinte mil os consumidores, conhecidos por “Angels”, que compõem o canal Naked Wi-
nes, dedicando-se ao financiamento de produtores a troco de exclusividade e de preços mais acessíveis. As novas tecnologias e os canais online de distribuição começam a ficar cada vez mais na mira de empresários portugueses. No caso da Parras Vinhos, a exportação para o Reino Unido através da Naked Wines é, segundo a administração, um canal para ser explorado e potenciado. No total, a Parras Vinhos exporta anualmente através da distribuidora online cerca de 300 mil garrafas.
Turquia. Em comum todos eles tinham o facto de a casta Sauvignon Blanc estar em predominância (percentagem superior a 51).
Vinhos portugueses sobressaem em tour no Reino Unido promovido pelo maior distribuidor de vinhos online O produtor e distribuidor Parras Vinhos continua a sua aposta na internacionalização, através de acções como a Naked Wines Tasting Tour, que decorreu no início de Julho, no Reino Unido. Este evento, a cargo do mais dinâmico distribuidor online, juntou enólogos de todo o mundo, produtores independentes em busca de negócios, jornalistas e clientes interessados em novos produtos. Perto de vinte produtores e enólogos, onde se inclui a Parras Vinhos, percorreram as cidades britânicas de Norwich, Brighton, Birmingham, Londres, Bristol, Manchester, Leeds e Edimburgo, interagindo com os participantes em almoços, provas de vinhos e momentos de convívio, tudo num contexto informal. Nas degustações que tiveram lugar em Londres marcaram presença três dos mais conceituados opinion makers internacionais do sector: Jancis Robinson, Tim Atkin e Robert Joseph.
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NOTÍCIAS Excelentes Pontuações obtidas na Imprensa NorteAmericana Wine Advocate pontua 3 vinhos da José Maria da Fonseca com classificações de Excelência A prestigiada publicação americana Wine Advocate criada em 1978, analisa e pontua (0-100) desde o seu início milhares de vinhos produzidos em todo o mundo. Robert Parker, o mais famoso e conceituado crítico de vinhos do Mundo, tornou-se, através dela, mundialmente conhecido pelas suas notas e sugestões fornecidas aos consumidores. O seu site eRobertParker.com: The Independent Consumer’s Guide to Fine Wine tornou-se referência obrigatória no mundo dos vinhos, refinando as suas apreciações e classificações com a colaboração de outros conceituados críticos de vinhos. Mark Squires é um deles. Escreve com regularidade e, é uma referência incontornável no que toca a apreciação de vinhos Portugueses. É neste contexto que 3 vinhos da José Maria da Fonseca obtiveram excelentes pontuações atribuídas por Mark Squires, no site eRobertParker.com. Tanto o Periquita Superyor 2008 como o Domini Plus 2008, obtiveram 90 pontos no eRobertParker.com O Periquita Superyor 2008, expoente máximo da casta Castelão, representa a responsabilidade da José Maria da Fonseca em apresentar um vinho superpremium a partir da principal casta tinta da Península de Setúbal. Provém de vinhas velhas e, estagiou em carvalho Francês durante 14 meses. O DOMINI Plus 2008 é o topo de gama da José Maria da Fonseca no Douro, produzido com castas provenientes da vinha de Mós, no Douro Superior, pertencente à José Maria da Fonseca. Mostra toda a personalidade, beleza e excelência únicas desta região de Portugal. Fazendo justiça à excelência e qualidade dos Moscatéis de Setúbal produzidos pela José Maria da Fonseca, o Moscatel de Setúbal Superior de 1955 foi classificado com 98 pontos. Devido às reduzidas quantidades disponíveis deste produto, o Moscatel de Setúbal Superior 1955 apenas será colocado à venda num Leilão a realizar no final do ano, em Vila Nogueira de Azeitão, nas instalações da José Maria da Fonseca. Conjuntamente com os lotes do Moscatel de Setúbal Superior de 1955, serão colocados à venda outros vinhos que fizeram e fazem a história da José Maria da Fonseca.
VINHOS DA ADEGA MAYOR DISTINGUIDOS NOS PRINCIPAIS CONCURSOS INTERNACIONAIS O ano de 2011 tem sido um excelente ano para a Adega Mayor, uma vez que consagrou o valor dos seus vinhos ao obter honrosas distinções nos concursos internacionais Challenge International du Vin, no Concours Mondial de Bruxelles e ainda no Decanter World Wine Awards. A 35ª edição do Challenge International du Vin 2011, teve lugar nos dias 8 e 9 de Abril em Bordeaux e colocou à prova 4.624 amostras de vinhos, provenientes de 35 países. O branco Reserva do Comendador 2009, produzido a partir das castas Antão Vaz, Roupeiro e Arinto, destacou-se com a conquista de uma medalha de ouro. O Concours Mondial de Bruxelles 2011, teve lugar no Luxemburgo e contou em prova com
7.386 vinhos de 49 países. Os vinhos da Adega Mayor foram mais uma vez distinguidos, entre os quais o Solista Touriga Nacional com Medalha de Ouro e prata para o Reserva do Comendador tinto 2007 e para o vinho Caiado 2009. Também no Decanter World Wine Awards, a Adega Mayor viu cinco dos seus vinhos serem destacados com principal relevância para o Reserva do Comendador Branco 2009, que obteve uma medalha de prata.
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Vinhos da Herdade do Monte da Ribeira Exclusivos da Wine o’Clock ganham Triplo Ouro Pousio Branco 2010, Pousio Tinto 2010 e Quatro Caminhos 2009 foram premiados no V Concurso de Vinhos Engarrafados do Alentejo Três vinhos da Casa Agrícola Herdade Monte da Ribeira, Pousio Branco 2010, Pousio Tinto 2010 e Quatro Caminhos 2009, foram premiados com medalhas de Ouro no concurso promovido pela Confraria dos Enófilos do Alentejo. Em prova estiveram vinhos tintos, brancos e rosados com Denominação de Origem Alentejo ou Indicação Geográfica – Vinho Regional Alentejano. A apreciação dos vinhos esteve a cargo de um júri aberto e alargado a enólogos, técnicos de viticultura, enófilos, vitivinicultores e consumidores. De referir que estes três néctares são comercializados e distribuídos em exclusivo pela Wine o’Clock. Estes vinhos complementam a alargada oferta de vinhos da Wine o’Clock, e reforçam a aposta da loja garrafeira em disponibilizar referências nacionais de elevada qualidade.
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Monte Velho celebra o Vinho e a Amizade com o lançamento de um Almanaque Para celebrar o dia Mundial da Amizade (20 de Julho) o Monte Velho lançou um Almanaque que reúne dez autores e dois ilustradores, que se juntaram para escrever sobre o vinho e a amizade. Clara Ferreira Alves, Nuno Artur Silva e Helena Sacadura Cabral são alguns dos nomes que colaboraram no “Almanaque da Amizade e do Vinho”, que foi lançado no Clube Ferroviário de Lisboa. Para assinalar duas décadas de sucesso do Monte Velho e celebrar os valores que esta marca tem preservado e promovido, o Esporão, empresa responsável pela marca, lançou o “Almanaque da Amizade e do Vinho” ou, por outras palavras, um guia para quem quer saber tudo (ou quase tudo) sobre a amizade, os amigos e o papel que o vinho tem nessa relação. Este projecto conta com a participação de Clara Ferreira Alves, Nuno Artur Silva, Rui Cardoso Martins, Helena Sacadura Cabral, Manuel João Vieira, Nuno Costa Santos, João Caraça, Mário Laginha, Eduardo Madeira e Luís Filipe Borges na elaboração dos textos e com as ilustrações de Tiago Albuquerque e Adriano Lameira. Este livro vai desvendar, entre outras coisas, como nasceu o deus Dionísio, o que significa Venâncio da Costa Lima vence concurso “Muscats du Monde” A empresa Venâncio da Costa Lima, sediada em Quinta do Anjo, concelho de Palmela, venceu o concurso “Muscats du Monde” com o vinho Venâncio da Costa Lima – Moscatel de Setúbal Reserva 2006. Além da conquista do prémio de Melhor Vinho do Concurso, a empresa posicionou, também, o seu Moscatel de Setúbal DOC na 6ª posição do Top 10. O concurso “Muscats du Monde” realiza-se, anualmente, na cidade francesa de Montpellier e dedica-se em exclusivo a vinhos produzidos com a casta “Muscat”, pelo que todos os vinhos a concurso são avaliados por provadores especializados nesta casta e obedecem a um conjunto de regras de grande exigência, que caracterizam este certame como um dos mais credíveis a nível mundial. Esta foi a 11ª edição do concurso, que analisou 210 vinhos de 23 países. Ao longo de dois dias, um painel de 55 provadores de várias nacionalidades avaliaram os concorrentes em prova cega. No total, foram atribuídas 49 medalhas de ouro e 25 de prata. A Venâncio da Costa Lima concorre ao “Muscats du Monde” desde 2008, obtendo sempre Medalha de Ouro, e em 2010 teve o único vinho português a classificar-se no Top 10. Em funcionamento na aldeia de Quinta do Anjo, em plena Serra da Arrábida, desde 1914, a Venâncio da Costa Lima integra a Rota de Vinhos da Península de Setúbal/ Costa Azul.
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entornar vinho à mesa, quais os heterónimos de Fernando Pessoa que bebiam vinho, se tem algum amigo camaleão social ou uma amiga vegetariana eco-bio-zen, quantas castas têm os vinhos alentejanos, o que fez de Dom Quixote e Sancho Pança uma dupla de amigos de carne e osso, como se diz vinho em sueco, por que motivo é o gato o maior amigo da mulher, o que é um vinho generoso, quais os 11 mandamentos da amizade e muitas outras curiosidades. O Almanaque do Vinho e da Amizade esteve à venda com a revista Sábado nas edições de 28 de Julho e 4 de Agosto e estará também à venda com a edição do dia 11 de Agosto. O seu custo é de 3,45€. Em meados de Agosto será ainda oferecido na Grande Distribuição, mediante a compra de duas garrafas Monte Velho.
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