Ano 8 nº1827 Abril/2015 Moreilândia
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Com hábitos renovados, família luta por uma feira agroecológica Há oito anos, o agricultor Edval João Vieira, de 42 anos, e a agricultora Maria de Fátima, de 39 anos, vivem na Serra do Mandacaru, no município de Moreilândia, onde puderam dar início à produção de alimentos. “Quando eu vim morar aqui, eu disse à minha esposa que eu ia fazer um rancho para começar a trabalhar aqui junto com ela. Então plantamos um pé de manga, um pé de pequi. Era construindo a casa e plantando um pé de goiaba”, comenta o agricultor. O agricultor, porém, lembra-se de uma dificuldade. “Naquela época andávamos alguns quilômetros para pegar a água em um barreiro, que parecia mais suco de maracujá. Quando eu ia trabalhar na roça e depois de tardezinha eu ia para lá tomar banho e aproveitava para trazer dois tambores de 25 litros em cima da bicicleta. E assim era minha rotinha, toda manhã e sempre no final de tarde. Porque sem água não tinha como trabalhar na roça.” Mesmo sem renda fixa e com o impasse da água, o casal ainda conseguia sobreviver do que era produzido na propriedade. “Quando queríamos comer uma carne ou uma galinha tinha que pegar de nossa própria criação. Mas graças à Deus a nossa situação veio melhorar depois da chegada da cisterna de 16 mil litros em nossa casa. A partir daí começamos a aproveitar melhor o tempo que era perdido indo buscar água e então começamos a se dedicar na roça junto com minha esposa.” Segundo Maria de Fátima, no final de 2014, foi a vez de conquistar a cisterna-calçadão que garantiu a ampliação do cultivo de alimentos e mudou os hábitos da família. “Dificilmente comíamos uma verdura porque era preciso comprar. E íamos comprar onde? Não tínhamos onde comprar! Quando eu comprava na sexta-feira e chegava na segunda já não prestava mais. Hoje é muito diferente porque eu tiro da terra e coloco diretamente na panela, o gosto e o cheiro são melhores. Eu digo que melhorou 40%.”, afirma a agricultora.