Um quintal que faz florescer a vida do casal Ernesto e Duca

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 6 | nº 960| novembro | 2012 Trairi - Ceará

Um quintal que faz florescer a vida do casal Ernesto e Duca. O casal, seu Ernesto Salvador e Maria do Carmo, conhecida por todos com dona Duca, moram no assentamento Várzea do Mundaú, na comunidade Vieira dos Carlos, Trairi - Ceará. A família é composta por cinco filhos e o casal. Essa é uma história de um casal que tem orgulho do seu quintal, que cuida e se dedica em promover um espaço afetivo e produtivo para sustentação familiar. Quando o galo canta, e os raios dourados do sol começam a preencher o quintal do seu Ernesto e de dona Duca, é chegada a hora de ir para o quintal e começar a cuidar das plantas: frutas, legumes, verduras e claro, das flores que trazem a beleza e resplandecem o quintal produtivo. O quintal do casal, segundo seu Ernesto, é o canto da casa mais bonito, olugar onde ele passa a maior parte do tempo. É no espaço do quintal O casal: dona Duca e o seu Ernesto que seu Ernesto se realiza, traz a alimentação da família, retira o que vai para a feira agroecológica e, principalmente, cultiva com atenção e dedicação cada espaço do seu quintal. É o lugar precioso do casal. “Gosto tanto do meu quintal porque é de lá que a gente tira a nossa alimentação, a gente leva pra feira o que tem mais abundância, é nele que encontro a minha vida. Eu e Duca trabalhamos juntos nele”, afirma seu Ernesto. Segundo seu Ernesto, anteriormente, seu quintal não era florido como é hoje, não tinha variedades de plantas, só tinha um roçado de milho e feijão e o procedimento para o plantio era a tradicional “queimação”. Costumeiramente fazia isso e o quintal em vez de parecer um quintal estava mais parecido com um terreiro, “este meu quintal ficava parecido com um terreiro, limpo, limpo, limpo, igual o terreiro em frente a minha casa. Eu tinha dois terreiros e nenhum quintal”, conta lembrando como era o “arredor” da sua casa. Mas, a paisagem do quintal do casal começou a mudar. E esta mudança agroecológica, veio com as primeiras reuniões da Rede de Agricultores e Agricultoras Agroecológicos/as e Solidários/as, no qual seu Ernesto foi convidado a participar. A cada reunião era um aprendizado, cada intercâmbio uma motivação, cada prosa com os Os canteiros que dona Duca gosta tanto. seus amigos da Rede, estimulava-o a pertencer e

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permanecer na transição agroecológica. E foi com as primeiras trocas, os primeiros debates agroecológicos que o seu Ernesto começou a ver que seu quintal tinha que se transformar, que ao redor da sua casa tinha uma área que poderia ser produtiva e agroecológica. Assim ele pensou, e assim ele o fez. Seu Ernesto revela que quando olha para o seu quintal e vê a diversidade de plantas e vê a natureza florescendo, sente orgulho, pois, é ali do ladinho da casa que esta a fonte de vida da sua família, onde retira a renda da casa e onde existe vida pulsante da natureza. Já dona Duca ressalta que o que mais gosta no seu quintal são os canteiros, “mas isso não significa que o resto não tem importância, é E as flores que florescem no quintal do casal porque os canteiros são lindos, dá gosto de ver”, afirma. A agricultora conta ainda, que a sua maior alegria é saber que o seu quintal produz tudo o que a família precisa e, que anteriormente, o casal comprava tudo da cidade, trazia as coisas de fora. Hoje, acontece exatamente o contrário, tudo o que eles consomem veem do quintal e promove a segurança alimentar da família. O que sobrava, acabava se estragando, mas atualmente é comercializado nas feiras agroecológicas das cidades de Trairi e Itapipoca e, assim o povo da cidade tem o prazer de desfrutar das delícias e da beleza do quintal do casal. Outra questão curiosa no quintal do seu Ernesto e dona Duca são as flores que preenchem o quintal, as flores trazem beleza, da cor, da vida. As flores são cuidadas tanto pelo seu Ernesto quanto por dona Duca, delas seu Ernesto constroem as mudas e levam para a feira. E nos intercâmbios que participam, realizado pela Rede de Agricultores/as, as plantas que encontram e que acham bonito, é sempre levada uma mudinha, uma sementinha para florescer no quintal do casal. O casal preocupa-se com a diversidade do seu quintal, para eles é importante ter “um pouco de tudo” de longe avistamos os pés de: abacaxi, mamão, maracujá, caju, ata, laranja, siriguela, banana, pimenta, maxixi, cheiro-verde, cebolinha e muito mais. Ainda tem as galinhas, os ovos, os capotes, o peru e claro as flores, muitas flores. Diversidade é a palavra de ordem, neste quintal. Foi através de um convite do amigo Zé Júlio que impulsionou a participação do casal nos espaços de troca de conhecimento agroecológico. E, junto com os/as amigos/as agricultores/as e a equipe técnica, foram promovendo novos métodos e formas de pensar e construir caminhos sustentáveis para famílias. Segundo o seu Ernesto, encontrar com os amigos da Rede são momentos importantes para pensar a melhoraria da irrigação do quintal, a acessibilidade a projetos e políticas públicas, a melhoria da produção do quintal agroecológico e dar visibilidade e manutenção do/as agricultores/as nas feiras agroecológicas, seu Ernesto diz que todo mundo aprende junto “os técnicos dizem que os agricultores são os verdadeiros professores para eles”. O casal salienta que o espaço da rede e da feira também é um espaço onde se constrói amizades, existe uma troca afetiva com todos. “Esses meus amigos, eles nos ajuda muito, estimula a gente esta indo para a rede, para a feira, me sinto feliz em estar com eles” conta-nos. Quando seu Ernesto decidiu comercializar nas Feiras Agroecológicas da região, convidou sua esposa dona Duca para ir junto. Dona Duca diz que, gostou tanto de ir para a feira agroecológica que começou a participar dos encontros da Rede, hoje os dois participam ativamente tanto da rede quanto da feira. Apoio:

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