QUADRA 8 - O Chorinho é livre

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“O CHORINHO É LIVRE” Alice Aquino, Amanda Barbosa, Caio César e Giulia Areal

O Centro de Goiânia é marcado por diversos edifícios e atividades, todos que por lá passam, já se depararam com o imponente e rosa Grande Hotel, já fizeram compras na loja de utilidades “JingXiang”, foram no famoso evento conhecido por “Chorinho”, ou viram a icônica ilustração de Jesus na empena em um dos seus edifícios. A Quadra 8 localiza-se no Centro de Goiânia, entre as Avenida Anhanguera, Avenida Goiás, Rua 3 e Rua 7, e abriga essas edificações, atividades e atrações que, de uma forma ou outra, marcaram a história e a cultura goiana. Desde o início da história de Goiânia essa quadra foi marcante, o Grande Hotel teve inclusive papel na decisão final da mudança da capital, além de ser estadia de famosos nos anos 30, 40 e 50, e estava sempre com jornalistas rondando para ver quem dava check-in para colocarem em suas colunas. Além do hotel, o Café Central que ficava na esquina da Avenida Anhanguera com a Rua 7 foi palco de importantes negociações no ramo do gado, do agronegócio e empresarial, era um dos points de Goiânia, além de ser um edifício tipicamente marcado pelo Art Deco goiano. Ao passar atualmente na mesma esquina o que se vê é uma fachada escondida com placas metálicas, pois o ponto foi vendido para uma joalheria, e o café se espremeu para uma pequena porta ao lado, e a imponência e história que aquele edifício contavam foram perdidas, o que serve de exemplo para muitos outros prédios no Centro. O que percebemos é que com o passar dos anos a quadra passou por muitas modificações, mas mesmo assim não perdeu sua importância. Um ótimo exemplo disso é a loja JingXiang, que começou na época das lojas de R$1,99 e hoje ocupa uma quantidade significativa da quadra sendo uma loja de referência para todos os moradores de Goiânia que compram itens das mais diversas variedades. O Grande Hotel também teve sua parcela de modificações, mas não perdeu sua importância, ainda é um dos poucos edifícios que mantém sua fachada Art Deco à mostra e livre de placas. Também é casa para arquivo histórico e para uma movimentação cultural como iremos retratar mais a frente. O Banco Estadual de Goiás também foi locado nessa quadra, nos anos 60, em frente à praça do bandeirante, que foi por muitos anos um banco de grande importância, ainda mais nesta localização que é uma quadra com fortes pontos comerciais e de negociação. Ainda no prédio da ex sede do BEG podemos ver uma ilustração de Jesus na lateral do edifício, que fez parte de uma galeria aberta e uma das poucas obras que restaram da mesma, o que iremos discorrer sobre mais a frente. Muitos dos que ali passam não sabem de toda a história envolvida nessa quadra, mas ainda assim tudo que funciona ali hoje ainda é de grande relevância para a sociedade, economia e cultura goiana.

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QUADRA 8

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QUADRA 8

A quadra 8 é majoritariamente ocupada por prédios comerciais de 2 ou 3 pavimentos, com exceção de duas edificações mais altas. Outro ponto importante é a viela que atravessa a quadra, assim como acontece em outros pontos do Centro, projetado por Atílio Corrêa Lima. Nessa quadra percebe-se a presença de muitas bancas de revista e vendedores ambulantes, esses últimos se concentram principalmente na esquina da Praça do Bandeirante. Os comércios são bem diversos; agências bancárias, lojas de roupas, lojas de utilidades, joalheria, lanchonete, lan house, agência lotérica, bancas de revistas, loja de equipamentos eletrônicos, sapataria, entre outros. Tudo isso mantém um fluxo de pedestres intenso naquele local, principalmente nos horários comerciais. Além da agência bancária e das lojas citadas na quadra, ainda existe um hotel na Avenida Anhanguera e na Avenida Goiás, o famoso Grande Hotel, que atualmente funciona como museu. Conforme foi dito anteriormente, grande parte dos edifícios apresentam entre 2 e 3 pavimentos, com os comércios ocupando toda a edificação, diferentemente de outras quadras no Centro que apresentam edificações mistas com comércios no térreo e apartamentos a partir do primeiro pavimento. A primeira exceção da Quadra 8 é o antigo prédio Banco do Estado de Goiás, atualmente do Banco Itaú, com projeto do arquiteto Eurico Calixto de Godoi, na esquina da Avenida Anhanguera com a Avenida Goiás, que tem 9 pavimentos, com a agência bancária no pavimento térreo e os demais andares para alugar. O prédio é um marco pela sua referência à arquitetura moderna carioca e feito com materiais nobres para a época. A segunda exceção é o prédio da telefônica Oi, que fica na esquina da Rua 3 com a Rua 7, que é a maior

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Vista aérea da quadra em análise, Fonte: Guilherme Narciso (2017)

construção em altura da quadra com 22 pavimentos, que tem a loja de telefones no térreo e utiliza algumas salas do edifício para guardar equipamentos, contudo, as demais salas estão abandonadas segundo informações colhidas em visita em loco. A quadra está edificada em quase toda sua totalidade, com exceção do pátio atrás do Grande Hotel, que é utilizado para estacionamento privado do museu e da Previdência, que tem salas tanto no Grande Hotel quanto na edificação ao lado do mesmo, e de outro lote, na Rua 7 ao lado do edifício da Oi, que também é utilizado como estacionamento. Além disso, a Quadra 8 apresenta uma viela cortando seu interior, que tem o fundo das fachadas viradas para ela, todas com portões fechados, a maioria trancados e com barras, e a viela, assim como muitas outras, passou a funcionar apenas como estacionamento e tornou-se um local sujo, depredado e não convidativo. As calçadas da quadra são no geral de boa largura, porém com muitos pedestres e bancas de jornais e revistas que dificultam um pouco a caminhabilidade, também não há a existência de muita vegetação na quadra, como em grade parte do centro, que somada ao tráfego intenso e ao calor de Goiânia torna o caminhar e estar desconfortáveis. Como a maioria dos edifícios na quadra são antigos, eles não cumprem normas atuais de acessibilidade, o que é um empecilho para idosos, cadeirantes, ou qualquer pessoa que tenha ou esteja com uma dificuldade motora. Fora isso, a quantidade de barracas e mesas na rua com produtos tanto de vendedores ambulantes quanto de lojas também atrapalham no quesito da acessibilidade.


Vista superior da Quadra 0

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N

N

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PAISAGENS

Elevação Avenida Goiás 7


Rua 7

Avenida Goiás

Avenida Anhanguera

Rua 3

Vista do Grande Hotel, Av. Goiás esquina com Rua 3, Fonte: Guilherme Narciso (2017)

Canteiro da Avenida Goiás, Fonte: Guilherme Narciso (2017)

Avenida Goiás, próximo à Praça do Bandeirante, Fonte: Guilherme Narciso (2017)

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Elevação Avenida Anhanguera 9

FAC


CHADA AV. ANHANGUERA

Rua 7

Avenida Goiás

Avenida Anhanguera

Rua 3

Foto aérea Av. Anhaguera, esquina com Av. Goiás Fonte: Marcos Issa (2006)

Esquina da Av. Goiás com a Av. Anhaguera Fonte: Caio César (2020)

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Elevação Rua 7 11


Rua 7

Avenida Goiรกs

Avenida Anhanguera

Rua 3

Vista da Rua 7 Fonte: Google Earth

Vista da Rua 7 Fonte: Google Earth

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Vista da Rua 3, esquina com Rua 7 Fonte: Google Earth

Vista da Rua 3, lateral do Grande Hotel Fonte: Caio César (2020)

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Rua 7

Avenida Goiás

Avenida Anhanguera

Rua 3

Elevação Rua 3 FACHADA RUA 3

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Acesso à viela pela Rua 7 Fonte: Giulia Areal (2020)

Acesso à viela pela Rua 7 Fonte: Giulia Areal (2020)

Vista A 15


Avenida Anhanguera

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Rua 7

Avenida Goiรกs

A E

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Rua 3

Vista B 16


Acesso à viela pela Rua 7 Fonte: Caio César (2020)

Acesso à viela pela Rua 7 Fonte: Caio César (2020)

Vista C 17


Avenida Anhanguera

B

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C

Rua 7

Avenida Goiรกs

A E

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Rua 3

Vista D 18


Viela (fundo do Grande Hotel) Fonte: Caio César (2020)

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Viela (fundo dos edifícios com fachada na Av. Goiás) Fonte: Caio César (2020)


Avenida Anhanguera

B

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Rua 7

Avenida Goiás

A E

D

Rua 3

Viela (fundo dos edifícios com fachada na Av. Anhaguera) Fonte: Caio César (2020)

Vista E

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Viela (fundo dos edifĂ­cios com fachada na Rua 7) Fonte: Caio CĂŠsar (2020)

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Vista F


Avenida Anhanguera

E

B

F

C

Rua 7

Avenida Goiรกs

A

D

Rua 3

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PROTAGONISTAS 5

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Grande Hotel

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Loja de utilidades JingXiang

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Edifício Eurico de Godoi

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Joalheria (antigo Café Central)

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Edifício Oi

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Antigo Café Central Elaboração: Vídeo Ei! Histórias - Café Central (1958)

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Ilustração da perspectiva do Projeto Ca Fonte: Projeto Cara Limpa (2006)


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Edifício Eurico de Godoi, Av. Goiás esquina com Av. Anhaguera Fonte: Lucas Jordano (2016)

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Edifício Oi, Rua 3 esquina com Rua 7 Fonte: Giulia Areal (2020)

ara Limpa, de edifícios da Av. Goiás

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PROTAGONISTAS

Grande Hotel na déca Fonte: Acervo MIS|GO

Detalhe fachada Foto: Carla Falcão

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Ilustração digital do G Elaboração: Rodolpho


ada de 40 O

Grande Hotel o Furtado

GRANDE HOTEL O Grande Hotel surgiu de uma necessidade de abrigar pessoas na nova capital do Estado de Goiás, e ao mesmo tempo era preciso ser um projeto que transmitisse confiança e solidez para que de fato essa transferência de centro político acontecesse, e de fato cumpriu seu papel. Atílio Corrêa Lima foi o responsável pelo projeto inicial do hotel 1933, mas após se afastar, o edifício foi alterado pelos irmãos Coimbra Bueno e pelo engenheiro urbanista Armando Augusto de Godoy, que foi finalizado em 1936 e inaugurado em 1937. A gestão do Grande Hotel durante os primeiros anos foi concedida a arrendatários, porém após acúmulo de dívidas passou para a Previdência, que o manteve como um hotel até que na metade dos anos 70 realugou para lojistas, e recuperou o imóvel apenas em 1982. Em 1980 acontece seu tombamento pelo Estado de Goiás após longas discussões para se demolir o edifício, em 1991 é tombado pelo município de Goiânia, e em 2003 pelo IPHAN. O hotel passou por diversas descaracterizações ao longo dos anos, desde as alterações de projeto dos irmãos Coimbra Bueno, e talvez, a mais significativa tenha acontecido em 1986, com uma reforma interna realizada pelo ex-ministro da Previdência Jader Barbalho, apenas alguns ladrilhos do piso original e algumas faixas de tacos paulistas sobreviveram aos anos, reformas e depredações. Atualmente no prédio funciona o Centro de Memória e Referência de Goiânia, e na parte do prédio que tem fachada para a Rua 3 funciona o INSS.

Vista Avenida Goiás

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PROTAGONISTAS

Vista aérea do Grande Hotel Vive o Choro Fonte: Guilherme Narciso (2017)

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Grupo musical se apresentando durante uma das edições do evento Fonte: Guilherme Narciso (2017)


GRANDE HOTEL CHORINHO Em 2003 surge um projeto cultural intitulado “O Grande Hotel Revive o Choro” que tem por objetivo relembrar os tempos áureos em que o Grande Hotel recebia grandes bailes. Coordenado inicialmente pelo músico professor Oscar Wilde, o evento já foi sediado na Rua do Lazer e na Antiga Estação Ferroviária de Goiânia. Durante mais de uma década o evento teve longos hiatos. Contudo, em 2017, com a gestão do Secretário de Cultura de Goiânia, Kléber Adorno, o Chorinho voltou à calçada do Grande Hotel com o nome “Grande Hotel Vive o Choro”. Foi ali, aos pés do Grande Hotel, que o evento criou raízes na cena cultural goiana, atraindo jovens, adultos, crianças e idosos, e sendo carinhosamente apelidado de “Chorinho”. Acontecendo somente às sextas à noite, o Chorinho se mostra um evento democrático por ser total-

mente gratuito e aberto ao público. E ao receber estilos musicais que vão além do choro, se torna um local importante para a divulgação da cena musical no Estado. O Chorinho caracteriza-se por ser uma heterotopia urbana, um elemento que traz, à uma parte da Avenida Goiás, vida noturna. É como se a vida se esvaísse de dentro das edificações do entorno ao pôr do sol, e vai para as calçadas com o surgir da lua. Ali há espaço pra todos que quiserem, há gostos para todos o sabores. A música traz vida e luz à uma avenida que antes seria considerada pouco segura para um pedestre que passa ali à noite. É, sem sombra de dúvidas, um importante projeto cultural e um elemento urbano capaz de amenizar um dos maiores problemas do Centro de Goiânia hoje: a falta de vida em horários alternativos.

Vista Rua 3

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PROTAGONISTAS

Vista área da Av. Goiás, aqui é possível ver que a loja ocupava Vista da fac sometente um edifício da Av. Goiás, Fonte: Internet Fonte: Goog

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chada da loja JingXiang gle Earth

LOJA DE UTILIDADES Pouco se sabe sobre o contexto histórico acerca do edifício da loja JingXiang, nem seus antigos donos ou em qual ano o comércio chinês começou a ganhar força no Centro de Goiânia. O que conseguimos reparar é que nos registros fotográficos por volta dos anos 60 o edifício já havia sido construído e sempre foi voltado para o comercio. A loja JingXiang ocupa dois edifícios na Avenida Goiás, um com fachada bem extensa, ao lado do Grande Hotel, que inclusive ajuda a formar um conjunto arquitetônico históricamente importante, tendo em vista as características Art Déco de ambos edifícios. Já o outro prédio, também Art Déco tem fachada menor, porém atualmente está totalmente tampada por um banner com a marca da loja, sendo visualmente impossível para os pedestres visualizarem a edifício ou qualquer caráter histórico que elee representa. Essa loja apesar de ser importante para o comércio do Centro passa despercebida na listagem de prédios históricos do IPHAN, e um projeto de recuperação das fachadas do Centro poderia voltar a atenção para esse e outros edifícios que estão escondidos e esquecidos atrás de letreiros, placas e banners.

Vista Avenida Goiás

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PROTAGONISTAS

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Vista Rua 3


EDIFÍCIO OI O edifício que se encontra na esquina das ruas 7 e 3, é um elemento de impacto na paisagem, apesar de conter apenas 12 pavimentos o pé direto duplo, nos andares, lhe confere o dobro da altura esperada. Pelos registros colhidos, podemos observar uma arquitetura das décadas de 70/80 de cunho comercial, apesar de não termos informações concretas sobre a concepção do edifício. Atualmente ele funciona como sede da operadora de telecomunicações OI, é visível que o prédio não é utilizado em sua totalidade e que apenas o térreo está em funcionamento e aberto ao público. Sua arquitetura e evidenciada por dois volumes prismáticos principais, com predominância de cheios, em relação aos vazios. O há ritmo nas fachadas e ele acontece pela articulação das janelas e elementos verticais que se estende do coroamento a base do prédio. Ainda conseguimos observar o jogo volumétrico entre janelas, vemos planos inclinados executados em concreto que geram uma relação de contrapeso a fachada regular. Já as fachadas voltadas ao “interior” da quadra, são compostas pela vedação em alvenaria sem qualquer abertura.

Vista Rua 7

Fachada do Edifício Oi, Rua 3 Fonte: Giulia Areal (2020)

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PROTAGONISTAS

Banco do Estado de Goiás Fonte: acervo Simone B. Camargo de Oliveira (1961)

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Edifício Eurico de Godoi, Av. Goiás esquina com Av. Anhaguera Fonte: Desconhecido


EDIFÍCIO EURICO DE GODOI O Edifício construído previamente para ser sede do Banco do Estado de Goiás, desenvolvido pelo arquiteto Eurico de Godoi em parceria com Elder Rocha Lima, foi executado estrategicamente no lote de esquina entre a avenida Goiás e a avenida Anhanguera. Com testada para as duas avenidas. O edifício aproveita sua forma trapezoidal para ampliar sua fachada ao angulo de visão do pedestre. Podemos observar a arquitetura moderna caracterizada pelo estilo da escola carioca, aparente através da forma mais plástica (a composição da fachada em arco nesse caso) e o uso mais amplo de materiais. Apesar da fachada angular temos a composição interna extremamente ortogonal. A obra é datada de 1961, e foi um marco do avanço construtivo e verticalização da capital, da época. O edifício composto de 8 andares, tem o térreo e o subsolo ocupando a área total do lote.

Vista Av. Goiás

Com a estrutura independente da vedação, característica da arquitetura moderna, conseguimos observar o recuo na fachada a partir do 5º andar e um recuo geral no 8° andar. A setorização do edifício acontece através dos pavimentos, o térreo voltado exclusivamente para atendimento do publico tendo acesso para o segundo pavimento numa espécie de mezanino. Já os pavimentos superiores temos uso geral para administração do banco, sendo o 8º e último pavimento, atribuído a função de salão de festas, orquestra, chapelaria, usos direcionado ao lazer. Sobre sua fachada, ainda podemos resaltar o ritmo e harmonia obtido pela articulação das janelas e dos brises soleils, evidenciando a geometrização da obra. Atualmente o edificio é sede do Itaú Unibanco S.A. no pavimento térreo e não sofreu alterações significativas, já os demais pavimentos estão para alugar e estão em um estado um pouco depredado.

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PROTAGONISTAS

Empena do edifĂ­cio Eurico de Godoi, foto tiranada na Av. Anhang Fonte: Catarina Fernandes (20

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Vista Av. Anhnanguera


guera 020)

EDIFÍCIO EURICO DE GODOI GALERIA ABERTA Em 1987, os goianos passaram pelo maior acidente radiológico do ocidente, o Césio 137. A região do centro em quarentena, grandes intervenções para conter o alastramento da radiação, dezenas de pessoas contaminadas. Sendo todos esses aspectos noticiados a nível internacional, impactando negativamente a imagem de Goiânia e do próprio estado. O estado então, criou iniciativas para melhorar a imagem da capital, uma delas foi o movimento artístico Galeria Aberta, no qual, a obra de Osmar Souto nomeada “Basta” e a obra de Mauro Ribeiro “Madona com os Pássaros”, fazem partem e estampam ambas as empenas do antigo edifício do BEG. O Movimento perdurou entre os anos de 1987 a 1991, tendo como responsável, o artista plástico PX Silveira, com o apoio do secretário Estadual de Cultura da época, Kleber Adorno. Estas obras, são umas das poucas do projeto que ainda resistem, apesar do descaso. Ela sofre da mesma problemática que muitos elementos culturais e históricos em Goiânia, a população não se reconhece nela, portanto ela não desperta o sentimento de pertencimento e consequentemente o interesse do capital de mantê-los. Esse fato não pode ser associado a obra diretamente, pois se compararmos com os painéis da via sacra (em Trindade) também de autoria de Osmar Souto, vemos que a população usufrui dos painéis dispostos ao longo do percurso de 16km da Romaria. Já a obra “Basta”, exposta numa região saturada de poluição visual, sem manutenção ou tentativa de reafirmar a identidade goiana, vem se tornando um marco em decadência.

Empena do edifício Eurico de Godoi, foto tiranada na Av. Goiás Fonte: Giulia Areal (2020)

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PROTAGONISTAS

Antigo Café Central Elaboração: Vídeo Ei! Histórias - Café Central (1958)

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Atual joalheria, esquina da Av. Anhaguera com Rua 7 Fonte: Google Earth

Vista Av. Anhnanguera


ANTIGO CAFÉ CENTRAL Quem morou em Goiânia nos 60, 70 e 80 se lembra da importância do Café Central, era o café mais movimentado da cidade, um dos points, que reunia pessoas que iam para confraternizar, se divertir ou para fazer reuniões de negócios. O Café que ficava na esquina da Rua 7 com a Avenida Anhanguera atraia muitos consumidores e era conhecido por ser local de encontro de negociantes da área do gado, do agronegócio e empresarial, muitos negócios eram fechados naquele Café, o que ajudava inclusive a movimentar o comércio da quadra. Apesar de ser movimentado e atrair muita gente o Café Central não conseguiu se manter naquele aluguel e teve que ceder o ponto e passar o café para a loja ao lado, e se adaptoupara receber um público mais jovem colocando também uma lan house. Porém a nova loja escondeu a fachada do prédio atrás de estruturas metálicas, fazendo o prédio perder sua idetidade, e muitos dos que ali passam não sabem nem dizer o ano daquela construção e nem sabem toda a história e importância daquele ponto para a história goiana.

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