Bloco 2 - Quadra 5

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QUADRA 5

João Paulo Albuquerque, Kleber Antônio Santana e Sabrina Salviano

potencialidades Av. Goiás e Rua do Lazer Proximidade com a Praça Cívica

memória

Uso serviço/comercial e institucional Patrimônio histórico Quiosques

problemáticas Esquecimento histórico

uso e cultura

segurança

Falta de visibilidade / falta de segurança Uso pendular (restrito aos dias úteis) Impermeabilização do solo

paisagem urbana

Prédios e áreas subutiliados Priorização do automóvel Ausência de mobiliários urbanos Gabaritos não homogêneos Poluição visual

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mobiliário urbano


DIRETRIZES memória e cultura

Incentivo a valorização e preservação do patrimônio histórico, da paisagem urbana e da arte urbana. Dessa forma, amplia a relação de pertencimento do indivíduo em relação à cidade e sua história.

viela integrada ao meio urbano com diversificação de usos

Proporcionar a permeabilidade visual, com o objetivo de tornar os acessos, e o interior da quadra um ambiente atrativo e seguro. Essa permeabilidade será garantida através da desapropriação de edificações-estacionamentos e passarela, subutilizados. Diversificação dos usos para garantir a vitalidade urbana no interior da quadra. Com feiras na viela, produção cultural, percurso cultural (com acervo jornalístico e histórico).

mobiliário urbano ativo

Implementação de mobiliário urbano que proporcione lugares de estar (bancos, pergolados). Totens, para orientar espacialmente o usuário, com o objetivo de gerar um percurso cultural, e informativo. Iluminação pública para a gerar ambientes acolhedores e seguros no período noturno.

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DIRETRIZES acessos e conexões

Os acessos à viela da quadra 5 são caracterizados pela falta de visibilidade, seja do acesso em si, seja do interior da viela ao qual ele conduz. Para conectar o interior da viela ao exterior da quadra 5, torna-se necessário dar especial atenção aos acessos, tornando-os mais convidativos e destacando sua importância através da arte urbana e da diversificação dos usos dos edifícios que delimitam esses acessos.

conforto e imagem

Embora encontre-se descuidada, a viela da quadra 5 apresenta forte potencial para se tornar uma convidativa e estimulante via para pedestres que visam chegar aos estabelecimentos comerciais e de serviço localizados no interior da quadra e para os que buscam um local de permanência para recarregar as energias em meio a um passeio pelo centro ou um espaço calmo e agradável para passar o horário de almoço.

usos e atividades

A quadra 5 é bastante homogênea quanto aos seus usos e atividades, entretanto, além dos uso comercial e de serviço, os edifícios históricos e a viela possibilitam que a quadra seja um espaço de convivência, aprendizado e descoberta da história de Goiânia. Com edifícios significativos como a antiga sede do jornal O Popular, a quadra nos convida a refletir sobre o passado e reinventar o futuro, afinal espaços outrora tão vívidos podem voltar a sê-lo.

sociabilidade

Atualmente encontrada vazia aos fins de semana a quadra 5 e sua viela podem se tornar espaços frequentados pelos mais diversos grupos para os mais diversos usos, basta oferecer-lhes apoio, seja com mobiliário urbano ou com intervenções pequenas, porém significativas, que estimulem a reunião de pessoas no local, assim como o desenvolvimento de práticas culturais e coletivas.

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Interior da viela Atualmente utilizada como um espaço para o carro, a viela apresenta potencial para se tornar um espaço para pessoas.

Vista posterior de edifício voltado para a Rua 8 Seu recuo posterior apresenta potencial para se tornar um espaço de permanência e convivência.

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DIRETRIZES Rua 3

4

1

Av. Goiás

Rua 8

2

3

3 1

Rua 2

Vista superior da Quadra 5

5

0

5

10

20

N

Edifícios significativos Edifícios subutilizados


significativos e subutilizados

vista 1: edifícios em altura e construções Art Decó Imagem: Google Earth, 2020

vista 3: estacionamentos Imagem: Google Earth,2020

As vistas 1 e 2, mostram edificações de destaque presen- As vista 3 e 4 mostram estacionamentos e uma passarela tes na Avenida Goiás e rua 3 com a rua 8, respectivamente. subutilizada, cujas possíveis remoções podem vir a proviTais edifícios deveram ser valorizados pelas intervenções. denciar o espaço necessário para um pavilhão.

vista 2: conjunto de edificações Art Decó Imagem: Google Earth, 2020

vista 4: passarela Imagem: Google Earth, 2020

gabarito e recuos

projeção para futuros edifícios

recuo de 6m

Por conta das mudanças ao longo do tempo e da verticalização dos edifícios do setor Central e da Avenida Goiás, entre os anos 60 e 80, a quadra em estudo apresenta um gabarito desigual. Os edifícios de dois e três pavimentos que caracterizavam o local em seus primórdios dividem a paisagem com construções de onze ou mais pavimentos. Logo, visando retomar e preservar o caráter intrínseco da quadra propõe-se um gabarito máximo de três pavimentos para qualquer edifício futuro. Quanto aos recuos, a maioria dos edifícios desta quadra não os apresenta, entretanto, uma edificação localizada na Rua 8 apresenta um recuo posterior que atualmente serve como estacionamento e destaca-se por apresentar potencial para se tornar um local de permanência e convivência. Assim, tomando como base o exemplo do edifício mencionado e com o objetivo de multiplicar a criação de áreas de permanência e convivência ao redor da viela sem descaracterizá-la, propõe-se um recuo posterior de 6 m para todos os edifícios que venham a ser construídos na quadra.

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FACHADA À VISTA

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O principal motivo se propor a remoção de banners e letreiros das fachadas dos edifícios históricos é mostrar sua verdadeiras “caras”, deixar que sejam vistos como foram inicialmente concebidos, buscando assim, relembrar e homenagear a história da capital goiana. Mas para que estes continuem ativos, e não se tornem peças de um museu a céu aberto, propomos que os usos comerciais sejam mantidos e possam ser identificados através de placas retangulares, perpendiculares às edificações, com altura mínima de 2,50m.

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POSSIBILIDADES

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AV. GOIÁS

Essa simulação foi feita para mostrar o conjunto de edificações em estilo Art Decó presente na Avenida Goiás. Nele temos o edifício que funcionou como primeira sede do jornal O Popular e a sede central do INSS, que batiza a viela.

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POSSIBILIDADES

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RUA 3

Essa simulação da esquina da rua 3 com a rua 8, é um exemplo de como irão ficar as fachadas após o processo de limpeza, destacando o conjunto de edifícios em estilo Art Decó. Essa esquina em questão é importante devido a sua proximidade com a Rua da Lazer, podendo ser um importante elemento de ligação para a proposta de um circuito cultural entre quadras.

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POSSIBILIDADES crônica futura: uma viela de possibilidades [Após um breve passeio pela Praça Cívica, decidi aproveitar aquela manhã de sábado ensolarada para me aventurar pela Avenida Goiás. Andava sem rumo, como quem queria ser guiado e ao mesmo tempo se perder pela cidade. Logo ao chegar à Rua 2, enquanto olhava para o alto e percebia as minúcias das janelas do Edifício Carlos Chagas, a animação de um grupo de crianças correndo atrás de um vira-lata — aparentemente chamado Chico — trouxe minha atenção para o chão. Na minha distração, quase esbarrei no casal que supervisionava as crianças e, rapidamente, pedi desculpas e desejei um bom dia que foi respondido da maneira mais amigável possível. Da esquina da Rua 2 com a Avenida Goiás, percebi que

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aquela família não era a única por ali, jovens, idosos, feirantes, artistas e outras pessoas com as mais diversas aparências e vivências também perambulavam pela rua, a grande maioria indo em direção ao outro lado da quadra, onde bonitas e convidativas árvores ofereciam sua sombra aos pedestres. Segui o fluxo em direção às árvores, mas ao chegar à extremidade do edifício que há pouco me fascinava um amplo e colorido grafite me despertou interesse, nele, formas geometrizadas e cores saturadas conferiam à uma grande parede, que outrora poderia ter sido definida como desinteressante, um brilho e um charme que prendia e saciava a vista. Fui seguindo as linhas e formas com os


VIELA olhos e quando mais eu observava mais fascinado eu ficava, fui erguendo a cabeça para tentar ver a parte superior da obra, mas minha busca foi interrompida pelos pássaros que se agitavam em uma árvore vizinha. Me virei para observá-los melhor, mas eles estavam muito ocupados em cantar sua melodia para um pequeno grupo de idosos que jogavam dominó sob a agradável sombra da árvore. Foi aí que eu vi algo que eu definitivamente não esperava encontrar bem ali, no meio de uma quadra do Centro. Logo após o entretido grupo, depois de uma pequena via compartilhada que ligava um estacionamento subterrâneo de um edifício à direita com a Rua 8 à esquerda, encontrava-se a primeira banca de uma animada feira. Mas não era apenas uma banca, era a banca de pasteis e caldo de cana, justamente o que eu precisava para matar minha fome e

sede no meio daquela feliz caminhada pela cidade. Tirei meu guardanapo e copo reutilizáveis da bolsa e fui pedir meu lanche. Após os cumprimentos e o pedido, a dona da banca, que se apresentou como Joana, me perguntou: — Você já visitou o pavilhão? — Pavilhão? — perguntei com algum constrangimento. — Oxe, não viu o pavilhão bem aí do seu lado, não? E foi aí que eu vi, ao lado da parede grafitada e das árvores, o tal pavilhão. Aparentemente, ele era muito interessante, várias pessoas observavam as fotos, mapas e textos dispostos com muita atenção. Sem esconder a expressão de surpresa, me virei para Joana que, entregando o copo e o pastel, disse: — Vai lá conhecer, tem um monte de coisa legal.]

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