Ano 1 | nº 15 | Novembro | 2007 Cacimba de Dentro- Paraíba
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Projeto Demonstrativo
Manejo da água: A Experiência da Família de Josué e Nena Na comunidade de Lagoa d'Água, no município de Cacimba de Dentro, região do Curimataú paraibano encontramos a família de Josué e Nena: 04 pessoas: Nena (mãe), Josué (pai) , Josa e Josafá.(filhos).Juntos vivem numa propriedade de 2 hectares, que recebeu de herança após a morte do pai de Josué e a partilha entre os herdeiros. A terra que foi deixada por herança, media 08 hectares no seu conjunto para ser repartida entre 07 irmãos, que deveriam morar na terra e dela, pelo trabalho, tirar o seu sustento. Próximo da pequena propriedade de Josué, existe a Lagoa da Bananeira, um grande reservatório, cravado em Lajedos que aos poucos foram descobertos pela comunidade, sobretudo nos anos de seca e com a expansão e continuidade das frentes de emergência. Antes do trabalho de escavação da Lagoa da Bananeira, a comunidade traz na memória relatos de tempos muito difíceis de sofrimento na luta em busca da água. Quem não se lembra das longas esperas durante a noite e a madrugada do olho d'água da Mata Fome, dos quilômetros andados, as dores e o cansaço das subidas e descidas nas ladeiras da Picada, de Timbaúba e Trapiá do Rio na busca pela água, muitas vezes salobra e que nem sempre se tinha outra opção. Água pouca, muita gente, água salobra. Este sofrimento fez Josué, em 1982, partir várias vezes para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. O vai e vem das viagens, sempre em épocas da seca, fez Josué ficar distante da família e de sua propriedade. No sudeste trabalhou como servente de pedreiro em obras de construção e depois se tornou pedreiro. Dona Nena partiu para vender cosméticos e trabalhou como balconista numa loja. Os filhos, ainda pequenos ficavam sozinhos em casa, uma vez que pai e mãe tinham que trabalhar fora. Isso fez com que Josué e Nena ficassem distantes do trabalho da agricultura e de uma visão que favorecesse um olhar voltado para a agricultura familiar. A partir do trabalho da ACR (Animação dos Cristãos do Meio Rural - 1970), das CEB's (Comunidades Eclesiais de Base - 1980) e da Pastoral da Criança (1990), a comunidade de
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