BLOCO 3 - QUADRA 21

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“O CODORNA É NOSSO!” Arthur Theodoro, Lorrayne Santos, Monalisa Lima, Sara Marques

Devemos entender primeiramente, que o centro da cidade de Goiânia é um território de muitas histórias, já que é onde, culturalmente, se desenvolvem mais atividades ligadas ao comércio, serviços e lazer, ou deveriam. Negligenciado pelo poder público, o Setor Central foi perdendo cada vez mais força em relação a tais atividades, salvo o comércio. Somado a isso existe a perda do valor arquitetônico de seus edifícios históricos, já que eles estão, ao longo do tempo, sendo degradados, sem previsão de revitalização, além do problema das fachadas, tampadas pelos letreiros e banners de propagandas das lojas que ali existem. Inserido nesse cenário existe a Quadra 21, local de intensos fenômenos sociais, que apresenta como forte característica a ocupação e apropriação dos espaços públicos, mesmo que tal comportamento tenha perdido força nas últimas décadas.

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QUADRA 21

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QUADRA 21

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A Quadra 21 está localizada nos cruzamentos das Avenidas Tocantins e Anhanguera e das ruas 3 e 9, local esse que já fala por si sobre sua importância para a dinâmica do setor, devido a vários fatores. O primeiro é que essas avenidas foram uma das primeiras a serem construídas em Goiânia (juntos das Avenidas Araguaia e Paranaíba). Outro ponto é que ambas possuem intensa atividade de comércio e serviços, sobretudo a anhanguera, planejada para ser uma das principais vias de escoamento e fluxo da cidade, no sentido leste-oeste. Para se entender melhor a importância dessa avenida, basta lembrarmos que ela liga o Centro ao Setor Campinas (principal polo de comércio da cidade) e ao Setor Universitário, onde se concentram as principais universidades de Goiânia. Tudo isso por duas vias de sentido único em direção às regiões leste-oeste, transpassadas por uma linha exclusiva de ônibus bi-articulados, o Metrobus. Ou seja, por dia, são milhares de pessoas passando e fazendo um circuito que de alguma forma dá acesso direto a nossa quadra! Já a Tocantins, partindo da quadra em questão, acessa diretamente o centro administrativo da cidade, localizado na Praça Cívica e ao Centro de Convenções de Goiânia.

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Avenida Anhaguera

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Agora concentrando nossos estudos em uma escala mais regional (entorno), podemos falar das edificações que, por estarem próximos a quadra 21, influenciam diretamente nas atividades que nela se desenvolvem. Como é o caso do Cine Teatro Goiânia e Centro Cultural Cora Coralina, ambos localizados na quadra 67, o que gera um contraste entre o antigo e o novo para a região. Inaugurado em 12 de junho de 1942, o Teatro Goiânia marcou a história da cidade ao longo dos anos. O local, que antes funcionava como teatro e cinema e hoje só acomoda as peças teatrais, foi projetado na época que o déco estava em alta, e por isso construído de acordo com as características dessa arquitetura, com uso de formas geométricas, linhas retas e circulares estilizadas, sem contar, claro, do design de luxo. E de fato, se pensarmos na época e no contexto que o Teatro foi construído, ele representava tudo que há de moderno e luxuoso para a cidade. Antes, ele era palco de muitas peças teatrais de circuito nacional, e as salas de cinema contribuíram para que ele

se tornasse o local de encontro mais simbólico para os moradores da cidade, já que esses, após os espetáculos, tinham o costume de frequentar lugares como a Pizzaria Scarolla e a Cento e Dez (antiga whiskeria), localizadas na quadra 21, na Av. Tocantins e Rua 3 respectivamente. Já o Centro Cultural Cora Coralina aparece como um projeto recente (2013), de arquitetura moderna. Inicialmente pensado para ser uma intervenção no Teatro Goiânia, acabou tomando outros rumos e se consolidando com uma edificação independente. Localizado no lote ao fundo do teatro, no subsolo, a edificação não entra em conflito, em relação as fachadas, com a construção antiga em Art Déco do Teatro. E apesar de desvinculado com as atividades que acontecem no palco logo ao lado, o Centro Cultural vem abrigando diversas atividades ligadas a exposições de obras e eventos de artistas locais, além de ser um ponto para informações turísticas da cidade. Que mais a frente veremos que tem tudo a ver com a quadra em foco e suas apropriações.


Se pensarmos a quadra 21 associada a uma linha temporal, iremos nos deparar com os momentos da história do desenvolvimento do centro. Um exemplo que ilustra essa situação são a existência de edificações na quadra que representam o processo, ao longo das décadas, da verticalização da região. Temos edifícios históricos de 1 e 2 pavimentos, marcados por suas horizontalidades. Edifícios de 3 e 4 pavimentos (década 50-60) como é o caso do Edifício São Miguel e do 13, localizados na av. tocantins e rua 3 respectivamente. E por fim, finalizando o processo de verticalização, edifícios em altura (década de 70-80) com 15 e 20 pavimentos, representados na quadra pelos Edifícios Goiandira e Anhanguera, localizados nos cruzamentos entre av. anhanguera e tocantins e entre rua 3 e rua 9. Em relação ao último edifício, é importante destacar o seu valor histórico para o centro de Goiânia, já que ali funcionava o hoje extinto Cine Capri, que junto com o Cine Teatro Goiânia, fizeram história como os cinemas

mais emblemáticos da cidade, em suas primeiras décadas de existência. Outro tipo importante de edificação presente na quadra são as galerias. Em nossa quadra existem duas: a Galeria Goiânia Ouro e a Tocantins. A primeira foi construída na década de 70 e inicialmente funcionava apenas como cinema, mas hoje abriga o Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro e diversos tipos de comércio e serviços, como lojas de roupa, calçados, artesanato, loteria, assistência técnica de eletrônicos e escritórios de contabilidade. Um dado importante da Galeria Ouro diz respeito à apropriação do terreno para sua construção, que se fez irregular, pois se edificou em local que antes era um dos acessos para o ‘miolo de quadra’. A segunda também abriga comércios como os da Goiânia Ouro e possui uma particularidade, a de permitir um acesso direto da Avenida Tocantins para o interior da quadra, a Viela Miguel Rassi, popularmente conhecida como Beco da Codorna.

Fonte: Pedro Enrique Máximo, 2016.

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Diferentemente das outras quadras da região, a 21 carrega consigo uma particularidade, a apropriação recente do seu interior por artistas locais, transformando a viela projetada por Attilio em um grande painel para arte de rua. Mas nem sempre foi assim, problema comum aos interiores de quadra do centro, o Beco da Codorna, com alto potencial de uso público, foi, desde a concepção, gradualmente subutilizado, até chegar à condição de mero estacionamento. Apesar de ter dado lar a um bar relativamente movimentado no fim dos anos 90 (o qual deu origem ao nome popular), o uso do local como estacionamento ou espaço de carga e descarga das galerias, levou ao seu eventual abandono. Em 2014, excepcionalmente, surge o “Cena Urbana”. Proposta do professor César Viana, que junto dos estudantes do curso de publicidade da PUC-GO, levou o grupo Grafirma (um coletivo goiano de grafite e design) a esse local de abandono, para identificar nele um potencial de transformação e requalificação daquele vazio urbano a partir da arte. Desde seu encontro inaugural, em um evento que reuniu grafite, música e skate no interior da quadra 21, diversas iniciativas similares têm intensificado a apropriação do Beco pelos habitantes da cidade e também por turistas. O Festival Beco, que teve a sua primeira edição em abril de 2015, reuniu cerca de 50 artistas de todo o país, marcando também a inauguração da sede da Associação dos Grafiteiros de Goiás (AGG) e da Upoint, única galeria da cidade voltada exclusivamente aos trabalhos advindos (ou com a temática) da arte de rua. Fonte: Aproveite a cidade.

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O BECO DA CODORNA

Fonte: Mais Goiรกs.

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O BECO DA CODORNA

Entrada do Beco do Codorna. Av. Anhanguera. Fonte: Curta Mais.

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Hoje, na entrada do Beco da Codorna (pela Avenida Anahanguera) existe uma placa escrita que o identifica como “museu de arte urbana”. E, apesar de ainda não ser classificado oficialmente como um museu, o Beco é efetivamente ocupado como um espaço de apreciação da arte urbana em forma de um imenso mural de grafites em constante transformação. O icônico painel interativo “Você pode Voar”, obra do artista mineiro Dequete, atrai uma significativa quantidade de visitantes e até turistas que tiram fotos para serem postadas em suas redes sociais, divulgando o painel e atraindo outros visitantes de forma exponencial. Podemos então dizer que o Beco da Codorna é um importante cartão postal para o centro de Goiânia. As atividades que ali se desenvolvem, todas de expoente cultural, não estão ali de forma aleatória. Além da quadra 21 estar localizada em uma quadra e entorno imediato marcadas por atividades ligadas às artes, seja as que existem (teatro e cinema Cine Outro, Teatro Goiânia e Centro Cultural Cora Coralina) ou as que existiram (Cine Capri), a sua morfologia também contribuiu para a recente apropriação pelos artistas e seus murais de grafites. O seu acesso se dá por um caminho bem marcado, que termina em uma espaço amplo e fechado por grandes fachadas e paredes, que servem como uma grande tela branca e convidativa para os artistas locais ou de outras regiões. Painél interativo “Você pode voar”Fonte: Curta Mais.

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PAISAGENS

Foto: Google maps.

Avenida Anhanguera 13


Avenida Anhaguera

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Foto: Google maps.

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Foto: Google maps.

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Foto: Google maps.

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Avenida Tocantins 19


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Foto: Google maps

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Foto: Autor

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PROTAGONISTAS

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Edifício Goiandira

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Galeria Goiânia Cine Ouro

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Edifício 13

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Edifício Rassi

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Edifício 36

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Edifício Bazar kaya

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Edifício Anhanguera

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Galeria Tocantins

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Edifício São Miguel

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1 Edifício Goiandira. Fonte: Google Maps.

2 Galeria Cine Goiânia Ouro. Fonte: Google Maps.

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4 Edifício Rassi. Fonte: Google Maps.

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Edifício 36 e Bazar Kaya. Fonte: Google Maps.

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3 Edifício 13. Fonte: Google Maps.

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8 Galeria Tocantins e Edifício São Miguel. Foto: Sara Marques.

Edifício Anhanguera. Fonte: Google Maps.

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PROTAGONISTAS

PIZZERIA

EDIFÍCIO GOIANDIRA COMERCIAL 1008

Vista Rua 3

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PIZZERIA

EDIFÍCIO GOIANDIRA 994


EDIFÍCIO GOIANDIRA Na década de 1965-1975 houve um aumento acelerado da construção de edifícios em altura, que passam a ser identificados como status social e justificados como solução aos problemas de violência urbana, para os grupos de maior poder aquisitivo (VAZ, 2002). Dentro desse contexto está o Edifício Goiandira, sendo uma marca do processo de verticalização do Setor Central. Faz parte de uma época em que os edifícios verticalizados eram denominados com o nome de cidades do interior de Goiás ou em homenagem a personagens históricos. Possui 15 pavimentos, sendo o térreo de uso comercial e os demais residenciais. Não podemos esquecer que é em seu térreo que está localizado um dos marcos do circuito gastronômico da cidade de Goiânia: a Pizzeria Cento e Dez. A empresa, fundada em 28 de fevereiro de 1966, é a mais antiga pizzaria da cidade em pleno funcionamento. Ela possui os mesmos proprietários e funciona no mesmo local, com a mesma quantidade de mesas e cadeiras desde de sua inauguração - além de que 80% do cardápio também permanece original. Ela aparece, portanto, em todas as sugestões de passeio por Goiânia e nos circuitos gastronômicos da cidade. Marca a história goianiense, assim como o edifício onde está localizada.

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PROTAGONISTAS A Galeria Goiânia Ouro é hoje um edifício que abriga duas funções. Além do comércio, que ocupa o primeiro pavimento da edificação, ela possui serviços ligados a cena cultural goiana, sendo o mais expressivo o Centro Municipal de Cultura Cine Goiânia Ouro, situado no segundo pavimento. O espaço em que hoje funciona teatro, cinema, biblioteca, bar e uma loja com acervo de produções de artistas locais, é gerido pela Secretaria Municipal de Cultura de Goiás (Secult - GO) e foi reinaugurado em 2006, onde passou a ser, junto com o Teatro Goiânia, o Centro Cultural Cora Coralina, e o Beco da Codorna, local de eventos como festivais de músicas, mostra de curtas e filmes, debates, feiras, simpósios e exposições. Tal situação gera um significativo fluxo de pessoas na quadra e arredores, sobretudo

Vista Rua 9

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nos finais de semana, quando os eventos costumam acontecer. Mas esse espaço idealizado para democratizar a cultura não foi fundado nessa década. O Cine Ouro foi construído nos anos 70, quando estava em alta os cinemas de rua, e fazia parte do costume da população assistir filmes nos fim de semana com família e amigos e aproveitar o dia nos bares e lanchonetes que o centro oferecia. E claro, não era só ele que existia no local. No extremo oposto da quadra, no edifício hoje nomeado de Anhanguera, existia o Cine Capri (déc. 60) e na quadra logo ao lado o icônico Cine Teatro Goiânia (1942), que ainda está em funcionamento. Tudo isso faz com que a Galeria tenha uma importância para a herança histórica e cultural da capital.


GALERIA GOIÂNIA OURO

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PROTAGONISTAS

Vista Rua 9

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GALERIA GOIÂNIA OURO

Entrada do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Fonte: Curta Mais.

Teatro do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Fonte: O popular.

Espaço de café do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Fonte: SEEG Goiás.

Acervo de artistas locais do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Fonte: SEEG Goiás.

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PROTAGONISTAS

Avenida Anhaguera

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Viela Miguel Rassi “Beco da Codorna”

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Galeria Goiânia Ouro

Ed. Goiandira

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Imagem 01: Permeabilidade da quadra 21

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GALERIA GOIÂNIA OURO Outra característica que faz da Galeria Ouro ser considerada uma das protagonistas da quadra 21 diz respeito a sua morfologia. Sabe-se que ela possui dois acessos, um pela Rua 9 e outro pela Rua 3. Isso porque ela tem uma forma de “L”, que contorna o Edifício Goiandira, o que contribui para a quadra ser mais permeável (ver imagem 01). Outro dado importante sobre a Galeria, é que ela foi construída se apropriando irregularmente de um dos acessos para o miolo de quadra (ver imagem 02), já que, de acordo com o traçado original de Attilio Corrêia, ela possuía duas entradas para seu interior, uma pela Avenida Anhanguera (atual e única forma de acesso) e outro pela Rua 3 (acesso bloqueado pela construção da Galeria Ouro).

Avenida Anhaguera

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Viela Miguel Rassi “Beco da Codorna”

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Imagem 02: Mapa de acessos ao Beco do Codorno

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PROTAGONISTAS

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Vista Rua 9

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EDIFÍCIO 13 A década de 1950 é marcada como o início da verticalização de Goiânia, que começou no Setor Central. Essa primeira fase foi manifesta pela vista horizontalizada dos edifícios, construídos inicialmente com 2 ou 3 pavimentos. Apesar de não sabermos ao certo a data de construção do Edifício 13, localizado na Rua 9, ao lado da Galeria Ouro, podemos julgá-lo como pertencendo a esse momento da história da cidade. O edifício possui 4 pavimentos e um terraço coberto, sendo o térreo hoje uma loja de pesca e os demais pavimentos de uso residencial. No terceiro pavimento é possível observar que foram inseridos alguns elementos, que remetem os da arquitetura neoclássica, em sua fachada, porém não podemos afirmar que foi uma escolha consciente, podendo ser algo meramente intuitivo e decorativo. Atualmente, sua fachada do térreo e primeiro pavimento estão cobertas por anúncios e placas da loja que ali existe, tirando o foco de seu valor arquitetônico e histórico. Foto: Sara Marques

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PROTAGONISTAS

Avenida Anhanguera. 1940. Fonte: Acervo Digital da Prefeitura de Goiânia.

Vista Avenida Anhaguera

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EDIFÍCIO RASSI O primeiro traçado de Goiânia, concebido por Attlio Corrêia, em 1933, previa o zoneamento do Setor Central, na configuração urbana e na organização dos serviços de atendimento. Um dos locais de concentração das atividades comerciais foi ao longo da Avenida Anhanguera. Dessa forma, os edifícios que foram surgindo nesse local possuíam essa característica comercial muito forte. Isso pode ser observado no Edifício Rassi, que possui seu térreo claramente planejado para um espaço comercial. Não se sabe a data de construção exata do edifício, porém, ele aparece numa foto da Av. Anhanguera, datada de 1940, disponibilizada no acervo digital da Prefeitura de Goiânia. O Rassi possui dois pavimentos,hoje, ambos ocupados por comércio.

O Edifício posssui características do Art Déco, como foi comum aos edifícios da época. Isso pode ser observado pelas suas linhas retas estilizadas, que evidenciam a geometria e a horizontalidade da forma. Além disso, podemos observar em seu canto direito um ornamento, sendo sua função apenas decorativa, algo comum em certas fases do movimento arquitetônico. Uma característica de destaque da edificação é que ela possui duas fachadas. Uma voltada para a Av. Anhanguera, que atualmente está quase que em sua totalidade coberta como por anúncios e placas das lojas que ali existem, e outra voltada para o interior do Beco da Codorna, que por razão da apropriação do local, está estilizada com grafites de artistas da Associação de Grafiteiros de Goiás.

ED.RASSI

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PROTAGONISTAS

Vista Beco do Codorna

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EDIFÍCIO RASSI Fachada do Edifício Rassi voltada para o Beco da Codorna. O grafite usada para ilustrar é de autoria dos artistas Iowa e Kbelin. Essa arte já fez parte do acervo de grafites em Goiânia, no próprio Beco do Codorna.

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PROTAGONISTAS O Edifício 36 (que recebeu esse nome por conta de seu lote) possui traços mais racionais e aberturas que remetem ao movimento moderno. Dos seus 3 pavimentos, somente o térreo é utilizado como comércio. Seu acesso se dá pela Avenida Anhanguera, no entanto, uma de suas fachadas laterais possui vínculo direto com a Viela Miguel Rassi. Inclusive, tal fachada, é utilizada como painél para os artistas de arte urbana, que fazem dela uma grande tela para seus grafites.

Edifício 36. Foto: Sara Marques.

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EDIFĂ?CIO 36

Vista Avenida Anhanguera

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PROTAGONISTAS Fachada do Edifício 36 voltado para a Viela Miguel Rassi. O grafite usada para ilustrar é de autoria do artista Highraff, Zezão e Boleta e ele está localizado no Beco do Batman, em São Paulo.

Vista Viela Miguel Rassi

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EDIFÍCIO 36

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PROTAGONISTAS

Bazar Kaya. Detalhes revelados escondidos pelos anúncios. Foto: Arthur

Bazar Kaya. Fachada coberta por anúncios. Fonte: Google Maps.

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Em algum ponto este edifício se encontrou completamente coberto por anúncios em sua fachada. Entretanto, por volta do ano de 2017, o fechamento de um consultório de dentistas expôs os detalhes até então escondidos em seu coroamento. O edifício comercial identificado como Bazar Kaya (por ser o anúncio aparentemente mais antigo), apresenta em sua fachada ornamentações remanescentes do art déco. Não obstante, padrões de ornamentos encontrados nos frisos deste edifício coincidem com padrões presentes no Edifício Rassi, o que poderia indicar algumas possibilidades como um projetista ou construtor em comum, ou uma cartilha de decoração utilizada na época. Entretanto, a falta de evidência e impossibilidade de investigação pode significar também apenas uma coincidência. A mera presença de um conjunto de ornamentos é funcionalmente uma forma de evidenciar a passagem do tempo no tecido urbano. O edifício Bazar Kaya é, como qualquer outro remanescente do estilo Art Déco, uma pequena pista para revelar a história da nossa cidade.


BAZAR KAYA

Vista Avenida Anhanguera

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PROTAGONISTAS

Vista Avenida Anhanguera

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EDIFÍCIO ANHANGUERA O Edifício Anhanguera é certamente um ponto importante na identidade visual e funcional da quadra 21. Representando o maior volume no redor imediato, este edifício comercial de 20 andares foi, em um dado momento, lar do Cine Capri e parte integrante de um vasto cenário de cinemas de rua no centro de Goiânia, o qual se proliferou na década de 60. Nessa época, o cinema de rua era ao mesmo tempo uma grande forma de entretenimento e de apropriação do espaço público. Entretanto, com a proliferação dos shopping centers na virada do milênio, eles se estabeleceram como abrigo da maior parte dos cinemas da cidade, e, juntamente com a popularização das locadoras, tornou cada vez mais o cinema de rua como um serviço inviável. Atualmente o Edifício Anhanguera abriga uma gama de comércios diversos, entre eles a tradicional loja Kaverna, um ícone cultural da cena alternativa de Goiânia.

Seu uso mais expressivo, no entanto, é um templo da igreja universal, ocupando 2 pavimentos inteiros do edifício, presumidamente o espaço anteriormente utilizado pelo Cine Capri. Devido a uma área maior de empenas cegas do que a maioria, as fachadas do edifício se encontram cobertas por anúncios ainda maiores que os comumente encontrados na quadra. Finalmente, aspecto importante sobre o Ed. Anhanguera como uma exceção ao gabarito típico da quadra, é a geração de um marco na paisagem urbana, um ponto de referência que orienta o transeunte. Sendo um marcador do cruzamento entre a Avenida Tocantins e a Avenida Anhanguera, a torre cria uma forma de ser encontrada e, consequentemente, de encontrar protagonistas adjacentes como o Teatro Goiânia, a Vila Cultural Cora Coralina e o Beco da Codorna, mesmo estando a grandes distâncias dos mesmos.

Edifício Ahanguera. Antigo Cine Capri. Data: década de 60. Fonte: Arquivo TV UFG.


PROTAGONISTAS

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Vista Avenida Tocantins


EDIFÍCIO ANHANGUERA

Edifício Anhanguera. Cruzamento entre Av. Anhanguera e Av. Tocantins. Fonte: Google Maps.

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PROTAGONISTAS

Galeria Tocantins. Fonte: Google Maps.

Vista Avenida Tocantins

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Galeria Tocantins como estรก hoje, vista do interior da quadra. Foto: Autor.


GALERIA TOCANTINS A Galeria Tocantins, assim como a Cine Goiânia Ouro, também colabora com a permeabilidade da Quadra 21. Isso porque o edifício possui dois acessos: o primeiro e principal se dá pela Avenida Tocantins - avenida essa muito importante para a história de Goiânia, pois seu traçado é original do plano urbanístico de Atílio Correia Lima, de 1933, além de ser uma das principais vias de fluxo da região central da cidade, que converge para o seu centro administrativo (Manso, 2001) - e o segundo pelo Beco da Codorna (ver imagem 01). Essas entradas se interligam por um grande corredor central

que permeia toda a extensão da edificação, o que faz da sua morfologia uma de suas características mais expressivas, já que permite o transpasse dos visitantes do exterior para o interior da quadra. Outro aspecto da arquitetura da galeria importante é seu estilo arquitetônico, que apesar de ser uma manifestação tardia do Art Déco (Conde e Almada, 2009), não deixa de ser um traçado que faz parte da historicidade do centro da capital, com suas linhas retas estilizadas, que evidenciam a geometrização das formas e sua horizontalidade.

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PROTAGONISTAS Fachada da Galeria Tocantis voltada para o Beco da Codorna. O grafite usada para ilustrar é de autoria do artista Matheus Dutra. Essa arte já fez parte do acervo de grafites em Goiânia, no próprio Beco do Codorna.

Vista Beco do Codorna

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GALERIA TOCANTINS

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PROTAGONISTAS O Edifício São Miguel é uma edificação, assim como o Ed. 13, representante da fase do ínício da verticalização do centro de Goiânia, já que possui 3 pavimentos e suas características arquitetônicas (art déco, com traços do movimento moderno, por possuir linhas mais racionais), indica um projeto do final da década de 50. Localizado na Avenida Tocantins, ele funciona hoje como um edifício de serviços. No primeiro e segundo pavimento abriga uma escola de cursos técnicos e supletivo e no terceiro uma clínica dentária. Uma característica de destaque de sua morfologia é a de possuir uma fachada voltada para o interior da quadra 21, mas diferente da Galeria Tocantins, esse acesso não é usado, e fica sempre bloqueado. A edificação, assim como várias da quadra, tem sua fachada da avenida completamente tomada pelos letreiros dos serviços que eles abrigam e propagandas. Já a fachada voltada para o Beco da Codorna é apropriada por artes urbanas de variados artistas.

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Fachada do Edifício São Miguel tomada pelos letreiros. Fonte: Google Maps.


EDIFÍCIO SÃO MIGUEL

Galeria Tocantins. Fonte: Google Maps.

Vista Avenida Tocantins

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PROTAGONISTAS Fachada do Edifício São Miguel voltada para o Beco da Codorna. O grafite usada para ilustrar é o presente no Teatro do Centro Cultural da UFG. Bicicleta sem Freio.

Vista Beco do Codorna

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EDIFÍCIO SÃO MIGUEL

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REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO Arthur Theodoro, Lorrayne Santos, Monalisa Lima, Sara Marques

Diante dos panoramas apresentadas anteriormente, optou-se primeiramente em interferir no patrimônio edificado da quadra 21, o articulando com os espaços públicos da própria quadra e entorno, a fim de potencializar a vivência urbana do homem com o lugar. Para isso é necessário entender que a quadra em estudo alguns cenários que são importantes para conduzir a proposta de requalificação do espaço urbano que ela se insere, são eles: 1. Beco da Codorna: recheado de Arte Urbana em seu interior, o Beco é marco importante não só da quadra 21 , como também do centro, por ser um espaço de expressivas atividades ligadas à cultura, a arte e ao lazer. Abriga eventos que já acontece há anos, como o Domingo no Beco, festivais de cinema e música ao ar livre, feiras e o icônico Festival Beco. Possui também vínculo direto com espaços internos e externos a quadra, de mesmas atividades, como o Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, o Teatro Goiânia e o Cora Coralina, respectivamente; 2. Galerias: a Galeria Ouro e a Tocantins permitem a permeabilidade da quadra. 3. Os edifícios: parte dos edifícios tem suas fachadas voltadas para o Beco da Codorna e possuem mais que um pavimento, seus usos e morfologia serão fundamentais na estratégia de trazer mais vitalidade a quadra e auxiliar nas conexões exterior-interior da quadra. 4. Estacionamentos privados: os três estacionamentos que estão locados na quadra são seus únicos lotes subutilizados; esses representam os potenciais lugares onde será instalado o pavilhão que será projetado. 5. Localização e Espaço: situada entre a Avenida Anhanguera e a Tocantins (duas das principais avenidas do centro da cidade), a quadra 21 é ponto de grande fluxo de pessoas por dia e local de muitos eventos ligados a arte e a cultura, o que faz dela um ponto de intensos fenômenos sociais e de apropriações dos espaços.

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BECO DA CORDORNA

LOCALIZAÇÃO E ESPAÇO calçadas destruídas, difilcultando a acessibilidade falta de iluminação noturna falta de segurança poluição visual patromônio histórico degaradado priorização do automóvel em detrimento dos usuários

GALERIAS CENÁRIOS QD 21 problemas

fachadas tampadas por propagandas, letreiros e toldos que cobrem os elementos arquitetônicos da edificação fachadas degradadas ausência de serviços e comércio noturno para os edifícios voltados para esses usos pouco uso residencial

espaço privatizado lotes destinados a ese uso abaixo do coeficiente mínimo de aproveitamento

BECO DA CORDORNA

LOCALIZAÇÃO E ESPAÇO

ESTACIONAMENTOS PRIVADOS espaço com boa visibilidade fácil acesso

acesso da galeria tocantins para o interior da quadra fechado acesso da extenção da Galeria Cine Ouro bloqueada e em desuso fachadas voltadas para as ruas tampadas por toldos que cobrem os elementos arquitetônicos da edificação

EDIFÍCIOS

ESTACIONAMENTOS PRIVADOS

próximo a marcos como o Teatro Goiânia e o Centro Cultural Cora Coralina local de eventos ligados a arte e ao lazer alto fluxo de veículos e pedestres relação direta com corredor norte-sul próximo a pontos de ônibus grande número de comércios e serviços fácil acesso patrimônio histórico quiosques externos a quadra

ausência de atividades durante a semana ou serviços que estimule seu uso como espaço de encontro ausência de lugares de descanso e permanência uso como estacionamento durante o dia falta de iluminação noturna e segurança calçadas destruídas, difilcultando a acessibilidade bloqueio de um dos seus acessos, atrapalhando sua conexão com o entorno e o percurso do usuário

eventos culturais e de lazer lugar de descanço e permanência espaço de encontro e convivência

GALERIAS CENÁRIOS QD 21 potencias

leva o fluxo de pessoas do exterior para o interior da quadra colabora com o percurso e passeio do pedestre

EDIFÍCIOS edifícios históricos como protagonistas do cenário da cidade comércios importantes

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DIRETRIZES EDIFÍCIOS Revitalização do patrimônio histórico e arquitetônico: aplicar o projeto ‘Cara Limpa’ em todos edifícios que foram identificados como significativos. Visibilidade das fachadas: propor letreiros e adequar a comunicação visual do conjunto Determinar usos mistos nas edificações, sobretudo nas que possuem mais de dois pavimentos.

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LOCALIZAÇÃO E ESPAÇO O foco aqui é criar uma ambiência e passeios públicos que que incentivem o usuário a permanecer e se apropriar dos espaços e das atividades que a quadra oferecer, assim propõem-se: Revitalizar e padronizar as calçadas para melhorar acesibilidade. Instalar iluminação pública para ambientes mais seguros e acolhedores no período noturno. Reforçar o potencial das áreas estabelecidas como culturais e de lazer, por meio da revitalização dos espaços propostos nas diretrizes dos outros cenários.

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BECO DA CORDORNA Revitalização da Viela Miguel Rassi para fortalecer sua integração com a quadra e entorno. Para isso propõem-se: Reaver Viela bloqueada pela construção da Galeria Cine Ouro, no lote ao lado dela, na rua 3. Revitalizar passeios públicos para melhorar acesibilidade. Instalar iluminação pública para ambientes mais seguros e acolhedores no período noturno. Incentivar uso dos imóveis voltados para o beco, com a diminuição do IPTU para os proprietário que abrirem seus comércios e serviços no local. Proibir seu uso como estacionamento, já que ele coibe a apropriação do beco durante a semana por atividades que trazem vitalidade o local, como feiras, mostras culturais, festivais de música e arte e o icônico Festival Beco.

Av. Anhanguera

GALERIAS Para as galerias fica definido que seus acessos para o interior da quadra estejam sempre abertos em horários comercias

a9

Ru Rua 3

ESTACIONAMENTOS PRIVADOS Reduzir número de estacionamentos Reservar áreas que ocupam como potenciais áreas para abrigar Pavilhão.

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PROPOSTAS INICIAS ESTACIONAMENTO Os lotes ocupados pelos estacionamentos são subutilizados, e por serem espaços privados que não contribuem para a dinâmica da quadra, considere-se suas remoções para para servirem de espaços de apoio para as atividades culturais-artísticas que nela ocorrem, como o Pavilhão. Além disso, o estacionamento logo ao lado na Galaria Cine Goânia Ouro, na rua 3, será utilizado para construção da nova Viela que também dará acesso ao miolo de quadra .

uso futuro: pavilhão

ESTACIONAMENTOS

nova viela (rua 3) uso futuro: pavilhão

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BECO DA CODORNA E GALERIAS A proposta aqui, ao retomar com a Viela que dava acesso ao interior de quadra (que estava no projeto original de Attilio Corrêa) e deixar sempre abertos os acessos das galerias para esse interior, é tornar as fachadas que existem dentro da quadra mais ativas (novos usos) e demarcar novos caminhos, criando um fluxo contínuo

entre o que está externo e interno a ela. O objetivo é colocar o espaço já existente (Beco da Codorna) em maior evidência e convidar o público a conhecer, interagir e participar das atividades que ocorrem sobretudo no beco e nas galerias, tornando esses espaços mais convidativos e interativos.

Viela Miguel Rassi (av. anhanguera)

galeria cine goiânia ouro

VIELAS galeria tocantins

nova viela (rua 3) beco da codorna

PERCURSOS E ACESSOS

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PROPOSTAS INICIAIS EDIFÍCIOS Os edifícios históricos são os elementos do centro de Goiânia que mais perderam seu valor patrimonial. Por isso a revitalização de suas fachadas são tão importantes para resgatar esse valor e colocá-los como protagosnistas do cenário urbano. Com foco em trazer visibilidade para suas fachadas, a proposta dos novos letreiros será feita de forma que não obstrua a vista de nenhum elemento construtivo e/ou decorativo (adorno) das edificações.

comércio/serviço 1 pavimento

Em relação ao seus usos, fica determinado o uso misto para edificações que possuem mais de um pavimento, com excessão do edifício Anhanguera, o Goiandira e as Galerias, que já possuem usos bem definidos. Propõem-se então a utilização do térreo como comércio e/ou serviços e os demais pavimentos uso residencial. Isso tratrá mais vitalidade a quadra, pois incentiva o comércio noturno, a apropriação os locais e a participação das atividades culturais que ocorrem na quadra, tornando os espaços que ali existem, espaços de encontro e convivência. Quanto aos gabaritos, pelo fato do centro de Goiânia ser área que possui um potencial para o adensament, fica definido gabaritos máximos de 10 pavimentos.

residencial

comércio/serviço 2 ou + pavimentos

ed. anhanguera

galeria goiânia ouro

ed. goiandira

REVITALIZAÇÃO galeria tocantins

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Simulação Rua 9

Simulação Avenida Tocantins

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FACHADAS À VISTA

centro municipal cultural

PIZZERIA EDIFÍCIO GOIANDIRA

EDIFÍCIO GOIANDIRA

Comercial

994

1008

69

LETREIRO

LETREIRO


EDIFÍCIO GOIANDIRA

centro municipal cultural

13

LETREIRO

LETREIRO

LETREIRO

LETR

70


centro municipal de cultura

71


GALERIA GOIÂNIA OURO Para a Galeria Cine Ouro, foi proposto o retiro dos toldos e elementos que cobriam suas fachadas tanto da rua 9 quanto da rua 3. Além disso como o edifício tem um vínculo com o Beco da Codorna deverá ser colocado grafites em suas portas de entrada para remeter no exterior o que tem no interior da quadra.

centro municipal de cultura

EDIFÍCIO GOIANDIRA Comercial 1008

72


13

LETREIRO

73

LETREIRO

Edifício 13


EDIFร CIO 13

C

Casa Caiรงara

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ED RAS

LETREIRO

75


EDIFÍCIO RASSI

SSI

LETREIRO

Shopp dos

COLC

76


Shopping dos

77

COLCHÕES

Shopping dos

COLCHÕES


EDIFÍCIO 36

HINODECENTER

78


LETREIRO

79


EDIFÍCIO BAZAR KAYA

LETREIRO

80


LETREIRO

Ed Anhanguera Clínica Odonto Médica

81

Clínica Odonto Médica

D R O G A R I A

todas as tribos

D R O G A R I A


EDIFÍCIO ANHANGUERA

SCAROLLA PIZZARIA D R O G A R I A

Juliana Modas

NUTRIÇÃO E SAÚDE

Companhia das raízes

Companhia das raízes

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GALERIA TOCANTINS Da mesma forma que a Galeria Cine Ouro, deverá ser colocado grafites em sua fachada voltada para a rua (av. tocantins) para remeter no exterior o que tem no interior da quadra.

LET

84


EDIFÍC

LETREIRO

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EDIFÍCIO SÃO MIGUEL

CIO SÃO MIGUEL

LETREIRO LETREIRO

LETREIRO

EDIFÍCIO SÃO MIGUEL

450

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SIMULAÇÕES

Nova acesso para interior da quadra na Rua 3.

87


88


SIMULAÇÕES

Cenário Avenida Anhanguera

89


90


SIMULAÇÕES Propostas para o Beco da Codorna envolvem a implementação de um mobiliário urbano expressivo (que não generalize o espaço), prático (a fim de apenas potencializar atividades que já ocorrem) e flexível (podendo se adaptar aos mais diversos cenários proporcionados pelo Beco). O mobiliário proposto consiste em cubos leves porém rígidos, de dimensões 70x70cm. Cumprindo como função básica o papel de acento e mesa, estes cubos permitem uma apropriação de permanência no beco que, aliada à proposta de abertura de comércios para o miolo da quadra, pode traz uma enorme vitalidade ao espaço e eleva o potencial de fruição e apreciação artística dos painéis de arte urbana. Entretanto, sendo um mobiliário flexível, os cubos poderiam ser movidos e rearranjados conforme necessário - ou mesmo conforme a imaginação dos usuários. Alguns usos previstos incluem: montagem de palcos para apresentações e plataformas elevadas para execução dos grafittis.

91

Não obstante, é essencial à proposta de mobiliários que o miolo de quadra se torne um espaço exclusivamente pedonal, impossibilitando o acesso de carros e o uso da viela como estacionamento. Além do mobiliário, a proposta de trazer iluminação apropriada ao Beco é de extrema importância e sensibilidade. A fim de possibilitar atividades noturnas neste espaço, é necessária uma iluminação pensada para o pedestre e que não represente uma contradição tanto aos usos originais quanto os propostos. Duas opções viáveis para isso seriam: construção de “postes pedonais” (equipamentos de iluminação em escala humana), similares aos presentes na Vila Cultural Cora Coralina, ou instalação de lâmpadas suspensas.


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OS CAMINHOS DE ATTÍLIO: PROJETO PAVILHÃO Ao longo do trabalho, ficou evidente que a quadra 21 possui um potencial para performar um percurso. Isso porque existem nela duas pré existencias importantes: 1. As galerias (Tocantins e Cine Goiânia Ouro), que fazem um caminho entre o exterior e o interior da quadra, auxiliando em sua permeabilidade; 2. O Beco da Codorna, que depois de ter um dos acessos ruperados (acesso da rua 3) através da proposta anterior, passa a também se caracterizar, morfologicamente, como um caminho entre a avenida anhanguera e a rua 3. Contudo esses caminhos não são simples espaços de passagem, eles são marcados por um forte elemento: a cultura e arte goiana. As galerias por abrigarem atividades culturais da cidade, como teatro, cinema e espaços de exposições de artistas goianos, e o Beco da Codorna por ser o único museu de arte urbana da cidade, que abriga grafites de artistas de todo o país. Pensando nisso, propomos um pavilhão para a quadra, com seu acesso voltado para a rua 3 e para o Beco da Codorna. Esse pavilhão terá como tema os museus de Goiânia, suas artes e memórias. O intuito é trazer para um local popular, que é o centro de goiania, um pouco dos museus que há pela cidade e a história que eles abrigam, tudo com o objetivo de estabelecer um percurso cultural na quadra.

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Viela Miguel Rassi (av. anhanguera) Museu de Arte Urbana Beco da Codorna

galeria cine goiânia ouro

PRÉ EXISTENCIAS galeria tocantins

nova viela (rua 3)

local de implantação Pavilhão “O museu é nosso”

av anhanguera

rua 9

av

en

ida

to

ca

nt

ins

PERCURSOS E ACESSOS rua 3

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O MUSEU É NOSSO

95

bec

a

dorn

co o da

la vie

A proposta do pavilhão “O Museu é nosso” veio da intenção de aproximar os museus da cidade e de sua população. Isso porque, ao longo do tempo, esses espaços que tanto contam a história da cidade, foram se afastando do popular, e mesmo sendo, em sua maioria, públicos, criou-se um imaginário de serem espaços privados e elitistas. Logo, os museus de Goiânia, tornaram-se instituições muito reservadas, fechadas em seu público e desinteressantes para boa parte da população. A existência do Beco da Codorna, no miolo da quadra 21, foi de grande contribuição para a escolha da temática do Pavilhão. Por se tratar de um museu de arte urbana a céu aberto, o Beco em si só já atrai um público ao local. Além disso, ali ocorre festivais, mostras, feiras e eventos diversos, fato que torna a quadra um bom local para dar visibilidade aos museus da cidade e as histórias que eles contam, e por consequência, atrair a população a visitar os museus de arte goiana. A ideia é fazer do pavilhão um grande percurso cultural entre o exterior da quadra e seu interior. O percurso que se iniciará na rua 3, vai ter seu desenvolvimento ao longo do Pavilhão, com seus diversos ambientes (cada um destinado a um museu), que será finalizado no museu que caracteriza a quadra: O museu de arte urbana Beco da Codorna. Para isso, atuaremos no local buscando referências em situações presentes no contexto da quadra e entorno, sem contudo fazer uma mímese ou analogia direta dos elementos arquitetônicos ali presentes. Por isso, para o pavilhão, foi escolhido os painéis e blocos pulverizados ao longo do espaço dedicado a ele. Neles, serão expostos os conteúdos informativos sobre os museus da cidade. A forma final desses painéis foi resultado de uma uma abstração feita da morfologia das vielas do traçado urbanístico de Goiânia, de Attílio Corrêa Lima.

PAVILHÃO rua

3


PROCESSO DE ABSTRAÇÃO DA FORMA

Mapa de situação 0

fragmentação das formas

formas para criar os painés e blocos do pavilhão

50

100

N

20

morfologia das vielas e miolos de quadra

96


2 4

1 3 PERCURSOS E ACESSOS

+0,20m

1

Galeria Tocantins

2

Galeria Goiânia Cine Ouro

3

Pavilhão “O museu é nosso”

4

Museu de arte urbana Beco da Codorna

5

Café

6

Banheiros

7

Sala de apoio/Depósito

A

Museu Zoroastro Artiaga

B

Museu Pedro Ludovico Teixeira

C

Museu da Imagem e Som de Goiânia

D

Museu de Arte de Goiânia

E

Museu do Cerrado

F

Museu de Arte Contemporânea

G

Museu Antropológico

+0,40m 0,0

NÍVEIS

5

6 7 SETORIZAÇÃO

F

E

G D C B

ESQUEMAS E SETORIZAÇÃO

97

ESPAÇOS MUSEUS

A


OS MUSEUS NO PAVILHÃO O pavilhão é composto por 7 ambientes, formados pela disposição dos painéis ao longo de sua extensão. Cada ambiente será utilizado como um local de exposição de um dos museus existentes em Goiânia, como uma forma de aproximar esses locais das pessoas e, eventualmente, torna-las seus frequentadores. Os sete museus que serão parte do pavilhão são: Museu de Arte de Goiânia, Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga, Museu da Imagem e do Som, Museu do Pedro Ludovico, Museu Antropológico DDRH, Memorial do Cerrado e o Museu de Arte Contemporânea. A disposição dos museus também reforça a proposta de um percurso ao longo do pavilhão, onde o público o percorrerá, passando por cada um dos ambientes e encerrando no próprio Beco do Codorna, um Museu de Arte Urbana da cidade. Portanto, a composição do pavilhão feita através de painéis é fundamental para a proposta das exposições. Os painéis serão de concreto aparente pigmentado, trazendo cor e diversidade para a obra - não apenas através de sua materialidade, mas também pela sua diferença de alturas, disposição livre e também pela diferenciação de níveis.

Cada ambiente será composto por dois painéis expositivos e um toten, que serão usados da seguinte forma: um dos painéis irá conter o nome do museu e uma ilustração de sua fachada principal, além de informações sobre qual tipo de exposição e acervo ele abriga, sua origem e outras informações importantes sobre sua história, um mapa que indica sua localização e um QR Code que leva a pessoa ao site do museu; o segundo painel será de uso do artista ou direção da exposição atual do museu (sendo, portanto, efêmero e mudando de acordo com o que está sendo exposto). Ele poderá ser utilizado da forma que o artista preferir, sendo uma forma de contar um pouco sobre a exposição para as pessoas que por ali passam - seja através de pintura, fotografia, projeção, escultura, instalação etc. O totem também poderá ser utilizado pelo artista com os intuitos já mencionados, porém, ele conterá a programação do museu, seus horários de funcionamento e outras informações importantes para que as pessoas que por ali passam possam ir até o museu para assistir à exposição atual.

98


99


100


FACHADA PAVILHÃO VOLTADA PARA O BECO DA CODORNA

LETREIRO

FACHADA RUA 3 COM PAVILHÃO

101

O MUSEU É NOSSO

LETREIRO

LETREIRO

LETREIRO


FACHADAS

PIZZERIA EDIFÍCIO GOIANDIRA Comercial

EDIFÍCIO GOIANDIRA

LETREIRO

LETREIRO

994

1008

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