Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 5 | nº 121 | julho | 2011 Exu - Pernambuco
Saberes que transformam vidas: a experiência de Seu Américo e Dona Tereza regada de aprendizados e oportunidades A agricultora Tereza da Silva, de 50 anos, e o agricultor Américo Pedro da Silva, de 56 anos, moram com os seus três filhos e dois netos, no assentamento da Serra da Ingá, no município de Exu, Araripe pernambucano. A família chegou à propriedade de 54 hectares há 13 anos. Antes disso, eles moravam no Distrito de Timorante, na cidade de Granito, e sobreviviam da atividade da agricultura, por meio dos plantios de feijão e milho, comercializados na Feira Livre de Timorante. Para contribuir com o sustento familiar, o casal de agricultores trabalhava em propriedades de fazendeiros da região. O acesso à água naquela época era complicado, pois eles tinham que limpar alguns açudes particulares para poder receber água. Seu Américo e Dona Tereza carregavam água na cabeça cerca O casal colhendo os produtos no entorno da cisterna. de um quilômetro, porém quando o açude mais próximo secava, era preciso se deslocar o dobro da distância até chegar a outro açude. “Quando me lembro daquela época, onde a gente não tinha nada, lembro também que já tive que desmanchar uma saia minha pra fazer roupa para o meu filho, era muito sofrimento”, relembra Dona Tereza. Nessa época, o agricultor conta que começou a participar das reuniões do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Exu, espaço em que se discutia a possibilidade de adquirir terra por meio de um assentamento. Depois de um tempo, foi organizado um grupo de 49 famílias para fundar a Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Distrito de Timorante. Dessa forma, a família de Seu Américo e Dona Tereza puderam adquirir um lote no assentamento, através do Programa Cédula da Terra, atual Programa Nacional de Crédito Fundiário, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Antes de se mudar, o casal tinha que ir todos os dias até a propriedade, lá eles desmatavam para plantar mandioca. Quando a casa foi concluída e a família se mudou para o assentamento, Dona Tereza e Seu Américo levaram galinhas e bodes, mas continuaram Dona Tereza cuidando dos canteiros. plantando mandioca, milho e feijão. A família começou a ganhar dinheiro com a venda dos animais e do carvão, proveniente do desmatamento. Em 2001, como parte da implantação do projeto do assentamento, a família foi beneficiada com uma
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