Tecnologias Sociais ajudam a reinventar o Semiárido

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 6 | nº 890 | outubro | 2012 Crato -Ceará

Tecnologias Sociais ajudam a reinventar o Semiárido A região do Semiárido brasileiro é lembrada lá fora como lugar de miséria, sofrimento e pobreza, pela falta de políticas públicas assistenciais e sobretudo pela escassez de água. Esta é, de fato, a condição em que ainda vivem milhares de nordestinos. Entretanto ela vem aos poucos se transformando em uma nova história. A cada dia se multiplicam experiências que retratam outro contexto, onde famílias do meio rural conseguem reinventar o modo de produzir, consumir e sobreviver no Semiárido. A agricultora Nilda é viúva, tem 47 anos é dona de casa e mãe dois filhos. Desde criança mora no sítio Baixa do maracujá e recorda que a falta de água na localidade foi, durante muitos anos, um dilema com o qual as famílias tiveram que conviver. Enfrentar a escassez hídrica até pouco tempo parecia ser um desafio impossível de ser superado, pois eram muitas as dificuldades.

Produção de abacate ajuda na e incremento da renda.

Eu saía às quatro horas da manhã, com meus filhos, lá pra o Santo Antônio, pra buscar água. Era muito penoso, porque andávamos pra longe de casa. Tínhamos um burro que trazia a carga e às vezes ele não aguentava, porque ela vinha muito pesada, noutras trazíamos os baldes na cabeça. Não sobrava água pra dar aos bichos, tomávamos banho uma vez por semana. Eu não tinha como lavar a roupa de minhas crianças quando elas saiam pra escola. Aquilo era triste demais pra mim, desabafa a mãe ao relembrar as carências do passado, que ficaram pra trás.

Desde 2009 a família de Nilda vem sendo beneficiada pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Hoje, com duas cisternas com capacidade para armazenar 16 mil litros e 52 mil litros de água, a vida da agricultora é outra. Bastou chover um pouquinho nos invernos dos três últimos anos pra garantir o abastecimento da água que seria usada para o consumo e também na produção.

No ano em que a cisterna foi construída eu tirei 60 kilos de feijão da minha roça, isso nunca tinha acontecido antes, conta a produtora. A partir daí as experiências só se multiplicaram na propriedade de Nilda e agora ela produz, além do feijão, batata, jerimum e mandioca, da qual retira a farinha, puba e a goma pra fazer beiju. Segunda água garantiu a produção e consumo durante a estiagem.

Ceará


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