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CAPA

Jejum: UMA DAS PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA A QUARESMA

Neste ano, o período da Quaresma vai de 26 de fevereiro a 9 de abril

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AIgreja Católica orienta três exercícios para os fiéis vivenciarem durante o período quaresmal: o jejum, a esmola e a oração. É uma forma de se preparar para a Páscoa do Senhor. “A Quaresma chama os cristãos a encarnarem, de forma mais intensa e concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar e social, particularmente através do jejum, da oração e da esmola”, destacou o Papa Francisco, em mensagem publicada em fevereiro do ano passado.

Logo após o Concílio Vaticano II, em 1966, o Papa Paulo VI publicou a Constituição Apostólica Paenitemini, para tratar sobre a penitência. Nessa constituição, ele exorta os fiéis a reconhecerem a necessidade de colocar o jejum no contexto do chamado de cada cristão a “não viver mais para si mesmo, mas para aque

Kilza Gomes: “Para a Quaresma deste ano, ainda estou pensando de que vou jejuar. Porém, estou certa de que em relação ao consumo desnecessário, ainda vou ter que fazer jejum durante umas três ou quatro Quaresmas”

le que o amou e se entregou a si por ele, e… também a viver pelos irmãos”.

“Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de ‘devorar’ tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos”, orientou o Santo Padre, na mensagem para a Quaresma 2019 . Ir além de se abster de comida O jejum é uma das práticas tradicionais de penitência cristã. A Igreja Católica recomenda aos fiéis fazerem jejum na quarta-feira de cinzas e na sexta- -feira da Semana Santa. Jejuar significa abstinência de algum alimento, mas inclui também outras formas de privação para uma vida mais sóbria.

Durante a homilia da missa, na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em 16 de fevereiro de 2018, o Papa Francisco alertou os fiéis a serem coerentes com a prática do jejum. “Se não puder fazer um jejum total, que faz sentir fome até os ossos, faça um jejum humilde, mas verdadeiro”, disse. Durante o sermão, o Pontífice alertou que o “jejum que o Senhor quer, consiste em partilhar o pão com o faminto, no acolher em casa os miseráveis, sem-teto, em vestir os nus, sem negligenciar o teu sangue”.

Francisco encerrou a homilia, fazendo a seguinte a exortação: “O meu jejum chega a ajudar os outros? Se não chega, é fingido, é incoerente e te leva pelo caminho da vida dupla. Peça humildemente a graça da coerência.” Neste sentido, Mons. Lucas Batista Neto, capelão da Casa da Criança, em Natal, lembra que não basta só se abster de algum alimento ou de outra coisa, mas exercer a caridade para com os que necessitam. “Você se libera de alguns alimentos, por exemplo, e o que correspondia àquilo, você deve doar para quem não os

tem, porque muita gente já vive em constante jejum e abstinência de carne, em nosso país. São 45 milhões de pessoas que não têm acesso à alimentação básica para viver dignamente”, explica.

“A prática do Jejum na quaresma, é uma excelente oportunidade de educar meu espírito para as coisas do Alto. Quando alguém não tem costume, indico que inicie de uma forma branda, se abstendo nas sextas-feiras de carne e de algum alimento, mas que seja regular. Posteriormente, deverá praticar o jejum nas sextas-feiras e em outros dias, comendo uma vez ao dia alimentos nutritivos, e, se necessário, as demais refeições de uma forma mais restrita”, recomenda Mara Maria, fundadora da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus.

Jejum como mudança de vida A assistente social, Kilza Gomes, exercita a prática do jejum quaresmal há mais de uma década. Segundo ela, a prática tem contribuído para mudanças de hábitos em sua vida. “Há mais de dez anos, eu fiz jejum de refrigerante, no tempo da Quaresma. E eu tomava muito refrigerante. Posso dizer que a abstinência foi, realmente, um sacrifício, mas o fato é que terminou o tempo da Quaresma, e até hoje, não consigo mais tomar refrigerante”, conta. Ela releva que durante alguns anos fez jejum em relação à alimentação, mas chegou um mo-

“O meu jejum chega a ajudar os outros? Se não chega, é fingido, é incoerente e te leva pelo caminho da vida dupla. Peça humildemente a graça da coerência”

mento em que, com reeducação alimentar, não tinha mais sentido se privar de algum alimento. Segundo Kilza, a surpresa veio há uns quatro anos, quando ela decidiu se abster de fazer compras, durante os 40 dias da Quaresma. “O interessante é que eu não me considerava consumista. Só me dei conta, com o ‘jejum de compras’, porque foi um sacrifício grande. Só comprava alimentação. Foi aí que percebi o quanto eu era consumista. Confesso que, depois disso, me conscientizei de que eu gastava desne

CEDIDA

cessariamente, mas ainda preciso ter mais consciência disso”, testemunha. “Para a Quaresma deste ano, ainda estou pensando de que vou jejuar. Porém, estou certa de que em relação ao consumo desnecessário, ainda vou ter que fazer jejum durante umas três ou quatro Quaresmas”, diz a assistente social.

Por volta do ano de 2013, a operadora de telemarketing, Jozelise Bezerra, residente em Natal, decidiu fazer o sacrifício de se abster de alguns alimentos, como doces, no período da

Quaresma, e oferecer o sacrifício na intenção de uma colega de trabalho que estava passando por uma situação difícil e afastada da Igreja. “E o engraçado é que era tentada pela própria colega, que sempre me oferecia chocolates. Mas eu continuava em meu propósito, em silêncio, porque nosso Deus nunca nos decepciona”, conta. Segundo Jozelene, depois, a amiga voltou a frequentar a Igreja. Jozelene garante que até hoje continua a jejuar, no tempo quaresmal. “Hoje, peço pela conversão da minha família”, diz.

Racquel de Maria, consagrada da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus, destaca que a “Quaresma também é um tempo muito oportuno para colocar uma guarda na própria língua, ou seja, vigiar o falar, evitar murmurações, fofoca e maledicências, e usar a língua apenas para elogiar, para incentivar e, sobretudo, para louvar a Deus por tudo que nos acontece, de bom ou de ruim, pois tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”. Ela espera que, neste ano de 2020, consiga colocar em prática, mais uma vez, aquilo que toda a Igreja é chamada a viver, durante o tempo da Quaresma.

Mara Maria: “A prática do Jejum na quaresma, é uma excelente oportunidade de educar meu espírito para as coisas do Alto”

Atividade reúne crianças de 06 a 12 de idade, além da família

Projeto beneficia crianças e famílias em vulnerabilidade social

Iniciativa é desenvolvida por meio do setor de promoção humana da Comunidade Católica Shalom, em Natal

AComunidade Católica Shalom, em Natal, por meio do setor de promoção humana, desenvolve um projeto, intitulado “José do Egito”, que atende 40 crianças e suas famílias, residentes no bairro Planalto, zona oeste de Natal, em situação de vulnerabilidade e risco pessoal. A iniciativa é coordenada pelo secretário de promoção humana Natal, Tennessee Mendes. Segundo Tennessee, o objetivo do projeto é o fortalecimento das relações familiares e comunitárias. “O projeto em evidência, tem um caráter preventivo, pautado na defesa e afirmação de direitos e no desenvolvido de capacidade dos usuários”, conta. Nesse sentido, são desenvolvidas atividades lúdicas e socioeducativas, envolvendo arte, cultura, lazer, esporte, educação e serviço Social. A programação reúne crianças de 06 a 12 anos de idade, além dos pais e/ou responsáveis. De acordo com Tennessee, as atividades realizadas com as famílias envolvem oficinas com arte educador e grupo de apoio a famílias assistidas, conduzidas por assistente social.

Fortalecimento

Tennessee conta que o projeto veio a partir da identificação de realidades de convivência familiar e comunitária, encontradas no público assistido, como a violência doméstica, por exemplo. A comunidade possui um centro de evangelização no bairro, proporcionando assistência religiosa e social. “Nossa proposta é contribuir para a proteção dos direitos, combatendo a violação dos mesmos, garantindo a inclusão social de crianças e adolescentes”,

reforça. Para a participar do projeto, é necessário realiza um cadastro. Segundo o coordenador do projeto, os maiores ganhos da iniciativa são no sentido do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, perdidos muitas vezes diante da triste realidade vivida pelas famílias assistidas. “O projeto vem para promover a pessoa humana, garantindo novas oportunidades e mais qualidade de vida. Favorecemos a aprendizagem por meio da troca de experiência”, enfatiza.

SERVIÇO:

O projeto fica localizado no bairro do Planalto, zona oeste de Natal, com funcionamento de terça a sexta-feira, das 14h às 17h30. Informações, ligue: (84) 99836-6991.

Dom Eugênio e o Movimento de Natal N os idos da década de 1950, um grupo de apenas seis padres da Arquidiocese de Natal, criou o hábito de se reunir regularmente, todo mês, para tentar responder uma pergunta que os inquietava: “como podemos servir melhor à Igreja?” Daí, surgiram várias respostas em forma de pequenos movimentos inovadores que se transformaram num conglomerado de ações, gerando o chamado ‘Movimento de Natal’. Desse grupo, fazia parte Dom Eugênio de Araújo Sales, então administrador apostólico da Arquidiocese de Natal. Como frutos do Movimento de Natal, surgiram ações como a Campanha da Fraternidade, que depois se projetou nacionalmente; a administração de paróquias por freiras, as chamadas ‘irmãs vigárias’; a distribuição da sagrada comunhão pelas freiras, com autorização do Papa, fazendo surgir a figura do Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão; a inauguração da Emissora de Educação Rural de Natal, hoje 91.9 FM; o Serviço de Assistência Rural (SAR); os Sindicatos de Trabalhadores Rurais, entre várias outras ações.

Em entrevista publicada na revista em comemoração ao centenário da Diocese de Natal, em dezembro de 2009, Dom Eugênio lembrava que o Movimento de Natal foi o resultado de um amor à Igreja, aproveitando a situação do momento, para conservar e promover não só indivíduos, mas toda coletividade. “Tudo dentro do princípio da visão da Igreja. Nós não tínhamos visão ideológica e nem política, mas de amor à Igreja”, comentava Dom Eugênio, na entrevista.

Desde sua atuação como padre, Dom Eugênio sempre teve um olhar direcionado à Doutrina Social da Igreja. As ações do Movimento de Natal, idealizado por ele e mais um grupo de sacerdotes, foi consequência dessa preocupação para com as questões sociais, existentes naquela época, muito centradas na pobreza, no alfabetismo, na falta de conhecimento dos seus deveres por parte dos trabalhadores. A Igreja não podia ficar à margem das mazelas sociais. Ainda hoje, essa experiência se constitui fonte e referência básica para inúmeros trabalhos de conclusão de cursos superiores e teses de doutorado sobre a Igreja e sua missão sócio-evangelizadora de anunciar o Reino de Deus no tempo presente. A verdade é que esta coluna, nesta edição da revista A Ordem, seria demasiadamente pequena para relatar as tantas iniciativas e suas contribuições diretas na vida de milhares de pessoas, no Rio Grande do Norte, frutos do Movimento de Natal.

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“As lágrimas precisam rolar”

20 FEVEREIRO DE 2020 N ão há frases mais corrosivas à saúde emocional de alguém do que as comuns “engula o choro” ou “não chore”. “Chore não”, se diz aqui no Nordeste. Muitos repetem essas afirmativas pensando estarem tomando uma atitude educativa ou evitando a tristeza. Porém, basta o mínimo de sensibilidade para entender o quanto represar sentimentos pode causar estragos no futuro. A natureza chora e mostra que, em determinado momento, o que foi represado, contido, impedido, interrompido volta para cobrar seu espaço. Sempre!

Parece que vivemos em um contexto que é proibido chorar, criminoso ficar triste, ultrajante querer se recolher. De forma geral, as pessoas se desconsertam ao ver outra derramando lágrimas e, de pronto, querem estancar aquele líquido como quem controla uma hemorragia. Os lenços são oferecidos a todo o momento, porém, poucos têm a coragem de dizer ao outro: “chore: as lágrimas precisam rolar”. E muito poucos mesmo têm a ousadia de dizerem a si mesmos: “eu acolho o que estou sentindo: as lágrimas precisam rolar”.

Li, há um tempo, sobre um estudo do pesquisador Joseph Stromberg que analisou 100 lágrimas diferentes, observou-as em microscópio e descobriu que as lágrimas basais (aquelas que o nosso corpo produz para lubrificar os olhos) são radicalmente diferentes das lágrimas que surgem quando estamos cortando cebolas. As lágrimas que surgem a partir de uma alegria intensa não estão nem perto de lágrimas de tristeza. Como uma gota d’água do oceano, cada minúscula gota de lágrima carrega um microcosmo da experiência humana.

Segundo o pesquisador, existem três tipos principais de lágrimas: basais, reflexivas e psíquicas (desencadeadas por emoções). Todas as lágrimas contêm substâncias orgânicas, incluindo óleos, anticorpos e enzimas e são suspensas em água salgada. Diferentes tipos de lágrimas têm moléculas distintas. Lágrimas emocionais têm hormônios à base de proteínas, incluindo o neurotransmissor leucina encefalina, que é um analgésico natural, liberado quando estamos estressados. Além disso, as lágrimas vistas sob o microscópio podem ter diferentes formas. Desta forma, mesmo as lágrimas psíquicas com a mesma composição química podem ser muito diferentes.

O trabalho científico, que achei tão interessante, serviu, mais uma vez, para me mostrar como as lágrimas têm sua função e devem correr livremente para desempenharem seus papéis. Porque são singulares. Não que os lenços não sejam bem-vindos ou que as frases tão ditas não tenham seu lado bom, especialmente quando surgem de quem nos ama e com uma entonação carinhosa, mas chorar de peito aberto, sem censura, é tão reparador quanto uma boa gargalhada. As emoções precisam rolar.

Taciana Chiquetti Psicóloga www.webterapia.com.br

Basta o mínimo de sensibilidade para entender o quanto represar sentimentos pode causar estragos no futuro.” “

Paróquia de Taipu: única criada no governo de Dom Joaquim Antônio

SÉRGIO FALCETTI

Igreja matriz de Nossa Senhora do Livramento

Primeiro bispo de Natal criou a Paróquia no dia 18 de abril de 1913, sendo desmembrada do território da Paróquia de Ceará-Mirim

POR LUIZA GUALBERTO

Durante o episcopado de Dom Joaquim Antônio de Almeida, primeiro bispo diocesano de Natal, foi criada apenas uma Paróquia, sendo esta dedicada à Nossa Senhora do Livramento, em Taipu. Mesmo antes de se tornar Paróquia, a religiosidade sempre esteve presente na comunidade. No ano de 1839, dois casais do vilarejo receberam a autorização para a construção de uma capela, que seria dedicada a Nossa Senhora do Livramento. A capela levou 30 anos para ser concluída. No dia 18 de abril de 1913, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, pelo primeiro bispo da Diocese de Natal, Dom Joaquim Antônio de Almeida.

A Paróquia tem, atualmente, como pároco, o padre Alcimário Pereira, que assumiu os trabalhos da Paróquia no dia 30 de setembro de 2019.

Trabalhos pastorais

Segundo o padre Alcimário, a Paróquia é bastante ativa e conta com o protagonismo dos grupos de pastorais, movimentos e serviços. De acordo com o sacerdote, este ano tem início a obra de restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento. “No contexto histórico, pretendemos fazer um documentário sobre o trabalho das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, em parceria com o jornalista Jadson Carvalho. No âmbito pastoral, temos o objetivo de contribuir para a instalação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Poço Branco. Para isto, a Igreja, Centro Pastoral Paroquial e a casa paroquial de Poço Branco irão passar por obras para melhorias na infraestrutura e modernização”, conta. Irmãs do Imaculado Coração de Maria

Fundada pela beata Barbara Maix, em 1849, no Rio de Janeiro, com sede geral em Porto Alegre (RS), as irmãs da Congregação do Imaculado Coração de Maria chegaram em 25 de fevereiro de 1964 à cidade. Elas administraram a Paróquia por 30 anos e permaneceram morando na cidade de Taipu por 42 anos, quando se mudaram para Natal. Ainda de acordo com o padre Alcimário, muitas autoridades religiosas e civis visitaram Taipu entre 1964 e 1966 para tomar conhecimento do trabalho desenvolvido pelas irmãs à frente da Paróquia. Em uma das sessões do Concílio Vaticano II, foi relatado pelo Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales a experiência exitosa que se realizava em Taipu e em Nísia Floresta, onde mulheres assumiam paróquias. A irmã Natalina Rossetti, a “Irmã Vigária”, foi a primeira mulher no Brasil a receber autorização do Papa Paulo VI para distribuir a comunhão aos fiéis. Ela está sepultada na Igreja matriz de Taipu.

Atuação nas comunidades

A Paróquia é formada por 47 comunidades rurais, dos municípios de Taipu e Poço Branco, sendo dividida em 10 setores, que trabalham em comunhão em momentos como festa de padroeiros e campanhas. Conta com mais de 40 pastorais, grupos, movimentos e serviços atuando na paróquia, que abrange uma população de 27 mil pessoas.

Dízimo missionário

A Paróquia foi pioneira na Arquidiocese de Natal com o Dízimo Missionário. Ideia trazida da Diocese de

Pe. Alcimário Pereira, pároco

Guarabira (PB), pelo Padre Francisco de Assis Inácio, em 2011, quando assumiu a Paróquia. O Dízimo Missionário acontece com a visita mensal do agente à casa do dizimista. Em cada casa, o agente deixa um envelope, faz uma reflexão sobre um trecho bíblico, canta e reza junto com a família. Na missa do dizimista, celebrada no primeiro domingo de cada mês, a família devolve o envelope, com a oferta. Com isso, o resultado pastoral tem sido expressivo, trazendo mais pessoas para as celebrações.

SERVIÇO

Endereço: Praça 10 de março, 426 – Centro – Taipu Telefone: (84) 3264-2296

Horários de missa (matriz): Quintas, às 19h30 Domingos, às 19h30 1ª sexta-feira de cada mês (Sagrado Coração de Jesus), às 19h30

CF 2020 chama atenção para a vida, dom e compromisso

Apresentação do tema da CF 2020 durante reunião do clero e articuladores paroquiais

Campanha vai começar na quarta-feira de cinzas e segue durante todo o período quaresmal

Apartir da quarta-feira de cinzas, tem início o período quaresmal, antecedendo a Páscoa. A Igreja católica no Brasil vivencia também, durante a quaresma, a Campanha da Fraternidade (CF), que neste ano tem como tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e como lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o tema deste ano está alinhado com o pilar da caridade, das Diretrizes gerais da Ação Evangelizadora, aprovadas na última assembleia geral da CNBB.

Segundo o padre Patrik Batista, secretário executivo de campanhas, na CNBB, a temática deste ano quer lançar um olhar mais

detalhado sobre a vida, que está abandonada à beira do caminho. “Creio que esse tema ajudará cada fiel e cada uma de nossas comunidades a redescobrir o valor e a beleza da vida. Não somente redescobrir, mas reencontrar os caminhos que revelem o sentido da vida; vida que é um intercâmbio de cuidados, que é dom e o próprio Cristo; vida que grita hoje por sobrevivência”, pontua.

Por ocasião da campanha deste ano, a CNBB elaborou um vídeo, que tem santa Dulce dos pobres como inspiração. Segundo a editora Edições CNBB, o material oferece um panorama completo, além de ressaltar diversas ações de cuidado em favor da vida, promovidas pela Igreja em várias partes do Brasil. O vídeo intercala experiências de cuidado com a vida com frases de santa Dulce dos pobres. O vídeo pode ser conferido no canal do Youtube da CNBB.

Ações na Arquidiocese

No mês de dezembro do ano passado, aconteceu a apresentação do tema da Campanha da Fraternidade 2020 para o clero da Arquidiocese de Natal, além dos articuladores paroquiais. De acordo com o coordenador arquidiocesano de campanhas, o padre Robério Camilo, as instituições que devem proteger a vida estão muito enfraquecidas, então, a Igreja conclama as pessoas a também assumirem seu papel, em favor dos que estão à margem. “Quando a Igreja chama a atenção da sociedade para essa campanha, quer propor o compromisso de cuidar uns dos outros. Muitas vezes responsabilizamos somente os poderes

públicos pela omissão, mas, com a campanha, somos chamados a fazer a nossa parte. Por exemplo, nós temos muitos grupos pastorais que só se reúnem, mas não tem uma ação sócio transformadora concreta”, frisa. Ainda segundo o sacerdote, para a vivência da campanha na Arquidiocese, estão sendo pensadas iniciativas nas paróquias, com formações para agentes de pastorais, movimentos e serviços, debates nos conselhos e participação de atividades em instituições governamentais. Nos dias 29 de fevereiro e 01 de março, vai ser realizada a abertura da CF 2020 por vicariatos. “Queremos incentivar que cada padre, diácono, leigo e religioso seja protagonista da campanha. Vamos priorizar os eventos e formações para reforçar que ninguém fique indiferente aos irmãos que mais necessitam de nós”, ressalta.

Natal vivencia resgate do carnaval cultural

Programação vem crescendo anualmente com a proposta de se igualar a polos como Salvador, Olinda e Rio de Janeiro

POR LUIZA GUALBERTO

Nos últimos anos, a cidade de Natal vem passando por uma valorização do carnaval como manifestação cultural e que reúne várias “tribos”. Os bloquinhos de rua, bandas de frevo e fanfarras tem ganhado cada vez mais espaço e agregado valor cultural e turístico para a cidade durante o período da folia de momo. De modo geral, a origem do carnaval é incerta, mas, suas raízes estariam relacionadas à celebração de abertura do ano agrícola, renovação da terra e volta da primavera, além de se festejar a colheita.

Em Natal, a história do carnaval começou em 1877, ano em que foi encontrado o primeiro registro de uma movimentação carnavalesca, segundo o pesquisador Gutenberg Costa. A praia da Redinha sempre foi um berço para as manifestações populares. Na década de 30, surgiram os primeiros “cordões”, como eram chamados os blocos de carnaval que saíam pelas praias do litoral potiguar. Na década de 60, o carnavalesco Hélio Rocha marcou época fazendo prévias. A partir daí, surgiram blocos tradicionais como “Os Brasinhas” e os “Índios Tabajaras”.

Segundo os pesquisadores Alessandro Dozena e Valdemiro Severiano, na década de 30, no governo do presidente Getúlio Vargas, tentou-se uma identidade unificada do carnaval, mas, Natal, assim como outras cidades do país, optaram por manter sua identidade própria. O folclorista e historiador Câmara Cascudo foi um dos que enfatizou a autenticidade do estado. “Em Natal, havia entre os diversos grupos organizadores dos festejos carnavalescos, uma crescente preocupação em manter as especificidades potiguares, entre os quais, as marchas regionais e os bailes populares”, ressalta os pesquisadores. O carnaval foi oficializado na capital potiguar em 1933. A partir de 1936, a festa foi oficialmente desenvolvida na avenida Rio Branco, no centro da cidade, com os diversos grupos carnavalescos. A avenida Tavares de Lira, na Ribeira, também ganhou notoriedade nas festas momescas, de forma que, toda Natal passou a vivenciar esse clima festivo.

Durante todo o mês, diversas atividades integram a programação do carnaval em Natal

Ainda de acordo com Valdemiro e Alessandro, a participação de Natal na Segunda Guerra não minguou o carnaval natalense. “Pelo contrário, contribuiu para a continuidade dos festejos, trazendo outros elementos para a cidade, como o samba e suas escolas, a partir da chegada dos militares cariocas delegados para as terras potiguares”, destacam.

O Carnaval hoje

Após o período de auge e declínio, de uns para cá o carnaval da cidade vem se destacando e retornando ao espírito das folias de ruas do seu início, com os tradicionais blocos que fizeram história no carnaval da cidade. As prévias são realizadas já desde o mês de janeiro, mas é em fevereiro que a programação cresce, atraindo potiguares e turistas de fora, com os tradicionais bailes de máscaras, desfile de escolas de sambas, entre outros. Para conferir a programação completa do carnaval em Natal, acesse o site: www.blogdafuncarte.com.br.

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