Catálogo da exposição do Mac Adams, Sombras e Mistérios by Ars et Vita

apresenta

MAC ADAMS

SOMBRAS MISTERIOS E

S M

apresenta

MAC ADAMS

SOMBRAS MISTERIOS

CAIXA Cultural SÃ£o Paulo 30 de maio a 29 de julho de 2018

CAIXA Cultural Recife 22 de agosto a 21 de outubro de 2018

ISBN 978-85-66122-08-4

Desde 1861, a CAIXA está presente na história de cada brasileiro, seja na concessão de crédito acessível, no financiamento habitacional, no desenvolvimento das cidades - por meio de investimento em projetos para infraestrutura e saneamento básico - seja na execução e administração de programas sociais do Governo Federal. Como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro, sua missão é atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país. A CAIXA vislumbra em sua atribuição a motivação para estar presente em todos os momentos da vida do brasileiro, aproximando-se das suas necessidades e anseios e participando das suas realizações. Nesse contexto, nada mais natural que a CAIXA se aproxime da cultura nacional, propiciando acesso às mais variadas manifestações artísticas e intelectuais e contribuindo para a preservação do patrimônio histórico brasileiro. Por meio de sua programação nos espaços da CAIXA Cultural, presentes em sete capitais do país, a instituição vem, ao longo das últimas décadas, viabilizando projetos que promovem a formação intelectual e cultural da população. O Museu e o Programa Educativo Caixa Gente Arteira complementam esse esforço na formação de público e na difusão de saberes e práticas artísticas e culturais. É com essa conjuntura que a CAIXA patrocina a exposição Sombras e Mistérios, de Mac Adams, que reúne obras de um dos fundadores da Arte Narrativa (Narrative Art). A exposição, inédita no Brasil, apresenta ao público a série fotográfica “Tragédias Pós-Modernas”, desenvolvida pelo artista na década de 1980 como uma forma de reflexão sobre as políticas econômicas desenvolvidas por Margaret Thatcher e Ronald Reagan, no Reino Unido e nos Estados Unidos, respectivamente. Com uma obra que encontra as suas raízes na rica tradição oral e escrita dos contos do País de Gales, nos romances de Arthur Conan Doyle e no cinema de Alfred Hitchcock, Mac Adams desenvolveu ao longo das últimas décadas um trabalho de importância singular em duas e três dimensões, explorando o potencial narrativo da fotografia. Com este projeto, a CAIXA ratifica a sua política cultural, a sua vocação social e o seu propósito de democratização do acesso aos seus espaços e à sua programação artística. Desta forma, ela cumpre seu papel institucional de estímulo à difusão e ao intercâmbio do conhecimento, contribuindo para a valorização da identidade brasileira bem como para o fortalecimento, a renovação e ampliação das artes no Brasil e da cultura do nosso povo.

Caixa Econômica Federal

Since 1861, Caixa has been pres- sponsors the exhibition Shadows ent in the history of every Brazilian

and Mysteries by Mac Adams,

through the concession of afford-

which brings together works of one

able loans and mortgages, the

of the founders of Narrative Art.

investment in sanitation and infra-

The exhibition, held in Brazil for

structure projects to help develop

the first time, presents the public

cities and towns, or by implement-

with the photo series “Postmodern

ing and running social programs of

Tragedies”, elaborated by the

the Federal Government.

artist in the 80’s as a form of

As a financial institution, public

reflection on the economic policies

policy promoter and strategic part-

of Margaret Thatcher and Ronald

ner of the Brazilian state, its mis-

Reagan in the UK and in the U.S.

sion is to work on the promotion of

With a body of work rooted in the

citizens’ rights and the sustainable

rich oral and written traditions of

development of the country. With

short stories in Wales, the novels of

this attribution, Caixa seizes the

Arthur Conan Doyle and the movies

motivation to be always there for

of Alfred Hitchcock, Mac Adams has

Brazilians, coming closer to their

developed over the last decades a

needs and wishes and partaking in

work of singular importance, in two

their achievements.

and three dimensions, that explores

Within such context, it’s only natural that Caixa draws near

photography’s narrative potential. With this project, we at Caixa

Brazil’s culture, providing access

reaffirm our cultural policy,

to a wide variety of artistic and

socially-oriented perspective and

intellectual manifestations that

intention to popularize access to

contribute towards preserving

our spaces and artistic program-

the Brazilian historic heritage. For

ming. As a result, Caixa fulfils its

the last decades, the activities in

institutional role of stimulating the

Caixa’s Cultural Centers, present

dissemination and exchange of

in seven capital cities throughout

knowledge, therefore contributing to

Brazil, have enabled projects that

the appreciation of Brazilian identity

promote the intellectual and cul-

as well as strengthening, renewing

tural education of the population.

and expanding art in Brazil and the

Its museum and the educational

culture of our people.

program “Caixa Crafty Folk” complement the effort to inform the public and expand artistic and

Caixa

cultural knowledge and practices.

Econômica

It’s in this scenario that Caixa

Federal

“Relação” parece-me ser o termo mais apropriado para definir as obras de Mac Adams, apresentadas pela primeira vez ao público brasileiro na exposição Sombras e Mistérios. Compreende-se aqui o termo tanto como a narração de uma história ou relato de um fato, quanto a cumplicidade de sinais, pistas e traços que resultam na construção de uma fina trama. Através de uma obra produzida por meio de distintas formas de expressão como fotografia, escultura e instalação, o artista incita o público à vivência de uma experiência artística dupla: enquanto somos o observador externo de uma cena, tornamo-nos o contador da nossa própria história. Realizada na década de 80, a série Tragédias Pós-Modernas é uma resposta do artista à realidade que via suceder em decorrência das políticas econômicas de Margaret Thatcher e Ronald Reagan no Reino Unido e nos Estados Unidos. O reflexo das cenas espelhadas nos objetos cromados evoca-nos também as sombras projetadas por dramas silenciosos e conflitos cada vez mais destrutivos e selvagens, cujas imagens nos alcançam como sombras espectrais, flutuando pelo nosso cotidiano. O fundo infinito das cores, que nos remete a comerciais utópicos convencionais, mostra-nos como um espaço neutro existe apenas no desejo dos observadores (da sociedade) de possuir, e ao mesmo tempo nos questiona: onde estávamos enquanto meninos eram obrigados a portar fuzis no Líbano? O que fazíamos durante os bombardeios que deixaram cidades inteiras em ruínas? E o que fazemos agora? Se a série Tragédias Pós-Modernas é marcada por uma luz que não se deixa abater, privando-nos de qualquer sombra, o trabalho de Mac Adams construído em torno da sombra aborda, por meio de esculturas e fotografias das séries Espaços Vazios e Ilhas, a narração que habita o tempo/espaço entre cada objeto, denominado pelo próprio artista como “vazio narrativo”. As esculturas aguardam a luz que as desmaterializa para terem as silhuetas projetadas no espaço, finalmente compreendidas. A densidade poética resultante é o encontro entre as sombras projetadas pelos objetos, conscientemente escolhidos pelo artista, e a cultura visual de cada observador. Seria o significado uma condição transitória temporária, controlada

>>>

“Relationship” seems to me to

to possess, while questioning us

their culmination in the installation

be the most appropriate term to

at the same time: where were we

“Erasure”. In it, the artist proposes

define the creations of Mac Adams,

when boys were forced to bear

a reflection on the failed attempt

introduced to the Brazilian public

rifles in Lebanon? What were we

to suppress and the impossibility

for the first time in the exhibition

doing during the bombings that

of erasing deep memory, as well as

Shadows and Mysteries. The term

left entire cities in ruins? And what

trauma.

is understood here as the narra-

are we doing now?

tion of a story/account of a fact,

If the Post-Modern Tragedies

The works brought together in this exhibition by their disconcert-

as well as the complicity of signs,

series is marked by a light that will

ing contemporaneity. If “the visible

clues and traits which result in the

not abate, therefore depriving us

proliferates in proportion to the

development of a fine plot.

of any shadow, the work of Mac

lack of depth”, in times when alter-

Through a body of work

Adams – built precisely around

ity is non-existent and post-truth

developed by different forms of

the shadow – addresses through

is described as the buzzword of

expression such as photography,

sculptures and photos from

the year by the Oxford Dictionaries,

sculpture and installation, the art-

the series “Empty Spaces” and

Mac Adams’s art alerts us to the

ist incites the public to live through

“Islands” the narration that inhab-

need to go beyond and see what

a double artistic experience: while

its the time/space between each

cannot be looked at.

we play the role of outside observ-

object, nominated by the artist as

ers of a scene, we also become the

“narrative void”.

tellers of our own history. Started in the 1980s, the series

The sculptures await the light that dematerializes them, so

“Post-Modern Tragedies” is a

they can have their silhouettes

response of the artist to the reality

projected into space and finally

he saw unfolding as a result of

understood. The ensuing poetic

the economic policies of Margaret

density is the encounter between

Thatcher and Ronald Reagan in the

the shadows projected by the

United Kingdom and the United

objects, willfully chosen by the

States. The reflection of the scenes

artist, and the visual culture of

mirrored in the chromed objects

each observer. Could meaning be a

also evokes the shadows projected

transitory condition, controlled only

by silent dramas and ever increas-

by the recognition of deep-rooted

ingly destructive and savage

archetypes?

conflicts, whose images reach us

These situations, created from

like spectral shadows, floating

distinct codes that range from the

through our daily life. Recalling

projection of shadows taken as

conventional utopian adverts, the

reality in Plato’s Allegory of the

colors on seamless paper show us

Cave, to the perverse reflection

how a neutral space only exists in

of a life marked by ephemerality,

the desire of observers (of society)

narcissism and hedonism, find

by Luiz Gustavo Carvalho Curatorship

apenas pelo reconhecimento de arquétipos socialmente arraigados? Estas situações, criadas a partir de códigos distintos que vão da projeção de sombras, tomadas como realidade no Mito da Caverna de Platão, ao reflexo perverso de uma vida marcada pela efemeridade, narcisismo e hedonismo, encontram uma culminação na instalação Apagamento (Erasure). Nela, o artista propõe uma reflexão sobre a fracassada tentativa de suprimir e a impossibilidade de apagar a memória profunda, assim como o trauma. As obras reunidas na presente exposição impressionam por sua contemporaneidade desconcertante. Se “o visível prolifera de forma proporcional à falta de profundidade”, em tempos em que a alteridade é inexistente e a pós-verdade é eleita a palavra do ano pelo Oxford Dictionaires, a arte de Mac Adams nos alerta para a necessidade de enxergar o que não se vê.

■

por Luiz Gustavo Carvalho Curadoria

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

TRA 10

PÓS-

AGÉD TRAGEDIES ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

-MODERNAS

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

In the early part of the 1980’s

possess. However reflected on the

we are presently experiencing I

I began a series of images titled

surfaces were violent unsettling

believe were unintentional. This

‘Post Modern Tragedies’.

situations, interrogations, shooting,

is the sad part: it appears the

These works were in part a

etc. Situations that completely

extreme right wing has now appro-

response to what I saw happening

contradicted the forms with their

priated this. If there is no one truth,

under Thatcher/Reagan economic

perfect metallic skins.

they can deny climate change and

policies in the UK and the USA. I

science and come up with alternate

am not a documentary photogra-

these works which were done

facts. This is a big conversation,

pher, however I wanted to see if

almost 40 years ago as prescient

I am just pointing a direction to

I could construct a situation that

in predicting our current condition

start it.

reflected the political conditions

and preoccupation with post-truth

and contradictions of the times. It

and fake news. When I did these

was also a response to the post-

works in the early 1980s, everyone

modern discourse of the 80’s.

in academia and in the art world

I believe it was Jean-François 14

It’s interesting to think of

began thinking postmodernism

Lyotard who coined the term

was the new intellectual savior. The

techno schizophrenia in his 1979

central thinkers of the day were

book ‘The Post modern Condition’.

Foucault, Derrida, Roland Barthes.

I interpreted this as a disjunction

Jean-François Lyotard book

between the traditional notions

‘The Post Modern Condition’

of form in harmony with content,

became a kind of mantra. Fast

for example, Philip Johnson’s

forward to 2018, it appears now

AT&T building in New York City, a

this phenomena of post-truth and

collection of architectural styles of

fake news can be laid at the feet of

the past outside, containing state

postmodernism. As I understand

of the art electronic telecommuni-

it, postmodernism was adopted by

cations inside. I took this idea of

left wing academic intellectuals to

combining visual contradictions

deconstruct texts, coming to the

and began making these hybrid

conclusion the author does not

collisions between social trage-

own the content and a single truth,

dies and designer utensils. The

that there are multiple prospective

chromed mirrored objects were

truths conditioned by gender, race,

photographed on seamless paper

class and political persuasion.

like conventional utopian adverts

Roland Barthes famous essay

implying a neutral space existing

‘The Death of the Author’ lay this

only in the viewers desire to

groundwork – the consequences

by Mac Adams

No início dos anos 80, comecei a realizar uma série de imagens intituladas Tragédias Pós-Modernas. Eram trabalhos que respondiam em parte ao que eu via suceder por causa das políticas econômicas de Ronald Reagan e Margaret Thatcher nos Estados Unidos e no Reino Unido. Embora eu não seja um fotógrafo documental, queria ver se conseguia construir uma situação que refletisse as condições políticas e contradições daquela época. Era também uma resposta ao discurso pós-moderno dos anos 80. Acredito que foi Jean-François Lyotard quem cunhou o termo “esquizofrenia tecno” no seu livro A Condição Pós-Moderna, de 1979. Interpretei isto como uma disjunção entre as noções tradicionais de forma em harmonia com o conteúdo. Um exemplo é o prédio da AT&T em Nova Iorque, desenhado pelo arquiteto Philip Johnson. O seu exterior exibe uma coleção de estilos arquitetônicos do passado. O interior, telecomunicações eletrônicas de última geração. Peguei esta ideia, de combinar contradições visuais, e comecei a fazer colisões híbridas entre tragédias sociais e utensílios de marca. Os objetos cromados foram fotografados em fundo infinito, como comerciais utópicos convencionais, sugerindo um espaço neutro existente apenas no desejo dos observadores de possuir. Porém, refletidas nas superfícies estavam violentas situações perturbadoras, interrogações, tiroteio, etc. Situações que contradiziam completamente as formas, com suas peles metálicas perfeitas. É interessante pensar nestes trabalhos feitos há quase 40 anos como sendo premonitórios da nossa condição e preocupação atuais com a pós-verdade e as notícias falsas (fake news). Quando os realizei no início dos anos 80, todos na academia e nas artes começavam a achar que o pós-modernismo era a nova salvação intelectual. Os pensadores centrais daquela época eram Foucault, Derrida e Roland Barthes. O livro A condição pós-moderna, de Jean-François Lyotard, havia se tornado uma espécie de mantra. Adiantemos para 2018, e é como se estes fenômenos da pós-verdade e notícias falsas possam ser atribuídos ao pós-modernismo. A meu ver, o pós-modernismo foi adotado por intelectuais de esquerda para desconstruir textos, chegando-se à conclusão de que o autor não detém o conteúdo e nem uma só verdade, de que há múltiplas verdades potenciais condicionadas por questões de gênero, raça, classe e orientação política. Serviu de base o famoso ensaio de Roland Barthes, A morte do autor, e acredito que as consequências que atualmente experimentamos não foram intencionais. Esta é a parte triste: a direita radical parece ter se apropriado do conceito. Se não há uma verdade única, eles podem negar as mudanças climáticas e a ciência e inventar fatos alternativos. Esta é uma conversa longa, para a qual estou apenas apontando uma direção inicial.

por Mac Adams

TRAGÉDIAS PÓS-MODERNAS | POST MODERN TRAGEDIES

CHALEIRA /KETTLE, 1987 90,5 x 73 cm ▴ 17

LÂMPADA DE 5 CABEÇAS / 5 HEADED LAMPS, 1987 110 x 150 cm ◂

165 x 110 cm ▸ 18

ESCORREDOR / COLANDER, 2013 79 x 107 cm ▾

TRAGÉDIAS PÓS-MODERNAS | POST MODERN TRAGEDIES

A FESTA | THE PARTY, 2009

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

TRAGÉDIAS PÓS-MODERNAS | POST MODERN TRAGEDIES

INTERROGATÓRIO | INTERROGATION, 1986 184 x 137 cm

PHOTOGRAPHER’S MODEL, 1986 99 x 183 cm ▸ 24

BULE DE CHÁ /TEA POT, 1988 77 x 102 cm ▾

TRAGÉDIAS PÓS-MODERNAS | POST MODERN TRAGEDIES

LÂMPADA II. A MODELO DO FOTÓGRAFO | LAMP II. THE

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

95,5 x 95,5 cm

TRAGÉDIAS PÓS-MODERNAS | POST MODERN TRAGEDIES

CROMO / CHROME, 2013

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

OS MENINOS / THE BOYS, 1988 77 x 99 cm

BART E MICKEY / BART AND MICKEY, 1996 112 x 61 x 72 cm

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

S VA ESPAÇOS

EMP T Y SPAC ES

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

AZIOS 35

ANDORINHA / DOVE, 1996 35 x 21 cm

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

COELHO | RABBIT, 1996 35 x 23 cm

MARIPOSA MENINA | MOTH GIRL, 1996 35 x 23,1 cm

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

LIBÉLULAS | DRAGONFLIES, 1996 35 x 23,5 cm

GATO E RATO | CAT AND MOUSE, 1996 35 x 23,1 cm

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

PAPAGAIO | PARROT, 1996 35 x 21,9 cm

RATO | RAT, 1996 35 x 27,5 cm

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

TUBARÃO | SHARK, 1996 35 x 22,8 cm

PÁSSARO NO GALHO | BIRD ON THE BRANCH, 1996 35 x 23 cm

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ARANHA | SPIDER, 1996 35 x 22,7 cm

ILHA

ISLANDS

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ILHA ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

35 x 33,3 cm

ILHAS | ISLANDS

ÁGUIA | EAGLE, 2000 58

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ILHAS | ISLANDS

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

BEIJA-FLOR | HUMMING BIRD, 2000 35 x 33,3 cm

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

35 x 35,6 cm

ILHAS | ISLANDS

CACATUA | COCKATOO, 2000 62

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ILHAS | ISLANDS

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

COELHO | RABBIT, 2000 35 x 34,4 cm

5 x 35,6 cm 66

TRÉGUA | TRUCE, 2000 35 x 35,2 cm ▾

ILHAS | ISLANDS

▸

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

GUERRA CIVIL | CIVIL WAR, 2000

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

35 x 35,3 cm

ESPAÇOS VAZIOS | EMPTY SPACES

VÔO NOTURNO | NIGHT FLIGHT, 2000

ILHAS | ISLANDS

ESPAÃ&#x2021;OS VAZIOS | EMPTY SPACES

ESCULTURAS | SCULPTURES

COELHO /RABBIT, 2010 70 x 56 x 52 cm

ESCULTURAS | SCULPTURES

VIDAS PARALELAS. CACHORROS E OSSOS PARALLEL LIVES. DOGS AND BONES 1999/2018

ERASURE 2013

Completed in 2013, this work

scene (drying laundry) in real time

always originate with or have as

is about the attempted erasure of

(the fan) that elicits psychological

a reference a photograph. The

memory.

tension. The connections between

artist’s work explores the power of

different items, as in an investi-

photography to convince, but also

have been arranging mysterious

gation, expose the possibilities of

to manipulate. The photographic

events in three dimensions. For me,

theatricality, as much in the telling

image must be ‘read’ to under-

the crime scene investigation is a

as with the illusion. Construction

stand all of its aspects. Erasure

metaphor for the creative process:

and composition are as if they were deals with the aborted attempt to

a system of inspections, of checks

the setup for a movie production

suppress (the blood on the sheets),

and balances. Victims and sus-

into which the public is invited to

the impossibility to erase profound

pected killers inhabit my composi-

take part. Each person can build

memory and trauma. I try and

For more than thirty years, I

tions along with clues carefully and their story based on the drying

examine the role of photography

methodically placed throughout.

sheets and especially on the

as the film of our memory.

The moment is frozen and precise,

framed image.

the scene intentionally composed

Every photo results from a

like a tableau vivant. In Erasure,

reality created by the artist, an

I have manipulated everyday

installation or a sculpture. At

objects, constructing a domestic

the same time, my installations

ERASURE

by Mac Adams

APAGAMENTO Concluído em 2013, trata-se de um trabalho sobre a tentativa de apagar a memória. Durante mais de trinta anos, venho organizando eventos misteriosos em três dimensões diferentes. Para mim, a investigação da cena do crime funciona como metáfora do processo criativo: um sistema de inspeções, de freios e contrapesos. Vítimas e assassinos suspeitos habitam minhas composições junto com pistas dispostas cuidadosa e metodicamente por todo o espaço. O momento é congelado e preciso, a cena intencionalmente concebida como uma pintura viva. Em Erasure (Apagamento), eu manipulo objetos do cotidiano, construindo uma cena doméstica (secagem de roupas) em tempo real (o ventilador), que evoca uma tensão psicológica. Como numa investigação, as conexões entre elementos distintos expõem as possibilidades da teatralidade, tanto na narrativa quanto na ilusão. Construção e composição são como a preparação para uma produção cinematográfica na qual o público é convidado a participar. Cada qual pode construir a sua história tendo como base os lençóis secando e principalmente a imagem enquadrada. Cada foto é o resultado de uma realidade criada pelo artista, uma instalação ou uma escultura. Ao mesmo tempo, minhas instalações sempre se originam de ou têm como referência uma fotografia. O trabalho do artista explora o poder da fotografia para convencer e também manipular. A imagem fotográfica deve ser “lida” a fim de entender todos os seus aspectos. Erasure (Apagamento) lida com a tentativa abortada de suprimir (o sangue nos lençóis), a impossibilidade de apagar a memória profunda e o trauma. Nela procuro analisar o papel da fotografia como o filme da nossa memória. por Mac Adams

BIOGRAPHY Born in Brynmawr (Wales,

are the Pollock / Krasner Foundation

United Kingdom) in 1943, Mac

Award (2013) and the New York

Adams moved to New York in 1970

State University Chancellors

and became a naturalized American. Research Award for Excellence in He is considered to be one of the founders of Narrative Art, an

Arts and Humanities (2002). Mac Adams works integrate

art movement that emerged in

the collection of the Victoria and

the United States in the 1970s. In

Albert Museum (London), National

1974 his first ‘Mystery’ series was

Center of Art and Culture Georges

shown at the legendary 112 Green

Pompidou (Paris) and Museum

Street Gallery in New York. Adams

of Modern Art (New York), among

was associated with a group

others and were exhibited at major

of Conceptual artists who used

contemporary art centers such

fictional text and photographs.

as MUDAM (Luxembourg), Musée

He separated himself from these

Nicéphore Niépce (Chalon-sur

artists by not using any text,

Saône), Neue Galerie-Sammlung

instead he adopted a more semi-

Ludwig (Aachen), Musée Jeu de

otic approach to the narrative in

Paume (Paris), MOCAK (Krakow)

which the photograph became a

and MoMa (New York).

surrogate for text. He has made over 13 large-scale public art commissions, including the first major memorial dedicated to the Korean War, the War Memorial Battery in New York. Among the numerous awards won for his work

BIOGRAFIA Nascido em Brynmawr (País de Gales, Reino Unido) em 1943, Mac Adams naturalizou-se estadunidense ao mudar-se para a cidade de Nova Iorque em 1970. É considerado um dos fundadores da Narrative Art, movimento artístico surgido nos Estados Unidos na década de 1970. Em 1974, sua primeira série Mistérios foi exibida na lendária 112 Green Street Gallery, em Nova Iorque. Adams foi associado a um grupo de artistas conceituais que usavam texto e fotografias fictícias, porém logo se distancia destes artistas por decidir não utilizar a palavra. Adota, ao contrário, uma abordagem mais semiótica para a narrativa, na qual a fotografia terá um papel fundamental. Realizou mais de 13 encomendas de arte pública em larga escala, entre as quais destaca-se o primeiro grande memorial dedicado à Guerra da Coreia, o War Memorial Battery, em Nova Iorque. Entre os inúmeros prêmios conquistados pela sua obra figuram o Pollock/Krasner Foundation Award (2013) e o prêmio por pesquisa artística da Universidade de Nova Iorque (2002). Suas obras integram as coleções do Victoria and Albert Museum (Londres), Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou (Paris) e Museu de Arte Moderna (Nova Iorque), entre outros. Mac Adams participou de exposições nos principais centros de arte contemporânea, tais como o MUDAM (Luxemburgo), Musée Nicéphore Niépce (Chalon-sur Saône), Neue Galerie-Sammlung Ludwig (Aachen), Musée Jeu de Paume (Paris), MOCAK (Cracóvia) e MoMa (Nova Iorque).

Dados internacionais de catalogação na publicação Bibliotecária responsável: Nádia Azevedo Adams, Mac. Mac Adams: Sombras e Mistérios / Texto: Luiz Gustavo Carvalho e Mac Adams; fotografias: Mac Adams; tradução – Flávio Britto - Belo Horizonte (MG) : Ars et Vita Ltda., 2018 80 p. : principalmente il.; 18 x 26 cm. Curadoria: Luiz Gustavo Carvalho Texto também em inglês. Catálogo da exposição realizada na CAIXA Cultural SP, São Paulo, de 30 de maio a 29 de julho de 2018 e na CAIXA Cultural Recife, Recife, de 22 de agosto a 21 de outubro de 2018. ISBN: 978-85-66122-08-4 1.Arte contemporânea – Obras ilustradas. 2. Fotografia – Estados Unidos – Exposições. I. Carvalho, Luiz Gustavo. II. Adams, Mac. III Ars et Vita. IV. Título

Curadoria

Projeto de iluminação

Curatorship

Lightening

Luiz Gustavo Carvalho

Antônio Mendel

Produção executiva

Comunicação visual

Executive direction

Visual Communication

Maria Vragova

Olho Digital

Direção financeira

Molduras

Financial direction

Frames

Marcos Antônio Miranda

Van Gogh Molduras

Projeto gráfico

Impressão das fotografias

Graphic design

Printing

Marcello Kawase

Artmosphère (impressões em / printed on

Revisão

- papel Hahnemühle Photo

Revision

Rag Baryta 315)

Flávio Britto Fotografias Tradução

Photographies

Translation

Mac Adams

Flávio Britto

Camila Yumi

Assessoria de imprensa

Parceria

Public Relations

Partners

Bárbara Chataignier

GB Agency

Montagem

Agradecimentos

Exhibition’s setting

Acknowledgements

KBedim Montagem e

Filmes Cerri, Nikkey

Produção Cultural

Palace Hotel, Fabíola

Kazuhiro Bedim

Notari, Flávia Cerri, Luiz

Fábio Martins

Rodrigo Cerqueira , Mac

Kledir Pereira

Adams, Nathalie Boutin, Svetlana Ruseishvili.

CAIXA Cultural São Paulo Praça da Sé, 111 - São Paulo/SP CEP 01001-001 (11) 3321-4400 CAIXA Cultural Recife Avenida Alfredo Lisboa, 505 - Recife/PE CEP 50030-150 Tel.: (81) 4525 1915 Prefira transporte público

MAC ADAMS

SOMBRAS MISTERIOS Família tipográfica FF Meta Pro e Headign Pro Papel Munken pure Impressão Ipsis

Distribuição gratuita. Comercialização proibida.

SARBMO SOIRETSI E

Produção

ISBN 978-85-66122-08-4

Patrocínio

GOVERNO FEDERAL