Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 6 | nº 987 | Outubro| 2012 Curaçá - BA
Bomba D’água instalada no interior de Curaçá gera produção e matém famílias em suas terras A presença de uma fonte de água numa comunidade rural do sertão pode fazer toda a diferença. Essa água pode ser de superfície, armazenada da chuva em cisternas e tanques, ou pode ser ainda uma fonte de água subterrânea, extraída de poços e cacimbas perfurados em determinadas regiões do Semiárido que ofereça essa condição. Essas fontes servem para o consumo das famílias, para molhar a plantação ou para matar a sede dos animais, contribuindo assim, com a permanência do povo em sua terra. A comunidade de Barriguda, interior de Curaçá, sertão da Bahia, reconhece bem a importância de um poço comunitário, cuja água é puxada através de uma Bomba D'água Popular (BAP), tecnologia divulgada e implantada também pelo Moradores da comunidade de Barriguda em torno da BAP Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Nesta localidade, essa fonte de água tem uma enorme utilidade: serve para o consumo humano, consumo animal e ainda irriga uma pequena plantação. A moradora mais antiga de Barriguda é a Dona Josefa Martinho da Silva, mãe de seis filhos e avó de cinco netos. Criadora de cabras, ovelhas e galinhas, dona Josefa lembra que há dois anos ninguém planta nada na comunidade devido à seca prolongada, mas os animais, mesmo nesse período, asseguram o sustento de todas as famílias de Barriguda e das comunidades vizinhas, que também usam a água do poço para tomar banho e lavar roupas. Um dos filhos de Josefa, Givaldo da Silva Inácio, esposo de Antônia Marta, reforça o que diz sua mãe: “Se a gente fosse viver só da roça, aqui com essa seca, nós tava numa situação muito difícil. Nossa sorte é a criação”, afirma o agricultor ao lembrar que os animais, principal fonte de renda das famílias, só estão dando produção graças a água do poço puxada pela bomba. A BAP chegou na comunidade em 2010 através de um programa de abastecimento do governo do Estado, no momento em que as famílias da região enfrentavam grande dificuldades para ter acesso a esta água. Dona Josefa conta que antes da bomba, a água era e puxada por uma sonda improvisada amarrada a uma corda e que a quantidade de água extraída era insuficiente para pessoas e para os animais. Com o passar tempo, o poço recebeu um cata-vento doado à comunidade, o que também não resolveu o problema porque este apresentava defeitos e precisava de muita manutenção. Com esses problemas o poço ficava subutilizado, apesar de possuir uma vazão de mais de 2 mil litros por hora, o suficiente para atender a mais de 4 mil cabeças de cabras, bois, jumentos e cavalos.
Givaldo e Antônio: responsáveis pelos plantios
Água puxada pela BAP abastece toda a comunidade
Cultivo irrigados com água do poço puxada pela BAP
Bahia