24-04-2015 | Ípsilon
Pág: 31
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,70 x 31,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
O que o trabalho diz
de uma pessoa, de uma terra, de um povo Labor #2 leva o Teatro do Vestido a seis municípios com o propósito de desenterrar diferentes realidades laborais. A primeira paragem desta História feita de pessoas concretas acontece dia 29, no Barreiro.
Gonçalo Frota
A
s pessoas, as pessoas, as pessoas. Pelo meio, os factos históricos, claro, mas sem o peso das narrativas oficiais que dizem como foi (mesmo a quem esteve lá). No Teatro do Vestido revive-se através da memória alheia, por mais esburacada, arruinada ou enevoada que esteja. A História aqui, lá por se fazer com uma soma de agás minúsculos, lá por ser uma manta de pequenos relatos que não chegam às academias, não é coisa menor. Nos “palcos” do Teatro do Vestido, ouve-se aquilo que fica à margem, ouve-se a memória que carregamos connosco mais do que num pesado volume de História ou numa desenrascada e anónima entrada da wikipédia. A História oficial não nos costuma dar conta dos indivíduos, não nos diz em que andava a cabeça da dona Olga ocupada durante as greves dos operários, não nos diz que João e Artur Rezende eram irmãos, ambos fotógrafos, cada um especializado em grupos de diferentes posses financeiras. A História entretém-se e distrai-se com a narrativa maior, a dos grandes movimentos sociais, e desinteressa-se amiúde daqueles que não protagonizaram nada. “Embora os historiadores trabalhem por vezes sobre outras pequenas histórias”, diz Joana Craveiro,
Labor #2 inicia no Barreiro uma visita guiada a territórios míticos do trabalho em Portugal; seguem-se a Moita e Sesimbra JOÃO TUNA
ID: 58970088
Tiragem: 36756