Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 897| outubro| 2012 Teofilândia - Bahia
“Participando sem medo de ser mulher” Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Teofilândia As mulheres trabalhadoras rurais do município de Teofilândia já vivenciavam a luta pelos seus direitos, mais não sabiam que isso era uma característica do Movimento de Mulheres (MMTR), que já era institucionalizado em tantos outros municípios da Região do Sisal. Quem conta essa história de luta por direito à saúde, a trabalho e geração de renda para as mulheres das comunidades rurais é Maria do Carmo de Jesus Santos, uma das fundadoras, juntamente com as demais mulheres na sede do MMTR. “Essa história começou em 1999, o movimento foi fundado no intuito de ajudar as mulheres que não tinham condições de Integrante do Movimento de Mulheres fazer exames ginecológicos, a gente começou na Casa da Saúde. Trabalhava com as mulheres mais sem saber que aquilo era já o Movimento de Mulheres, não tinha essa noção, um dia a gente tava em reunião, aí chegou Edilza dos Santos, de SantaLuz, me disse que trabalhava com Jerônimo do MOC, foi marcada uma reunião lá e depois disso foram 150 mulheres participando, daí nos organizamos enquanto MMTR”, recorda Maria. “Fomos trabalhando e desenvolvendo, mas sabíamos que se não tivesse um trabalho de geração de renda, a gente não ia andar, foi daí que criamos o grupo Mãos na Arte. A gente vem nessa luta por políticas públicas, tanto para o desenvolvimento de gênero e recursos, como também para conversar com as mulheres, só em casa a gente não produz, tem que ter grupos. Temos o grupo de tear que é da Quitola, o Grupo de Pintura que é da Vargem Velha, e o grupo daqui da sede que trabalha com costura, o “Mãos na Arte”. Juntamos todos os grupos e somos uma família, formado por mulheres de várias comunidades . Através das reuniões procuramos fazer um trabalho de politização das mulheres, daí vai surgindo a vontade de mudança”. A vida das mulheres tem sido marcada por muitas conquistas e aprendizados a partir desse trabalho. A autonomia não é apenas financeira, mas de dirigir a própria vida, tomando atitudes simples como sair de casa, participar de reuniões, de feiras, falar em público, realizar o trabalho com o grupo na sede do município. Parece pouco, mas para essas mulheres que precisavam vencer a timidez e o preconceito tudo isso significa muito. Quem fala sobre essas conquistas é Ivanilda Valério Santos, do Povoado de Quitola. Bolsas de Sisal
“Eu já fazia alguma coisa, mas não sabia muito, o trabalho era feito, mas a gente não tinha como vender, com o chamado de Maria a gente veio aqui para sede e melhorou a venda, melhorou a divulgação, participamos em feiras, exposições, em outras cidades. É ótimo, se não
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