Sobrevivência no Semiárido: Família mostra através da persistência exemplo de convivência com o semi

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 4 | nº 66 | Janeiro|2010 Assunção do Piauí- PI

Sobrevivência no Semiárido Família mostra através da persistência exemplo de convivência com o semiárido A busca pela sobrevivência e o amor ao semiárido revela homens e mulheres inteligentes, determinados e capazes de se sobressair às adversidades do clima característico da região. Exemplos desses guerreiros é a família de Dona Rita Carlos da Silva de 58 anos, viúva e mãe de cinco filhos, todos do sexo masculino. Foi ela e o esposo já falecido Emanuel Cordeiro Nonato que viram uma alternativa para amenizar o problema da família com a falta de água, com a ajuda dos filhos, eles esculpiram em uma rocha um tanque que desde então garante a água para suprir grande parte das necessidades da família. A Família de Dona Rita vive na comunidade Sitio da Onça que fica distante cerca de 24 km do município de Assunção do Piauí. A localidade é Dona Rita é exemplo de mulher forte e batalhadora. uma região castigada pela seca, a família conta que água era um bem precioso no período de estiagem e por isso sofriam por não tê-la nem para beber. Observando a natureza foi que a família encontrou uma solução, Dona Rita conta que no período chuvoso a água que caia ficava acumulada nos buracos das rochas que são comuns naquela região, mas grande parte escorria pelo lajeiro e ia embora, a água que ficava depois de algum tempo acabava. Seu esposo Emanuel então conversando com ela levantou a possibilidade de escavarem um buraco na pedra para que a água das chuvas acumulasse lá, depois de muitas conversas o casal resolveu colocar em prática a idéia e com a ajuda dos filhos começaram o trabalho. Francimar Carlos Cordeiro, o filho mais velho de Dona Rita e Seu Emanuel, conta que foi em 1996 que começaram a talhar o tanque. Foram 250 dias de escavações, os cinco filhos e Seu Emanuel trabalhavam o dia inteiro. Para escavar o buraco usavam apenas instrumentos como xibamca, cunha, picareta, marreta e alavanca. Ele conta que durante a manhã cavavam e a tarde tiravam o barro, “nós tínhamos vontade de fazer algo e a condição era pouca para pagar trabalhador e aí nos 'arroxemos' no trabalho”, brinca o agricultor. O sacrifício valeu apena, Dona Rita diz que com o tanque a água para lavar roupa, cozinhar, tomar O tanque escavado pela família em uma pedra. banho e para os animais beberem não era mais problema, antes os filhos tinham que caminhar até uma comunidade chamada Olho D'água para buscar

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