Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 902 | novembro | 2012 Solânea-PB
Seu Severino e dona Ritinha: a conquista da terra que garante o sustento da família Seu Severino e dona Ritinha nasceram e cresceram no Sítio Capoeira, Solânea. Ali mesmo se casaram e tiveram três filhos: Rosineide, Rosinaldo e Josinaldo. A terra onde moravam era muito pequena e seu Severino tinha que trabalhar de meia. Quando não estava cuidando do roçado trabalhava alugado para sustentar a família. Como no verão diminuía o trabalho, seu Severino viajava para o Sudeste para trabalhar de servente de pedreiro. Todo ano era a mesma coisa: quando o verão chegava, eu viajava para o Rio de Janeiro. Assim que começava a chover eu voltava para casa, como na música de Luiz Gonzaga. Dei 6 viagens no Rio, relembra seu Severino. Ele diz que agricultor é igual à raiz, assim que vê terra molhada quer se enfiar e só sossega quando tem lucro. Mesmo ele gostando muito de trabalhar na agricultura, o problema era a falta de terra, pois tinha que dividir o que plantava com o dono, por isso, sonhava com sua própria terra. Em 2002, a família recebeu, a partir da associação dos agricultores, crédito fundiário para comprar um lote de 20 hectares no assentamento Junco, Remígio. No novo sítio, a família trabalha em 16 hectares e 4 hectares são de reserva ambiental. Seu Severino conta que no início foi muito difícil, não havia benefícios na propriedade. A casa onde a família mora demorou a ser construída. A água para fazer a massa eu carregava no lombo de um jumento lá da Lagoa de Nalva. Só podia trazer duas ancoretas de cada vez, pois tinha que trazer também um saco de cimento, conta seu Severino. No mesmo ano, a família botou o primeiro roçado de feijão, milho e fava. Embora pequeno, a colheita deu para a família passar o ano e ainda guardar a semente para o ano seguinte. Atualmente, a família planta feijão carioca, macassar, guandu e fava, e ainda macaxeira, inhame, jerimum e milho. Ao mesmo tempo em que ia aumentando o roçado, a família começou a fazer uma faxina para as galinhas e plantar árvores frutíferas no arredor de casa. Nessa época eu já era aposentada e comprei uns pés de coco, de laranja e de graviola, relembra dona Ritinha. O restante o casal foi plantando, comprando na feira, semeando caroços, fazendo mudas e pegando outras no sindicato e no viveiro da AS-PTA. No arredor de casa, no roçado e perto da cisterna calçadão tem laranja, tangerina, limão de duas espécies, acerola, mamão, pitanga, coco, caju, jabuticaba, pinha, graviola, seriguela, urucum, banana, manga, maracujá, oliveira, castanhola, tamarindo, noni e até dois três de uva e um de maçã. Com o roçado aumentado e bastante fruteiras, a família foi ampliando a criação de
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