Memorial do Café: projeto de requalificação da Fazenda Elídio Sanglard em Manhumirim/MG - PARTE 2

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MEMORIAL DO CAFÉ

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA FAZENDA ELÍDIO SANGLARD EM MANHUMIRIM / MG ALUNO: ARTHUR ZANUTI FRANKLIN ORIENTADOR: PROFESSOR ÍTALO ITAMAR CAIXEIRO STEPHAN CO-ORIENTADOR: PROFESSOR LUIZ FERNANDO REIS


Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas Departamento de Arquitetura e Urbanismo ARQ 399 - Trabalho de Conclusão de Curso II

Memorial do Café: projeto de requalificação do patrimônio arquitetônico da Fazenda Elídio Sanglard em Manhumirim/MG Segunda etapa do Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentada ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências da disciplina ARQ 399 - Trabalho de Conclusão de Curso II, que tem por objetivo avaliar o desempenho do aluno ao longo do segundo semestre letivo de 2017, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Aluno: Arthur Zanuti Franklin / Matrícula: 77377 Orientador: Professor Ítalo Itamar Caixeiro Stephan Co-orientador: Professor Luiz Fernando Reis Viçosa MINAS GERAIS - BRASIL Dezembro de 2017


Agradecimentos: É chegada a hora de encerrar esta jornada que durou aproximadamente um ano, é chegada a hora de encerrar este percurso que durou cinco anos e que só tenho a agradecer. Primeiramente a Deus, sem Ele nada disso seria possível. A minha mãe pelo cuidado e paciência e meu pai pelo investimento. À Nyuu, pelo seu amor puro que somente um cão pode oferecer a seu dono. Aos parentes de Manhumirim e de Lafaiete, eu sei a importância que essa Fazenda tem para nós e foi uma responsabilidade imensa propor um projeto em cima desse nosso patrimônio. Ao tio Miltinho e Tio Dim, que me ensinaram, em sua forma mais simples, a amar nossa Fazenda. Aos amigos Gabriel, Marina e Sabrina, principalmente pelas dicas construtivas e os tutoriais de Vray. Ao meu amigo Caio, que quando eu precisava de ajuda no SketchUp, ele me socorria. Ao meu orientador Ítalo Stephan, pela transmissão de todo conhecimento, cordiais conversas e boas bandas de rock progressivo. Ao meu grande mestre, pai de consideração, amigo e co-orientador deste trabalho, Luiz Fernando Reis, que me acolheu desde o início do curso, apostou em mim, me ofereceu ótimas oportunidades acadêmicas e uma amizade ímpar. Aos professores Túlio e Megg, pela visão externa que sempre contribuiu muito com o andamento deste trabalho. Aos professores que me acompanharam nestes anos de curso, os ombros de vocês me apoiaram e me ajudaram a crescer. Ao DAU, à UFV e Viçosa, por tornar este sonho possível. Este trabalho não seria o mesmo sem vocês. Espero que possam continuar caminhando comigo por muito tempo nesta infinita, esquisita mas ao mesmo tempo tão bonita, highway.

Pra frente sem olhar pros lados O passado pra ensinar Pra sempre é tempo pra caramba Nem sempre tudo é pra já Humberto Gessinger


Sumário

Lista de figuras

Agradecimentos................................................................................................03

Imagem 01: Banner de um encontro de cafeicultores em Manhumirim. Fonte: acervo do autor.

08

Lista de figuras...................................................................................................04

Imagem 02: Imagem 15: Dia da cidade em 2017: Fonte: SANGLARD, Aguida.

08

Imagens 03 - 06: Patrimônios de Manhumirim. Fonte: acervo do autor.

Imagem 09: Fazenda em 1979. Fonte: ZANUTI, Sandra R. Sanglard.

09 . 10 . 10 . 10

Imagens 10 - 12: Conjunto Fazenda Elídio Sanglard. Fonte: acervo do autor.

11

Apresentação....................................................................................................05

.

Imagem 07: Vista parcial Córrego Pirapetinga. Fonte: acervo do autor. Editado pelo autor. Imagem 08: Fazenda na década de 30. Fonte: CATHERINGER, Honoraldino.

Preliminares do projeto.....................................................................................07 1. O município de Manhumirim / MG................................................................08 1.1. A estrutura urbana e social.................................................................08 1.2. Patrimônio cultural............................................................................09 2. Fazenda Elídio Sanglard.................................................................................10

12 , 14 , 16 - 47 . 08 .

Imagens 13 - 16: Fotos internas do casarão. Fonte: acervo do autor. Imagens 17 - 18: Partido. Fonte: elaborado pelo autor. Imagens 19 - 111: Projeto. Fonte: elaborado pelo autor. Mapa 01: localização de Manhumirim na Zona da Mata: Fonte:<http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1607104>.

2.1. Situação e ambiência.........................................................................10

Mapa 02: imagem de satélite do município. Fonte: Google Maps. Adaptado pelo autor.

2.2. Histórico e intervenções interiores.....................................................10

Mapa 03: localização do acervo patrimonial dentro do município. Fonte: elaborado pelo autor.

2.3. Descrição..........................................................................................11

Mapa 04: expansão do Córrego Pirapetinga nos últimos 20 anos. Fonte: elaborado pelo autor.

08 . 09 . 10

2.4. Estado de conservação.......................................................................12

Mapa 05: proporção entre pastagens, lavouras e florestas. Fonte: elaborado pelo autor.

12

Mapa 06: uso e gabarito. Fonte: elaborado pelo autor.

13

Mapa 07: perímetro de proteção. Fonte: elaborado pelo autor.

13

Gráfico 01: comparação do PIB entre município, estado e união. Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil em síntese: Manhumirim. Disponível em: < http://www.cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/mg/manhumirim/panorama>.

08

Tabela 01: quadro síntese de intervenções. Fonte: elaborado pelo autor.

11

Tabela 02: especificação do paisagismo. Fonte: elaborado pelo autor.

17

Tabela 03: quadro de esquadrias. Fonte: elaborado pelo autor.

23

Tabela 04: especificação de materiais. Fonte: elaborado pelo autor.

23

Tabela 05: legenda simbologia detalhes. Fonte: elaborado pelo autor.

30

3. Entorno.........................................................................................................12 3.1. Análise e propostas para o entorno.....................................................12 3.2. Conceito e partido.............................................................................13 Projeto..............................................................................................................15 4. Projeto do conjunto.......................................................................................16 5. Detalhamento dos anexos..............................................................................24

Tabela 06: conservação e restauro dos problemas encontrados nas fachadas e piso. Fonte: elaborado pelo autor.

6. Restauração e conservação da Casa Principal................................................34 7. Bibliografia....................................................................................................48 ANEXO..............................................................................................................49 04 / 49

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APRESENTAÇÃO


Apresentação

A preservação do patrimônio cultural é uma forma principalmente de manter as histórias

Com isso, o objetivo deste trabalho é requalificar a Fazenda Elídio Sanglard, hoje uma

e memórias de determinado grupo social, população ou sociedade. Segundo a Carta de Atenas

fazenda utilizada pelos proprietários apenas em épocas festivas e em um estado de conservação

(1933), o patrimônio arquitetônico é uma forma de materializar a cultura de um tempo dentro da

ruim, devido ao alto custo de uma requalificação, em um Memorial do Café, que seria um espaço

sua permanente dinâmica:

dedicado a atrações culturais como exposições fixas e temporárias, ligada a temática do Café, além

A vida de uma cidade é um acontecimento contínuo, que se manifesta ao longo dos séculos por obras materiais, traçados ou construções que lhe conferem sua personalidade própria e dos quais emana pouco a pouco a sua alma. São testemunhos preciosos do passado que serão respeitados, a princípio por seu valor histórico ou sentimental, depois porque alguns trazem uma virtude plástica na qual se incorporou o mais alto grau de intensidade do gênio humano. Eles fazem parte do patrimônio humano, e aqueles que os detêm ou são encarregados de sua proteção, têm a responsabilidade e a obrigação de fazer tudo o que é lícito para transmitir intacta para os séculos futuros essa nobre herança. (CARTA DE ATENAS, 1933, p. 25)

de espaços para atividades práticas e dedicadas ao turismo e a população local, tornando-se assim o protagonista e o início da criação de um circuito cultural em Manhumirim, além do benefício de preservá-la para as futuras gerações.

Manhumirim, embora município de pequeno porte, é possuidor de um acervo arquitetônico relevante, com várias fazendas coloniais do século XIX, além de residências urbanas do início do século XX, caracterizando por um patrimônio eclético, destacando-se então o Seminário Apostólico Sacramentino, imponente construção neoclássica, utilizada para formação de padres; a Igreja Matriz do Bom Jesus de Manhumirim, a primeira da América Latina construída exclusivamente em concreto armado e seguindo um estilo eclético. Porém, embora possua tantos atributos notáveis, percebe-se que sua população mantém-se distante de tal realidade, sem conhecer o que a cidade pode lhes oferecer, buscando opções de lazer e cultura nas cidades vizinhas como Manhuaçu ou nas grandes cidades, como Belo Horizonte e Vitória. Segundo Pollak (1989), para “manter a coesão dos grupos e das instituições que compõe uma sociedade”, são necessário objetos formadores de memória coletiva. Nas cidades, são principalmente as edificações, através do processo de simbolização. Um destes formadores de memória é a Fazenda Elídio Sanglard, uma fazenda tão importante não só para uma das principais famílias da cidade, mas também para os habitantes, com ligação a diferentes momentos da história de Manhumirim e, uma vez que passe por uma requalificação, pode vir a se tornar um elo entre patrimônio arquitetônico, imaterial e cultural da cidade. Tal ligação pode marcar o início de uma autoestima de uma população que não encontra facilidades em compreender sua história e memória.

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PRELIMINARES DO PROJETO


1. O município de Manhumirim / MG 1.1. A estrutura urbana e social Manhumirim é um munícipio de caráter rural situado na mesorregião da Zona da Mata, na microrregião de Manhuaçu, localizado no leste de Minas, estando a 300 km de Belo Horizonte e 250 km de Vitória. Sua área é de 295 km2. O seu relevo é montanhoso em 70% de seu território. Sua ocupação deu-se em um vale estreito, dificultando seu crescimento e fazendo com que a expansão recente e sem planejamento criasse situações de risco para a população, estimada em 22 683 habitantes (2016).

Gráfico 01: comparação do PIB entre munícipio, estado e União. Fonte: IBGE Cidades.

O munícipio é um dos únicos do país que produz os dois tipos do grão (arábica e robusta conilon). Em 2010, Manhumirim vendeu aproximadamente 20 milhões de reais do produto para o mercado. O café está tão enraizado na cultura do munícipio que, no dia da cidade, em 2017, o grão foi homenageado pelas escolas, em desfile cívico, reconhecendo-se assim, a sua importância. Mapa 01: localização de Manhumirim na Zona da Mata. Fonte: Skyscrapercity.com. Mapa 02: imagem de satélite do município. Em roxo, a mancha urbana, em laranja, as áreas de expansão. Fonte: Google Maps. Adaptado pelo autor.

Enquanto a população total aumenta, a população rural diminui. Nas últimas décadas, ocorreu um decréscimo de 1,40%, migrando para a cidade. Em 2016, a estimativa é que 80% já vivia na zona urbana. (IBGE, 2010). A quantidade de trabalhadores rurais aumentou em 16%, o que mostra uma mudança nas relações de trabalho, incrementando o número de pessoas que residem na cidade mas se deslocam diariamente para o campo. A zona urbana apresenta um assentamento de padrão médio e alto, com indícios de verticalização na área central. Nas encostas e próximo a zona rural, encontram-se ocupações de baixa renda, com padrão construtivo precário (autoconstrução, sem materiais de acabamento, telhado de fibrocimento e domicílios pequenos para famílias grandes).

Imagem 01: banner de um encontro de cafeicultores em Manhumirim. Fonte: acervo do autor. Imagem 02: dia da cidade em 2017. Fonte: SANGLARD, Aguida.

A maior parte do PIB do munícipio vem de serviços e em segundo, a parcela ligada a agropecuária. A cidade se destaca pela produção de café. 08 / 49


1.2. Patrimônio cultural Manhumirim caracteriza-se por um grande acervo patrimonial (não só arquitetônico, mas também ligado aos sítios naturais e bens imateriais). No mapa a seguir, tem-se situados todo o acervo patrimonial do munícipio, dividido por categorias.

Imagem 03: Fazenda Fortunato. Fonte: acervo do autor. Imagem 04: Fazenda do Quartel. Fonte: acervo do autor. Imagem 05: Armazéns da IBC. Fonte: acervo do autor. Imagem 06: Seminário Apostólico. Fonte: acervo do autor. Mapa 03: localização do acervo patrimonial dentro do munícipio. Fonte: elaborado pelo autor.

As fazendas, em sua maioria, datam do final do século XIX e início do século XX, chegando a 24 conjuntos mapeados. Além da variedade dos estilos, predominantemente colonial e neoclássico, tem-se diversidade na questão do porte e no estado de conservação. O método construtivo de vedação costumeiramente foi o pau-a-pique, com estrutura em madeira braúna e telhas de barro.

Como patrimônio imaterial, destaca-se a forma manual da colheita do café, que mantém viva uma cultura, desde a colheita, ou “panha”, como os moradores da cidade conhecem o processo, até sua torrefação. O munícipio de Manhumirim, tem participação em vários momentos da história do país, sendo seu patrimônio das mais diversas épocas e permanecendo em partes conservado.

Na cidade destaca-se o Seminário Apostólico, de caráter neoclássico maneirista, a Igreja de Bom Jesus, a primeira em concreto armado da América Latina e os armazéns de café da IBC, que encontram-se abandonados.

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2. Fazenda Elídio Sanglard 2.1. Situação e ambiência A fazenda Elídio Sanglard está localizada às margens do Córrego Pirapetinga. A fazenda é um conjunto arquitetônico rural, restando três edificações (casa principal, um pequeno armazém e o curral). O paiol e o engenho foram demolidos. Não há nenhuma medida protetiva legal como tombamento por parte da prefeitura, Estado ou União. A fazenda está localizada em zona rural, embora pela legislação municipal, já seja considerada área urbana, sendo uma das zonas de expansão da cidade. Fenômeno este sendo confirmado pela

Vila criada na década de 2000 Comércio de retirada de areia

presença de edificações construídas na região nos últimos 20 anos.

Imagem 07: vista parcial Córrego Pirapetinga. Fonte: acervo do autor. Editado pelo autor.

2.2. Histórico e intervenções anteriores A fazenda Elídio Sanglard foi construída no final do século XIX. Elídio Sanglard a comprou em 1952, sendo o quarto proprietário. Embora seu nome “oficial” seja Fazenda Bom Fim, os manhumirienses a conhecem por Fazenda Elídio Sanglard. Em 1990, com seu falecimento, seu filho, Elídio Sanglard Filho ficou com a parte histórica e, com sua morte em 2011, sem deixar herdeiros, a fazenda passou para sua irmã mais velha, Maria Sanglard Zanuti.

Mapa 04: expansão no Córrego Pirapetinga nos últimos 20 anos. Fonte: elaborado pelo autor.

Em frente ao seu lote, há um comércio ligado à retirada de areia do Rio Pirapetinga, que utiliza-se de veículos automotores pesados como caminhões e escavadeiras para retirada do material. O mesmo afeta diretamente a fazenda, primeiro devido à alta velocidade dos veículos e segundo devido a seus gases poluentes.

Imagem 08: Fazenda na década de 30. Fonte: CATHERINGER, Honoraldino. Imagem 09: Fazenda em 1979. Fonte: ZANUTI, Sandra R. Sanglard

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A casa principal possuía os seguintes ambientes: três quartos, duas salas, uma cozinha, uma copa e um banheiro. A cozinha possuía uma escada de acesso para a parte baixa da casa, onde encontrava-se as tulhas de café e uma área de serviço. A partir de 1975, com a construção de parte anexa à casa para abrigar a nova cozinha, transformou-se a antiga cozinha em uma sala e uma das salas foi fechada em mais um quarto, sendo esta a reforma mais significativa feita na edificação principal. Outras reformas foram realizadas ao longo da vida do conjunto da Fazenda Elídio Sanglard, mas nenhuma que modificasse drasticamente suas características ou partes originais, sendo telhado, piso e paredes originais. QUADRO SÍNTESE DAS INTERVENÇÕES Ano

Descrição

1880-1890

Construção do casarão principal.

1952

Reforma geral da fazenda Construção do anexo da cozinha, rampas externas e ligações entre armazém e casa

1975

principal.

1980

Transformação de sala em quarto, levantando parede.

Década de 1980

Melhoria na estrutura, caiação das paredes, modificação de pequenas peças do telhado.

Década de 2000

Acréscimo do forro de telhas de fibrocimento.

2011

Demolição do engenho e do paiol (divisão de terras)

2013

Reforma da escada externa e varanda.

2014

Substituição do telhado do armazém devido a queda. Substituição do telhado interno por telhas metálicas e de fibrocimento devido a

2014

Imagem 10: edifificações marcadas e disposição no conjunto. Fonte: acervo do autor.

O anexo (1975) possui estrutura em concreto armado bem marcada em lajes, vigas e pilares, com vedação em tijolos maciços. O telhado é em estrutura de madeiras robustas com telhas de barro coloniais. A cobertura do anexo é em laje em concreto armado, sem impermeabilização. A varanda possui estrutura em braúna, com escada em madeira sem pintura e guarda-corpo em madeira, com desenhos regulares formados por losangos e elipses. Seu telhado é em telhas francesas. A planta possui forma retangular e seu piso interno é assoalho de madeira no segundo pavimento e parte em cimento grosso e parte em terra batida, no primeiro pavimento. O curral tem planta retangular, aberta, com estrutura em madeira braúna. Piso em cimento grosso e fechamento em tábuas. Telhado em duas águas com estrutura de madeira.

queda.

2015-2016

Criação de cinta de concreto ao redor da casa principal. Fundações de concreto armado.

Final do séc. XIX

1975

Tabela 01: quadro síntese de intervenções. Fonte: elaborado pelo autor.

2.3. Descrição A implantação conta com terreno poligonal de quatro lados regular, com área de 3120 m2. O terreno possui três edificações dispostas em linha, com a casa principal ocupando posição de destaque, na frente do conjunto, pequeno armazém em seguida e por último, o curral. A casa é de estilo colonial, assobradada e centralizada no terreno. Sua estrutura é em madeira

Imagem 11: contraste entre parte histórica e anexo. Fonte: acervo do autor. Imagem 12: parte do curral. Fonte: acervo do autor.

braúna. As paredes são em pau-a-pique caiadas de branco e esquadrias em madeira pintada na cor azul del-rey.

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3. Entorno 2.4. Estado de conservação O conjunto da Fazenda Elídio Sanglard encontra-se em bom estado de conservação, embora muito descaracterizado, devido as várias mudanças que ocorreram durante os anos. O curral teve as telhas cerâmicas trocadas por telhas de fibrocimento, mas manteve o caimento das águas, não passando por mais nenhuma alteração. O casarão é o que mais sofreu danos nos últimos anos, encontrando-se em estado de conservação regular. Em suas fachadas, há várias marcas de tempo, como as paredes caiadas em branco descascadas.

3.1. Análise e propostas para o entorno A Fazenda Elídio Sanglard localiza-se em uma área de características rurais, onde há o predomínio de dois tipos de produção agrícola: o café e o gado de leite. O café marca principalmente a paisagem do local, conforme mapa a seguir, que mostra, dentro do Córrego Pirapetinga, a divisão de terras em pastagens, lavouras cafeeiras e resquícios de Mata Atlântica. Pelo mapa, percebe-se que a produção cafeeira e as pastagens de gado de leite se misturam principalmente nas encostas, enquanto a baixada proporcionada pelo vale é utilizada para habitação e terreiros.

Partes das vedações encontram-se descolando da estrutura e das janelas. Não há problemas em sua estrutura, a cobertura está com danos em suas peças de madeira. O interior da edificação não possui problemas estruturais, apenas algumas paredes descascando ou com pedaços faltantes, mas nada que comprometa a integridade física. A exceção de uma parede que foi construída em cima do piso de madeira, sem vigamento, o que fez com que a mesma cedesse devido à umidade, à falta de escoramento e aos problemas no telhado. O piso está em bom estado de conservação, com algumas tábuas soltas.

Mapa 05: proporção entre pastagens, lavouras e florestas. Fonte: elaborado pelo autor.

Já no quesito das edificações, as mesmas possuem 1 ou 2 pavimentos e o uso predominantemente é residencial, embora o comércio informal de produtos agrícolas seja comum ali, mas sem caracterizar um uso misto. Além das residências, há várias edificações de apoio, como galpões e armazéns, utilizados na produção agropecuária do Córrego Pirapetinga. Só há uma grande atividade no local, sendo este a retirada de areia do curso d’água. Imagem 13: piso da edificação principal. Fonte: acervo do autor. Imagem 14: estrutura de madeira e parte debaixo do piso. Fonte: acervo do autor. Imagem 15: parte do telhado que cedeu. Fonte: acervo do autor. Imagem 16: parede construída sem escoramento. Fonte: acervo do autor.

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Definiu-se um perímetro de proteção, composto pelos seguintes pontos: A - primeiro terreiro acima da Fazenda Elídio Sanglard; B - início da estrada da vila; C - final da estrada da vila; D - primeira visada da Fazenda na Rota Imperial; E – final do terreiro de José Sanglard; F - final do comércio de areia; G - final do terreno do conjunto da Fazenda Elídio Sanglard antes da divisão. B D

A C

G

E

F Mapa 06: usos e gabarito. Fonte: elaborado pelo autor.

A maioria destas construções são autoconstruídas, com materiais de qualidade precária. Manhumirim não possui Lei de Uso e Ocupação do Solo. Por convenção e por estar em um terreno grande, não será construído nada nas divisas, além do curral, que já se encontra ali. Por se tratar de uma área de APA, alguns parâmetros de sustentabilidade serão aplicados à obra: •

Obra rápida, limpa e com menor impacto na edificação principal;

materiais com selo de sustentabilidade:

será reflorestada uma área igual à área construída, em frente ao projeto, onde hoje se encontra

o comércio de retirada de areia: •

todas as árvores existentes, irão permanecer.

Mapa 07: perímetro de proteção. Fonte: elaborado pelo autor.

Dentro deste perímetro, ficará proibido desmatar as lavouras, as área de Mata Atlântica e realizar extração mineral. Qualquer edificação a vir ser construída, precisará de um estudo de impacto de vizinhança e aprovação do Conselho Municipal de Patrimônio.

3.2. Conceito e partido Os conjuntos de fazenda são considerados como um dos patrimônios da cultura brasileira. O conceito do projeto é o resgate da memória do conjunto da fazenda de café. Ou seja, o Memorial do Café é o museu da fazenda de café, que, por meio de exposições e experiências

Após essas análises, algumas propostas para o entorno da Fazenda Elídio Sanglard foram pensadas:

relacionadas a produção do grão em uma fazenda, permitirão que os visitantes compreendam de forma

real o seu cotidiano.

As vias para a Fazenda Elídio Sanglard serão alargadas quando possíveis, seguindo uma caixa

mínima de 7 metros. •

Veículos de grande impacto terão o trânsito desviado para outro trajeto.

Limite de velocidade também será estabelecido em 30 km/h.

Este tipo de conteúdo oferecido no Memorial do Café remete-se a uma categoria específica de museus, chamados de Museus de Sítio ou de Território. 13 / 49


Daí surge o museu de território: a musealização de um lugar, dando ênfase às relações culturais e sociais entre homem e território, valorizando processos naturais e culturais e não somente os objetos enquanto produtos da cultura.

de visitas guiadas. O anexo fará referencia ao antigo paiol do conjunto. Então, sua forma será uma releitura

Com isso, começa-se a delinear a forma do projeto: o destaque é o casarão, o coração do conjunto de fazenda cafeeira. As outras edificações irão “abraçar o mesmo”, sempre tendo mantendo o contato visual, de qualquer ponto que o visitante olhe, a edificação principal estará visível. O terreiro de café será mantido e continuará sendo utilizado para secagem dos grãos. As tulhas do casarão continuarão com sua parte de armazenagem e torrefação.

Demolir anexo de 1975

As lavouras, que servem de moldura para o conjunto também continuarão acessíveis por meio

contemporânea. Parte do curral será mantido e contará com a presença de animais produtores de leite, já que o gado de leite também é uma atividade econômica importante para a comunidade. A praça será o local de convergência dos espaços, assim como numa fazenda de café, as áreas externas o são.

Curral recebe administração

Construir novo anexo

Criar a praça, aproveitando do nível existente

Imagem 17: evolução do partido. Fonte: elaborado pelo autor.

Área cultural fazenda Área de produção Área funcionários Anexo a construir Partes a demolir 14 / 49 Imagem 18: esquema do conjunto setorizado. Fonte: acervo do autor. Adaptado pelo autor.


PROJETO


4. Projeto do conjunto

16 / 49

Área do terreno: 3120,00 m2 Área ocupada: 485,00 m2 Imagem 19: Implantação e paisagismo Escala 1:250

Área construída: 810,00 m2 Área do casarão: 200,00 m2

Área do curral a ser mantido: 60,00 m2 Área do anexo do curral: 100,00 m2 Área do anexo tipo “paiol”: 450,00 m2


O acesso principal de carros e pedestres ao Memorial do Café é feito pelo Norte, fazendo com

A praça possui o piso em pedra São Thomé, ótimo material para dissipar o calor, com caminhos

que a pessoa tenha uma visão lateral do conjunto. Há também um acesso para funcionários na mesma

determinados pelo estudo de fluxos que poderia ocorrer no local, estes delimitados por canteiros com

lateral, porém mais acima e um acesso pela Rota Imperial para veículos de trabalho rural como tratores

a presença de árvores, arbustos e gramíneas.

e pequenos caminhões (respeitando o perímetro de proteção).

O estacionamento é em piso intertravado permeável, com 8 vagas convencionais e 2 vagas para

Divide-se as áreas externas em: terreiro de café, jardim lateral ao terreiro, praça, estacionamento

pessoas com deficiência.

e jardim do estacionamento.

O jardim do estacionamento não se permite o acesso ao jardim, onde há a presença de árvores,

O terreiro de café é original do conjunto e todas suas características serão mantidas, incluindo

arbustos e gramíneas.

seu uso como espaço para secagem dos grãos. Seu piso é em placas de pedra revestidas com cimento grosso.

O conceito do paisagismo é o de memória, em que se empregou espécies vegetais típicas da região e que já estiveram presentes no conjunto.

O jardim lateral possui cinco palmeiras já plantadas no local. Acrescentou grama, deck e bancos, permitindo o acesso ao jardim, de onde se consegue a principal vista da Fazenda.

IMAGEM

NOME VULGAR Palmeira-imperial

NOME CIENTÍFICO Roystonea oleracea

ÉPOCA DE PLANTIO Já plantadas

QUANTIDADE 5

TIPO DE RAIZ Raiz axial

TIPO DE EXPOSIÇÃO Sol pleno

ADUBAÇÃO/ÁGUA Adubação a cada 3 meses e água a cada 15 dias.

Figueira-comum

Ficus carica

Final do inverno

1

Raiz fasciculada superficial e agressiva

Sol pleno

Goiabeira

Psidium guajava

Outono/inverno

4

Raiz axial

Sol pleno

Quatro adubações iniciais em 30 dias e depois adubação anual. Água em épocas de estiagem. Adubação anual com esterco de boi. Média de 3,0 litros por pé semanais.

Cafezeiro

Coffea arabica L.

Período chuvoso

30

Raiz axial

Sol pleno

Bambu-de-jardim

Bambusa textilis gracilis

Primavera e verão

A cada metro na área especificada em projeto

Raiz axial

Meia-sombra; luz difusa

Bromélia

Aechmea blanchetiana

Qualquer época

7

Raiz axial

Sol pleno

Adubação semanal nos meses de calor – adubo químico em aspersão.

Grama São Carlos

Axonopus compressus

Período chuvoso

1000 m2

Raiz fasciculada

Meia-sombra; sol pleno

Correção do solo antes do plantio. Água por aspersão dia sim, dia não em épocas de seca e poda a cada 20 dias.

Adubação anual com round up, esterco de boi e a palha da colheita do grão. Não se água cafezeiros. Adubação com esterco de boi a cada 3 meses e irrigação semanal.

!

Tabela 02: Especificação do paisagismo

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Cortes esquemáticos

Os cortes esquemáticos do terreno mostram as diferenças de níveis e enfatizam a questão das circulações verticais e horizontais e Imagem 20: Corte A-B Escala 1:250

dos taludes criados para compor o projeto. O conjunto da Fazenda Elídio Sanglard já possuía níveis diferentes em sua implantação original, então optou-se

pela

manutenção

mesmos,

evitando

uma

dos

grande

movimentação de terra. Imagem 21: Corte C-D Escala 1:250

Os níveis do terreiro de café, do primeiro pavimento e do segundo pavimento do casarão e do curral foram mantidos e através deles que se definiu

a

questão

os

restantes,

principalmente do anexo releitura do paiol. Definiu-se a praça como nível Imagem 22: Corte E-F Escala 1:250

0.00 devido a uma questão simbólica da mesma demonstrar o local de encontro entre as três edificações e ser portanto, o ponto central do projeto. Ao visitar o Memorial, a maioria das alternativas de fluxos convergem ali.

Imagem 23: Corte G-H Escala 1:250

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Perspectivas do conjunto

Imagem 25: Acesso

Imagem 24: Vista aérea do conjunto

Na imagem 24 tem-se a vista aérea do conjunto, mostrando a diferença de níveis e a forma de locação das edifições no terreno. Na imagem 25, mostra onde se localiza a entrada de pedestres e de veículos, com a casa em primeiro plano e o anexo ao fundo. Na imagem 25, enfatiza-se o estacionamento, em piso intertravado, com o curral ao fundo, os taludes e a cerca.

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Imagem 26: estacionamento


Perspectivas do conjunto

Imagem 27: parte inferior

Imagem 29: Vista de frente

Na imagem 27 tem a parte inferior (nível -2.86) do conjunto, evidenciando o ambiente construído abaixo das passarelas e a escada principal que dá acesso à praça, ela possui alguns pisos, que ao se unirem, formam áreas de descanso. Na imagem 28, mostra a praça, com piso em Pedra São Thomé, seu mirante e o Casarão ao fundo. Na imagem 29, tem a vista frontal do conjunto, mostrando as fachadas que são vistas pela Rota Imperial a partir do terreiro de café, este que além de manter a produção nas épocas de colheita, pode ser usado também para atividades culturais no memorial.

Imagem 28: praça

20 / 49


Plantas baixas

21 / 49

Após a entrada no memorial, você chega na parte inferior, onde tem a escada para subir para praça ou um dos acessos para o casarão e para o anexo. Um dos conceitos do projeto é esse fluxo livre, em que o visitante pode escolher o caminho que

deseja

fazer,

sem

sentir-se

obrigado a percorrer algo fixo. No

casarão,

o

primeiro

pavimento que antes abrigava as tulhas de café e um depósito, agora possui uma área de torrefação do grão, com uma parede envidraçada para

que

os

visitantes

possam

acompanhar o processo e um hall, local

onde

começam

as

exposições. Foi instalado também a circulação

vertical,

sendo

uma

escada e uma plataforma elevatória. No anexo, este andar fica localizado também um hall, com circulação vertical igual à da casa, além de um foyeur, banheiros e um auditório para 102 lugares e 3 cadeirantes. Nos fundos, localiza-se a casa do lixo e o acervo técnico, local onde abriga obras que não estão expostas.

Imagem 30: Planta baixa 1o pavimento Escala 1:125


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Plantas baixas No segundo pavimento, há a praça que une os três edifícios do conjunto, sendo que o anexo inspirado no paiol e o curral se localizam em volta do casarão, para que o mesmo esteja sempre visível. No casarão, encontra-se os móveis originais da Fazenda, a réplica dos quartos e uma réplica da sala de jantar. O curral, uma parte terá seu uso original, servindo para abrigo de animais e a parte nova, localiza-se as áreas de funcionários, como a administração, vestiários e copa. O anexo já possui uma sala de exposições, um café/restaurante, a cozinha e banheiros.

Imagem 31: Planta baixa 2o pavimento Escala 1:125


Cobertura, quadro de esquadrias e especificação de materiais

Esquadria J1

Largura (m)

Altura (m)

Peitoril (m)

Tipo

Caixilho

Fechamento

5,68

3,36

J2

7,84

2,10

0,00

7 folhas fixas de (0,78 x 3,36) metros. Vidro transparente esp. 4 mm

Alumínio

Folha Fixa

0,00

10 folhas fixas de (0,78 x 2,10) metros. Vidro transparente esp. 4 mm

Alumínio

J3 J4

0,60 6,05

Folha Fixa

0,80 7,26

1,63 0,00

1 folha. Vidro jateado esp. 3 mm 12 folhas fixas de (1,70 x 2,20) metros. Vidro transparente esp. 4 mm

Alumínio Alumínio

Pivotante horizontal Pivotante horizontal

J5 J6

3,85

2,80

0,00

5 folhas fixas de (0,78 x 2,80) metros. Vidro transparente esp. 4 mm

Alumínio

Folha Fixa

0,60

0,80

2,10

1 folha. Vidro jateado esp. 3 mm

Alumínio

Pivotante horizontal

J7 J8 J9

0,60 0,60 0,81

1,20 0,80 0,90

1,20 2,00 0,86

1 folha. Vidro transparente esp. 3 mm 1 folha. Vidro jateado esp. 3 mm Ripas de madeira sem pintura.

Alumínio Alumínio Madeira

Pivotante horizontal Pivotante horizontal Fixa

J10

0,80

1,60

0,90

2 folhas de tábua pintura esmalte azul del-rey

Madeira

Janela de abrir de eixo vertical

J11 J12 J13 J14 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21

0,65 1,80 0,52 1,80 0,82 1,62 0,87 3,85 3,55 0,80 0,90 0,80 1,00 0,90 1,20 2,00 1,00 2,65 2,65 0,80 2,42 2,09 0,90 0,80 1,30

1,60 1,60 1,60 0,80 2,00 1,82 2,10 2,50 2,25 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 2,10 3,10 3,10 2,10 3,36 2,10 3,36 2,10 3,36 2,10 2,40

0,90 0,90 0,90 2,10 -

1 folha de tábua pintura esmalte azul del-rey 1 folha de tábua pintura esmalte azul del-rey 1 folha de tábua pintura esmalte azul del-rey 2 folhas. Vidro jateado esp. 3 mm Madeira pintura esmalte azul del-rey Porta do curral, em tábuas de madeira sem pintura. Madeira pintura esmalte azul del-rey Esquadria em alumínio. Vidro transparente esp. 4 mm Esquadria em alumínio. Vidro transparente esp. 4 mm Prancheta com laca branca Prancheta com laca branca Prancheta com laca branca Fibra cerâmica revestida em madeira com laca branca Prancheta com laca branca Fibra cerâmica revestida em madeira com laca branca Prancheta com laca branca Prancheta com laca branca Prancheta com laca branca Esquadria em alumínio. Vidro transparente Vidro temperado esp. 8 mm Esquadria em alumínio. Vidro transparente Esquadria em alumínio. Vidro transparente esp. 4 mm Prancheta com laca branca Porta de metal com vedação de borracha Correr – 1 folha

Madeira Madeira Madeira Alumínio Madeira Madeira Madeira Alumínio Alumínio Madeira Madeira Madeira Fibra Madeira Fibra Madeira Madeira Madeira Alumínio Alumínio Alumínio Alumínio Madeira Metal Alumínio

Janela de abrir de eixo vertical Pivotante horizontal Janela de abrir de eixo vertical Correr Abrir - 3 folhas de madeira Abrir Dupla - 4 folhas de madeira Camarão – 8 folhas Camarão – 8 folhas Abrir – 1 folha Abrir - 1 folha Abrir – 1 folha Correr- 2 folhas Correr – 1 folha Vai e vem – 2 folhas Correr – 2 folhas Correr – 2 folhas Correr – 2 folhas Camarão – 6 folhas Abrir – 1 folha Camarão – 6 folhas Camarão- 4 folhas Correr – 1 folha Abrir – 1 folha Correr – 1 folha

Tabela 03: Quadro de esquadrias 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8

Imagem 32: Planta de cobertura Escala 1:250

A cobertura do curral e da casa consistem em telhas de barro coloniais, originais da Fazenda, enquanto os anexos possuem cobertura em placa cimentícia

1 2 3 4 5

impermeável. Há dois lanternins no anexo “paiol” para ajudar na ventilação já que suas fachadas recebem sol do oeste e norte. Para alívio, então, da carga térmica, acrescentou-os.

PISO (representado em planta pelo círculo) Tábuas de madeira sem especificação, originais do casarão, rústica e sem verniz. Porcelanato esmaltado, dimensões 20x120 – acetinado. Sugestão: modelo Giardino, cor WH, marca Portinari Porcelanato esmaltado, dimensões 50x50 – acetinado, resistência a abrasão PEI 4 ou superior, limpeza com água e detergente. Sugestão: modelo Colori, marca Portinari Porcelanato esmaltado, dimensões 50x50 – acetinado. Sugestão: modelo Detroit, cor OFW, marca Portinari Cimento grosso original, sem alterações. Porcelanato esmaltado, dimensões 20x120 – acetinado. Sugestão: modelo Giardino, cor BE, marca Portinari Cerâmica esmaltada, dimensões 43x43 – PEI 5, baixa absorção, limpeza fácil. Sugestão: modelo 4336, marca Ceral Pedra São Thomé, antiderrapante, dimensões irregulares. PAREDE (representado em planta pelo triângulo equilátero) Pau-a-pique caiada de branco. Drywall pintura fosca branca ou similar. Sugestão: cor cetim, marca Suvinil. Porcelanato esmaltado, dimensões 50x50 – acetinado, resistência a abrasão PEI 4 ou superior, limpeza com água e detergente. Sugestão: modelo Colori, marca Portinari Porcelanato técnico, dimensões 60x60 – polido. Sugestão: modelo Tekton, cor WH, marca Portinari Drywall pintura fosca café com leite. Sugestão: cor choconhaque, marca Suvinil Tábuas de madeira sem especificação, originais do curral, rústica e sem verniz Cerâmica esmaltado, dimensões 43x43 – PEI 5, baixa absorção, limpeza fácil. Sugestão: modelo 4336, marca Ceral Carpete cinza escuro. TETO (representado em planta pelo quadrado) Forro de madeira rústica, inclinado. Sugestão: marca Parket Drywall pintura fosca branca ou similar. Sugestão: cor cetim, marca Suvinil Forro de gesso cartonado Telhado aparente e original do curral Tábuas de madeira sem especificação, originais do casarão, rústica e sem verniz.

!

Tabela 04: Especificação de materiais

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5. Detalhamento dos anexos telha de barro colonial

O curral possui estrutura em madeira braúna na cor preta, com calha em aço galvanizado

fundações em madeira rasa, piso em cimento grosso. Sem vedação, apenas com fechamento também em madeira e porteiras. O telhado é duas águas, em madeira não especificada, todo aparente.

ripas caibros

placas cimentícias impermeáveis para vedação

A parte elétrica será colocada, utilizando-se das tesouras para passar a fiação. Prever a criação de um ponto de água para que facilite no

tesouras em madeira

cuidado aos animais. Pensa-se em colocar no máximo, 3 cabeças de gado no curral. O acréscimo do curral e o anexo “paiol” possuem estrutura

estrutura e vedação em madeira

metálica (aço CA-50) na cor branca, com fundações em concreto armado. Vedação externa com placas cimentícias, incluindo telhado e acabamento. Vedação interna em drywall (RU) 20 mm e entre as placas, tanto do drywall, quanto as cimentícias, incluir duas camadas de painéis de lã de

estrutura de aço em pórticos

rocha de densidade 32 kg/m3. Imagem 36: perspectiva explodida curral

Imagem 33: Corte W-X Escala 1:50

Imagem 34: Corte Y-Z Escala 1:50

24 / 49 Imagem 35: Corte U-V Escala 1:50


Imagem 44: Detalhe D (parede) Escala 1:05

Imagem 41: Detalhe C (lanternim) Escala 1:05 Imagem 42: Detalhe B (calha) Escala 1:10

Lanternim

Imagem 43: Detalhe A (cobertura verde) Escala 1:10 Placa cimentícia impermeável

Calha em aço galvanizado Forro em dry-wall

estrutura de aço em pórticos

Imagem 40: perspectiva explodida anexo Janela fachada frontal (J4)

Imagem 37: Corte O-P Escala 1:50

Imagem 38: Corte Q-R Escala 1:50

Imagem 39: Corte S-T Escala 1:50

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Perspectivas internas

Na imagem 45, mostra-se o

auditório,com

piso

em

porcelanato, paredes revestidas por carpete cinza escuro, palco construído em alvenaria com revestimento

em

madeira,

poltronas na cor vinho teto em gesso

com

luminárias

de

semi-embutir. Na imagem 46, tem-se uma perspectiva noturna do hall e acolhimento, com foyeur ao fundo, formando uma área de espera. Também há a escada, com estrutura metálica, piso em Imagem 45: auditório

Imagem 46: hall

madeira

e

guarda-corpo

em

vidro. Na imagem 47, há a sala de exposições, que é pensada para

possuir

temporárias.

Na

exposições cena

foi

montada uma exposição sobre a trajetória do café e sua história. Na imagem 48 tem o bar/restaurante, o mesmo foi pensado para possuir algumas mesas internas, além de mesas externas, um balcão por onde é feito o atendimento e um fogão a lenha, que pode ser utilizado como local de self-service.

Imagem 47: sala de exposições

Imagem 48: restaurante

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Banheiros e vestiรกrio

27 / 49

Imagem 49: Planta banheiro anexo 1o pavimento Escala 1:25

Imagem 50: Planta banheiro anexo 2o pavimento Escala 1:25

Imagem 51: Planta vestiรกrios Escala 1:25


Banheiros e vestiรกrio

Imagem 52: Vista 01 Escala 1:25

Imagem 53: Vista 02 Escala 1:25

Imagem 54: Vista 03 Escala 1:25

Imagem 57: Detalhe E (rodapia) Escala 1:05

Imagem 55: Vista 04 Escala 1:25

Imagem 56: Vista 05 Escala 1:25

Imagem 58: Detalhe F (peitoril) Escala 1:05

28 / 49


Cozinha

Imagem 59: Planta cozinha Escala 1:25

Devido a pouca área para a cozinha, optou-se pela criação de um ambiente compacto e com o mobiliário embutido. O fluxo inicia-se nos vestiários, que mesmo em outro edifício, possuem ligação direta com a cozinha, a uma distância de 4 metros, com uma cobertura. Nela, o preparo começa na pré-lavagem e armazenagem dos alimentos no armário de mantimentos, depois, há a área de cocção e a copa, onde é feito o empratamento. Na copa há um armário que serve para recebimento de louças sujas, lavagem e armazenagem das louças limpas. A iluminação e ventilação são realizadas por meio de três janelas (J14) e há também a coifa, para evitar acúmulo de vapores do preparo dos pratos.

29 / 49


Cozinha

30 / 49

Imagem 60: Vista 06 / Escala 1:25 GA LU VE PPT SA ES1 ES2 LE LV PP PE - BG BS1 BS2 DH BH - BV VD MI CH1 TAQ - TAF PTB PS1 RS BIR TM LA FO RE CO TAN LF

LEGENDA: Forro em gesso acartonado Luminária de teto de embutir Alloy Redondo metal branco 1 lâmpada bivolt Verga e contravergas em concreto armado pré-fabricada (portas e janelas) Dispenser para papel toalha Folha Plástico Glass Premisse Dispenser para sabonete líquido Plástico 400 ml Compacta Premisse Espelho Liso Reflexivo 5mm sob medida 60 x 90 cm sem moldura Espelho Liso Reflexivo 5mm sob medida 40 x 90 cm sem moldura Cuba de embutir cerâmica oval gelo 16x48,5x37,5cm Deca + Torneira para Pia de Banheiro Bica Alta Cromado 2195C43 Romar + Granito Clair Lavatório Suspenso Canto 39,50x29x12,50cm Branco Celite + Torneira para pessoa com deficiência acionamento por alavanca Deca 1173 Porta Papel Higiênico Metal Simples SmartLock Flat Sensea Granito clair Bacia para banheiro PCD com abertura segundo NBR9050 DECA cor branca Bacia sanitária Toto Vespin cor branca Ducha Higiênica Metal 1,20m Alpha Sensea Barra de Segurança Metal 80cm Válvula de Descarga Cromada 50mm ou 1.1/2" Hydra Duo Deca Mictório Toto Lloyd cor branca Chuveiro Elétrico 6800W Tradição Lorenzetti Acabamento para Registro Deca cromado Wish Deca Porta Toalha de banho em barra SmartLock Flat Sensea Porta Shampoo de canto SmartLock Flat Sensea Ralo Quadrado em aço inox (15x15) cm Equation Cuba de Cozinha Simples 18x34x56cm Franke Torneira com misturador para Pia de Cozinha Bica Alta cromado Agile Romar Lavatório Suspenso Sabará 32x42x16,50cm cinza claro Icasa + Torneira com sensor bica baixa cromado Docol Fogão Industrial 4 Bocas com Forno Venâncio Geladeira e refrigerador comercial Inox 2 portas cegas Frilux Coifa Ilha Inox Suggar Granada 90cm 3 Velocidades Tanque Simples Retangular Louça Branco 22L Sensea Luminária de teto de sobrepor para 2 lâmpadas fluorescentes Pantoja&Carmona cor branca dimensões (6x14x75) cm Tomada baixa Tomada média Tomada alta (para chuveiro) Interruptor simples Interruptor three-way

Imagem 61: Vista 07 / Escala 1:25

! ! !

Tabela 05: Legenda simbologia detalhes


Escada

A escada do anexo mescla três materiais, o aço, que também está presente em sua estrutura, o vidro, presente em suas fachadas, responsável pela transparência e a madeira, estrutura do casarão e mobiliário. A combinação estes materiais faz uma escada contemporânea mas uma releitura das escadas dos casarões, presente inclusive na varanda da Fazenda Elídio Sanglard. A escada acrescida no casarão segue o mesmo design desta, detalhada abaixo, fazendo com que haja uma unidade entre os elementos do

Imagem 63: Detalhe G (encaixe corrimão) Escala 1:02

Imagem 64: Detalhe H (encaixe guarda-corpo e piso) Escala 1:02

projeto.

Imagem 61: Planta da escada Escala 1:25

Imagem 62: Corte A’-B’ Escala 1:25

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Balcão do bar

Imagem 66: Vista frontal Escala 1:25

Imagem 67: Corte Escala 1:25

O balcão do bar também é de madeira, com áreas em alvenaria, revestidas com madeira e parte molhada em granito. Ela esconde-se parcialmente abaixo do pranchão de madeira, fazendo com que quem está sentado não consiga ver a pia. Há também um armário que fica suspenso por meio de três cabos de aço, com iluminação em led embutida.

Imagem 65: Planta balcão do bar Escala 1:25

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Esquadrias

Imagem 68: Detalhe P11 Escala 1:25

Imagem 70: Detalhe J4 Escala 1:50

Imagem 73: Detalhe K (caixilho) Escala 1:05 Imagem 69: Detalhe P10 Escala 1:25

Imagem 71: Detalhe I (trilho superior) Escala 1:05

Imagem 72: Detalhe J (trilho inferior) Escala 1:05

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6. Restauração e conservação da Casa Principal

Imagem 74: Planta modificações Casa Principal (1o pavimento [nível -2.86]) Escala 1:50

Paredes a demolir

Paredes a construir

Paredes a manter

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Imagem 75: Planta modificações Casa Principal (2o pavimento [nível 0.03]) Escala 1:50

Paredes a demolir

Paredes a construir

Paredes a manter

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Cortes e detalhes Estrutura em madeira braúna na cor preta, original, com fundações em

Foram acrescentadas vigas metálicas nos locais onde se removeram as

concreto armado, adicionadas posteriormente. Vedação em pau-a-pique,

paredes, para que a sustentação do telhado não ficasse comprometida.

esquadrias em madeira não especificada pintadas na cor azul del-rey, telhado em

No piso, deixou-se a marcação natural da remoção das paredes, não

madeira, híbrido, com peças originais em madeira não especificada e peças novas

escondendo assim, a intervenção realizada.

em madeira parajú. Acréscimo de manta duralfoil e forro em madeira,

A

acompanhando a inclinação dos caibros.

vertical

ficou

concentrada

na

antiga

copa,

onde

acrescentou-se um pilar central em concreto armado, fixando-se assim a

A parte elétrica será substituída, utilizando-se das tesouras para passar a

plataforma elevatória e a escada, metálica e pré-fabricada, seguindo mesmo

fiação. Toda a parte hidráulica foi removida.

modelo do anexo.

As paredes que foram removidas foram construídas sem vigamento

Optou-se por modificar menos possível a Casa Principal para que o

embaixo e por isso, estavam cedendo e comprometendo a estrutura da fazenda.

conceito de museu da fazenda de café fosse atendido, demonstrando da forma Imagem 79: Detalhe L (beiral) Escala 1:10

Imagem 76: Corte I-J Escala 1:50

circulação

Imagem 80: Detalhe M (telhado) Escala 1:10

Imagem 77: Corte K-L Escala 1:50

Imagem 81: Detalhe N (piso) Escala 1:10

Imagem 82: Detalhe O (canaleta) Escala 1:10

Imagem 78: Corte M-N Escala 1:50

mais fidedigna possível como era a vida ali. As pequenas modificações são apenas

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Esquadrias

Imagem 83: Detalhe J12 Escala 1:25

Imagem 84: Detalhe P3 Escala 1:25

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Mapas de danos (Fachadas)

4

8 1

3

6

2

5 9

Imagem 87: Fachada Oeste Escala 1:50

Imagem 86: Fachada Norte Escala 1:50

7

10

Imagem 88: Fachada Sul Escala 1:50 1

Parede exposta

Madeira sem pintura

Parede descolando da estrutura

Parede descascando, segunda camada

Batente da janela removido

Marca de infiltração

Ataque de agentes biológicos (cupim)

Sujeiras superficiais

Parede descascando superficialmente Optima

Imagem 85: Perspectiva Fazenda

1

3

5

7

9

2

4

6

8

10

5

Parede estufada por infiltração Rachadura superficial

Imagens 89 - 98: Detalhes danos

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Mapas de danos (Piso)

2

1

1

3

2

4

3

Imagens 100 - 103: Detalhes danos 4

Madeira afetada por cupim

Manchas de causa nĂŁo-identificada

Madeira afetada por cupim com aberturas aparentes

Aberturas aparentes sem causa identificada

Madeira estufada por umidade

Falhas naturais da madeira

TĂĄbuas soltas do vigamento

Rachaduras

Imagem 99: Mapa de danos piso de madeira 2o pavimento Escala 1:50

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Mapas de danos (Estudo dos problemas)

Problema Rachadura superficial

Especificação do problema Lesões ocorridas nas extremidades de vergas, contravergas e peitoris em posições opostas; lesões inclinadas nos panos de parede orientadas para o centro.

MAPA DE DANOS DAS FACHADAS Causas Apodrecimento de peças de madeira na direção horizontal (vigas e baldrames), movimento vibratório causado pelo intenso tráfego de veículos.

Perda de material junto a base da parede.

Falta de proteção do edifício contra a ação das chuvas, que correm sobre as superfícies das paredes e dissolvem o material; falhas na estrutura do pau-a-pique.

Ataque de agentes biológicos (cupins)

Estrutura de madeira com caminhos e sulcos por cupins.

Presença dos insetos no terreno; ninhos em árvores próximas; falta de iluminação nas peças em contato com paredes e pisos.

Batente da janela removido Parede descascando superficialmente

Apodrecimento das peças devido à umidade ou agentes biológicos. Descamação parcial ou total do filme da tinta do substrato; perda de parte da pintura juntamente com partes do reboco.

Falta de proteção do edifício contra a ação das chuvas e ataque de agentes biológicos como cupins. Superfície mal preparada, contaminada com gordura ou poeira. Umidade no substrato que sob o efeito do calor passa ao estado de vapor; presença de sal na alvenaria; superfície revestida por reboco impermeável; reboco não curado.

Marcas de argamassa

Reparos antigos feitos sem especificação técnica em que se aplicou argamassa convencional para reparar as fundações.

Não-especialização da mão-de-obra em reparos anteriores; utilização de argamassa convencional por ser mais conhecida pela mão-de-obra.

Madeira sem pintura

Falta de pintura em peças de madeira, sendo em alguns casos de madeiras originais e outras de madeira substituídas em reforma posterior.

Nas peças originais, devido a má aplicação da tinta, esta aplicada sobre superfícies poeirentas ou úmidas e não possuindo impermeabilizante. Nas peças substituídas, não ocorreu a pintura após a substituição devido a decisão da mão-de-obra que julgou-se inapto para a tarefa.

Parede descascando (segunda camada)

Áreas da parede sem pintura e com o reboco aparente ou faltante.

Superfície mal preparada, contaminada com gordura ou poeira. Umidade no substrato que sob o efeito do calor passa ao estado de vapor; presença de sal na alvenaria; superfície revestida por reboco impermeável; reboco não curado.

Parede exposta/parede descolando da estrutura

Solução Colocar testemunhas (pequenas costuras transversais às lesões pouco espaçadas) com o objetivo de identificar se as lesões encontradas progridem e qual a velocidade. Em caso de estacionamento das lesões, somente selar as fissuras com argamassa forte de cal e areia ou fazer o embrechamento com pedaços de pedra e tijolo. A aplicação da argamassa deve ser realizada em parede molhada. Caso as lesões estejam progredindo rapidamente, esvaziar a área e fazer um escoramento de emergência e estudo mais detalhado da parte de fundações. Canalizar as águas que caem nos telhados, evitando que respinguem ou empocem, atingindo a base das paredes. A reparação pode ser feita com a substituição do trecho degradado por material novo, semelhante ao original (taipa ou adobe). Para isso, retira-se todo o material em mau estado ou solto, limpa a área com espátula ou brocha, depois inicia-se um novo emboço. Para proteger o imóvel é necessário observar todo o terreno a cada 6 meses, eliminar o foco dos cupins caso encontrado; impermeabilizar as peças pois a umidade é um atrativo para estes animais; promover maior controle de umidade e temperatura na edificação e criação de barreira química (adicionar produtos químicos nas partes em contato com solo do edifício). Para tratamento da infestação é necessário tratamentos químicos por meio de profissionais qualificados, algumas medidas como não permitir fogo, não ligar aparelhos elétricos, desligar a energia são essenciais já que os produtos são inflamáveis. Para recompor a estrutura danificada é remover toda a madeira danificada, realizar o escoramento temporário por vigas metálicas, realização de reconstrução dessa viga por meio de emendas com reforço com cantoneiras em L, parafusos, barrotes e cola epóxidica presa por um grampo até a secagem para fixação correta da peça. Para pequenos reparos, utilizar cola e pó de serra fino, no mesmo tom da madeira original, e não podendo ser de madeira mais dura que a original. Após isso, lixar a área. Impermeabilização da parede em contato com a peça de madeira, aplicação de resina ou verniz na peça ou substituição da mesma seguindo os passos citados. Pintura a base de cal a cada dois anos. Primeiro deve limpar e secar a base, a tinta deve ser fabricada com a pasta de cal. Aplicar 3 demãos, a primeira demão mais fluida e aplicada horizontalmente; a segunda mais grossa e verticalmente. Após isso, a pintura pode ser batida com uma escova (cal batida). Cada demão de pintura deve ser precedida de uma umidificação para evitar secagem rápida. Não pintar as superfícies em dias de chuva ou dias de ventos fortes. Remoção dessa argamassa até sua retirada total. Limpeza da área para retirar os resíduos com escovação rigorosa (cerdas duras), aplicando-se em seguida fungicida para evitar ataques biológicos. Após isso, aplicar o barro com as mãos e aplicação de reboco feito com cal, barro em grânulos finos e água. Por fim, caiar a parede. Limpar a superfície, corrigir as imperfeições na madeira com pó de serra fina e cola. Após, lixar a superfície e eliminar o pó resultante. Aplicar uma demão de fundo selador nivelador, lixar cuidadosamente com lixa fina de acabamento e limpar bem com pano seco. Aplicar então duas ou três demãos de tinta a óleo ou esmalte sintético. Repintar a cada dois anos. Não recomendado o uso de tintas foscas pois tendem a sofrer maior degradação pelos raios UV. Primeiro retira-se todo o material em mau estado ou solto. Em seguida, limpa-se com brocha ou escova todas as superfícies expostas e as zonas que vão entrar em contato com o novo reboco. Depois inicia-se um novo reboco, colocando uma capa de material muito leve, aplicando com brocha como se fosse pintura. O acabamento é feito com a caiação da parede.

Tabela 06: Conservação e restauro dos problemas encontrados nas fachadas e piso

40 / 49


Marca de infiltração Sujeiras superficiais Parede estufada por infiltração Problemas estruturais no telhado

Mancha de umidade no pavimento térreo, repetindo na área junto ao piso em faixa horizontal. Manchas de terra e pichações presentes na edificação. Contaminação do reboco por sais que podem estar na alvenaria ou no próprio reboco, provenientes da umidade. Apodrecimento de peças do telhado levando algumas partes a ceder. Os pontos vulneráveis são os beirais e panos de cobertura junto a pontos de emenda.

A mancha aparece e desaparece de acordo com a época do ano e atinge somente um trecho da construção, logo, o problema é por conta da capilaridade, já que o solo úmido está em contato direto com a casa. Presença de área de estocagem em frente a edificação; vandalismo. A umidade é proveniente principalmente do encontro entre o telhado da varanda e da casa, juntamente com problemas nas telhas de barro. Movimentação ocorrida nas telhas de barro que não possuem encaixes, abrindo goteiras, facilitando assim a entrada de água, acontecendo então o apodrecimento das peças devido a umidade.

MAPA DE DANOS DO PISO Presença dos insetos no terreno; ninhos em árvores próximas.

Madeira afetada por cupim

Tábuas do piso com pequenos caminhos e sulcos por cupins

Madeira afetada por cupim – com aberturas aparentes

Tábuas do piso com sulcos maiores por cupins.

Presença dos insetos no terreno; ninhos em árvores próximas.

Parte da madeira com manchas escuras nãonaturais.

Produtos líquidos que entraram em contato com a madeira e foram absolvidos; fungos etc.

Tábuas do piso com partes faltantes.

Umidade; apodrecimento; sobrecarga etc.

Manchas de causa não identificadas

Aberturas aparentes sem causa identificada

Criação de uma vala periférica sem enchimento que consiste em uma vala com espaço de ventilação para afastar o terreno das fundações. Assim aumentará a evaporação para reduzir a quantidade de água absorvida. Por estes problemas estarem nas áreas de paredes caiadas, deve-se retirar a camada atingida pela sujeira e realizar nova pintura conforma já especificado em item anterior. Primeiramente resolver o problema de impermeabilização das telhas e do telhado. Para recuperação da parede já danificada, retirar o material infiltrado e reparar conforme as técnicas tradicionais utilizadas (pau-a-pique e paredes caiadas). Mapear o telhado buscando identificar as peças com problemas de umidade e verificar quais estão danificadas a ponto de serem substituídas, as que necessitam de reparos e as em perfeito estado. Todas as peças deverão passar um processo de tratamento químico com profissionais adequados para evitar agentes biológicos e aplicação de verniz ou resina para impermeabilização. Em madeiras que necessitam de reparo, utilizar pó de serra e cola. Nas telhas de barro, limpar com microjateamento para remoção do lodo e das sujeiras, além de aplicação de resina e amarração das mesmas para evitar a movimentação das telhas e abertura de goteiras. Para tratamento da infestação é necessário tratamentos químicos por meio de profissionais qualificados, algumas medidas como não permitir fogo, não ligar aparelhos elétricos, desligar a energia são essenciais já que os produtos são inflamáveis. Para pequenos reparos, utilizar cola e pó de serra fino, no mesmo tom da madeira original, e não podendo ser de madeira mais dura que a original. Após isso, lixar a área. Para tratamento da infestação é necessário tratamentos químicos por meio de profissionais qualificados, algumas medidas como não permitir fogo, não ligar aparelhos elétricos, desligar a energia são essenciais já que os produtos são inflamáveis. Para recompor a madeira danificada, remover toda a madeira danificada, realização de reconstrução dessa madeira por meio de emendas com reforço com cantoneiras em L, parafusos, barrotes e cola epóxidica presa por um grampo até a secagem para fixação correta da peça. Após isso, lixar a área. Realizar raspagem do local com equipamento próprio até a remoção de aproximadamente 1 milímetro da camada superficial. Caso a mancha saia neste 1 milimetro, regularizar a superfície e lixar. Caso a mancha persista, verificar se a mesma transpassa a madeira, ou seja, é visível também na parte debaixo. Caso seja visível, pedir análise laboratorial do motivo da mancha e caso seja patológico podendo ser danosa, remoção de toda a madeira danificada, realização de reconstrução dessa madeira por meio de emendas com reforço com cantoneiras em L, parafusos, barrotes e cola epóxidica presa por um grampo até a secagem para fixação correta da peça. Após isso, lixar a área. Retirar todos os móveis em cima da madeira e isolar área para evitar sobrecarga. Ao redor da parte faltante, na parte inferior do piso, colocar testemunhas para verificar a progressão das lesões. Caso não haja aumento das mesmas, não realizar nenhuma alteração. Caso haja progressão, inserir um apoio na parte inferior, para fortalecer a tábua e realizar a recomposição da madeira danificada conforme citado acima. Após isso, lixar a área. Retirar o apoio na parte inferior e reinserir as testemunhas, caso a progressão se interrompa, considerar o problema solucionado, senão, reinserir os apoios como estrutura secundária permanente.

Tabela 06: Conservação e restauro dos problemas encontrados nas fachadas e piso

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Mapas de danos (Piso)

Madeira estufada por umidade

Madeira com partes inchadas em processo de apodrecimento.

Umidade.

Tábuas soltas do vigamento

Tábuas do piso não fixadas nas vigas de madeira.

Corrosão dos pregos utilizados; ataque de cupins nas madeiras (piso ou vigas); arqueamento da madeira do piso devido a sua dilatação superficial; movimentação da estrutura como um todo devido ao abaulamento das fundações.

Rachaduras

Rachaduras próximas as áreas de encontro entre as tábuas.

Com a dilatação superficial, as tábuas em seus pontos de encontro com as demais, possuem rachaduras.

!

Verificar como a água chega até o local e corrigir o problema conforme métodos apresentados no Mapa de Danos de Fachada e Telhado. Esperar secagem da madeira e verificar, através de testes, se as suas propriedades físicoquímicas e estruturais continuam em bom estado. Caso sim, considerar o problema solucionado. Caso não, inserir apoios como estrutura secundária. Em caso de arruinamento, realização de reconstrução dessa madeira. Definir a causa do problema. Para a corrosão dos pregos utilizados: retirar os pregos danificados e realizar a substituição por pregos inoxidáveis. Ataque de cupins nas madeiras: seguir procedimentos adotados para essa prática citado acima nos itens “Madeira afetada por cupim” e “Ataque de agentes biológicos (cupins”. Arqueamento da madeira do piso: retirada da peça toda, imersão da mesma em água por 24 horas para aumentar o coeficiente de plasticidade, após isso, aplicar cargas progressivas nas extremidades da madeira de sentido vertical e direção “para baixo” e uma carga central de sentido vertical e direção para cima. Após isso, esperar a madeira secar com as cargas. Após sua secagem superficial completa, retirar as cargas e a colocar em uma estufa por 24 horas a fim de secagem total. Movimentação da estrutura: com um macaco hidráulico, elevar a viga do pilar utilizando um nível de bolha para que a mesma fique totalmente na horizontal. Após isso, com um paquímetro, medir a distância entre pilar e viga e fazer um calço nessa medida. Verificar regularmente o local, caso a estrutura continue se movimentando, entrar em contato com um engenheiro especializado em estruturas para verificação detalhada da mesma. Colocar testemunhas na parte inferior para verificar a progressão da lesão. Caso não haja nenhuma alteração, não realizar nenhuma operação. Caso haja progressão, realizar a raspagem nas parte laterais das tábuas, para aumentar o espaço entre elas, permitindo assim a dilatação. Continuar monitorando, através das testemunhas o problema. Se o mesmo continuar, realizar o procedimento de reconstrução dessa madeira.

Tabela 06: Conservação e restauro dos problemas encontrados nas fachadas e piso

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Estudo do telhado

Telhas: as capas serão mantidas, após passar por processo citado, porém as telhas canais devem ser substituídas. Para fixação das capas, utilizar grampos, conforme detalhes L e M.

Ripamento: substituição de todas as ripas respeitando distância de 32 cm entre elas.

Caibreamento: a maioria encontra-se em bom estado, porém, alguns necessitam de substituição em madeira paraju, conforme mapa de danos (substituir os assinalados em vermelho).

Substituir

Pontaletes e coroamento da estrutura principal da fazenda: estão em bom estado de conservação, necessitando de reparos pontuais com serra de madeira e cola. As mão-francesas em amarelo não são originais e devem ser adicionadas em madeira paraju para estabilizar as águas do telhado.

Testeira do telhado será substituída por nova, em madeira paraju, pintada em azul del-rey, na mesma tonalidade das esquadrias.

Imagem 106: Mapa de danos caibros

Manta duralfoil

Forro de madeira

Imagem 105: Posição forro e manta duralfoil

Imagem 104: Telhado explodido

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Perspectivas internas A fazenda, em seu primeiro pavimento, foi dedicada a abrigar a área de torrefação do grão, onde originalmente eram as tulhas, ou seja, lugar de armazenagem do café, um hall com circulação vertical, visão para a torrefação e área para pequenas exposições. No segundo pavimento, concentrou-se em exposições relacionadas ao cotidiano da vida na casa da Fazenda, fazendo uma seleção dos móveis originais e que deveriam ser expostos, além de objetos de família, como uma máquina de costura Singer, uma televisão Telefunken, uma antiga vitrola, uma espingarda e uma coleção de moedas que vai desde as moedas do Império até o início da década de 1990, um oratório e um crucifixo de parede. O inventário de móveis escolhidos foram: dois guarda-roupas, uma mesa aparador, um móvel tipo arquivo, um sofá de 4 lugares, duas poltronas, uma cama de casal e uma cama de solteiro, uma mesa com dois bancos compridos e uma cristaleira. Também espalhou-se pela casa em quadros, fotografias da família, cópia da escritura mais antiga conseguida, datando de 1952, imagens anteriores ao projeto, para que os visitantes pudessem fazer comparações e por fim, imagens do processo de projeto, como o mapa de danos, os mapas sobre Manhumirim e a fazenda. Dentro do móvel tipo arquivo, deixou-se disponível também uma cópia de todos os documentos encontrados sobre Manhumirim e a fazenda. Com isso espera-se que ali seja mais que uma exposição de um modo de viver, mas a forma de aprender mais sobre o universo das fazendas cafeeiras e da Fazenda Elídio Sanglard.

Imagem 107: Área de torrefação

Imagem 108: Exposições

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Réplica quarto

Réplica sala de jantar

Torrefação

Imagem 109: Corte perspectivado 01

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Perspectivas internas

Réplica quarto

Réplica quarto

Exposicões

Imagem 110: Corte perspectivado 02 Torrefação

Hall

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Imagem 111: Vista principal da Fazenda


7. Bibliografia ALBUQUERQUE, Modesto Starling (.coord). Plano global e de emergência de Manhumirim. Belo Horizonte: Dynamus, 1997. 58 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ. Indicadores da indústria do café. Disponível em: < http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=61#1910>. Acesso em 21 de maio de 2017. BARROS, Júlio César Victoria; BARROS, Alzira; MARDEN, Sanzio. Restauração do patrimônio histórico: uma proposta para a formação de agentes difusores. São Paulo: Editora SENAI – SP, 2013. 171 p. BOTELHO. Demerval Alves, Pe. História de Manhumirim: município e paróquia I. Manhumirim: O Lutador, 1987. 194 p. BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. Cotia: Ateliê Editorial, 2016. 261 p. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Lei no 12.651. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Brasília, DF, Senado Federal, 2012. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em 23 de maio de 2017. CARTORIO DO 1o OFÍCIO. Escritura de compra e venda de bens de raiz. Manhumirim, 1952. CASTELNOU, Neto. A intervenção arquitetônica em obras existentes. Semina: CI Exatas/Tecnol., Londrina, v. 12, n. 4, p. 265-268, 1992. CENSO DEMOGRÁFICO DE 2010. Características gerais da população. Disponível em: < http://censo2010.ibge.gov.br>. Acesso em 21 de maio de 2017. CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Editora Liberdade, 2006. 282 p. CIAM. Carta de Atenas. Atenas, 1933. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Indicadores da agropecuária. Disponível em: < http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_05_15_11_11_25_2.pdf>. Acesso em 21 de maio de 2017. DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Indicadores de saúde. Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0201>. Acesso em 21 de maio de 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil em síntese: Manhumirim. Disponível em: < http://www.cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/mg/manhumirim/panorama>. Acesso em 21 de maio de 2017. IPHAN. Manual de conservação de telhados. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Man_ConservacaoDeTelhados_1edicao_m.pdf>. IPHAN. Manual de conservação preventiva das edificações. Disponível em: < http://ipurb.bentogoncalves.rs.gov.br/uploads/downloads/IPHAN_Manual_de_conservao_preventiva.pdf>. IPHAN. Manual de elaboração de projetos. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/CadTec1_Manual_de_Elaboracao_de_Projetos_m.pdf>. IPHAN. Manual prático conservação de telhados. Disponível em: < https://pt.scribd.com/doc/214416257/Manual-Pratico-de-Conservacao-de-Telhados-pdf>. IPHAN. Orientações para elaboração do projeto básico para contratação de projetos. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Orientações%20para%20elaboração%20de%20projeto%20básico.pdf>. IPUF. Roteiro para elaboração de projeto de restauro. Disponível em: < http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/14_09_2012_16.18.01.d6efd08cc513c0b6c08db87c850bef68.pdf>. MATOSO, Danilo; VALLADARES, Porfírio. Projeto de interiores: apostila de projeto executivo e detalhamento. Disponível em: < https://daniloarquiteto.files.wordpress.com/2008/11/apostila_exec_det.pdf>. REIS, Luiz Fernando. O feito e o efeito: as memórias e representações da preservação do conjunto arquitetônico e urbanístico do Serro – MG. 2012. 310 p. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (.org). Ouro café açúcar sal: projeto inventário de bens culturais. Rio de Janeiro: SEBRAE – RJ Editora, 2004. 114 p. TINOCO, Jorge Eduardo Lucena. Telhados tradicionais: patologias, reparos e manutenção. Revista Brasileira de Arqueometria, Restauração e Conservação. Vol. 1, n. 5, p. 232 – 237. TREVISAN, Rosina. Técnicas de restauração. In: BRAGA, Márcia (.org). Conservação e restauro. São Paulo: Centauro, 2003. 128 p.

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ANEXO

Parte interna do anexo, sua transparência e a passarela de acesso à área de exposição e parte debaixo do projeto. Fonte: acervo do autor.

Elídio Sanglard, sua esposa, Laura Hott Sanglard, e seus filhos (década de 80), em fotografia tirada na cozinha da Fazenda. Fonte: acervo da família.

Curral ao fundo com seu anexo e a praça em primeiro plano mostrando os canteiros e o acesso a ele. Fonte: acervo do autor.

Maria Sanglard Zanuti e sua família, no dia de seu casamento (década de 50), em fotografia tirada na fachada da Fazenda. Fonte: acervo da família.

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